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Trabalho de Brasil Colonial

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Capital Internacional na época dos descobrimentos e a formação da polarização mundial. 
RESUMO
O objetivo desse artigo é procurar levantar a História do Brasil colonial relacionando com a dinâmica internacional do comércio para entender os mecanismos que ligam metrópole e colônia no comando da relação entre mercado interno e externo. Busca-se atentar para o quadro geral do sistema mercantilista que dividiam os países prósperos e dominantes, dos economicamente dependentes provocando uma polarização do mundo entre as grandes potências europeias e os países subdesenvolvidos. É necessário frisar a grande oposição de ideias que domina as abordagens historiográficas nesse campo, qual o modelo Pradiano oferecendo uma análise das colônias como totalmente dependentes do mercado externo que rege sua produção interna, e outras tendências que busca mostrar os aspectos de autonomia dentro dessas economias subordinadas, como Ciro Cardoso, que não será trabalhado nesse estudo. Esse debate virá enfocar na formação colonial através da metrópole e a dinâmica do comércio mundial como formador das disparidades sociais. 
INTRODUÇÃO
As obras utilizadas nesse artigo dirigem para uma análise do período colonial brasileiro, e a compreensão do mercado e da dinâmica internacional do comércio no momento das Grandes expansões marítimas e disputas territoriais que decorrerem da política intervencionista que era o modelo econômico da época. Caio Prado Júnior em História Econômica do Brasil relata a história brasileira desde as primeiras feitorias e seu desenvolvimento e problemas decorrentes dos ciclos econômicos definidos pela metrópole e o imperialismo e a Segunda Guerra Mundial, como eventos europeus que influem diretamente no sistema produtivo colonial. Também será utilizada a obra Formação do Brasil Contemporâneo para entender o sentido da colonização dado por Prado Júnior. Fernando Novais em Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial e Estrutura e dinâmica do Antigo Sistema Colonial (Séculos XVI - XVIII), ainda aprofunda a análise Pradiana, oferecendo uma visão desse período como caracterizado pela circulação de capital internacional como primeira fase de um capitalismo comercial. Ambos com uma abordagem marxista procuram compreender o período a partir da dependência econômica das colônias pelas metrópoles dando foco a como o centro do comércio e do lucro convergem em direção a Europa. Assim, se pode inserir os conceitos de Braudel explicados na Dinâmica do Capitalismo, a respeito da “economia mundo” e como ocorre um processo de polarização mundial. Alencastro na sua obra Economia Política dos Descobrimentos também adentra nesse debate oferecendo dados significativos sobre a Expansão Portuguesa e como se deu a substituição das potências do início da colonização relacionando com o quadro internacional europeu. A partir desses trabalhos se intenta reunir um conjunto de informações do período a fim de entender como se dava as relações comerciais e os pontos chaves do colonialismo que inferiu de forma decisiva para a formação de disparidades entre as nações e a formação de centros econômicos e como esses polos se transformaram ao longo do tempo.
UM DEBATE HISTORIOGRÁFICO: A BUSCA PELA COMPREENSÃO DA ECONOMIA COLONIAL E MUNDIAL NA POLARIZAÇÃO DO MUNDO. 
Fernand Braudel, ligado a historiografia dos Annales e buscando a construção de sua história total, apresenta as “durações”, no campo das temporalidades, dividia em curta, média e longa duração, sendo seus estudos direcionados a este último nível temporal. Em sua obra A Dinâmica do Capitalismo explica o conceito de economia mundo, como uma porção do planeta que apresenta uma dinâmica interna e própria, centro de todo comércio e riqueza. Afirma que a primeira grande economia abrangia o Mediterrâneo e o comércio com o Extremo Oriente. Era uma economia fechada, pois se restringia a parte povoada do planeta até então conhecida e que apresentava muitos entraves internos como regiões autossuficientes, como a China, a Índia e a Insulíndia. Após 1492, o espaço global para as relações intercomerciais se expande de forma impressionante, tanto por se espalhar por um espaço geográfico significativamente maior, quanto pela intensidade do comércio dentro e fora dessa estrutura se eleva. Como Caio Prado Júnior também afirma em Formação do Brasil Contemporâneo também afirma: “Deriva do desenvolvimento do comércio continental europeu, que até o século XIV é quase unicamente terrestre, e limitado, por via marítima, a uma mesquinha navegação costeira e de cabotagem. Como se sabe, a grande rota comercial do mundo europeu que sai do esfacelamento do Império do Ocidente é a que liga por terra o Mediterrâneo ao mar do Norte, desde as repúblicas italianas...até o estuário do rio onde estão as cidades flamengas. (PRADO, Jr. Pág. 21).
Luiz Felipe de Alencastro na Economia Política dos Descobrimentos relata que o período da expansão marítima europeia o domínio territorial é detido por duas grandes potências, Portugal e Espanha, que disputam áreas e colônias procurando o controle de rotas e do comércio internacional. O século XVI, desta maneira, é marcado pelos impérios ultramarinos e pela primeira etapa do colonialismo que será suplantada pela Inglaterra e Holanda posteriormente, com o advento da Indústria. O expansionismo português é caracterizado pelo autor como preventivo, já que visava impedir e se antecipar no controle de territórios que as outras nações já vinham lançando expedições. O controle do Périplo Africano e das terras atlânticas se mostra estratégica se apoderando de pontos cruciais das vias de circulação. Alencastro afirma que a classificação entre colônia de povoamento e exploração foi mencionado por Leroy-Beaulieu no século XIX, sendo formulado a posteriori e podendo apenas configurar o quadro da segunda expansão europeia de 1870 a 1956. A primeira fase consiste numa rede de feitorias que ligaria o Ultramar Português antes que o Império Atlântico (Brasil e Angola) substituísse o do Oriente (Índia, Insulíndia e China).
Historiador, político e geógrafo brasileiro, Caio Prado Júnior, tem formação acadêmica nas áreas jurídicas e sociais, sendo um dos fundadores da Associação dos Geógrafos Brasileiros em 1930. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, chegou a ser eleito deputado federal em 1945. Inicia sua obra História Econômica do Brasil (São Paulo: Brasiliense, 2006) descrevendo a as características geográficas brasileiras relacionando com sua ocupação, relatando que o clima árido do Nordeste havia sido o motivo de seu vazio demográfico nos primeiros anos. Apenas sua faixa litorânea, com condições mais favoráveis, estaria mais apropriada para a ocupação. Em oposição ao centro nordestino o planalto centro meridional se apresenta como uma região fértil com boa hidrografia e recursos minerais, constituída pela zona setentrional (Minas Gerais), meridional (São Paulo ao Rio Grande do Sul) e ocidental em que se desenvolverão atividades agropecuárias. E por último a Região Norte e sua ampla área de Floresta Amazônica.
O primeiro foco português com a expansão territorial e marítima era atingir o Oriente, apenas posteriormente se demonstra uma preocupação com o que poderia ser explorado da América, iniciando o primeiro ciclo econômico da venda do pau-brasil. Rentável e que requeria pouca mão de obra, apesar do autor lamentar pela sorte Espanhola de encontrar metais logo de início em suas colônias. Prado Júnior relaciona o tempo de exploração econômica como causa do subdesenvolvimento dos países da América, um posicionamento atualmente recusado pelos novos estudos que tenta compreender os motivos recentes que provocaram tal regresso. O autor menciona as colônias do Norte da América, com povoamento precoce devido clima frio e o processo de cercamentos que produziu uma massa de contingente que se dirigiu para o novo Continente. 
Esta caracteriza a primeira fase do chamado Antigo Sistema Colonial que é determinado pelo comércio mercantil Europeu, um sistema pré-capitalistade produção em que o Estado metropolitano rege a economia da colônia para atingir seus interesses mercantilistas. Assim, o expansionismo seria um modo de saciar as necessidades de uma capital comercial em ascensão. 
A ocupação efetiva do território inicia 1530 após as ameaças estrangeiras de França e Holanda, quando Portugal procura defender o território no qual a divisão papal já não se mostrava suficiente para afastar as outras nações europeias. Com a necessidade da ocupação para efetivar o domínio colonial, Portugal procura conceder vantagens para os que aceitarem terras no Novo Continente, indivíduos com pouca expressão social, que procuravam novas condições como administradores das ditas “Capitanias Hereditárias”. A expectativa de lucro agora residia no cultivo de cana-de-açúcar, um produto novo no mercado internacional e valioso, cujo território brasileiro apresentava as condições necessárias para o plantio. Este também se dirigia ao comércio externo, no qual o próprio investimento foi realizado visando os mercados europeus, outra grande constatação que a economia interna e ciclos econômicos eram regidos pelos princípios e necessidades do comércio mundial. A grande expansão dos canaviais, segundo uma visão preconceituosa do autor, relaciona-se ao uso do escravo africano que seria mais capacitado para o trabalho que o ameríndio, acostumado com uma produção de subsistência. A inserção do negro africano resolve os problemas de abastecimento de mão de obra, sendo o único problema de sua utilização a alta carestia de seu transporte tornando possível sua compra apenas pelos grandes latifundiários. Demonstra que com as capitanias começa a se estabelecer a primeiras aristocracias oligárquicas regionais do país e relata uma formação, ainda tímida, de um mercado açucareiro interno para abastecer as próprias atividades dos engenhos, ou seja, voltado à manutenção do comércio externo. 
A análise de Alencastro procura demonstrar como a tradição portuguesa de “pecado do trabalho” aliada a intensa exploração colonial contribui para sua estagnação econômica e pouco empreendimento fabril, que causou sua ruína e sua posterior dependência econômica dos países industriais. Tese também apresentada por Caio Prado Júnior. Relata que desde cedo à administração colonial se preocupa comas receitas tributárias no qual se pode atribuir o seu direcionamento não para a produção e sim para circulação de mercadorias que atinge o mercado internacional. Como o próprio Marx pontua, a única forma de autonomia econômica ocorre no investimento na produção industrial, sendo a atividade comercial sempre dependente. A grande tradição fundiária e ligada ainda a uma estrutura feudal levará a esse limitado desenvolvimento empreendedor que se mostrou mais no plano comercial do que no produtivo. Como Alencastro demonstra ao fazer menção à afirmação de Magalhães Godinho sobre Portugal: "um império oceânico, como também fundiário e agrícola" atentando para a herança de uma aristocracia fundiária ainda muito forte que impedia o avanço do pensamento empreendedor. Assim concentra sua atenção para a exploração colonial para enriquecer o reino, utilizando do comércio não para reforçar as novas classes aburguesadas e sim para manter a nobreza: Desse modo, ao estimular a expansão marítima, a realeza consegue aumentar seus ganhos sem prejudicar poderes e funções dos grupos sociais privilegiados do Antigo Regime."(ALENCASTRO, pág.197). Assim, como o próprio Caio Prado Júnior afirma, a migração para as Novas Terras trazia uma motivação calçada na possibilidade de melhoria de nível social: “expansão marítima e a emigração aparecem como causa e efeito do descompasso entre a rigidez das estruturas metropolitanas e a dinâmica da mobilidade social.”(ALENCASTRO, pág.198). Alencastro relata que os engenhos no Brasil tiveram uma dupla função, servindo como centros produtivos e para a ocupação territorial.
Após a instalação portuguesa no Continente, inicia o período de expansão para o interior, alcançando Minas Gerais e a Amazônia. Após a União Ibérica, Portugal passa a atentar mais para seus domínios no Atlântico, aumenta a migração e define melhor o controle colonial e a administração no interior do Brasil. Houve maior flexibilidade com o comércio com os países estrangeiros, mas maior controle para impedir que a produção colonial competisse com as da metrópole. Já nessa época, Portugal já possuía uma dependência econômica com a perda do monopólio da rota com o Oriente, assim procura extrair os produtos lucrativos para a venda na Europa, como açúcar, algodão e cacau. 
Alencastro chama a atenção para o fato de que o Brasil demorou a formar uma história territorial e nacional, já que desde o inicio os estados brasileiros se encontravam isolados entre si e pouco existia de relação entre as regiões e de uma unidade. O Norte do País, Amazônia, Paraná, Pará e Piauí se mostravam completamente desligados do quadro nacional, ao mesmo tempo que Angola se aproximava de forma determinante. Esta falta de unidade se torna evidente em 1621 quando o Norte adquire um governo independe do restante do território. Devido a pouca integração nacional da área brasileira, esta por longos anos foi referida como uma Ilha, sendo que o início da formação de uma maior coesão se dá com a exploração do ouro em Minas Gerais, no qual começa a se delinear um mercado interno que interliga as diferentes regiões. 
No início do século XVII são descobertas as primeiras minas de ouro no Brasil, baseada no trabalho escravo, em grande escala no auge da mineração, e faiscadores, em maior número no início da crise do ouro. Essa descoberta trouxe uma relativa prosperidade e uma maior integração dos Estados de diferentes regiões do Brasil, com a formação de uma rede de comércio para abastecimento das áreas mineradoras, com destaque para agricultura e pecuária no sul e nordeste. Maior controle dessa extração fez com que ocorresse uma mudança do centro administrativo, uma transferência da capital da Bahia para o Rio de Janeiro. A crise do ouro está relacionada ao esgotamento do metal e pelo não investimento da metrópole no setor produtivo da colônia. A perda de mão de obra da indústria canavieira para o trabalho nas minas aliado à concorrência holandesa arruinou o comércio do Açúcar, esta concomitante a crise aurífera. A ocupação do Extremo Norte ocorre com o objetivo de expulsar os holandeses da região, resultando no comércio de produtos da região como cravo, canela, castanha, cacau e peixe, utilizando o trabalho indígena. Ainda sob as régias do Pacto colonial, que estabelecia que a colônia deveria conceder produtos primários e consumir os manufaturados da metrópole, o Brasil experimentou um período de diversidade agrícola devido a crise canavieira. Na época que a Europa vivia a Revolução Industrial, o algodão passou a exercer importante papel no comércio internacional, havendo grande escoação do produto do Maranhão para a Inglaterra.
O autor irá fazer referência com o desenvolvimento da pecuária e dos produtos subsequentes, como o couro, o charque (carne seca) e venda de cavalos na região do Rio Grande do Sul. Foi a construção de um mercado interno importante, de abastecimento do centro e do Nordeste. Caio Prado faz um levantamento sobre o período colonial citando uma manufatura prematura e pouco desenvolvida de madeira, erva-mate, sal, e outros produtos, sendo que toda a produção nacional era restringida pelo pacto colonial. 
Alencastro possibilita perceber como o contexto europeu irá influir nos destinos da colônia. Com o fim da Guerra dos 30 anos as duas potências católicas prosseguem em conflito, a Espanha mantendo domínio sobre regiões pontificais. Portugal é atacado por terra e mar e perde grande parte de sua marinha. Portugal cede Pernambuco e Angola para a Companhia das índias Ocidentais e recua sobre o conflito com os holandeses para se concentrar no ataque espanhol. Mas sofre as pressões da Espanha e da Holanda, pedindo o auxílio inglês. Este é concedido através de concessões, comoo tratado de panos e vinhos com vantagem econômica inglesa, marcando a dependência portuguesa com a Inglaterra; o tratado de Westminster, acarretando numa indenização e restituição de bens e navios para a Inglaterra; e o de Whitehall, que concede liberdade comercial aos britânicos as posses marítimas portuguesas. Na aliança internacional entre Londres e Lisboa, nas possessões asiáticas se caracteriza pela procura da livre circulação de seus mercadores e nas colônias do Atlântico a livre circulação de mercadorias. Ao contrário dos outros autores da historiografia brasileira, Alencastro busca reforçar os aspectos que beneficiaram a nação lusitana em vez dos prejuízos resultantes do acordo. O autor atenta que a negociação consiste na perda de partes do domínio colonial, mas em contrapartida permite a retomada do território metropolitano e a afirmação de sua monarquia. Mas mesmo com esse reflexo positivo na nação portuguesa, essa época marca o início da perda do domínio dos mares pelas nações católicas Espanha e Portugal e a ascensão de novas potências, em principal, a Inglaterra nova detentora dos mares, dos mercados e da produção industrial. 
O advento Industrial Europeu irá provocar a quebra dos antigos laços do exclusivismo colonial, fazendo das nações Portugal e Espanha, que não investiram nos setores produtivos, entrarem em grande declínio econômico reforçando a dependência na exploração colonial dessas nações. A abertura dos Portos em 1809 vão marcar a independência econômica do Brasil, permitindo também o livre comércio com outros países, sendo principal beneficiada a Inglaterra. Com o abastecimento de produtos que Portugal era incapaz de fornecer a infraestrutura brasileira melhora consideravelmente. Porém a importação de artigos de luxo irá colocar o Brasil numa posição deficitária. O grande incentivo às exportações para possibilitar a compra de bens de consumo, aumentou a dívida internacional. Esta situação de déficit econômico, a grande necessidade do mercado industrial e o surgimento de um escrúpulo moral fez com que crescesse o movimento abolicionista. Em 1850 o fim do tráfico negreiro, houve um aumento tecnológico que iria beneficiar a produção cafeeira no século XVIII, que provocou grande mecanização, aumento do padrão de vida da população e construção de ferrovias. O café no Sudeste do país tinha posição determinante na economia nacional nesse período. O problema da mão de obra com a abolição da escravatura em 1888 foi resolvido com a imigração estrangeira, mas também significou um golpe ao regime da grande propriedade. Para o autor a República representou a tomada do poder por militares e serviu para a renovação do pensamento empreendedor. Todas essas transformações implantava um regime liberal que provocou diversas crises pela necessidade de aumento da moeda em circulação, aumento da dívida externa pelos empréstimos de capital internacional para empreender na indústria cafeeira. Ao mesmo que se vivia uma prosperidade manufatureira se passava por uma grande dívida externa.
O governo passa a controlar a produção cafeeira a fim de estabilizar seu preço no mercado internacional, mas a compra de estoques excedentes apenas avança uma superprodução, e todo esse aparato governamental possibilitado pelo capital externo só aumenta o déficit econômico brasileiro. A crise de 1929 diminui a oferta de crédito afetando a produção cafeeira. Caio Prado irá atentar para a dependência brasileira de empréstimos estrangeiros, holandeses e ingleses, realçando a grande falta de autonomia econômica. Assim como aponta que a crise do café redirecionou sua produção para o mercado interno. Cita a produção de borracha no Norte, cuja crise pela concorrência asiática irá dispersar a riqueza da região e provocar um esvaziamento demográfico. Por último relata que as características da industrialização brasileira consistem nas tarifas de cambio que favorecia a exportação em detrimento da importação governamental, a mão de obra imigrante barata e a produção algodoeira que estimulou a indústria têxtil. A Primeira Guerra Mundial teria limitado a concorrência estrangeira. Em 1880 e 1890 ocorre a construção das primeiras indústrias metalúrgicas no país, num outro contexto, esta indústria de base sofreria com a falta de mercado interno e concorrência com outras nações. 
A abordagem Pradiana além da ênfase geográfica procura enfatizar através de uma perspectiva marxista a grande exploração colonial e como a economia nacional sempre esteve ligada as demandas do comércio internacional. Fernando Novais em Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial, irá aprofundar a teoria Pradiana compreendendo o colonialismo como um período de acumulação primitiva de capital pelas nações europeias: “Ocupação, povoamento e valorização econômica das novas áreas(América) se desenvolvem nos quadros do capitalismo comercial do Antigo Regime, em função dos mecanismos e ajustamentos dessa fase da formação do capitalismo moderno; no fundo e no essencial, a expansão européia, mercantil e colonial, processa-se segundo um impulso fundamental, gerado nas tensões oriundas na transição para o capitalismo industrial: acelerar a primitiva acumulação capitalista é pois o sentido do movimento, não presente em todas as suas manifestações, mas imanente em todo processo.”(NOVAIS, pág. 70). Assim, Novais coloca que o Pacto Colonial através do monopólio do comercio agrícola da colônia havia servido para uma acumulação primitiva necessária ao avanço tecnológico empreendido pela Revolução Industrial. Com a dependência comercial de Portugal em relação à Inglaterra, as riquezas coloniais indiretamente serviram para o impulso industrial do século XVIII. Assim todos os aspectos da economia brasileira no período colonial seriam explicados pelas necessidades das metrópoles, até mesmo a escravidão. A esse respeito, Novais, afirma que o tráfico Negreiro seria explicado por essa necessidade de acumulação de capital e por essa necessidade havia se optado pela mão de obra africana. Nessa problemática afirma que a mão de obra implantada nas colônias deveria ser necessariamente escrava, pois apenas com uma violenta imposição se aceitaria trabalhar nas difíceis condições existentes, sendo uma melhor opção procurar sua subsistência em algum pequeno lote de terra: "(...) o desenvolvimento do trabalho "livre" (...) envolveu, de uma parte, a superação dos laços servis (...), de outra, a separação entre os produtores diretos e todos os demais fatores de produção [terras, instrumentos de trabalho]"(p.83). "(...) Marx (...) pôde constatar com nitidez que nas colônias eram desfavoráveis as condições de constituição do regime de trabalho "livre", sempre havendo a possibilidade de o produtor direto assalariado, apropriando-se de uma gleba de terra despovoada, transforma-se em produtor independente." (NOVAIS, p.84). Desta maneira Novais inverte o sentido do tráfico negreiro e apresenta uma análise que se opõe a teoria tradicional que o ouso do trabalho escravo seria pela pouca disponibilidade de mão de obra na Europa. Apesar de explicar as causas pelos efeitos, ou seja, partir de uma suposta necessidade de capital para a Revolução Industrial para explicar uma prática bem anterior, o que faz soar teleológica sua abordagem, é uma postulação válida se considerar o capital como agente e pensar dentro da lógica do próprio desenvolvimento capitalista. De acordo com essa perspectiva o escravismo na economia colonial era uma alavanca que impulsionava o crescimento das metrópoles e seu trabalho assalariado.
O grande caráter da análise Pradiana é atribuir grande valor aos fatores externos como determinantes da economia colonial. Aos poucos o grande fluxo de migração de aventureiros e negociantes vai compondo na colônia um novo organismo social, no qual os fundamentos da metrópole atuam na formação dessa nacionalidade. Ao mesmo tempo em que a ocupação e as iniciativas portuguesas formam uma nova organização na colônia, esta aos poucos adquire uma consciência nacional que vaise opondo a pressão do domínio colonial da metrópole. Essa tensão que começa a se desenvolver após o século XVII com a expulsão dos holandeses e o aumento da rigidez das relações coloniais, começa a se manifestar demonstrando uma divergência de interesses no qual começa a se esboçar uma emancipação da colônia e anseios que se separam das prerrogativas metropolitanas. Novais se aproxima dessa perspectiva afirmando ser necessário compreender a nação através da colônia e se opondo a ela, e toda transformação decorrente desse impasse. Toda estrutura e dinâmica colonial nos aspectos da vida material, social e o povoamento se insere como parte integrante de um movimento mais amplo, a história do comércio europeu. Assim, a colônia é um processo secundário e de maior parte passivo, cujas transformações e direção da vida econômica e estruturas sociais foi determinado pelos interesses e buscando uma produção complementar a europeia, de gêneros tropicais. É o sentido da colonização. Compreendo o processo da colonização como um elemento do desenvolvimento do comércio europeu como transição do feudalismo para o capitalismo, fazendo dessa fase de caráter essencial uma época de acumulação de capital e de circulação Monetária. O advento do comércio atua na dissolução das antigas estruturas feudais ou na sua reafirmação como na segunda escravidão no Leste Europeu. O desprendimento dos antigos laços de reciprocidade e das tradições paternalistas, acirrando as condições de trabalho no campo e acentua as desigualdades na cidade o que resulta nas crises ideológicas e sociais. Essa insatisfação frente à desestruturação feudal juntamente com a diminuição do metal no mercado internacional reflete no campo econômico aumentando as disputas pelo domínio das rotas de comércio. O fortalecimento do poder Estatal concentrado nas monarquias absolutas foi fundamental para criar mecanismos de coerção que daria bases para o incentivo ao empreendedorismo. Assim todo fundamento da expansão territorial e transformação da Europa a partir do século XVI é reforçar e abrir espaço para a efetivação do sistema capitalista: “Efetivamente, é em função daquele sentido básico que se processa a expansão europeia e se organizam as atividades produtivas no Novo Mundo...em função dos mecanismos e ajustamentos dessa fase da formação do capitalismo moderno...Nesse sentido, a produção colonial orienta-se necessariamente para aqueles produtos que possam preencher a função do sistema de colonização no contexto do capitalismo mercantil...”(NOVAIS, pág. 69 e 70).A época constitui-se como um momento de afirmação do comércio, do acúmulo da riqueza mercantil num modo de produção que ainda não está totalmente construído e não assumiu sua plena forma autônoma da produção industrial. Assim o mercantilismo se baseia numa intensa circulação de capital, cujo fluxo possui o sentido de direcionamento das riquezas das colônias para as metrópoles, relações desiguais que formarão um quadro de distribuição desnivelada de riquezas no espaço mundial. 
Fernand Braudel em A Dinâmica do Capitalismo relata que a imagem do mundo desde os primórdios do capitalismo nos séculos XV e XVIII é a figura da desigualdade. O mundo dividido entre países prósperos e os desprivilegiados. Para compreender a fundo o agente dessa desigualdade é necessário entender o conceito de economia mundo, que segundo Braudel, refere-se a existência dentro do quadro global de uma porção do planeta que funciona como um organismo econômico completo, com relações internas próprias. Toda economia mundo possui um centro ou polo no qual se dirige todo o comércio e atinge todas as regiões ao seu redor. Esses polos consiste numa zona dentro de um quadro geral para onde converge todo o lucro e toda atividade comercial. E esta determina como de desenvolverão as relações de todo o resto de acordo com a circulação de mercadorias e as redes de troca que são dominadas pela cidade polo. Assim como os outros autores, Braudel atenta para a dinâmica do capital internacional, colocando como a maior característica do mundo e do capitalismo desse momento a circulação monetária que obedece a certos fundamentos e determinado fluxo. O centro da economia mundial é onde o capitalismo expressa sua máxima, de onde emerge o lucro, a riqueza e a intensa circulação de capital: “O esplendor, a riqueza, a alegria de viver, reúnem-se no centro da economia-mundo, em seu núcleo. É aí que o sol da história faz brilhar as cores mais vivas, é aí que se manifestam os preços altos, os salários, os bancos, as mercadorias “reais”, as indústrias lucrativas, as agriculturas capitalistas; é aí que se situam o ponto de partida e o ponto de chegada dos extensos tráficos, o afluxo dos metais preciosos, das moedas fortes, dos títulos de crédito. Toda uma modernidade econômica aí se aloja: o viajante assinala-o quando vê Veneza no século XV, ou Amsterdam no século XVII, ou Londres no século XVIII, ou Nova Iorque hoje.”(BRAUDEL, pág. 75). 
Desta maneira Braudel discorre sobre as economias mundo que dominaram o quadro econômico a partir do século XV, processo que denomina descentragens e recentragens, ou seja, o movimento de uma matriz para outra. É possível traçar os intervalos dessas rupturas, quando em 1380 Veneza se torna a cidade célebre da economia mundo Mediterrânea; sendo em 1500 transferida para Antuérpia; entre 1550-1560 Gênova retoma o centro para o Mediterrâneo; em 1590-1610 Amsterdam determina o deslocamento para o Norte; em 1790-1815 Londres assume o centro de gravidade da economia – mundo, o qual apenas mostrará transferência em 1929 quando atinge a América com a ascensão de Nova Iorque. Essas movimentações permitem observar que os grandes centros se concentraram na Europa por longo período, atingindo a América apenas no século XX. Esse quadro geral demonstra o domínio do mercado internacional pelas nações europeias, que fizeram da colonização um meio de manter a soberania comercial, impondo o Pacto Colonial e determinando vantagem econômica sobre as colônias. Os países do Novo Mundo ficaram por enorme intervalo de tempo como um mercado dependente, impedido de investir no seu desenvolvimento nacional por seu forte vínculo com os países europeus, á margem do sistema capitalista inseridos na dinâmica apenas como fornecedores de matérias primas e numa posição secundária, cuja toda economia era voltada a fortalecer o centro europeu.
A organização do sistema de economia mundo faz com que o polo funcione como zona central que atinge e forma as intermediárias e as marginais, de forma que quanto mais afastado do centro maior é a dissipação e a dependência financeira e econômica encontrada nos países. Um sistema no qual as áreas externas alimentam as medianas e centrais, sendo a escravidão e o subdesenvolvimento das zonas marginais a condição necessária para a riqueza e a suposta liberdade exercida nos polos da economia mundial. Os países intermediários que sustentam a economia central, e estas ditam a lei nas áreas que as nutrem. Braudel converge com a perspectiva de Novais quando afirma que a Europa reinventou a escravatura no Novo Mundo pelas exigências de sua economia. Assim, ocorre a grande polarização do mundo dividido em zonas privilegiadas e outras á margem do capitalismo, em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, cujo grande fator de formação dessa desigualdade reside na troca e distribuição da riqueza nas nações de maneira não homogênea, beneficiando as nações capitalistas em detrimento das à margem do capital internacional. O próprio processo de colonização vem como um mecanismo de controle dessas trocas e manter a soberania e a vantagem econômica das trocas cuja rede é baseada na circulação monetária e sua concentração em apenas algumas áreas do cenário mundial em detrimento de outras. 
CONCLUSÃO
A abordagem dos autores e a reconstituição do período colonial brasileiro demonstra a grande ênfase na dinâmica do capital internacional para a formação dos diversos aspectos da vida e da nacionalidade colonial. Esta só começa esboçarsua independência nos processos de desvinculação da metrópole e quando as economias do Mundo em expansão governadas por Portugal e Espanha, começam a ser substituídas pela novas nações industriais como Inglaterra, que se beneficia da quebra do Pacto colonial e o fim da escravidão. Mesmo assim, apenas no século XX ascende uma economia mundo na América, sendo aquela que o processo de colonização atuou de forma mais branda. Apesar da perspectiva e uso de conceitos marxistas observada nos autores, como a visão de Caio Prado Júnior quando denuncia o imperialismo econômico, adentram pela dinâmica da circulação monetária e assim se afastam da análise marxista que dá ênfase nas estruturas de produção, principalmente Braudel que costuma considerar o início do capitalismo no século XV e não como uma fase precedente de acumulação primitiva que levaria a ascensão do sistema com o advento da Revolução Industrial. Os autores se direcionam a análise da época das trocas internacionais e suas dinâmicas, que segundo Marx seria uma fase prematura do capital, que alcançaria sua estrutura e autonomia com a formação de um sistema de produção. Os autores levantam dados e estudos sobre as relações desiguais entre colônias e metrópoles e a construção de polos da economia mundo, para a formação de um cenário global de desigualdade, da criação da periferia do sistema capitalista mundial. 
BIBLIOGRAFIA
PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo, Brasiliense, 2006.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 23° Edição, São Paulo, Brasiliense, 1994. 
BRAUDEL, Fernand. A Dinâmica do Capitalismo. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. “A Economia Política dos Descobrimentos”. in: Adauto Novaes (org.). A descoberta do homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. pág. 193-207.
NOVAIS, Fernando A. Estrutura e dinâmica do Antigo Sistema Colonial (Séculos XVI – XVIII). São Paulo, Brasiliense, 1986. 
NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial(1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1979. 
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