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Macroeconomia - Aulas

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ECONOMIA – Micro e Macro 
1 
 
 
ECONOMIA – Micro e Macro 
2 
- Contabilidade Social 
Introdução 
Principais Agregados Macroeconômicos 
• Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital 
• Economia a Dois Setores Com Formação de Capital 
• Economia a Três Setores: O Setor Público 
• Economia a Quatro Setores: O Setor Externo 
Valores Reais e Nominais 
Identidades Básicas da Contabilidade Nacional 
Aspectos Conceituais 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Contas Básicas: 
• Produto Interno Bruto - PIB 
• Renda Nacional Disponível 
• Transações Correntes com o Resto do Mundo 
• Capital 
Conta Complementar: 
• Conta Corrente das Administrações Públicas 
- Contabilidade Social: Sistema de Contas Nacionais 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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• Definição: o objetivo do sistema de contas nacionais é permitir a 
mensuração e a agregação em uma única conta, onde a agregação 
é feita através dos preços. 
 
• Característica: não considera os chamados bens e serviços 
intermediários (que são absorvidos na produção de outros 
produtos), ou seja, esse sistema considera apenas os bens e 
serviços finais. 
 
• Pressupostos: 
1. As contas procuram medir a produção corrente. Não são considerados bens 
produzidos em período anterior, apenas a remuneração do vendedor (que é 
remuneração a um serviço corrente); 
2. As contas referem-se a um fluxo (normalmente 1 ano. Os agregados correspondem 
a variáveis fluxo (são consideradas ao longo de um período – dimensão temporal). 
3. A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como unidade de 
medida e instrumento de trocas. 
- Contabilidade Social: Sistema de Contas Nacionais 
ECONOMIA – Micro e Macro 
5 
Economia fechada, sem governo e sem formação de capital 
 
Três óticas de mensuração: Produto = Despesa = Renda 
 
• Produto Nacional (PN): é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos 
em determinado período de tempo. 
 
PN =  pi qi 
 
• Despesa Nacional (DN): é o valor de todas as despesas realizadas pelos 
agentes: consumidores, empresas, governo e estrangeiros na compra de bens e 
serviços finais. 
DN = Despesas de Consumo (C) 
 
• Renda Nacional (RN): é a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são 
proprietárias dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços, em um 
período de tempo. 
 
RN = salários (w) + juros (j) + aluguéis (a) + lucros (l) + (Tecnologia (pt)) 
- Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Fluxo Circular de Renda) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Fluxo Nominal 
Fluxo Real 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Famílias Unid. Produtoras 
Mercado de Bens e Serviços 
Mercado de Fatores de Produção 
Fornecimento de Bens e Serviços 
Fornecimento dos Serviços dos Fatores de Produção 
Despesas de Consumo de Bens e Serviços 
Remuneração aos Serviços dos Fatores de Produção 
Fluxo monetário 
Fluxo real 
RN = w + j + a + l + pt 
DN = C 
PN = pi.qi 
- Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Fluxo Circular de Renda) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Economia fechada, sem governo e sem formação de capital 
 
• Como não existem estoques, tudo que se produz, se vende. 
 
PN = DN 
 
• Como no agregado, são excluídas as compras de bens 
intermediários. A empresa gasta com pagamentos a fatores de 
produção tudo o que recebe pela venda de bens e serviços (PN=DN). 
Na prática (mede-se o PN) pelo conceito de Valor Adicionado 
Consiste em calcular o que cada ramo da atividade adicionou ao 
valor do produto final, em cada etapa do processo produtivo. 
 
V. Adicionado = V. Bruto de Produção – Cons.de Prod. Intermed. 
 (Receita de vendas) 
- Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Fluxo Circular de Renda) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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 TRIGO FARINHA PÃO 
a) Receita de Vendas (VBP) 100 400 1.000 PN=DN= 1.000 
b) Compras Intermediárias 0 100 400 
Valor adicionado (a-b) 100 + 300 + 600 = 1.000 = RN 
Valores (x Mil) 
Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo) 
Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha) 
Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão) 
- Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Valor Adicionado) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Existem 03 formas diferentes de medir o resultado econômico 
de um país, todas conduzindo a um mesmo valor numérico: 
Soma dos produtos finais das empresas produtoras (PN) 
Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional (DN) 
Soma de rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros (RN) 
 
Orgão Responsável no Brasil: IBGE 
- Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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 - Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos 
Economia fechada, sem governo e com formação de capital 
 
Hipóteses: 
• As Famílias além de consumir podem poupar; 
• As Empresas além de produzir bens de consumo, produzem e investem em 
bens de capital. 
 
 
POUPANÇA (S): parcela da RN não consumida no período. Sendo assim: 
 
S = RN – C 
 
INVESTIMENTO (I): gasto com bens que aumentam a capacidade produtiva da 
economia (Capacidade de gerar Rendas Futuras = Taxa de Acumulação de Capital). 
 
I = PN – C 
 
onde: PN = Bens de Consumo + Bens de Investimento 
 
I = Ibk + E 
ECONOMIA – Micro e Macro 
Observações sobre o investimento: 
 
 → Algumas observações importantes: 
1. A variação de estoques (∆E) representa a diferença entre o valor dos 
estoques de mercadorias em poder das empresas ao final de um período e 
o valor desses estoques ao final do período imediatamente anterior; 
2. Não se deve confundir Investimento no sentido vulgar com investimento 
no sentido econômico. 
2.1 No sentido cotidiano utiliza-se a palavra investimento como 
sinônimo de aplicação financeira, compra de ações, etc... (Ex.: 
Investir em ações não representa aumento da capacidade produtiva, a 
não ser que se esteja investindo, por exemplo, em instalações). 
OBS.: Na linguagem da Macroeconomia, que se preocupa com a 
contabilização dos agregados macroeconômicos, isso não é 
investimento, é poupança. 
- Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Observações sobre o investimento: 
 
 → Algumas observações importantes: 
2.2 No sentido econômico representa gasto, despesa – na compra de 
bens, equipamentos, máquinas, etc. 
 
OBS.: Isso significa que a compra de ativos usados, de segunda mão, 
não representa investimento, pois não está aumentando a 
capacidade produtiva da economia. 
 
3. O investimento em ativos de segunda mão (imóveis,...) não é 
contabilizado como investimento agregado, sendo apenas uma 
transferência de ativos, que se compensa: alguém “desinvestiu”. Esses 
bens já foram computados no passado. 
 
4. Os bens de consumo duráveis (TV, automóveis,...), embora não sejam 
consumidos no presente e gerem fluxo de serviços no futuro, não são 
considerados como investimento 
 
- Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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• Assim, o ato de poupar representa abrir mão do consumo atual para desfrutar 
de um consumo maior no futuro. Podemos representar essa idéia da seguinte 
maneira: 
 
 S = Renda –C 
 
→ Em que: S = Poupança (do inglês “Saving”) 
 ▫ R = Renda 
 ▫ C = Consumo 
→ Nosso modelo agora se apresenta do seguinte modo: 
 ▫ Ótica da Produção: Produto = Σpi.qi 
 ▫ Ótica da Renda: Renda = C + S 
 ▫ Ótica da Despesa: Despesa = C + I 
 
 Como Produto = Renda = Despesa, temos que C + S = C + I, Logo: S = I 
- Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Ex.: PN = RN = 100. Com a venda do produto (PN) 
as empresas remuneram as famílias (RN). Se as 
famílias decidem consumir apenas 80 (C = 80): 
S = RN – C = 20 
Parte de PN = 100 não foi comprada, pois as 
famílias não gastaram tudo. Assim: 
I = E = 20 e S = I = 20 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Ex.: PN = 100. 
Sendo: Bens de Consumo = 70 
 Bens de capital = 30 (Investimento) 
RN = 100 (As famílias receberam 100) 
Sobraram para as famílias 30 (corresponde à Poupança) 
S = I = 30 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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- Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos 
Economia fechada, sem governo e com formação de capital 
 
DEPRECIAÇÃO (d): é o consumo de estoque (desgaste) de capital físico, em dado 
período. Conseqüência: sucata ou obsolescência. 
 
Investimento Bruto (IB) e Investimento Líquido (IL) 
 
IL = IB - d 
 
IL = Acumulação Líquida de Capital = Diferença entre novos inv. (IB) e 
depreciação 
 
PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) E LÍQUIDO (PNL) 
 
PNL = PNB - d 
 
 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Receita Fiscal: 
 
IMPOSTOS INDIRETOS (Ti): incidem sobre bens e serviços. Ex.: ICMS, IPI. 
 
IMPOSTOS DIRETOS (Td): incidem sobre as pessoas (físicas e jurídicas). Ex.: 
IR, IPTU. 
 
CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL: encargos trabalhistas recolhidos 
de empregados e empregadores. 
 
