Buscar

marcadores tumorais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Marcadores Tumorais
Discente: Ingrid Blenda de Sousa Ferraz
Docente: Andreza Menezes
5º Semestre 
	
	UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
GRADUAÇÃO EM MEDICINA
 INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DE ESTUDOS LABORATORIAIS
	
Cáceres, 5 de março de 2016
Introdução
O câncer é uma doença causada por uma série de alterações somáticas do DNA celular que levam à proliferação irrestrita da célula. Ela perde a capacidade de envelhecer e morrer, o tecido perde a capacidade de organização e a célula defeituosa consegue se disseminar para sítios em que não existem aquele tipo celular, o que chamamos de metástase. 
Existe genes no organismo com a função de barrar o ciclo celular no caso de a célula ser defeituosa, e muitas vezes é a falha nestes genes que geram a neoplasia. As células cancerígenas geralmente são clones, ou seja, uma única célula sofre uma mutação e se multiplica, conseguindo burlar todo o sistema de checagem do ciclo celular que impede que células defeituosas repliquem. Os tumores são aglomerados de células neoplásicas ou cancerígenas.
Os marcadores tumorais são macromoléculas presentes em tumores, sangue ou outros líquidos biológicos, cujo aparecimento ou mudança na concentração estão ligadas ao nascimento ou crescimento de células neoplásicas no organismo. Eles podem funcionar como indicadores da presença de câncer muito antes dos sinais clínicos, o que os tornam importantes no diagnóstico precoce de algumas neoplasias, que pode ser crucial. 
Essas substâncias podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo em resposta à presença do tumor naquele sítio. Existem vários marcadores, alguns específicos para cada neoplasia e outros que podem estar presentes em inúmeras neoplasias ou até mesmo em outras doenças. 
Os marcadores são úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer, podendo ajudar no diagnóstico, estadiamento do câncer, avaliação de resposta ao tratamento, detecção de recidivas e prognóstico da doença, dependendo do grau de sensibilidade e especificidade de cada marcador. Eles podem também auxiliar na triagem de pacientes com alto risco de desenvolverem certo tipo de câncer e no desenvolvimento de novas modalidades de tratamento.
Os marcadores tumorais podem ser caracterizados ou quantificados por meios bioquímicos ou imunoistoquímicos nos tecidos ou sangue, e por testes genéticos de pesquisa de oncogenes, genes supressores de tumor e alterações genéticas. Cada marcador tumoral tem um valor de referência, e tudo que for acima daquele valor deve passar por investigação para confirmação de diagnóstico.
Os principais marcadores tumorais conhecidos atualmente são: AFP (alfafetoproteina); BTA (antígeno tumoral da bexiga); MCA (antígeno mucoide associado ao carcinoma); cromogranina A; Telomerase; Cyfra 21.1; PAP (Fosfatase Áciida Prostática); NMP22 (proteína da matriz nuclear); CA 72.4; CA 125; CA 15.3; CA 19.9; CA 27.29; CA 50; ß -HCG (gonadotrofina coriônica humana); Catepsina D; Calcitonina; CEA (antígeno carcinoembrionário); C-erbB-2 (oncogene); LDH (desidrogenase lática); K-ras; NSE (Enolase Neurônio Específica); PSA (antígeno prostático específico); p53 e ß2-Microglobulina.
Este trabalho apresenta uma breve revisão de literatura sobre quais os principais marcadores tumorais, e quais papéis eles podem desempenhar no manejo clínico do paciente acometido por câncer. 
AFP (alfafetoproteína)
É pertencente à classe dos antígenos oncofetais. A alfafetoproteína é uma proteína importante do soro fetal, sintetizada no fígado, saco vitelino e intestino fetais, desempenhando papéis como transporte plasmático e manutenção da pressão oncótica, e que desaparece normalmente no primeiro ano de vida. 
Na vida adulta, os níveis séricos de AFP se encontram entre 5ng/mL e 15ng/mL, com vida média de 5 a 7 dias. Níveis acima de 500ng/mL são sugestivos de malignidade, e valores acima de 1000ng/mL são indicativos de presença de neoplasia.
