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ECONOMIA – Micro e Macro 1 ECONOMIA – Micro e Macro 2 - Contabilidade Social Introdução Principais Agregados Macroeconômicos • Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital • Economia a Dois Setores Com Formação de Capital • Economia a Três Setores: O Setor Público • Economia a Quatro Setores: O Setor Externo Valores Reais e Nominais Identidades Básicas da Contabilidade Nacional Aspectos Conceituais ECONOMIA – Micro e Macro 3 Contas Básicas: • Produto Interno Bruto - PIB • Renda Nacional Disponível • Transações Correntes com o Resto do Mundo • Capital Conta Complementar: • Conta Corrente das Administrações Públicas - Contabilidade Social: Sistema de Contas Nacionais ECONOMIA – Micro e Macro 4 • Definição: o objetivo do sistema de contas nacionais é permitir a mensuração e a agregação em uma única conta, onde a agregação é feita através dos preços. • Característica: não considera os chamados bens e serviços intermediários (que são absorvidos na produção de outros produtos), ou seja, esse sistema considera apenas os bens e serviços finais. • Pressupostos: 1. As contas procuram medir a produção corrente. Não são considerados bens produzidos em período anterior, apenas a remuneração do vendedor (que é remuneração a um serviço corrente); 2. As contas referem-se a um fluxo (normalmente 1 ano. Os agregados correspondem a variáveis fluxo (são consideradas ao longo de um período – dimensão temporal). 3. A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como unidade de medida e instrumento de trocas. - Contabilidade Social: Sistema de Contas Nacionais ECONOMIA – Micro e Macro 5 Economia fechada, sem governo e sem formação de capital Três óticas de mensuração: Produto = Despesa = Renda • Produto Nacional (PN): é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo. PN = pi qi • Despesa Nacional (DN): é o valor de todas as despesas realizadas pelos agentes: consumidores, empresas, governo e estrangeiros na compra de bens e serviços finais. DN = Despesas de Consumo (C) • Renda Nacional (RN): é a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços, em um período de tempo. RN = salários (w) + juros (j) + aluguéis (a) + lucros (l) + (Tecnologia (pt)) - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Fluxo Circular de Renda) ECONOMIA – Micro e Macro 6 Fluxo Nominal Fluxo Real ECONOMIA – Micro e Macro 7 Famílias Unid. Produtoras Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores de Produção Fornecimento de Bens e Serviços Fornecimento dos Serviços dos Fatores de Produção Despesas de Consumo de Bens e Serviços Remuneração aos Serviços dos Fatores de Produção Fluxo monetário Fluxo real RN = w + j + a + l + pt DN = C PN = pi.qi - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Fluxo Circular de Renda) ECONOMIA – Micro e Macro 8 Economia fechada, sem governo e sem formação de capital • Como não existem estoques, tudo que se produz, se vende. PN = DN • Como no agregado, são excluídas as compras de bens intermediários. A empresa gasta com pagamentos a fatores de produção tudo o que recebe pela venda de bens e serviços (PN=DN). Na prática (mede-se o PN) pelo conceito de Valor Adicionado Consiste em calcular o que cada ramo da atividade adicionou ao valor do produto final, em cada etapa do processo produtivo. V. Adicionado = V. Bruto de Produção – Cons.de Prod. Intermed. (Receita de vendas) - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Fluxo Circular de Renda) ECONOMIA – Micro e Macro 9 TRIGO FARINHA PÃO a) Receita de Vendas (VBP) 100 400 1.000 PN=DN= 1.000 b) Compras Intermediárias 0 100 400 Valor adicionado (a-b) 100 + 300 + 600 = 1.000 = RN Valores (x Mil) Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo) Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha) Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão) - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Valor Adicionado) ECONOMIA – Micro e Macro 10 Existem 03 formas diferentes de medir o resultado econômico de um país, todas conduzindo a um mesmo valor numérico: Soma dos produtos finais das empresas produtoras (PN) Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional (DN) Soma de rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros (RN) Orgão Responsável no Brasil: IBGE - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos ECONOMIA – Micro e Macro 11 - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos Economia fechada, sem governo e com formação de capital Hipóteses: • As Famílias além de consumir podem poupar; • As Empresas além de produzir bens de consumo, produzem e investem em bens de capital. POUPANÇA (S): parcela da RN não consumida no período. Sendo assim: S = RN – C INVESTIMENTO (I): gasto com bens que aumentam a capacidade produtiva da economia (Capacidade de gerar Rendas Futuras = Taxa de Acumulação de Capital). I = PN – C onde: PN = Bens de Consumo + Bens de Investimento I = Ibk + E ECONOMIA – Micro e Macro Observações sobre o investimento: → Algumas observações importantes: 1. A variação de estoques (∆E) representa a diferença entre o valor dos estoques de mercadorias em poder das empresas ao final de um período e o valor desses estoques ao final do período imediatamente anterior; 2. Não se deve confundir Investimento no sentido vulgar com investimento no sentido econômico. 2.1 No sentido cotidiano utiliza-se a palavra investimento como sinônimo de aplicação financeira, compra de ações, etc... (Ex.: Investir em ações não representa aumento da capacidade produtiva, a não ser que se esteja investindo, por exemplo, em instalações). OBS.: Na linguagem da Macroeconomia, que se preocupa com a contabilização dos agregados macroeconômicos, isso não é investimento, é poupança. - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos ECONOMIA – Micro e Macro 13 Observações sobre o investimento: → Algumas observações importantes: 2.2 No sentido econômico representa gasto, despesa – na compra de bens, equipamentos, máquinas, etc. OBS.: Isso significa que a compra de ativos usados, de segunda mão, não representa investimento, pois não está aumentando a capacidade produtiva da economia. 3. O investimento em ativos de segunda mão (imóveis,...) não é contabilizado como investimento agregado, sendo apenas uma transferência de ativos, que se compensa: alguém “desinvestiu”. Esses bens já foram computados no passado. 4. Os bens de consumo duráveis (TV, automóveis,...), embora não sejam consumidos no presente e gerem fluxo de serviços no futuro, não são considerados como investimento - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos ECONOMIA – Micro e Macro 14 • Assim, o ato de poupar representa abrir mão do consumo atual para desfrutar de um consumo maior no futuro. Podemos representar essa idéia da seguinte maneira: S = Renda –C → Em que: S = Poupança (do inglês “Saving”) ▫ R = Renda ▫ C = Consumo → Nosso modelo agora se apresenta do seguinte modo: ▫ Ótica da Produção: Produto = Σpi.qi ▫ Ótica da Renda: Renda = C + S ▫ Ótica da Despesa: Despesa = C + I Como Produto = Renda = Despesa, temos que C + S = C + I, Logo: S = I - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos ECONOMIA – Micro e Macro 15 Ex.: PN = RN = 100. Com a venda do produto (PN) as empresas remuneram as famílias (RN). Se as famílias decidem consumir apenas 80 (C = 80): S = RN – C = 20 Parte de PN = 100 não foi comprada, pois as famílias não gastaram tudo. Assim: I = E = 20 e S = I = 20 Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos ECONOMIA – Micro e Macro 16 Ex.: PN = 100. Sendo: Bens de Consumo = 70 Bens de capital = 30 (Investimento) RN = 100 (As famílias receberam 100) Sobraram para as famílias 30 (corresponde à Poupança) S = I = 30 Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos ECONOMIA – Micro e Macro 17 - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos Economia fechada, sem governo e com formação de capital DEPRECIAÇÃO (d): é o consumo de estoque (desgaste) de capital físico, em dado período. Conseqüência: sucata ou obsolescência. Investimento Bruto (IB) e Investimento Líquido (IL) IL = IB - d IL = Acumulação Líquida de Capital = Diferença entre novos inv. (IB) e depreciação PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) E LÍQUIDO (PNL) PNL = PNB - d ECONOMIA – Micro e Macro 18 Receita Fiscal: IMPOSTOS INDIRETOS (Ti): incidem sobre bens e serviços. Ex.: ICMS, IPI. IMPOSTOS DIRETOS (Td): incidem sobre as pessoas (físicas e jurídicas). Ex.: IR, IPTU. CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL: encargos trabalhistas recolhidos de empregados e empregadores. OUTRAS RECEITAS: taxas (Ex.: Multas, aluguéis, ...) Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) ECONOMIA – Micro e Macro 19 Gastos do Governo: Gastos com ministérios, secretarias e autarquias = Receitas provêm de dotações orçamentárias. Gastos das empresas e sociedades de economia mista Provêm da venda de bens e serviços no mercado. Gastos com transferências e subsídios Se : Gastos > Receita Fiscal Gastos < Receita Fiscal Déficit Primário (Fiscal) Superávit Primário (Fiscal) Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) ECONOMIA – Micro e Macro 20 PRODUTO NACIONAL A PREÇOS DE MERCADO (PNpm): é medido a partir dos valores pagos pelo consumidor. PRODUTO NACIONAL A CUSTO DE FATORES (PNcf): é medido a partir dos valores pagos que refletem os custos de produção, a remuneração dos fatores (w + j + a + l). Como é medido pela ótica dos rendimentos, é a própria RNcf. PNpm = RNcf + Ti - Sub Associa-se, normalmente, Renda Nacional à RNcf e Produto Nacional à PNpm Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) ECONOMIA – Micro e Macro 21 CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Economia a três setores: O Setor Público) Impostos Indiretos Impostos Diretos Índice de Carga Tributária Bruta = 100 pmPIB Imp. Ind. Imp. Dir. Transf. + Sub. Índice de Carga Tributária Líquida = 100 pmPIB ECONOMIA – Micro e Macro 22 EXPORTAÇÕES (X): são as compras dos estrangeiros de nossos bens e serviços. São os gastos do setor externo com nossas empresas. IMPORTAÇÃO (M): são as aquisições de bens do exterior. Parte da renda gerada no país que “vaza” para fora. RENDA ENVIADA AO EXTERIOR (RE): parte do que foi produzido internamente não pertence aos nacionais (Ex.: capital e tecnologia). A remuneração desses fatores vai para fora do país, na forma de remessa de lucro, royalties, juros. RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RR): recebemos renda devido à produção de nossas empresas operando no exterior. RLEE = RE – RR (No Brasil, RLEE > 0) Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (O Setor Externo) ECONOMIA – Micro e Macro 23 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB): é a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do país. PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil. Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (O Setor Externo) PIB = PNB + RLEE RE > RR RLEE > 0 PIB > PNB Se : RE < RR RLEE < 0 PIB < PNB ECONOMIA – Micro e Macro 24 DN = C + I + G + X – M As importações (M) aparece devido ao fato de que elas estão embutidas nas demais despesas agregadas (C, I, G, X). A Despesa Agregada é apresentada a preços de mercado, já que são valores finais. No Brasil, utiliza-se mais o conceito de Despesa Interna que Nacional. Não é calculada a depreciação pois, são utilizados os conceitos agregados em termos brutos. DIBpm = C + I + G + X – M Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Despesa Nacional - DN) ECONOMIA – Micro e Macro 25 PN Nominal (ou PN Monetário): PN a preços correntes do ano PN2000 = pi 2000 . qi 2000 - produto de 2000, avaliado a preços de 2000. PN2001 = pi 2001 . qi 2001 - produto de 2001, avaliado a preços de 2001. PN Real (ou PN deflacionado): PN a preços constantes de determinado ano (chamado ano-base). PNREAL 2000 = pi 2000 . qi 2000 PNREAL2001 = pi 2000 . qi 2001 PNREAL2002 = pi 2000 . qi 2002 Preços permanecem constantes em 2000. Elimina-se a influência dos preços (Inflação). Com isso tem-se o crescimento real Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Valores Reais e Nominais) ECONOMIA – Micro e Macro 26 PNREAL = PN Nominal x 100 Índice de Preços P/ deflacionar: Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Valores Reais e Nominais) ECONOMIA – Micro e Macro 27 • PIB em dólares correntes: preços em dólares, à taxa de câmbio corrente. PIBBrasil = PUS$ qBrasil (P US$ = preços em reais, convertidos em dólares pela taxa de câmbio corrente) • PIB em dólares PPP (Purchasing Power Parity): produção do país, medida a preços das mercadorias nos USA (país base, ou de referência). PIBPPP Brasil = PUS$USA qBrasil (preços em US$ nos USA) PIBPPP China = PUS$USA qChina PIBPPP USA = PUS$USA qUSA - Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Valores Reais e Nominais) ECONOMIA – Micro e Macro 28 ECONOMIA – Micro e Macro 29 O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano mede o grau de desenvolvimento sócio-econômico dos países. Constitui-se de uma média aritmética de 3 índices, variando de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o padrão de desenvolvimento humano): -Índice de Expectativa de Vida -Índice do PIB per capita (em dólares PPP) -Índice de Educação (média ponderada: 75% Índice de Alfabetização 25%Índice de Escolaridade de jovens entre 7 e 22 anos ) Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (IDH - Índice de Desenvolvimento Humano) ECONOMIA – Micro e Macro 30 - Contas Nacionais (1ª. Parte) Introdução Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 Conta “Produto Interno Bruto” Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” Economia a Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” Conta de Acumulação de Capital Conta Corrente das Administrações Públicas (conta auxiliar) ECONOMIA – Micro e Macro 31 • A Contabilidade Nacional tem como objetivo não somente revelar o total dos agregados macroeconômicos, mas também proceder ao registro sistemático das diversas relações entre os setores que compõe a economia de um país, usando a mesma metodologia de débitos e créditos empregada pela contabilidade das empresas. • A grande maioria dos países utiliza o sistema de Contas Nacionais padronizado pela ONU, através do seu System of National Accounts (SNA) ou “Sistema de Contas Nacionais”. A versão mais recente deste padrão foi divulgada no ano de 1993. • É importante observar que, no caso brasileiro, o IBGE empregou até o ano de 1996 uma metodologia baseada na versão anterior da SNA. Os dados da economia brasileira a partir do ano de 1997 já foram apresentados na versão nova das SNA, de 1993. - Introdução ECONOMIA – Micro e Macro 32 • Para entendermos como funciona o Sistema de Contas Nacionais, é necessário ter em mente os quatro “setores” da economia que estudamos no primeiro capítulo: 1. O setor “empresas”, que representa as unidades produtivas da economia. 2. O setor “indivíduos” (também denominado em alguns textos de Economia como setor “famílias”) que representa as pessoas. 3. O setor “Governo” que realiza gastos com a compra de bens e serviços junto ao setor “empresas”. 4. O setor “Resto do Mundo”, representando todos os demais agentes econômicos externos, também chamados de “não- residentes” no país. - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 33 Neste sistema de contas nacionais, vamos observar alguns princípios para facilitar o entendimento de como funcionam as contas: • Toda transação deve ser registrada nas contas através do método das partidas dobradas, ou seja, realizando simultaneamente um lançamento a débito e um lançamento a crédito, de forma similar ao que acontece com a contabilidade geral; • No lado direito das contas, serão feitos os registros “a crédito”, que representam as “origens dos recursos”; • No lado esquerdo das contas, entrarão os registros “a débito”, que correspondem, por sua vez às “aplicações do recursos”; - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 34 ECONOMIA – Micro e Macro 35 ECONOMIA – Micro e Macro 36 ECONOMIA – Micro e Macro 37 ECONOMIA – Micro e Macro ECONOMIA – Micro e Macro 39 Conta “Produto Interno Bruto”: • Esta conta compreende basicamente as transações realizadas pelo setor “empresas”; • Devemos então adotar o ponto de vista das firmas quando utilizarmos esta conta; • Assim, a coluna dos créditos nos mostra as “origens” dos recursos, ou seja, como as empresas obtém recursos para seu