CAPÍTULO 8_Gestão da Qualidade e da Sustentabilidade Ambiental da Obra

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Prof. Luciano da Costa Bandeira 
 
 
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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
CURSO: ENGENHARIA CIVIL 
DISCIPLINA: GERENCIAMENTO DE OBRAS CIVIS 
PROFESSOR: Msc. Luciano da Costa Bandeira. 
 
CAPÍTULO 8: Gestão da Qualidade e da Sustentabilidade Ambiental da 
Obra 
 
Assim como nas demais indústrias, na indústria da construção civil a 
competitividade entre as empresas tem feito com que a busca de um diferencial 
competitivo faça parte do conjunto de diretrizes corporativas. E a melhoria da qualidade 
nos projetos, nos processos e nos produtos finais demonstra esse interesse por ocupar 
um espaço de destaque no mercado, chamando a atenção dos clientes para a 
conformidade e para a excelência nos produtos e serviços. 
Segundo THOMAZ (2001), o gerenciamento da qualidade ocorre através da 
implantação de um sistema, que apresenta como principais objetivos os seguintes: 
• regulamentar / documentar; 
• controlar de forma planejada e sistematizada as atividades de projeto; 
• controlar de forma planejada e sistematizada as atividades de construção; 
• assegurar, em tempo hábil, a adequação dos recursos necessários à construção, 
incluindo equipes, materiais, equipamentos e outros insumos; 
• melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços; 
• reduzir os custos do empreendimento; 
• aperfeiçoar as relações com os clientes; 
• melhorar a imagem da empresa / obter maior e melhor participação no mercado. 
 Além da busca pela qualidade como diferencial competitivo de mercado, o governo 
brasileiro instituiu em 1990 o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade 
do Habitat), que visa o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de 
produtos e serviços, a redução de custos e melhor gestão dos recursos públicos, 
organizando o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria 
da qualidade do habitat e a modernização produtiva. O objetivo, no futuro, é criar um 
ambiente de isonomia competitiva que propicie soluções mais baratas e de melhor 
qualidade para a redução do déficit habitacional no país atendendo, em especial, a 
produção habitacional de interesse social. 
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A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se 
destacam: 
 Avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras. 
 Melhoria da qualidade de materiais. 
 Formação e requalificação de mão-de-obra. 
 Normalização técnica. 
 Capacitação de laboratórios. 
 Avaliação de tecnologias inovadoras. 
 Informação ao consumidor. 
 Promoção da comunicação entre os setores envolvidos. 
De acordo com SOUZA (1997), na realidade brasileira, com intensificação da 
busca pela qualidade, cresce nos canteiros o combate ao desperdício, que é grande na 
construção civil e é decorrente de falhas que ocorrem em diversas etapas do processo 
construtivo. 
SOUZA (1997) divide a implantação de um sistema de qualidade em uma empresa 
de construção civil em 10 módulos: 
1. RESPONSABILIDADE DA ALTA ADMINISTRAÇÃO. 
Elaboração da Política da Qualidade - É um documento elaborado pela alta 
administração da empresa, sintético, filosófico, que indica o compromisso da empresa 
com a qualidade. Deve contemplar as relações com os clientes externos, fornecedores, 
clientes internos e colaboradores, competitividade, garantia de qualidade nos processos e 
produtos e melhoria contínua. 
Constituição do Comitê da Qualidade – formado por representantes da 
diretoria, das gerências, das obras e consultoria externa que farão todo o gerenciamento 
do sistema de qualidade. 
 