Pode estar alterada em decorrência de várias situações clínicas, como hepatite e cirrose hepática, tumores gastrintestinais, hepatocarcinoma e gravidez. Pode ser encontrada em 70% dos tumores testiculares não seminomatosos. É sintetizada pelo carcinoma embrionário puto, teratocarcinoma, tumor de saco vitelino e por tumores mistos. Utilizada como marcador tumoral para o monitoramento da terapia dos tumores de células germinativas dos testículos, o carcinoma de testículo, sendo que sua presença sugere persistência da doença e sua concentração sérica ajuda a estumar o tempo de crescimento do tumor.
Este marcador tem sido usado como auxiliar no diagnóstico de pacientes com carcinoma hepatocelular em conjunto com a ultrassonografia abdominal, em populações com prevalência aumentada desse tipo de neoplasia. 
MCA (antígeno mucoide associado ao carcinoma)
O MCA é uma glicoproteína com peso molecular de 35oKd, utilizado para monitorizar o carcinoma mamário. Seu valor de referência é 11U/mL, não tendo indicação para seu uso no diagnóstico de doença locorregional. Ele possui uma especificidade de 87% e sensibilidade inferior a outros marcadores, sendo 60% nos casos em que há metástase.
Este marcador pode se encontrar elevado em outras ocasiões clínicas como doenças benignas de mama, tumores de ovário, colo uterino, endométrio e próstata.
Cromogranina A
A cromogranina A, está em um grupo de proteínas presentes em cários tecidos neuroendócrinos. É um marcador tumoral com utilidade em neoplasias endócrinas, como feocromocitoma, síndrome carcinoide, carcinoma medular da tireóide, adenoma hipofisário, carcinoma de células ilhotas do pâncreas e na neoplasia endócrina múltipla. O intervalo de referência no soro é de 10ng/mL a 50ng/mL. Ele também pode ser utilizado em casos de carcinoma pulmonar de células pequenas.
BTA (antígeno tumoral da bexiga)
O antígeno tumoral da bexiga é uma proteína expressa por várias células tumorais, mas por poucas células normais, ou seja, é sensível para neoplasia, mas pouco específico. Durante o desenvolvimento de tumores uroteliais da bexiga, essas moléculas são liberadas na urina. 
A sensibilidade do marcador varia de 32% a 100% e a especificidade de 40% a 96%. Os resultados falso-positivos podem se relacionar à litíase urinária, processos inflamatórios da bexiga e sonda vesical de demora.
Telomerase
Sabe-se que o telômero, extremidade 3’ do cromossomo, fica menor a medida que uma célula replica, e quando ele chega ao seu tamanho mínimo, a célula se torna senescente e não replica. Esta é uma das principais teorias sobre o envelhecimento celular, em que o processo responsável por barrar a replicação de uma célula antiga e já cheia de defeitos genéticos seria o encurtamento do telômero.
A telomerase é uma ribonucleoproteína responsável por adicionar sequências específicas e repetitivas ao telômero do cromossomo, ou seja, aumentar o tamanho do telômero, e assim reverter o processo de senescência celular. Em células sadias a telomerase é pouco expressa.
A telomerase se encontra hiperexpressa em um grande número de neoplasias malignas, já que no câncer as células não têm um limite de replicação e proliferam de maneira desenfreada, células “imortais”.
A telomerase é utilizada como marcador tumoral para os casos de câncer de bexiga, podendo ser quantificada em amostras de urina ou tecido. A presença da telomerase independe do estágio e do grau do tumor vesical. Sua sensibilidade está entre 70% e 93% e especificidade para diagnóstico de tumores uroteliais da bexiga está entre 60% e 99%.
CA 72.4
O CA 72.4, também denominado TAG-72, tem elevada especificidade para câncer, mas sem sensibilidade de órgão. No momento do diagnóstico, cada órgão tem uma porcentagem diferente de sensibilidade, sendo 50% para câncer de estômago, 45% para pâncreas e trato biliar, 55% para câncer de cólon e 63% para carcinoma mucinoso de ovário. 
