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O material tem fins exclusivamente didáticos para acompanhamento do aluno em aula, não tendo conteúdo científico de obra literária. Desta forma, podem conter erros de digitação e abreviações não inteligíveis, sendo que qualquer dúvida sobre o referido deve ser tirada exclusivamente junto a este professor. 
A leitura do mesmo não exime a obrigatoriedade do acompanhamento das aulas, sendo mero material de apoio para facilitação do aprendizado.
É terminantemente proibida sua divulgação ou publicação, salvo aos alunos deste curso.
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DIREITO
 CIVIL PARTE GERAL
APOSTILA 01
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CONCEITO DO DIREITO CIVIL
É ramo direito privado, pois rege as relações entre particulares sem interferência do Estado.
Rege a relação entre os particulares. Ex; Pedro compra a caneta de Valter. Quais as regras jurídicas que vão estabelecer esta relação ? DIREITO CIVIL
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Já o direito tributário rege as relações de cobrança de tributos entre o Estado e o particular, aqui temos direito público.
Já o direito penal rege a aplicação da pena para as pessoas, logo a relação entre o Estado e as pessoas.
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O direito civil rege as relações entre as pessoas, exemplo contrato. Um simples contrato de compra e venda, porque se a lei não define forma ele poderá ser verbal, então, para comprar o seu carro há necessidade de contrato escrito ?
NÃO, a lei somente exige o recibo oficial de transferência do veículo, registrado no DETRAN, mas não contrato.
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O contrato faz lei entre as partes, dos romanos Pact Sunt Servanda, isso praticamente explica tudo o conceito do direito civil, pois rege as relações jurídicas entre as pessoas, os particulares, sem que o Estado interfira.
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E as relações do direito de família, pensão para os filhos ou regime de casamento entre os cônjuges ? Direito civil, pois a relações é entre pessoas e não com o Estado. Ninguém efetua casamento com a Prefeitura de Registro, não é verdade. Por isso essas regras estão dispostas no Código Civil, Livro IV, e integram o direito civil.
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Agora quando a pessoa ao contratar é destinatário final de produtos e serviços, como a compra de produtos junto ao supermercado, a simples compra de combustível ou a compra de uma TV temos regras de direitos do consumidor, como regras específicas.
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Regras específicas no Código de Defesa do Consumidor, não no Código Civil, que, por ora, deixamos de lado para entender o direito civil e a legislação pertinente.
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E o direito processual civil ? Rege as relações do processo, ou seja, como a Justiça irá ser aplicada entre as partes dentro do direito civil. É ramo do direito público porque quem aplica a Justiça é o Estado, o poder judiciário, e não o particular, por isso ramo do direito público.
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CONCEITO DE DIREITO CIVIL
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O direito civil faz parte do direito, das leis escritas. No nosso direito, ao contrário do direito anglo-saxão, por exemplo, nossas leis são escritas e não costumeiras. Mas digo isso que para entender nosso direito o ser humano segue sempre as regras ou leis.
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Por exemplo, para seguir princípios religiosos temos regras religiosas. Para ter boa saúde temos que seguir regras e hábitos para boa saúde, com normas ou certas condutas, não fumar, não beber, não comer demais, ter uma alimentação balanceada.
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No DIREITO CIVIL é o mesmo raciocínio, pois todas as relações entre os particulares, seja uma compra e venda, uma doação de algum bem, as relações entre filhos e no casamento temos regras a serem seguidas, regras essas dispostas no Código Civil brasileiro, Lei Federal 10406/2002.
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Vez ou outra, certas relações do direito civil não estão previstas no próprio Código Civil, mas sim em leis especiais, como o direito a pensão alimentícia para o nascituro, alimentos gravídicos, Lei Federal 11804/2008, entre outros.
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Com esse racicínio temos o CONCEITO DE DIREITO CIVIL; é aquele que rege as relações entre as pessoas, bem simples assim.
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E essa relação vai desde da proteção ao nascituro, antes da concepção da vida (artigo 2º do Código Civil), como ex. a possibilidade de alimentos gravídicos, ou pós morte com a proteção da herança e até a reputação e proteção aos nomes dos mortos.
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ORIGEM HISTÓRICA DO DIREITO CIVIL
Os romanos inventaram o direito civil. Para eles, direito civil era todas as relações das pessoas, inclusive a penal, a única diferenciação era entre o JUS CIVILE E O JUS GENTIUM
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JUS CIVILE, direito aplicado entre os súditos romanos, cidadãos romanos.