funcionamento; • Para manter suas operações, as empresas realizam vendas de bens e serviços, e como estamos falando de números macroeconômicos, esta conta vai nos apresentar justamente as vendas dos bens de consumo e dos bens de capital, mostrando quem está comprando a produção. - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 40 Conta “Produto Interno Bruto”: • Os compradores dos bens e serviços produzidos são as famílias, o Governo, o Resto do Mundo e as próprias empresas que compram bens de capital, ao realizar seus investimentos. É por isso que vamos encontrar do lado das origens, nada mais, nada menos, que as variáveis já conhecidas: Consumo, Gastos do Governo, Formação Bruta de Capital Fixo, Variação de Estoques e Exportações Líquidas (ou seja, Exportações menos Importações). • O lado do “Débito” mostra em que as empresas aplicam os recursos obtidos: basicamente, na cobertura dos seus próprios custos de produção, aparecem do lado das “aplicações” os pagamentos aos trabalhadores, demais fatores de produção, agregados na denominação “Excedente Operacional Bruto”, que corresponde à soma de aluguéis, juros e lucros (ou seja, a todos os demais rendimentos que não sejam provenientes do trabalho). Não se esqueça que os lucros são considerados como “custos de produção” para as empresas, pois na prática representam uma remuneração que a empresa tem que gerar para o acionista – este sim é o dono do fator de produção Capital. - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 41 ECONOMIA – Micro e Macro 42 Conta “Produto Interno Bruto”: → Muita atenção para estes pontos: • Na metodologia do IBGE, o item “Consumo final das administrações públicas” envolve somente os gastos de consumo do Governo; os demais gastos governamentais, com bens de capital (ou seja, gastos de investimento do Governo) são contabilizados na rubrica “Formação Bruta de Capital Fixo”. • As importações aparecem com o sinal negativo no lado das origens, pois de fato as mesmas reduzem a Despesa Interna Bruta. Quando os agentes econômicos residentes do país fazem importações, acabam reduzindo a despesa “interna”, pois estão gastando recursos com a compra de bens produzidos no exterior. Observe: O que acontece quando fazemos uma pequena arrumação na equação abaixo: PIBpm = C + G + FBKF + ∆E + X – M - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 43 Conta “Produto Interno Bruto”: → Vamos passar o item “M” para o lado esquerdo da equação: PIBpm + M = C + G + FBKF + ∆E + X Teremos então dois conceitos muito comuns na Macroeconomia: • Oferta Global de bens e serviços: PIBpm + M → total de bens e serviços disponíveis para aquisição pelos agentes econômicos = bens e serviços produzidos internamente + bens e serviços produzidos no exterior. • Demanda Global de bens e serviços: C + G + FBKF + ∆E + X → total de despesas realizadas pelos agentes econômicos com os bens produzidos internamente e externamente, sendo que estas despesas foram feitas por agentes econômicos residentes e por não-residentes no país. - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 44 Conta “Produto Interno Bruto”: → Mais observações importantes: • As Exportações e Importações estão representando “bens e serviços”. Nesses “serviços” são considerados somente os “serviços não-fatores”, ou seja, serviços que não correspondem a pagamentos a fatores de produção; são serviços que representam gastos com viagens, fretes, seguros, etc... Os demais serviços “fatores” são aqueles que representam pagamentos a fatores de produção, portanto representam “renda” e como tal, são apropriados numa outra conta (a do Resto do Mundo, que será vista a seguir), nositens “Renda Enviada ao Exterior” e “Renda Recebida do Exterior”. • O IBGE não apura o valor da depreciação do estoque de capital. O investimento está representado por FBKF + ∆E, ou seja, trata-se do investimento bruto. Porém, algumas questões de concurso cobram os efeitos da depreciação sobre essa Conta de Produção, cuja versão teórica original considera a sua presença. Na contabilidade geral, das empresas, a depreciação é uma “despesa” que reduz o lucro, mas não representa, de fato, um desembolso, não constitui movimentação financeira. Assim, a depreciação acaba sendo uma espécie de “lucro retido” pela empresa, na medida em que reduz o valor do lucro contábil que é distribuído para os acionistas. - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 45 w + a + j + l = PIBcf ECONOMIA – Micro e Macro Conta “Produto Interno Bruto”: • Mas, diante de uma questão de concurso que também apresente o valor da depreciação, lembre que o valor da mesma constitui, na prática uma redução do lucro contábil distribuído aos acionistas, e nesse caso teremos: w + a + j + l = PILcf • Agora, estamos considerando os lucros em termos líquidos, após abater a depreciação, portanto menores que os lucros “brutos” presentes na metodologia do IBGE. Assim, considerando o cálculo da depreciação, teremos: w + a + j + l + d = PIBcf PIBcf > PILcf - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 , Logo ECONOMIA – Micro e Macro 47 ECONOMIA – Micro e Macro 48 Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” : → Atenção: Note que a Poupança Bruta abrange tanto a poupança bruta do setor privado (famílias) quanto do setor público (Governo), esta última também chamada de “Saldo em Conta- Corrente do Governo”: Sb = Sbsp + Sg • Sb = Poupança Bruta • Sbsp = Poupança Bruta do Setor Privado • Sg = Poupança do Governo ECONOMIA – Micro e Macro 49 Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” : → Mais atenção ainda! • Essa conta 2 também representa os valores em termos brutos, pois, como vimos, o IBGE não calcula a depreciação. • Se considerarmos que a depreciação representa uma espécie de “retenção” prévia de uma parcela dos lucros, por parte das empresas, ela acaba funcionando quase como se fosse uma “poupança forçada” que os acionistas estão fazendo. • Quando as firmas reconhecem contabilmente a despesa de depreciação, elas acabam apurando um lucro menor, e dessa forma os acionistas acabam recebendo menos recursos. • As empresas têm uma maior disponibilidade de caixa, que será utilizada, dentre outras destinações, para a reposição de suas máquinas e equipamentos. A depreciação nos faz chegar ao conceito de Poupança Líquida do Setor Privado, dado por: Poupança Bruta do Setor Privado menos depreciação: Slsp = Sbsp – d ECONOMIA – Micro e Macro 50 ECONOMIA – Micro e Macro 51 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : • Esta conta mostra as transações realizadas com o Resto do Mundo, evolvendo o fluxo de entrada e saídas de bens e serviços, e também o fluxo de entrada e saída de rendas (remuneração de serviços prestados por proprietários de fatores de produção). • Note que, do lado do crédito (origens dos recursos) encontraremos os recebimentos correntes, do ponto de vista do Resto do Mundo. Ora, os demais países recebem recursos do nosso país de duas formas: ou através de nossas importações (M) , em que nós compramos bens e serviços produzidos no exterior, ou através do envio de rendimentos para não-residentes (REE): lucros remetidos pelas filiais de empresas estrangeiras para suas matrizes no exterior, juros pagos por empréstimos internacionais, etc. • Por outro lado, na coluna do débito encontraremos a destinação destes recursos, também do ponto de vista do Resto do Mundo: as exportações (X) representam nossas vendas de mercadorias ao exterior, portanto representam, para o Resto do Mundo, uma aplicação de recursos. Do mesmo modo, figuram as rendas que os residentes em nosso país recebem do exterior (RRE). - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 52 • Comparando estas movimentações de entradas e saídas, chegaremos ao Saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes, ou simplesmente Saldo de Transações correntes (TC) dado pela seguinte fórmula: TC = ( X + RRE ) - ( M + REE ) ECONOMIA – Micro e Macro 53 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : • Ou seja, o Saldo de Transações Correntes é dado pela diferença entre as aplicações que o Resto do Mundo fez em nossa economia (X + RRE) a obtenção de recursos por parte do Resto do Mundo, fornecidos pelo nosso país (M + REE ). → Note que se as entradas de recursos (X + RRE) forem inferiores as saídas de recursos (M + REE) de nosso país, temos um Déficit em Transações Correntes. → Por outro lado, se as entradas de recursos (X + RRE) forem superiores as saídas de recursos ( M + REE ) de nosso país, temos um Superávit em Transações Correntes. - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 54 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : ► Agora, atenção redobrada para este conceito: Se as entradas de recursos (X + RRE) forem inferiores as saídas de recursos (M + REE) de nosso país, teremos, como vimos, um Déficit em Transações Correntes. Em termos estritamente financeiros, podemos dizer saiu de nosso país uma quantidade de moeda estrangeira muito maior do que a que entrou. Porém, em termos reais, ou seja, em termos de quantidade de bens e serviços, entraram mais bens e serviços do que saíram no nosso país. O que isto significa? Significa que o Resto do Mundo financiou parte deste consumo feito pelo nosso país. Em outras palavras, usamos Poupança Externa para poder consumir mais do que vendemos ao exterior. Em suma, um Déficit em Transações Correntes corresponde a uma Poupança Externa Positiva. - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 55 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : ► Este sem dúvida é um dos conceitos mais cobrados em provas de concursos! Déficit em Transações Correntes → TC < 0 significa Poupança Externa Positiva → Se > 0 • De modo inverso, se as entradas de recursos (X + RRE) forem superiores as saídas de recursos (M + REE) de nosso país, teremos, como vimos, um Superávit em Transações Correntes. Em termos estritamente financeiros, podemos dizer que entrou em nosso país uma quantidade de moeda estrangeira muito maior do que a que saiu. Porém, em termos reais, ou seja, em termos de quantidade de bens e serviços, saíram mais bens e serviços do que entraram no nosso país. Isto quer dizer que? Nosso país financiou um consumo maior por parte do Resto do Mundo. Em outras palavras, mandamos poupança para o exterior, permitindo que o Resto do Mundo consumisse mais do que nos foi vendido. Assim, um Superávit em Transações Correntes corresponde a uma Poupança Externa negativa. Superávit em Transações Correntes → TC > 0 significa Poupança Externa Negativa → Se < 0 - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA– Micro e Macro 56 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : • Considerando a fórmula contida na Conta 4, temos: TC = ( X + RRE ) - ( M + REE ) TC = X – M + RRE - REE TC = X – M – REE + RRE TC = X – M – (REE – RRE) TC = X – M – RLEE . - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 57 Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” : • O Saldo de Transações Correntes é encontrado a partir da diferença entre exportações e importações e da Renda Líquida Enviada ao Exterior. A Poupança Externa, por sua vez, sempre terá o sinal contrário ao Saldo de Transações Correntes: Se = -TC • A poupança externa é um dos componentes da Poupança Total gerada no sistema econômico. Observe que a Poupança Bruta será dada pela soma Poupança Interna + Poupança Externa, ou seja: Sb = Sbsp + Sg + Se • Essa Poupança Bruta é a fonte de financiamento do Investimento Bruto, com a seguinte composição: Ib = Fbkf + ∆E - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 58 Conta de Acumulação de Capital: • Essa conta representa a acumulação bruta de capital fixo na economia, bem como as fontes de financiamento. De acordo com a metodologia do IBGE, temos a apresentação da conta como se segue: - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 59 Conta de Acumulação de Capital: • A Conta 3 nos mostra que o Investimento total bruto da economia (formação bruta de capital fixo mais variação de estoques) é financiado pela Poupança Bruta, menos o saldo das transações correntes com o resto do mundo. O IBGE considera como Poupança Bruta a Poupança Interna (setor privado + setor público) e ao diminuir o Saldo de Transações Correntes com o resto do mundo, na verdade está somando a Poupança Externa (quando o saldo de TC for negativo). Assim, a Conta de Capital nos mostra como é financiado o investimento total bruto: I. Bruto = Poupança Privada (Bruta) + Poupança do Governo + Poupança Externa Ib = Sbsp + Sg + Se - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 60 Conta de Acumulação de Capital: • Mais uma vez vamos adaptar a apresentação desta conta, detalhando um pouco mais os seus componentes: - Sistema de Contas Nacionais vigente até 1996 ECONOMIA – Micro e Macro 61 Conta de Acumulação de Capital: I = S Fbkf + ∆E – d = Slsp + Sg + Se Se = - TC = - (X – M – RLEE) ECONOMIA – Micro e Macro 62 Conta Corrente das Administrações Públicas (conta auxiliar): • Finalizando, a conta referente ao Governo é apresentada em separado, como complemento das quatro anteriores. Segue no quadro abaixo o detalhamento da mesma: ECONOMIA – Micro e Macro - Contas Nacionais (2ª. Parte) Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997 Valores Reais e Valores Nominais Conta “Renda Nacional Disponível Bruta” Economia a Conta “Transações Correntes com o Resto do Mundo” Conta de Acumulação de Capital Conta Corrente das Administrações Públicas (conta auxiliar) ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: • Essa nova forma de apresentação das contas nacionais substituiu as tradicionais colunas de débito e crédito das contas pelas colunas de usos (aplicações) e recursos (origens). • Sendo assim, as novas Contas Econômicas Integradas são formadas por três grupos de contas, reproduzidas a seguir. A título de exemplo, constam alguns dados do ano de 2005 da economia brasileira, com o destaque das principais relações entre as variáveis econômicas representadas: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: • O item “Produção” se refere ao “Valor Bruto da Produção” (VBP), ou seja, à produção total dos bens finais mais os bens intermediários. • O valor bruto da produção está considerado a custo de fatores, portanto antes dos efeitos dos impostos indiretos e dos subsídios. •Se somarmos o item “impostos sobre produtos”, que engloba o “imposto de importação” mais os “demais impostos sobre os produtos” teremos o VBP a preços de mercado (Esses “impostos sobre produtos” já é um valor líquido de subsídios). • O “Consumo Intermediário” representa as compras de insumo e matérias-primas feitas pelas empresas, para a produção dos bens e serviços finais. Sendo assim, o valor do PIB a preços de mercado é obtido como se segue: PIBpm = Produção + Impostos sobre Produtos – Consumo Intermediário A Oferta Total de Bens e serviços (finais e intermediários) é dada pela soma: Produção + Impostos sobre Produtos + Importação de Bens e Serviços ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: • A Demanda Total de Bens e Serviços (finais e intermediários) é dada pela soma: Consumo Intermediário + Despesas de Consumo Final + Formação Bruta de Capital Fixo + Variação de Estoques + Exportações • As Despesas de Consumo Final englobam tanto as despesas de consumo das famílias quanto as despesas de consumo do Governo. Sendo assim, o cálculo do PIBpm pela ótica da despesa é dado pela soma: PIBpm = DIBpm=Despesas de Consumo Final + Formação Bruta de Capital Fixo + Variação de Estoques + Exportações - Importações ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: Vamos agora analisar a próxima Tabela: Esta tabela nos indica também como é feito o cálculo do PIBpm: PIBpm = VBP + imp.s/produtos – Consumo Intermediário ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: Ainda na Tabela 2, a Conta 2 mostra como é gerada a renda: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: A seção 2.3. indica como as famílias e o Governo utilizam a Renda Disponível Bruta: Renda Disponível Bruta = Despesa de consumo final + Poupança Bruta ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Valores Reais e Valores Nominais: • Vimos que o investimento aumenta a capacidade produtiva da economia, pois amplia o estoque decapital físico existente. Ao longo dos anos, deverá haver aumento do valor do Produto em termos físicos (quantidades produzidas). • Até o momento estávamos