OUTRAS RECEITAS: taxas (Ex.: Multas, aluguéis, ...) 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Gastos do Governo: 
 
Gastos com ministérios, secretarias e autarquias = Receitas 
provêm de dotações orçamentárias. 
 
Gastos das empresas e sociedades de economia mista 
Provêm da venda de bens e serviços no mercado. 
 
Gastos com transferências e subsídios 
Se : 
Gastos > Receita Fiscal 
Gastos < Receita Fiscal 
Déficit Primário (Fiscal) 
Superávit Primário (Fiscal) 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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PRODUTO NACIONAL A PREÇOS DE MERCADO (PNpm): é 
medido a partir dos valores pagos pelo consumidor. 
 
 
PRODUTO NACIONAL A CUSTO DE FATORES (PNcf): é 
medido a partir dos valores pagos que refletem os custos de 
produção, a remuneração dos fatores (w + j + a + l). Como é medido 
pela ótica dos rendimentos, é a própria RNcf. 
PNpm = RNcf + Ti - Sub 
Associa-se, normalmente, Renda Nacional à RNcf e Produto Nacional 
à PNpm 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) 
Impostos Indiretos Impostos Diretos
Índice de Carga Tributária Bruta = 100
pmPIB
 
  
 
   Imp. Ind. Imp. Dir. Transf. + Sub.
Índice de Carga Tributária Líquida = 100
pmPIB
  
  
 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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EXPORTAÇÕES (X): são as compras dos estrangeiros de nossos bens e serviços. 
São os gastos do setor externo com nossas empresas. 
 
 
IMPORTAÇÃO (M): são as aquisições de bens do exterior. Parte da renda gerada 
no país que “vaza” para fora. 
 
 
RENDA ENVIADA AO EXTERIOR (RE): parte do que foi produzido 
internamente não pertence aos nacionais (Ex.: capital e tecnologia). A remuneração 
desses fatores vai para fora do país, na forma de remessa de lucro, royalties, juros. 
 
 
RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RR): recebemos renda devido à produção 
de nossas empresas operando no exterior. 
 
 
RLEE = RE – RR (No Brasil, RLEE > 0) 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (O Setor Externo) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB): é a renda devida à produção 
dentro dos limites territoriais do país. 
 
 
PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB): renda que pertence 
efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida de nossas 
empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o exterior 
pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil. 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (O Setor Externo) 
PIB = PNB + RLEE 
RE > RR RLEE > 0 PIB > PNB Se : 
RE < RR RLEE < 0 PIB < PNB 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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DN = C + I + G + X – M 
As importações (M) aparece devido ao fato de que elas estão 
embutidas nas demais despesas agregadas (C, I, G, X). 
 
A Despesa Agregada é apresentada a preços de mercado, já que são 
valores finais. No Brasil, utiliza-se mais o conceito de Despesa 
Interna que Nacional. Não é calculada a depreciação pois, são 
utilizados os conceitos agregados em termos brutos. 
DIBpm = C + I + G + X – M 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Despesa Nacional - DN) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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PN Nominal (ou PN Monetário): PN a preços correntes do ano 
PN2000 =  pi
2000
 . qi
2000 - produto de 2000, avaliado a preços de 2000. 
PN2001 =  pi
2001
 . qi
2001 - produto de 2001, avaliado a preços de 2001. 
PN Real (ou PN deflacionado): PN a preços constantes de 
determinado ano (chamado ano-base). 
PNREAL 2000 =  pi
2000
 . qi
2000 
PNREAL2001 =  pi
2000
 . qi
2001 
PNREAL2002 =  pi
2000
 . qi
2002 
Preços permanecem constantes em 
2000. Elimina-se a influência dos 
preços (Inflação). Com isso tem-se o 
crescimento real 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Valores Reais e Nominais) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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PNREAL = PN Nominal x 100 
 Índice de Preços 
P/ deflacionar: 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Valores Reais e Nominais) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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• PIB em dólares correntes: preços em dólares, à taxa de câmbio corrente. 
PIBBrasil =  PUS$ qBrasil 
 
(P US$ = preços em reais, convertidos em dólares pela taxa de câmbio corrente) 
 
• PIB em dólares PPP (Purchasing Power Parity): produção do país, 
medida a preços das mercadorias nos USA (país base, ou de referência). 
 
PIBPPP Brasil =  PUS$USA qBrasil (preços em US$ nos USA) 
PIBPPP China =  PUS$USA qChina 
PIBPPP USA =  PUS$USA qUSA 
- Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (Valores Reais e Nominais) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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ECONOMIA – Micro e Macro 
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 O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano mede o grau de 
 desenvolvimento sócio-econômico dos países. Constitui-se de uma média 
aritmética de 3 índices, variando de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o 
padrão de desenvolvimento humano): 
 -Índice de Expectativa de Vida 
 -Índice do PIB per capita (em dólares PPP) 
 -Índice de Educação (média ponderada: 
 75% Índice de Alfabetização 
 25%Índice de Escolaridade de jovens entre 7 e 22 anos ) 
Contabilidade Social: Principais Agregados 
Macroeconômicos (IDH - Índice de Desenvolvimento Humano) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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- Contas Nacionais (1ª. Parte) 
Introdução 
Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
 Conta “Produto Interno Bruto” 
 Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” Economia a 
 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” 
 Conta de Acumulação de Capital 
 Conta Corrente das Administrações Públicas (conta 
 auxiliar) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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• A Contabilidade Nacional tem como objetivo não somente revelar o total 
dos agregados macroeconômicos, mas também proceder ao registro sistemático 
das diversas relações entre os setores que compõe a economia de um país, usando a 
mesma metodologia de débitos e créditos empregada pela contabilidade das 
empresas. 
• A grande maioria dos países utiliza o sistema de Contas Nacionais padronizado 
pela ONU, através do seu System of National Accounts (SNA) ou “Sistema de 
Contas Nacionais”. A versão mais recente deste padrão foi divulgada no ano de 
1993. 
• É importante observar que, no caso brasileiro, o IBGE empregou até o ano de 
1996 uma metodologia baseada na versão anterior da SNA. Os dados da economia 
brasileira a partir do ano de 1997 já foram apresentados na versão nova das SNA, 
de 1993. 
- Introdução 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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• Para entendermos como funciona o Sistema de Contas Nacionais, é 
necessário ter em mente os quatro “setores” da economia que 
estudamos no primeiro capítulo: 
 
1. O setor “empresas”, que representa as unidades produtivas 
da economia. 
2. O setor “indivíduos” (também denominado em alguns textos 
de Economia como setor “famílias”) que representa as 
pessoas. 
3. O setor “Governo” que realiza gastos com a compra de 
bens e serviços junto ao setor “empresas”. 
4. O setor “Resto do Mundo”, representando todos os demais 
agentes econômicos externos, também chamados de “não-
residentes” no país. 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
33 
 
Neste sistema de contas nacionais, vamos observar alguns princípios 
para facilitar o entendimento de como funcionam as contas: 
 
• Toda transação deve ser registrada nas contas através do método das partidas 
dobradas, ou seja, realizando simultaneamente um lançamento a débito e um 
lançamento a crédito, de forma similar ao que acontece com a contabilidade 
geral; 
• No lado direito das contas, serão feitos os registros “a crédito”, que 
representam as “origens 
dos recursos”; 
• No lado esquerdo das contas, entrarão os registros “a débito”, que 
correspondem, por sua vez às “aplicações do recursos”; 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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ECONOMIA – Micro e Macro 
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ECONOMIA – Micro e Macro 
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ECONOMIA – Micro e Macro 
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ECONOMIA – Micro e Macro 
ECONOMIA – Micro e Macro 
39 
 
Conta “Produto Interno Bruto”: 
 
• Esta conta compreende basicamente as transações realizadas pelo setor 
“empresas”; 
 
• Devemos então adotar o ponto de vista das firmas quando utilizarmos 
esta conta; 
 
• Assim, a coluna dos créditos nos mostra as “origens” dos recursos, ou seja, 
como as empresas obtém recursos para seu funcionamento; 
 
• Para manter suas operações, as empresas realizam vendas de bens e 
serviços, e como estamos falando de números macroeconômicos, esta conta vai 
nos apresentar justamente as vendas dos bens de consumo e dos bens de capital, 
mostrando quem está comprando a produção. 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
40 
 
Conta “Produto Interno Bruto”: 
 
• Os compradores dos bens e serviços produzidos são as famílias, o Governo, o Resto do 
Mundo e as próprias empresas que compram bens de capital, ao realizar seus 
investimentos. É por isso que vamos encontrar do lado das origens, nada mais, nada 
menos, que as variáveis já conhecidas: Consumo, Gastos do Governo, Formação Bruta de 
Capital Fixo, Variação de Estoques e Exportações Líquidas (ou seja, Exportações menos 
Importações). 
 
