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Revista téchne 185 - Reportagens - 30 perguntas

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Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
1 
20 de agosto de 2012 
30 perguntas 
 
Especialistas respondem a questões sobre tecnologia de concretos e argamassas 
 
Nas obras brasileiras, predominam os sistemas construtivos à base de cimento e de concreto. E se de um lado 
sempre há mais profissionais buscando informações técnicas sobre o assunto, também há muito conhecimento 
acumulado nas universidades e em empresas e entidades do setor. Nesta reportagem especial, reunimos 30 
perguntas e respostas sobre aditivos, dosagem, fôrmas e escoramentos, controle tecnológico, argamassas, 
sustentabilidade e outros temas de interesse de quem lida diariamente com a tecnologia. Boa leitura. 
 
Índice de temas 
 
Concretagem - pág. 01 
Agregados - pág. 02 
Aditivos - pág. 04 
Fibras - pág. 05 
Fôrmas e escoramentos - pág. 07 
Normas técnicas - pág. 08 
Concretos especiais - pág. 09 
Reação álcali-agregado - pág. 10 
Argamassas - pág. 12 
 
Concretagem 
 
Quais os procedimentos de limpeza pós-concretagem de caminhões-betoneira e caminhões-bomba? Quais os 
cuidados para reduzir os impactos ambientais aos vizinhos? 
Todas as obras devem reservar um local para lavar a calha de descarga do concreto e o coxo da bomba. Desta 
forma, o impacto ambiental na obra é mínimo e o impacto ambiental para os vizinhos é zero. É inadmissível sair 
com os equipamentos minimamente sujos, sob pena de descarregar resíduos de argamassa nas vias públicas. 
Arcindo Vaquero y Mayor, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (Abesc) 
 
Quais os cuidados especiais para realizar concretagens em dias muito 
quentes e com baixa umidade do ar? 
Tais condições de temperatura e umidade são extremamente prejudiciais ao 
concreto, devido à grande possibilidade de ele perder água quando ainda está 
no estado plástico e também no endurecido, causando retrações muito 
importantes. Como o concreto tem rápida variação da trabalhabilidade, é 
preciso prever que o transporte, a aplicação e a vibração sejam feitos em um 
ritmo rápido e com maior necessidade de vibradores. Para evitar a rápida 
secagem, a aplicação de água na cura deve ser contínua. Isso ocorre com a 
cobertura da superfície por materiais saturados, que devem ter contato 
contínuo com a superfície, pois a alternância de ciclos úmidos e secos traz 
fissuras. A água de cura não deve estar muito mais fria do que o concreto, 
pois podem surgir tensões térmicas que podem causar fissuras. Mas convém 
usar um pulverizador que derrame uma fina névoa para resfriar o ar, as 
fôrmas e o aço, evitando também a rápida evaporação na superfície do 
concreto. Em casos extremos, pode-se substituir parte da água de amassamento por gelo e usar 
superplastificantes. 
Arcindo Vaquero y Mayor, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (Abesc) 
 
É verdade que concretagens noturnas podem reduzir o consumo de aditivos para concreto? 
Não existe nada que comprove tal fato. A ligação que pode haver entre a utilização de aditivos retardadores é 
que, ao anoitecer, a temperatura ambiente normalmente é mais baixa. Nesse caso, dependendo do tipo de obra, 
a utilização do aditivo não se faz necessária. 
Rubens Curti, especialista em concreto da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
 
Em dias quentes e secos, o concreto 
está sujeito a maiores perdas de 
água 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
2 
20 de agosto de 2012 
 
Agregados 
 
De que maneira o formato, o tamanho e a superfície dos agregados graúdos influenciam as características do 
concreto? 
O formato, o tamanho e a superfície dos agregados influenciam, sobretudo, as propriedades do concreto no 
estado fresco. As partículas de textura mais áspera, angulosas e alongadas necessitam de mais pasta de cimento 
para produzir misturas mais trabalháveis do que as partículas lisas e arredondadas. A NBR 7211 estabelece que o 
índice de forma do agregado graúdo para concreto deve ser menor ou igual a três. Acima deste valor, a mistura 
requererá maior fator argamassa- concreto para espaçar os fragmentos entre si e garantir a mobilidade do 
conjunto. Este fato aumenta a superfície específica dos agregados, o que exige maior quantidade de água e 
consequentemente será necessário mais cimento para compensar a perda de resistência. 
Maurício M. Resende - Gerente do Laboratório de Construção Civil da L.A. Falcão Bauer 
 