trabalhando com a hipótese de que os preços dos bens e serviços não se alteravam com o passar dos anos, isto é, não havia inflação. Portanto, se o PIB de um determinado país no ano de 2005 foi igual a US$ 600 bilhões, e no ano de 2006 foi igual a US$ 630 bilhões, podemos afirmar que houve um crescimento percentual de 5%, calculado da seguinte forma: ECONOMIA – Micro e Macro Valores Reais e Valores Nominais: • O crescimento nominal do PIB entre os anos de 2005 e 2006 foi igual a 5%. O crescimento nominal compara os valores nominais do PIB nos dois anos, sem se preocupar com a variação de preços que ocorreu durante este período. • A inflação foi igual a zero, então o crescimento real também seria igual a 5%. O crescimento real compara os valores reais do PIB nos dois exercícios, ou seja, os valores descontados da inflação do período. Em outras palavras, os valores deflacionados. • Suponhamos que a inflação entre o ano de 2005 e o de 2006 tenha sido igual a 8%. Isso significa que o produto real de 2006 (ou seja, o produto nominal de 2006 deflacionado, ou ainda, o produto de 2006 a preços de 2005) seria igual a: ECONOMIA – Micro e Macro Valores Reais e Valores Nominais: • Assim, houve uma queda real de 2,77%, aproximadamente, na produção física de bens e serviços. Isto ocorreu porque o crescimento nominal do produto é de 5% e a inflação do período é de 8%, ou seja, de fato a produção física se reduziu no período considerado. • Observe também que usamos um deflator, que nada mais é do que um fator empregado para descontar o efeito da inflação e transformar um valor nominal em um valor real. O deflator pode ser qualquer índice de preços. No Brasil temos diversos índices de preços, tais como o IGP-M, IGP-DI, INPC (calculados pela FGV), o IPCA (calculado pelo IBGE), etc, cada um deles com sua metodologia própria de cálculo. • Todo índice de preço busca captar a variação dos preços de uma determinada cesta de mercadorias ao longo de certo período de tempo. De acordo com a forma de cálculo podemos ter índices do tipo Laspeyres ou índices do tipo Paasche. • Vejamos a aplicação destes conceitos na tabela a seguir. Suponhamos uma economia hipotética que só produza três tipos de bens: arroz, feijão e milho. Vejamos na tabela o desempenho desta economia nos anos de 2005 e 2006: ECONOMIA – Micro e Macro Valores Reais e Valores Nominais: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: -Ou seja, um crescimento nominal de 13% do PIB entre 2005 e 2006. Mas, observe que houve inflação no período; os preços de todos os bens aumentaram. - Analisando cada bem de modo isolado, percebemos que a produção de arroz e de feijão foi menor em 2006. Houve crescimento real da produção de milho apenas. E agora? Como calcular o crescimento (ou queda) real da economia como um todo? ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: - Portanto houve uma queda real de 7,69% no PIB total do país, considerando o índice de preços de Laspeyeres. - Assim como escolhemos as quantidades do período mais antigo para efeito de cálculo do índice de preços, poderíamos utilizar as quantidade do período mais recente. Nesse caso, usaríamos o Índice de Preços de Paasche: ECONOMIA – Micro e Macro Metodologia atualmente usada pelo IBGE, com dados desde 1997: - Pequenas diferenças que podem ser observadas entre as duas avaliações das variações de preços advém do fato de que, na verdade, é impossível obter uma separação perfeita entre variações de preços e quantidades, uma vez que essas variações não são independentes entre si. - Além dos índices de Laspeyres e Paasche, existem ainda algumas dezenas de possibilidades de estimativas de variações de preços. Entretanto, a maior parte dessas alternativas são variações pequenas em torno desses dois índices básicos. O índice de Fischer, por exemplo, consiste numa média geométrica entre os dois anteriores, sendo calculado através da raiz quadrada do produto dos índices de Laspeyres e Paasche. ECONOMIA – Micro e Macro 86 - Definição de moeda: objeto de aceitação geral, utilizado na troca de bense serviços. Aceitação garantida por lei. - A moeda é um elemento de papel fundamental no sistema econômico. O estudo da moeda corresponde à chamada Teoria Monetária, campo do conhecimento que aborda os impactos da mesma na economia. - O Sistema Monetário de um país abrange todo um conjunto de instituições financeiras e de instrumentos financeiros que desempenham importantes funções, tais como: A Oferta de Moeda ECONOMIA – Micro e Macro 87 Instrumento ou Meio de Troca Medida de Valor Reserva de Valor Promove e facilita o intercâmbio de bens e serviços. Evita a chamada economia de trocas ou escambo. Unidade de Conta. Permite apurar o valor Monetário. Liquidez absoluta. Efeitos da Inflação. O Lado Monetário: Moeda e suas Funções ECONOMIA – Micro e Macro 88 Não precisa ter valor intrínseco ou ser lastreada em metal precioso, bastando ter a confiança (moeda fiduciária) e a aceitação geral pelos agentes econômicos. Reserva de Valor: o que determina a riqueza de um país é sua produção global e não o montante de moeda existente (Falácia da composição). O Lado Monetário da Economia ECONOMIA – Micro e Macro 89 - Podemos chamar de Oferta de Moeda o total de meios de pagamento que existem numa economia, num certo instante do tempo, ou ainda, o estoque total de moeda que existe naquele momento. - Observe que a Oferta de Moeda é uma variável um pouco diferente daquelas que já analisamos anteriormente, tais como a produção, a renda, o investimento, etc. - A Oferta de Moeda é uma variável do tipo estoque, ou seja, é um valor medido num certo instante do tempo. As outras variáveis que vimos antes, tais como a produção e a renda, por exemplo, eram variáveis do tipo fluxo, ou seja, são medidas ao longo de um certo período de tempo. O Lado Monetário da Economia A Oferta de Moeda ECONOMIA – Micro e Macro 90 - Assim, podemos definir a Oferta de Moeda (ou “Meios de Pagamento”) como sendo: M = PP + DV - Onde: • M = Total dos Meios de Pagamento (Oferta de moeda) • PP = Papel-moeda e moedas metálicas em poder do público; • DV = Total dos depósitos à vista nos bancos comerciais. O Lado Monetário da Economia A Oferta de Moeda ECONOMIA – Micro e Macro 91 - O item PP (papel-moeda e moedas metálicas em poder do público) corresponde ao conceito de moeda manual. O item DV (saldo dos depósitos à vista nos bancos comerciais) equivale ao conceito de moeda escritural (porque não tem forma física, corresponde a registros contábeis nos bancos comerciais). - Calcula-se a oferta de moeda, ou o total dos meios de pagamento, em sentido restrito, M1, como sendo a soma das moedas em poder público (moeda manual) e dos depósitosà vista em poder nos bancos comerciais (moeda escritural). - Ou seja, M1 representa os agregados monetários de liquidez imediata, que não rendem juros. - Excluem-se, portanto, deste cálculo, as chamadas quase-moedas, tais como títulos públicos, depósitos de poupança, depósitos a prazo, entre outros. Quase-moedas são ativos de liquidez muito elevada, quase tão elevada quanto a da moeda, e que rendem juros ao seu possuidor. O Lado Monetário da Economia A Oferta de Moeda ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia A Oferta de Moeda 92 - As conseqüências deste conceito são as seguintes: • Ocorrerá criação de moeda quando acontecer uma troca de um ativo não-monetário (de liquidez não-imediata) do setor não-bancário por um ativo monetário do setor bancário; • Ocorrerá destruição de moeda se a troca for entre um ativo monetário do setor não-bancário por um ativo não-monetário do setor bancário. - Os ativos monetários em poder do setor bancário correspondem aos valores mantidos em caixa mais os valores depositados no Banco Central. Os depósitos à vista correspondem a ativos monetários pertencentes ao setor não-bancário da economia. ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia A Oferta de Moeda 93 - Vejamos exemplos de criação e destruição de moeda: • Se um indivíduo faz um depósito à vista num banco comercial, não acontece criação nem destruição de moeda. Ocorre apenas uma transferência entre moeda manual (redução da moeda em poder do público) e moeda escritural (aumento no valor dos depósitos à vista); • Um indivíduo realiza um depósito a prazo (por exemplo, em caderneta de poupança ou em alguma aplicação financeira). Nesse caso, ocorre destruição de meios de pagamento, pois depósitos a prazo não são considerados meios de pagamento, no sentido estrito (M1); • Um banco comercial adquire de um indivíduo alguns títulos da dívida pública, pagando em moeda. Acontece criação de meios de pagamento, pois aumenta o volume de moeda manual em poder do público. ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia A Oferta de Moeda 94 - A criação de moeda manual corresponde, assim, a um aumento de moeda em poder do público, enquanto para a moeda escritural sua criação ocorre quando há um acréscimo dos depósitos à vista nos bancos comerciais. - Na mesma linha de raciocínio, a destruição de moeda manual representa uma diminuição do total de moeda em poder do público, enquanto que para a moeda escritural sua destruição acontece quando há uma redução dos depósitos à vista nos bancos comerciais. ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia A Oferta de Moeda 95 - Podemos perceber, portanto, que o crescimento da oferta de moeda (saldo dos meios de pagamento) pode ser causado: 1) Pelo Banco Central, que tem o monopólio das emissões de moeda. O passivo monetário do Bacen é conhecido como base monetária e é como a moeda é inicialmente emitida. A base monetária consiste da moeda emitida, em poder do público e na forma de reservas bancárias. Corresponde, assim, a praticamente toda a moeda "física" disponível (papel-moeda e moedas metálicas) que está em poder do público, ou, então, com os bancos. O Bacen controla a base monetária, e, dessa forma, os demais agregados monetários. 2) Pelos bancos comerciais, por meio dos depósitos à vista. Quando um banco recebe um depósito à vista, ele se compromete a pagar a quantia depositada, ou parte daquela, imediatamente quando isto for solicitado pelo depositante, no momento do saque em conta-corrente. Porém, a todo instante existem depósitos e saques, de tal forma que somente uma parcela do total dos depósitos é necessária para que o banco consiga atender ao movimento diário. Esta parcela é normalmente pequena e é suficiente para atender às necessidades de caixa dos bancos, ou seja, pagar os cheques que são descontados. Dessa forma, o banco comercial pode usar parte destes fundos, e oferecer empréstimos num montante maior que o total de depósitos iniciais. ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia 96 O multiplicador bancário dos meios de pagamento - Os bancos comerciais têm o poder de expandir o total de moeda escritural existente na economia, já que podem utilizar parte dos depósitos à vista para oferecer empréstimos ao público. Este fenômeno é denominado multiplicador bancário dos meios de pagamento ou ainda multiplicador monetário. - Para mostrar esse mecanismo de expansão monetária (ou seja, da oferta de moeda por meio dos bancos comerciais), vamos supor que os bancos comerciais mantenham uma parcela de r% dos seus depósitos como reservas e emprestem os restantes (1 - r)% ao público; r é chamada de taxa de reservas ou de encaixes bancários, ou ainda relação reservas/depósitos. ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia 97 O multiplicador bancário dos meios de pagamento - Imaginemos que essa taxa de reservas seja igual a 40%. Assim, os bancos mantém nas suas reservas cerca de 40% do saldo dos seus depósitos à vista, e os outros 60% eles decidem emprestar ao público. - Digamos que a público não mantenha moeda em suas mãos, e prefira manter todo o seu dinheiro na forma de depósitos à vista no setor bancário. - Observe que os bancos estão mantendo 40% de seus depósitos no caixa ($ 2.000 . 40% = $ 800) e os 60% restantes originaram empréstimos. - Suponhamos agora que a União tenha sacado $ 100 de seus depósitos nas Autoridades Monetárias e tenha feito pagamentos a seus fornecedores de bens e serviços. Estes, por sua vez, vão fazer depósitos no setor bancário. ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia 98 O multiplicador bancário dos meios de pagamento - Novamente as reservas representam um percentual maior do que os 40% ($ 900 / $ 2.160 = 42%). Isso significa que os bancos ainda têm margem para fazer novos empréstimos ao setor não-bancário. Os bancos necessitam manter somente 40% dos depósitos à vista no seu caixa, ou seja, $ 2.160. 40% = $ 864. Mas, mantém $ 900. Então disponibilizarão novos empréstimos até o valor de $ 900 - $ 864 = $ 36. -Tal processo se estenderá continuamente, até que a relação caixa/depósitos seja igual à taxa de reservas de 40%. Observe que, a cada ciclo, se expande a quantidade de moeda escritural existente na economia. - O valor final da oferta de moeda será dado pelo valor do multiplicador bancário dos meios de pagamento, que numa versão simplificada é obtido pela fórmula: ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia 99 O multiplicador bancário dos meios de pagamento - O multiplicador monetário (m) estabelece uma importante relação entre a expansão da Base Monetária (B) e os meios de pagamento (M): ∆M1 = m . ∆B - Do mesmo modo, podemos escrever: M1 = m . B ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia - A Oferta de Moeda 100 O multiplicador bancário dos meios de pagamento - Atenção que usamos uma fórmula simplificada do multiplicador monetário, pois consideramos que toda a moeda que vai para as mãos do público retorna ao sistema bancário, na forma de depósitos à vista. - Na realidade uma parte da moeda fica retida nas mãos de pessoas, equivalendo aoitem “moeda em poder do público”. - Suponhamos agora que o público decida reter c% do total dos seus ativos monetários em moeda manual, não depositada nos bancos; “c” é a chamada taxa de retenção do público em relação ao total dos meios de pagamento. ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia - A Oferta de Moeda 101 O multiplicador bancário dos meios de pagamento - Atenção, somando-se os coeficientes “c” e “d”, temos; -Portanto, c + d =1 - Vimos anteriormente que o coeficiente “r” é dado pela relação entre as reservas dos bancos comerciais e o total dos depósitos à vista: ECONOMIA – Micro e Macro O Lado Monetário da Economia - A Oferta de Moeda 102 O multiplicador bancário dos meios de pagamento - E vimos também a relação entre o multiplicador monetário (m) e a Base Monetária (B): - Podemos escrever então: - Como B = Papel Moeda em Poder do Público + Reservas Bancárias, temos: - Dividindo-se o numerador e o denominador da fração por M1, temos: ECONOMIA – Micro e Macro 103 M1 M2 M3 M4 = = = = Moeda em poder do Público (+) Depósitos a Vista nos Bancos Comerciais Conceito M1 (+) Depósitos Especiais Remunerados (+) Depósitos de Poupança (+) Títulos emitidos por Instituições Depositárias Conceito M2 (+) Fundos de Renda Fixa (+) Posição líquida de títulos SELIC(Sistema Especial de Liquidação e Custódia) Conceito M3 (+) Títulos Públicos de alta liquidez O Lado Monetário: Meios de Pagamento (Conceito e Composição) ECONOMIA – Micro e Macro 104 Quando se altera o saldo de M1 (PMPP + DV) Corresponde a uma queda ou aumento da oferta de moeda disponível. Ex.: Criação (C), Destruição (D) e (N) p/ qdo não houve (C nem D). Exportadores trocam dólares por reais no BC ............................ BC vende dólares aos importadores, recebendo reais em troca.. Empréstimo dos bancos comerciais ao setor privado................. Resgate de um empréstimo bancário.......................................... Saque por meio de cheque.......................................................... Depósito a longo prazo............................................................... Empresa paga Funcionários sacando contra seus depósitos a vista C D C D N D N O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e “Destruição” de Moeda) ECONOMIA – Micro e Macro 105 Setor não Bancário: as unidades familiares, as empresas, o Governo e o sistema financeiro não-monetário (BNDS, Banco de Investimento). Não recebem depósitos à vista, apenas transferem dinheiro dos emprestadores para os tomadores. Setor Bancário: pode criar ou destruir moeda. É permitido aos bancos comerciais manterem depósitos do público e emprestar uma quantia superior a suas reservas monetárias (podem emprestar parte de suas obrigações, que são os depósitos a vista). O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e “Destruição” de Moeda) ECONOMIA – Micro e Macro 106 BASE MONETÁRIA (B): total de moeda “física” injetada pelo Banco Central na economia. Também chamada de Passivo Monetário do Banco Central ou ainda High Powered Money (moeda de alta potência). Emissão Primária de Moeda, corresponde ao Passivo Não-Remunerado da Autoridade Monetária. B = PMPP + Reservas dos Bancos Comerciais As Reservas Bancárias Totais (R) são compostas por Encaixe em moeda corrente (R1), Reservas Voluntárias (R2) e Reservas Compulsórias (R3), dos bancos comerciais junto ao Banco Central. Assim: R = R1 + R2 + R3 PME = PMPP + R1 B = PMPP + R1+R2+R3 onde: PME = papel moeda emitido O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e “Destruição” de Moeda) ECONOMIA – Micro e Macro 107 O Lado Monetário: Meios de Pagamento (“Criação” e “Destruição” de Moeda) Fatores que afetam a Base Monetária: o aumento ou diminuição da base monetária se dá por variações do Ativo do Banco Central não compensadas por variações do Passivo Não Monetário. Exemplos: • Operações com Câmbio: quando o BC compra (vende) USD do mercado para as reservas internacionais há uma expansão (contração) da base monetária; • Operações com Títulos Públicos: quando o BC compra (vende) títulos públicos ao mercado há expansão (contração) da base monetária; • Operações do Tesouro Nacional: pagamentos ao (recebimentos do) Tesouro Nacional contraem (expandem) a base monetária; • Operações com o Sistema Financeiro: a concessão de redesconto bancário expande B e o recolhimento de compulsório sobre Depósitos a Prazo contrai B. ECONOMIA – Micro e Macro 108 O Lado Monetário: Oferta de Moeda (Objetivos e Instrumentos de Política Monetária) Objetivos: a função da política monetária é regular o ritmo de crescimento da demanda agregada da economia no curto prazo, de tal maneira a impedir um crescimento mais rápido que o da oferta agregada, evitando assim preções no nível geral de preços (pressões inflacionárias). Para tanto o Banco Central se utiliza de alguns instrumentos: 1. Compulsório: é a parcela dos depósitos a vista que um banco deve manter obrigatoriamente depositada no Bacen, sem remuneração.; • Aumento do compulsório diminui a disponibilidade de recursos para empréstimos e, assim, diminui a oferta de moeda. 2. Redesconto ou Empréstimo de Liquidez: é uma linha de empréstimos do BC aos bancos comerciais em situações de falta temporária de liquidez (geralmente esta linha é punitiva); • Aumento da taxa de redesconto leva os bancos diminuirem a oferta de moeda ECONOMIA – Micro e Macro 109 O Lado Monetário: Oferta de Moeda (Objetivos e Instrumentos de Política Monetária) 3. Operações de Open Market ou Mercado Aberto: são compras ou vendas de títulos públicos realizadas pelo Bacen junto ao sistema bancário. É o instrumento de maior eficência no mercado financeiro para ajustar a liquidez do mercado monetário . • Quando o Bacen compra títulos públicos do mercado ele injeta reais, elevando a liquidez da economia devido ao aumento da oferta de moeda. • Quando o Bacen vende títulos públicos do mercado ele retira reais, diminuindo a liquidez da economia devido à redução da oferta de moeda 4. Controle do Crédito: a Autoridade Monetária pode afetar a disposição dos bancos em conceder crédito ou tomar posições no mercado de títulos, de câmbio ou futuros de acordo com: • Regulação do crédito; • Persuasão moral; • Supervisão e Fiscalização bancária ECONOMIA – Micro e Macro 110 Conclusões: • A Demanda de moeda de uma economia se eleva a medida que se produz mais renda, ou seja, quando a atividade produtiva agrega mais riqueza. • A Procura decresce quando os juros sobem, gerando maiores expectativas de lucros aos investidores. • A Procura diminui quando recrudesce o processo inflacionário, que destrói o poder de compra da moeda. • A oferta monetária é fixa em Ms, dada a base monetária (B) fixada pelo BC e os parâmetros comportamentais e regulatórios (D, R1, R2, R3). • No lado da demanda monetária, os parâmetros k, h e o nível de renda a curto prazo (Y) são dados. Portanto, a interação entre oferta e demanda no mercado monetário determinará a taxa de juros de equilíbrio (i0). O Lado Monetário: Política Monetária (Equilíbrio Monetário) ECONOMIA – Micro e Macro 111 Definição: a taxa de juros representa o valor do dinheiro no tempo. É uma taxa de rentabilidade para os aplicadores, e o custo do empréstimo, para os tomadores. O BC, devido ao seu monopólio de emissão de moeda, influencia de maneira decisivaa taxa de juros. Uma taxa de juros alta, gera como conseqüências: i. Sobe o custo para os tomadores de fundos; ii. Aumenta o custo de oportunidade em estocar mercadorias dada a atratividade de aplicar no mercado financeiro; iii. Incentiva o ingresso de recursos de outros países; iv. Freia a atividade econômica, ao desestimular o consumo e o investimento, estimulando a especulação no mercado financeiro; v. Aumenta o custo da dívida pública interna. O Lado Monetário: Política Monetária (Taxa de Juros) ECONOMIA – Micro e Macro 112 O Lado Monetário: A Taxa Selic - No caso brasileiro, apresenta-se ainda como importante instrumento da Política Monetária a fixação da taxa de juros básica da economia, a chamada “Taxa Selic”. - “Selic” é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela ANDIMA - Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto, com o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos. Trata-se de sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. - Atualmente, a “taxa Selic” refere-se à taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. É considerada como sendo a taxa de juros básica do mercado financeiro, porque é usada em operações de empréstimos e resgate de títulos entre os próprios bancos e, com isso, repercute nas demais taxas de juros da economia. ECONOMIA – Micro e Macro 113 O Lado Monetário: A Taxa Selic - Ressalte-se, porém, que a taxa Selic é bastante inferior aos juros cobrados ao consumidor final. A diferença é causada por diversos fatores, tais como o grau de concentração do setor financeiro, ao risco de mercado, ao spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes), dentre outros. - Desde o ano de 1999, quando o governo adotou o sistema de metas de inflação e o câmbio flutuante (o valor relativo entre as moedas nacional e estrangeira sendo definido pelo mercado), a taxa de juros tem sido um dos principais instrumentos usados para conter a alta de preços. Quando o Banco Central eleva a taxa Selic, aumenta a atratividade por títulos da dívida pública, emitidos pelo Governo. Tais papéis passam a render mais para seu possuidor, despertando assim uma demanda maior pelos mesmos. - Conseqüentemente, tende a haver uma redução no montante de recursos que o sistema bancário oferece para as demais operações de empréstimos e financiamentos para indivíduos e empresas, levando a um aumento nas demais taxas cobradas pelos bancos. Com isso o Banco Central está, na prática, restringindo a Demanda Agregada por bens e serviços, reduzindo a pressão sobre os preços. ECONOMIA – Micro e Macro 114 O Lado Monetário: A Taxa Selic - Essa prática, no entanto, tem trazido outras conseqüências indesejáveis, como por exemplo, o aumento do volume de recursos necessários para que o próprio Governo possa pagar o serviço da dívida (ou seja, os juros da dívida pública). Assim, o Governo se endivida ainda mais, para rolar os títulos que estão vencendo. . ECONOMIA – Micro e Macro 115 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Órgãos de Regulamentação e Fiscalização do Mercado ECONOMIA – Micro e Macro 116 ESTRUTURA DO SFN – DIVISÃO NORMATIVA CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) BANCO CENTRAL (BACEN) (CVM) COMISSÃO VALORES MOBILIÁRIOS INSTITUIÇÕES ESPECIAIS B.B. BNDES CEF Comissões Consultivas Responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições. SUBSISTEMA NORMATIVO ECONOMIA – Micro e Macro 117 Instituições Financeiras Bancárias SUBSISTEMA OPERATIVO Composto pelas instituições bancárias e não bancárias que atuam em operações