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SEGURANÇA DO TRABALHO E 
ERGONOMIA NO 
AGRONEGÓCIO 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luiz Antonio Forte 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A segurança do trabalho e a ergonomia são fundamentais no setor de 
agronegócio para garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores, bem como 
para aperfeiçoar a produtividade. O agronegócio envolve uma série de atividades 
que podem ser física e mentalmente desgastantes, além de apresentar riscos 
específicos, como exposição a produtos químicos, maquinaria pesada e 
condições climáticas adversas. Portanto, é crucial programar medidas de 
segurança e ergonomia adequadas. Vamos aprofundar o conhecimento sobre 
os conceitos básicos utilizados na segurança do trabalho e na ergonomia. 
TEMA 1 – HISTÓRICO DA SEGURANÇA NO TRABALHO 
A história da segurança do trabalho e da ergonomia é marcada por uma 
evolução significativa ao longo dos séculos, refletindo a preocupação crescente 
com a saúde e o bem-estar dos trabalhadores em todo o mundo. Desde as 
primeiras civilizações até os dias de hoje, as práticas de segurança no ambiente 
de trabalho e a compreensão da ergonomia têm se desenvolvido para melhorar 
as condições laborais e prevenir acidentes e doenças ocupacionais. 
1.1 Na antiguidade 
Os registros mais antigos relacionados à segurança do trabalho datam da 
antiguidade. Na Mesopotâmia, cerca de 2000 a.C., o Código de Hamurabi já 
continha leis que protegiam os trabalhadores da construção civil, especificando 
penalidades para os construtores que negligenciassem a segurança dos seus 
trabalhadores. No Egito Antigo há evidências de preocupação com a saúde dos 
operários envolvidos na construção das pirâmides, incluindo a existência de 
hospitais e médicos do trabalho. 
1.2 Revolução Industrial e primeiros avanços 
A Revolução Industrial, no século XVIII e XIX, trouxe uma transformação 
significativa nas condições de trabalho. A falta de regulamentações e a 
exploração da mão de obra levaram a condições extremamente perigosas e 
insalubres nas fábricas e minas. Isso resultou em uma série de movimentos 
sociais e leis que buscavam melhorar a segurança e as condições de trabalho. 
 
 
3 
Na Grã-Bretanha, a Lei das Fábricas de 1833 estabeleceu limitações nas 
horas de trabalho infantil e aumentou o controle sobre as condições nas fábricas 
têxteis. A partir de então, outras legislações surgiram para abordar a segurança 
do trabalho, incluindo a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes de 1848, que 
estabeleceu requisitos mínimos para a proteção dos trabalhadores. 
1.3 Desenvolvimento da Ergonomia 
A ergonomia, que estuda a relação entre os trabalhadores e suas tarefas, 
também começou a ganhar importância durante o século XIX, com o trabalho 
pioneiro do cientista polonês Wojciech Jastrzębowski. Ele cunhou o termo 
“ergonomia” em 1857 e enfatizou a importância de projetar tarefas e 
equipamentos de trabalho para se adequarem às capacidades humanas 
(Abrahão et al., s.d.). 
No entanto, a ergonomia como campo de estudo formal só se 
desenvolveu mais tarde, durante e após a Segunda Guerra Mundial, quando 
houve uma necessidade crescente de projetar sistemas militares complexos de 
forma a aperfeiçoar o desempenho humano e minimizar a fadiga e os erros 
humanos. 
1.4 Avanços no Século XX 
Ao longo do século XX, houve um aumento significativo na 
conscientização sobre a segurança do trabalho e a ergonomia. O crescimento 
da indústria, dos setores de serviços e a introdução de novas tecnologias 
tornaram esses campos ainda mais relevantes. 
A criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, e 
sua ênfase na promoção de condições de trabalho seguras e justas foi um marco 
importante na história da segurança do trabalho a nível internacional. Ao longo 
do século, várias convenções e recomendações da OIT foram adotadas para 
abordar questões relacionadas à segurança e saúde no trabalho. 
No Brasil, a legislação de segurança do trabalho está baseada no capítulo 
5 da Consolidação das Leis do Trabalho CLT promulgada inicialmente pelo 
Decreto-Lei n. 5.452/1943, e revisada pelo Senado Federal brasileiro em 2017 
(Brasil, 2017). Apesar de constar na CLT desde 1943, as disposições legais 
necessitavam de legislação complementar para que pudessem entrar em vigor. 
 
 
4 
Essa regulamentação aconteceu por meio da Portaria 3.214, de julho de 1978, 
do Ministério do Trabalho, que instituiu as Normas Regulamentadoras de Saúde 
e segurança do Trabalho. 
1.5 Desenvolvimentos contemporâneos 
Atualmente, a segurança do trabalho e a ergonomia são áreas de 
crescente importância em todo o mundo. Normas e regulamentações rigorosas 
são implementadas em muitos países para proteger os trabalhadores e prevenir 
acidentes e doenças ocupacionais. Além disso, avanços tecnológicos, como a 
automação e a robótica, estão sendo incorporados aos ambientes de trabalho 
com foco na melhoria da segurança e da eficiência. 
A ergonomia desempenha um papel crucial, especialmente com a 
crescente digitalização e automação de tarefas. A adaptação de espaços de 
trabalho e equipamentos para atender às necessidades dos trabalhadores é 
fundamental para evitar lesões relacionadas ao trabalho e melhorar a 
produtividade. 
Em resumo, a história da segurança do trabalho e da ergonomia é uma 
narrativa de evolução e progresso. À medida que a sociedade reconhece a 
importância de proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, esses campos 
continuam a se desenvolver, contribuindo para ambientes de trabalho mais 
seguros e eficientes em todo o mundo. 
TEMA 2 – CONCEITOS DE PERDAS E DANOS, PERIGO, RISCO E GESTÃO DE 
SEGURANÇA DO TRABALHO 
A segurança do trabalho é um campo vital que se concentra na prevenção 
de acidentes, lesões e doenças ocupacionais nos locais de trabalho. Os 
conceitos fundamentais nesse domínio são perdas e danos, perigo e o risco. 
Compreender esses conceitos é essencial para implantar medidas eficazes de 
segurança no ambiente de trabalho e proteger os trabalhadores. Vamos explorar 
o significado de perigo e risco, sua diferença e como são aplicados na segurança 
do trabalho. 
 
