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BT254 - O conceito de tempo útil das pastas de gesso

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’HSDUWDPHQWR�GH�(QJHQKDULD�GH�&RQVWUXomR�&LYLO
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2�&21&(,72�’(�7(032�Ò7,/�’$6
3$67$6�’(�*(662
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Construção Civil
Boletim Técnico - Série BT/PCC
Diretor: Prof. Dr. Antônio Marcos de Aguirra Massola
Vice-Diretor: Prof. Dr. Vahan Agopyan
Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya Abiko
Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. João da Rocha Lima Junior
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alex Abiko
Prof. Dr. Francisco Cardoso
Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr.
Prof. Dr. Orestes Marraccini Gonçalves
Prof. Dr. Antônio Domingues de Figueiredo
Prof. Dr. Cheng Liang Yee
Coordenador Técnico
Prof. Dr. Alex Abiko
O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USP/Departamento de
Engenharia de Construção Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadores
desta Universidade.
Este texto faz parte da dissertação de mestrado, de título “Estudo da influência da cal
hidratada nas pastas de gesso” , que se encontra à disposição com os autores ou na
biblioteca da Engenharia Civil.
FICHA CATALOGRÁFICA
 Antunes, Rubiane Paz do Nascimento
 O conceito de tempo útil das pastas de gesso / R.P.N. Antunes,
 V.M. John. -- São Paulo : EPUSP, 2000.
 15 p. -- (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departa-
 mento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/254)
 1. Gesso 2. Pastas de gesso - Tempo útil I. John, Vanderley Moa-
 cyr II. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de
 Engenharia de Construção Civil III. Título IV. Série
 ISSN 0103-9830 CDU 691.55
 691.55
2�&21&(,72�’(�7(032�Ò7,/�’$6�3$67$6�’(�*(662
5(6802
O gesso de construção nacional é classificado de acordo com sua granulometria (fino ou
grosso), sua utilização (fundição ou revestimento) e seu tempo de pega (rápido ou lento)
(NBR 13207 (ABNT, 1994)). A determinação dos tempos de início e fim de pega é
realizado através da agulha de Vicat (NBR 12128 (ABNT, 1991)), em adaptação do ensaio
dos cimentos Portland, produto que é sempre aplicado antes do início da pega.
No entanto, este ensaio de tempo de pega é de pouca utilidade em se tratando da execução
de revestimentos em pastas de gesso de construção aplicado manualmente. Para que as
pastas de gesso sejam aplicadas no substrato, é necessário que elas estejam dentro de uma
faixa de consistência adequada, que é determinada empiricamente pelo gesseiro. Assim, se
faz necessária a utilização de um conceito mais amplo que o tempo de pega determinado
pela agulha de 9LFDW para classificar o gesso de construção.
O WHPSR�~WLO é o tempo disponível para a aplicação do revestimento em gesso, ou seja, o
intervalo de tempo em que a pasta se encontra dentro da faixa de consistência adequada
para a utilização (FRQVLVWrQFLD� ~WLO), não sendo exatamente o intervalo de tempo entre o
início e o fim de pega determinado por meio da agulha de Vicat. Este tempo é
determinante na produtividade do serviço de aplicação de pastas de gesso e certamente
influencia também nas perdas de material do processo.
$%675$&7
The plaster of national construction is classified in agreement with its grading (fine or
thick), its use (foundry or coating) and its setting time (fast or slow) (NBR 13207/94). The
determination of the times at the beginning and end of it setting it is accomplished through
the needle of Vicat (NBR 12128/91), in adaptation of the rehearsal of the cements
Portland, product that is always applied before the beginning of the setting time.
However, this rehearsal of setting time it is of little usefulness in if being manually about
the execution of coatings in pastes of applied construction plaster. So that the pastes of
plaster are applied in the bases, it is necessary that they be inside of a strip of appropriate
consistency. So, it’s necessary the use of a wider concept than the setting time determined
by the needle of Vicat to classify the construction plaster.
The XVHIXO�WLPH is the available time for the application of the coating in plaster, that is, the
interval of time in that the paste one finds inside of the strip of appropriate consistency for
the use (XVHIXO�FRQVLVWHQF\). Do not corresponding exactly to the interval of time between
the beginning and the end of the setting time determined by means of the needle of Vicat.
This time is decisive in the productivity of the service of manual plastering and certainly it
also influences in the losses of material in the process.
2
���,1752’8d›2
Antes de abordar diretamente os conceitos que serão expostos faz-se necessária uma breve
discussão de como se processa a hidratação das pastas de gesso.
Na hidratação do gesso ocorre a reação química entre o material anidro e a água,
regenerando o dihidrato (equação (1. 1)).