O valor de referência para o CA 72.4 é de 6U/mL. Em doenças benignas, surge em menos de 10% e em menos de 30% de outras neoplasias metastáticas que não digestivas ou ovarianas.Este marcador tumoral é usado no controle de remissão e recidiva de carcinomas de trato gastrintestinal (câncer gástrico, cólon, pâncreas e trato biliar). Cinquenta por cento dos paciente com câncer gástrico apresentam níveis elevados de CA 72.4.
CA 125
O antígeno do câncer 125 é formado por uma glicoproteína de alto peso molecular, presente no envelope seroso que recobre os ovários e algumas cavidades do organismo. Ela pode estar alterada em várias situações clínicas benignas como cirrose hepática, hepatite, endometriose, pericardite e gravidez. 
Apesar de poder se apresentar alterado em câncer de ovário, endométrio, pâncreas, pulmão e mama, seu uso como marcador tumoral se restringe ao carcinoma ovariano. A sensibilidade geral para o diagnostico fica em torno de 80%, porém é menor que 50% para tumores precoces no estádio I da doença, que somado à baixa prevalência da neoplasia o inviabilizam como ferramenta de rastreio.
O marcador se correlaciona com a atividade da doença, então é excelente no monitoramento do tratamento, orientando a terapêutica, por exemplo, valores muito elevados após três ciclos de quimioterapia estão relacionados à resposta ruim e pior prognóstico. Pacientes que foram submetidas a tratamento curativo devem ser monitoradas por dois anos com dosagens trimestrais de CA 125 e depois disso semestralmente, já que elevações do marcador indicam recorrência do câncer. Níveis pré-operatórios elevados indicam pior prognóstico.
CA 15.3
O antígeno do câncer 15.3 é uma glicoproteína produzida pelas células epiteliais glandulares. O valor de referência é 25U/mL, e apenas 1,3% da população sadia tem este marcador elevado.
O CA 15.3 é o marcador tumoral do câncer de mama, pois é o mais sensível e mais específico para essa doença. Sabe-se que a elevação do CA 15.3 varia de acordo com o estadiamento da paciente, aumentando de acordo com o avanço do estadiamento. A sensibilidade varia de acordo com a massa tumoral e o estadiamento clínico, sendo de 88% a 96% na doença disseminada. Em fase inicial, apenas 23% dos casos apresentam aumento deste marcador. Aumento maio que 35% na concentração do marcador correlaciona-se com a progressão da doença em 80% a 90% dos casos, e a diminuição em sua concentração é associada à regressão em 70% a 80%. Além disso, níveis séricos muito elevados relacionam-se à pior sobrevida da paciente.
A maior utilização do CA 15.3 é para diagnóstico precoce de recidiva, precedendo os sinais clínicos em até 13 meses. Recomenda-se a dosagem seriada de CA 15.3 no pré-tratamento, de 2 a 4 semanas após o tratamento cirúrgico ou início da quimioterapia e repetição a cada 3 a 6 meses.
Também foram observados níveis elevados de CA 15.3 em outras neoplasias como câncer de ovário, pulmão, colo uterino, hepatocarcinoma e linfomas, e outras doenças como hepatite crônica, tuberculose, sarcoidose e lúpus eritematoso sistêmico.
CA 19.9
O CA 19.9 é uma glicoproteína do tipo mucina, cuja expressão é dependente do produto do gene de Lewis, do grupo sanguíneo, sendo assim, indivíduos que não tem o antígeno de Lewis não expressam essa glicoproteína. Seu valor normal de referência é 37U/mL.
Este marcador é indicado no auxílio ao estadiamento e à monitoração de tratamento em primeira escolha de câncer de pâncreas e trato biliar e em segunda escolha no câncer colorretal.O CA 19.9 possui sensibilidade variável com a localização do tumor: pâncreas 70% a 94%, vesícula biliar 60% a 79%, hepatocelular 30% a 50%, gástrico 40% a 60% e colorretal 30% a 40%. Em menor frequência pode se encontrar positivo em câncer de mama, pulmão, e cabeça e pescoço.
