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GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO
URBANO E MEIO AMBIENTE - SDM
CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS - CERH
LEGISLAÇÃO SOBRE RECURSOS 
HÍDRICOS
Florianópolis, Março/1998
�
�
GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Paulo Afonso Evangelista Vieira
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA
José Augusto Hulse
SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE-SDM
Neri Francisco Garcia
SECRETÁRIO ADJUNTO, em exercício
Márcio Luiz Pereira
DIRETOR DE RECURSOS NATURAIS E GESTÃO AMBIENTAL 
Emerilson Gil Emerim
GERENTE DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
Ciro Loureiro Rocha
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL 
REITOR
Silvestre Heerdt
VICE-REITOR
Gerson Joner Da Silveira
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO
SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE-SDM
 Engº. Ciro Loureiro Rocha – Gerente da Gehid/Dima/SDM
Geóg. Rui Batista Antunes – Assistente Técnico da Gehid/Dima/SDM
Engº. Guilherme Xavier de Miranda Junior - Consultor Técnico
Quím. Marisa Bender - Consultora Técnica
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL
Engo Ismael Pedro Bortoluzzi, MSc 
Engo Ronaldo Gomes Silveira, MSc 
..................................................................
..................................................................
SUMÁRIO
5��APRESENTAÇÃO	
SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE RECURSOS HÍDRICOS	6��
Decreto Presidencial Nº 24.643, de 10.de julho de 1934 (Código de Águas)	6��
Resolução do CONAMA Nº 20, de 18.de junho de 1986	6��
Constituição Federal 1988:	6��
Identificação: Art. 20; inciso III	6��
Identificação: Art. 26; inciso I	6��
Identificação: Art. 20; Parágrafo 1º	6��
Identificação: Art. 21; inciso XII; letras "b" e "f"	6��
Identificação: Art. 21; inciso XVIII	7��
Identificação: Art.21; inciso XIX	7��
Identificação: Art. 22; inciso IV e X	7��
Identificação: Art. 22; Parágrafo único	7��
Identificação: Art. 23; inciso VI e XI	7��
Lei Nº 7.990, de 28.de dezembro de 1989	7��
Lei Nº 8.001, de 13.de março de 1990	7��
Decreto Presidencial Nº 1, de 11.de janieiro de 1991	8��
Lei Nº 4.904, de 17.de dezembro de 1995	8��
Lei Nº 9.427, de 26.de dezembro de 1996	8��
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS	9��
Lei Nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997	9��
LEGISLAÇÃO ESTADUAL SOBRE RECURSOS HÍDRICOS	24��
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Título III - Da Organização Político-Administrativo do Estado-Capítulo II - Da Competência do Estado - Art.8º, Capítulo III-Art.12 - Título VIII - Da Ordem 
Econômica e Financeira - Capítulo III - Do Desenvolvimento Rural - Art. 144, § 2º	24��
Portaria Nº 0024/79, de 19 de setembro de 1979	25��
Decreto Nº 14.250, de 05 de junho de 1981	29��
Lei Nº 6.739 - de 16 de dezembro de 1985	35��
Lei Nº 9.022 - de 6 de maio de 1993	38
Lei Nº 9.748 - de 30 de novembro de 1994	43
 Lei Nº 10.644, de 07 de janeiro de 1998 56
RESOLUÇÕES DO CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS -	57
Resolução Nº 002, de 23 de junho de 1997	57
Resolução Nº 003, de 23 de junho de 1997	58
DECRETOS DE CRIAÇÃO DE COMITÊS DE GERENCIAMENTO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS	63
Decreto Nº 3.943, de 22 de setembro de 1993	63
Decreto Nº 2.109, de 05 de agosto de 1997	63
Decreto Nº 2.285, de 14 de outubro de 1997	63
Decreto Nº 2.444, de 01 de dezembro de 1997	63
DECRETO QUE REGULAMENTA O FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS - FEHIDRO	64
Decreto Nº 2.648, de 16 de fevereiro de 1998	64
ANEXOS	71
ESTRUTURA POLÍTICO-LEGAL E INSTITUCIONAL	72
MAPA DAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS	73
REGIÕES HIDROGRÁFICAS - CRITÉRIOS	74
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APRESENTAÇÃO
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente-SDM, na qualidade de órgão responsável pelas questões que envolvem os recursos hídricos do Estado, vem através deste documento, permitir um melhor acesso ao conhecimento do arcabouço jurídico e legal existente, que permitirá a implementação dos modernos conceitos de gestão integrada de recursos hídricos. 
Atualmente, podemos contar com uma moderna Política Federal, incorporando princípios, normas e padrões de gestão da água de forma descentralizada e participativa. A nível de Estado, contamos com a Legislação Estadual de Recursos Hídricos, o Sistema Estadual de Gerenciamento, cujo órgão de orientação superior é o Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Este ordenamento jurídico da água, representa um avanço considerável pois além de promover a regularização das relações entre os diversos usuários da água, também, e sobretudo, permitirá que a satisfação das necessidades destes usuários não resultem em prejuízo da conservação do mesmo.
O presente documento, se constitui em mais um passo para a melhoria das condições dos recursos hídricos catarinenses, colocando à disposição dos órgãos estaduais e municipais intervenientes, ferramentas e recursos eficazes para que possam, efetivamente, cumprir o seu papel. E, concomitante, tornar acessível a todo o cidadão e a toda e qualquer instituição, entidades governamentais e não-governamentais, informações que, inegavelmente, contribuirão para o fortalecimento da consciência de que a água é um recurso natural limitado, indispensável para a vida e para o exercício da imensa maioria das atividades econômicas.
No intento de apresentar de forma sistemática as mais importantes disposições legais sobre a matéria em questão, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente-SDM e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos-CERH, em parceria com a Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL, esperam contribuir para assegurar uma utilização racional e uma proteção adequada para os recursos hídricos, na ótica da sustentabilidade ambiental, obtendo assim, avanços no processo de gestão das águas. 
NERI FRANCISCO GARCIA
Secretário de Estado da SDM
Presidente do CERH
�
SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE RECURSOS HÍDRICOS
Legislação: Decreto Presidencial (Código de Águas)
Identificação: Nº 24.643
Data: 10.7.34
Resumo: Define águas públicas, comuns e particulares, trata do princípio de outorga, modalidades de concessão e garantia do acesso às águas, buscando atender às necessidades de vida.
Legislação: Resolução do CONAMA
Identificação: Nº 20
Data: 18.6.86
Resumo: Classificar as águas doces, salobras e salinas do território nacional. 
Legislação: Constituição Federal
Identificação: Art. 20; inciso III
Data: 1988
Resumo: Define como sendo bens da União lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um estado, sirvam de limite com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais.