• O lado do “Débito” mostra em que as empresas aplicam os recursos obtidos: 
basicamente, na cobertura dos seus próprios custos de produção, aparecem do lado 
das “aplicações” os pagamentos aos trabalhadores, demais fatores de produção, 
agregados na denominação “Excedente Operacional Bruto”, que corresponde à soma de 
aluguéis, juros e lucros (ou seja, a todos os demais rendimentos que não sejam 
provenientes do trabalho). Não se esqueça que os lucros são considerados como “custos 
de produção” para as empresas, pois na prática representam uma remuneração que a 
empresa tem que gerar para o acionista – este sim é o dono do fator de produção Capital. 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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ECONOMIA – Micro e Macro 
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Conta “Produto Interno Bruto”: 
 
→ Muita atenção para estes pontos: 
• Na metodologia do IBGE, o item “Consumo final das administrações públicas” 
envolve somente os gastos de consumo do Governo; os demais gastos 
governamentais, com bens de capital (ou seja, gastos de investimento do Governo) são 
contabilizados na rubrica “Formação Bruta de Capital Fixo”. 
• As importações aparecem com o sinal negativo no lado das origens, pois de fato as 
mesmas reduzem a Despesa Interna Bruta. Quando os agentes econômicos residentes 
do país fazem importações, acabam reduzindo a despesa “interna”, pois estão 
gastando recursos com a compra de bens produzidos no exterior. 
 
Observe: O que acontece quando fazemos uma pequena arrumação na equação abaixo: 
 
 PIBpm = C + G + FBKF + ∆E + X – M 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Conta “Produto Interno Bruto”: 
 
→ Vamos passar o item “M” para o lado esquerdo da equação: 
 
 PIBpm + M = C + G + FBKF + ∆E + X 
 
 
Teremos então dois conceitos muito comuns na Macroeconomia: 
 
• Oferta Global de bens e serviços: PIBpm + M → total de bens e serviços disponíveis 
para aquisição pelos agentes econômicos = bens e serviços produzidos internamente + 
bens e serviços produzidos no exterior. 
 
• Demanda Global de bens e serviços: C + G + FBKF + ∆E + X → total de despesas 
realizadas pelos agentes econômicos com os bens produzidos internamente e 
externamente, sendo que estas despesas foram feitas por agentes econômicos residentes 
e por não-residentes no país. 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Conta “Produto Interno Bruto”: 
 
→ Mais observações importantes: 
 
• As Exportações e Importações estão representando “bens e serviços”. Nesses 
“serviços” são considerados somente os “serviços não-fatores”, ou seja, serviços 
que não correspondem a pagamentos a fatores de produção; são serviços que 
representam gastos com viagens, fretes, seguros, etc... Os demais serviços “fatores” 
são aqueles que representam pagamentos a fatores de produção, portanto representam 
“renda” e como tal, são apropriados numa outra conta (a do Resto do Mundo, que será 
vista a seguir), nositens “Renda Enviada ao Exterior” e “Renda Recebida do Exterior”. 
 
• O IBGE não apura o valor da depreciação do estoque de capital. O investimento está 
representado por FBKF + ∆E, ou seja, trata-se do investimento bruto. Porém, algumas 
questões de concurso cobram os efeitos da depreciação sobre essa Conta de 
Produção, cuja versão teórica original considera a sua presença. Na contabilidade 
geral, das empresas, a depreciação é uma “despesa” que reduz o lucro, mas não 
representa, de fato, um desembolso, não constitui movimentação financeira. Assim, a 
depreciação acaba sendo uma espécie de “lucro retido” pela empresa, na medida em que 
reduz o valor do lucro contábil que é distribuído para os acionistas. 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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w + a + j + l = PIBcf 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
Conta “Produto Interno Bruto”: 
 
• Mas, diante de uma questão de concurso que também apresente o valor da depreciação, 
lembre que o valor da mesma constitui, na prática uma redução do lucro contábil 
distribuído aos acionistas, e nesse caso teremos: 
 
w + a + j + l = PILcf 
 
• Agora, estamos considerando os lucros em termos líquidos, após abater a 
depreciação, portanto menores que os lucros “brutos” presentes na metodologia do IBGE. 
Assim, considerando o cálculo da depreciação, teremos: 
 
 
w + a + j + l + d = PIBcf 
 
 
PIBcf > PILcf 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
, Logo 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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ECONOMIA – Micro e Macro 
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 Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” : 
 
→ Atenção: Note que a Poupança Bruta abrange tanto a poupança 
bruta do setor privado (famílias) quanto do setor público 
(Governo), esta última também chamada de “Saldo em Conta-
Corrente do Governo”: 
 
Sb = Sbsp + Sg 
 
• Sb = Poupança Bruta 
• Sbsp = Poupança Bruta do Setor Privado 
• Sg = Poupança do Governo 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” : 
 
→ Mais atenção ainda! 
• Essa conta 2 também representa os valores em termos brutos, pois, 
como vimos, o IBGE não calcula a depreciação. 
• Se considerarmos que a depreciação representa uma espécie de “retenção” 
prévia de uma parcela dos lucros, por parte das empresas, ela acaba funcionando 
quase como se fosse uma “poupança forçada” que os acionistas estão fazendo. 
• Quando as firmas reconhecem contabilmente a despesa de depreciação, elas 
acabam apurando um lucro menor, e dessa forma os acionistas acabam 
recebendo menos recursos. 
• As empresas têm uma maior disponibilidade de caixa, que será utilizada, dentre 
outras destinações, para a reposição de suas máquinas e equipamentos. A 
depreciação nos faz chegar ao conceito de Poupança Líquida do Setor Privado, 
dado por: Poupança Bruta do Setor Privado menos depreciação: 
 
Slsp = Sbsp – d 
ECONOMIA – Micro e Macro 
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Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : 
 
• Esta conta mostra as transações realizadas com o Resto do Mundo, evolvendo o fluxo 
de entrada e saídas de bens e serviços, e também o fluxo de entrada e saída de rendas 
(remuneração de serviços prestados por proprietários de fatores de produção). 
 
• Note que, do lado do crédito (origens dos recursos) encontraremos os recebimentos correntes, 
do ponto de vista do Resto do Mundo. Ora, os demais países recebem recursos do nosso país 
de duas formas: ou através de nossas importações (M) , em que nós compramos bens e serviços 
produzidos no exterior, ou através do envio de rendimentos para não-residentes (REE): lucros 
remetidos pelas filiais de empresas estrangeiras para suas matrizes no exterior, juros pagos por 
empréstimos internacionais, etc. 
 
• Por outro lado, na coluna do débito encontraremos a destinação destes recursos, também do 
ponto de vista do Resto do Mundo: as exportações (X) representam nossas vendas de 
mercadorias ao exterior, portanto representam, para o Resto do Mundo, uma aplicação de 
recursos. Do mesmo modo, figuram as rendas que os residentes em nosso país recebem do 
exterior (RRE). 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
52 
• Comparando estas movimentações de entradas e saídas, chegaremos ao 
Saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes, ou 
simplesmente Saldo de Transações correntes (TC) dado pela seguinte 
fórmula: 
 
TC = ( X + RRE ) - ( M + REE ) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
53 
 
 
 
 
Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : 
 
• Ou seja, o Saldo de Transações Correntes é dado pela diferença entre as 
aplicações que o Resto do Mundo fez em nossa economia (X + RRE) a 
obtenção de recursos por parte do Resto do Mundo, fornecidos pelo 
nosso país (M + REE ). 
 
→ Note que se as entradas de recursos (X + RRE) forem inferiores as 
saídas de recursos (M + REE) de nosso país, temos um Déficit em 
Transações Correntes. 
 
→ Por outro lado, se as entradas de recursos (X + RRE) forem superiores 
as saídas de recursos ( M + REE ) de nosso país, temos um Superávit em 
Transações Correntes. 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
54 
 
 
 
 
Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : 
 
► Agora, atenção redobrada para este conceito: 
 
Se as entradas de recursos (X + RRE) forem inferiores as saídas de recursos (M + 
REE) de nosso país, teremos, como vimos, um Déficit em Transações 
Correntes. Em termos estritamente financeiros, podemos dizer saiu de nosso país 
uma quantidade de moeda estrangeira muito maior do que a que entrou. Porém, em 
termos reais, ou seja, em termos de quantidade de bens e serviços, entraram mais 
bens e serviços do que saíram no nosso país. O que isto significa? Significa que o 
Resto do Mundo financiou parte deste consumo feito pelo nosso país. Em outras 
palavras, usamos Poupança Externa para poder consumir mais do que vendemos 
ao exterior. Em suma, um Déficit em Transações Correntes corresponde a 
uma Poupança Externa Positiva. 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
55 
 
 
 
 
Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : 
 
► Este sem dúvida é um dos conceitos mais cobrados em provas de concursos! 
 
