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FÍSICO-QUÍMICA Professor: Pedro Henrique Amorim Termodinâmica 1ª Lei – Conceitos fundamentais, sistema e vizinhanças, tipos de sistemas. Trabalho, calor, e energia interna, enunciado da 1ª lei da termodinâmica. Entalpia, variação com a temperatura. Termoquímica – Transformações físicas e químicas, lei de Hess, entalpia de reação. Aula 3 A Termodinâmica é a área da Físico-Química que ocupa-se do estudo das transformações de energia. Termodinâmica clássica Propriedades e comportamento macroscópico da matéria Termodinâmica estatística Liga as propriedades atômicas (microscópicas) à termodinâmica clássica Nas investigações termodinâmicas, podemos dizer que o universo divide-se em duas partes: Sistema Parte do universo que nos interessa em particular. Ex: vaso reator, motor, célula eletroquímica etc. Vizinhanças O restante do universo que pode interagir energeticamente com o sistema. Considera-se tão grande que V ou p são sempre constantes. Ex: banho termostático, atmosfera etc. Universo Tipos de sistema O sistema é separado das vizinhanças por uma fronteira Universo Tipos de fronteira Tipos de fronteira Fronteira móvel Permite que trabalho seja realizado pelo sistema e sobre o sistema A energia pode ser trocada entre um sistema fechado e suas vizinhanças como trabalho ou como calor. Convenção dos sinais de calor e trabalho Exemplo: Zn(s) + 2HCl(aq) ZnCl2(aq) + H2(g) Obs: O gás produzido eleva o peso nas vizinhanças, realizando trabalho sobre as vizinhanças (W<0); Energia na forma de calor migra para as vizinhanças (q <0); Se o pistão for preso, mais calor é transferido do sistemas para as vizinhanças. Processo exotérmico Libera energia para as vizinhanças na forma de calor. Ex: Reações de combustão. Processo endotérmico Absorve energia na forma de calor a partir das vizinhanças. Ex: Vaporização da água, dissolução de NH4NO3 em água. Em termos moleculares, podemos dizer que trabalho é uma transferência de energia que realiza ou aproveita um movimento ordenado nas vizinhanças. E calor é uma transferência de energia que realiza ou aproveita um movimento desordenado(movimento térmico) nas vizinhanças. TRABALHO = DISTÂNCIA X FORÇA QUE SE OPÕE Unidade SI joule (J) 1 J = 1 Kg m2 s-2 TRABALHO DE EXPANSÃO Trabalho realizado pelo sistema = Distância x Força que se opõe w = h x (pex x A) w = pex x (h x A) w = pex x ΔV w = - pex ΔV TRABALHO DE EXPANSÃO Exemplo 1: Uma reação química ocorre em um vaso de seção reta uniforme de 50,0 cm2, provido de um pistão. Em virtude da reação o pistão desloca 15 cm contra a pressão externa de 121 kPa. Calcule o trabalho feito pelo sistema. TRABALHO DE EXPANSÃO De acordo com a equação w = - pex ΔV, o trabalho mínimo de expansão pode ser obtido reduzindo a pressão externa para zero (expansão livre) Como podemos obter o trabalho máximo de expansão para uma dada variação de volume?? TRABALHO DE EXPANSÃO O trabalho máximo de expansão é obtido quando a pressão externa pex é apenas infinitesimalmente menor que a pressão do gás no sistema (praticamente p = pex ,equilíbrio mecânico) se p > pex (infinitesimalmente) = Expansão; se p < pex (infinitesimalmente) = Compressão; Nesta condição, uma variação infinitesimal na pressão externa pex resulta numa mudança na direção oposta a essa variação. TRABALHO DE EXPANSÃO Um processo que pode ser revertido por uma variação infinitesimal – neste caso, na pressão – é chamado de reversível. O sistema realiza trabalho máximo de expansão quando: pex = p TRABALHO DE EXPANSÃO Não podemos escrever a expressão do trabalho máximo de expansão simplesmente substituindo pex por p, pois à medida que o pistão sobe a pressão p decresce, e para garantir que o processo seja reversível, é necessário ajustar a pex de forma a se igualar, em cada etapa infinitesimal do processo a p. TRABALHO DE EXPANSÃO Logo : TRABALHO DE EXPANSÃO Considerando pex = p, e admitindo que o gás se comporte idealmente, temos o trabalho máximo de expansão isotérmica de um gás ideal. w = −𝑛𝑅𝑇𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 TRABALHO DE EXPANSÃO Exemplo 2. Uma amostra de 6,56 g de Ar(g) ocupa o volume de 18,5L a 350K. a)Calcule o trabalho w feito quando o gás s expande isotermicamente