Identificação: Art. 26; inciso I
Data: 1988
Resumo: Inclui entre os bens dos estados as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União.
Identificação: Art. 20; Parágrafo 1º
Data: 1988
Resumo: Assegura aos estados e municípios a participação no resultado ou compensação financeira relativa à exploração dos recursos hídricos em seu território.
Identificação: Art. 21; inciso XII; letras "b" e "f"
Data: 1988
Resumo: Define que compete à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços e as instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; b) os portos marítimos, fluviais e lacustres.
Identificação: Art. 21; inciso XVIII
Data: 1988
Resumo: Estabelece como sendo de competência da União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,especialmente as secas e as inundações.
Identificação: Art.21; inciso XIX
Data: 1988
Resumo: Diz que compete à União instituir sistema nacional de gerenciamento
de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso.
Identificação: Art. 22; inciso IV e X
Data: 1988
Resumo: Define como competência privativa da União legislar sobre "águas,
energia (... ) e sobre o regime dos portos, navegação lacustre, fluvial e marítima (... )".
Identificação: Art. 22; Parágrafo único
Data: 1988
Resumo: Estabelece que "Lei complementar poderá autorizar os estados a
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo".
Identificação: Art. 23; inciso VI e XI
Data: 1988
Resumo: Estabelece como sendo competência comum da União, dos estados e dos municípios, proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas, bem como registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos.
Legislação: Lei
Identificação: Nº 7.990
Data: 28.12.89
Resumo: Institui, para os estados e municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica.
Legislação: Lei
Identificação: Nº 8.001
Data: 13.3.90
Resumo: Define os percentuais da distribuição da compensação financeira de que trata a Lei 7.990, de 28.12.1989. 
Legislação: Decreto Presidencial
Identificação: Nº 1
Data: 11.1.91
Resumo: Regulamenta o pagamento da compensação financeira instituída pela Lei Nº 7.990. 
Legislação: Lei
Identificação: Nº 4.904
Data: 17.12.95
Resumo: Cria o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica - Cnaee -
Departamento Nacional de Águas e Energia - Dnaee. 
Legislação: Lei
Identificação: Nº 9.427
Data: 26.12.96
Resumo: Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel -, que,, entre outras atribuições, deverá promover a articulação com os estados para o aproveitamento energético dos cursos de água e a compatibilização com a política nacional de recursos hídricos. 
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POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997
Instituí a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o ínciso XIX do art. 21 da Constituição Federal e altera o art. I' da Lei n' 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei n' 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
O PRESIDENTE DA PEPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DA POLíTlCA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseiase nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
 II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
Ill - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário. com vistas ao desenvolvimento sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem díssociação dos aspectos de quantidade e qualidade;
11 - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, biótícas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;
III a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.
Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum.
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - os Planos de Recursos Hídricos;
II- o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água;
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - a compensação a municípios;
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídrícos.
SEÇÃO I
DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.
Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo:
I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo;
III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;
IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;
V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas;
VI - (VETADO)
VII - (VETADO)
VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.
Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País.
SEÇÃO 11
DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA
Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água, visa a:
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas;
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
Art. 10 As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.
SEÇÃO III
DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS
HÍDRICOS
Art. 11 O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
Art. 12 Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos:
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processoprodutivo;
II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água.
§1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial específica.
Art. 13 Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso.
Parágrafo único - A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes.
Art.14 A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
§1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.
§ 2º (VETADO).
Art. 15 A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.
Art. 16 Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável.
Art. 17 (VETADO).
Art.18 A outorga não implica a alienação parcial das águas que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.
SEÇÃO IV
DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS
Art.19 A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:
I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
Ill - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.
Art. 20 Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei.
Parágrafo único - (VETADO)
Art. 21 Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser observados, dentre outros:
I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação;
II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.
Art. 22 Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos;
II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento do total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO).
Art. 23 (VETADO).
SEÇÃO V
DA COMPENSAÇÃO A MUNlCÍPlOS
Art. 24 (VETADO).
SEÇÃO VI
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS
HÍDRICOS
Art. 25 - O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
Parágrafo único - Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos serão incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.
Art. 26 São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos:
I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
II - coordenação unificada do sistema;
III - acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.
Art. 27 São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos:
I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil;
II - atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo o território nacional;
III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.
CAPÍTULO V
DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO
MÚLTIPLO, DE INTERESSE
COMUM OU COLETIVO
Art. 28 (VETADO).
CAPÍTULO VI
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO
Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, compete ao Poder Executivo Federal:
I - tomar as providências necessárias à implementação e ao funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
II - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e regulamentar e fiscalizar os usos, na sua esfera de competência;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito nacional;
IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
Parágrafo único - O Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a autoridade responsável pela efetivação de outorgas de direito de uso dos recursos hídricos sob domínio da União.
Art. 30 Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, cabe aos Poderes Executivos Estaduais e do Distrito Federal na sua esfera de competência:
I - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e regulamentar e fiscalizar os seus usos;
II - realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do Distrito Federal;
IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
Art. 31 Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos.
TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE
RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO
Art. 32 Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes objetivos:
I - coordenar a gestão integrada das águas;
II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
III- implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
Art. 33 Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
I - o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; 
II - os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
III - os Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV - os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais e municipais, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;
V - as Agências de Água.
CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 34 O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por:
I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;
II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
III - representantes dos usuários dos recursos hídricos;
IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos.
Parágrafo único - O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Art. 35 Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional, regional, estaduais e dos setores usuários;
II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados;
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos;
VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a elaboração de seus regimentos;
Vlll - (VETADO)
IX - acompanhar a execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso.
Art. 36 O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por:
I - um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
II - um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia a Legal responsável pela gestão dos recursos hídricos.
		
CAPÍTULO III
DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA
Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:
I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;
II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse tributário; ou
III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Parágrafo único - A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União será efetivada por ato do Presidente da República.
Art. 38 Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes;
II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos;
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes;
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados;
Vll - (VETADO);
Vlll - (VETADO);
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
Parágrafo único - Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de competência.
Art. 39 Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:
I - da União;
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas de atuação;
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
IV - dos usuários das águas de sua área de atuação;
V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.
§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os critérios para sua indicação, serão estabelecidos rios regimentos dos comitês, limitada a representação dos poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros.
§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério das Relações Exteriores.
§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos representantes:
I - da Fundação Nacional do índio - FUNAI, como parte da representação da União;
II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita a bacias de rios sob domínio estadual dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos.
Art. 40 Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presidente e um Secretário, eleitos dentre seus membros.
CAPÍTULO IV
DAS AGÊNCIAS DE ÁGUA
Art. 41 As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 42 As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
Parágrafo único - A criação das Agências de Água será autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos:
I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;
II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação.
Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação:
I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação;
II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;
III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos gerados pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira responsável pela administração desses recursos;
V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos em sua área de atuação;
VI - gerir o Sistema de Informações sobre RecursosHídricos em sua área de atuação;
Vll - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas competências;
Vlll - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;
IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação;
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica;
XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica:
a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com o
	domínio	destes;
	b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos;
	c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
 
	d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
CAPÍTULO V
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO
NACIONAL DE RECURSOS
HÍDRICOS
Art. 45 A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será exercida pelo órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal responsável pela gestão dos recursos hídricos.
Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
I - prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
II - coordenar a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e encaminhá-lo à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
Ill - instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV - coordenar o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos;
V - elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária anual e submetê-los à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
CAPÍTULO VI
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 47 São consideradas, para efeitos desta Lei, organizações civis de recursos hídricos:
I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;
II - associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos;
Ill - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos;
IV - organizações não-governamentais com objetivos de defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade;
V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos.
Art. 48 Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organizações civis de recursos hídricos devem ser legalmente constituídas.
TÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 49 Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos:
I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso;
lI - iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou a utilização de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique alterações no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização dos órgãos ou entidades competentes,
III - (VETADO);
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em desacordo com as condições estabelecidas na outorga;
V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida autorização;
VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos;
Vll - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos regulamentos administrativos, compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes;
Vlll - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas funções.
Art. 50 Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referentes à execução de obras e serviços hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos de domínio ou administração da União, ou pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração:
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;
II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$ 1OO,OO (cem leais) a RS 1O.OOO,OO (dez mil reais);
III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos hídricos;
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens, nos termos dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de extração de água subterrânea.
§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em abstrato.
§ 2º No caso dos incisos 111 e IV, independentemente da pena de muita, serão cobradas do infrator as despesas em que incorrer a Administração para tomar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos a que der causa.
§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à autoridade administrativa competente, nos termos do regulamento.
§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.
TÍTULO IV
DAS DISPOSlÇÕES GERAIS E TRANSlTÓRlAS
Art. 51 Os consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas mencionados no art. 47 poderão receber delegação do Conselho Nacional ou dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, por prazo determinado, para o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto esses organismos não estiverem constituídos.
Art. 52 Enquanto não estiver aprovado e regulamentado o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a utilização dos potenciais hidráulicos para fins de geração de energia elétrica continuará subordinada à disciplina da legislação setorial específica.
Art. 53 O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a partir da publicação desta Lei, encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei dispondo sobre a criação das Agências de Água.
Art. 54 O art. 10 da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º..........................................................................................................
III - quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, do Ministério de Minas e Energia;
V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
...................................................................................................................
§ 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal será empregada na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e na gestão da rede hidrometeorológica nacional.
§ 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na operação e expansão de sua rede hídrometeorológica, no estudo dos recursos hídricos e em serviços relacionadosao aproveitamento da energia hidráulica."
Parágrafo único - Os novos percentuais definidos no caput deste artigo entrarão em vigor no prazo de cento e oitenta dias contados a partir da data de publicação desta Lei.
Art. 55 O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias, contados da data de sua publicação.
Art. 56 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 8 de janeiro de 1997, 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Gustavo Krause
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LEGISLAÇÃO ESTADUAL SOBRE RECURSOS HÍDRICOS
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
TÍTULO III
Da Organização Político-Administrativo do Estado
CAPÍTULO II
Da Competência do Estado
Art. 8º - Ao Estado cabe exercer, em seu território, todas as competências que não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal, especialmente:
VIII - explorar, diretamente ou mediante concessão ou permissão:
a) ...
- os recursos hídricos de seu domínio.
CAPÍTULO III
Dos Bens
Art. 12 - São bens do Estado:
II - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União.
TÍTULO VIII
Da Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO III
Do Desenvolvimento Rural
Art. 144 - A política de desenvolvimento rural será planejada, executada e avaliada na forma da lei, observada a legislação federal, com a participação efetiva das classes produtoras, trabalhadores rurais, técnicos e profissionais da área e dos setores de comercialização, armazenamento e transportes, levando em conta, especialmente:
§ 2º - A preservação e a recuperação ambientais no meio rural atenderão ao seguinte:
II - as bacias hidrográficas constituem unidades básicas de planejamento do uso, conservação e recuperação dos recursos hídricos.
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PORTARIA Nº 0024/79
O Secretário Chefe do Planejamento e Coordenação, usando da competência prevista no art. 35. II, “C”, da Lei nº 5.089, de 30 de abril de 1975, com a redação dada pela Lei nº 5.516, de 28 de fevereiro de 1979, tendo em vista o que consta do art. 37, III, “b”, da mesma Lei, e considerando o disposto no item IV, letra "d", da Portaria GM nº 0013, de 15 de janeiro de 1976, do Ministro de Estado do Interior.