2. QUALIDADE COMO SATISFAÇÃO TOTAL DOS CLIENTES EXTERNOS E 
INTERNOS. 
Elaboração do Ciclo da Qualidade na empresa construtora – o ciclo da 
qualidade é um mapa onde são identificados: 
 Os segmentos de atuação da empresa (obras públicas, habitação 
popular, edificações prediais residenciais, incorporação). 
 Identificação das necessidades e exigências dos clientes em termos 
de qualidade, prazo, preços, condições de financiamento. 
 Identificação dos processos da empresa, identificando as entradas e 
saídas de cada processo. 
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 Identificação das relações fornecedor/cliente nos diversos processos 
da empresa. 
SOUZA (1997, P.8) apresenta um exemplo de ciclo de qualidade em uma empresa 
construtora: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. DIAGNÓSTICO DA EMPRESA EM RELAÇÃO À QUALIDADE 
O diagnóstico da empresa com relação à qualidade pode ser realizado aplicando-
se o questionário da página seguinte. 
De acordo com SOUZA (1997), esse questionário avalia de forma genérica os 
requisitos de qualidade baseados nas normas ISO 9000 (ABNT 1994), adequados a 
empresas do ramo de construção civil. 
Cada um dos requisitos de qualidade apresentados no questionário deve ser 
avaliado com notas de 1 a 5, sendo que a nota está relacionada com a situação do 
processo em análise (observe a tabela de pontuação). 
 
 
 
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4. PLANO DE AÇÃO: SISTEMA DA QUALIDADE E TIMES DA QUALIDADE 
SISTEMA DA QUALIDADE – Em função do ciclo da qualidade, do resultado do checklist 
e das diretrizes das normas ISO 9000, o sistema da qualidade é um conjunto de 
procedimentos que visa garantir a qualidade em todos os processos registrados no ciclo 
PONTUAÇÃO SITUAÇÃO DO PROCESSO EM ANÁLISE
1 Não existe o processo na empresa
2 Existem alguns procedimentos implantados para o processo, mas não documentados.
3 Existem alguns procedimentos parcialmente implantados e documentados para o processo.
4 Existem procedimentos totalmente implantados e documentados para o processo, mas não há retroalimentação e melhoria contínua.
5 Os procedimentos para o processo estão totalmente documentados e implantados e há retroalimentação e 
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1 Existe um processo definindo a organização do sistema da qualidade e a responsabilidade da alta administração para operar e manter tal sistema?
2 Existe um processo para a elaboração e controle de documentos de dados?
3 Existe um processo para controle dos registros da qualidade e arquivo técnico?
4 Existe um processo para identificação e rastreabilidade de produtos?
5 Existem processos para controle de produtos não-conformes, ações corretivas e preventivas?
6 Existem processos para a realização de auditorias internas da qualidade?
7 Existe um Manual da Qualidade e Planos da Qualidade para obras específicas?
8 Existem programas de treinamento dos recursos humanos?
9 Existe um programa de segurança e higiene no trabalho de acordo com as exigências da NR-18 do 
10 Os processos administrativos e financeiros estão claramente definidos (secretaria geral, administrativo, contas a pagar, contas a receber, tesouraria, contabilidade e gestão financeira)?
11 A empresa está totalmente informatizada, incluindo as obras?
12 Existe um processo voltado à identificação das necessidades dos clientes em termos de qualidade, prazo, preço e condições de pagamento?
13 Existe um processo para elaboração de propostas?
14 Existe um processo para a concepção, lançamento e incorporação do empreendimento?
15 Existe um processo voltado à análise crítica dos contratos assinados com clientes?
16 Existe um processo voltado ao atendimento ao cliente ao longo do desenvolvimento de todo o 
17 Existe um processo para definição das diretrizes para elaboração de projetos?
18 Existe um processo para análise critica de projetos ou coordenação de projetos?
19 Existe um processo para controleda qualidade no recebimento de projetos?
20 Existe um processo para controle de revisões e elaboração de projetos "as-built"?
21 Existe um processo para qualificação de projetistas?
22 Existe um processo para compras de materiais e equipamentos a partir de especificações técnicas 
23 Existe um processo para inspeção e ensaios de recebimento dos materiais e equipamentos em obra?
24 Existem processos definidos para armazenamento e transporte dos diferentes materiais em obra?
25 Existe um processo para qualificação de fornecedores de materiais e equipamentos?
26 Existe um processo para elaboração de orçamento, planejamento de obras e acompanhamento de custos?
27 Existe um processo definido para gerenciamento de obras?
28 Existem processos definidos para execução e inspeção dos serviços de obras?
29 Existem processos definidos para projeto, implantação e administração do canteiro de obras?
30 Existem processos para controle tecnológico dos materiais produzidos em obra?
31 Existe um processo de manutenção preventiva e corretiva de equipamentos de produção e aferição dos equipamentos de medição e ensaios?
32 Existe um processo para qualificação de fornecedores de serviços?
33 Existe um processo para entrega da obra ao cliente?
34 Existe um processo para elaboração do Manual do Usuário?
35 Existe um processo voltado à assistência técnica pós-entrega, envolvendo atendimento de solicitações de manutenção, análise das causas das falhas e retroalimentação das informações para o setor de projetos, 
36 Existe um processo para avaliação pós-ocupação junto aos clientes, visando identificar seu grau de satisfação em relação ao produto entregue aos serviços de atendimento prestados?
37 Existe um sistema de indicadores da qualidade e produtividade da empresa e seus processos?
REQUISITOS DA QUALIDADE
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da qualidade, envolvendo as ações de Administração da Política de Qualidade, qualidade 
no processo comercial, nos recursos humanos, no projeto, nas aquisições, no 
gerenciamento e execução de obras, no processo de entrega e do manual do usuário, na 
fase de uso e operação e dos indicadores da qualidade e da produtividade. 
TIMES DA QUALIDADE – É uma equipe formada com o fim específico de melhorar a 
qualidade no processo específico analisando o processo, identificando os problemas, 
fazendo uma proposta de ações corretivas, treinando a equipe e fazendo o 
acompanhamento da implantação. 
 
5. PADRONIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO CICLO PDCA. 
Um processo tem entradas, processamento e saídas. O objetivo da padronização 
de um processo é o estabelecimento de padrões/especificações para as entradas e 
saídas, de maneira que o processo seja executado sempre da mesma maneira e os 
“clientes” recebam sempre os mesmos produtos. Um processo padronizado é mais barato 
(menos desperdício e menos retrabalho) e mais fácil de ser medido. O padrão de um 
processo deve ser um documento simples, voltado para o usuário, com data de 
elaboração, responsável pela elaboração, deve apresentar fornecedores e clientes com 
suas respectivas responsabilidades, deve descrever detalhadamente o processo 
padronizado e os resultados esperados. Vejamos a seguir um exemplo de padrão para o 
recebimento de caminhões de concreto pelo almoxarifado de uma obra civil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Após a elaboração do padrão os processos implantados, avaliados e verificados 
em função do ciclo PDCA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ciclo PDCA indica como deve ocorrer a gestão do processo, englobando a fase 
de “P”lanejamento, “D”esenvolvimento, “C”controle e “A”ção corretiva. Na fase de 
planejamento estão a definição das metas e dos métodos para o alcance das metas. Na 
fase de desenvolvimento ocorre o treinamento e a execução da tarefa. Na fase do 
controle ocorre a medição dos resultados e, em seguida, são tomadas as ações corretivas 
para corrigir os problemas (pode ser que o problema seja, inclusive, uma falha na 
elaboração do padrão. Nesse caso, o padrão pode ser reformulado). 
 
6. QUALIDADE NO PROJETO. 
No capítulo 6 (Compatibilidade do Projeto com a execução da obra) falamos muito 
sobre os problemas decorrentes de um projeto mal elaborado. O projeto tem uma 
relação direta com a satisfação dos clientes finais, com os processos construtivos e com o 
custo da obra. 
O processo de elaboração do projeto, gerido pelo gestor de projetos, deve 
apresentar os requisitos de contrato bem definidos como prazos, compatibilização, as 
built, softwares utilizados, nível de detalhamento, especificações, visitas na obra e todos 
os demais itens já discutidos no capítulo 6. Esses requisitos devem fazer parte do 
“Padrão” do projeto. 
 
7. QUALIDADE NOS SUPRIMENTOS. 
Os principais processos relacionados com a gestão de suprimentos são os 
seguintes: 
 Seleção e avaliação de fornecedores. 
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 Compras. 
 Recebimento de materiais. 
 Armazenamento e transporte. 
Para todos eles, deve ser elaborado um “Padrão” e deve ser aplicado o ciclo 
PDCA. No caso do recebimento de materiais, por exemplo, dever ser elaborado um 
padrão específico para cada tipo de material. Vimos anteriormente, no item 5, um 
exemplo de padrão para o recebimento de caminhões de concreto. 
 