Quais os entraves técnicos à substituição total da areia natural por areia de brita em concretos estruturais? 
A tecnologia do concreto é historicamente baseada em premissas empíricas e os agregados miúdos utilizados 
para a produção do concreto eram provenientes de areia levada de rio ou de cava. Com isto, o embasamento 
desta tecnologia foi feito a partir da experiência de utilização deste tipo de material. Com a necessidade de 
utilização de resíduos provenientes do processo de britagem, para se minimizar o já elevado impacto ambiental 
desta indústria, houve a necessidade de adaptação da tecnologia tradicional e das antigas práticas para a 
dosagem dos concretos. Ou seja, são materiais diferentes e não se pode simplesmente substituir um pelo outro. 
O problema é que a areia da brita é um subproduto da produção da brita e, por consequência, o processo 
industrial não foi concebido para a otimização do resíduo. Assim, a total substituição da areia natural pela de 
resíduo só é possível se houver investimento em tecnologias de processamento que possibilitem a obtenção 
deste tipo de agregado, com características de distribuição granulométrica e de conformação superficial que não 
impactem tão negativamente as propriedades do concreto no estado fresco, especialmente. 
Antonio Domingues de Figueiredo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
 
Quais os cuidados necessários em projetos de paredes de concreto de blindagem contra radiação em unidades 
médicas e hospitalares? 
O princípio fundamental é criar uma barreira massiva e contínua para absorver a radiação. Portanto, na dosagem, 
deve-se escolher agregados de elevada massa específica, como hematita, basalto, diabásio, granito e calcário, 
nessa ordem. Deve-se, também, reduzir o fator água-cimento e o teor de ar com uso de plastificantes, bem como 
densificar o concreto com adições de metacaulim ou sílica ativa (máximo de 4%). Na execução, dedicar atenção 
especial às juntas: sempre construí-las tortuosas, se possível com placa de chumbo interna. O planejamento deve 
prever um mínimo de juntas. Deve-se estudar os efeitos térmicos e provavelmente usar muito gelo (100%) em 
substituição à água. Curar por três dias, no mínimo. Se houver a ocorrência de fissuras, o que pode configurar um 
grande problema, tentar injetar pasta de cimento muito fino ou cobrir com chapa de chumbo. 
Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia 
 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
3 
20 de agosto de 2012 
 
Aditivos 
 
Qual a diferença entre aditivos plastificantes, superplastificantes e 
hiperplastificantes? 
Aditivos, em geral, são produtos usados na elaboração do concreto para 
modificar algumas propriedades do material enquanto fresco ou após o 
endurecimento. Tanto plastificantes como superplastificantes e 
hiperplastificantes proporcionam redução da água de amassamento e 
melhora da trabalhabilidade do concreto. Eles atuam como dispersores do 
material cimentício, o que aumenta a eficiência da hidratação. A diferença 
está na faixa de redução da água que cada um proporciona: enquanto os 
plastificantes apresentam redução de água de até cerca de 10%, os 
superplastificantes trazem redução de 20% a 30% e os hiperplastificantes 
acima de 40%. 
Arcindo Vaquero y Mayor, presidente da Associação Brasileira das Empresas de 
Serviços de Concretagem (Abesc) 
 
Quais as etapas mais importantes do estudo de dosagem de concretos modificados complastificantes e 
superplastificantes? Quais os parâmetros mais importantes a serem verificados? 
Os aditivos plastificantes e superplastificantes são de grande importância para a tecnologia do concreto. Há três 
tipos de ação destes produtos no material: aumentar as resistências mecânicas para uma mesma 
trabalhabilidade, aumentar a trabalhabilidade para uma mesma resistência, e diminuir o consumo de cimento 
para uma mesma trabalhabilidade e resistência. O primeiro ponto pode ser obtido ao diminuir o consumo de 
água, o que aumenta a resistência mecânica do concreto sem afetar a trabalhabilidade, pois o aditivo plastificante 
ou superplastificante atua neste sentido. Já a segunda forma de uso é manter o consumo de água e, 
consequentemente, as resistências mecânicas, sendo que os aditivos aumentam a trabalhabilidade da mistura. 
Por fim, pode-se adicionar estes produtos sem alterar a trabalhabilidade do concreto, mas com a diminuição da 
quantidade de água. Como não se pretende aumentar a resistência do concreto, o consumo de cimento é 
reduzido, mantendo a proporção água-cimento inalterada. O parâmetro mais importante a ser observado para o 
estudo de dosagem destes produtos é a compatibilidade cimento-aditivo. O ideal é que se produza o aditivo em 
função das propriedades do cimento ou vice-versa, porém, isto só é viável para consumos elevados de concreto. 
Bernardo F. Tutikian, professor coordenador do curso de Engenharia Civil Unisinos-RS e presidente da Associação 
Brasileira de Patologia das Construções (Alconpat Brasil) 
 