 
 
 
5 
2.1 Conceito de perdas e danos 
Perdas e danos são termos que geralmente se referem a situações em 
que algo é prejudicado, danificado ou perdido. No entanto, eles podem ser 
usados em diferentes contextos e com significados ligeiramente diferentes. Aqui 
estão algumas definições comuns. 
Danos referem-se a qualquer tipo de prejuízo, dano ou lesão causada a 
algo ou a alguém. Isso pode incluir danos físicos, como ferimentos a pessoas ou 
propriedades, ou danos não físicos, como danos emocionais ou reputacionais. 
Perdas geralmente se referem à diminuição ou privação de algo de valor. 
Isso pode incluir perda de propriedade, perda financeira, perda de vidas 
humanas, perda de tempo ou oportunidades, entre outras. As perdas podem ser 
causadas por diversos eventos, como acidentes, desastres naturais, roubo, má 
administração etc. 
Em muitos casos, os danos podem resultar em perdas, pois quando algo 
é danificado, muitas vezes há uma consequência financeira ou emocional 
associada à essa depreciação. Por exemplo, se um carro é danificado em um 
acidente, a perda pode incluir os custos de reparo do veículo e a dor emocional 
do proprietário. 
Em contextos legais e de seguros, esses termos são frequentemente 
usados para determinar responsabilidades e compensações em casos de danos 
ou perdas. É importante entender esses termos e como eles se aplicam em 
diferentes situações, especialmente quando se lida com questões jurídicas, 
seguros ou reivindicações de indenização. 
2.2 Perigo: identificando ameaças potenciais 
O perigo é a primeira peça do quebra-cabeça da segurança do trabalho. 
Refere-se a qualquer fonte, situação ou condição que tenha o potencial de 
causar dano, lesão ou doença aos trabalhadores. Perigos podem ser físicos, 
químicos, biológicos, ergonômicosou psicossociais. Vamos explorar cada um 
deles. 
• Perigos físicos: incluem condições como calor excessivo, ruído, 
eletricidade, má iluminação, máquinas perigosas, entre outros. Esses 
perigos podem causar ferimentos graves, como queimaduras, lesões por 
esmagamento ou perda auditiva; 
 
 
6 
• Perigos químicos: são substâncias ou produtos químicos que podem 
causar danos à saúde quando inalados, ingeridos ou em contato com a 
pele. Exemplos incluem produtos químicos tóxicos, solventes, ácidos, 
entre outros; 
• Perigos biológicos: são organismos vivos que podem causar doenças, 
como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Trabalhadores expostos a 
esses perigos estão em risco de infecções ocupacionais; 
• Perigos ergonômicos: relacionam-se com o desenho inadequado das 
tarefas, equipamentos e estações de trabalho que podem levar a lesões 
musculoesqueléticas, como a LER/Dort (Lesões por Esforços 
Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho); 
• Perigos psicossociais: envolvem fatores como estresse, assédio moral, 
carga de trabalho excessiva, entre outros, que podem afetar a saúde 
mental e emocional dos trabalhadores. 
2.3 Risco: avaliando a probabilidade e a gravidade 
Depois de identificar os perigos, é essencial avaliar o risco. O risco é a 
combinação da probabilidade de um evento ocorrer e da gravidade das 
consequências caso ocorra. Esta avaliação é frequentemente representada pela 
seguinte fórmula: 
Risco = Probabilidade x Gravidade 
• Probabilidade: refere-se à chance de um perigo se concretizar. Quanto 
mais provável for um evento, maior será o risco associado; 
• Gravidade: refere-se à extensão das consequências de um evento 
adverso. Quanto mais graves forem as consequências, maior será o risco. 
O risco pode ser quantificado, isto é, pode ser medido com a utilização de 
matrizes que correlacionam a severidade com a frequência de eventos 
acidentais como no exemplo da figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
7 
Figura 1 – Exemplo de matriz de quantificação de riscos 
MATRIZ DE RISCOS 
CONSEQUÊNCIAS 
SEVERIDADE 1 
INSIGNIFICANTE 
2 
MENOR 
3 
MODERADA 
4 
MAIOR 
5 
CATASTRÓFICA 
PESSOAS 
Lesão leve sem 
necessidade de 
tratamento 
médico 
Lesão com 
necessidade 
de 
tratamento 
médico sem 
afastamento 
Lesão com 
necessidade 
de tratamento 
médico e 
afastamento 
Fatalidade 
ou doença 
ocupacional 
Múltiplas 
fatalidades/ 
múltiplos casos 
de doenças 
ocupacionais 
MEIO 
AMBIENTE 
Impacto leve sem 
necessidade de 
remediação 
Impacto 
menor com 
necessidade 
de 
remediação 
interna 
Impacto 
moderado 
com 
necessidade 
de 
remediação 
extramuros 
Impacto 
maior com 
necessidade 
de acionar 
órgãos 
oficiais para 
contenção 
Impacto 
extensivo ao 
meio ambiente 
sem remediação 
total 
INSTALAÇÕES 
Dano leve sem 
necessidade de 
reparos 
Dano menor 
com 
necessidade 
de pequeno 
reparo sem 
perda de 
produção 
Dano 
moderado 
com 
necessidade 
de reparos e 
perda de 
produção/ 
equipamento 
Dano maior 
com 
necessidade 
de parada 
geral para 
manutenção 
Dano 
catastrófico com 
perda total das 
instalações 
REPUTAÇÃO/ 
IMAGEM 
Impacto leve sem 
divulgação 
externa 
Impacto 
menor com 
divulgação 
local 
Impacto 
moderado 
com 
divulgação 
regional 
Impacto 
maior com 
divulgação 
nacional 
Impacto 
catastrófico com 
divulgação 
internacional 
PR
O
B
A
B
IL
ID
A
D
E 
E 
FREQUENTE 
O evento 
ocorre várias 
vezes por ano 
na empresa 
E1 E2 E3 E4 E5 
D 
PROVÁVEL 
O evento 
ocorre pelo 
menos uma vez 
por ano na 
empresa 
D1 D2 D3 D4 D5 
C 
POSSÍVEL 
O evento 
ocorreu pelo 
menos uma vez 
na história da 
empresa 
C1 C2 C3 C4 C5 
B 
IMPROVÁVEL 
O evento 
ocorreu pelo 
menos uma vez 
mundialmente 
no ramo da 
empresa 
B1 B2 B3 B4 B5 
A 
REMOTA 
O evento nunca 
ocorreu 
mundialmente 
no ramo da 
empresa 
A1 A2 A3 A4 A5 
Legenda: COR VERDE – RISCO BAIXO / COR AMARELA – RISCO MODERADO / COR VERMELHA – RISCO INACEITÁVEL 
Fonte: Forte, 2023. 
A avaliação de risco permite classificar as ameaças de acordo com a sua 
urgência de mitigação. Perigos com alta probabilidade e graves consequências 
devem ser priorizados e abordados imediatamente, enquanto aqueles com baixa 
probabilidade e consequências menores podem ser gerenciados de forma 
menos urgente. 
 