Ele é utilizado no diagnóstico diferencial entre câncer de pâncreas e pancreatite, já que na pancreatite crônica a presença de aumento é de 4% e na aguda de 10% contra 99% no câncer de pâncreas. A maior aplicabilidade de uso do CA 19.9 é a de avaliar resposta à quimioterapia do câncer de pâncreas, já que a utilização de métodos de imagem é limitada.
Gonadotrofina Coriônica Humana subunidade Beta (ß-HCG)
A gonadotrofina coriônica humana é uma glicoproteína composta por duas subunidades: alfa, partilhada por outros hormônios da hipófise e beta, específica. A fração beta (ß-hCG) é produzida de forma mais marcante pela placenta durante a gravidez, mas pode estar elevada em decorrência de outras situações.
Como marcador tumoral ela é utilizada para diagnóstico, monitorização e prognóstico de pacientes com tumores de células germinativas (testículos e ovários) e da doença trofoblástica gestacional.
Nos tumores de células germinativas dos testículos é recomendada a avaliação juntamente com a AFP. Níveis elevados se relacionam com estadios mais avançados da doença.
Seu uso é imperativo no monitoramento do tratamento, no qual a resposta à quimioterapia só é aceita quando os níveis de normalizam, sendo recomendada a dosagem semanal durante o tratamento.
CEA (antígeno carcinoembrionário)
O antígeno carcinoembrionário é uma glicoproteína oncofetal, e está expressa de maneira fisiológica na superfície de células mucosas. Originalmente foi descrito como presente em adenocarcinoma de cólon e reto e em cólon fetal, mas ausente em tecido colônico adulto normal, mas hoje sabe-se que ele é produzido pelas células da mucosa do trato gastrintestinal.
Níveis pouco elevados do CEA, geralmente até 10ng/mL podem ser encontrados em várias situações clínicas como úlcera péptica, doença inflamatória intestinal, pancreatites, cirrose, obstrução biliar e em tabagistas. O valor de referência é 3,5ng/mL em não-fumantes e 7ng/mL em fumantes.
A superexpressão dessa proteína ocorre na presença de adenocarcinomas diversos, estando elevada em decorrência de neoplasias de colo, reto, estomago, teratomas de testículo, pulmão, pâncreas, tireóide e cérvice, mas apesar disso ele é indicado como marcador tumoral apenas no carcinoma coloretal.
Apresenta sensibilidade baixa para essa neoplasia, inferior a 40%, com especificidade de cerca de 85%, principalmente em lesões precoces, não sendo recomendado para o rastreamento. Seu uso para diagnóstico é limitado, não sendo usado para esses fins como rotina. 
Elevações do CEA também foram relatadas em distúrbios benignos como: cirrose alcóolica, doença de Crohn, doenças hepáticas, doenças intestinais, doença fibrocística da mama, bronquite, tabagismo e insuficiência renal. 
Os níveis pré-operatórios do CEEA possuem algum significado para o prognóstico, visto que o nível de elevação está relacionado com a carga corporal do tumor. Em pacientes com câncer de cólon CEA-positivos, a presença de níveis elevados de CEA, dentro de seis semanas, após a terapia, indica a existência de doenças residuais. A ocorrência de recidiva é indicada por um nível crescente de CEA, sendo a doença clinicamente detectável quasem sempre precedida de um aumento do marcador tumoral. Os níveis séricos de CEA também são úteis para monitorizar o tratamento do câncer de mama metastático.
Calcitonina
A calcitonina é um hormônio peptídico secretado pelas células C parafoliculares na tireóide. Sua secreção é estimulada pelo cálcio. É um hormônio da tireoide cuja função fisiológica é antagonizar o hormônio paratireoidiano. Sua principal função é a inibição da reabsorção óssea pela regulação do número e atividade de osteoblastos. Seu valor de referencia é 19pg/mL em homens e 14pg/mL em mulheres.