JUS GENTIUM – direitos aplicado entre os estrangeiros e os romanos, direitos das gentes.
JUS NATURALE – o ideal natural pela qual deveria evoluir o direito.
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Após o fim do império romano e a Idade Feudal o direito civil ficou esquecido, pois a interferência da Igreja Católica e do senhores feudais foi constante, o que as relações entre as pessoas passou a ser regida pela Igreja.
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Exemplo disso e herdado até hoje no nosso direito civil e entre as pessoas é a NOITE DO ESPOSAL praticada em alguns Feudos na Idade Média. O que era isso ?
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Os noivos que contraíssem núpcias e fosse morar no Feudo a primeira noite da mulher não era do marido, mas sim do Sr Feudal, dono do Feudo. Assim, o direito de desvirginar a mulher não era do marido, mas sim do Sr Feudal e esse dia era chamado de noite do ESPOSAL, por isso ESPOSA.
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 Com o fim da Idade Média e a revolução Burguesa a partir do século XVI, com a saída da Igreja na vida das pessoas o direito civil passou não ter importância, pois o mundo estava preocupado em regulamentar as relações comerciais e acabar com o período absolutista, em que o rei reinava soberano.
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Com exceção da França que editou o Código Napoleão em 1804 e influenciou todo o mundo, e até hoje a legislação civil francesa foi influenciada por este Código, o mundo todo começou a pensar em regulamentar as relações civis no fim do século.
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No Brasil não foi diferente e editados em 1850 o Código Comercial, muito antes do nosso primeiro Código Civil que veio somente em 1916, pois como dito, dada a revolução industrial e comércio intenso entre as nações dava-se atenção mais as relações comerciais e não as relações entre as pessoas, como prevê o direito civil.
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Em 1916 editamos o primeiro Código Civil, que ficou desatualizado, pois previa o pagamento do dote pelo pai da noiva, por exemplo. Foi que em 1967 foi nomeada comissão de juristas sob presidência de Miguel Reale para um novo Código que somente entrou em vigor em 2002.
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DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL 
Está voltada a uma visão unitária do sistema, pois visa unir o direito constitucional, que é direito público, ao direito civil, que é direito privado.
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Isso porque a Constituição Federal também impõe modelos e regras entre as pessoas, pois não só organiza o Estado Brasileiro, como no artigo 226 pela qual determina o direito de família, ou no artigo 5º que determina o direito de propriedade, ou no artigo 3º que determina a solidariedade entre as pessoas.
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Ou que o Brasil deve-se pautar pela dignidade da pessoa humana, logo no artigo 3º, Inciso III, ou o Princípio Constitucional da Igualdade, caput, do artigo 5º.
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Desta forma, toda vez que falarmos em qualquer regra entre de intercâmbio entre as pessoas e esta regra tiver previsão na Constituição, estamos diante do direito civil-constitucional.
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Ou qualquer regra de direito civil deve ser pautada pela dignidade da pessoa humana, solidariedade e igualdade, senão não podemos ter um direito civil justo ou constitucional. Ex, casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
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O Código Civil determina que casamento somente entre homem e mulher. Todo argumento jurídico do casamento ou união estável entre pessoas do mesmo séculoestá com base no princípio da igualdade entre homem e homem e mulher e mulher, bem como a dignidade da pessoa humana em entidade familiar entre pessoas do mesmo sexo.
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Ou seja, aplicação dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da igualdade as normas de direito civil, as normas que regem o direito de família. Isso porque o casamento é norma regulamentada pelo direito civil.
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Foi por isso que o Serviços de Corregedorias dos Cartórios de São Paulo, em 2012, começou a permitir lavratura de escritura pública para união estável e casamento para pessoas do mesmo sexo. Antes somente via ordem judicial.
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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAOS DO DIREITO BRASILEIRO, Dec-Lei 4657/1942
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Para o direitos brasileiro existe uma Lei de Introdução, assim chamada. Ela serve para regulamentar as próprias leis. Em outras palavras, é a leis das leis.
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Salvo o direito penal e tributário que tem a sua própria lei de introdução, a Lei de Introdução das normas brasileiras serve para todas as normas jurídicas. Existem situações que para a própria lei ter efetividade há necessidade de uma regulamentação. 