 
8 
2.4 Gerenciamento de perigo e risco na Segurança do Trabalho 
Uma vez identificados e avaliados os perigos e riscos, o próximo passo é 
o gerenciamento eficaz. Isso envolve a adoção de medidas de controle 
apropriadas, como estabelecer procedimentos escritos de segurança, o uso de 
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), treinamento, manutenção 
preventiva de equipamentos e revisão contínua das políticas de segurança. 
Atualmente, as grandes empresas e organizações buscam demonstrar 
para todas as partes interessadas (acionistas, empregados, comunidade, 
clientes, fornecedores, órgãos de fiscalização) que atuam em conformidade com 
os mais altos padrões de segurança em suas operações excedendo o disposto 
na legislação. Uma forma de demonstrar esse compromisso com a excelência é 
obter uma certificação em normas técnicas de prevenção de acidentes. As 
normas certificadas de gestão de segurança do trabalho podem variar de acordo 
com o país e a indústria específica em que uma organização opera. No entanto, 
algumas das normas mais reconhecidas internacionalmente incluem: 
• ISO 45001:2018 – Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no 
Trabalho: A ISO 45001 é uma norma internacional que estabelece os 
requisitos para um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional 
eficaz. Ela fornece diretrizes para identificar, controlar e mitigar riscos 
relacionados à segurança e saúde no trabalho; 
• OHSAS 18001 (substituída pela ISO 45001): Embora a OHSAS 18001 
tenha sido substituída pela ISO 45001, muitas organizações ainda a 
utilizam como referência. Ela também se concentra na gestão de 
segurança e saúde ocupacional e ajudou a estabelecer a base para a ISO 
45001; 
• ANSI Z10 – Occupational Health and Safety Management Systems: nos 
Estados Unidos, a ANSI Z10 fornece diretrizes para o desenvolvimento e 
implementação de sistemas de gestão de segurança e saúde 
ocupacional; 
• OSHA (Occupational Safety and Health Administration) – Estados Unidos: 
a OSHA é a agência federal dos Estados Unidos responsável por 
estabelecer regulamentos e normas de segurança e saúde ocupacional. 
Embora não seja uma norma certificada, suas regulamentações são 
 
 
9 
amplamente seguidas por empresas que operam nos Estados Unidos e 
suas filiais. 
É importante notar que a escolha das normas certificadas a serem 
seguidas depende da localização geográfica da empresa, da indústria em que 
ela atua e dos requisitos específicos de conformidade aplicáveis. É essencial 
consultar as autoridades regulatórias relevantes e especialistas em segurança 
do trabalho para determinar as normas adequadas à sua situação. Além disso, 
buscar a certificação de acordo com essas normas pode ser uma demonstração 
valiosa do compromisso de uma organização com a segurança e saúde 
ocupacional. 
2.5 Risco de acidentes típicos no agronegócio 
O agronegócio é uma atividade que envolve diversas operações e 
atividades, muitas das quais apresentam riscos específicos de acidentes. 
Esses riscos podem variar dependendo do tipo de cultura ou criação de 
animais, do tamanho da propriedade, da tecnologia utilizada e das condições 
locais. Aqui estão alguns riscos específicos de acidentes comuns no 
agronegócio: 
• máquinas agrícolas e equipamentos: o uso de tratores, colheitadeiras, 
implementos agrícolas e outras máquinas pesadas pode resultar em 
acidentes, como capotamentos, colisões e quedas de máquinas; 
• produtos químicos: a utilização de pesticidas, herbicidas e fertilizantes 
químicos pode representar riscos de exposição a produtos químicos 
tóxicos, bem como riscos de incêndiose explosões; 
• manuseio de animais: o manejo de animais pode ser perigoso devido a 
riscos de mordidas, chutes, pisoteio e transmissão de doenças 
zoonóticas; 
• silos e armazenamento de grãos: a entrada em silos ou instalações de 
armazenamento de grãos pode resultar em soterramentos, asfixia devido 
a gases tóxicos e quedas; 
• acidentes com veículos: o transporte de produtos agrícolas em estradas 
pode resultar em acidentes de trânsito, especialmente durante a colheita 
e o transporte sazonal; 
 
 
10 
• condições climáticas: condições meteorológicas extremas, como 
tempestades, ventos fortes e secas, podem causar danos às colheitas, às 
instalações agrícolas e aos trabalhadores; 
• quedas e escorregões: superfícies irregulares, úmidas ou escorregadias 
podem levar a quedas e lesões, especialmente em áreas de 
processamento e armazenamento; 
• trabalho em altura: a manutenção de estruturas agrícolas, como celeiros 
e silos, envolve riscos de quedas de altura; 
• equipamentos elétricos: o uso de equipamentos elétricos em fazendas e 
instalações agrícolas pode resultar em choques elétricos e incêndios; 
• ferramentas manuais: o uso inadequado de ferramentas manuais, como 
facas e machados, pode levar a cortes e ferimentos; 
• armazenamento de combustíveis: o armazenamento inadequado de 
combustíveis e líquidos inflamáveis pode aumentar o risco de incêndios e 
explosões; 
• exposição a agentes biológicos: agricultores e trabalhadores agrícolas 
podem estar expostos a agentes biológicos, como bactérias, vírus e 
fungos, que podem causar doenças; 
• lesões musculoesqueléticas: o trabalho repetitivo e o manuseio de cargas 
pesadas podem resultar em lesões musculoesqueléticas, como dor nas 
costas e distúrbios relacionados ao esforço repetitivo; 
• explosões de poeira em silos e armazéns. 
• ferimentos e fatalidades por agressão física devido a invasões à 
propriedade. 
Para reduzir esses riscos de acidentes no agronegócio, é fundamental 
implementar medidas de segurança, fornecer treinamento adequado aos 
trabalhadores, manter equipamentos em bom estado de funcionamento e seguir 
as regulamentações de segurança aplicáveis. Além disso, é importante estar 
ciente dos riscos específicos associados a cada atividade agrícola e tomar as 
precauções necessárias para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores 
e do ambiente. 
 