Déficit em Transações Correntes → TC < 0 significa Poupança Externa Positiva → Se > 0 
 
• De modo inverso, se as entradas de recursos (X + RRE) forem superiores as saídas de 
recursos (M + REE) de nosso país, teremos, como vimos, um Superávit em 
Transações Correntes. Em termos estritamente financeiros, podemos dizer que entrou 
em nosso país uma quantidade de moeda estrangeira muito maior do que a que saiu. 
Porém, em termos reais, ou seja, em termos de quantidade de bens e serviços, saíram mais 
bens e serviços do que entraram no nosso país. Isto quer dizer que? 
Nosso país financiou um consumo maior por parte do Resto do Mundo. Em outras 
palavras, mandamos poupança para o exterior, permitindo que o Resto do Mundo 
consumisse mais do que nos foi vendido. Assim, um Superávit em Transações 
Correntes corresponde a uma Poupança Externa negativa. 
 
Superávit em Transações Correntes → TC > 0 significa Poupança Externa Negativa → Se < 0 
 
 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA– Micro e Macro 
56 
 
 
 
 
Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : 
 
• Considerando a fórmula contida na Conta 4, temos: 
 
TC = ( X + RRE ) - ( M + REE ) 
 
TC = X – M + RRE - REE 
 
TC = X – M – REE + RRE 
 
TC = X – M – (REE – RRE) 
 
TC = X – M – RLEE . 
 
 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
57 
 
 
 
 
Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : 
 
• O Saldo de Transações Correntes é encontrado a partir da diferença entre 
exportações e importações e da Renda Líquida Enviada ao Exterior. A Poupança Externa, 
por sua vez, sempre terá o sinal contrário ao Saldo de Transações Correntes: 
 
Se = -TC 
 
• A poupança externa é um dos componentes da Poupança Total gerada no sistema 
econômico. Observe que a Poupança Bruta será dada pela soma Poupança Interna + 
Poupança Externa, ou seja: 
 
Sb = Sbsp + Sg + Se 
 
• Essa Poupança Bruta é a fonte de financiamento do Investimento Bruto, com a seguinte 
composição: 
Ib = Fbkf + ∆E 
 
 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
58 
 
 
 
 
Conta de Acumulação de Capital: 
 
• Essa conta representa a acumulação bruta de capital fixo na economia, bem 
como as fontes de financiamento. De acordo com a metodologia do IBGE, temos a 
apresentação da conta como se segue: 
 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
59 
 
 
 
 
Conta de Acumulação de Capital: 
 
• A Conta 3 nos mostra que o Investimento total bruto da economia (formação bruta de 
capital fixo mais variação de estoques) é financiado pela Poupança Bruta, menos o 
saldo das transações correntes com o resto do mundo. O IBGE considera como 
Poupança Bruta a Poupança Interna (setor privado + setor público) e ao diminuir o 
Saldo de Transações Correntes com o resto do mundo, na verdade está somando 
a Poupança Externa (quando o saldo de TC for negativo). 
 
Assim, a Conta de Capital nos mostra como é financiado o investimento total bruto: 
 
 
I. Bruto = Poupança Privada (Bruta) + Poupança do Governo + Poupança Externa 
 
Ib = Sbsp + Sg + Se 
 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
60 
 
 
 
 
Conta de Acumulação de Capital: 
 
• Mais uma vez vamos adaptar a apresentação desta conta, detalhando um pouco 
mais os seus componentes: 
- Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 
ECONOMIA – Micro e Macro 
61 
 
 
 
 
Conta de Acumulação de Capital: 
 
I = S 
 
Fbkf + ∆E – d = Slsp + Sg + Se 
 
Se = - TC = - (X – M – RLEE) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
62 
 
 
 
 
Conta Corrente das Administrações Públicas (conta auxiliar): 
• Finalizando, a conta referente ao Governo é apresentada em separado, como 
complemento das quatro anteriores. Segue no quadro abaixo o detalhamento da 
mesma: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
- Contas Nacionais (2ª. Parte) 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados 
desde 1997 
 Valores Reais e Valores Nominais 
 Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” Economia a 
 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” 
 Conta de Acumulação de Capital 
 Conta Corrente das Administrações Públicas (conta 
 auxiliar) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
• Essa nova forma de apresentação das contas nacionais substituiu 
as tradicionais colunas de débito e crédito das contas pelas colunas 
de usos (aplicações) e recursos (origens). 
 
• Sendo assim, as novas Contas Econômicas Integradas são 
formadas por três grupos de contas, reproduzidas a seguir. A 
título de exemplo, constam alguns dados do ano de 2005 da 
economia brasileira, com o destaque das principais relações entre as 
variáveis econômicas representadas: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
• O item “Produção” se refere ao “Valor Bruto da Produção” (VBP), ou seja, à 
produção total dos bens finais mais os bens intermediários. 
• O valor bruto da produção está considerado a custo de fatores, portanto antes dos efeitos 
dos impostos indiretos e dos subsídios. 
•Se somarmos o item “impostos sobre produtos”, que engloba o “imposto de importação” 
mais os “demais impostos sobre os produtos” teremos o VBP a preços de mercado (Esses 
“impostos sobre produtos” já é um valor líquido de subsídios). 
• O “Consumo Intermediário” representa as compras de insumo e matérias-primas 
feitas pelas empresas, para a produção dos bens e serviços finais. 
Sendo assim, o valor do PIB a preços de mercado é obtido como se segue: 
 
PIBpm = Produção + Impostos sobre Produtos – Consumo Intermediário 
 
A Oferta Total de Bens e serviços (finais e intermediários) é dada pela soma: 
 
Produção + Impostos sobre Produtos + Importação de Bens e Serviços 
 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
• A Demanda Total de Bens e Serviços (finais e intermediários) é dada pela soma: 
 
Consumo Intermediário + Despesas de Consumo Final + Formação Bruta de 
Capital Fixo + Variação de Estoques + Exportações 
 
• As Despesas de Consumo Final englobam tanto as despesas de consumo das 
famílias quanto as despesas de consumo do Governo. Sendo assim, o cálculo do PIBpm 
pela ótica da despesa é dado pela soma: 
 
PIBpm = DIBpm=Despesas de Consumo Final + Formação Bruta de Capital 
Fixo + Variação de Estoques + Exportações - Importações 
 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
Vamos agora analisar a próxima Tabela: 
Esta tabela nos indica também como é feito o cálculo do PIBpm: 
 
PIBpm = VBP + imp.s/produtos – Consumo Intermediário 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
Ainda na Tabela 2, a Conta 2 mostra como é gerada a renda: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
A seção 2.3. indica como as famílias e o Governo utilizam a Renda Disponível 
Bruta: 
Renda Disponível Bruta = Despesa de consumo final + Poupança Bruta 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Valores Reais e Valores Nominais: 
• Vimos que o investimento aumenta a capacidade produtiva da economia, pois 
amplia o estoque decapital físico existente. Ao longo dos anos, deverá haver aumento 
do valor do Produto em termos físicos (quantidades produzidas). 
 
• Até o momento estávamos trabalhando com a hipótese de que os preços dos bens e 
serviços não se alteravam com o passar dos anos, isto é, não havia inflação. Portanto, se o 
PIB de um determinado país no ano de 2005 foi igual a US$ 600 bilhões, e no ano de 2006 
foi igual a US$ 630 bilhões, podemos afirmar que houve um crescimento percentual de 5%, 
calculado da seguinte forma: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Valores Reais e Valores Nominais: 
• O crescimento nominal do PIB entre os anos de 2005 e 2006 foi igual a 5%. O 
crescimento nominal compara os valores nominais do PIB nos dois anos, sem se 
preocupar com a variação de preços que ocorreu durante este período. 
 
• A inflação foi igual a zero, então o crescimento real também seria igual a 5%. O 
crescimento real compara os valores reais do PIB nos dois exercícios, ou seja, os valores 
descontados da inflação do período. Em outras palavras, os valores deflacionados. 
 
• Suponhamos que a inflação entre o ano de 2005 e o de 2006 tenha sido igual a 8%. Isso 
significa que o produto real de 2006 (ou seja, o produto nominal de 2006 deflacionado, ou 
ainda, o produto de 2006 a preços de 2005) seria igual a: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Valores Reais e Valores Nominais: 
• Assim, houve uma queda real de 2,77%, aproximadamente, na produção física de bens 
e serviços. Isto ocorreu porque o crescimento nominal do produto é de 5% e a inflação 
do período é de 8%, ou seja, de fato a produção física se reduziu no período 
considerado. 
 