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Não acabamos de apreender que o direito civil regulamenta as relações entre as pessoas ? Por ex, qual é o prazo para que a lei entre em vigor ?
Em caso de omissão da lei em um caso, como o juiz deve proceder ? Deve deixar de julgar o caso ?
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Em caso de entrada em vigor de uma lei que regulamenta a mesma matéria, a anterior está revogada ? Por isso, segundo Carlos Roberto Gonçalves a LICC é um conjunto de normas sobre normas, visto que disciplina as próprias normas jurídicas, determinando o seu modo de aplicação e entendimento, no tempo e espaço.
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Antes de estudarmos as leis das leis, o que é lei ?
Lei do sentido jurídico, LEX dos romanos, é um ato do poder legislativo que estabelece normas de comportamento social, sem mais delongas, em linhas gerais.
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A lei é fonte jurídica do direito por excelência, fonte direta e formal das normas jurídicas, emanada do poder legislativo, poder esse que tem a função de fazer as leis. Ao contrário do direito anglo-saxões, o direito é costumeiro segundo a jurisprudência. Neste tipo de sociedade (Inglaterra) a fonte jurídica do direito é a jurisprudência.
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CARACTERÍSTICAS DAS LEIS
GERAL – vale para todos sem distinção
AUTORIZATIVA – autoriza certa pessoa agir conforme a lei, tanto para reparação d eu um direito, quanto para uma regra positiva de conduta
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- TEM EFEITOS PERMANTES – vigora até que outra o revogue, ou entre outra em vigor que se torna incompatível
- EMANA DA AUTORIDADE COMPETENTE – vem proveniente do Estado de direito
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CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS
QUANTO A IMPERATIVIDADE;
COAGENTES – obrigam as pessoas, sob pena de ilegalidade. Ex; prazo de prescrição de 3 anos para propositura de ação ato ilícito, como o ressarcimento de um acidente de trânsito. Se não agir a vítima em três anos, perde o direito.
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NÃO COAGENTES – geralmente está acompanhada de “salvo se as partes não convencionarem em contrário”. Ou seja, a lei permite que regulamente de outra forma. Por exemplo, em regra efetua-se o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem de forma contrário, diz o artigo 327 do CC.
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QUANTO A SANÇÃO, AS LEIS PODEM SER CLASSIFICADAS EM;
MAIS QUE PERFEITAS; quando a lei impõe duas sanções para o violador do direito da parte contrária, como o devedor de alimentos. Em caso não haja o pagamento duas sanções; prisão civil e o pagamento das prisões atrasadas, duas sanções.
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PERFEITAS – impõe como sanção a nulidade do ato, como aquela imposta por quem celebra negócio com pessoa absolutamente incapaz (artigo 166, Inciso I, CC)
MENOS QUE PERFEITAS – não anula o ato, mas impõe uma sanção em caso realizada determinada situação. 
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Ex, a viúva que casa novamente sem que se faça a partilha de bens do falecido, que é a transmissão dos bens aos herdeiros, a lei determina que não se anula o casamento, mas impõe o regime obrigatório de separação de bens.
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IMPERFEITAS – dívidas de jogo não obrigam o ressarcimento. O credor não pode cobrar judicialmente (artigo 814 do CC). Mas quem pagou não pode exigir o pagamento de volta da dívida de jogo. (artigo 882, CC)
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VIGÊNCIA DAS LEIS NO ESPAÇO 
Como tudo na vida, as leis tem seu ciclo; nascem, se transformam e terminam sua vigência. Pois o direito é ciência, se é ciência não pode ficar estacionado, estagnado, é um contra senso uma ciência não se transformar.
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Antes de 1977 a lei não permitia o divórcio entre os cônjuges. O Código Civil de 1916 dizia que o pai da noiva deveria pagar o dote ao noivo, após o casamento. Isso evolui na sociedade e sendo assim, a lei mudou, se transformou.
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Desta forma, em razão desta constante mutação que o mundo exige, as leis terão que acompanhar esta dinâmica. Qual o prazo e quando a lei entre em vigor para ter efeitos na sociedade, após ser discutida, votada, promulgada e válida?