&D62
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2�����&$/25 ������
Le CHATELIER, em 1887, explicou o mecanismo de hidratação através da teoria da
cristalização, passando por três etapas (KARNI; KARNI, 1995):
h fenômeno TXtPLFR da dissolução - ao ser misturado com a água de amassamento, os
cristais do hemidrato (CaSO4 ��0,5H2O) se GLVVROYHP dando origem a uma solução
saturada de íons Ca2+ e SO42-;
‘ fenômeno ItVLFR da cristalização - quando a solução fica supersaturada, os cristais de
dihidrato (CaSO4.2H2O) SUHFLSLWDP em forma de agulhas;
o fenômeno PHFkQLFR do endurecimento - com o aumento da concentração dos cristais há
o endurecimento da pasta.
CLIFTON (1973), constatou que o mecanismo de hidratação do gesso é de GLVVROXomR�
SUHFLSLWDomR (teoria da cristalização), isto é dissolução do hemidrato e precipitação do
dihidrato. Em seu trabalho, o autor estudou as etapas da reação de hidratação do gesso e
analisou a influência de diversos aditivos controladores de pega na reação. Através da
análise térmica e da microscopia, o autor registrou as diferentes fases da reação de
hidratação. Ele explicou também o fenômeno da pega das pastas de gesso a partir das
curvas do calor de hidratação obtidas através da calorimetria adiabática (Figura 1. 1). As
etapas descritas por ele para o mecanismo são:
å Ocorre uma pequena hidratação seguida do período de indução. Esta etapa é finalizada
pelo início da pega que é o instante em que a taxa de elevação da temperatura ultrapassa
0,1oC/min (RIDGE, 1959);
 O que caracteriza esta etapa é a elevação rápida da temperatura, ou seja, a evolução
rápida da reação de hidratação;
Œ A reação atinge o ponto máximo de incremento de temperatura que, segundo o autor,
corresponde à conclusão da hidratação, isto é, ao final da pega1.
 
1
 THOLE (1994) menciona que o final da reação de hidratação pode ser determinado como sendo o último
ponto de inflexão da curva de tempo [ temperatura obtida através da calorimetria adiabática.
3
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)LJXUD������–�&XUYD�WtSLFD�GH�FDORU�GH�KLGUDWDomR�GH�SDVWDV�GH�JHVVR�
A SHJD também pode ser descrita segundo um fenômeno físico. O início da reação
corresponde à formação de núcleos de cristais de gipsita que crescem durante o período de
indução. Após esse período, os cristais de dihidrato começam a precipitar ocasionando um
aumento na consistência da pasta conhecido como LQtFLR�GD�SHJD. Com o aumento da taxa
da reação de hidratação a pasta vai adquirindo cada vez mais resistência mecânica até o seu
completo endurecimento, diz-se então que se deu o ILP�GD�SHJD.A UHODomR� D�J� é o parâmetro de maior influência na cinética da reação de hidratação e,
consequentemente, na pega do gesso. Quanto maior a quantidade de água de amassamento
maior o intervalo de tempo necessário para saturar a solução. Isto causa a ampliação do
período de indução retardando o início da precipitação dos cristais de dihidrato e, por
conseguinte, aumenta o tempo de pega. Assim, quanto maior a relação a/g menor a taxa da
reação e maior o tempo de pega (NOLHIER, 1986).
A WHPSHUDWXUD�GD�iJXD�GH�DPDVVDPHQWR influencia a solubilidade do gesso. Até 45oC a
solubilidade aumenta com o aumento da temperatura, acelerando a hidratação. Acima de
45oC o efeito é inverso (CLIFTON, 1973).
A PDWpULD�SULPD e as FRQGLo}HV� GH� SURGXomR do gesso influenciam seu tempo de pega.
Impurezas2 contidas na matéria-prima podem afetar o tempo de pega e gessos produzidos
sob diferentes processos apresentam reatividade diferente (SANTOS, 1998).
O incremento na HQHUJLD�GH�PLVWXUD acelera a hidratação das pastas de gesso por facilitar a
dispersão do pó na água de amassamento (MAGNAN, 1973; BLAINE, 1997) e possibilitar
a formação de mais núcleos de cristalização.
Durante o preparo das pastas, as LPSXUH]DV3 presentes aceleram a pega por atuarem como
núcleos de cristalização (CLIFTON, 1973; LEWRY; WILLIAMSON, 1994b; JOHN;
ANTUNES, 1999).
O WDPDQKR�GDV�SDUWtFXODV influencia a cinética da reação. A taxa de hidratação aumenta
com a diminuição do tamanho das partículas e conseqüente aumento da área específica do
material (RIDGE, 1961; MAGNAN, 1973; KARNI; KARNI, 1995).
 
2
 O gesso natural pode conter gipsita, calcita, dolomita, argilo-minerais, etc. O fosfogesso contém fósforo em
forma de íons HPO42- em sua composição (MURAT HW�DO�, 1979).
3
 As impurezas podem ser incorporadas DFLGHQWDOPHQWH através da água de amassamento e de resíduos de
outras misturas ou propositadamente como SDUWH�GD�PLVWXUD.