• Observe também que usamos um deflator, que nada mais é do que um fator empregado 
para descontar o efeito da inflação e transformar um valor nominal em um valor real. 
O deflator pode ser qualquer índice de preços. No Brasil temos diversos índices de 
preços, tais como o IGP-M, IGP-DI, INPC (calculados pela FGV), o IPCA (calculado 
pelo IBGE), etc, cada um deles com sua metodologia própria de cálculo. 
 
• Todo índice de preço busca captar a variação dos preços de uma determinada cesta de 
mercadorias ao longo de certo período de tempo. De acordo com a forma de 
cálculo podemos ter índices do tipo Laspeyres ou índices do tipo Paasche. 
 
• Vejamos a aplicação destes conceitos na tabela a seguir. Suponhamos uma economia 
hipotética que só produza três tipos de bens: arroz, feijão e milho. Vejamos na tabela o 
desempenho desta economia nos anos de 2005 e 2006: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Valores Reais e Valores Nominais: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
-Ou seja, um crescimento nominal de 13% do PIB entre 2005 e 2006. 
Mas, observe que houve inflação no período; os preços de todos os 
bens aumentaram. 
 
- Analisando cada bem de modo isolado, percebemos que a 
produção de arroz e de feijão foi menor em 2006. Houve 
crescimento real da produção de milho apenas. E agora? Como 
calcular o crescimento (ou queda) real 
da economia como um todo? 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
- Portanto houve uma queda real de 7,69% no PIB total do país, considerando o índice 
de preços de Laspeyeres. 
 
- Assim como escolhemos as quantidades do período mais antigo para efeito de cálculo 
do índice de preços, poderíamos utilizar as quantidade do período mais recente. Nesse caso, 
usaríamos o Índice de Preços de Paasche: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
 
 
 
 
Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: 
- Pequenas diferenças que podem ser observadas entre as duas 
avaliações das variações de preços advém do fato de que, na 
verdade, é impossível obter uma separação perfeita entre 
variações de preços e quantidades, uma vez que essas variações 
não são independentes entre si. 
 
- Além dos índices de Laspeyres e Paasche, existem ainda 
algumas dezenas de possibilidades de estimativas de variações 
de preços. Entretanto, a maior parte dessas alternativas são 
variações pequenas em torno desses dois índices básicos. O índice 
de Fischer, por exemplo, consiste numa média geométrica entre os 
dois anteriores, sendo calculado através da raiz quadrada do produto 
dos índices de Laspeyres e Paasche. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
86 
- Definição de moeda: objeto de aceitação geral, utilizado na troca 
de bense serviços. Aceitação garantida por lei. 
 
- A moeda é um elemento de papel fundamental no sistema 
econômico. O estudo da moeda corresponde à chamada Teoria 
Monetária, campo do conhecimento que aborda os impactos da 
mesma na economia. 
 
- O Sistema Monetário de um país abrange todo um conjunto 
de instituições financeiras e de instrumentos financeiros que 
desempenham importantes funções, tais como: 
A Oferta de Moeda 
ECONOMIA – Micro e Macro 
87 
Instrumento ou 
Meio de Troca 
Medida de 
Valor 
Reserva de 
Valor 
Promove e facilita o intercâmbio de 
bens e serviços. Evita a chamada 
economia de trocas ou escambo. 
Unidade de Conta. Permite apurar o 
valor Monetário. 
Liquidez absoluta. Efeitos da Inflação. 
O Lado Monetário: Moeda e suas Funções 
ECONOMIA – Micro e Macro 
88 
Não precisa ter valor intrínseco ou ser lastreada em metal 
precioso, bastando ter a confiança (moeda fiduciária) e a 
aceitação geral pelos agentes econômicos. 
Reserva de Valor: o que determina a riqueza de um país é 
sua produção global e não o montante de moeda existente 
(Falácia da composição). 
O Lado Monetário da Economia 
ECONOMIA – Micro e Macro 
89 
- Podemos chamar de Oferta de Moeda o total de meios de pagamento que 
existem numa economia, num certo instante do tempo, ou ainda, o estoque total 
de moeda que existe naquele momento. 
 
- Observe que a Oferta de Moeda é uma variável um pouco diferente 
daquelas que já analisamos anteriormente, tais como a produção, a renda, o 
investimento, etc. 
 
- A Oferta de Moeda é uma variável do tipo estoque, ou seja, é um valor medido 
num certo instante do tempo. As outras variáveis que vimos antes, tais como a 
produção e a renda, por exemplo, eram variáveis do tipo fluxo, ou seja, são 
medidas ao longo de um certo período de tempo. 
O Lado Monetário da Economia 
A Oferta de Moeda 
ECONOMIA – Micro e Macro 
90 
- Assim, podemos definir a Oferta de Moeda (ou “Meios de Pagamento”) como 
sendo: 
 
M = PP + DV 
 
- Onde: 
 
 • M = Total dos Meios de Pagamento (Oferta de moeda) 
 • PP = Papel-moeda e moedas metálicas em poder do público; 
 • DV = Total dos depósitos à vista nos bancos comerciais. 
O Lado Monetário da Economia 
A Oferta de Moeda 
ECONOMIA – Micro e Macro 
91 
- O item PP (papel-moeda e moedas metálicas em poder do público) corresponde ao 
conceito de moeda manual. O item DV (saldo dos depósitos à vista nos bancos 
comerciais) equivale ao conceito de moeda escritural (porque não tem forma física, 
corresponde a registros contábeis nos bancos comerciais). 
 
- Calcula-se a oferta de moeda, ou o total dos meios de pagamento, em sentido restrito, 
M1, como sendo a soma das moedas em poder público (moeda manual) e dos depósitosà vista em poder nos bancos comerciais (moeda escritural). 
 
- Ou seja, M1 representa os agregados monetários de liquidez imediata, que não rendem 
juros. 
 
- Excluem-se, portanto, deste cálculo, as chamadas quase-moedas, tais como títulos 
públicos, depósitos de poupança, depósitos a prazo, entre outros. Quase-moedas são 
ativos de liquidez muito elevada, quase tão elevada quanto a da moeda, e que rendem 
juros ao seu possuidor. 
O Lado Monetário da Economia 
A Oferta de Moeda 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia 
 
A Oferta de Moeda 
 
92 
- As conseqüências deste conceito são as seguintes: 
 
 • Ocorrerá criação de moeda quando acontecer uma troca de um ativo 
não-monetário (de liquidez não-imediata) do setor não-bancário por um ativo monetário 
do setor bancário; 
 • Ocorrerá destruição de moeda se a troca for entre um ativo monetário 
do setor não-bancário por um ativo não-monetário do setor bancário. 
 
- Os ativos monetários em poder do setor bancário correspondem aos valores mantidos 
em caixa mais os valores depositados no Banco Central. Os depósitos à vista 
correspondem a ativos monetários pertencentes ao setor não-bancário da economia. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia 
A Oferta de Moeda 
 
93 
 
- Vejamos exemplos de criação e destruição de moeda: 
 
 • Se um indivíduo faz um depósito à vista num banco comercial, não 
acontece criação nem destruição de moeda. Ocorre apenas uma transferência entre 
moeda manual (redução da moeda em poder do público) e moeda escritural (aumento 
no valor dos depósitos à vista); 
 • Um indivíduo realiza um depósito a prazo (por exemplo, em caderneta de 
poupança ou em alguma aplicação financeira). Nesse caso, ocorre destruição de 
meios de pagamento, pois depósitos a prazo não são considerados meios de pagamento, 
no sentido estrito (M1); 
 • Um banco comercial adquire de um indivíduo alguns títulos da dívida 
pública, pagando em moeda. Acontece criação de meios de pagamento, pois aumenta o 
volume de moeda manual em poder do público. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia 
 
A Oferta de Moeda 
 
94 
- A criação de moeda manual corresponde, assim, a um aumento de 
moeda em poder do público, enquanto para a moeda escritural sua criação 
ocorre quando há um acréscimo dos depósitos à vista nos bancos comerciais. 
 