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A lei passa a ser vigente na sociedade após sua publicação no Diário Oficial, seja Federal, Estadual ou Municipal, conforme a lei. Isso é uma das situações que a LINDB regulamenta, pois no artigo 1º determina que a lei passa a vigorar a partir da sua publicação, chamado de VOCATIO LEGIS.
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Determina o LINDB que se a lei não dispuser em contrário, o prazo de validade das leis, após sua publicação é de 45 dias. A validade da lei terá que ser regulamentada porque determinadas leis podem gerar pequenas ou grandes transformações na sociedade.
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Esse prazo existe porque certas situações a sociedade exige para se adaptar com a publicação da lei. Ex; a lei que transformou a conduta de dirigir alcoolizado em conduta criminosa, que antes não era, ou o fato de dirigir com um mínimo de teor alcoólico já cabe a apreensão do veículo e a suspensão do direito de dirigir por um tempo.
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A VIGÊNCIA DA LEI NO TEMPO
Se a lei não for revogada e não for lei de efeitos temporários, em vista do Princípio da continuidade e da vigência da lei escrita, no Brasil, ela vigorará até que outra modifique ou a revogue. (artigo 2º da LINDB)
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REVOGAÇÃO DA LEI – é a supressão obrigatória da eficácia da lei. Em outras palavras, a lei perde a vigência. Ela pode ser de duas formas; REVOGAÇÃO TOTAL OU 
REVOGAÇÃO PARCIAL DA LEI.
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REVOGAÇÃO TOTAL – (ab rogação) consiste na revogação total da lei anterior. Ex, o artigo 2045 revogou, sem qualquer distinção, a eficácia do Código Civil/1916, dando vigência ao novo.
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REVOGAÇÃO PARCIAL(DERROGAÇÃO) – a lei é parcialmente revogada, perda parcialmente sua eficácia. Ex, o Código Civil sofre e vem sofrendo alterações desde que foi promulgado, mas parcialmente. Ex, Inclusão no CC da guarda compartilhada, metade do tempo a criança fica com o pai, outra metade, com a genitora.
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FORMAS DE REVOGAÇÃO DA LEI – 
TÁCITA OU EXPRESSA;
TÁCITA (parágrafo 1º, artigo 2º, LINDB) – incompatibilidade do novo dispositivo com o anterior, o que faz revogar a lei anterior sem necessidade de menção escrita. (lex posterior derrogat legi priori) 
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Ex, em 1990 quando surgiu o Código do Consumidor se uma pessoa física comprasse qualquer bem de uma pessoa jurídica, as regras desse contrato de compra e venda era estabelecido pelo Código Civil/1916. Se a pessoa física fosse destinatária final de produtos e serviços as regras de um contrato de compra e venda era aplicável o Código Civil.
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Ocorre que, com a entrada do Código do Consumidor a pessoa que for destinatária final de produtos, ou seja, contrata com pessoa jurídica qualquer compra as regras deste contrato passaram a ser regulamentadas pelo Código de Defesa do Consumidor. 
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REVOGAÇÃO EXPRESSA – a forma mais segura paraque não gerar duas interpretações entre os interpretes do direito. Ex, o artigo 2045 do Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Civil de 1916, de forma expressa, ou seja, escrita.
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ANTINOMIA DAS NORMAS – pode ocorrer de duas leis regulamentado a mesma a matéria, sem que uma revogue a outra. A esse conflito o intérprete do direito deve ter cautela para não considerar nenhum dispositivo revogado. A isso a doutrina chama de ANTINOMIA, o conflito de duas normas incoerentes entre si.
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Ex, no Código Civil temos o capitulo relacionado a regulamentação de alimentos entre parênteses, no Livro IV. Nada fala sobre os alimentos para o nascituro, chamados de gravídicos. Ora, a mãe tem despesas, além disso, em razão do período de gestação não poderá trabalhar, cabe o direito aos alimentos para o nascituro.
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Assim, em 2008 foi editada a lei que prevê direito aos alimentos para a nascituro, ou seja, para a criança ainda em gestação. Assim, houve uma outra norma após a edição do Código Civil de 2002 que também regulamenta os alimentos entre familiares. Será que com a edição dessa nova lei, a parte relacionada a alimentos do Código Civil foi revogada?
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A isso chamamos de conflito aparente da norma, ou ANTINOMIA, que é resolvido pelo parágrafo primeiro, do artigo 2º da LINDB, pois a lei de alimentos gravídicos regulamenta situação especial, específica do nascituro.