4
Os DGLWLYRV� FRQWURODGRUHV� GH� SHJD interferem na velocidade da reação de hidratação
(acelerando-a ou retardando-a) e, consequentemente, no tempo de pega. De maneira geral,
os aceleradores aumentam a solubilidade do hemidrato acelerando a hidratação. Os
retardadores divídem em dois grupos básicos, os que ampliam o período de indução
causando o deslocamento da curva de calor de hidratação e os que interferem na cinética
da formação da microestrutura do dihidrato (GERARD 1991; FISCHER; HENNING,
1994; HINCAPIÉ, 1997).
���7(032�’(�3(*$��(1’85(&,0(172�(�$3/,&$d›2�’$6�3$67$6�’(
*(662
O endurecimento, isto é, a SHJD das pastas de gesso pode ser explicada através da reação
de hidratação que se inicia no instante em que a água entra em contato com o pó. A
consistência da pasta começa a ser alterada no final do período de indução pela presença
maciça dos núcleos de cristalização e vai aumentando progressivamente com a formação
da microestrutura adquirindo cada vez mais resistência mecânica até o seu completo
endurecimento.
No Brasil, o método utilizado atualmente para medir o tempo de pega das pastas de gesso é
o proposto pela NBR 12128 (ABNT, 1991), por analogia ao ensaio empregado para
cimentos e, por este motivo, apresenta algumas limitações, uma vez que foi concebido para
um aglomerante que possui LQWHUYDOR�GH�XWLOL]DomR�GLIHUHQWH.
As pastas, argamassas e concretos de cimento são utilizados antes que sua pega se inicie,
ou seja, o tempo disponível para o seu preparo, transporte e aplicação é o tempo de início
de pega. Manuseá-los após este período implica em perda de resistência mecânica devido à
destruição da microestrutura em formação. Desta forma, a FRQVLVWrQFLD�� DGHTXDGD à
aplicação das pastas, argamassas e concretos é obtida através da dosagem dos materiais
secos e da variação da relação água/aglomerante.
Para as pastas de gesso aplicadas manualmente, este o princípio não pode ser adotado. Na
prática de obra atual, as relações água/gesso utilizadas são elevadas5 o que ocasiona a
produção de pastas extremamente fluídas de aplicação imediata impossível. Para que a sua
aplicação tenha início é necessário aguardar que as pastas de gesso atinjam a faixa de
consistência adequada, determinada empiricamente pelo gesseiro. A consistência da pasta
só começa a ser alterada no final do período de indução, ou seja, pouco antes do início da
pega por calorimetria (CLIFTON, 1973; MAGNAN, 1973), só após este instante é possível
o início de sua utilização.
Até o final do período de indução não há elevação de temperatura além da ocasionada pela
molhagem dos grão, e, consequentemente, ainda não há dihidrato formado. Assim, no
início da pega determinado pela calorimetria e pelo método proposto pela DIN 1168
(1975) a quantidade de dihidrato precipitado é aproximadamente igual a 0 % (CLIFTON,
1973; MAGNAN, 1973; LEWRY; WILLIAMSON, 1994a). Enquanto no início de pega
determinado pela agulha de Vicat, NBR 12128 (ABNT, 1991), aproximadamente 10 % de
dihidrato já está formado (STAV; BENTUR, 1995).
Isto levaria a conclusão de que o início da utilização da pasta de gesso teoricamente
 
4
 A consistência é uma forma de avaliar a trabalhabilidade das pastas e argamassas (CINCOTTO HW� DO�,
1995).
5
 Geralmente, as relações água/gesso empregadas em obra variam entre 60% e 86% da massa do gesso
(DIAS, 1994; HINCAPIÉ HW�DO�� 1996a; ANTUNES HW�DO�, 1999a).
5
começaria antes do início da pega determinado pela agulha de Vicat. Entretanto, como as
relações água/gesso utilizadas neste ensaio são inferiores às utilizadas em obra, o tempo de
início de pega acaba sendo inferior ao tempo necessário para que a pasta com relação
água/gesso de obra adquira a consistência adequada à utilização.
Para o fim da pega determinado pela agulha de Vicat (NBR 12128 (ABNT, 1991)) a
relação é a inversa, isto é, no instante em que ocorre o fim da pega a pasta já está
excessivamente rígida, não sendo mais possível a sua utilização.
Isso torna os tempos de início e fim de pega determinados pela NBR 12128 (ABNT, 1991)
de pouca utilidade para o construtor, unicamente aplicável para controle do processo de
fabricação do gesso. Assim, neste trabalho, esta sendo proposta a adoção de um conceito
relacionado diretamente com o período de tempo disponível para a aplicação das pastas de
gesso.
���2�&21&(,72�’(�)$,;$�’(�&216,67˙1&,$�Ò7,/
Como já foi mencionado, ao contrário do que acontece com as argamassas tradicionais6,
logo após a mistura é impossível, no processo manual, a utilização da pasta de gesso com
relações água/gesso de obra. É necessário que se observe um WHPSR�GH� HVSHUD até que a
pasta atinja a consistência adequada à aplicação (DIAS, 1994; HINCAPIÉ HW� DO�� 1996b;
ANTUNES HW�DO�, 1999b).