8. QUALIDADE NA EXECUÇÃO. 
Assim como nos demais aspectos, a qualidade na execução dos serviços é a 
aplicação do ciclo PDCA na execução dos mais diversos serviços da obra. Vejamos um 
exemplo de “Padrão” para o serviço de reboco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Estabelecido o padrão, gira-se o ciclo: Treinamento, Executar, coletar os 
resultados e tomar as ações corretivas. É importante que a empresa/obra desenvolva seu 
próprio formulário de avaliação do resultado, simples e adaptado às condições. 
 
9. QUALIDADE NA ENTREGA DA OBRA. 
A entrega da obra espelha o resultado final de todo um trabalho. É a partir dela 
que o cliente formará e disseminará a imagem da empresa, fato que vai refletir 
comercialmente em futuros empreendimentos e está diretamente ligado à saúde 
financeira da empresa. 
Essa entrega deve ocorrer, primeiramente, para um cliente interno. O mais 
comum é que o responsável por esse recebimento seja o engenheiro/arquiteto do setor 
de atendimento a clientes, que ouve dos clientes as reclamações das obras já entregues. 
Normalmente também é esse profissional o responsável pela reparação dos erros 
decorrentes dos serviços mal executados pela empresa. 
Esse profissional deve preencher um check-list, padronizado pela empresa, onde 
apresenta todas as falhas encontradas. Somente depois de corrigidas todos os problemas 
o imóvel está pronto para a entrega ao cliente. 
Na vistoria do cliente final deve ser entregue também o manual do usuário, que 
apresenta detalhes de utilização, conservação do imóvel, restrições e detalhes das 
instalações embutidas (as built). Após a vistoria o cliente deve preencher o termo de 
vistoria e de recebimento do imóvel. É importante lembrar que nessa vistoria o cliente só 
consegue perceber os chamados vícios aparentes. Alguns vícios ocultos (como problemas 
de dimensionamento de prumadas de água ou esgoto, por exemplo), só podem ser 
percebidos com a utilização do imóvel, e são de responsabilidade da construtora. 
 
10. QUALIDADE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO. 
O setor de assistência técnica tem a função de corrigir eventuais falhas executivas 
da obra. Além reduzir a insatisfação do cliente, esse trabalho também visa retroalimentaro sistema, colaborando com a equipe de produção para que futuras falhas não mais 
aconteçam. Por isso, ao final de cada reparo é necessário o preenchimento de um 
formulário, constando detalhes do problema, o material e a mão de obra gastos e como 
ele foi corrigido. Esse formulário deve ser assinado pelo cliente para confirmar a correção 
do problema. 
Com as informações desse formulário a empresa alimenta o banco de dados da 
produção (evitando erros futuros) e apropria os custos de correção no centro de custo da 
obra. 
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Atualmente as construtoras, a exemplo das montadoras de veículos, estão 
aplicando uma pesquisa de satisfação com os clientes chamada de avaliação pós-
ocupação. Essa avaliação ocorre, aproximadamente, após 6 meses da ocupação do 
imóvel (período já suficiente para a correção dos vícios de construção mais comuns). 
Observe que é após a ocupação, e não a entrega do imóvel. Essa pesquisa visa corrigir 
problemas de marketing, de visão destorcida dos ideais da empresa, e ainda corrigir 
problemas que ocorreram até no atendimento pós-obra. 
 
11. INDICADORES DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE. 
Segundo SOUZA (1997), o desempenho de um empreendimento/obra pode ser 
medido através de dois tipos de indicadores: 
 Indicadores da qualidade – medem o desempenho de um produto 
ou serviço, de acordo com a satisfação dos clientes internos ou 
externos. 
 Indicadores de produtividade – medem o desempenho dos 
processos, de acordo com os recursos utilizados (entradas) e os 
resultados obtidos (saídas). 
Para que se possam fazer as ações corretivas, o banco de dados com as 
informações sobre os resultados das obras deve ser transformado em indicadores. Outro 
objetivo da elaboração dos indicadores é a comparação entre empreendimentos 
diferentes para avaliar, principalmente, a gestão de cada um deles. 
 