A maior utilizada deste hormônio como marcador tumoral é para o seguimento de pacientes com carcinoma medular da tireóide. Ele é utilizado no diagnóstico precoce de paciente de risco, com sensibilidade de 90% para detecção do tumor em pessoas com história familiar ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo II, com relevância na sobrevida pós -tiroidectomia. Este hormônio pode se tornar elevado em pacientes com uma taxa elevada de reposição óssea associada a metástases esqueléticas.
A concentração de calcitonina no organismo também pode estar elevada por outras doenças como anemi perniciosa, insuficiência renal crônica, cirrose alcoólica, hiperparatireoidismo, doençade Paget do osso e síndrome de Zollinger-Ellison, podendo estas serem causas de falso-positivo de carcinoma medular da tireóide.
Tireoglobulina
A tireoglobulina é uma glicoproteína produzida pelas células foliculares da tireoide. Ela se encontra elevada em qualquer situação, sendo ela benigna ou maligna, em que haja aumento da glândula, ou seja, não tem valor diagnóstico. 
A tireoglobulina é o melhor marcador para monitoramento de pacientes portadores de carcinomas diferenciados da tireoide submetidos à terapia curativa com retirada completa da tireoide.
Após a tireoidectomia total os pacientes devem apresentar valores inferiores a 0,5nh/mL. Níveis elevados da proteína podem indicar a presença de micrometástases, devendo ser considerada a terapia adjuvante. No seguimento pós-operatório, qualquer aumento de tireoglobulina deve ser considerado recidiva, e os pacientes devem ser investigados. 
Apesar da sensibilidade de 88% e especificidade de 99% na detecção de recorrência, este marcador não apresenta valor prognóstico. Ele não deve ser utilizado no monitoramento dos carcinomas medulares de tireoide. 
LDH (desidrogenase lática)
A desidrogenase lática (LDH) é uam enzima que se expressa nos tecidos cardíaco e muscular esquelético. Esta enzima não tem valor diagnóstico mas relaciona-se com o tamanho ou volume da neoplasia, podendo apresentar implicações prognósticas em especial nos pacientes com diagnóstico de linfoma não-Hodgkin recente e na neoplasia de próstata.
Nos pacientes supracitados, altos níveis de LDDH anteriores ao tratamento comprovam ser um fator de risco adverso, e refletem a taxa de crescimento e volume do tumor. Pacientes com alto nível de LDH com idade avançada ou com mau desempenho apresentam menos de 50% de probabilidade de remissão durável com o tratamento padrão. 
O uso desse marcador deve ser feito com cautela, já que ele também pode estar elevado em patologias musculoesqueléticas, infarto do miocárdio, leucemias e embolia pulmonar.
Catepsina D
A catepsina D é uma endoprotease lisossomal ácida que é encontrada em praticamente todas as células dos mamíferos, sendo muito estudada como marcador tumoral do câncer de mama.
Acredita-se que o papel da catepsina D na carcinogênese é a estimulação da síntese de DNA e mitose que ela faz durante a regeneração tecidual e facilitar a disseminação tumoral devido ao seu poder proteolítico.
As evidencias que se têm sobre a substancia nos levam a crer que a secreção dela pelo tumor facilitaria a iniciação e progressão do processo de metástase, sendo apontada por alguns autores como uma proteína associada à invasividade tumoral e à presença de metástase.
Estudos demonstram que altos níveis de catepsina D associam-se com pior prognóstico de câncer de mama. A associação entre a expressão aumentada da catepsina D e a sobrevida livre da doença é controversa e continua sendo estudada.
NMP 22 (proteína da matriz nuclear)
A NMP22 é uma proteína involvida no mecanismo de regulação do ciclo celular. Pacientes com recidiva tumoral e doença invasiva têm níveis elevados deste marcador.
Sua sensibilidade encontra-se entre 60% e 86%, e já foi aprovado para uso clínico pela Food And Drug Administration (FDA) norte-americana.
Cyfra 21.1
O Cyfra 21.2 é um antígeno formado por um fragmento da citeoqueratina 19 encontrado no soro. Na população geral, o nível de Cyfra 21.1 é inferior a 3,3ng/mL, por isso seu valor de referencia é 3,5ng/mL.