 
 
 
11 
TEMA 3 – CONCEITO DE PREVENÇÃO 
A segurança no local de trabalho é uma preocupação fundamental para 
empregadores, trabalhadores e governos em todo o mundo. Acidentes de 
trabalho podem ter consequências devastadoras, tanto para os indivíduos 
envolvidos quanto para as empresas. Portanto, o conceito de prevenção de 
acidentes de trabalho desempenha um papel crucial na manutenção de 
ambientes laborais seguros e saudáveis. Vamos explorar o significado e a 
importância da prevenção de acidentes de trabalho e discutir estratégias para 
promover a segurança no local de trabalho. 
3.1 O que é prevenção de acidentes de trabalho 
A prevenção de acidentes de trabalho refere-se a um conjunto de medidas 
e práticas destinadas a evitar a ocorrência de acidentes, incidentes e doenças 
relacionadas ao trabalho. Ela envolve a identificação de riscos potenciais no 
ambiente de trabalho, a implementação de medidas preventivas e a promoção 
de uma cultura de segurança que motive todos os envolvidos a agir de maneira 
segura e responsável. 
A prevenção de acidentes de trabalho refere-se, ainda, a um conjunto de 
medidas, ações e políticas adotadas por empresas, governos e trabalhadores 
para evitar ou reduzir a ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho. O 
objetivo principal da prevenção de acidentes de trabalho é garantir a segurança 
e a saúde dos trabalhadores, bem como minimizar os riscos associados às 
atividades laborais. 
A prevenção de acidentes de trabalho envolve diversas etapas e 
abordagens, incluindo: 
• identificação de riscos: identificação e avaliação dos riscos presentes no 
local de trabalho, incluindo riscos físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e psicossociais; 
• medidas de controle: implementação de medidas para controlar e reduzir 
os riscos identificados. Isso pode envolver o uso de equipamentos de 
proteção individual (EPI), modificações no ambiente de trabalho, 
treinamento dos trabalhadores, entre outras ações; 
 
 
12 
• treinamento e conscientização: fornecer treinamento adequado aos 
trabalhadores para que eles estejam cientes dos riscos e saibam como 
agir de maneira segura. A conscientização sobre segurança no trabalho 
é fundamental; 
• legislação e normas: cumprir as leis e regulamentos relacionados à 
segurança no trabalho estabelecidos pelas autoridades governamentais. 
Em muitos países, existem órgãos reguladores responsáveis por 
estabelecer diretrizes e normas de segurança; 
• investigação de acidentes: realizar investigações detalhadas sempre que 
ocorrer um acidente de trabalho para identificar suas causas e evitar que 
acidentes semelhantes ocorram no futuro; 
• promoção da saúde: além de prevenir acidentes, é importante promover 
a saúde dos trabalhadores, incluindo a prevenção de doenças 
ocupacionais e a promoção do bem-estar no ambiente de trabalho; 
• cultura de segurança: fomentar uma cultura de segurança no local de 
trabalho, em que todos os colaboradores estejam comprometidos com a 
segurança e assumam a responsabilidade pela prevenção de acidentes. 
A prevenção de acidentes de trabalho é uma preocupação importante em 
todo o mundo, pois não apenas protege a integridade física e mental dos 
trabalhadores, mas também beneficia as empresas, reduzindo custos 
associados a acidentes, absenteísmo e perda de produtividade. Além disso, 
contribui para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida dos 
trabalhadores e suas famílias. 
3.2 A importância da prevenção 
A prevenção de acidentes de trabalho é essencial por diversas razões: 
• proteção dos trabalhadores: a segurança no local de trabalho é um direito 
fundamental de todos os trabalhadores. Prevenir acidentes é uma 
maneira de proteger a saúde e o bem-estar dos empregados, garantindo 
que eles retornem para suas casas em segurança todos os dias; 
• redução de custos: acidentes de trabalho podem ser extremamente 
dispendiosos para as empresas, devido a despesas médicas, licenças por 
doença, indenizações e custos de treinamento para substituir funcionários 
lesionados. A prevenção de acidentes ajuda a reduzir esses custos; 
 
 
13 
• aumento da produtividade: ambientes de trabalho seguros tendem a ser 
mais produtivos. Os funcionários se sentem mais motivados e confiantes 
quando sabem que sua segurança é uma prioridade; 
• conformidade com a legislação: a legislação em muitos países exige que 
as empresas forneçam um ambiente de trabalho seguro e tomem medidas 
para prevenir acidentes. O não cumprimento dessas regulamentações 
pode resultar em multas substanciais e penalidades. 
3.3 Estratégias para prevenção de acidentes de trabalho 
A prevenção de acidentes de trabalho é um processo contínuo que 
envolve várias estratégias: 
• avaliação de riscos: identificar e avaliar os riscos no ambiente de trabalho 
é o primeiro passo essencial. Isso inclui a análise de processos, 
máquinas, produtos químicos e condições de trabalho para identificar 
possíveis ameaças à segurança; 
• treinamento e educação: garantir que os funcionários estejam bem 
treinados e conscientes dos riscos é crucial. O treinamento regular em 
segurança no trabalho e procedimentos de emergência ajuda a reduzir 
acidentes; 
• Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): fornecer e garantir o uso 
adequado de EPIs é fundamental para proteger os trabalhadores de 
riscos específicos. Isso inclui capacetes, óculos de proteção, luvas e 
outros dispositivos de segurança; 
• melhorias na infraestrutura: fazer melhorias físicas no local de trabalho, 
como reparosem equipamentos danificados, instalação de sistemas de 
ventilação adequados e a sinalização clara de áreas de risco, também 
desempenha um papel importante na prevenção de acidentes; 
• cultura de segurança: promover uma cultura de segurança envolve criar 
um ambiente onde os trabalhadores se sintam à vontade para relatar 
riscos e incidentes sem medo de retaliação. Reconhecer e recompensar 
comportamentos seguros são uma parte crucial dessa cultura. 
A prevenção de acidentes de trabalho não é apenas uma obrigação legal, 
mas também uma responsabilidade moral e econômica. A segurança no local de 
trabalho é benéfica para empregadores e trabalhadores, garantindo que todos 
 