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Já o Código Civil no Livro IV referente ao Direito de Família regulamenta a parte geral do direito alimentar que tem entre si os familiares, ou seja, a parte geral destes direitos. Portanto, a nova lei de alimentos gravídicos é mais ESPECIAL e não revoga a geral.
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É essa a solução do parágrafo segundo, do artigo 2º, “A lei nova, que estabeleça disposição gerais ou especiais a par das existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.” (lex specialis derogat legi generali)
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VEDAÇÃO DO EFEITO REPRISTINATÓRIO DAS LEIS – o nosso direito proíbe. O que é; uma lei revogada NÃO SE RESTAURA por ter a lei revogadora perdido sua vigência, é o que determina o parágrafo terceiro, do artigo 2º da LICC.
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Exemplo, vamos supor que o atual Código Civil seja revogado. Por ex, é supostamente editada uma lei que revoga expressamente o nosso Código Civil. Será que o Código Civil de 1916 será restaurado? NÃO, isso chama-se REPRISTINAÇÃO da norma vedada por nosso direito.
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Existe exceção a regra; quando a própria lei determinar o efeito de repristinação da norma ela ocorrerá. Se no exemplo dado da revogação total do Código Civil atual e no corpo desta lei revogadora, tiver a menção que irá voltar a valer o Código de Civil de 1916, ele voltará a ser vigente, mas a norma terá que estabelecer expressamente estes efeitos.
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Essa irretroatividade da norma revogada, “da revogada”, serve para dar segurança jurídica ao sistema. Se não fosse assim, existiria vários conflitos de interpretações ao operadores do direito, não é verdade? Ocorrerei uma insegurança jurídica.
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Por isso que, quase todas as leis contém sempre um capítulo denominado “DISPOSIÇÕES FINAIS” justamente para resolver esse eventual CONFLITO DE NORMAS no tempo que eventualmente poderá existir.
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PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS – (artigo 3º, da LINDB) – ninguém pode alegar o descumprimento da lei, argumentando que não a conhece. Por essa razão que as leis necessitam ser publicadas no Diário Oficial. 
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Isso serve para dar segurança jurídica a sociedade, senão tudo pode parecer um caos, pois eu posso descumprir a lei alegando desconhecimento. O princípio da obrigatoriedade é fundamental ao Estado democrático de direito. Três teorias fundamentam esse fenômeno da obrigatoriedade.
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TEORIAS; DA PRESUNSÃO LEGAL, DA FICÇÃO LEGAL E DA NECESSIDADE SOCIAL
TEORIA DA PRESUNÇÃO LEGAL – presumi-se que a lei, uma vez publicada no Diário Oficial, torna-se conhecida de todos por presunção, por lógica.
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TEORIA DA FICÇÃO LEGAL – o fato da lei se tornar conhecida por todos trata-se em verdade de uma ficção legal e não presunção. De fato é verdade, qual pessoa consulta o Diário Oficial para saber a entrada em vigor de uma determinada lei?
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TEORIA DA NECESSIDADE SOCIAL – a mais aceita dentre os doutrinadores. Diz que lei deve ser aceita não por ficção ou presunção, mas por questão de ordem pública e social para um melhor bem estar da própria sociedade.
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Até mesmo pelo conceito genérico da lei, que é um ato emanado do poder legislativo com o fim de editar normas de comportamento social. Desta forma, esta teoria talvez retrate bem o Princípio da Obrigatoriedade das Leis.
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INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
Nosso direito é o escrito, ou seja, necessita de leis formais para sua observância. E quando não houver lei escrita, o juiz pode dispensar o julgamento alegando lacuna da lei ?
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Para isso a LINDB tem a solução; em caso de lacuna no direito deve o juiz aplicar o costume, a analogia e os princípios gerais do direito
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
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Ex, o que está acontecendo muito é compra pela internet. O Código do Consumidor não prevê a compra pela internet, ou seja, contratos feitos pela rede sem que haja assinatura. O CDC prevê, timidamente, a possibilidade de devolução da compra, em 7 dias, em caso de compra fora do estabelecimento do comerciante.
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Isso porque na época da edição do CDC em 1990 existiam apenas compras por telefone, no máximo. Assim, se houver um caso de revisão de contrato feito pela rede mundial de computadores, pela lógica não existe lei regulamentando essa situação. E se essa situação for levada ao juiz este não poderá deixar de julgar.