R E S O L V E:
I - Enquadrar os cursos d'água do Estado de Santa Catarina, a seguir especificados, na classificação estabelecida pela Portaria GM n° 0013, de 15/01/76, do Ministério do Interior:
Classe 1:
- Rio Massiambu, das nascentes até a foz, na Baía Sul, e seus afluentes;
- Rio da Cachoeira e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio do Mata Fome e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
 
- Rio da Madre, formador do Rio Embaú, e seus afluentes;
- Rio D'Una, das nascentes até a foz, na Lagoa Mirim, e seus afluentes;
- Rio do Ponche e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio Capivari e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio Kuntz, das nascentes até o futuro local da captação para abastecimento da cidade de Siderópolis;
 - Rio Vargem do Braço, contribuinte da margem direita do Rio Cubatão, e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio das Águas Claras, contribuinte da margem direita do rio Cubatão, e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio do Salto, formador do Rio Cubatão, e seus afluentes dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio das Antas, contribuinte da margem direita do Rio Cubatão, e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio dos Porcos, contribuinte da margem direita do Rio Cubatão, e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
- Rio Cachoeira do Sertão, contribuinte da margem direita do Rio Cubatão, e seus afluentes, dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro;
 
- Rio Forcacão, contribuinte da margem direita do Rio Benedito, e seus afluentes, dentro da área da Reserva Estadual do Sassafrás;
- Rio Novo e seus afluentes, dentro da área da Reserva Estadual do Sassafrás;
- Rio Baú e seus afluentes, dentro da área do Parque Botânico do Morro do Baú;
- Trechos (nascentes) dos cursos d'água da vertente Atlântica da Serra Geral, superior a quota 200 (duzentos), do Rio Roça da Estância (Divisa Santa Catarina - Rio Grande do Sul) até o Rio Costão, afluente da margem esquerda do Rio Jordão;
- Rio Costão, afluente da margem esquerda do Rio Jordão, e seus afluentes, das nascentes até a quota 200 (duzentos);
 - Trechos (nascentes) dos cursos d'água da vertente Atlântica da Serra Geral., superior a quota 400 (quatrocentos) do Rio Costão, afluente da margem esquerda do Rio Jordão, até o afluente da margem esquerda do Rio Mãe Luzia, na localidade de Rio Bonito, no Município de Siderópolis;
- Trechos (nascentes) dos cursos d'água da vertente Atlântica da Serra Geral, superior a quota 500 (quinhentos) do divisor de águas, das nascentes dos Rios Bonito e Mãe Luzia (coincidindo com o limite dos Municípios de Siderópolis e Lauro Müller) até o Rio Hipólito no Município de Orleans;
- Rio Hipólito, afluente da margem direita do Rio Laranjeiras, e seus afluentes, das nascentes até a quota 500 (quinhentos);
- Trechos (nascentes) dos cursos d'água da vertente Atlântica da Serra Geral, superior a quota 600 (seiscentos), do Rio Hipólito até o Rio Espraiado ou Pequeno, na Localidade de Espraiado, Município de Grão Pará;
- Rio Espraiado ou Pequeno, afluente da margem direita do Rio Braço do Norte, o seus afluentes, das nascentes até a quota 600 (seiscentos);
- Trechos (nascentes) dos cursos d'água da vertente Atlântica da Serra Geral, superior a quota 800 (oitocentos) , do Rio Espraiado ou Pequeno, até o Rio do Salto, afluente da margem direita do Rio do Meio;
- Rio ltiriba, afluente da margem direita do Rio do Meio, das nascentes até a foz no Rio do Meio, e seus afluentes;
- Rio do Meio, afluente da margem direita do Rio Braço do Norte, das nascentes até a foz do Rio Itiriba e seus afluentes nesse trecho;
- Trechos (nascentes dos cursos d'água da vertente Atlântica da Serra do Mar, superior a quota 300 (trezentos) nos Municípios de Corupá, Schroeder, Joinville, Jaraguá do Sul e Garuva;
- Rio Cubatão, das nascentes até a captação de água para abastecimento da cidade de Joinville, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio Piraí, contribuinte da margem esquerda do Rio Itapocu, das nascentes até a captação de água para abastecimento da cidade de Joinville, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio Caveiras, das nascentes até a captação de água para abastecimento da cidade de Lages, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio Lajeado São José, das nascentes até a captação de água para abastecimento da cidade de Chapecó, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio Suruvi, das nascentes até a captação de água para abastecimento da cidade de Concórdia, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio Ditinho, das nascentes até a captação de água para abastecimento da cidade de Xanxerê, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio Garcia, afluente da margem direita do Rio ltajaí-Açú das nascentes até a ponte na Rua Rui Barbosa, e seus afluentes nesse trecho;
- Todos os cursos d'água da Ilha de Santa Catarina, exceto o Rio Tavares, a jusante da quota 2 (dois).
Classe 2:
- Todos os cursos d'água não incluídos na classe l nem mencionados nominalmente nesta relação.
Classe 3:
- Rio Tavares, da quota 2 (dois) até a foz na Baía Sul;
- Rio Maruim, das nascentes até a foz, na Baía Sul e seus afluentes;
- Rio Cachoeira,das nascentes até a foz, na Lagoa de Saguaçú e seus afluentes;
- Rio Cubatão,, da captação de água para abastecimento da cidade de Joinville até a foz no Canal das Três Barras, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio Garcia, contribuinte da margem direita do Rio Itajaí-Açú, da ponte na Rua Rui Barbosa, até a foz no Rio ltajaí-Açú, e seus afluentes nesse trecho;
- Rio da Velha, contribuinte da margem direita do Rio ltajaí-Açú, e seus afluentes;
- Rio Lajeado Grande exceto o Rio Lajeado São José, a montante da captação de água para abastecimento da cidade de Chapecó, e seus afluentes;
- Rio do Tigre, contribuinte da margem direita do Rio do Peixe, e seus afluentes;
- Rio dos Queimados, contribuinte da margem direita do Rio Uruguai, e seus afluentes.
- Atribuir a Fundação de Amparo à Tecnologia e ao Meio Ambiente- FATMA a fiscalização da aplicação do disposto na presente Portaria, respeitada a legislação federal, pertinente, em especial o Decreto-Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, e sua regulamentação pelo Decreto número 76.389, de 03 de outubro de 1975.
Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Florianópolis, 19 de setembro de 1977.
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DECRETO Nº 14.250, DE 05 DE JUNHO DE 1981
Regulamenta dispositivos da Lei nº 5.793, de 15 de outubro de 1980, referente à proteção e a melhoria da qualidade ambiental.
CAPÍTULO II
Da Proteção das Águas, do Solo, da Atmosfera e do Controle Sonoro
Seção I
Da Proteção das Águas
Subseção I
Da Classificação e Utilização dos Corpos de Água
Art. 5º - As águas interiores situadas no território do Estado, para os efeitos deste Regulamento, são classificadas segundo os seguintes usos preponderantes:
I - Classe 1 - águas destinadas ao abastecimento doméstico sem tratamento prévio ou com simples desinfecção;
II - Classe 2 - águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à recreação de contato primário (natação, esqui-aquático e mergulho);
Ill - Classe 3 - águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, à preservação de peixes em geral e de outros elementos da fauna e da flora e à dessedentação de animais; e
IV - Classe 4 - águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento avançado, ou à navegação, à harmonia paisagística e ao abastecimento industrial, à irrigação e a usos menos exigentes.
	§1º - Não há impedimentos no aproveitamento de águas de melhor qualidade em 	usos menos exigentes, desde que tais usos não prejudiquem a qualidade estabelecida para essas águas.
§2º - A classificação de que trata este artigo poderá abranger parte ou totalidade da coleção de água, devendo a portaria que efetuar o enquadramento definir os pontos limites.
Art. 6º - O enquadramento de um corpo de água em qualquer classe não levará em conta a existência eventual de parâmetros fora dos limites previstos para a classe referida.
Art. 7º - Não serão objeto de enquadramento nas classes deste Regulamento os corpos de água projetados para transporte e tratamento de águas residuárias.
Parágrafo único - os projetos de que trata este artigo deverão ser submetidos a aprovação, para definição técnica.
Subseção II
Das Proibições e Exigências
Art. 8º - É proibido a lançamento. direto ou indireto em corpos de água, de qualquer resíduo sólido, assim como o vinhoto proveniente de usina de açucar e destilaria de álcool.