 
14 
possam desempenhar suas funções de maneira segura e produtiva. A prevenção 
de acidentes requer um compromisso contínuo com a identificação e mitigação 
de riscos, o treinamento adequado e a promoção de uma cultura de segurança. 
Ao fazê-lo, podemos criar ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis para 
todos. 
3.4 Prevenção de incêndios 
O setor agrícola enfrenta desafios significativos relacionados à prevenção 
de incêndios devido às características específicas das operações agrícolas. 
Incêndios podem surgir de diversas formas, como queimadas descontroladas, 
falhas mecânicas em máquinas agrícolas, faíscas de equipamentos elétricos, 
entre outros. Portanto, é fundamental adotar medidas de prevenção eficazes 
para proteger as propriedades e o meio ambiente. 
Causas comuns de incêndios no agronegócio: 
• queimadas descontroladas: a prática de queimadas para limpeza de áreas 
agrícolas é uma causa frequente de incêndios. Essas queimadas podem 
sair do controle devido a mudanças repentinas no clima ou à falta de 
planejamento; 
• máquinas e equipamentos: falhas mecânicas em tratores, colheitadeiras 
e outros equipamentos agrícolas podem gerar faíscas que iniciam 
incêndios; 
• atividades humanas: descuidos, como o descarte irresponsável de pontas 
de cigarro ou fósforos acesos, também podem desencadear incêndios; 
• redes elétricas: problemas elétricos, como curtos-circuitos em sistemas 
de irrigação ou na rede elétrica são outras fontes de incêndios. 
Para prevenir incêndios no agronegócio, é essencial adotar medidas de 
prevenção rigorosas: 
• treinamento e conscientização: os funcionários devem receber 
treinamento regular sobre a prevenção de incêndios, incluindo como agir 
em caso de incêndio e como usar equipamentos de combate ao fogo; 
• manutenção de equipamentos: realizar manutenção preventiva em 
máquinas e equipamentos agrícolas ajuda a reduzir o risco de falhas 
mecânicas que podem causar incêndios; 
 
 
15 
• controle de queimadas: evitar queimadas em condições climáticas 
desfavoráveis e adotar técnicas adequadas de queimada controlada, 
quando necessário; 
• infraestrutura contra incêndios: instalar sistemas de irrigação, cercas 
corta-fogo e áreas de queima controladas podem ajudar a conter 
incêndios; 
• equipamentos de combate ao fogo: manter extintores, mangueiras e 
outros equipamentos de combate ao fogo prontos para uso em locais 
estratégicos; 
• monitoramento meteorológico: acompanhar as condições climáticas e a 
previsão do tempo pode ajudar a evitar atividades agrícolas 
potencialmente perigosas em dias de ventos fortes e baixa umidade. 
Além das medidas práticas, é crucial criar uma cultura de conscientização 
sobre a prevenção de incêndios no agronegócio. Isso envolve educar os 
colaboradores, proprietários rurais e a comunidade local sobre os riscos 
associados aos incêndios e às ações que todos podem tomar para reduzir esses 
riscos. A cooperação entre os diferentes atores do agronegócio, como 
agricultores, empresas agrícolas e autoridades governamentais, desempenha 
um papel fundamental na prevenção de incêndios. 
3.5 Prevenção de explosões 
A prevenção de explosões de poeira no agronegócio é uma preocupação 
importante de segurança, uma vez que a poeira de diversos materiais, como 
grãos, sementes, fertilizantes e outros produtos agrícolas, pode se tornar 
inflamável e causar explosões perigosas se as condições certas estiverem 
presentes. Aqui estão algumas medidas que podem ser adotadas para prevenir 
explosões de poeira no agronegócio: 
• identificação de áreas de risco: o primeiro passo é identificar as áreas 
onde a poeira está presente em concentrações significativas, como silos 
de armazenamento, instalações de processamento, secadores e 
transportadores de grãos; 
• limpeza regular: manter as instalações limpas e livres de poeira é 
fundamental. Isso inclui a limpeza regular de superfícies, dutos, 
equipamentos e áreas de armazenamento; 
 
 
16 
• uso de sistemas de coleta de poeira: instalar sistemas de coleta de poeira, 
como coletores de poeira e filtros, em áreas onde a poeira é gerada ou 
transportada. Isso ajuda a capturar a poeira antes que ela se torne um 
problema; 
• ventilação adequada: garantir uma ventilação adequada nas instalações 
para diluir qualquer poeira no ar e evitar a formação de concentrações 
explosivas; 
• controle de temperatura e umidade: manter o controle da temperatura e 
umidade nas instalações, pois a poeira pode se tornar mais inflamável em 
condições específicas; 
• manutenção regular: fazer manutenção regular em equipamentos, 
sistemas elétricos e outros componentes para evitar faíscas ou 
superaquecimento que possam desencadear uma explosão; 
• treinamento de pessoal: treinar os funcionários sobre os riscos de 
explosões de poeira, os procedimentos de segurança e o uso adequado 
de equipamentos de proteção; 
• sinalização e isolamento: utilizar sinalização adequada para identificar 
áreas de risco e isolando-as para evitar o acesso não autorizado; 
• equipamento a prova de explosão: utilizar equipamentos elétricos e 
mecânicos certificados a prova de explosão em áreas onde a poeira é 
uma preocupação; 
• plano de resposta a emergências: desenvolver um plano de resposta a 
emergências que inclua procedimentos para lidar com explosões de 
poeira, evacuação segura e combate a incêndios; 
• conformidade com regulamentações: cumprir todas as regulamentações 
locais, estaduais e federais relacionadas à prevenção de explosões de 
poeira no agronegócio. 
A prevenção de explosões de poeira é fundamental para a segurança dos 
trabalhadores e a preservação das instalações no agronegócio. É importante 
implementar um programa abrangente de segurança que inclua todas essas 
medidas e manter-se atualizado sobre as melhores práticas e regulamentos 
relevantes para garantir um ambiente de trabalho seguro. 
 