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A LINDB determina que deve o juiz usar a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito dentro de um critério de subsidiário, nessa ordem dada, primeiro a analogia, depois os costumes e por fim os princípios gerais do direito.
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ANALOGIA – quando se aplica a mesma situação parecida da lei, deve-se haver a mesma solução ou a mesma disposição legal, já dizia os romanos nestes casos. Se divide em ANALOGIA LEGIS E ANALOGIA JURIS.
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ANALOGIA LEGIS – é usar uma lei determinada que regulamenta situação parecida. E nessa situação parecida existe a lacuna do caso. Ex, o Código do Consumidor não fala em contratos feitos pela internet, não existe lei regulamentadora.
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Então, o juiz ao se deparar com um caso de compras pela internet, que nestes casos o contrato nem se quer foi assinado, deve usar, por analogia, o Código de Defesa do Consumidor, no capítulo relacionado aos contratos de consumo, porque a hipóteses é semelhante, ou seja, relação de consumo, somente omissa a questão da falta de instrumento contratual assinado.
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Desta forma, o juiz usará a analogia com uma lei que regulamenta uma situação parecida, não específica a matéria, pois o Código não fala em compras pela internet, mas poderá ser usado o Código do Consumidor por analogia legis.
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ANALOGIA JURIS – é usar os pensamentos de julgamentos de outros casos e conciliar com outros textos legislativos para suprir a lacuna. Ou seja, usa-se o pensamento ou fundamento para suprir a lacuna para que o juiz fundamente a sentença.
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ANALOGIA JURIS – é muito comum nos fundamentos das sentenças e acórdãos dos juízes, pois ajudam o julgador a fundamentar seu pensamento e, de acordo com o Princípio da Fundamentação das decisões do poder judiciário, de cunho constitucional, é muito corriqueiro esta prática entre os operadores do direito.
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COSTUME - segundo na lista para que o juiz use para suprir a lacuna. É o comportamento reiterado de sociedade em determinada situação. É a convicção obrigatória psicológica deseguir este pensamento. Ex, cheque “pré-datado”.
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A lei que regulamenta o cheque é clara em dizer que o mesmo é ordem de pagamento à vista. Mas a sociedade e o comércio em geral, tem o costume de transmitir cheques à prazo. Se Valter compra de José essa caneta com cheque para pagamento em 60 dias, será que Valter poderá depositar esse cheque amanhã?
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NÃO, embora o cheque é ordem de pagamento à vista, qual seria a razão para que as partes, no presente, preveja data no futuro? Isso não tem previsão na lei do cheque, mas dado o costume das pessoas e a lacuna da lei pode o juiz julgar esse caso de acordo com o costume reiterado da sociedade em pré-datar o cheque em data presente.
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COSTUME – Desta forma, o juiz julgará a ordem de pagamento descontada no ato ilegal, em vista do vínculo obrigacional entre as partes e na prática reiterada da sociedade em transmitir cheques no presente, mas com datas de descontos futuras.
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PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO – na ordem cronológico é o último que deve ser usado pelo juiz em caso de lacuna. São as regras morais de conduta na sociedade. São as regras universais de condutas das pessoas. O justo. O ético. Dignidade da pessoa humana
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No caso de contrato feito pela internet para adquirir uma TV. Se Valter adquire essa TV e o Código do Consumidor não diz o prazo de entrega. A empresa vendedora não fala em prazo, diz apenas “prazo razoável”, de acordo com a demanda. Vamos supor que a empresa demore 60 dias para entregar.
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Valter entra na justiça para rescindir a venda alegando demora. Em defesa, a empresa afirma não existir contrato escrito prevendo prazo. No entanto, é justo, é razoável, é ético entregar a TV depois de 60 dias e dizer que isso é prazo razoável? 
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Não. Também não existe lei para regulamentar às cláusulas contratuais, mas o juiz usa a analogia para aplicar o CDC. Usa também os princípios gerais do direito, como a falta de razoabilidade e ética no argumento da empresa de que 60 dias é um prazo razoável.
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INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DAS LEIS – descobrir o alcance das normas.
Hermenêutica, nome que se dá para interpretar a norma. 
Subsunção, aplicação de um fato a norma.
Para aplicar e interpretar as leis o juiz deve-se sempre buscar o alcance da norma, seus objetivos.