Art.9º - As construções de unidades industriais, de estruturas ou de depósitos de armazenagem de substâncias capazes de causar riscos aos recursos hídricos, deverão ser dotadas de dispositivos dentro das normas de segurança e prevenção de acidentes, e localizadas a uma distancia mínima de 200 (duzentos) metros dos corpos de água.
Parágrafo único - Verificada e a impossibilidade técnica de ser mantida a distancia de que trata este artigo ou de serem construídos os dispositivos de prevenção de acidentes, a execução do projeto poderá ser autorizada desde que oferecidas outras medidas de segurança.
Art. 10 - Toda empresa deverá tratar seu esgoto sanitário quando não existir sistema público de coletas, transporte, tratamento e disposição final de esgoto. 
Subseção III
Dos Padrões de Qualidade de Água
Art. 11 - Nas águas de classe 1, não serão tolerados Iançamentos de efluentes mesmo tratados.
Art. 12 - Para as águas de classe 2, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:
I - materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;
II - óleos e graxas: virtualmente ausentes;
III - substancias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;
IV - não será permitida a presença de corantes artificiais que não sejam removíveis por processos de coagulação, sedimentação e filtração convencionais,
V - Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais até 5.000 (cinco mil, sendo 1.000 (mil) o limite para os de origem fecal em 100 ml (cem mililitros), para 80% (oitenta por cento) ou mais de, pelo menos, 5 (cinco) amostras colhidas, num período de até 5 (cinco) semanas consecutivas;
VI - DBO/5 dias, 20ºC até 5 mg/l;
VII - OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/l; e
VIII - substâncias potencialmente prejudiciais - teores máximos:
a)-Amônia: 0,5 mg/l;
b)-Arsênico total: 0,1 mg/l;
c)-Bário: 1,0 mg/l;
d)-Cádmio total: 0,01 mg/l;
e)-Cromo: 0,05 mg/l;
f)-Cianeto: 0,2 mg/l;
g)-Cobre: 1,0 mg/l;
h)-Chumbo: 0,1 mg/l;
i)-Estanho: 2,0 mg/l;
J)-Fenóis: 0,001 mg/l;
k)-Flúor: 1,4 mg/l;
I)-Mercúrio: 0,002 mg/l;
m)-Nitrato: 10,0 mg/l de N;
n)-Nitrito: 1,0 mg/l de N;
o)-Selênio: 0.01 mg/l;
p)-Zinco: 5,0 mg/l;
q)-Agentes tenso-ativos: 0,5 mg/l;
r)-Biocidas orgânicos sintéticos clorados:
01)-Aldrin - 0,001 mg/l
02)-Clordano - 0,003 mg/l
03)-DDT - 0,05 mg/l
04)-Dieldrin - 0,001 mg/l
05)-Endrin - 0,0002 mg/l
06)-Heptacloro - 0,0001 mg/l
07	)-Líndano - 0,004 mg/l
08)-Metoxícloro - 0,1 mg/l
09	)-Toxafeno - 0,005 mg/l
10	)-Compostos orgâno fosforados e carbamatos - 0,1 mg/l
11	)-Herbicídas Cloro Fenoxis:
2,4 - D - 0,02 mg/l (ácido dicloro fenoxiacético);
2,4,5 - TP - 0,03 mg/l (ácido tricloro fenoxipropriónico);
2,4,5 - T- 0,002 mg/l (ácido tricloro fenoxiacético).
Art. 13 - Para as águas da Classe 3, são estabelecidos os mesmos limites ou condições da Classe 2. à exceção dos seguintes:
I - Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais até 20.000 (vinte mil) sendo 4.000 (quatro mil) o limite para os de origem fecal, em 100 ml (cem mililitros), para 8O% (oitenta por cento) ou mais de , pelo menos, 5 (cinco) amostras colhidas num período de até 5 (cinco) semanas consecutivas;
II - DBO/5 dias, 20ºC até 10 mg/l;
Ill - OD, em qualquer amostra não inferior a 4 mg/l.
Art. 14 - Para as águas da Classe 4, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:
I - materiais flutuantes, Inclusive espuma não naturais: virtualmente ausentes;
II - odor e aspectos: não objetáveis;
Ill - fenóis até 1 mg/l; e
IV - OD superior a 0,5 mg/l em qualquer amostra.
Art. 15 - No caso das águas da Classe 4 possuirem índices de coliformes superiores aos valores máximos estabelecidos para a Classe 3, elas poderão ser utilizadas, para abastecimento público, somente se métodos especiais de tratamento forem utilizados, a fim de garantir a sua potabilização.
Art. 16 - No caso das águas da Classe 4 serem utilizadas para abastecimento público, aplicam-se os mesmos limites de concentrações, para substâncias potencialmente prejudiciais, estabelecidos para as Classes 2 e 3.
Art. 17 - Os limites de DBO, estabelecidos para as Classes 2 e 3, poderão ser elevados, caso o estudo da capacidade de autodepuração do corpo receptor demonstrar que os teores mínimos de OD, previstos, não serão desobedecidos em nenhum ponto do mesmo, nas condições críticasde vazão.
Art.18 - Para efeitos deste Regulamento, consideram-se "virtualmente ausentes” teores desprezíveis de poluentes, cabendo, quando necessário, quantificá-los para cada caso.