 
 
17 
TEMA 4 – CONCEITOS DE ERGONOMIA 
A ergonomia é uma disciplina que se dedica ao estudo da relação entre o 
ser humano e o ambiente de trabalho, com o objetivo de melhorar a eficiência, a 
segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Ela desempenha um papel crucial 
em todos os tipos de locais de trabalho, desde escritórios até fábricas, hospitais 
e ambientes industriais. Vamos abordar os conceitos de ergonomia aplicados 
nos locais de trabalho e como eles podem impactar positivamente a saúde e o 
desempenho dos trabalhadores. 
4.1 Definição de ergonomia 
A palavra “ergonomia” deriva do grego “ergon”, que significa trabalho, e 
“nomos”, que significa leis ou regras. Portanto, ergonomia pode ser 
compreendida como o conjunto de regras e princípios que visa adequar as 
condições de trabalho às características físicas e psicológicas do trabalhador. 
Isso envolve o design de espaços, equipamentos e processos de trabalho que 
sejam seguros, eficientes e confortáveis para os colaboradores. 
4.2 Áreas de atuação da ergonomia 
A ergonomia é uma disciplina multidisciplinar que se concentra no estudo 
da interação entre seres humanos e sistemas, produtos e ambientes. Ela busca 
melhorar o desempenho, a segurança, o conforto e o bem-estar das pessoas, 
otimizando a concepção e o design de objetos e sistemas para seadequarem 
às necessidades e capacidades humanas. Para atender a diferentes 
necessidades e áreas de aplicação, a ergonomia é frequentemente subdividida 
em diversas áreas ou subcampos. Aqui estão algumas das principais 
subdivisões da ergonomia: 
• ergonomia física: também conhecida como ergonomia antropométrica, 
esta área lida com o estudo das características físicas e biomecânicas 
dos seres humanos. Isso inclui considerações relacionadas à postura, 
movimento, força e fadiga muscular, bem como a adaptação de 
ferramentas, móveis e equipamentos para se ajustarem ao corpo 
humano; 
 
 
18 
• ergonomia cognitiva: concentra-se nos processos mentais, como 
percepção, memória, raciocínio, tomada de decisões e carga mental de 
trabalho. Ela busca projetar sistemas e interfaces de maneira a facilitar a 
compreensão, o aprendizado e o desempenho eficazes de tarefas 
cognitivas; 
• ergonomia organizacional: esta área da ergonomia se preocupa com a 
organização do trabalho, sistemas de gerenciamento e cultura 
organizacional. Ela visa melhorar a eficiência, a satisfação dos 
funcionários e a qualidade de vida no trabalho, considerando aspectos 
como escalas de trabalho, estrutura de autoridade, comunicação e 
trabalho em equipe; 
• ergonomia ambiental: lida com o design de ambientes físicos, como 
edifícios, espaços de trabalho, veículos e residências, para garantir que 
sejam seguros e propícios ao desempenho humano. Isso inclui 
iluminação, acústica, qualidade do ar, temperatura e outros fatores 
ambientais; 
• ergonomia de produto: esta área concentra-se no design de produtos e 
dispositivos que são utilizados por seres humanos, como utensílios 
domésticos, ferramentas, equipamentos de escritório, dispositivos 
eletrônicos e veículos. O objetivo é tornar esses produtos mais seguros, 
eficientes e fáceis de usar; 
• ergonomia da interface do usuário (UI/UX): este subcampo se concentra 
na concepção de interfaces de usuário de sistemas computacionais, 
aplicativos e dispositivos eletrônicos. Visa criar interfaces intuitivas e 
eficazes para melhorar a usabilidade e a experiência do usuário; 
• ergonomia de transporte: envolve o estudo e o design de sistemas de 
transporte, como veículos automotores, aeronaves, embarcações e 
sistemas de transporte público, para garantir a segurança, o conforto e a 
eficiência dos passageiros e operadores; 
• ergonomia da saúde ocupacional: lida com a prevenção de lesões e 
doenças relacionadas ao trabalho, bem como com a promoção da saúde 
e do bem-estar dos trabalhadores. Isso inclui o design de locais de 
trabalho seguros e a implementação de práticas de ergonomia para 
reduzir riscos ocupacionais. 
 
 
19 
Cada uma dessas subdivisões da ergonomia tem suas próprias áreas de 
foco e especializações, mas todas compartilham o objetivo comum de melhorar 
a interação entre os seres humanos e seus ambientes, sistemas e produtos. 
4.3 Princípios fundamentais da ergonomia 
A ergonomia tem como princípios fundamentais: 
• adaptação ao ser humano: o principal objetivo da ergonomia é adaptar o 
ambiente de trabalho às capacidades e limitações dos trabalhadores. Isso 
inclui a altura das mesas, a disposição dos equipamentos, a iluminação e 
até mesmo a temperatura do ambiente; 
• prevenção de lesões: a ergonomia busca prevenir lesões 
musculoesqueléticas, como dores nas costas, tendinites e síndrome do 
túnel do carpo, que podem surgir devido a posturas inadequadas e 
movimentos repetitivos no trabalho; 
• aumento da eficiência: ambientes ergonomicamente projetados 
geralmente resultam em maior eficiência no trabalho. Os trabalhadores 
podem executar suas tarefas de forma mais rápida e com menos esforço, 
o que beneficia tanto a empresa quanto os colaboradores; 
• redução de riscos: a ergonomia também contribui para a redução de riscos 
ocupacionais, como acidentes de trabalho e fadiga, que podem ocorrer 
devido a condições inadequadas de trabalho. 
4.4 Aplicação da ergonomia nos locais de trabalho 
A aplicação prática dos princípios da ergonomia nos locais de trabalho 
pode ocorrer de diversas maneiras: 
• design de mobiliário e equipamentos: a escolha de móveis e 
equipamentos ergonômicos, como cadeiras ajustáveis, teclados 
ergonomicamente projetados e estações de trabalho ajustáveis em altura 
pode contribuir para a redução das lesões musculoesqueléticas e 
aumentar o conforto dos colaboradores; 
• organização do espaço: a disposição de móveis e equipamentos de forma 
a aperfeiçoar o fluxo de trabalho e minimizar movimentos desnecessários 
é essencial. Isso pode incluir a colocação estratégica de monitores de 
computador, telefones e outros dispositivos; 
 