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FORMAS E MEIOS DE INTERPRETAÇÃO DA LEI;
DOUTRINÁRIA
JURISPRUDENCIAL
GRAMATICAL
LÓGICA
SISTEMÁTICA
HISTÓRICA
SOCIOLÓGICA
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 DOUTRINÁRIA – feita pelos estudiosos do direito através da ciência do direito. Feita por estudantes, professores, advogados, juízos e promotores. É a mais usual, pois ajuda a compreender melhor toda a sistemática jurídica.
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JURISPRUDENCIAL – feita pelos Tribunais que julgam os casos. Tem vezes que ajuda o operador do direito a melhor compreender e interpretar a norma através de outros casos julgados pelo poder judiciário.
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GRAMATICAL – feita a interpretação de acordo com o sentido gramatical, lingüístico, do português. Por isso, a lei quando editada terá que ter um português e uma lógica gramatical perfeita, sob pena de edição de leis confusas e contraditórias, dificultando a compreensão do texto para a sociedade e o intérprete.
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LÓGICA – atende a intenção ou espírito da lei. É a melhor forma de interpretação. E esse objetivo deve estar voltado para o interesse público, o bem comum.
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. (LICC)
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Por ex, criou-se o direito a gestante de obter alimentos gravídicos, ou seja, para o feto ainda em gestação. Qual a intenção da lei? Proteger a criança ainda em formação, pois a gestante necessita de cuidados médicos especiais, alimentação especial, descanso, tudo para o bem da própria criança, nascituro.
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Desta forma, a intenção da lei é proteger o próprio o feto e assim estará amparando também a futura criança que irá nascer. A intenção da lei é proteger o feto e não pagar alimentos para gestante gastar com cinema, baladas e viagens.
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SISTEMÁTICA – leva em consideração que para entender a norma é necessário compreender mais de uma lei ou norma, ou seja, é necessário todo um conjunto de normas. Bastante utilizada pelos operadores do direito, que, às vezes, as normas terão que ser interpretadas sempre em conjunto. Um exemplo é a constitucionalidade das leis.
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Toda norma deve ser interpretada em conjunto com a Constituição Federal, que é a lei maior. Exemplo, direito de família, apesar de estar previsto no livro IV do Código Civil, este deve estar em harmonia com o artigo 226 da CF que prevê normas de direito de família.
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HISTÓRICA – analisa os fatos históricos que antecedem a confecção da norma. É o melhor jeito de conhecer e descobrir qual foi a intenção do legislador, como análise de atas da comissões da Câmara, por exemplo. É feito uma análise dos fatos históricos do processo legislativo. Seria a razão da edição da norma pelo legislador.
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Exemplo, a Lei da Ação Civil pública foi editada a pedido de estudiosos do direito da USP, doutrinadores do direito junto a um deputado. E por inexistir instrumento processual para combater violação ao direitos difusos, direito a meio ambiente, consumidor, entre outros, foi editada a referida lei.
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INTEPRETAÇÃO SOCIOLÓGICA
Essa é a mais importante segundo o artigo 5º da LINDB. Determina que para interpretar a lei deve-se levar em consideração fatores sociais e porque não, econômicos, ou seja, de acordo com os reclamos sociais. Não são leis socialistas, mas sim leis que a sociedade necessita.
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Artigo 5º - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se destina e ás exigências do bem comum.
Critério legal para interpretação das leis. Outros sistemas são costumeiros. Ou seja, se estamos no sistema legalista é o mais correto utilizar este método.
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A lei é destinada para atender os interesses dos políticos ou da sociedade ? Exemplo, lei do sistema de cotas para hipossufientes e negros em universidades públicas, reclamo da sociedade, em especial os menos favorecidos economicamente.
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TEORIA DE GABBA – traz segurança jurídica
A lei entra em vigor com efeitos imediatos, mas não prejudicará o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (artigo 6º, Art 5º, Inciso XXXVI da CF, e artigo 6º da LINDB)
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DIREITO ADQUIRIDO – Artigo 6º, § 2º (LINDB) - § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Somente com exemplos vamos entender o que é ato jurídico perfeito. Vejamos.
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A doutrina diz que direito adquirido é aquele que já se incorporou definitivamente no patrimônio e personalidade do titular do direito, não podendo LEI OU FATO posterior retomar ou mudar a situação jurídica do proprietário do direito.