de intermediação financeira. Bolsas Corretoras Distribuidoras Clearings ESTRUTURA DO SFN – SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ECONOMIA – Micro e Macro 118 • Bancos Comerciais • Caixas Econômicas • Bancos de Desenvolvimento • Cooperativas de Crédito • Bancos de Investimento • Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento – Financeiras • Sociedades Corretoras • Sociedades Distribuidoras • Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing) • Associações de Poupança e Empréstimo • Sociedades de Crédito Imobiliário • Fundos Mútuos de Investimento • Entidades Fechadas de Previdência Privada • Seguradoras • Companhias Hipotecárias • Agências de Fomento • Bancos Múltiplos • Bancos Cooperativos Composta por 18 agentes no total: ECONOMIA – Micro e Macro 119 Modelo IS LM Mercado Monetário i Mercado de Bens & Serviços Nível de Produto (Y) Política Monetária Política Fiscal Este modelo procura explicar de que forma as taxas de juros e o produto total (produto agregado ou renda agregada) são determinados, dado um nível de preços fixos. É um modelo de determinação simultânea de equilíbrio. O Modelo IS-LM é também chamado Análise Hicks-Hansen, (devido aos Prêmios Nobel Sir J.R. Hicks e Alvin Hansen), a partir da teoria keynesiana. ECONOMIA – Micro e Macro 120 a) Economia com desemprego de recursos (ou seja, com capacidade ociosa e mão-de-obra desempregada); b) Preços constantes; c) (decorre de a) e b): políticas de crescimento levam a aumento da produção, e não de preços; d) Princípio da Demanda Efetiva: é a Demanda Agregada que determina a renda de equilíbrio (a Oferta Agregada é “passiva”); e) (decorre de b): todas as variáveis expressas em termos reais (“deflacionadas”); f) (decorre de e): taxa nominal de juros (i) = taxa real de juros (r) Modelo IS LM: Hipóteses do Modelo ECONOMIA – Micro e Macro 121 Componentes da Demanda Agregada: • Consumo (função da Renda Disponível) • Investimento (função da taxa de juros) • Gastos Públicos: definido institucionalmente • Impostos, Exportações e Importações: por simplificação, supõe-se no modelo IS-LM que sejam exógenas A Curva IS (Investment-Saving) representa os possíveis níveis de renda e de taxa de juros que equilibram o mercado de bens e serviços. Ou seja, pontos onde a Oferta Agregada é Igual à Demanda Agregada de bens e serviços. • Queda na taxa de juros aumenta o investimento e, portanto, a renda • Aumento na taxa de juros reduz o investimento e, portanto, a renda. Modelo IS LM: Mercado de Bens & Serviços (Curva IS) ECONOMIA – Micro e Macro 122 Fatores que desclocam a curva IS: são as variáveis exógenas (C, I, G, T, X, M) que não induzidos por uma variação na renda. • Consumo autônomo (variação da riqueza, mudanças nas expectativas, etc) • Política fiscal (Gastos G e Tributos T) • Exportações (X) e Importações (M) Mudanças na taxa de juros e no nível de renda são movimentos ao longo das curvas IS e LM (r e Y são variáveis endógenas) Modelo IS LM: Mercado de Bens & Serviços (Curva IS) r Y 0IS 2r 1r 2Y1Y 1IS Os fatores que afetam a IS são: i. Elasticidade demanda por Investimento em relação à taxa de juros (declividade da função investimento); ii. Multiplicador de gastos do governo. ECONOMIA – Micro e Macro 123 Modelo IS LM: Mercado Monetário (Curva LM) 0sM M ,dM f Y i 0 0 e ,sdM M M M f Y i 0dM Y M i M P 0i 0M Oferta de moeda: Demanda de moeda: Equilíbrio: A Curva LM (Liquidity Money), representa os possíveis pares de taxa de juros e nível de renda que equilibram o mercado monetário. Assim, dada a curva de oferta e demanda de moeda: • M/P dado o nível de renda, cai a taxa de juros • Y demanda de moeda para transação, dada a oferta aumenta a taxa de juros. EOM EDM EOM: excesso de oferta de moeda : i tende a cair EDM: excesso de demanda de moeda: i tende a se elevar ECONOMIA – Micro e Macro 124 Modelo IS LM: Mercado Monetário (Curva LM) LM: pares (i, Y) que equilibram o mercado monetário, dado os saldos monetários reais (M/P). Os fatores que afetam a inclinação da LM são as respostas à mudanças na taxa de juros: • quanto maior a variação na demanda de moeda em função de uma variação na renda, mais inclinada é a LM; • quanto menor a sensibilidade da demanda de moeda em relação a uma variação na taxa de juros, mais inclinada é a LM. M i LM EOM EDM Obs: a curva LM é traçada para um dado estoque de moeda. EOM: excesso de oferta de moeda : i tende a cair EDM: excesso de demanda de moeda: i tende a se elevar ECONOMIA – Micro e Macro 125 Modelo IS LM: Equilíbrio O modelo IS LM parte do modelo keynesiano e incorpora o mercado monetário. Desta forma as regras de ajustamento do modelo são: 1. Desequilíbrios no mercado de bens (IS) são ajustados via quantidades, alterando o nível de produto (renda); 2. Desequilíbrios no mercado monetário (LM) são corrigidos com variações nas taxas de juros. i Ei EY Y I II III IV IS Pontos acima da IS: EOB Y Pontos abaixo da IS: EDB Y Pontos acima da LM: EOM i Pontos abaixo da LM: EDB i LM LM IS ECONOMIA – Micro e Macro 126 Modelo IS LM: Política Monetária Expansionista/Contracionista E 2 E 1 i Y 1Y 2 Y 1i 2i 1LM 2LM IS Oferta de Moeda Taxa de Juros (i ) Investimento Renda (Y ) Aumento (expansão) Redução Aumento Aumento Redução (esterilização) Aumento Redução Redução Um aumento da oferta de moeda torna o dinheiro mais abundante no mercado, o que reduz a taxa de juros, provocando três efeitos paralelos: • sobre a IS: com a queda em i, o investimento agregado se eleva, a DA e a renda Y se elevam (movimento ao longo da IS); • o aumento da renda real Y aumenta a demanda de moeda por transações; • aumenta a demanda de moeda por motivo especulação devido a queda na taxa de juros. ECONOMIA – Micro e Macro 127 Modelo IS LM: Política Fiscal Expansionista/Contracionista Um aumento dos gastos do Governo desloca a IS para à direita, sendo que o financiamento destes gastos pode ser feito de três formas: • pela emissão de títulos públicos, o que provoca um aumento na taxa de juros; • aumento de impostos (que desloca a IS para trás, devido à queda da Renda Disponível e do Consumo: o resultado final sobre a curva IS e sobre a renda dependerá dos multiplicadores de G (positivo) e de T (negativo); • emissão de moeda, que desloca a curva LM para a direita (“combinação de políticas”). Política Fiscal Renda (Y ) Taxa de Juros (i ) Investimento Expansionista Aumento Aumento Redução Contracionista Redução Redução Aumento 1Y 2Y 3Y LM • • 2IS 1IS 1i 2i G i Y ECONOMIA – Micro e Macro 128 Modelo IS LM: Eficácia das Políticas Monetária e Fiscal Três trechos importantantes da curva LM: • Trecho clássico: LM não é sensível á taxa de juros e portanto, a demanda especulativa por moeda é nula. (política monetária eficaz e fiscal nula); • Trecho keynesiano: armadilha de liquidez, a elasticidade demanda por moeda em relação á taxa de juros é infinita. (política monetária ineficaz e a fiscal possui máxima eficiência; • Trecho intermediário: combinação de políticas monetária e fiscal. 1. Eficácia da Política Monetária: • Diminui, quando a elasticidade demanda por moeda em relação à taxa de juros aumenta; • Aumenta, quanto maior é a sensibilidade do investimento em relação a taxa de juros; • Aumenta, na medida em que aumenta a velocidade-renda da moeda; 2. Eficácia da Política Fiscal: • Diminui, quanto maior a elasticidade a elasticidade demanda por investimentos em relação à taxa de juros (crowding out); • Aumenta, quando aumenta a propensão marginal a consumir sobe (efeito muliplicador). 1i i Y LM Clássico (monetarista) Keynesiano (fiscalista) Intermediário IS ECONOMIA – Micro e Macro 129 A taxa de juros é a variável que faz a ligação entre os dois mercados: • Uma alteração exógena no mercado monetário determina uma nova taxa de juros, que afetará o Investimento Agregado (I=f(r)), e portanto alterando o equilíbrio do mercado de bens e serviços; • Por outro lado, uma alteração exógena no mercado de bens e serviços, como por exemplo, aumento dos gastos públicos, deslocará a Curva IS, elevando a taxa de juros, e afetará a demanda de moeda, e consequentemente o equilíbrio do lado monetário. Modelo IS LM: Importância da Taxa de Juros ECONOMIA – Micro e Macro 130
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