12. MANUAL DA QUALIDADE 
O manual da qualidade consolidada toda a gestão da qualidade da empresa, e não 
somente de uma obra. É um documento que mostra toda a gestão que foi realizada, os 
processos, os procedimentos, normalmente em consonância com as normas ISO9000. 
Souza (1997) apresenta um resumo das principais recomendações para a 
formulação de um manual da qualidade constantes na norma NBR ISSO 10013 – 
Diretrizes para o desenvolvimento de manuais da qualidade. De acordo com o autor, o 
manual da qualidade deve ser dividido em capítulos seguindo a seguinte sequência: 
1. Apresentação. 
2. Responsabilidade a administração. 
3. Sistema da qualidade. 
4. Análise crítica de contrato. 
5. Controle de projeto. 
6. Controle de documentos e dados. 
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7. Aquisição. 
8. Controle do produto fornecido pelo cliente. 
9. Identificação e rastreabilidade do produto. 
10. Controle de processo. 
11. Inspeção e ensaios. 
12. Controle de equipamentos de inspeção, medição e ensaios. 
13. Situação de inspeção e ensaios. 
14. Controle de produto não conforme. 
15. Ações corretivas e preventivas. 
16. Manuseio, armazenamento, embalagem, preservação e entrega. 
17. Controle de registros de qualidade. 
18. Auditorias internas da qualidade. 
19. Treinamento. 
20. Serviços associados. 
21. Técnicas estatísticas. 
22. Plano de qualidade de obras. 
23. Outros elementos do sistema de qualidade da empresa. 
 