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Um Ex de FATO, se Pedro adquirir seu carro mediante o pagamento de 60 prestações mensais. Depois de pagar 10 prestações, ele é proprietário definitivo do veículo ou terá que pagar as 60 prestações ? Desta feita, Pedro não tem direito ao veículo, ainda não é definitivo, portanto, o direito ainda não é ADQUIRIDO.
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Agora, depois que Pedro cumpre o contrato e paga todas as prestações o direito ao veículo é ADQUIRIDO. Agora, se depois de pagar as 60 prestações o Banco determina que para Pedro se tornar proprietário do veículo terá que pagar mais 10 prestações, violando o contrato. Essa fato irá violar o direito adquirido? SIM
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ATO JURÍDICO PERFEITO – é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (parágrafo primeiro, artigo 6º da LINDB). 
Somente com exemplos vamos entender o ato jurídico perfeito.Ex de LEI que viola o ato jurídico perfeito
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Prefeitura cobra e lança carnês de IPTU com alíquota de 2% do valor venal do imóvel. Existe o Princípio da Legalidade do direito tributário que não há cobrança de tributos sem lei que o defina. No caso de alíquota de IPTU, poderá ser feita por Decreto.
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No caso, já existe o Decreto para a cobrança de 2% de IPTU e as pessoas pagarão o respectivo no ano de 2012. Logo em seguida, no ano 2012, a Prefeitura faz outro Decreto cobrando mais 2% de alíquota de IPTU do ano de 2012 alegando orçamento insuficiente. Pode?
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NÃO, porque este novo Decreto de alíquota de IPTU retroagirá para atingir o ATO JURÍDICO das pessoas em pagar 2% de IPTU e não 4% no ano de 2012. Ou seja, a lei nova não pode atingir situações pretéritas pela qual o adquirente já possui o direito incorporado ao seu patrimônio. Não pode a Prefeitura retroagir o ato jurídico perfeito para em junho cobrar a diferença de IPTU desde janeiro.
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Além do mais, existe também o Princípio da Anterioridade (artigo 150, Inciso III, “b”) no direito tributário que impede a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro, salvo as exceções dos tributos mencionados no parágrafo primeiro, do artigo 150, CF.
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COISA JULGADA – é a imutabilidade dos efeitos da sentença, não mais sujeita a recursos. (parágrafo terceiro, artigo 6º, da LINDB). Todo caso julgado pelo poder judiciário tem uma sentença ou acórdão, este último quando for decidida por um colegiado de juízes.
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Tanto sentença, quanto o Acórdão, dependendo da lei processual caberão recursos. Quando não cabe mais recursos, a situação se consolida e aí torna-se imutável, coisa julgada, NÃO CABENDO MAIS RECURSOS PROCESSUAIS.
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MITIGAÇÃO DA COISA JULGADA – em hipótese nenhuma a jurisprudência e doutrina aceitam a mitigação da coisa julgada. No entanto, existe jurisprudência no STF que já aceitaram a mitigação da coisa julgada em certas situações. São elas;
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1º) direitos da personalidade, como investigação de paternidade. Antes não existia DNA, que é coisa de 15 anos atrás. Exemplo, nos anos oitenta não existiu prova de que Pedro era Pai de Joaquim, pela qual foi julgado o processo e improcedente a ação, transitando em julgado o processo.
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Agora com o exame de DNA, entra-se com novo processo e julga-se novamente o processo, com novo exame de DNA para demonstrar a paternidade e se provada, declarada a paternidade, desconsiderando a coisa julgada.
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2º) E em casos de grande danos ao Erário, com falsificação de perícias em casos de desapropriações, oportunidade em que se fizeram falsas perícias e causaram danos milionários ao Erário público.
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Existem doutrinadores e alguns julgados que são contra essa mitigação, sob pena de violar o Estado de direito e a segurança das relações jurídicas, principalmente doutrinadores de direito processual. 
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No entanto, a questão ainda é polêmica e temos que tomar muito cuidado quando o assunto é mitigação da coisa julgada. Existe também, ação rescisória que possibilita também, a desconsideração da coisa julgada, no prazo de dois anos e em casos taxativos expressos no Código de Processo Civil, somente nestes casos, como em fraude cometida pelo julgador, por exemplo, entre outros.

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