O WHPSR�GH�HVSHUD pode ser definido como o intervalo de tempo decorrido entre o contato
do pó com a água e o momento em que a pasta atinge a consistência adequada à aplicação.
Este intervalo engloba o tempo gasto com o polvilhamento. Experimentalmente, sua
determinação pode ser realizada por intermédio do ensaio de consistência como proposto
pela NBR 12128 (ABNT, 1991). Este método é suficientemente sensível apara medir a
variação causada à consistência da pasta por fatores como variação do teor de água e do
teor de adições (JOHN; ANTUNES, 1999).
Alternativamente, como o ganho de consistência ocorre no final do período de indução, sua
estimativa pode, em princípio, ser determinada pela calorimetria adiabática, onde, para as
relações água/gesso de obra, o tempo de espera corresponde ao período de indução.
No final do período de indução das pastas com relação água/gesso de obra, a consistência
começa a ser alterada pela presença maciça dos núcleos de cristalização e pela precipitação
dos primeiros cristais de dihidrato, resultantes da reação de hidratação. Esta mudança física
é acompanhada pelo início da elevação rápida da temperatura da pasta que a partir deste
instantepode começar a ser utilizada (CLIFTON, 1973; MAGNAN, 1973). Desta forma, a
consistência medida neste instante corresponde à FRQVLVWrQFLD�PtQLPD necessária para que
a pasta possa ser aplicada com as relações água/gesso de obra.
A utilização da pasta prossegue paralelamente ao desenvolvimento da microestrutura e se
encerra antes do final da pega pelo Vicat. Pois neste instante a estrutura cristalina já
apresenta coesão para impedir o deslocamento relativo entre os cristais (CLIFTON, 1973;
MAGNAN, 1973). Por isto a FRQVLVWrQFLD�Pi[LPD, ou seja, a consistência com a qual a
pasta ainda pode ser aplicada é atingida antes do final da pega.
Assim, a IDL[D� GH� FRQVLVWrQFLD� ~WLO é o intervalo de valores de consistência entre a
consistência mínima e máxima, ou seja, a faixa de consistência na qual a pasta de gesso
pode ser utilizada para uma revestir uma superfície.
 
6
 Argamassas de cimento e areia ou cimento, cal e areia.
6
���2�&21&(,72�’(�7(032�Ò7,/
FERREIRA (1986) define tempo útil�como: “SHUtRGR�UHVHUYDGR�DR�WUDEDOKR�SURGXWLYR”.
Transportando a definição para o revestimento em pasta de gesso : 7HPSR�ÒWLO�p�R�WHPSR
GLVSRQtYHO� SDUD� D� DSOLFDomR�GR� UHYHVWLPHQWR� HP� SDVWD� GH� JHVVR�� RX� VHMD�� R� LQWHUYDOR� GH
WHPSR�HP�TXH�D�SDVWD�VH�HQFRQWUD�GHQWUR�GD�IDL[D�GH�FRQVLVWrQFLD�~WLO�
Este intervalo de tempo é determinante na produtividade do serviço de revestimento
manual em gesso, uma vez que dita o tempo que o gesseiro dispõe para aplicar a pasta.
Ampliá-lo, implica em aumento de produtividade.
����’HWHUPLQDomR�GR�WHPSR�~WLO
Como o tempo útil é o intervalo de tempo em que a pasta permanece dentro da faixa de
consistência útil, seu valor é a diferença entre o intervalo de tempo necessário para que a
pasta adquira a FRQVLVWrQFLD�Pi[LPD de aplicação e o intervalo que corresponde ao tempo
de espera (equação 1.2):
�7HPSR�~WLO��PLQ�� �7F
PD[
�–�7H ������
RQGH�
Tcmax → intervalo de tempo entre o contato do pó com a água de amassamento e o
instante em que a pasta atinge a FRQVLVWrQFLD�Pi[LPD de utilização, em
minutos.
Te → é o tempo de espera, em minutos.
O tempo de espera corresponde ao tempo necessário para que a pasta adquira a
FRQVLVWrQFLD�PtQLPD. Desta forma, uma maneira direta e prática para determinar o tempo
útil é utilizar o aparelho de Vicat modificado (NBR 12128 (ABNT, 1991)) associado a um
cronômetro, obtendo-se a variação da consistência no tempo.
A figura 1.2 mostra que, após o período de indução, a variação da consistência (penetração
da sonda, em mm) no tempo é linear e pode ser expressa através da equação (1.2). A
relação entre a faixa de consistência útil e o tempo útil é representada pelas coordenadas
(consistência mínima (cmin); tempo de espera (Te)) e (consistência máxima (Cmáx.); tempo
de consistência máxima (Tcmáx)) que delimitam seus valores.
