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2 UNIP - Universidade Paulista _ DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos_

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1. Introdução ao pensamento científico sobre o
social: Renascimento e Ilustração
Iniciamos  nossos  estudos  em  Ciências  Sociais  com  a  pergunta:  quais
são os fundamentos filosóficos que deram base para a formação da sociedade
moderna?  Nosso  objetivo  é  compreender  que  tipo  de  ideias  e  valores
conduzirem os homens e mulheres europeus a constituirem a modernidade a
partir  do  final  do  século  XV.    Para  isso,  precisamos  compreender  dois 
movimentos  intelectuais    que  propiciaram    mudanças  de  mentalidade  na
época  e  contriburam  para  o  desenvolvimento  econômico  e  social:    o
Renascimento e a Ilustração. Com a analise do pensamento de  autores como
Thomas  Morus,  Maquiavel  e    Rousseau,    procura­se  compreender  os
fundamentos  das  transformações  sociais  que  conduziram  a  Europa  a
estruturar a vida social em torno de valores, como a racionalidade, liberdade,
individualidade e competitividade.
               O Renascimento também é chamado de humanismo, pois busca­se recuperar os
valores  humanistas  das  sociedades  grego­romanas  e  valorizar  as  ações  humanas  em
oposição a uma postura  contemplativa.   O antropocentrismo norteou o desenvolvimento do
movimento intelectual, ao conceber que a humanidade é o centro para o qual deve convergir
todo o conhecimento  
           A partir do século XV, a Europa viveu uma transformação na forma de
conceber a existência humana e ver o universo, que propiciou o surgimento
de formas de pensar pautadas na razão. O homem deixa de considerar sua
existência  como  predestinação  e  desenvolve  um  conhecimento  racional.  A
transformação na esfera do pensamento é acompanhada de crise no modo de
organização  social  da  época,  o  feudalismo.  Inicia­se  uma  nova  era  não  só
para  a  organização  do  trabalho,  o  conhecimento  humano  também  sofre
modificações. Essa nova forma de conhecimento da natureza e da sociedade,
na qual a experimentação e a observação são  fundamentais, aparece neste
momento, representada pelo pensamento de Maquiavel (1469­1527), Galileu
Galilei  (1564­1642),  Francis  Bacon  (1561­1626),  René  Descartes  (1596­
1650).
O  pensamento  social  do  Renascimento  se  expressa  na  criação
imaginária de mundos  ideais que mostrariam como a realidade deveria ser,
sugerindo, entretanto, que tal sociedade seria construída pelos homens com
sua ação e não pela crença ou pela  fé. Thomas Morus (1478­1535) em sua
obra  A Utopia defende a igualdade e a concórdia entre os homens. Concebe
um modelo de sociedade no qual todos têm as mesmas condições de vida e
executam em rodízio os mesmos trabalhos.
Maquiavel em sua obra O Príncipe,  publicada em 1532, afirmava  que o
destino  de  uma  sociedade  depende  da  ação  dos  governantes.  Analisou  as
condições  para  um  governante  fazer  conquistas,  reinar  e  manter­se  no
poder.   A  importância dessa obra reside no  tratamento dado ao poder, que
passa  a  ser  visto  a  partir  da  razão  e  da  habilidade  do  governante  para  se
manter nele, separando a análise do exercício do poder da ética. A obra de
manter nele, separando a análise do exercício do poder da ética. A obra de
Maquiavel permanece atual e até os dias de hoje é recomendada sua leitura
para aqueles que buscam compreender as tramas que envolvem as relações
de poder entre os grupos sociais.
Segundo (COSTA: 2005,p.35) as idéias de Thomas Morus e  Maquiavel
expressam  os  valores  de  uma  sociedade  em mudança,  portadora  de    uma
visão laica* da sociedade e do poder. 
Com a Ilustração*, as idéias de racionalidade e liberdade se convertem
em  valores  supremos.    A  racionalidade  aqui  é  compreendida  como  a
capacidade humana de pensar e escolher. Liberdade significa que as relações
entre  os  homens  deveriam  ser  pautadas  na  liberdade  contratual,  no  plano
político isto significa a livre escolha dos governantes, colocando em xeque o
poder dos monarcas. Os filósofos iluministas concebiam a política como uma
coletividade organizada e contratual e o  poder  como uma construção lógica
e jurídica.
Jean­Jacques  Rousseau  (1712­1778)  em  sua  obra  O  contrato
social, afirma que a base da sociedade estava no interesse comum pela vida
social,  no  consentimento  unânime  dos  homens  em  renunciar  as  suas
vontades em  favor de  toda a comunidade  (COSTA: 2005, p. 48). Rousseau
identificou na propriedade privada a  fonte das  injustiças  sociais  e defendeu
um modelo de sociedade pautada em princípios de igualdade. Diferentemente
de Rousseau, John Locke (1632­1704) reconhecia entre os direitos individuais
o respeito à propriedade. Foi o primeiro autor a defender que os princípios de
organização social fossem codificados em torna de uma Constituição.
Concluímos que o pensamento social anterior a formação da Sociologia
como ciência,  é caracterizada por estudos sobre a vida social que não tinham
como preocupação central conhecer a  realidade como ela era, e sim propor
formas  ideais  de  organização  social.  O  pensamento  filosófico  de  então,  já
concebia  diferenças  entre  indivíduo  e  coletividade,  e  como  afirma
(COSTA:2005, p.49) “Mas, presos ainda ao princípio da individualidade, esses
filósofos  entendiam  a  vida  coletiva  como  a  fusão  de  sujeitos,  possibilitada
pela manifestação explícita das suas vontades”.
 