- Na mesma linha de raciocínio, a destruição de moeda manual representa 
uma diminuição do total de moeda em poder do público, enquanto que para a 
moeda escritural sua destruição acontece quando há uma redução dos 
depósitos à vista nos bancos comerciais. 
ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia 
A Oferta de Moeda 
 
95 
- Podemos perceber, portanto, que o crescimento da oferta de moeda (saldo dos meios de 
pagamento) pode ser causado: 
 1) Pelo Banco Central, que tem o monopólio das emissões de moeda. 
O passivo monetário do Bacen é conhecido como base monetária e é como 
a moeda é inicialmente emitida. A base monetária consiste da moeda emitida, em 
poder do público e na forma de reservas bancárias. Corresponde, assim, a 
praticamente toda a moeda "física" disponível (papel-moeda e moedas metálicas) 
que está em poder do público, ou, então, com os bancos. O Bacen controla 
a base monetária, e, dessa forma, os demais agregados monetários. 
2) Pelos bancos comerciais, por meio dos depósitos à vista. Quando um banco 
recebe um depósito à vista, ele se compromete a pagar a quantia 
depositada, ou parte daquela, imediatamente quando isto for solicitado pelo 
depositante, no momento do saque em conta-corrente. 
Porém, a todo instante existem depósitos e saques, de tal forma que somente uma 
parcela do total dos depósitos é necessária para que o banco consiga atender ao 
movimento diário. Esta parcela é normalmente pequena e é suficiente para atender 
às necessidades de caixa dos bancos, ou seja, pagar os cheques que são 
descontados. Dessa forma, o banco comercial pode usar parte destes fundos, e 
oferecer empréstimos num montante maior que o total de depósitos iniciais. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia 
 
96 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
 
- Os bancos comerciais têm o poder de expandir o total de moeda escritural existente na 
economia, já que podem utilizar parte dos depósitos à vista para oferecer empréstimos ao 
público. Este fenômeno é denominado multiplicador bancário dos meios de pagamento ou 
ainda multiplicador monetário. 
 
- Para mostrar esse mecanismo de expansão monetária (ou seja, da oferta de moeda por meio 
dos bancos comerciais), vamos supor que os bancos comerciais mantenham uma parcela de 
r% dos seus depósitos como reservas e emprestem os restantes (1 - r)% ao público; r é 
chamada de taxa de reservas ou de encaixes bancários, ou ainda relação reservas/depósitos. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia 
 
97 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
 
- Imaginemos que essa taxa de reservas seja igual a 40%. Assim, os bancos mantém nas 
suas reservas cerca de 40% do saldo dos seus depósitos à vista, e os outros 60% eles 
decidem emprestar ao público. 
 
- Digamos que a público não mantenha moeda em suas mãos, e prefira manter todo o seu 
dinheiro na forma de depósitos à vista no setor bancário. 
 
- Observe que os bancos estão mantendo 40% de seus depósitos no caixa ($ 2.000 . 40% = $ 
800) e os 60% restantes originaram empréstimos. 
 
- Suponhamos agora que a União tenha sacado $ 100 de seus depósitos nas Autoridades 
Monetárias e tenha feito pagamentos a seus fornecedores de bens e serviços. Estes, por sua 
vez, vão fazer depósitos no setor bancário. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia 
 
98 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
 
- Novamente as reservas representam um percentual maior do que os 40% ($ 900 / $ 2.160 = 
42%). Isso significa que os bancos ainda têm margem para fazer novos empréstimos ao 
setor não-bancário. Os bancos necessitam manter somente 40% dos depósitos à vista no seu 
caixa, ou seja, $ 2.160. 40% = $ 864. Mas, mantém $ 900. Então disponibilizarão novos 
empréstimos até o valor de $ 900 - $ 864 = $ 36. 
 
-Tal processo se estenderá continuamente, até que a relação caixa/depósitos seja igual à taxa 
de reservas de 40%. Observe que, a cada ciclo, se expande a quantidade de moeda 
escritural existente na economia. 
 
- O valor final da oferta de moeda será dado pelo valor do multiplicador bancário dos 
meios de pagamento, que numa versão simplificada é obtido pela fórmula: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia 
 
 
99 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
 
- O multiplicador monetário (m) estabelece uma importante relação entre a expansão da Base 
Monetária (B) e os meios de pagamento (M): 
 
∆M1 = m . ∆B 
 
- Do mesmo modo, podemos escrever: 
 
M1 = m . B 
 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia - A Oferta de Moeda 
 
100 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
 
- Atenção que usamos uma fórmula simplificada do multiplicador monetário, pois 
consideramos que toda a moeda que vai para as mãos do público retorna ao sistema 
bancário, na forma de depósitos à vista. 
 
- Na realidade uma parte da moeda fica retida nas mãos de pessoas, equivalendo aoitem 
“moeda em poder do público”. 
 
- Suponhamos agora que o público decida reter c% do total dos seus ativos 
monetários em moeda manual, não depositada nos bancos; “c” é a chamada taxa de 
retenção do público em relação ao total dos meios de pagamento. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia - A Oferta de Moeda 
 
101 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
 
- Atenção, somando-se os coeficientes “c” e “d”, temos; 
 
 
 
 
 
-Portanto, 
 
c + d =1 
- Vimos anteriormente que o coeficiente “r” é dado pela relação entre as reservas dos bancos 
comerciais e o total dos depósitos à vista: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
O Lado Monetário da Economia - A Oferta de Moeda 
 
102 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
 
- E vimos também a relação entre o multiplicador monetário (m) e a Base Monetária (B): 
- Podemos escrever então: 
- Como B = Papel Moeda em Poder do Público + Reservas Bancárias, temos: 
- Dividindo-se o numerador e o denominador da fração por M1, temos: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
103 
M1 
M2 
M3 
M4 
= 
= 
= 
= 
Moeda em poder do Público 
(+) Depósitos a Vista nos Bancos Comerciais 
Conceito M1 
(+) Depósitos Especiais Remunerados 
(+) Depósitos de Poupança 
(+) Títulos emitidos por Instituições Depositárias 
Conceito M2 
(+) Fundos de Renda Fixa 
(+) Posição líquida de títulos SELIC(Sistema Especial de 
 Liquidação e Custódia) 
Conceito M3 
(+) Títulos Públicos de alta liquidez 
O Lado Monetário: Meios de Pagamento (Conceito e 
Composição) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
104 
Quando se altera o saldo de M1 (PMPP + DV) 
Corresponde a uma queda ou aumento da oferta de moeda disponível. 
Ex.: Criação (C), Destruição (D) e (N) p/ qdo não houve (C nem D). 
Exportadores trocam dólares por reais no BC ............................ 
BC vende dólares aos importadores, recebendo reais em troca.. 
Empréstimo dos bancos comerciais ao setor privado................. 
Resgate de um empréstimo bancário.......................................... 
Saque por meio de cheque.......................................................... 
Depósito a longo prazo............................................................... 
Empresa paga Funcionários sacando contra seus depósitos a vista 
C 
D 
C 
D 
N 
D 
N 
O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e 
“Destruição” de Moeda) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
105 
Setor não Bancário: as unidades familiares, as empresas, o 
Governo e o sistema financeiro não-monetário (BNDS, Banco de 
Investimento). Não recebem depósitos à vista, apenas transferem 
dinheiro dos emprestadores para os tomadores. 
Setor Bancário: pode criar ou destruir moeda. É permitido aos 
bancos comerciais manterem depósitos do público e emprestar uma 
quantia superior a suas reservas monetárias (podem emprestar parte 
de suas obrigações, que são os depósitos a vista). 
O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e 
“Destruição” de Moeda) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
106 
BASE MONETÁRIA (B): total de moeda “física” injetada pelo Banco Central 
na economia. Também chamada de Passivo Monetário do Banco Central ou ainda 
High Powered Money (moeda de alta potência). Emissão Primária de Moeda, 
corresponde ao Passivo Não-Remunerado da Autoridade Monetária. 
B = PMPP + Reservas dos Bancos Comerciais 
 