Quais os principais cuidados na estocagem de aditivos em obra? Qual o prazo de validade desses produtos? 
Normalmente, o prazo de validade é fornecido pelo fabricante e está estampado nas embalagens. Sobre a 
estocagem dos aditivos, recomenda-se que os produtos fiquem protegidos dos raios solares. Estas e outras 
informações complementares sobre o armazenamento dos aditivos também são fornecidas pelos fabricantes. 
Rubens Curti, especialista em concreto da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) 
 
 
Plastificantes, superplastificantes e 
hiperplastificantes diferenciam-se pela 
quantidade de redução de água que 
proporcionam na dosagem do concreto 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
4 
20 de agosto de 2012 
 
Fibras 
 
Quais as diferenças entre as fibras de aço e as fibras poliméricas usadas em pisos industriais de concreto? 
As fibras de aço têm função predominantemente estrutural, são incorporadas ao concreto em uma dosagem que 
varia de 15 kg/m³ a 35 kg/m³ e contam com um histórico de aproximadamente 15 anos de utilização em pisos 
industriais no Brasil. Já as fibras poliméricas precisam ser divididas em dois grupos: as microfibras e as 
macrofibras. As microfibras têm a função exclusiva de melhorar algumas propriedades do concreto no estado 
fresco, evitando ou reduzindo a incidência de fissuras por retração plástica do concreto. Geralmente, são 
incorporadas a uma dosagem de 600 g/m³. As macrofibras, assim como as fibras de aço, têm função estrutural e 
foram introduzidas no mercado brasileiro há cinco anos. A dosagem das macrofibras varia de 2 kg/m³ a 6 kg/m³. 
Comitê Técnico de Concreto Reforçado com Fibras da Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho 
(Anapre) 
 
Fibras metálicas e poliméricas podem ser combinadas? 
As fibras podem ser combinadas, mas deve estar clara para os envolvidos na obra a função que cada uma delas 
exerce no projeto em questão. As combinações mais comumente adotadas são das microfibras com os reforços 
estruturais, quer sejam de fibras de aço, macrofibra polimérica, tela soldada ou protendido. Para os leitores mais 
interessados neste assunto, recomendamos que visitem o site da Anapre (www.anapre.org.br) e façam o 
download das recomendações técnicas do Comitê Anapre de Concreto Reforçado com Fibras. Estas publicações 
detalham aspectos importantes sobre a caracterização das fibras de aço e das macrofibras poliméricas, critérios 
mínimos de desempenho para que se enquadrem como elementos de reforço do concreto de pisos, 
recomendações de aplicação dos produtos no concreto, e abordam também questões relativas à durabilidade das 
macrofibras poliméricas frente ao meio alcalino do concreto. 
Comitê Técnico de Concreto Reforçado com Fibras da Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho 
(Anapre) 
 
A adição de fibras em pisos de concreto é muito comum em obras 
industriais. Elas podem ser vantajosas também na execução de estruturas 
de concreto (pilares, vigas e lajes)? 
Deve-se ter em mente que em um piso de concreto não há concentração de 
esforços e o reforço com fibras em toda a espessura da placa é algo desejável, 
ao contrário do que ocorre numa laje suspensa onde há concentração de 
esforços de tração em sua parte inferior. Nesse caso, um reforço localizado, 
como é o caso dos vergalhões, pode apresentar maior eficiência em termos 
de consumo de aço total quando comparado com as fibras. Além da condição 
de reforço principal, as fibras também podem ser utilizadas como reforço 
secundário para as estruturas reticuladas. Assim, em estruturas sujeitas a 
impactos ou esforços dinâmicos, as fibras podem ser utilizadas para minimizar 
o nível de fissuração das estruturas. Um exemplo deste tipo de aplicação 
ocorre em portos, onde há sempre o risco de impacto das embarcações. Além 
disso, neste tipo de ambiente, onde há grande incidência de cloreto, as fibras 
podem ser vantajosas pelo fato de serem menos suscetíveis à corrosão 
eletrolítica, garantindo maior durabilidade para a estrutura. 
Antonio Domingues de Figueiredo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
 