Subseção IV
Dos Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos
Art.19 - Os efluentes somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente nos corpos de água interiores, lagunas e estuários, desde que obedeçam as seguintes condições:
I - pH entre 6,0 a 9,0;
II - temperatura inferior a 40ºC;
III - materiais sedimentável até 1,0 ml/l em testes de 1 hora em “Cone Imhoff";
IV	- ausência de materiais sedimentáveis em teste de 1 hora em "Cone Imhoff” para	lançamentos em lagos e lagoas cuja velocidade de circulação seja praticamente nula;
V - os lançamentos subaquáticos em mar aberto, onde se possa assegurar 0 transporte e dispersão dos sólidos, o limite para materiais sedimentáveis será fixado em cada caso, após estudo de impacto ambiental realizado pelo interessado;
VI - ausência de materiais flutuantes visíveis;
VII - concentrações máximas dos seguintes parâmetros, além de outros a serem estabelecidos:
a) Óleos minerais			20,0 mg/l
b) Óleos Vegetais e gorduras animais	30,0 mg/l
c) Cromo hexavalente	 		 0,1 mg/l
d) Cromo total			 5,0 mg/l
e) Cobre total			 0,5 mg/l
f) Cádmio total			 0,1 mg/l
 g)Mercúrio total			 0,005 mg/l
 h) Níquel total			 1,0 mg/l
i) Chumbo total			 0,5 mg/l
j) Zinco total			 1,0 mg/l
k) Arsênico total			 0,1 mg/l
l) Prata total 		 0,02 mg/l
m) Bário total			5,0 mg/l
n) Selênio total			0,02 mg/l
o) Boro total 			5,0 mg/l
p) Estanho 	 4,0 mg/l
q) Ferro+ 2 solúvel 	 15,0 mg/l
r) Manganês +2 solúvel 	1,0 mg/l
s) Cianetos 	0,2 mg/l
t) Fenóis 			0,2 mg/l
u) Sulfetos 	1,0 mg/l
v) Fluoretos 		 10,0 mg/l
Substâncias tensoativas que reagem ao
 azul de metileno 	 2,9	 mg/l
 	y) Compostos organofosforados e carbamatos	0,1 mg/l
Sulfeto de carbono, tricloro etileno, 
 clorofórmio, tetracloreto de carbono,
 dicloro etileno		 			1,0 mg/l
z) Outros compostos organoclorados	0,05 mg/l
VIII - Nos lançamentos em trechos de corpos de água contribuintes de lagoas, lagunas e estuários, além dos itens anteriores, serão observados os limites máximos para as seguintes substancias:
a) Fósforo total					 1,0 mg/l	
b) Nitrogênio total				10,0 mg/l
c) Ferro total 5,0 mg/l
IX - Tratamento especial, se provierem de hospitais e outros estabelecimentos nos quais haja despejo infectados com microorganismos patogênicos, e forem lançados em águas destinadas à recreação primária e à irrigação, qualquer que seja o índice de coliforme inicial;
X - A fim de assegurar os padrões de qualidade previstos para o corpo de água, todas as avaliações deverão ser feitas para as condições mais desfavoráveis;
XI	- No caso de lançamento em cursos de água, os cálculos de diluição deverão ser feitos para o caso de vazão máxima dos efluentes e vazão mínima dos cursos de águas;
XII - No cálculo das concentrações máximas permissíveis não serão consideradas vazões de efluentes líquidos obtidas através de dilução dos efluentes;
XIII - Regime de lançamento contínuo de 24 h/dia com variação máxima de vazão de 50% de vazão horária média;
XIV - DBO 5 dias, 20ºC no máximo de 60 mg/l (sessenta miligramas por litro). Este limite somente poderá ser ultrapassado somente de efluente de sistema de tratamento de águas residuárias que reduza a carga poluidora em termos de DBO 5 dias, 20ºC do despejo em no mínimo 80% (oitenta por cento); e 
XV - Os efluentes líquidos, além de obedecerem aos padrões gerais anteriores, não deverão conferir ao corpo receptor características em desacordo com os critérios e padrões de qualidade de água, adequados aos diversos usos benéficos previstos para o corpo de água.
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LEI No 6.739 - DE 16 DE DEZEMBRO DE 1985
Cria o Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA,
Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Fica criado o Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH, como órgão de deliberação coletiva, vinculado ao Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral.
Art. 2º - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH -, será constituído pelo Secretário de Estado-Chefe do Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral, seu Presidente, e pelos Secretários de Estado da Agricultura e Abastecimento, da Indústria e do Comércio, dos Transportes e Obras, da Justiça, seu Vice-Presidente, e pelo Secretário Extraordinário para a Reconstrução, pelo Superintendente da Fundação de Amparo à Tecnologia e ao Meio Ambiente - FATMA - e pelos Presidentes da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. - CELESC -, da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento - CASAN -, e de cada um dos Comitês de Bacias Hidrográficas, e por um representante de cada um dos órgãos federais com competência específica na área de aproveitamento e controle de recursos hídricos.
§ 1º - 0s órgãos federais aderirão ao Conselho através de convênios.
§ 2º - Poderão participar das reuniões do Conselho, mediante convite do Presidente e sem direito a voto, representantes e dirigentes de órgãos e entidades cujas atividades possam contribuir para a realização dos objetivos do Conselho.
Art. 3º - Compete ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos:
I - estabelecer as diretrizes da política com vistas ao planejamento das atividades de aproveitamento e controle dos recursos hídricos;
II - analisar as propostas de estudos e projetos sobre o uso, preservação e recuperação de recursos hídricos;
III - propor as diretrizes para o plano estadual de utilização dos recursos hídricos;
IV - propor as diretrizes para o programa estadual de defesa contra as cheias;
V - propor normas para o uso, prevenção e recuperação dos recursos hídricos;
VI - sugerir mecanismos de coordenação e integração junto ao Órgão Central do Sistema de Planejamento e Orçamento do Governo do Estado de Santa Catarina - SISPLANOR -para o planejamento e execução das atividades relacionadas com a utilização dos recursos hídricos;
VII - compatibilizar a política estadual com a política federal de utilização dos recursos hídricos;
VIII - compatibilizar as ações intermunicipais com a ação estadual na área de utilização de recursos hídricos;
IX - propor diretrizes relativas a sistemática de elaboração, acompanhamento, avaliação e execução de programas, projetos e atividades na área de utilização de recursos hídricos;
X - estabelecer normas para institucionalização de Comitês de Bacias Hidrográficas;
XI - orientar a constituição de Comitês de Bacias Hidrográficas;
XII - promover, prioritariamente, a integração dos programas e atividades governamentais de:
a) abastecimento urbano e industrial;
b) controle de cheias;
c) irrigação e drenagem;
d) pesca;
e) transporte fluvial;
f) aproveitamento hidroelétrico;
g) uso do solo;
h) meio ambiente;
i) hidrologia;
j) meteorologia;
l) hidrosedimentologia;
m) lazer;
XIII - desenvolver outras atividades normativas relacionadas com a gestão e o controle de recursos hídricos no âmbito estadual.
Art. 4º - São órgãos integrantes do Conselho Estadual de Recursos Hídricos:
I - Presidência;
II - vice-presidência;
III - Comissão Consultiva;
IV - Secretaria Executiva:a) Núcleo de Apoio Administrativo;
b) Núcleo de Apoio Técnico.
§ 1º - Vinculam-se, ainda, ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos os Comitês de Bacias Hidrográficas.
§ 2º - Compete aos Comitês de Bacias fornecer subsídios ao Conselho para a formulação de política regional de recursos hídricos e participar da coordenação dos programas de ação a nível de bacia hidrográfica.
Art. 5º - As deliberações do Conselho, sob a forma de Resolução, e de acordo com a lei, vinculam órgão da administração direta, entidades da administração indireta e fundações instituídas pelo Governo do Estado.
Art. 6º - A organização estrutural, competência, composição e funcionamento dos órgãos que compõem o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, bem como as atribuições dos seus dirigentes, serão estabelecidos em regimento interno aprovado pelo Chefe do Poder Executivo.
Art. 7º - As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão à conta do Orçamento do Estado de Santa Catarina.
Art. 8º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Florianópolis, 16 de dezembro de 1985
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LEI No 9.022 - DE 6 DE MAIO DE 1993
Dispõe sobre a instituição, estruturação e organização do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA,
Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Das Disposições Iniciais
Art. 1º - Fica instituído o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com o objetivo de Implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos e a formulação, atualização e aplicação do Plano Estadual de Recursos Hídricos, congregando a sociedade civil, órgãos e entidades estaduais e municipais intervenientes no planejamento e no gerenciamento dos recursos hídricos.
CAPÍTULO II
Da Organização do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos
SEÇÃO I
Dos Objetivos Permanentes do Sistema
Art. 2º - O Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos tem por objetivos permanentes:
I - definir mecanismos de coordenação e integração interinstitucional dos órgãos e entidades intervenientes no processo de gestão dos recursos hídricos;
II - definir sistemas associados de planejamento, administração, informação, desenvolvimento tecnológico e capacitação de recursos humanos, no campo da gestão dos recursos hídricos;
III - estabelecer mecanismos e instrumentos jurídico-administrativos, econômico-financeiros e político-institucionais que permitam a realização do Plano Estadual de Recursos Hídricos, sua permanente e sistemática revisão e atualização;
IV - propor mecanismos de coordenação intergovernamental, com o Governo Federal, Estados vizinhos e Municípios, para compatilização de planos, programas e projetos de interesse comum, inclusive os relativos ao uso de recursos hídricos a serem partilhados;
V - estabelecer formas de gestão descentralizada dos recursos hídricos, a nível regional e municipal, adotando-se as bacias hidrográficas como unidades de gestão, de forma compatibilizada com as divisões político-administrativas; e
VI - estabelecer formas de participação da sociedade civil na definição da política e das diretrizes a que se refere a presente lei.
SEÇÃO II
Da Estrutura do Sistema
Art. 3º - O Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos compreende:
I - Órgão de Orientação Superior:
Conselho Estadual de Recursos Hídricos;
II - Órgão Central:
Secretaria de Estado da Tecnologia, Energia e Meio Ambiente, ou órgão que venha a sucedê-lo na defesa do meio ambiente e no gerenciamento de recursos hídricos;
III - Núcleos Técnicos:
Comissão Consultiva do Conselho Estadual de Recursos Hídricos;
Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Recursos Hídricos;
áreas responsáveis pelo meio ambiente e recursos hídricos do órgão Central do Sistema;
IV - Órgãos Setoriais de Apoio e Execução:
Órgãos e entidades públicas sediadas no Estado, que executem ou tenham interesses em atividades relacionadas com o uso, preservação e recuperação de recursos hídricos.
CAPÍTULO III
Da Competência dos Órgãos Integrantes do Sistema
SEÇÃO I
Da Competência do Órgão de Orientação Superior do Sistema
Art. 4º - Ao Órgão de Orientação Superior do Sistema compete:
I - estabelecer as diretrizes da política de recursos hídricos;
II - analisar as propostas de estudos e projetos sobre o uso, preservação e recuperação de recursos hídricos;
III - propor as diretrizes para o Plano Estadual de Recursos Hídricos;
IV - propor as diretrizes para programa estadual de defesa contra as cheias;
V - propor normas para o uso, preservação e recuperação dos recursos hídricos;
VI - compatibilizar a política estadual com a política federal da utilização dos recursos hídricos;
VII - compatibilizar as ações intermunicipais com a ação estadual na área de utilização de recursos hídricos;
VIII - propor diretrizes relativas à sistemática de elaboração, acompanhamento, avaliação e execução de programas, projetos e atividades na área de utilização de recursos hídricos;
IX - estabelecer normas para a institucionalização de Comitês de Bacias Hidrográficas, ou outras formas associativas;
X - orientar a constituição de Comitês de Bacias Hidrográficas, ou outras formas associativas;
XI - promover, prioritariamente, a integração dos programas e atividades governamentais e privadas de:
a) - abastecimento urbano e industrial;
b) - controle de cheias;
c) irrigação e drenagem;
d) pesca;
e) transporte fluvial;
f) aproveitamento hidroelétrico;
g) uso do solo;
h) meio ambiente;
i) hidrologia;
j) meteorologia;
l) hidrossedimentologia;
m) lazer;
n) saneamento; e
o) outros correlatos.
XII - desenvolver outras atividades normativas relacionadas com a gestão e o controle de recursos hídricos no âmbito estadual.
SEÇÃO II
Da Competência do Órgão Central do Sistema
Art. 5º - Ao Órgão Central do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, através de sua Direção Superior e de seus Núcleos Técnicos, compete:
I - executar a Política Estadual de Recursos Hídricos, de conformidade com as diretrizes gerais do Governo;
II - orientar a implantação do sistema e do Plano Estadual de Recursos Hídricos e coordenar sua operacionalização;
III - exercer as funções de supervisão técnica e normativa do Sistema;
IV - dar cumprimento às orientações e proposições emanadas do Conselho Estadual de Recursos Hídricos; e
V - estabelecer os mecanismos de participação e alocação dos recursos financeiros dos diferentes integrantes do Sistema.
SEÇÃO III
Da Competência dos Núcleos Técnicos do Sistema
Art. 6º - Aos Núcleos Técnicos do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos compete:
I - levantar e sistematizar informações sobre instituições, projetos, recursos materiais e humanos na área de recursos hídricos;
II - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos as áreas prioritárias para estudos necessários à formulação dos programas preferenciais;
III - elaborar planos, programas e projetos na área de recursos hídricos, com base nas prioridades identificadas no Estado e em articulação com os órgãos e entidades que compõem o Sistema;
IV - analisar planos, programas, projetos e estudos sobre a utilização integrada dos recursos hídricos;
V - acompanhar a execução e avaliar os resultados dos planos, programas e projetos, recomendando ao órgão de Orientação Superior do Sistema a revisão dos mesmos, quando necessário;
VI - submeter à homologação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, o plano de aplicação dos recursos financeiros destinados à execução dos planos e programas propostos;
VII - acompanhar, difundir, transferir e/ou transmitir as informações geradas pelo Sistema;
VIII - acompanhar as atividades das entidades que integram o Sistema; e
IX - orientartecnicamente os órgãos Setoriais do Sistema.