Quando a penetração da sonda corresponder à FRQVLVWrQFLD�PtQLPD� o valor do tempo (t)
corresponderá ao tempo de espera (Te). Se a penetração corresponder à FRQVLVWrQFLD
Pi[LPD� o valor do tempo (t) será igual ao tempo para consistência máxima (Tcmax). O
tempo útil varia de forma inversa a α, isto é,�quanto PDLRU o α� PHQRU o tempo útil e vice-
versa.
7
7HPSR��PLQ�
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WHPSR�~WLO
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FRQVLVWrQFLD�GD�1%5������
��3HQHWUDomR��PP�� ���αW���E ������
RQGH�
α → constante, corresponde à taxa de variação da consistência devido a formação
da estrutura cristalina, em mm/min;
t → é o tempo decorrido entre o contato do pó com a água e a leitura, em minutos;
b → constante, corresponde a penetração teórica para o tempo zero, em mm.
����7HPSR�~WLO�HVWLPDGR�SHOD�FDORULPHWULD
Para situar melhor o tempo útil dentro do procedimento tradicional de aplicação de pastas
de gesso, estão descritas na Tabela 1.1 as etapas que compõe a atividade, correlacionadas
às etapas da reação de hidratação apresentadas na Figura 1.3.
De acordo com as descrições das etapas da reação de hidratação sugeridas por CLIFTON
(1973) e MAGNAN (1973) e pelo exposto na Tabela 1.1 a pasta pode ser utilizada durante
a etapa em que ocorre a elevação da temperatura (toda a segunda etapa da curva
apresentada na Figura 1.3).
8
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7HPSR��PLQ�
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WHPSR�~WLO�HVWLPDGR
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SHUtRGR�GH
SHUtRGR�GH
�LQGXomR
�LQGXomR
)LJXUD�����–�(WDSDV�GD�UHDomR�GH�KLGUDWDomR�DWUDYpV�GD�FDORULPHWULD�DGLDEiWLFD�H
WHPSR�~WLO�HVWLPDGR
Esta etapa é delimitada pelos tempos de início e fim da pega. O início da pega é o instante
em que a taxa de elevação de temperatura ultrapassa 0,1 oC/min (RIDGE, 1959) isto
eqüivale, aproximadamente, ao início da formação da microestrutura. O fim da pega é o
instante em que a temperatura máxima é atingida (THOLE, 1994) e cerca de 90% da pasta
já está hidratada (STAV; BENTUR, 1995)
Desta forma, através da curva de calor de hidratação é possível obter-se o WHPSR� ~WLO
HVWLPDGR, para o intervalo de relações água/gesso utilizado em obra� O valor da estimativa
tende a ser um pouco menor que o do WHPSR� ~WLO obtido através da consistência, pois a
FRQVLVWrQFLD�PtQLPD, para relações água/gesso de obra, acontece pouco antes do início da
pega por calorimetria (Figura 1.4) (ANTUNES HW�DO�, 1999a).
WHPSR�~WLO
WHPSR�~WLO
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(WDSD 3URFHGLPHQWR
Polvilha-
mento
O pó é colocado na água de forma a preencher toda masseira por igual. A
quantidade de pó utilizada é a necessária para que toda, ou quase toda, água
da superfície seja absorvida pelo pó.
Espera I Segue-se um período de repouso que corresponde ao período de dissolução
do hemidrato.
Mistura Em seguida, parte da pasta é misturada ficando o restante em repouso na
masseira.
Espera II Mais uma vez um intervalo é observado até que a pasta possa ser utilizada.
Este intervalo eqüivale ao período de indução, primeira etapa da Figura 1.3
,QtFLR�GR
WHPSR�~WLO
(Aplicação I)
Quando a fração de pasta que foi misturada pelo gesseiro adquire a
FRQVLVWrQFLD�PtQLPD adequada para a aplicação, determinada empiricamente,
passa a ser utilizada. Neste instante tem início o WHPSR�~WLO�que acontece no
final do período de indução e pouco antes do início da pega determinado por
calorimetria (Figura 1.3).
Aplicação II Com o final da utilização da parte previamente misturada, o gesseiro segue
usando a segunda parte que estava em repouso e por isso teve a cinética da
reação de hidratação retardada em relação à primeira. Dificilmente é
necessário misturar a segunda parte, pois o tempo necessário para a completa
utilização da primeira é suficiente para que a segunda parte adquira a
FRQVLVWrQFLD�PtQLPD adequada à aplicação. Assim, o gesseiro passa a utilizar
a segunda parte sem que haja necessidade de interrupção da atividade.
Durante as etapas de Aplicação Ie II a pasta encontra-se na segunda etapa
reação exposta na Figura 1.3 que corresponde ao WHPSR�~WLO�HVWLPDGR.