Por que o uso das fibras não é mais disseminado? 
As fibras já vêm sendo utilizadas para o reforço de estruturas reticuladas nos países europeus há algum tempo. A 
aplicação ainda não é de larga escala, mas vem aumentando substancialmente. Seu uso acaba sendo vantajoso 
em situações em que a mão de obra é muita cara e a execução rápida de uma estrutura traz vantagens 
econômicas razoáveis, como é o caso do cenário europeu. Lá, a utilização do concreto autoadensável reforçado 
com fibras de aço é interessante pelo fato de diminuir muito a demanda de mão de obra. No entanto, deve-se ter 
em mente que a demanda de desempenho também aumenta e, por isso, os teores de fibras são bem mais 
elevados que os utilizados em pavimentos, podendo facilmente ultrapassar o consumo de 70 kg/m3 de fibras de 
aço de alto desempenho mecânico. Com isto, a elevação do custo unitário do material é muito significativa. 
 
Fibras de aço incorporadas ao 
concreto têm função 
predominantemente estrutural 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
5 
20 de agosto de 2012 
Antonio Domingues de Figueiredo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
 
O concreto reforçado com fibras de aço pode ser usado nas estruturas pré-moldadas? 
Há estudos recentemente desenvolvidos na Escola de Engenharia de São Carlos que atestam o grande potencial 
de utilização do concreto reforçado com fibras de aço na solidarização de ligações viga-pilar em estruturas de 
concreto pré-moldado, com vantagens do ponto de vista de desempenho frente a ações estáticas e dinâmicas. 
Nestes casos, o impacto da elevação do custo unitário do concreto é minimizado pela aplicação em local restrito 
da estrutura. De qualquer forma, a aplicação do concreto reforçado com fibras em estruturas reticuladas 
demanda um acompanhamento técnico mais rigoroso, da etapa do projeto até a execução, devido à maior 
demanda de controle de trabalhabilidade do material em alguns casos. Ou seja, é uma condição que foge do 
convencional - e muitos profissionais têm receio deste tipo de inovação, como é frequente na indústria da 
construção civil. 
Antonio Domingues de Figueiredo, professor da EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo 
 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
6 
20 de agosto de 2012 
 
Fôrmas e escoramentos 
 
O uso de concreto autoadensável exige cuidados especiais relacionados ao dimensionamento e à montagem do 
sistema de fôrmas e escoramentos? 
Para efeitos de fôrma, a grande diferença entre uso de concreto convencional e concreto autoadensável é a 
pressão horizontal que o concreto fluido exerce sobre ela. Um concreto convencional exerce uma pressão 
hidrostática na camada que está recebendo a vibração, mantendo pressão constante nas camadas inferiores, já 
adensadas. Já o concreto autoadensável tem característica de fluido, o que gera pressões hidrostáticas em toda a 
altura da fôrma, e isso gera pressões horizontais muito maiores que o concreto convencional. Para se ter uma 
ideia, a pressão horizontal no concreto convencional para uma parede de 3 m de altura normalmente não 
ultrapassa o valor de 50 kN/m², enquanto o concreto autoadensável gera pressões de até 75 kN/m² para a mesma 
altura de concreto. 
Fernando Rodrigues dos Santos, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas de Fôrmas e Escoramentos 
(Abrasfe) 
 
Junto com a disseminação da tecnologia de edifícios de paredes de concreto 
moldadas in loco, houve uma sensível redução nos ciclos de concretagem. 
Que cuidados o construtor deve tomar durante a execução dessas 
estruturas, especialmente no que se refere ao escoramento remanescente 
dos pavimentos recém-concretados? 
Existem alguns conceitos que não podem, de forma alguma, ser desprezados 
por qualquer sistema construtivo. O concreto precisa ser curado e a estrutura 
escorada para que não receba cargas antes de atingir suas propriedades 
(assim como a criança deve se alimentar bem e não pode carregar peso antes 
da vida adulta). Ao acelerar o ritmo de execução, se não reavaliarmos o plano 
de cimbramentos, poderemos ter parte da estrutura recebendo carga antes 
de atingir a idade necessária. Este problema não pode ser, de forma alguma, 
negligenciado sob risco de termos uma estrutura doente e com menor 
durabilidade. Não existe uma receita de bolo para tratar estes casos. O 
fundamental é estudar o ciclo de concretagem com as características do 
concreto (que devem ser estudadas em função das necessidades nas baixas 
idades e não somente pelo fck e relação água-cimento), além das cargas 
existentes em cada elemento estrutural em cada momento e de sua 
capacidade de resistência. Para isso, é fundamental que tenhamos o 
projetista estrutural, o projetista de fôrmas e o tecnologista de concreto 
atuando de forma conjunta. 
Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, vicepresidente de tecnologia e qualidade da 
Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) 
 