Este marcador tem alta sensibilidade para carcinoma de células escamosas, entre 38% e 79%, de acordo com o estádio, e é um fator de prognóstico ruim no carcinoma de células escamosas do pulmão. 
Encontra-se elevado também em carcinoma pulmonar de pequenas células, câncer de bexiga, de cérvice e de cabeça e pescoço. Aumenta inespecificamente em algumas patologias benignas pulmonares, gastrintestinais, ginecológicas, urológicas e de mama, podendo gerar falso-positivos.
NSE (enolase neurônio-específica)
A enolase neurônio-específica é uma enzima catalisadora da via glicolítica anaeróbia, encontrando-se distribuída em todos os tecidos mamíferos. A determinação sérica desta enzima parece ser valiosa para o diagnóstico de carcinoma de pulmão de pequenas células, tendo aceitável sensibilidade com alto grau de especificidade. A presença da enzima é mais elevada na doença extensa do que na localizada, e possui sensibilidade relacionada ao estágio da doença.
A NSE é também um monitor terapêutico nos pacientes em curso quimioterápico, em que seus valores séricos tendem a subir ou baixar de acordo com a resposta à terapia empregada e até antever recidiva da doença.
PSA (antígeno prostático específico)
O PSA é uma enzima produzida pelas células epiteliais da próstata, que promove a liquefação do liquido seminal. Muitos estudos demonstraram que o PSA é útil para o diagnóstico do câncer de próstata. Em geral, o valor preditivo positivo do PSA á de 20% em pacientes com valores ligeiramente elevados (entre 4ng/mL e 10ng/mL) e de 60% em pacientes com valores de PSA superiores a 10ng/mL. O uso do PSA é otimizado combinado ao exame de toque retal.
A medida do PSA é fundamental para o estadiamento do paciente com carcinoma de próstata, por exemplo, segundo alguns estudos, 80% dos pacientes com concentração de PSA menor do que 4ng/mL possuem tumor restrito à próstata, metade dos pacientes com PSA maior que 10ng/mL apresentam extensão extra-capsular e a maioria dos pacientes com PSA superior a 50ng/mL apresenta metástases para linfonodos pélvicos. Contudo, exceto para valores extremos, o PSA isolado não é preciso para estadiar o paciente.
Espera-se que um paciente submetido à prostatectomia radical apresente PSA próximo a zero (até 0,2ng/mL) após o procedimento, e elevações do OSA após este procedimento ocorrem meses a anos antes dos sinais clínicas de recorrência, indicando persistência da doença. Pós-radioterapia, níveis detectáveis de PSA podem se originar do tecido prostático normal residual, ocorrendo queda lenda e gradual no nível de PSA.
Com o aumento da idade ocorrem modificações no epitélio prostático que acarrtam u aumento da absorção de PSA para a corrente sanguínea, fazendo com que os valores de PSA variem de acordo com as faixas etárias, indo de 2,5ng/mL para homens até 50 anos e 5ng/mL para os que têm mais de 50 anos de idade.
ß2M (beta-2-microglobulina)
A ß2-Microglobulina é uma glicoproteína de baixo peso molecular presente em todas as células nucleadas, relacionada ao antígeno de histoconpatibilidade humano – HLA. Liberada na circulação em decorrência do metabolismo das células nucleadas, passa pelos glomérulos e é reabsorvida pelos túbulos renais proximais. Encontra-se alterada em varias situações como hepatites, AIDS, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide e doenças que cursam com diminuição da função renal.
Níveis séricos de ß2M correlacionam-se com atividade de linfócitos, sendo utilizada como marcador de neoplasias linfoides de células B, incluindo as leucemias linfoides crônicas de células B, linfomas não-Hodgkin o mieloma múltiplo. Nesses casos, seu uso restringe-se ao monitoramento da atividade das doenças. Boa parte dessas neoplasias não produzem ß2M, o que inviabiliza sua utilização como diagnóstico. A 2ßM tem sido apontada como importante fator prognóstico.
K-ras
Os genes da família “ras” são os oncogenes mais encontrados nas neoplasias malignas, sendo que tumores de pulmão que tenham mutação em K-ras são mais agressivos se comparados aos que não têm a mutação em K-ras.