)LP�GR
WHPSR�~WLO
Quando a pasta ultrapassa a FRQVLVWrQFLD�Pi[LPD adequada para revestir o
substrato ela ainda pode ser utilizada para dar o acabamento final no
revestimento. A adição de água à pasta altera sua consistência, possibilitando
seu retorno à IDL[D�GH�FRQVLVWrQFLD�~WLO. Neste momento a pasta se encontra
na terceira etapa, ou seja, final da reação de hidratação por dissolução-
precipitação, onde a maioria do dihidrato já está formado (etapa 3 da curva
exposta na Figura 1.3).
Final da
utilização
("morte")
Logo após esta fase, o gesso se hidrata quase completamente7 não se
prestando mais para o serviço. Esta fase é conhecida na prática como
�PRUWH· do gesso, pois mesmo que mais água seja adicionada à pasta para
prolongar sua utilização, não existe mais aderência entre essa última camada
e o revestimento já aplicado.
 
7
 A reação de hidratação continua por difusão e não mais por dissolução-precipitação, pois a massa sólida
formada pelo dihidrato restringe o acesso do íons ao hemidrato. A parcela não hidratada corresponde a
cerca de 10% do dihidrato total (STAV; BENTUR, 1995).
10
����3DUkPHWURV�TXH�LQIOXHQFLDP�R�WHPSR�~WLO
Qualquer parâmetro que altere a inclinação do trecho ascendente da curva de calor de
hidratação, ou seja, a taxa de formação da estrutura cristalina da gipsita exercerá influência
sobre o tempo útil. Isto pode ser observado através dos resultados apresentados por
HINCAPIÉ (1997), que avaliou como diversas espécies químicas interferem sobre a
hidratação de pastas de gesso, com relações água/gesso 0,7, através da curva de calor de
hidratação obtidas com o auxílio de um calorímetro pseudo-adiabático.
Dois efeitos básicos foram observados. O SULPHLUR é que alguns aditivos retardadores de
pega, como bórax (Figura 1.5) e ácido cítrico (Figura 1.6), em certos teores, ampliam o
período de indução deslocando a curva do calor de hidratação no tempo sem, contudo,
alterarem a inclinação do ramo da curva que se encontra na segunda etapa. Para as relações
água/gesso de obra tais aditivos não exercem influência sobre o tempo útil. Isto pode ser
verificado através da Tabela 1.2 e Tabela 1. 3 onde, apesar dos tempos de início e fim de
pega terem sido ampliados, o valor encontrado para o tempo útil estimado manteve-se
praticamente constante.
O VHJXQGR efeito, ilustrado pela Figura 1.7 (caseína) e Figura 1.8 (gelatina), é que alguns
aditivos retardadores além de ampliarem o período de indução e os tempo de início e fim
de pega, alteraram também a taxa de formação da estrutura cristalina da gipsita. Este efeito
teve influência direta sobre o tempo útil destas pastas. O valor de tempo útil obtido com
7% de caseína (Tabela 1.5) correspondeu a quase o dobro do valor encontrado para a pasta
pura. A gelatina (Tabela 1.6) não se mostrou tão eficiente quanto a caseína, apresentando
um tempo útil para um teor de 1,5 %, 4 % inferior ao da pasta pura. Todavia este dado não
chega a invalidar a conclusão.
0
5
10
15
20
0 20 40 60 80 100 120 140 160
7HPSR��PLQ�
∆7
�
�
R
&
�
0% 0,5 0,7% 1%0,8%
0
5
10
15
20
0 20 40 60 80
7HPSR��PLQ�
∆7
�
�
R
&
�
0%
0,004%
0,011%
0,016%
0,025%
)LJXUD�����–�&XUYD�GH�FDORU�GH�KLGUDWDomR
GH�SDVWDV�GH�JHVVR�FRP�UHODomR�D�J�����HP
SUHVHQoD�GH�EyUD[��+,1&$3,e�������
)LJXUD����–�&XUYD�GH�FDORU�GH�KLGUDWDomR
GH�SDVWDV�GH�JHVVR�FRP�UHODomR�D�J�����HP
SUHVHQoD�GH�iFLGR�FtWULFR��+,1&$3,e�
�����
11
7DEHOD�����–�,QIOXrQFLD�GR�WHRU�GH�EyUD[�QRV�WHPSRV�GH�LQtFLR�H�ILP�GH�SHJD�SRU
FDORULPHWULD�H�QR�WHPSR�~WLO�HVWLPDGR
7HRU�GH�EyUD[����7HPSR
�PLQ�
� ��� ��� ��� �
Início de pega 3 16 37 62 131
Fim de pega 30 41 64 91 154
Útil estimado 27 25 27 29 23
 * Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
7DEHOD�����–�,QIOXrQFLD�GR�WHRU�GH�iFLGR�FtWULFR�QRV�WHPSRV�GH�LQtFLR�H�ILP�GH�SHJD�SRU
FDORULPHWULD�H�QR�WHPSR�~WLO�HVWLPDGR
7HRU�GH�iFLGR�FtWULFR����7HPSR
�PLQ�
� ����� ����� ����� �����
Início de pega 3 7 13 31 46
Fim de pega 30 37 45 59 75
Útil estimado 27 30 32 28 29
 Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
0
5
10
15
20
0 20 40 60 80 100 120
7HPSR��PLQ�
∆7
�
�
R
&
�
0%
5%
6%
7%
8%
0
5
10
15
20
0 20 40 60 80 100 120
7HPSR��PLQ�
∆7
�
�
R
&
�
0%
0,8%
1,6%
1%
1,5%
)LJXUD�����–�&XUYD�GH�FDORU�GH�KLGUDWDomR
GH�SDVWDV�GH�JHVVR�FRP�UHODomR�D�J�HP
SUHVHQoD�GH�FDVHtQD��+,1&$3,e�������
)LJXUD�����–�&XUYD�GH�FDORU�GH�KLGUDWDomR
GH�SDVWDV�GH�JHVVR�FRP�UHODomR�D�J�����HP
SUHVHQoD�GH�JHODWLQD��+,1&$3,e�������
12
7DEHOD�����–�,QIOXrQFLD�GR�WHRU�GH�FDVHtQD�QRV�WHPSRV�GH�LQtFLR�H�ILP�GH�SHJD�SRU
FDORULPHWULD�H�QR�WHPSR�~WLO�HVWLPDGR
7HRU�GH�FDVHtQD����7HPSR
�PLQ�
� � � � �
Início de pega 3 16 23 31 47
Fim de pega 30 52 62 84 95
Útil estimado 27 36 39 53 48
Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
7DEHOD�����–�,QIOXrQFLD�GR�WHRU�GH�JHODWLQD�QRV�WHPSRV�GH�LQtFLR�H�ILP�GH�SHJD�SRU
FDORULPHWULD�H�QR�WHPSR�~WLO�HVWLPDGR
7HRU�GH�JHODWLQD����7HPSR
�PLQ�
� ��� � ��� ���
Início de pega 3 14 21 59 110
Fim de pega 30 44 59 85 >120
Útil estimado 27 30 38 26 --
 * Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
Outra forma de alterar a inclinação da curva é através do procedimento corrente entre os
gesseiros de PLVWXUDU�DSHQDV�XPD�SDUWH�GD�PDVVHLUD, como foi exposto na Tabela 1.1. Tal
procedimento faz com que ocorra um retardamento na cinética da reação de hidratação da
porção que permaneceu em repouso em relação a que foi misturada (HINCAPIÉ HW� DO�,
1996b; ANTUNES HW� DO�, 1999a). Se a pasta for considerada como um todo, a taxa de
formação da estrutura da gipsita do conjunto será alterada, exercendo, assim, influência
sobre o tempo útil. De acordo com as regressões lineares apresentadas na Figura 1.9 para
cada uma das porções da pasta misturadas, o tempo de fim de utilização da primeira porção
seria aproximadamente 45 min enquanto o da segunda porção foi 57 min, ou seja, houve
uma ampliação em cerca de 26 % no tempo útil total da pasta.
\� �������[���������
5
�
� �������
\� �������[���������
5
�
� �������
0
5
10
15
20
25
30
35
40
20 25 30 35 40 45 50 55 60
7HPSR��PLQ�
3
H
Q
H
W
U
D
o
m
R
�
�
P
P
�
Aplicação I (início do tempo útil)
Aplicação II
)LJXUD�����–�,QIOXrQFLD�GR�SURFHGLPHQWR�GH�PLVWXUD�QR�WHPSR�~WLO�GDV�SDVWDV�GH�JHVVR
�$1781(6�HW�DO�������D�
13
Através da intervenção no WHPSR� GH� HVSHUD também é possível alterar o tempo útil das
pastas de gesso. Pela equação (1.2), mantendo-se o tempo de consistência máxima (Tcmáx)
constante, quanto PHQRU o tempo de espera PDLRU será o tempo útil. Assim, a utilização de
espessantes, inertes ou relações água/gesso inferiores às utilizadas em obra podem fazer
com que a pasta adquira a consistência mínima antes do final do período de indução
reduzindo o tempo de espera. Entretanto, o efeito desses materiais e das baixas relações
água/gesso sobre o tempo de pega deve ser levado em consideração. Alguns espessantes ou
inertes podem atuar como núcleos de cristalização, acelerando a pega e ocasionando
redução do tempo útil e, como já foi discutido, a taxa de formação da microestrutura é
inversamente proporcional à relação água/gesso. De forma análoga, os parâmetros que
exercem influência sobre a consistência máxima da pasta também podem alterar o tempo
útil.
FOUCAULT (1970) menciona a utilização de retardadores de pega associados a
espessantes, por exemplo o metilcelusose, para ampliar o tempo de pega e alterar,
simultaneamente, a consistênciada pasta. Isto faz com que a pasta adquira prematuramente
a consistência mínima adequada, que só seria atingida durante a formação da
microestrutura, acompanhado de um retardamento na cinética da reação de hidratação, o
que aumenta o tempo para a consistência máxima (Tcmax), ampliando o tempo útil.