 
Estudo de escoramento deve 
considerar ciclo de concretagem, 
características do concreto, cargas 
aplicadas em cada elemento 
estrutural e sua capacidade de 
resistência 
 
Execução de estruturas de concreto 
aparente requer fôrmas de alta 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
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20 de agosto de 2012 
Quais os principais cuidados com as fôrmas utilizadas em estruturas de 
concreto aparente? 
O concreto aparente, também chamado de concreto arquitetônico, requer fôrmas de alta qualidade, em que as 
preocupações com emendas de chapas de madeira e furações de tirantes são preponderantes de forma que se 
garanta uma distribuição uniforme e constante - normalmente aprovadas pelo arquiteto da obra. Outra grande 
preocupação na execução de fôrmas para concreto aparente é maior exigência quanto a deformações 
admissíveis, pois normalmente essas fôrmas devem seguir padrões rígidos para que as pequenas deformações 
decorrentes da pressão do concreto não sejam perceptíveis a olho nu. 
Fernando Rodrigues dos Santos, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas de Fôrmas e Escoramentos 
(Abrasfe) 
 
 
qualidade 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
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20 de agosto de 2012 
 
Normas técnicas 
 
Recentemente foi aprovada a norma NBR 15146-1 - Controle 
Tecnológico de Concreto - Qualificação de Pessoal. Quais os 
assuntos contemplados pelo texto? 
A norma estabelece requisitos para a avaliação de profissionais que 
atuam no controle tecnológico do concreto e serve de base à 
certificação do Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade 
Industrial (Inmetro) nessa área. Foi elaborada pelo ABNT/CB-18 e 
prevê as competências para o desenvolvimento da atividade em 
função da categoria profissional, que pode ser auxiliar, laboratorista 
(de campo e de laboratório), tecnologista ou inspetora. Os candidatos 
devem ter treinamento básico e, entre outras exigências, conhecer as 
normas técnicas brasileiras pertinentes à atividade. O Instituto 
Brasileiro do Concreto (Ibracon) é a única entidade acreditada pelo 
Inmetro para a certificação de pessoas no controle tecnológico do concreto e reconhece entidades competentes 
para a realização dos exames de avaliação em testes teóricos e práticos. 
Inês Battagin, superintendente do CB-18 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
 
Hoje existe uma norma para edifícios com paredes de concreto moldadas in 
loco. Quando será publicada uma norma que contemple edifícios com 
painéis de concreto pré-moldados? 
A norma ABNT NBR 16055:2012 - Parede de Concreto Moldada no Local para 
a Construção de Edificações contempla as paredes de concreto in loco e serve 
de embrião para futuras normas de paredes de concreto pré-moldadas. O 
problema para normalização de sistemas com painéis pré-moldados é a 
diversidade de soluções existentes. 
Temos painéis alveolares de fechamento e estruturais, painéis arquitetônicos 
de fachada, painéis autoportantes e painéis sanduíche. São elementos com 
considerações bem distintas que exigem, às vezes, normas específicas, como 
no caso de painéis alveolares protendidos, para os quais já está sendo 
montada uma comissão de estudos. 
No caso de painéis autoportantes maciços, apesar de não ter uma 
normalização, já existem empresas com Documento de Avaliação Técnica, 
concedido por Instituições Técnicas Avaliadoras credenciadas no Sistema 
Nacional de Avaliações Técnicas, o que é suficiente para validar o seu uso 
junto aos órgãos financiadores. Precisariam, desta forma, os principais produtores de painéis se unirem para 
analisar estas tipologias e a forma de concentrar as recomendações numa única norma. 
Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, vicepresidente de tecnologia e qualidade da Associação Brasileira de Engenharia e 
Consultoria Estrutural (Abece) 
 
Há uma norma que trate do uso de resíduos classe A reciclados como agregado do concreto? 
Os resíduos classe A são aplicados em concretos com maior segurança quando estes não têm função estrutural, 
como prevê a norma NBR 15116:04 - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil - Utilização 
em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural - Requisitos. Isto ocorre pelo fato de esses 
resíduos apresentarem uma porosidade maior que o agregado convencional, o que tende a diminuir a resistência 
do concreto. Além disso, os agregados de resíduos de construção e demolição classe A apresentam maior nível de 
absorção, especialmente se a quantidade de componentes cerâmicos e de argamassa de revestimento é maior. 
Com isso, ocorre maior demanda de água total para garantia da aplicabilidade do concreto. Pelo fato de os 
resíduos terem uma menor massa específica, há um falseamento do resultado do slump, pois o mesmo tem como 
princípio básico a ação única do efeito da gravidade. Dessa forma, há o risco de se colocar ainda mais água no 
material e reduzir ainda mais a sua resistência. Assim, há o risco de se aumentar demasiadamente o consumo de 
cimento dos concretos estruturais que utilizam estes resíduos.Nova norma estabelece requisitos de 
avaliação de profissionais que atuam no 
controle tecnológico do concreto 
 
NBR 15116:04 apresenta requisitos 
para uso de agregados reciclados de 
resíduos sólidos da construção civil 
em pavimentação e preparo de 
concreto sem função estrutural 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
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20 de agosto de 2012 
Antonio Domingues de Figueiredo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
10 
20 de agosto de 2012 
 
Concretos especiais 
 
Quais são os principais métodos de dosagem de concreto autoadensável? 
Em que aspectos se diferenciam? 
O que diferencia métodos de dosagem é a forma de se obter a mistura. Há os 
métodos experimentais, nos quais as quantidades dos componentes são 
determinadas com um procedimento prático e normalmente mais rápido e 
definitivo; os métodos baseados no estudo do empacotamento granular, 
quando se busca diminuir ao máximo os vazios entre os agregados, o que é 
eficiente, porém demanda um trabalho árduo prévio de estudo dos 
agregados; e métodos baseados em estudos reológicos de pasta, argamassa e 
concreto, que são mais acadêmicos e de difícil transposição para a cadeia da 
construção. Os principais métodos representantes do grupo dos 
experimentais são o Tutikian (2004) e o Ibracon (2011); no grupo do estudo 
do esqueleto granular, se encontra o de Gomes (2002) e o de Tutikian & Dal 
Molin (2007); e no grupo da reologia o de Repette - Melo (2005), entre os 
métodos brasileiros. 
Bernardo F. Tutikian, professor-coordenador do curso de Engenharia Civil Unisinos-
RS e presidente da Associação Brasileira de Patologia das Construções (Alconpat Brasil) 
 
Quais os cuidados necessários durante a produção e a aplicação do concreto pigmentado para garantir a 
uniformidade da coloração do acabamento da estrutura? 
Em tempo, os pigmentos não são considerados aditivos, pois a percentagem de aditivos que são adicionados ao 
concreto não deve superar 5% sobre a massa do material cimentício. No caso dos pigmentos, dependendo do tipo 
e da tonalidade que se quer alcançar, pode-se utilizar percentagens maiores que 5%. Com relação aos cuidados: 
os pigmentos devem ser bem homogeneizados na massa do concreto, utilizando a percentagem definida para 
obtenção da cor desejada. Se os elementos estruturais pigmentados ficarem expostos às intempéries climáticas 
(ambientes abertos), é conveniente aplicar produtos que garantam maior durabilidade. Pigmentos com qualidade 
superior sofrem menos influência dos raios ultravioleta. 
Rubens Curti, especialista em concreto da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) 
 