As Reservas Bancárias Totais (R) são compostas por Encaixe em moeda corrente 
(R1), Reservas Voluntárias (R2) e Reservas Compulsórias (R3), dos bancos 
comerciais junto ao Banco Central. 
Assim: 
R = R1 + R2 + R3 PME = PMPP + R1 B = PMPP + R1+R2+R3 
onde: PME = papel moeda emitido 
O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e 
“Destruição” de Moeda) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
107 
O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e 
“Destruição” de Moeda) 
Fatores que afetam a Base Monetária: o aumento ou diminuição 
da base monetária se dá por variações do Ativo do Banco Central 
não compensadas por variações do Passivo Não Monetário. 
Exemplos: 
• Operações com Câmbio: quando o BC compra (vende) USD do mercado para 
as reservas internacionais há uma expansão (contração) da base monetária; 
• Operações com Títulos Públicos: quando o BC compra (vende) títulos públicos 
ao mercado há expansão (contração) da base monetária; 
• Operações do Tesouro Nacional: pagamentos ao (recebimentos do) Tesouro 
Nacional contraem (expandem) a base monetária; 
• Operações com o Sistema Financeiro: a concessão de redesconto bancário 
expande B e o recolhimento de compulsório sobre Depósitos a Prazo contrai B. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
108 
O Lado Monetário: Oferta de Moeda (Objetivos e 
Instrumentos de Política Monetária) 
Objetivos: a função da política monetária é regular o ritmo de crescimento da 
demanda agregada da economia no curto prazo, de tal maneira a impedir um 
crescimento mais rápido que o da oferta agregada, evitando assim preções no nível 
geral de preços (pressões inflacionárias). Para tanto o Banco Central se utiliza de 
alguns instrumentos: 
1. Compulsório: é a parcela dos depósitos a vista que um banco deve manter 
obrigatoriamente depositada no Bacen, sem remuneração.; 
• Aumento do compulsório diminui a disponibilidade de recursos para 
empréstimos e, assim, diminui a oferta de moeda. 
2. Redesconto ou Empréstimo de Liquidez: é uma linha de empréstimos do BC 
aos bancos comerciais em situações de falta temporária de liquidez (geralmente 
esta linha é punitiva); 
• Aumento da taxa de redesconto leva os bancos diminuirem a oferta de 
moeda 
ECONOMIA – Micro e Macro 
109 
O Lado Monetário: Oferta de Moeda (Objetivos e 
Instrumentos de Política Monetária) 
3. Operações de Open Market ou Mercado Aberto: são compras ou vendas 
de títulos públicos realizadas pelo Bacen junto ao sistema bancário. É o 
instrumento de maior eficência no mercado financeiro para ajustar a liquidez 
do mercado monetário . 
• Quando o Bacen compra títulos públicos do mercado ele injeta reais, 
elevando a liquidez da economia devido ao aumento da oferta de moeda. 
• Quando o Bacen vende títulos públicos do mercado ele retira reais, 
diminuindo a liquidez da economia devido à redução da oferta de moeda 
4. Controle do Crédito: a Autoridade Monetária pode afetar a disposição dos 
bancos em conceder crédito ou tomar posições no mercado de títulos, de 
câmbio ou futuros de acordo com: 
• Regulação do crédito; 
• Persuasão moral; 
• Supervisão e Fiscalização bancária 
ECONOMIA – Micro e Macro 
110 
Conclusões: 
 
• A Demanda de moeda de uma economia se eleva a medida que se produz 
mais renda, ou seja, quando a atividade produtiva agrega mais riqueza. 
 
• A Procura decresce quando os juros sobem, gerando maiores expectativas de 
lucros aos investidores. 
 
• A Procura diminui quando recrudesce o processo inflacionário, que destrói o 
poder de compra da moeda. 
 
• A oferta monetária é fixa em Ms, dada a base monetária (B) fixada pelo BC e 
os parâmetros comportamentais e regulatórios (D, R1, R2, R3). 
 
• No lado da demanda monetária, os parâmetros k, h e o nível de renda a curto 
prazo (Y) são dados. Portanto, a interação entre oferta e demanda no mercado 
monetário determinará a taxa de juros de equilíbrio (i0). 
O Lado Monetário: Política Monetária (Equilíbrio Monetário) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
111 
Definição: a taxa de juros representa o valor do dinheiro no tempo. É 
uma taxa de rentabilidade para os aplicadores, e o custo do empréstimo, 
para os tomadores. O BC, devido ao seu monopólio de emissão de 
moeda, influencia de maneira decisivaa taxa de juros. 
 
Uma taxa de juros alta, gera como conseqüências: 
 
i. Sobe o custo para os tomadores de fundos; 
 
ii. Aumenta o custo de oportunidade em estocar mercadorias dada a 
atratividade de aplicar no mercado financeiro; 
 
iii. Incentiva o ingresso de recursos de outros países; 
 
iv. Freia a atividade econômica, ao desestimular o consumo e o investimento, 
estimulando a especulação no mercado financeiro; 
 
v. Aumenta o custo da dívida pública interna. 
O Lado Monetário: Política Monetária (Taxa de Juros) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
112 
O Lado Monetário: A Taxa Selic 
 - No caso brasileiro, apresenta-se ainda como importante instrumento da Política 
Monetária a fixação da taxa de juros básica da economia, a chamada “Taxa 
Selic”. 
 - “Selic” é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado 
em 1979 pelo Banco Central e pela ANDIMA - Associação Nacional das 
Instituições do Mercado Aberto, com o objetivo de tornar mais transparente e 
segura a negociação de títulos públicos. Trata-se de sistema eletrônico que 
permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, 
assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. 
 - Atualmente, a “taxa Selic” refere-se à taxa de juros que reflete a média 
de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. É 
considerada como sendo a taxa de juros básica do mercado financeiro, 
porque é usada em operações de empréstimos e resgate de títulos entre os 
próprios bancos e, com isso, repercute nas demais taxas de juros da economia. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
113 
O Lado Monetário: A Taxa Selic 
 - Ressalte-se, porém, que a taxa Selic é bastante inferior aos juros cobrados ao 
consumidor final. A diferença é causada por diversos fatores, tais como o grau de 
concentração do setor financeiro, ao risco de mercado, ao spread (diferença entre o 
custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes), dentre outros. 
 - Desde o ano de 1999, quando o governo adotou o sistema de metas de inflação e o 
câmbio flutuante (o valor relativo entre as moedas nacional e estrangeira sendo 
definido pelo mercado), a taxa de juros tem sido um dos principais instrumentos 
usados para conter a alta de preços. Quando o Banco Central eleva a taxa Selic, 
aumenta a atratividade por títulos da dívida pública, emitidos pelo Governo. Tais 
papéis passam a render mais para seu possuidor, despertando assim uma demanda 
maior pelos mesmos. 
 - Conseqüentemente, tende a haver uma redução no montante de recursos que 
o sistema bancário oferece para as demais operações de empréstimos e 
financiamentos para indivíduos e empresas, levando a um aumento nas demais 
taxas cobradas pelos bancos. Com isso o Banco Central está, na prática, restringindo 
a Demanda Agregada por bens e serviços, reduzindo a pressão sobre os preços. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
114 
O Lado Monetário: A Taxa Selic 
 - Essa prática, no entanto, tem trazido outras conseqüências indesejáveis, como por 
exemplo, o aumento do volume de recursos necessários para que o próprio Governo 
possa pagar o serviço da dívida (ou seja, os juros da dívida pública). Assim, o 
Governo se endivida ainda mais, para rolar os títulos que estão vencendo. . 
ECONOMIA – Micro e Macro 
115 
 
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 
 
Órgãos de Regulamentação e Fiscalização 
do Mercado 
ECONOMIA – Micro e Macro 
116 
ESTRUTURA DO SFN – DIVISÃO NORMATIVA 
CONSELHO 
MONETÁRIO 
NACIONAL (CMN) 
BANCO 
CENTRAL 
(BACEN) 
(CVM) COMISSÃO 
VALORES 
MOBILIÁRIOS 
INSTITUIÇÕES 
ESPECIAIS 
B.B. 
BNDES 
CEF 
Comissões 
Consultivas 
Responsável pelo 
funcionamento do 
mercado financeiro e 
de suas instituições. 
 
SUBSISTEMA 
NORMATIVO 
 
ECONOMIA – Micro e Macro 
117 
Instituições 
Financeiras Bancárias 
SUBSISTEMA 
OPERATIVO 
Composto pelas instituições 
bancárias e não bancárias 
que atuam em operações de 
intermediação financeira. 
Bolsas 
Corretoras 
Distribuidoras 
Clearings 
ESTRUTURA DO SFN – SUBSISTEMA DE 
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
ECONOMIA – Micro e Macro 
118 
• Bancos Comerciais 
• Caixas Econômicas 
• Bancos de Desenvolvimento 
• Cooperativas de Crédito 
• Bancos de Investimento 
• Sociedades de Crédito, 
Financiamento e Investimento – 
Financeiras 
• Sociedades Corretoras 
• Sociedades Distribuidoras 
• Sociedades de Arrendamento 
Mercantil (leasing) 
• Associações de Poupança e 
Empréstimo 
• Sociedades de Crédito 
Imobiliário 
• Fundos Mútuos de Investimento 
• Entidades Fechadas de 
Previdência Privada 
• Seguradoras 
• Companhias Hipotecárias 
• Agências de Fomento 
• Bancos Múltiplos 
• Bancos Cooperativos 
Composta por 18 agentes no total: 
ECONOMIA – Micro e Macro 
119 
Modelo IS LM 
Mercado 
Monetário i 
Mercado 
de Bens & 
Serviços 
Nível 
de Produto 
(Y) 
Política 
Monetária 
Política 
Fiscal 
Este modelo procura explicar de que forma as taxas de juros e o produto total 
(produto agregado ou renda agregada) são determinados, dado um nível de preços 
fixos. 
É um modelo de determinação simultânea de equilíbrio. 
O Modelo IS-LM é também chamado Análise Hicks-Hansen, (devido aos Prêmios Nobel Sir J.R. Hicks e Alvin Hansen), a partir da teoria keynesiana. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
120 
 
a) Economia com desemprego de recursos (ou seja, com capacidade 
ociosa e mão-de-obra desempregada); 
 
b) Preços constantes; 
 
c) (decorre de a) e b): políticas de crescimento levam a aumento da 
produção, e não de preços; 
 
d) Princípio da Demanda Efetiva: é a Demanda Agregada que determina 
a renda de equilíbrio (a Oferta Agregada é “passiva”); 
 
e) (decorre de b): todas as variáveis expressas em termos reais 
(“deflacionadas”); 
 
f) (decorre de e): taxa nominal de juros (i) = taxa real de juros (r) 
 