Questão: 
O renascimento é considerado um dos mais importantes momentos da
história do Ocidente, entendido como o momento da ruptura entre o mundo
medieval, com  características de sociedade agrária, estamental, teocrática e
fundiária  e  o mundo moderno,  urbano,  burguês  e  comercial.  Neste  período
emerge um novo pensamento social que tem por base:
 
a­)  Estímulo  ao  individualismo,  rejeição  ao  pensamento  religioso,
valorização da razão.
b­)  Estímulo  à  atrividade  agrária,  rejeição  do  pensamento  racional  e
valorização da igreja.
valorização da igreja.
c­)  Estímulo  à  vida  coletiva,  rejeição  ao  pensamento  religioso  e
valorização das práticas consideradas mágicas.
d­)  Estímulo  ao  individualismo,  rejeição  ao  pensamento  racional  e
valorização da igreja.
e­)  Estímulo  a  atividade  manufatureira,  rejeição  ao  pensamento
científico e valorização do pensamento mágico. 
 
Alternativa correta: A
2.  O pensamento científico sobre o Social
            A busca do conhecimento e explicação dos fenômenos sociais sempre
foi uma preocupação do ser humano. Mas  a explicação com base científica, é
fruto  da  sociedade  moderna,  industrial  e  capitalista.  A  Sociologia  como
ciência, surgiu no século XIX e significou que o pensamento sobre o social se
desvinculou das tradições morais e religiosas,   Como afirma (COSTA: 2005,
p.18).
 
 
“Tornava­se necessário entender as bases da vida social humana e da
organização da sociedade, por meio de um pensamento que permitisse
a observação, o controle e a formulação de explicações plausíveis, que
tivessem credibilidade num mundo pautado pelo racionalismo”.
 
                       Augusto  Comte  (1798­1857)  foi  o  autor  que  desenvolveu  pela
primeira vez, reflexões sobre o mundo social sob bases científicas. Para este
autor, o  papel da Sociologia seria conhecer as leis sociais para poder prever
os  fenômenos  e  agir  com  eficácia.  (QUINTANEIRO.  2007  p.  19);  Em  um
contexto  de  grande  desenvolvimento  das  ciências  físicas  e  biológicas,  se
inspirou  no  avanço  dos  conhecimentos  sobre  o  corpo  humano  para  traçar
analogia  entre  o  corpo  humano  e  uma  corpo  social.  Em  sua  análise
compreendia a  sociedade como um grande organismo, em que    cada parte
possui  uma  função  específica  e  o  bom  funcionamento  do  corpo  social
depende  da  atuação  de  cada  órgão.    Esta  ideia  é  passível  de  ser
exemplificada em nosso cotidiano se observamos as relações de trabalho emuma  empresa,  onde  cada  um  depende  do  trabalho  do  outro  e  o  bom
funcionamento da organização é  identificado na  interrelação do  trabalho de
diferentes indivíduos.
            Segundo Comte, ao longo da história a sociedade teria passado por
três fases: a teológica, a metafísica e a científica. Concebia a fase teológica
como aquela em que os homens recorriam à vontade de deus para explicar
os  fenômenos  da  natureza.  A  segunda  fase,  o  homem  já  seria  capaz  de
utilizar  conceitos  abstratos,  mas  é  somente  na  terceira  base,  que
corresponde à sociedade industrial, que o conhecimento passa a se pautar na
corresponde à sociedade industrial, que o conhecimento passa a se pautar na
descoberta de leis objetivas que determinam os fenômenos.
            Comte procurou estudar o que já havia sido acumulado em termos
de  conhecimentos  e  métodos  por  outras  ciências  como  a  matemática,
biologia, física, para saber quais deles poderiam ser utilizados na sociologia.
          O conhecimento sociológico permite ao homem transpor os limites de
sua condição particular para percebê­la como parte de uma totalidade mais
ampla,  que  é  o  todo  social.  Isso  faz  da  sociologia  um  conhecimento
indispensável num mundo que, à medida que cresce, mais diferencia e isola
os homens e os grupos entre si.
 
         Questão:
         O despontar da Sociologia no século XIX significou o aparecimento da
preocupação do homem com o seu mundo e a sua vida em grupo, numa nova
expectativa, livre das tradições morais e religiosas provocando assim, uma
preocupação com as regras que organizavam a vida social que, se
observadas e apreendidas, poderiam dar a este homem explicações razoáveis
que tornassem possível prever e controlar os fenômenos sociais, resultando,
 
         a­) na possibilidade de poder intervir conscientemente nos processos
sociais 
 
        b­) na valorização do senso comum
 
        c­) na definição do objeto de estudo da Sociologia
 
        d­) na criação de um vocabulário próprio que conduziu ao academicismo
 
        e­) na formulação de modelos ideiais de organização social
 
Alternativa correta: A
 
Texto base: COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade.
3a. ed. São Paulo: Moderna, 2005

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