SEÇÃO IV
Da Competência dos Órgãos Setoriais
Art. 7º - Aos Órgãos Setoriais do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos compete:
I - programar, organizar, orientar, coordenar, executar e controlar no âmbito do órgão ou entidade, as atividades relacionadas com os planos, programas e projetos estabelecidos;
II - desenvolver e repassar informações relativas aos planos, programas e projetos em andamento ou concluídos aos órgãos componentes do Sistema e/ou órgãos e entidades interessados;
III - apoiar técnica e administrativamente o Órgão de Orientação Superior do Sistema;
IV - articular-se com o Órgão Central do Sistema; e
V - observar as orientações e determinações emanadas do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e do Órgão Central do Sistema.
Parágrafo Único - Os Órgãos Setoriais devem remeter com regularidade e fidedignidade as informações necessárias à atualização do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, de responsabilidade do órgão Central.
CAPÍTULO IV
Das Disposições Gerais e Finais
Art. 8º - Fica o Titular do Órgão a que se refere o Inciso II, do art. 3º, autorizado a:
I - expedir normas e instruções complementares, visando a conferir melhor desempenho às atividades do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
II - convocar titulares dos Órgãos Setoriais para participarem de reuniões, fóruns e debates, com vistas ao aperfeiçoamento das ações da Política Estadual de Recursos Hídricos; e
III - propor a expedição de atos complementares necessários à aplicação das normas estabelecidas nesta Lei.
Art. 9º - Os Órgãos integrantes do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos são solidariamente responsáveis pelo atingimento dos objetivos previstos nesta Lei.
Art. 10 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 11 - Revogam-se as disposições em contrário.
Florianópolis, 06 de maio de 1993
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LEI No 9.748 - DE 30 DE NOVEMBRO DE 1994
Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Da Política Estadual de Recursos Hídricos
Seção I
Dos Princípios
Art.1º- A Política Estadual de Recursos Hídricos, como instrumento de utilização racional da água compatibilizada com a preservação do meio ambiente, reger-se-á pelos seguintes princípios:
I - Princípios Fundamentais:
a) o Gerenciamento dos recursos hídricos deve ser integrado, descentralizado e participativo, sem dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos e das fases meteórica, superficial e subterrânea do ciclo hidrológico;
b)	as bacias hidrográficas constituem unidades básicas de planejamento do uso, conservação e recuperação dos recursos hídricos;
c)	a água deve ser reconhecida como um bem público de valor econômico, cuja utilização deve ser cobrada, com a finalidade de gerar recursos para financiar a realização das intervenções necessárias à utilização e à proteção dos recursos hídricos;
d)	o uso da água para fins de diluição, transporte e assimilação de esgotos urbanos e industriais, por competir com outros usos, deve ser também objeto de cobrança;
e)	sendo os recursos hídricos bens de uso múltiplo e competitivo, a outorga de direitos de uso é considerada instrumento essencial para o seu gerenciamento e deve atender aos seguintes requisitos;
- a outorga de direitos de usos das águas deve ser de responsabilidade de um único órgão, não setorial;
- na outorga de direitos de usos de água de domínio federal e estadual de uma mesma bacia hidrográfica, a União e o Estado deverão tomar medidas acauteladoras mediante acordos entre Estados definidos em cada caso, com interveniência da União.
II - Princípios de Aproveitamento:
a) a utilização dos recursos hídricos deve ter como prioridade maior o abastecimento humano;
b) os corpos de águas destinados ao abastecimento humano devem ter seus padrões de qualidade compatíveis com esta finalidade;
c) todas as utilizações dos recursos hídricos, que afetem sua disponibilidade qualitativa ou quantitativa, ressalvadas aquelas de caráter individual, para satisfação de necessidades básicas da vida, ficam sujeitas a prévia aprovação do Órgão competente;
d) o aproveitamento e controle dos recursos hídricos, inclusive para fins de geração de energia elétrica, levará em conta, principalmente:
- a utilização múltipla dos recursos hídricos, especialmente para fins de abastecimento urbano, irrigação, turismo, recreação, navegação, aquicultura, esportes e lazer;
- o controle de cheias, a prevenção de inundações, a drenagem e a correta utilização das várzeas;
- o rateio do custo das obras de aproveitamento múltiplo de interesse comum ou coletivo, entre os beneficiados;
- o enquadramento dos corpos d' água, conforme legislação pertinente.
III - Princípios de Gestão:
a) a gestão dos recursos hídricos tomará como base a bacia hidrográfica e incentivará a participação dos municípios e dos usuários de água de cada bacia;
b) a vinculação aos critérios e normas estabelecidos pelo Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
c) o Plano Estadual de Recursos Hídricos, revisto e atualizado com uma periodicidade mínima de 04 (quatro) anos.
Seção II
Dos objetivos
Art. 2º - A Política Estadual de Recursos Hídricos, tem como objetivo:
I - assegurar as condições para o desenvolvimento econômico e social, com melhoria da qualidade de vida e em equilíbrio com o meio ambiente;
II - compatibilizar a ação humana, em qualquer de suas manifestações, com a dinâmica do ciclo hidrológico no Estado de Santa Catarina;
III - garantir que a água, elemento natural primordial a todas as formas de vida, possa ser controlada e utilizada, em padrões de qualidade e quantidade satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras, em todo território do Estado de Santa Catarina.
Seção III
Das Diretrizes
Art. 3º - O Estado, obedecidos os critérios e normas estabelecidos pelo Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, assegurará os meios financeiros e institucionais para: 
I - utilização racional dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, assegurado o uso prioritário para o abastecimento das populações;
II - descentralização da ação do Estado por bacias hidrográflcas;
III - proteção e conservação das águas contra ações que possam comprometer o seu uso atual e futuro;
IV - implantação de sistema de alerta e defesa civil para garantir a segurança e a saúde públicas, quando de eventos hidrológicos indesejáveis, em conjunto com os municípios; 
V - prevenção da erosão dos solos urbanos e rurais, com vistas à proteção contra a poluição física e o assoreamento dos cursos d'água;
VI - desenvolvimento do transporte hidroviário e seu aproveitamento econômico;
Vll - implantação, conservação e recuperação das áreas de proteção permanente e obrigatória;
VIII - desenvolvimento de programas permanentes de conservação e proteção de águas subterrâneas contra a poluição e superexplotação;
IX - zoneamento de áreas inundáveis com restrições a usos incompatíveis nas áreas sujeitas a inundações frequentes e manutenção da capacidade de infiltração do solo; 
X - promoção de ações integradas nas bacias hidrográfícas, tendo em vista o tratamento de efluentes e esgotos urbanos, industriais e outros, antes do lançamento nos corpos d'água; 
XI - participação comunitária através da criação de Comitês de Bacias Hidrográficas, congregando usuários de água, representantes políticos e de entidades atuantes na respectiva bacia;
XII - incentivo à formação de consórcios entre os municípios, tendo em vista a realização de programas de desenvolvimento e proteção ambiental;
XIII - apoio técnico e econômico

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