Modelo IS LM: Hipóteses do Modelo 
ECONOMIA – Micro e Macro 
121 
Componentes da Demanda Agregada: 
 
• Consumo (função da Renda Disponível) 
• Investimento (função da taxa de juros) 
• Gastos Públicos: definido institucionalmente 
• Impostos, Exportações e Importações: por simplificação, supõe-se no 
modelo IS-LM que sejam exógenas 
 
A Curva IS (Investment-Saving) representa os possíveis níveis de renda e de 
taxa de juros que equilibram o mercado de bens e serviços. Ou seja, pontos onde 
a Oferta Agregada é Igual à Demanda Agregada de bens e serviços. 
 
• Queda na taxa de juros aumenta o investimento e, portanto, a renda 
• Aumento na taxa de juros reduz o investimento e, portanto, a renda. 
Modelo IS LM: Mercado de Bens & Serviços (Curva IS) 
ECONOMIA – Micro e Macro 
122 
Fatores que desclocam a curva IS: são as variáveis exógenas (C, I, G, T, X, M) que 
não induzidos por uma variação na renda. 
• Consumo autônomo (variação da riqueza, mudanças nas expectativas, etc) 
• Política fiscal (Gastos G e Tributos T) 
• Exportações (X) e Importações (M) 
 
Mudanças na taxa de juros e no nível de renda são movimentos ao longo das curvas 
IS e LM (r e Y são variáveis endógenas) 
Modelo IS LM: Mercado de Bens & Serviços (Curva IS) 
r
Y
0IS
2r
1r
2Y1Y
1IS
Os fatores que afetam a IS são: 
i. Elasticidade demanda por Investimento em 
relação à taxa de juros (declividade da função 
investimento); 
ii. Multiplicador de gastos do governo. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
123 
Modelo IS LM: Mercado Monetário (Curva LM) 
0sM M
,dM f Y i
  
  
 
0 0 e ,sdM M M M f Y i
  
    
 
 0dM Y
M
i M
P
0i
0M
Oferta de moeda: 
 
Demanda de moeda: 
 
Equilíbrio: 
A Curva LM (Liquidity Money), representa os possíveis pares de taxa de juros e 
nível de renda que equilibram o mercado monetário. Assim, dada a curva de oferta e 
demanda de moeda: 
• M/P  dado o nível de renda, cai a taxa de juros 
•  Y   demanda de moeda para transação, dada a oferta  aumenta a taxa 
de juros. 
 
EOM 
EDM
EOM: excesso de oferta de moeda : i tende a cair 
EDM: excesso de demanda de moeda: i tende a se elevar 
ECONOMIA – Micro e Macro 
124 
Modelo IS LM: Mercado Monetário (Curva LM) 
LM: pares (i, Y) que equilibram o mercado monetário, dado os saldos monetários 
reais (M/P). 
Os fatores que afetam a inclinação da LM são as respostas à mudanças na taxa de 
juros: 
• quanto maior a variação na demanda de moeda em função de uma variação 
na renda, mais inclinada é a LM; 
• quanto menor a sensibilidade da demanda de moeda em relação a uma 
variação na taxa de juros, mais inclinada é a LM. 
M
i
LM
EOM


EDM


Obs: a curva LM é traçada 
para um dado estoque de 
moeda. 
EOM: excesso de oferta de moeda : i tende a cair 
EDM: excesso de demanda de moeda: i tende a se elevar 
ECONOMIA – Micro e Macro 
125 
Modelo IS LM: Equilíbrio 
O modelo IS LM parte do modelo keynesiano e incorpora o mercado monetário. 
Desta forma as regras de ajustamento do modelo são: 
 
1. Desequilíbrios no mercado de bens (IS) são ajustados via quantidades, 
alterando o nível de produto (renda); 
 
2. Desequilíbrios no mercado monetário (LM) são corrigidos com variações nas 
taxas de juros. 
i
Ei
EY
Y
I
II
III
IV
IS 
Pontos acima da IS: EOB  Y 
Pontos abaixo da IS: EDB  Y 
Pontos acima da LM: EOM   i 
Pontos abaixo da LM: EDB   i 
LM 
LM
IS
ECONOMIA – Micro e Macro 
126 
Modelo IS LM: Política Monetária Expansionista/Contracionista 
 
E 2 
E 1 
i
Y
1Y 2
Y
1i
2i
1LM
2LM
IS
Oferta de Moeda Taxa de Juros (i ) Investimento Renda (Y )
Aumento (expansão) Redução Aumento Aumento
Redução (esterilização) Aumento Redução Redução
Um aumento da oferta de moeda torna o dinheiro 
mais abundante no mercado, o que reduz a taxa de 
juros, provocando três efeitos paralelos: 
 
• sobre a IS: com a queda em i, o investimento 
agregado se eleva, a DA e a renda Y se elevam 
(movimento ao longo da IS); 
 
• o aumento da renda real Y aumenta a demanda de 
moeda por transações; 
 
• aumenta a demanda de moeda por motivo 
especulação devido a queda na taxa de juros. 
ECONOMIA – Micro e Macro 
127 
Modelo IS LM: Política Fiscal Expansionista/Contracionista 
 
Um aumento dos gastos do Governo desloca a IS 
para à direita, sendo que o financiamento destes 
gastos pode ser feito de três formas: 
 
• pela emissão de títulos públicos, o que provoca 
um aumento na taxa de juros; 
 
• aumento de impostos (que desloca a IS para trás, 
devido à queda da Renda Disponível e do 
Consumo: o resultado final sobre a curva IS e sobre 
a renda dependerá dos multiplicadores de G 
(positivo) e de T (negativo); 
 
• emissão de moeda, que desloca a curva LM para a 
direita (“combinação de políticas”). 
Política Fiscal Renda (Y ) Taxa de Juros (i ) Investimento
Expansionista Aumento Aumento Redução
Contracionista Redução Redução Aumento
1Y 2Y 3Y
LM 
• 
• 
2IS
1IS
1i
2i
G
i
Y
ECONOMIA – Micro e Macro 
128 
Modelo IS LM: Eficácia das Políticas Monetária e Fiscal 
 
Três trechos importantantes da curva LM: 
• Trecho clássico: LM não é sensível á taxa de juros e 
portanto, a demanda especulativa por moeda é nula. 
(política monetária eficaz e fiscal nula); 
• Trecho keynesiano: armadilha de liquidez, a 
elasticidade demanda por moeda em relação á taxa de 
juros é infinita. (política monetária ineficaz e a fiscal 
possui máxima eficiência; 
• Trecho intermediário: combinação de políticas 
monetária e fiscal. 
1. Eficácia da Política Monetária: 
• Diminui, quando a elasticidade demanda por moeda em relação à taxa de juros aumenta; 
• Aumenta, quanto maior é a sensibilidade do investimento em relação a taxa de juros; 
• Aumenta, na medida em que aumenta a velocidade-renda da moeda; 
2. Eficácia da Política Fiscal: 
• Diminui, quanto maior a elasticidade a elasticidade demanda por investimentos em relação à 
taxa de juros (crowding out); 
• Aumenta, quando aumenta a propensão marginal a consumir sobe (efeito muliplicador). 
1i
i
Y
LM
Clássico
(monetarista)
Keynesiano
(fiscalista)
Intermediário
IS
ECONOMIA – Micro e Macro 
129 
A taxa de juros é a variável que faz a ligação entre os dois mercados: 
• Uma alteração exógena no mercado monetário determina uma 
nova taxa de juros, que afetará o Investimento Agregado 
(I=f(r)), e portanto alterando o equilíbrio do mercado de bens e 
serviços; 
• Por outro lado, uma alteração exógena no mercado de bens e 
serviços, como por exemplo, aumento dos gastos públicos, 
deslocará a Curva IS, elevando a taxa de juros, e afetará a 
demanda de moeda, e consequentemente o equilíbrio do lado 
monetário. 
Modelo IS LM: Importância da Taxa de Juros 
ECONOMIA – Micro e Macro 
130

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