 
20 
• treinamento e conscientização: é fundamental fornecer treinamento aos 
colaboradores sobre boas práticas ergonômicas. Isso inclui orientações 
sobre posturas corretas, pausas regulares para alongamento e a 
importância de relatar qualquer desconforto ou dor; 
• avaliações ergonômicas: realizar avaliações ergonômicas regulares dos 
postos de trabalho pode identificar problemas e oportunidades de 
melhoria. Profissionais de ergonomia podem fornecer orientações 
específicas para otimizar as condições de trabalho. 
4.5 Benefícios da ergonomia nos locais de trabalho 
A aplicação adequada da ergonomia nos locais de trabalho pode resultar 
em uma série de benefícios: 
• redução de lesões e afastamentos: menos lesões musculoesqueléticas 
significam menos afastamentos por problemas de saúde, o que reduz 
custos para a empresa e melhora a qualidade de vida dos trabalhadores; 
• aumento da produtividade: ambientes de trabalho ergonomicamente 
projetados tendem a ser mais eficientes, o que se traduz em maior 
produtividade; 
• melhoria da satisfação dos colaboradores: colaboradores que se sentem 
confortáveis e seguros em seus locais de trabalho tendem a estar mais 
satisfeitos e engajados; 
• menos acidentes: a ergonomia também contribui para a redução de 
acidentes de trabalho, tornando o ambiente mais seguro. 
A ergonomia é fundamental para a promoção da saúde e eficiência nos 
locais de trabalho. Ao aplicar os princípios da ergonomia no design de espaços, 
equipamentos e processos de trabalho, as empresas podem criar ambientes 
mais seguros, eficientes e agradáveis para seus colaboradores. Isso não apenas 
beneficia os trabalhadores, mas também resulta em ganhos para as empresas 
em termos de produtividade e redução de custos relacionados à saúde e à 
segurança ocupacional. Portanto, a ergonomia deve ser uma consideração 
central em qualquer ambiente de trabalho preocupado com o bem-estar de seus 
colaboradores e o sucesso de suas operações. 
 
 
21 
TEMA 5 – BENEFÍCIOS E DIFICULDADES PARA A IMPLANTAÇÃO DA 
SEGURANÇA DO TRABALHO E DA ERGONOMIA NO AGRONEGÓCIO 
O agronegócio desempenha um papel fundamental na economia global, 
fornecendo alimentos, matérias-primas e empregos para milhões de pessoas. 
No entanto, o setor também é conhecido por apresentar diversos riscos 
ocupacionais, devido à natureza das atividades agrícolas e pecuárias. Para 
garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores rurais e aumentar a eficiência 
das operações, a aplicação de medidas de segurança do trabalho e ergonomia 
é essencial. Vamos entender os benefícios e dificuldades para a implantação da 
segurança do trabalho e da ergonomia no agronegócio. 
5.1 Impactos positivos da Segurança do Trabalho no Agronegócio 
A segurança do trabalho no agronegócio diz respeito à prevenção de 
acidentes e doenças ocupacionais no ambiente agrícola. Os impactos positivos 
dessa abordagem são vastos e abrangem diversas áreas, como: 
• redução de acidentes: a aplicação de medidas de segurança, como o uso 
de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a implementação de 
procedimentos seguros, reduz significativamente o número de acidentes 
no campo. Isso não apenas protege a saúde dos trabalhadores, mas 
também evitaperdas de produção e custos associados a acidentes; 
• bem-estar dos trabalhadores: trabalhar no agronegócio muitas vezes 
envolve atividades físicas desgastantes e exposição a condições 
climáticas extremas. A segurança do trabalho visa minimizar os riscos à 
saúde dos trabalhadores, promovendo seu bem-estar e qualidade de vida; 
• cumprimento de regulamentações: o setor agrícola está sujeito a 
regulamentações rigorosas em muitas regiões do mundo. O cumprimento 
dessas normas não apenas evita multas e penalidades, mas também 
contribui para uma imagem positiva da empresa junto aos consumidores. 
 
 
 
 
 
22 
5.2 Dificuldades para implantação da segurança do trabalho no 
agronegócio 
A implantação da segurança do trabalho no agronegócio pode enfrentar 
várias dificuldades devido à natureza específica desse setor. Aqui estão algumas 
das principais dificuldades: 
• diversidade de atividades: o agronegócio envolve uma ampla gama de 
atividades, desde o plantio e colheita até o processamento e transporte 
de produtos agrícolas. Cada uma dessas atividades apresenta diferentes 
riscos e desafios de segurança, o que torna a implementação de medidas 
de segurança mais complexa; 
• mão de obra sazonal: muitas fazendas e empresas agrícolas dependem 
de mão de obra sazonal, o que pode tornar difícil treinar e manter 
funcionários atualizados sobre práticas seguras de trabalho. A alta 
rotatividade de trabalhadores pode resultar em falta de continuidade na 
aplicação das políticas de segurança; 
• condições ambientais adversas: as condições climáticas e ambientais no 
setor agrícola podem ser desafiadoras, com exposição a temperaturas 
extremas, chuvas, poeira e produtos químicos. Isso torna essencial o 
fornecimento de equipamentos de proteção adequados e a educação 
sobre os perigos associados; 
• falta de conscientização: em muitas áreas rurais pode haver uma falta de 
conscientização sobre os riscos ocupacionais e a importância da 
segurança no trabalho. Isso pode resultar em uma cultura de segurança 
subdesenvolvida; 
• infraestrutura inadequada: algumas fazendas e áreas rurais podem ter 
infraestrutura inadequada para a implementação de medidas de 
segurança, como falta de acesso a instalações médicas, comunicação 
limitada e recursos de treinamento limitados; 
• custos: a implementação de medidas de segurança, como a compra de 
equipamentos de proteção individual (EPIs), treinamento e manutenção 
de máquinas seguras, pode ser cara. Isso pode ser um obstáculo para 
pequenos agricultores e empresas do agronegócio; 
 
 
23 
• regulamentação complexa: as regulamentações de segurança no trabalho 
no agronegócio podem ser complexas e variar de acordo com a região e 
o tipo de atividade. Isso pode criar confusão e dificuldades de 
conformidade; 
• resistência à mudança: algumas pessoas que trabalham no agronegócio 
podem resistir a mudanças nas práticas de trabalho, especialmente se 
isso envolver a introdução de medidas de segurança que considerem 
inconvenientes ou demoradas. 
Para superar essas dificuldades, é fundamental que as empresas do 
agronegócio estejam comprometidas com a segurança no trabalho e 
implementem programas abrangentes de treinamento, conscientização e 
monitoramento. Além disso, a colaboração com órgãos reguladores, sindicatos, 
associações agrícolas e outros parceiros pode ajudar a promover uma cultura de 
segurança mais sólida no setor. 
5.3 Benefícios da ergonomia no agronegócio 
A ergonomia no agronegócio se concentra na adaptação das tarefas, 
ferramentas e equipamentos ao trabalhador, visando melhorar a eficiência e 
reduzir o risco de lesões relacionadas ao trabalho. Os benefícios dessa 
abordagem são igualmente notáveis: 
• aumento da produtividade: a ergonomia pode melhorar a eficiência das 
tarefas agrícolas, tornando-as menos desgastantes e mais adequadas ao 
corpo humano. Isso resulta em maior produtividade e menos fadiga dos 
trabalhadores; 
• prevenção de lesões musculoesqueléticas: lesões como a LER/Dort são 
comuns no agronegócio devido às atividades repetitivas. A ergonomia 
ajuda a prevenir essas lesões, reduzindo o estresse físico sobre o corpo; 
• retenção de talentos: empresas que se preocupam com a saúde e o 
conforto de seus trabalhadores têm maior probabilidade de atrair e reter 
talentos qualificados, o que é essencial para o sucesso em longo prazo 
no agronegócio. 
 