Sustentabilidade Ambiental da Obra 
 Impacto ambiental é definido por SPADOTTO (2002) como sendo uma alteração 
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causado por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou 
indiretamente afetem: 
 A saúde. 
 A segurança. 
 O bem estar da população. 
 As suas atividades sociais e econômicas. 
 As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente. 
 A qualidade dos recursos ambientais. 
A indústria da construção civil provoca impactos no meio ambiente desde o processo 
de extração da matéria prima até a etapa da obra construída. Falando mais 
especificamente do canteiro de obras, impactos ambientais são sentidos em diversos 
pontos durante a sua implantação e funcionamento: 
 Aumento no consumo de Energia Elétrica. 
 Aumento no consumo de Água. 
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 Aumento no consumo de materiais não renováveis, como cimento, brita, aço e 
madeira. 
 Produção de RSCD (Resíduos Sólidos de Construção e Demolição). 
 Depreciação da qualidade do ar (lançamento de gases poluentes de motores e 
partículas de poeira). 
 Contaminação de lençóis freáticos e cursos d’água. 
 Alteração do leito original de cursos d’água em virtude da retirada de areia. 
 Diminuição da permeabilidade do solo devido à pavimentação e à compactação. 
 Diminuição da fertilidade e qualidade do solo devido à compactação.] 
 Estresse da fauna como conseqüência do aumento dos ruídos. 
 Danos à saúde pública decorrentes da importação e disseminação de vetores e 
doenças com a vinda de trabalhadores de outras regiões. 
OLIVEIRA (2011) argumenta que a preocupação das empresas de construção civil 
sempre esteve voltada para o trinômio CUSTO X QUALIDADE X TEMPO. Contudo, 
atualmente, com a evolução da sociedade na direção de um comportamento mais 
sustentável, a tendência é a inserção do meio ambiente nas diretrizes, com o objetivo de 
evitar problemas futuros. 
 Apesar de na constituição constar que “Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações”, e que o poder público deve exigir, na forma da lei, 
para a instalação de uma obra um estudo prévio ambiental, a que se dará publicidade, 
verifica-se que, na prática, o texto constitucional trata o assunto em um tom de 
recomendação, e falta uma fiscalização efetiva e punitiva pelos governos federal, 
estadual e municipal. 
 Em vista dos problemas apresentados, sugere-se alguns atitudes que visam à 
redução do impacto ambiental e a melhoria no aproveitamento dos recursos naturais pela 
indústria da construção civil: 
 Adoção de projetos detalhados de alvenaria e revestimento cerâmico (modulação) 
com o objetivo de evitar quebras. 
 Desenvolvimento de projetos com instalações aparentes. 
 Utilização de areias artificiais. 
 Utilização de madeira renovável (eucalipto). 
 Ampliação na utilização de aço, alumínio, cobre e outros metais. 
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 Substituição, na fabricação do cimento, do clínquer tradicional pelo clínquer 
sulfoaluminato e do fosfogesso, que produzem cimento com baixo impacto 
ambiental. 
 Transporte e acondicionamento dos materiais e resíduos em locais, recipientes e 
embalagens adequados. 
 Manutenção correta de máquinas e ferramentas e opção por equipamentos mais 
silenciosos. 
 Preocupação com as condições de higiene de destinação das redes de esgoto em 
canteiros de obras. 
 Reutilização (nova utilização do material sem nenhuma alteração) e reciclagem 
(nova utilização após algum tipo de tratamento) do RSCD. 
 Coleta seletiva e separação dos RSCD em 4 categorias: 
 CLASSE A - reutilizáveis ou recicláveis como agregados (bloco, argamassa, 
tijolos, concreto, pedras). 
 CLASSE B – reutilizáveis ou recicláveis para outras destinações ou 
indústrias (plásticos, vidros, papéis, isopor, madeira). 
 CLASSE C – resíduos para os quais ainda não foram desenvolvidas técnicas 
ou aplicações economicamente viáveis de aproveitamento (gesso, manta 
asfáltica). 
 CLASSE D – resíduos perigosos como tintas, vernizes, solventes, óleos, e 
elementos radioativos resultantes de demolições. 
 Criação de um impostosobre o resíduo sólido gerado pelas construtoras. 
 Utilização de materiais com maior vida útil. 
 Maior controle das perdas e do desperdício na fase de produção da obra. 
 Substituição do aquecimento elétrico da água (chuveiros elétricos) por 
aquecimento solar. 
 Criação de reservatórios para coleta e reaproveitamento das águas pluviais. 
 Consumo racional de energia e água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTIONÁRIO 
1) Considere as afirmativas a seguir 
I. O sistema de gerenciamento da qualidade, de certa forma, cria uma burocracia no 
gerenciamento de uma obra, pois exige a documentação e regulamentação de todos os 
processos. 
II. O sistema de gestão da qualidade visa controlar, planejar e sistematizar as 
atividades tanto de projeto quanto de execução 
III. O sistema de gestão da qualidade, por ser burocrático, indiretamente gera 
aumento dos custos do empreendimento. 
Atribuindo “V” para a afirmação verdadeira e “F” para a afirmação falsa, a 
combinação que se associa às afirmações acima é: 
a. F, V, F 
b. F, F, V. 
c. V, V, F. 
d. F, V, V. 
e. V, F, V. 
 
2) O que significa a sigla PBQP-H? Qual é o seu objetivo? 
 
 
 
 
 
3) Entre as ações relacionadas no PBQP-H estão: 
a) Construção de casas populares. 
b) Construção de redes de água e esgoto nos municípios carentes. 
c) Construção de açudes na região Nordeste do Brasil. 
d) Avaliação da conformidade na execução de obras civis. 
e) Importação de materiais de construção. 
 
4) São responsabilidades da alta administração na implantação de um sistema de 
qualidade em uma construtora: 
a) Elaboração da Política da Qualidade e Constituição do comitê da qualidade. 
b) Organização da CIPA e aquisição de novas tecnologias. 
c) Contratação de profissionais capacitados e aquisição de novas tecnologias. 
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d) Elaboração do Ciclo da Qualidade e aplicação do Ciclo PDCA. 
e) Elaboração do Manual da Qualidade e do Ciclo da Qualidade. 
 
