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TGP - Nota de Aula 06 - A eficácia da lei processual no espaço e no tempo -2016.1

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nota 06
A eficácia da lei processual no espaço e tempo 
01 - Introdução: O tempo e o espaço são fatores que limitam a eficácia das leis, e não é diferente na área processual. Nesse sentido, o momento dos fatos e o local onde eles ocorrem são limitadores da eficácia das leis processuais.
02 - O fator “espaço”: espaço significa dizer lugar, local. Em nosso país o que vigora é a regra da territorialidade. Isso significa dizer que no Brasil vigoram a leis brasileiras relativas ao processo, assim, se um brasileiro ou estrangeiro decidir processar uma pessoa (física ou jurídica) estrangeira aqui em nosso país, estará sujeito às normas nacionais. Se o fizer processando-a em seu país de origem estará sujeito às regras daquela nação. Há ainda outras questões relativas ao espaço:
a territorialidade se justifica por razões de ordem política e de ordem prática. Na ordem política relaciona-se com a soberania do Estado que emprega em seu território as suas próprias leis processuais. Já na ordem prática a questão diz respeito à organização da atividade, pois seria quase inadministrável a atividade processual em um país com regras de outro;
Os códigos de processo civil e penal, em seus artigos primeiros, estabelecem que os juízes no Brasil exercem suas atividades em todo o território nacional, na forma dos códigos;
há algumas situações nas quais o juiz pode ter necessidade de se referir à lei processual estrangeira (ver art. 231, parágrafo 1o. CPC e art. 256, pár.1o. do NOVO CPC);
há ainda que se marcar a diferença da aplicação da lei processual estrangeira para a lei material estrangeira. Pode ocorrer de uma parte processual alegar direito material estrangeiro como meio de prova (ver art. 337 CPC e art. 376 do NOVO CPC).
3 - O fator “tempo”: o tempo é outro fator que limita a ação da lei processual, segundo as seguintes regras:
No Brasil, em regra, as leis processuais entram em vigor 45 dias após a sua publicação (ver art. 1o. parágrafos 3o. e 4o. do CPP). É possível que a lei contenha disposição em contrário, como no caso do Novo CPC, que entrará em vigor um ano após a assinatura da Presidente da República;
Assim que entra em vigor a lei processual tem efeito, porém sempre respeitando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada;
Nesse norte, a lei nova não alcança os processos já findos e os processos novos serão regulados pela lei nova. Os problemas poderiam ocorrer na incidência da lei processual nova em conflito com a antiga, nos processos em curso, e nessa situação três possibilidades de solução podem ser ventiladas:
sistema da unidade processual: segundo esse entendimento, o processo, sendo um todo, não poderia ser regido por duas leis diferentes, sendo aplicáveis, ou a lei velha ou a lei nova, devendo prevalecer a lei velha em razão da manutenção dos atos processuais já realizados;
sistema das fases processuais: segundo esse sistema de solução de controvérsias, levar-se-ia em consideração a divisão do processo em fases, e a lei nova entraria em vigor a partir do início da fase seguinte à entrada em vigor da lei;
sistema do isolamento dos atos processuais: por esse sistema, a lei nova não atinge atos processuais passados, nem os efeitos desses atos, porém terá eficácia sobre os atos processuais futuros.
O sistema do isolamento dos atos processuais é o sistema adotado no Brasil (ver art. 2o. CPP e art.1211 CPC e art. 1046 do NOVO CPC) (exceção na lei 9099/95 art. 90 e art.2o do CP e art,. 1046 , pár. 1o. do NCPC);

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