 
 
 
24 
5.4 Dificuldades para a implantação da ergonomia no agronegócio 
A implantação da ergonomia no agronegócio pode enfrentar várias 
dificuldades devido às características específicas desse setor. Embora a 
ergonomia seja fundamental para garantir a saúde e a segurança dos 
trabalhadores, algumas barreiras comuns podem dificultar sua implementação, 
como: 
• condições de trabalho desafiadoras: o agronegócio muitas vezes envolve 
ambientes de trabalho ao ar livre, exposição a condições climáticas 
adversas e uso de equipamentos pesados. Isso torna a adaptação de 
princípios ergonômicos mais complexa; 
• variedade de tarefas e equipamentos: o trabalho agrícola envolve uma 
ampla gama de tarefas e equipamentos diferentes, desde o plantio até a 
colheita. Cada tarefa pode ter demandas ergonômicas distintas, o que 
torna difícil estabelecer diretrizes gerais; 
• mão de obra sazonal: em algumas regiões, o agronegócio emprega mão 
de obra temporária sazonal. Isso pode dificultar a implementação de 
treinamentos ergonômicos consistentes e a manutenção de boas práticas 
ao longo do tempo; 
• falta de conscientização: muitos trabalhadores e empregadores do 
agronegócio podem não estar cientes dos benefícios da ergonomia ou 
das práticas corretas para prevenir lesões relacionadas ao trabalho; 
• custos associados: a implementação da ergonomia pode exigir 
investimentos em equipamentos ergonômicos, treinamento de pessoal e 
mudanças nos processos de trabalho. Isso pode ser visto como um custo 
inicial significativo, especialmente para pequenas propriedades; 
• pressões econômicas: a pressão para maximizar a produtividade e os 
lucros pode levar os empregadores a priorizarem a produção em 
detrimento da ergonomia e da segurança dos trabalhadores. 
5.5 O que fazer para superar as dificuldades de implantação da segurança 
do trabalho e da ergonomia no agronegócio 
A implantação da segurança do trabalho e ergonomia no agronegócio 
pode ser um desafio devido às condições muitas vezes adversas e ao trabalho 
 
 
25 
manual envolvido. No entanto, é fundamental garantir um ambiente de trabalho 
seguro para os trabalhadores agrícolas. Aqui estão algumas etapas para superar 
esses desafios. 
Em relação à segurança do trabalho: 
Deve-se realizar uma avaliação detalhada dos riscos associados às 
tarefas agrícolas. Identifique as áreas de maior perigo, como operação de 
máquinas, manuseio de produtos químicos, levantamento de cargas pesadas, 
entre outros. 
Familiarizar-se com as normas de segurança do trabalho e ergonomia 
específicas para o setor agrícola, e certificar-se de que todas as 
regulamentações sejam cumpridas. 
Oferecer treinamento adequado aos funcionários sobre práticas seguras 
de trabalho, identificação de riscos e uso correto de equipamentos de proteção 
individual (EPI). 
Garantir que os trabalhadores tenham acesso aos EPIs apropriados, 
como capacetes, óculos de proteção, luvas, protetores auriculares, máscaras, 
botas de segurança etc. 
Armazenar e manipular produtos químicos de acordo com as diretrizes de 
segurança. Forneça treinamento sobre manuseio seguro e uso de EPIs quando 
necessário. 
Manter máquinas e equipamentos em boas condições por meio de 
manutenção preventiva regular. Isso ajuda a reduzir o risco de acidentes. 
Estabelecer programas de monitoramento de saúde para verificar 
regularmente a condição de saúde dos trabalhadores e identificar problemas 
precocemente. 
Envolver os trabalhadores na identificação de riscos e nodesenvolvimento de políticas de segurança pode aumentar a adesão às medidas 
de segurança. 
Realizar investigações detalhadas de acidentes sempre que ocorrerem e 
implementar medidas corretivas para evitar que se repitam. 
Fazer revisões periódicas das políticas e procedimentos de segurança, 
ajustando-os conforme necessário com base na experiência e nas mudanças 
nas condições de trabalho. 
 
 
26 
Alocar recursos adequados para implementar medidas de segurança, 
incluindo treinamento, equipamentos e pessoal dedicado à segurança do 
trabalho. 
Em relação à Ergonomia: 
Considerar a ergonomia no design das máquinas e ferramentas utilizadas 
no agronegócio, visando minimizar o risco de lesões musculoesqueléticas. 
Educar trabalhadores e gerências sobre os benefícios da ergonomia e as 
práticas seguras pode aumentar a adesão às diretrizes ergonômicas. 
Realizar avaliações ergonômicas regulares nas operações agrícolas para 
identificar riscos e implementar soluções específicas. 
Promover a pesquisa e o desenvolvimento de equipamentos e 
ferramentas agrícolas mais ergonômicos para facilitar o trabalho. 
Trabalhar em conjunto com as organizações agrícolas, sindicatos e 
instituições de pesquisa para desenvolver estratégias e recursos ergonômicos 
específicos para o setor. 
FINALIZANDO 
A segurança do trabalho e a ergonomia desempenham papéis cruciais no 
agronegócio, proporcionando benefícios tangíveis para as empresas e para os 
trabalhadores. Além de reduzir acidentes e melhorar a saúde dos trabalhadores, 
essas abordagens aumentam a eficiência das operações e contribuem para a 
sustentabilidade do setor. É essencial que as empresas do agronegócio 
continuem investindo em segurança do trabalho e ergonomia para garantir um 
ambiente de trabalho mais seguro, saudável e produtivo para todos os 
envolvidos. 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à ergonomia da prática a teoria. (s.d). 
Disponível em: 
. Acesso em: 2 out. 2023. 
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho – CLT e normas correlatas. 
Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. 189 p. 
	Conversa inicial
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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