Como fazer a correta seleção de agregados para produção de concreto 
branco aparente? 
Além da granulometria e da natureza do agregado, por se tratar de um 
concreto branco, a cor do agregado também é um parâmetro importante de 
controle. Portanto, deve-se limitar e controlar o teor de argila e de quaisquer 
outros tipos de impurezas presentes no agregado. Além disso, deve ser feita a 
opção por agregados claros, de forma a tornar mais fácil o controle da 
aparência superficial do concreto. Para isso, recomenda-se a utilização de 
agregados provenientes de britagem de rochas calcárias. A cor do agregado 
graúdo não influencia tanto quanto a do miúdo na cor do concreto branco, 
uma vez que o agregado miúdo envolve o agregado graúdo e os finos 
preenchem os espaços entre os graúdos que definirão a tonalidade da 
mistura. No entanto, a tonalidade do agregado graúdo pode provocar 
sombreamentos na superfície do concreto, e é fundamental ter uma 
adequada espessura de camada superficial composta de argamassa para 
obter opacidade suficiente e evitar esse problema. Para isso, é necessário 
aumentar o teor de finos, além de ser importante a utilização de fíleres. 
Maurício M. Resende - Gerente do Laboratório de Construção Civil da L.A. Falcão Bauer 
 
 
Métodos de dosagem de concreto 
autoadensável podem ter caráter 
mais experimental ou mais teórico 
 
Concreto branco aparente exige 
controle rigoroso de agregados 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
11 
20 de agosto de 2012 
 
Reação álcali-agregado 
 
Quais os tipos de reação álcali-agregado que afetam as estruturas de concreto? 
Essa reação tem sido comumente dividida em três tipos: reação álcali-sílica, reação álcali-sílica-silicato e reação 
álcali-carbonato. A principal delas, e a que mais ocorre no Brasil, é a reação entre a sílica reativa contida nos 
agregados, a cal liberada pelo cimento, e os álcalis (sódio e potássio) da pasta de cimento. Os vários tipos de sílica 
presentes nos agregados reagem com os íons hidroxila. A água absorvida pelo gel pode ser parte da que não foi 
usada para a hidratação do cimento, água existente no local (reservatório, por exemplo), água de chuva e, até 
mesmo, água condensada da umidade do ar. Se o gel estiver confinado pela pasta de cimento, seu inchamento 
implica a introdução de tensões internas que, eventualmente, podem causar fissuras no concreto. A denominada 
reação álcali-sílica-silicato, atualmente englobada na chamada reação álcali-sílica, consiste na reação entre os 
álcalis disponíveis do cimento e/ou outras fontes e alguns tipos de silicatos eventualmente presentes em certas 
rochas sedimentares, rochas metamórficas e ígneas. É uma reação que está, basicamente, ligada à presença de 
quartzo tensionado, de sílica amorfa ou de minerais expansivos. O gel pode ser mais ou menos expansivo em 
função dos teores de álcalis e cal presentes. 
Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia 
 
Qual o risco de colapso de estruturas ocasionado por esse tipo de patologia? 
A reação álcali-agregado, isoladamente, não leva uma estrutura de concreto a um colapso repentino, pois é um 
fenômeno que se desenvolve ao longo de anos. Esse fato sempre tem permitido que sejam tomadas medidas 
corretivas antes que ocorra um acidente. Isso reforça a importância da realização de inspeções periódicas nas 
estruturas. 
Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia 
 
Quais as principais medidas preventivas? 
Há vários métodos para detecção prévia de agregados reativos, entre eles: análise petrográfica, método químico, 
método das barras de argamassa e métodos acelerados em barras de argamassa e em barras de concreto. Os 
métodos acelerados, juntamente com as análises petrográficas, são os mais empregados atualmente. A melhor 
maneira de evitar ou, no mínimo, reduzir a possibilidade de ocorrência da AAR é conhecer as características dos 
materiais componentes do concreto, por meio de estudos prévios, e adotar medidas que atenuem as condições 
favoráveis à sua ocorrência. O ideal seria não utilizar agregados reativos, porém nem sempre isto é possível. 
Portanto, do ponto de vista da prevenção do fenômeno em obras novas, existe no Brasil conhecimento, materiais, 
procedimentos e capacitação laboratorial instalada para analisar previamente os agregados e evitar o risco dessas 
reações deletérias em novos empreendimentos. 
Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia 
 