contra uma pressão externa constante de 7,7 KPa até seu volume aumentar de 2,5L. b) Calcule o trabalho w se a mesma expansão fosse reversível. Capacidade calorífica C = 𝑞 Δ𝑇 O calorímetro é o equipamento que permite e medição do calor de um determinado processo 𝑞 = 𝐼 𝑉 𝑡 Calor fornecido Aumento de temperatura Onde I = corrente ( em ampères, A) V = potencial ( em volts, V) t = tempo ( em segundos) Onde q = calor (em joule J) ΔT = variação de temperatura ( em K ou °C) Exemplo 3. Num experimento realizado para medir o calor liberado na queima de um combustível, o composto foi queimado num calorímetro em atmosfera de oxigênio, e a temperatura aumentou de 2,78 °C. Quando uma corrente de 1,12 A, de uma fonte de 11,5 V, circulou por 162 s em uma resistência contida no calorímetro, a temperatura aumentou de 5,11°C. Qual é o calor liberado pela queima do composto? Capacidade calorífica específica (calor específico) Capacidade calorífica molar em J K-1 mol-1 Cm = 𝐶 𝑛 Cs = 𝐶 𝑚 em J K-1 g-1 É conveniente expressarmos a capacidade calorífica de uma dada substância como uma propriedade intensiva, ou seja, que não dependa do tamanho da amostra. A capacidade calorífica depende da forma como o calor é fornecido, se a pressão constante (Cp )ou a volume constante (Cv). Exemplo 4. A capacidade calorífica molar a pressão constante Cpm, da água é de 75 J K-1 mol-1. Então, o aumento na temperatura de uma amostra de 100 g de água ( 5,55 moles de H2O) quando recebe 1 kJ de calor, ficando livre para se expandir, é de aproximadamente?? Para a expansão isotérmica de uma gás ideal, a energia total permanece a mesma, pois a energia cinética das moléculas (única contribuição para a energia total) não varia, logo: w = −𝑛𝑅𝑇𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 q = - w q = 𝑛𝑅𝑇𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 Energia total do sistema, ou seja, é a soma de todas as contribuições de energia cinética e energia potencial, de todos os átomos, íons e moléculas que compõe o sistema. Não é possível medir total de energia interna de um sistema, entretanto, podemos medir as variações na energia interna ΔU, em termos das energias perdidas ou cedidas pelo sistema na forma de calor e trabalho. ΔU = Uf – Ui ΔU = q + w A energia interna do sistema aumenta quando o sistema recebe trabalho ou quando recebe calor. Em termos de energia interna, expansão isotérmica de uma gás ideal pode ser escrita da seguinte forma: q = - w ΔU = 0 A energia interna é uma função de estado, ou seja, uma propriedade que depende apenas do estado atual do sistema e que é independente do caminho pelo qual o sistema atinge tal estado. A energia interna de um sistema isolado é constante Para uma transformação a volume constante, não há realização de trabalho, logo: ΔU = q w = 0 ΔU = CvΔT onde Cv = capacidade calorífica a volume constante dU= Cv 𝑇2 𝑇1 𝑑T A variação de energia interna quando o volume não é constante não é igual ao calor transferido ao sistema, poisparte desta energia retorna às vizinhanças na forma de trabalho. H = U + pV Hm = Um + RT Hm = Um + pVm Entalpia molar Para um gás ideal A entalpia, assim como a energia interna também é uma função de estado (U, p e V). ΔH = ΔU + pΔV w = - pex ΔV Para uma transferência de calor a pressão constante, considerando e , e pex = p temos: ΔU = q + w ΔH = (-pex ΔV + q) + pΔV ΔH = ( -pΔV + q) + pΔV ΔH = q Variação da entalpia com a temperatura ( a pressão constante) ΔH = Cp ΔT onde Cp = capacidade calorífica a pressão constante dH = Cp 𝑇2 𝑇1 𝑑T Exemplo 5. A capacidade calorífica pressão constante de um gás perfeito varia com a temperatura de acordo com a expressão Cp (J K-1 ) 20,17 + 0,4001(T/K). Calcule q, w, ΔU e ΔH, quando a temperatura é elevada de 273 a 373 K a) a pressão constante; b) a volume constante. Relação entre Cp e Cv H - U = nRT ΔH - ΔU = nRΔT ΔH ΔT − ΔU ΔT = 𝑛𝑅 Cp - Cv = nR Cmp - Cmv = R Decorre que: ΔH =CpΔT ΔU = CvΔT dH =CpdT dU = CvdT Aplicação 6. A capacidade calorífica molar a pressão constante do CO2 é 29,14 J K -1 mol-1. Quanto vale sua capacidade calorífica molar a volume constante? Termoquímica – Transformações físicas e químicas, lei de Hess, entalpia de reação.
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