5) Em uma empresa construtora, o chamado Ciclo da Qualidade compreende: 
a) O conjunto de ações que envolvem o Planejamento, Desenvolvimento, Correção e 
Ação Corretiva. 
b) O conjunto de ações que envolvem o Planejamento, Desenvolvimento, Checagem e 
Ação Corretiva. 
c) Um conjunto de ações que se inicia no projeto da edificação e termina com a entrega 
da obra e do Manual do Usuário. 
d) Um mapa com segmentos de atuação, necessidades dos clientes, identificação dos 
processos e das relações entre fornecedores e clientes. 
e) Um formulário detalhado indicando o início, o detalhamento do trabalho a ser 
executado e os resultados esperados, assim como a retroalimentação do processo. 
 
6) Em uma obra de construção civil, o que é um padrão de um processo? Cite exemplo 
de pelo menos cinco informações que devem constar no padrão de um processo. 
 
 
 
 
 
7) No Ciclo PDCA as ações de Treinamento estão relacionadas à fase de : 
a) Planejamento. 
b) Execução. 
c) Controle. 
d) Checagem. 
e) Ação. 
 
8) Para a elaboração de Padrões para o gerenciamento da qualidade no setor de 
suprimentos é necessário detalhar os processos a seguir, exceto: 
a) Seleção e avaliação de fornecedores. 
b) Especificação de Materiais. 
c) Compras. 
d) Recebimento de materiais. 
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e) Armazenamento e transporte. 
 
9) Durante a elaboração de um padrão de qualidade na execução de um serviço foi 
especificado que, para aquele trabalho, a RUPof desejada seria de 0,6 H.h/m2. Dentro 
de um formulário de padrão de qualidade de serviço, esse parâmetro refere-se a: 
a) Resultados Esperados. 
b) Descrição do Processo. 
c) Saídas. 
d) Fornecedores. 
e) Padrão de Mão de Obra. 
 
10) Com relação à qualidade na entrega de uma obra civil, considere as afirmativas a 
seguir: 
I. Assim que a obra estiver concluída, ela deve ser entregue primeiramente ao 
cliente externo. 
II. O responsável pelo preenchimento do checklist de entrega da obra deve ser o 
responsável técnico pela mesma. 
III. Após a vistoria da unidade, o cliente deve assinar o termo de Habite-se. 
Atribuindo “V” para a afirmação verdadeira e “F” para a afirmação falsa, a 
combinação que se associa às afirmações acima é: 
a. F, V, F 
b. F, F, F. 
c. V, V, F. 
d. F, V, V. 
e. V, F, V. 
 
11) Qual a diferença entre os indicadores de qualidade e de produtividade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12) A indústria da construção civil provoca impactos no meio ambiente desde o processo 
de extração da matéria prima até a etapa da obra construída. Falando mais 
especificamente do canteiro de obras, impactos ambientais são sentidos em diversos 
pontos durante a sua implantação e funcionamento. Cite e explique como ocorrem 
cinco impactos ambientais provocados pela instalação de um canteiro de obras civis. 
 
 
 
13) Sugira cinco atitudes que visam à redução do impacto ambiental e a melhoria no 
aproveitamento dos recursos naturais pela indústria da construção civil. 
 
 
 
 
 
 
GLOSSÁRIO 
Clínquer – é o resultado da queima da mistura de calcário e da argila e de componentes 
como o silício, alumínio e ferro. Tem o formado de pedras e após moído e adicionado de 
gesso, recebe o nome de cimento Portland. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SOUZA, Roberto; ABIKO, Alex. Metodologia para Desenvolvimento e Implantação 
de Sistemas de Gestão da Qualidade em Empresas Construtoras de Pequeno e 
Médio Porte. São Paulo: EPUSP1997. 
THOMAZ, Ercio. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São Paulo: 
Editora PINI, 2001. 
OLIVEIRA, J. A. da C. Proposta de Avaliação e Classificação da Sustentabilidade 
Ambiental de Canteiros de Obras. Metodologia ECO OBRA aplicada no Distrito 
Federal. Tese de Doutorado em Estruturas e Construção Civil, Publicação E.TD-003A-
2011, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, 
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