Como diagnosticar o problema? 
Um diagnóstico seguro do fenômeno exige uma cuidadosa inspeção visual, 
uma análise das ocorrências, a consulta a documentos de projeto, de 
construção e de controle, assim como a retirada de testemunhos de concreto 
para análises laboratoriais com auxílio de microscópios manuseados por 
geólogos experimentados. A única evidência inquestionável de que uma 
estrutura de concreto está afetada pela reação álcali-sílica é a presença do gel 
resultante da reação. Uma das características da reação é a existência de uma 
"borda de reação", constituída pelo gel em torno do agregado e que, na 
maioria das vezes, não é perfeitamente visível a olho nu. Dessa forma, a 
ocorrência da reação pode passar despercebida durante anos a fio até que,eventualmente, o aparecimento de fissuração leve a um estudo mais 
aprofundado e seu consequente reconhecimento. A reação álcali-agregado é 
um fenômeno complexo, que requer para seu correto diagnóstico o parecer 
de especialistas e ensaios em laboratórios que hoje no Brasil se restringem a 
poucos. A correta análise das implicações desse fenômeno químico no 
comportamento estrutural exige uma equipe interdisciplinar com projetistas 
estruturais, de fundações, tecnologistas de concreto e petrógrafos 
 
Diagnóstico seguro da reação álcali- 
agregado exige extração de 
testemunhos de concreto para 
análises laboratoriais com auxílio de 
microscópios 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
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20 de agosto de 2012 
especialistas em agregados para concreto. 
Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia 
 
Que tipos de procedimentos corretivos podem exigir estruturas afetadas pela reação álcali-agregado? 
Recuperar estruturas com reação álcali-agregado instalada requer um detalhado estudo de cada caso. A 
paralisação da reação é objeto de pesquisas ainda não conclusivas que estão sendo efetuadas em todo o mundo. 
Algumas medidas podem ser tomadas para conter as reações e podem ser tomadas em conjunto dependendo de 
cada situação: 
- Atenuar o processo reativo por meio da limitação de acesso da água e umidade; 
- Atenuar a velocidade das reações por meio de tratamentos químicos com injeção de sais de lítio. Essa medida 
ainda tem limitações práticas para aplicações em peças maciças com grande volume de concreto; 
- Restringir as deformações por meio de encapsulamento ou cintamento com concreto armado e aplicação de 
tensões com protensão; 
- Aliviar as tensões e liberar deformações pela abertura de juntas de expansão. 
Infelizmente, ainda não são conhecidas medidas corretivas definitivas, nem consagradas, nem milagrosas. Para 
qualquer solução de recuperação adotada, é fundamental haver um monitoramento adequado e 
acompanhamento do desempenho da estrutura afetada durante o restante de sua vida útil. 
Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia 
 
Revista téchne – Ed. 185 – Reportagens 
 
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Argamassas 
 
É possível incorporar resíduos reciclados a argamassas de revestimento? Quais os cuidados para que não haja 
prejuízo à aderência do sistema? 
Sim, é possível. Os cuidados são os mesmos de quando se utiliza uma argamassa de areia. Ocorre que, ao se 
utilizar resíduos, é comum haver uma granulometria mais fina potencializando a retração da argamassa. Assim, é 
preciso cuidado na incorporação desses finos. Deve haver uma dosagem cuidadosa. O mais comum é que se 
utilize parte do agregado reciclado e parte do agregado natural (areia). É possível, por análise granulométrica, 
limitar o teor de finos a ser incorporado. Há ainda outro problema em relação ao agregado reciclado, que é a sua 
heterogeneidade, pois depende da sua origem. Em função da origem, pode haver mais ou menos finos. Há 
diversos trabalhos feitos sobre o uso de agregado reciclado em argamassas. 
Mércia Maria Semensato Bottura de Barros, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
 
Quais os tipos de máquinas de projeção de argamassa? 
 
São basicamente dois os tipos mais usuais de máquinas projetoras. Uma em 
que a alimentação e aplicação são contínuas e outra em que a alimentação é 
por porções e, portanto, a aplicação é intermitente (canequinha). Para a 
projeção com a denominada "canequinha" (projeção por spray a ar 
comprimido), a argamassa tem praticamente a mesma composição e 
dosagem da argamassa aplicada manualmente. Para a projeção contínua, a 
composição não é usualmente a mesma, pois há mais restrição para a 
passagem da argamassa pelo bico projetor. É comum que as argamassas 
produzidas em canteiro tenham mais dificuldades de serem aplicadas por 
projetores contínuos que exigem uma granulometria de areia mais 
controlada. Neste caso, o uso de argamassas industrializadas contendo 
aditivos específicos é muito mais comum. São aditivos que permitem mais 
"plasticidade" à argamassa, o que confere um fluxo adequado pelo bico 
projetor. 
Mércia Maria Semensato Bottura de Barros, professora da Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo 
 
 
 
Máquinas projetoras podem ser 
alimentadas continuamente ou em 
porções

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