Assim, a soma dos efeitos das duas formas de intervenção, PHQRU tempo de espera e PDLRU
tempo para a consistência máxima, pode proporcionar a maior ampliação possível do
tempo útil, como ilustra a Figura 1.10 , onde α1< α.
α
7HPSR��PLQ�
3
H
Q
H
W
U
D
o
m
R
�
�
P
P
�
F
PtQ
F
PD[
7H 7F
PD[
I
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D
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G
H
I
D
L
[
D
�
G
H
F
R
Q
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L
V
W
r
Q
F
L
D
F
R
Q
V
L
V
W
r
Q
F
L
D
~
W
L
O
~
W
L
O
WHPSR�~WLO
WHPSR�~WLO
α1
)LJXUD������–�$PSOLDomR�Pi[LPD�GR�WHPSR�~WLO�FDXVDGD�SHOD�VRPD�GDV�LQWHUYHQo}HV
QR�WHPSR�GH�HVSHUD�H�QR�WHPSR�GH�FRQVLVWrQFLD�Pi[LPD
���&216,’(5$dfi(6�),1$,6
O WHPSR�~WLO pelo fabricante proposto neste trabalho é de fácil determinação, sendo mais
adequado ao processo de aplicação do revestimento do que os tempos de início e fim de
pega propostos pela NBR 12128 (ABNT, 1991) e supre a deficiência da classificação
estabelecida na NBR 13207 (ABNT, 1994).
A indicação do WHPSR�~WLO permitiria ao usuário selecionar gessos que apresentem maior
tempo disponível para a utilização, bem como a faixa de relações água/gesso que deve ser
empregada. Estas informações fornecem subsídios para um melhor planejamento do
14
serviço de aplicação manual de revestimento em gesso, possibilitando com isso ganho na
produtividade e possivelmente redução de perdas de material.
A utilização de aditivos retardadores de pega não amplia necessariamente o tempo útil.
Aditivos que retardam a pega através da ampliação do período de indução não exercem
influência sobre o tempo útil das pastas com relações água/gesso utilizadas em obra. Os
aditivos que alteram a taxa de formação da estrutura exercem influência sobre o tempo útil,
mas apesar de ampliarem consideravelmente os tempos de início e fim de pega não
ampliam na mesma ordem de grandeza o tempo útil.
Espessantes, inertes e relações água/gesso inferiores às de obra podem diminuir o tempo de
espera, mas em alguns casos também aceleram a reação de hidratação, o que pode levar a
diminuição do tempo útil. Assim, a utilização simultânea de UHWDUGDGRU e HVSHVVDQWH ou
EDL[DV�UHODo}HV�iJXD�JHVVR são as formas mais eficientes para a ampliação do tempo útil.
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Convencional em Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários. HELCIO MASINI, ORESTES
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BT/PCC/245 Programações por Recursos: O Desenvolvimento de um Método de Nivelamento e Alocaçãocom Números Nebulosos para o Setor da Construção Civil. SÉRGIO ALFREDO ROSA DA
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BT/PCC/246 Tecnologia e Projeto de Revestimentos Cerâmicos de Fachadas de Edifícios. JONAS
SILVESTRE MEDEIROS, FERNANDO HENRIQUE SABBATINI. 28p.
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HELENA DE OLIVEIRA, ORESTES MARRACCINI GONÇALVES. 14p.
BT/PCC/248 Vedação Vertical Interna de Chapas de Gesso Acartonado: Método Construtivo. ELIANA
KIMIE TANIGUTI, MERCIA MARIA BOTTURA DE BARROS. 26p.
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de Interesse Social. LUIZ REYNALDO DE AZEVEDO CARDOSO, ALEX KENYA
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ANDRADE, UBIRACI ESPINELLI LEMES DE SOUZA. 23p.
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CYNTHIA DO CARMO ARANHA FREIRE, RACINE TADEU ARAÚJO PRADO. 14p.
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Edifícios. ERCIO THOMAZ, , PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE. 31 p.
BT/PCC/253 Avaliação de Áreas Urbanas através dos Usuários: O Caso do Centro de Guaratiguetá.
MAURICIO MONTEIRO VIEIRA, WITOLD ZMITROWICZ. 20p.
BT/PCC/254 O Conceito de Tempo Útil das Pastas de Gesso. RUBIANE PAZ DO NASCIMENTO
ANTUNES, VANDERLEY MOACYR JOHN.15p.
(VFROD�3ROLWpFQLFD�GD�863���'HSWž�GH�(QJHQKDULD�GH�&RQVWUXomR�&LYLO
(GLItFLR�GH�(QJHQKDULD�&LYLO���$Y��3URI��$OPHLGD�3UDGR��7UDYHVVD��
&LGDGH�8QLYHUVLWiULD���&(3�������������6mR�3DXOR���63���%UDVLO
)D[����������������)RQH������������������(�PDLO��VHFUHWDULD#SFF�XVS�EU

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