Sendo assim, mutações em K-ras são importate fator de prognóstico para determinar o tempo livre de doença e sobrevida do paciente, após estudo de variáveis como estadiamento da doença, tamanho do tumor e grau de diferenciação.
C-erbB-2
O c-erbB-2 é um oncogene que determina a formação de uma proteína ligada à membrana celular, também chamada de HER-2/neu. Ela é expressa fisiologicamente em células epiteliais de vários órgãos, como pulmão, pâncreas, mama e próstata.
A superexpressão ou superamplificação do genec-erbB-2, presente em 25% dos pacientes com câncer de mama, leva ao aumento da densidade da proteína expressa na membrana das células. A HER-2/neu sérica é formada a partir da clivagem do domínio extracelular dessa proteinam sendo lançada na corrente sanguínea como um antígeno, o que possibilita sua detecção por imunoensaios. 
Ela pode refletir o estado de expressão do gene no tumor. A determinação do status da proteína tecidual é importante, pois seleciona entre as mulheres portadoras do carcinoma da mama metastático, as candidatas à terapia com a herceptina, um anticorpo monoclonal que bloqueia essa proteína.
A relação entre o gene c-erbB-2 e o prognóstico do câncer de mama tem sido extensivamente examinada, com considerável atenção à recidiva tumoral e à sobrevida de pacientes. A expressão do c-erbB-2 pode ser indicativa de prognóstico ruim.
O gene c-erbB-2 também se encontra superexpresso em outras neoplasias humanas, incluindo cerca de um terço dos carcinomas de pulmão tipo células não-pequenas. No adenocarcinoma de pulmão, o produto proceico do c-erbB-2 é observado em 28% a 38% dos casos e é associado a pior prognóstico. 
P53
O gene supressor de tumor p53, localizado no cromossomo 17, codifica uma fosfoproteína denominada proteína p53, que desempenha um importante papel no controle do ciclo celular e previne o aparecimento de câncer.
A proteína p53 tem o papel de bloquear a divisão celular em céluls que sofreram injurias no seu DNA, dando tempo para o reparo ocorrer. A perda da função desse gene pode estar relacionada a gênese e progressão tumoral.
A grande maioria dos canceres de cólon, mama e pulmão apresenta deleção ou mutação em um alelo desse gene. 
BRCA 1 e 2
BRCA1 e BRCA2 são os mais importantes genes de predisposição ao câncer de mama, e 5% a 10% dos canceres de mama são causados por mutação neles. 
Mulheres com história familiar de câncer de mama e que carregam esses genes mutados apresentam altíssimo risco de desenvolvimento desse câncer, além do risco de desenvolvimento de câncer de ovário.
Esses genes são, portanto, marcadores de suscetibilidade individual, e não marcadores tumorais em si. 
Sua pesquisa nçao está recomendada como rotina e a interpretação de seus resultados gera importantes discussões étcas, devido às medidas a serem recomendadas às pacientes com resultados positivos.
Conclusão
Pode-se concluir, que apesar de muitos, não se conhece ainda um marcador tumoral com características ideais para detecção dos diversos cânceres, ou seja, o diagnóstico na maior parte das vezes é feito por biópsia.
Atualmente os marcadores tumorais, como visto durante o texto, são utilizados predominantemente para seguimento de pacientes com câncer, usando o marcador específico para o câncer que foi ou está sendo tratado.
Outra utilidade de alguns marcadores é o estabelecimento de prognóstico e estadiamento de alguns cânceres, o que os tornam muito importantes na abordagem clínica destes pacientes.
Bibliografia
Almeida, J. R. C., et al.. Marcadores Tumorais: Revisão de Literatura. Disponível em: http://www.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao1.pdf. Acesso em: 29 de fev 2016.
Erichsen E.S., Viana L.G., Faria R.M.D., Santos S.M.E. Medicina Laboratorial para o Clínico. Belo Horizonte: Coopmed, 2009.
ROBBINS, S. L., KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N.. Patologia: Bases patológicas das doenças. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes