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SIMONE DE OLIVEIRA CAMILLO Da Perspectiva Histórica da Psiquiatria até as Políticas de Saúde Mental atual PATRIMÔNIO DO HOMEM PARADIGMAS SOBRE A LOUCURA NA ANTIGUIDADE Teológico, Natural – Hipocrático LOUCURA NA ANTIGUIDADE 1-Paradigma Teológico A doença era vista como “ um castigo” por ter-se feito algo contra os deuses. Obra de Zeus e outros deuses Decisão divina LOUCURA NA ANTIGUIDADE 1-Paradigma Teológico A doença era vista como “ um dom”. Loucura era a manifestação divina, o que era dito pelo “louco” era ouvido como um saber necessário; A Loucura tinha espaço para expressão pois era necessária a compreensão das mensagens divinas LOUCURA NA ANTIGUIDADE 2- Paradigma Natural – Hipocrático Platão (460-347 ac) - A República Alteração cerebral x sagrado Hipócrates (460-377 ac) Desarranjo corporal/ perturbações químicas no Cérebro. Acúmulo de bile e outras substâncias A doença não provém de Deus; mas sim do homem. Ex: melancolia como um sentimento nascido ou oriundo dos males da humanidade Final da Antiguidade/Início da idade Média IV dc :poder da igreja católica/ vontade de Deus Paradigma Teológico IV dc :poder da igreja católica Quem cuidava? Familiares, vizinhos, a sociedade, os religiosos Início da Idade Média Feudalismo V A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de escassa circulação monetária, auto-suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja, (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per capita da Europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao mínimo de subsistência. Início da Idade Média Feudalismo V Marcada pelas epidemias (lepra, pestes, medo de ameaças do outro mundo) Doentes mentais cuidados pela igreja, custeado pelos senhores da sociedade com posses, que assim “compravam um pedaço do céu”. Idade média (1231)- Sec.XIII Apogeu da igreja Paradigma Demonológico Pensamento contra a igreja: Hereges- feiticeiros-loucos O exorcista: figura poderosa O louco: “aquele que tinha o diabo no corpo” Idade média (1231)- Sec.XIII Exorcismo Orações Visita à igreja jejuns Idade média (1487)- Sec.XIII O Martelo das Bruxas ou O Martelo das Feiticeiras é uma espécie de manual de diagnóstico para bruxas, publicado em 1487, dividindo-se em três partes: a primeira ensinava os juízes a reconhecerem as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes; a segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os; e a terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las. http://mosaicum.org/2010/10/04/biblioteca-malleus- maleficarum-o-martelo-das-bruxas-em-portugues/ (volume 1e 2) Idade média (1231)- Sec.XIII Quem cuidava? Os religiosos ou pessoas ligadas a igreja Ideais: fraternidade,caridade, Serventia,auto-sacrifício, Salvação da alma Idade média - Sec.XIV São perseguidos São vistos como feiticeiros e “espíritos de porco” 1ª metade do sec. XV: existência nômade Nau dos loucos embarcações que, na literatura européia de século XVI, transportavam os insanos em uma viagem pelos mares “... em Frankfurt, em 1399, encarregaram-se marinheiros de livrar a cidade de um louco que por ela passeava nu; nos primeiros anos do século XV, um criminoso louco é enviado do mesmo modo a Mayence.(...)Freqüentemente as cidades da Europa viam essas naus de loucos atracar em seus portos.” (Foucault, 1972.: 9). Nau dos loucos-Hieronymus Bosch (1450- 1516 Idade média - Sec.XIV ao XV Caça Tortura Morte na fogueira Transição da idade média para a Idade Moderna- sec.XVI X sobrenatural Individualidade ♂ Transição da idade média para a Idade Moderna- sec.XVI -Razão própria -Não tem o diabo no corpo -Perigosos, improdutivos, Ociosos, vagabundos Transição da idade média para a Idade Moderna- sec.XVI Exclusão x Internação: prostitutas, criminosos Idade Moderna Século XVII- XVIII, das luzes Razão- método científico Princípios científicos na Europa Movimentos intelectuais Marcado pelo desenvolvimento do “mercantilismo” Idade Moderna Século XVII- XVIII, das luzes Este movimento surgiu na França do século XVII Defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica desde a Idade Média. Pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade. Os ideais iluministas O pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. História - Século XVII- XVIII, das luzes Quem não podia contribuir com o progresso econômico era encarcerado, por necessidade de disciplina e de um novo controle social. Surge na Europa os estabelecimentos de internação de velhos e crianças abandonados, aleijados, mendigos, portadores de doenças venéreas e os loucos, com trabalhos forçados para combate ao “ócio” História - Século XVII-XVIII, das luzes Loucura como reverso da razão absoluta; Conjunto de vícios como preguiça e avareza, algo desqualificante ganhando caráter moral; • Período de “limpeza” das cidades estendeu-se até a Revolução Francesa em 1789 com o lema “liberdade, igualdade e fraternidade” o que não comungava com a exclusão que ocorria; Revolução FRANCESA 1789- Sec. XVIII Inicia-se processo de reabsorção do excluídos como auxílios financeiros e médico em residências adoção e criação de estabelecimentos próprios para crianças e outros; Os loucos continuaram encarcerados pelo estigma de que podiam ser perigosos por tornar-se violentos e por não haver proposta para esta situação; Os doentes mentais eram: desprovidos de razão e, portanto, não tinham direito a opinar sobre sua vida e tratamento (abusos da medicina); Esterilização forçada; proibição do casamento. Idade Moderna 2ª metade do sec. XVIII -Disciplina médica -Hospital Psiquiátrico -Influências marcantes Influências: Philippe Pinel (1745-1826) Preconizou o tratamento moral: disciplina O doente : tinha uma razão errada/abuso da liberdade Isolamento é fundamental: segurança para o doente, família e sociedade. Combate a intolerância religiosa e a desigualdade social Tratamento Moral Influências: Esquirol (1772-1840) Precursor da Psiquiatria, integrou a escola francesa iniciada por Pinel. Penetrou a mente humana, com o intuito de compreender os transtornos do humor e da melancolia como importantes agentes que conduzem à perda do juízo, elevou pela primeira vez os alienados à condição de homens. Reformador de asilos e hospícios franceses, fundou o primeiro curso para o tratamento das enfermidades mentais e lutou pela aprovação da primeira Lei de Alienados na França. SEC. XIX- Idade contemporânea Revolução Industrial- capitalismo (final do sec.XVIII e início do sec. XIX) A cura da força de trabalho : restabelecimento e manutenção da mão-de-obra produtiva Medicina no poder Relações de dominação e subordinação Idade Contemporânea (Sec. XIX) Influências: Emil Kraepelin (1855-1926) Integrou a corrente organicista alemã. Idade Contemporânea (Sec. XIX) Concepção organicista Insulinoterapia malarioterapiaEletroconvulsoterapia Injeções de cardizol Lobotomia Idade Contemporânea (Sec. XIX) Eletrochoque Idade Contemporânea (Sec. XIX) Insulinoterapia Idade Contemporânea (Sec. XIX) Idade Contemporânea (Sec. XIX) SEC. XIX A corrente elétrica é aplicada no cérebro através de dois eletrodos colocados nas áreas temporais do crânio. O esperado : que o paciente entre numa convulsão generalizada, o que o tiraria da crise. SEC. XIX Técnica cirúrgica que, ao destruir a substância branca dos lobos temporais do cérebro, provoca uma alteração da personalidade. Provoca uma deterioração cerebral irreversível. Influências: Emil Kraepelin (1855-1926) Cria sistema organizado de sinais e sintomas Linguagem própria (científica) para descrever o que se passa na mente Faz com que a Psiquiatria se afirme como ciência médica Traz uma reflexão científica Influências: Sigmund Freud (1856-1939) Verificou a existência de uma atividade psicológica inconsciente que extrapola a razão e a vontade dos pacientes. Criou a psicanálise como método de tratamento das neuroses O ato de ouvir não pode se afastar da prática cotidiana em saúde mental. Seu afã de penetrar os espaços recônditos do ser o levam à condição de “arqueólogo da psique”. Início do sec.XX Idéia psicodinâmica da loucura Críticas em relação ao modelo vigente Psiquiatria Social Comunidade Terapêutica Entre outros Início do sec.XX NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO AO DOENTE MENTAL • Maxwell Jones: comunidade terapêutica- Reino Unido Comunidades Terapêuticas na Inglaterra, um modo de superação do hospital psiquiátrico, dando uma ênfase nas relações comunitárias que se instauravam no seio dos grandes sítios, e nas atividades de campo (trabalho), que tinham cunho terapêutico, e função de recuperação dos pacientes. Comunidade Terapêutica (Maxwell Jones Reino Unido) •Denuncia a podridão dos esquemas antigos e valoriza a relação respeitosa profissional-cliente •Democratização das relações institucionais •Direitos e a preservação da identidade •Estrutura hospitalar desagregadora e cronificadora •Propunha reforma institucional (asilos cheios e precários/ piora do quadro) Início do sec.XX NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO AO DOENTE MENTAL • Inspiradas pelas Comunidades Terapêuticas, mas ainda com a visão institucionalista dos hospitais psiquiátricos, surge na França (1950) a Psicoterapia Institucional e a Psiquiatria de Setor, ambas tinham como objetivo promover a recuperação da função terapêutica da Psiquiatria. Início do sec.XX NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO AO DOENTE MENTAL • Caplan: Psiquiatria Comunitária ou Preventiva nos EUA • Paralela a esse movimento, na década de 1960, surge nos EUA a Psiquiatria Comunitária, propondo uma mudança na forma como ver a doença mental, numa tentativa de aproximar a psiquiatria da Saúde Pública, a Psiquiatria Comunitária inova ao propor a prevenção da doença mental. Psiquiatria Comunitária ou Preventiva nos EUA- Caplan- Anos 60 Promoção da saúde mental e a prevenção à doença mental com oferecimento de um atendimento abrangente de SM no âmbito da comunidade. atenção aos fatores comunitários que pareciam influenciar no nível de SM pobreza, desemprego, superpopulação urbana e isolamento rural, crime e apoio social. Início do sec.XX NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO AO DOENTE MENTAL Laing e Cooper –Antipsiquiatria • Até aqui, nenhum movimento, criticava a Psiquiatria em si, apenas propunha(m) novo(s) modo(s) de tratamento. Com o nascimento da Antipsiquiatria na Inglaterra, é que se dá o primeiro movimento mais eficaz no combate à prática psiquiátrica Início do sec.XX NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO AO DOENTE MENTAL Laing e Cooper –Antipsiquiatria • A Antipsiquiatria vem como uma crítica à estrutura social conservadora daquele século. • Segundo o movimento da Antipsiquiatria, a loucura não existe! É uma produção social: a sociedade promove a loucura, e numa tentativa de se livrar de sua culpa tenta tratá-la, enquadrá-la. • Esse movimento buscava uma reposta para a produção da loucura, diferente da visão proposta pela psiquiatria até o momento. Segundo eles, já que a loucura era um fator social não necessitaria de tratamento. A Antipsiquiatria ainda defendia que o delírio, por exemplo, era uma tentativa do individuo de mudar sua realidade, e por esse motivo, não deveria ser contido. Início do sec.XX NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO AO DOENTE MENTAL • Franco Basaglia: Psiquiatria Alternativa • O movimento seguinte, contrário à Antipsiquiátria, não nega a existência da doença mental, do contrário, e propõe um novo modo de olhar para o fenômeno da loucura. • A Psiquiatria Democrática, nascida na Itália no final da década de 1960 e inicio da década de 1970, provoca uma mudança epistemológica e metodológica entre o saber e a prática psiquiátrica. • Agora, a loucura não se restringe ao paciente e ao médico, mas, para além da psiquiatria, ela engloba o sujeito, sua família, à comunidade e os demais setores sociais. Início do sec.XX NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO AO DOENTE MENTAL • Franco Basaglia: Psiquiatria Alternativa • A psiquiatria Democrática vê no hospital psiquiátrico : • um meio de segregação e institucionalização da loucura e do paciente psiquiátrico • contrapondo a isso • busca um novo olhar sobre o sujeito, partindo de sua individualidade e necessidades particulares, visando um trabalho de reinserção social do paciente psiquiátrico, rompendo com a lógica hospitalocêntrica. • Para Franco Basaglia, precursor do movimento na Itália, a psiquiatria Democrática não nega a doença mental, mas muda o foco, da doença para o sujeito, provocando na sociedade um novo modo perceber a loucura. Influências: Franco Basaglia (1924- 1980) Um dos psiquiatras mais discutidos no mundo Tendo como base a experiência da Comunidade Terapêutica desenvolvida por Maxwell Jones na Escócia, propõe uma nova visão. Faz crítica à sociedade Discute o sofrimento e as diferenças do doente mental Manicômio: a metáfora da exclusão Influências: Franco Basaglia (1924- 1980) -Acabou com as medidas institucionais de repressão -criou condições para reuniões entre médicos e pacientes -devolveu ao doente mental a dignidade de cidadão. -reinvenção das práticas X confronto com a sociedade -com a solidariedade -respeito as diferenças Influências: Franco Basaglia (1924- 1980) Desistitucionalização Desmontar/ Desconstruir Práticas/saberes/ discursos Mudança na cabeça das pessoas Pilar da mudança: Luta pela cidadania Não, a segregação Sim, a restituição dos direitos Influências: Franco Basaglia (1924- 1980) Não há nada de terapêutico em relação de desigualdade. Espaços de liberdade: para o exercício da cidadania Políticas Públicas em Saúde Mental 1830 Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro realiza diagnóstico sobre a situação dos loucos na cidade A partir de então, os doentes mentais passam a ser merecedores de espaço próprio para reclusão e tratamento. Políticas Públicas em Saúde Mental 1835 José Martins da Cruz Jobim denuncia, em discurso na Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, a insalubridade dos porões da Santa Casa da Misericórdia e as péssimas condições em que vivem os loucos na cidade Políticas Públicas em Saúde Mental 1841 D. Pedro II sanciona o decreto de criação do hospício 1852 Inaugurado em 8 de dezembro, com a presença do Imperador, o Hospício de Pedro II, conhecido popularmente como “Palácio dos LoucosPolíticas Públicas em Saúde Mental 1883 O Hospício de Pedro II passa a se chamar Hospício Nacional de Alienados e é desanexado da Santa Casa da Misericórdia. Políticas Públicas em Saúde Mental 1890 Criada a primeira Escola de Enfermeiros e Enfermeiras do Brasil para suprir a lacuna deixada pelas irmãs de caridade ligadas à Santa Casa da Misericórdia. Políticas Públicas em Saúde Mental 1898 Inaugurado, em São Paulo, o Hospital do Juqueri, sob a direção de Francisco Franco da Rocha. característica higienista : que tem como traço o conceito de limpar as ruas, sanear a imagem e o espaço urbanos, tirando da vista tudo que implique em estorvo à produção: prostitutas, mendigos, pobres, negros, enfim, pessoas que não respondia à produção. Políticas Públicas em Saúde Mental 1946 A psiquiatra alagoana Nise da Silveira inaugura a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR) no Centro Psiquiátrico Nacional, localizado no bairro de Engenho de Dentro. Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim em 1946 funda nesta instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional". Políticas Públicas em Saúde Mental 1º Momento Eram considerados loucos todos aqueles que apresentassem algum tipo de comportamento desviante dos padrões normais impostos pela sociedade. Como exemplo: dependentes químicos, homossexuais, jovens mães solteiras, dentre outros julgados socialmente como desarazoados. A loucura era considerada um desatino (ausência de razão) e a forma de tratamento era por internação involuntária em manicômios que verdadeiramente eram como depósitos de humanos. 2º Momento A loucura era aprisionada pelo saber médico e já era considerada como doença. Só o médico podia dizer se o paciente era ou não louco. Os pacientes eram tratados em Hospitais Psiquiátricos e eram submetidos a práticas bárbaras, tais como eletrochoques e insulinoterapia Políticas Públicas em Saúde Mental 1978 Criado o Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), um grupo de profissionais de saúde que começa a pensar em alternativas para : -acabar com a instituição psiquiátrica; levar ao paciente uma forma mais humana de sobrevivência; como sujeito de direito, como sujeito biopsicossocial, pois só assim seria possível ter saúde mental. O objetivo era criar novos dispositivos de tratamento para extinguir os manicômios e os hospitais psiquiátricos e assim estreitar os laços entre o paciente, a família e a sociedade. Os TSM (trabalhadores em Saúde Mental) pensaram no bem estar do paciente após a desinternação e sua preocupação foi além, pois em parceria com assistentes sociais buscaram também outros benefícios para o paciente, tais como: aposentadoria, moradia, reinserção à sociedade e ao seio familiar. No Brasil (1980), o movimento da luta antimanicomial cresceu inspirado em projetos bem-sucedidos dos Estados Unidos e Europa, idealizou centros de apoio a clientes mentais organizados e administrados pelos próprios usuários, em conjunto com médicos e seus familiares. A luta antimanicomial transformou o atendimento público de saúde mental com a criação dos Caps (Centros de Apoio Psicossocial), e abriu caminho para a aprovação, em 2001, da lei que prevê a extinção progressiva dos manicômios no Brasil. REFORMA PSIQUIÁTRICA E POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL Psiquiatria alternativa Denominação dada em 1980 para esse movimento mundial que questionava os métodos utilizados e propunha um atendimento focalizado no cliente, inserindo-o na sociedade. Psiquiatria Alternativa Democrática Também conhecida como reforma democrática, criada na Itália, na cidade de Trieste, por Franco Basaglia, onde constitui-se em: DESENSTITUCIONALIZAÇÃO E CRIAÇÃO DE NOVAS MODALIDADES DE ATENDIMENTOS REFORMA PSIQUIÁTRICA E POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL Políticas Públicas em Saúde Mental 1987 Criado, em São Paulo, o Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS) Luiz Cerqueira. 1987 Realizada, no Rio de Janeiro, a I Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), na qual é lançado o lema “Por Uma Sociedade Sem Manicômios”. MARCO DA HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA 1989 Projeto de Lei Paulo Delgado propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país – reforma psiquiátrica no legislativo e normativo; após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional Políticas Públicas em Saúde Mental 1992 Portaria nº 224 do Ministério da Saúde regulamenta e normaliza os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). 1994 Realizado, em Santos, o III Encontro de Entidades de Usuários e Familiares (EEUF), um marco da consolidação da Reforma Psiquiátrica no Brasil, que conta com a efetiva participação de entidades da sociedade civil. 2001 Sancionada a Lei nº 10.216, de 6 de abril, originalmente apresentada pelo Deputado Paulo Delgado, que trata dos direitos dos usuários dos serviços de Saúde Mental e retira o manicômio do centro do tratamento. 2001 Realizada, em Brasília, a III Conferência Nacional de Saúde Mental, com o tema “Cuidar sim, excluir não. Efetivando a Reforma Psiquiátrica com Acesso, Qualidade, Humanização e Controle Social”. POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL BRASIL Lei 10.216 (06/04/2001) • “Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”. – Impetra ao Estado o papel de implantação de rede completa de serviços em Saúde Mental– NAPS e CAPS. – Limita a expansão de leitos de internação psiquiátrica para a iniciativa privada, mas não institui mecanismos claros para a extinção dos manicômios; – Redireciona a assistência em saúde mental privilegiando serviços comunitários, A rede de atenção à saúde mental brasileira cuidados na comunidade é parte integrante do SUS, organizada com ações e serviços públicos de saúde, instituída no Brasil por Lei Federal na década de 90. A construção de uma rede comunitária de cuidados é fundamental para a consolidação da Reforma Psiquiátrica Políticas Públicas em Saúde Mental 2003 A Lei nº 10.708, de 31 de julho, institui o auxílio-reabilitação psicossocial para doentes acometidos de transtornos mentais egressos de internações. Parte integrante de um programa de ressocialização de doentes internados em hospitais ou unidades psiquiátricas, denominado “De Volta Para Casa”, sob coordenação do Ministério da Saúde. 2004 Instituído, pela Portaria GM nº 52/04, o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS, visando a uma nova pactuação na redução gradual de leitos, com uma recomposição da diária hospitalar em psiquiatria. 2007 Realizado em Brasília o I Seminário Nacional do Programa de Volta Para Casa, no qual foi divulgada carta aberta convocando à aceleração da desinstitucionalização de doentes longamente internados em todo o País. Políticas Públicas em Saúde Mental 2007 Decreto nº 6.112, de 22 de maio, institui a Política Nacional sobre o Álcool (PNA). 2007 Portaria GM/MS nº 2.759, de 25 de outubro, estabelece diretrizes gerais para a Política de Atenção Integral à Saúde Mental das Populações Indígenas e cria o respectivo Comitê Gestor. 2008 Instituída a Portaria GM/MS nº 154, de 24 de janeiro, que cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), recomendando a inclusão de profissionais de Saúde Mental na Atenção Básica. 2008 Idealizado o Grupo de Trabalho sobre Demandas dos Usuários e Familiares da Saúde Mental, durante o I Congressode Saúde Mental/Abrasme, realizado em Florianópolis, SC. Políticas Públicas em Saúde Mental 2009 Reconhecimento, pela OMS, do modelo de atenção à saúde mental brasileiro, e convite ao Brasil para participar, em um grupo de 10 países, de um esforço internacional para diminuição da lacuna de tratamento em saúde mental no mundo. 2010 Decreto nº 7.179, de 20 de maio, dispõe sobre o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. 2010 Realizada, em Brasília, a IV Conferência Nacional de Saúde Mental - Intersetorial, com o tema “Saúde Mental direito e compromisso de todos: consolidar avanços e enfrentar desafios”. 2011 Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), de acordo com a Portaria GM/MS nº 3.088, de dezembro Políticas Públicas em Saúde Mental 2011 Lançado pelo Governo Federal ao final de 2011, o Programa Crack: É possível Vencer é uma ação interministerial – Ministérios da Justiça, da Saúde, da Educação, da Assistência Social e Combate à Fome e Secretaria de Direitos Humanos Finalidade: Aumentar a oferta de cuidado e atenção integral aos usuários e seus familiares, reduzir a oferta de drogas ilícitas e promover ações de educação, informação e capacitação. Reforma Psiquiátrica • Conhecido processo de desinstitucionalização – ainda em processo: construção de uma rede de atenção à saúde mental substitutiva ao modelo centrado na internação e a fiscalização e redução progressiva e programada de leitos psiquiátricos existentes; • Ganhou grande impulso a partir de 2002; • Expansão de serviços como CAPS e Residências Terapêuticas, vêm permitindo a redução de milhares de leitos psiquiátricos no país e o fechamento de vários hospitais psiquiátricos; As residências terapêuticas: • A desinstitucionalização, e a efetiva reintegração das pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. Reforma Psiquiátrica....avanços Residências Terapêuticas Residências Terapêuticas O Serviço Residencial Terapêutico (SRT)- ou residência terapêutica ou simplesmente “moradia”- São casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não. O SRT é o início de um longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador. Residências Terapêuticas Tipos de SRT: SRT I- O suporte focaliza-se na inserção dos moradores na rede social existente (trabalho, lazer, educação, etc). Programas terapêuticos individualizados e desenvolvidos junto aos moradores (estratégia para obtenção de moradias definitivas na comunidade). É o tipo mais comum de residência. SRT II- Em geral, cuidam dos idosos, doentes e/ou dependentes físicos. É a casa dos cuidados substitutivos familiares desta população institucionalizada, muitas vezes, por uma vida inteira. O suporte focaliza-se na reapropriação do espaço residencial como moradia e na inserção dos moradores na rede social existente. Constituída por usuários carentes de cuidados intensivos, com monitoramento técnico diário e pessoal auxiliar permanente na residência (24 h). Residências Terapêuticas Destinados aos usuários: Portadores de transtornos mentais, egressos de internação psiquiátrica em hospitais cadastrados no SIH/SUS, que permanecem no hospital por falta de alternativas que viabilizem sua reinserção no espaço comunitário; Egressos de internação em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em conformidade com decisão judicial (Juízo de Execução Penal); Indivíduos em acompanhamento nos CAPS, para as quais o problema de moradia é identificado; Cidadão em situação rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos terapêuticos especiais acompanhados no CAPS. Programa De Volta para Casa Criado pelo MS, é um programa de reintegração social de pessoas acometidas de transtornos mentais, egressas de longas internações. Tem como parte integrante o pagamento do auxílio-reabilitação psicossocial. Os documentos que regulamentam o Programa: a) Lei no 10.708, de 31 de julho de 2003. b) Portaria nº 2077/GM, de 31 de outubro de 2003. Programa De Volta para Casa Objetivo • Contribuir efetivamente para o processo de inserção social; • Incentivar a organização de uma rede ampla; • Diversificar os recursos assistenciais e de cuidados; • Facilitar o convívio social, capaz de assegurar o bem estar global e estimular o exercício pleno de seus direitos civis, políticos e de cidadania. Beneficiários • Pessoas acometidas de transtornos mentais egressas de internação psiquiátrica em hospitais cadastrados no SIH-SUS, por um período ininterrupto igual ou superior a dois anos • Pessoas residentes em moradias caracterizadas como SRT ou egressas de Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em conformidade com a decisão judicial (Juízo de Execução Penal). Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) 2011 Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), de acordo com a Portaria GM/MS nº 3.088, de dezembro. Finalidade: Criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Principais diretrizes: - Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas; - Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde; - Combate a estigmas e preconceitos; - Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; - Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas; - Desenvolvimento de atividades no território que favoreçam a inclusão social para a promoção de autonomia e o exercício da cidadania; - Desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos; - Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares; - Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, tendo como eixo central a construção do projeto - terapêutico singular. Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) A RAPS é formada por 7 componentes: I - Atenção Básica em Saúde II - Atenção Psicossocial Especializada III - Atenção de Urgência e Emergência IV - Atenção Residencial de Caráter Transitório V - Atenção Hospitalar VI - Estratégias de Desinstitucionalização VI - Reabilitação Psicossocial Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Principais pontos de atenção - Unidades Básicas de Saúde - Núcleos de Apoio à Saúde da Família - Consultórios Na Rua - Centros de Convivência - Centros de Atenção Psicossocial nas suas diferentes modalidades - Atenção de Urgência e Emergência - Unidades de Acolhimento - Serviços de Atenção em Regime Residencial - Leitos de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas em Hospitais Gerais - Serviços Residenciais Terapêuticos Objetivos I - ampliar o acesso da população em geral; II - promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; III - garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências. Consultórios na Rua O Consultório de Rua (CR) nasce como uma estratégia para promoção de acesso e vinculação de pessoas em situação de rua, com grave vulnerabilidade social e com maior dificuldade de adesão ao tratamento. Através do trabalho no território, visa acolhere ofertar cuidados básicos de saúde; ofertar/motivar para tratamento a agravos relacionados ao consumo de drogas; orientar sobre direitos e políticas públicas em geral e mediar o acesso a estas políticas. Estão sob a responsabilidade da Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas/DAPES/SAS/MS. É de âmbito da Atenção Básica Em 2010, 92 Consultórios de Rua foram selecionados através III Chamada para Seleção de projetos de Consultório de Rua Redução de Danos Redução de Danos • O conceito de redução de danos vem sendo consolidado como um dos eixos norteadores da política do Ministério da Saúde para o álcool e outras drogas. • Estratégias de redução de danos - ampliação do acesso aos serviços de saúde, especialmente dos usuários que não têm contato com o sistema de saúde, por meio de trabalho de campo. • A distribuição de insumos (seringas, agulhas, cachimbos) para prevenir a infecção dos vírus HIV e Hepatites B e C entre usuários de drogas; a elaboração e distribuição de materiais educativos para usuários de álcool e outras drogas informando sobre formas mais seguras do uso de álcool e outras drogas. Redução de Danos Os Programas de Redução de Danos - PRD, por meio de seus redutores, vão até a população, dialogam e trocam não apenas os equipamentos, mas sentimentos, informações e experiências de vida. A Redução de Danos pode ser entendida por duas vertentes principais: 1) como uma estratégia para reduzir danos de HIV/DST em usuários de drogas e; 2) como conceito mais abrangente que inclui ações no campo da saúde pública e de políticas públicas que visam a prevenir os danos antes que eles aconteçam. (DIAS et al., 2003). Escolas de Redução de Danos A Escola de Redução de Danos (ERD) do SUS. O projeto busca fomentar e qualificar ações de redução de danos no âmbito do SUS e de outros setores através da instrumentalização teórico‐prática de segmentos profissionais e da comunidade. Em novembro de 2011, aconteceu a I Oficina. Mad Pride (Orgulho Louco), um movimento de combate ao preconceito contra clientes psiquiátricos e de celebração da cultura Louca. Uma das ações do movimento é a passeata anual de loucos, inspirada nas paradas gays que já existem em diversas cidades do mundo. A ideia é desestigmatizar os doentes mentais e mostrar que existe sim vida normal entre eles. Reforma Psiquiátrica....avanços 1ª. Conferência de Saúde Mental 1987 2ª. Conferência de Saúde Mental 1992 3ª. Conferência de Saúde Mental 2002 No esteio da VIII Conferência de Saúde (1986), marco histórico na construção do SUS. Inspirada marco histórico para o campo da saúde mental, a Conferência de Caracas (1990), que em reunião dos países da região, definiu os princípios para a Reestruturação da Assistência Psiquiátrica nas Américas. Ano em que foi aprovada a Lei 10.216, Reforma Psiquiátrica....avanços 4ª. Conferência de Saúde Mental 2010 O tema da IV Conferência – “Saúde Mental direito e compromisso de todos: consolidar avanços e enfrentar desafios” Convocou os setores diretamente envolvidos com as políticas públicas e todos aqueles que tinham indagações e propostas a fazer sobre o vasto tema da saúde mental. A convocação da intersetorialidade, de fato, foi um avanço radical em relação às conferências anteriores, e atendeu às exigências reais e concretas que a mudança do modelo de atenção trouxe para todos. • É função dos CAPS • Promover atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando assim as internações em hospitais psiquiátricos;promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações intersetoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica. Reforma Psiquiátrica....avanços • CAPS I -de menor porte, em municípios com população entre 20.000 e 50.000 CAPS II - de médio porte, e dão cobertura a municípios com mais de 50.000 CAPS III - de maior porte da rede CAPS. Previstos para dar cobertura aos municípios com mais de 200.000 habitantes. CAPSi - especializados no atendimento de crianças e adolescentes com transtornos mentais, são equipamentos geralmente necessários para dar resposta à demanda em saúde mental em municípios com mais de 200.000 habitantes. CAPSad - especializados no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, são equipamentos previstos para cidades com mais de 200.000 habitantes DIFERENÇAS DE PARADIGMASPSIQUIATRIA CLÁSSICA REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL: A) Manicômio B) Rede substitutiva B) Atenção centrada na doença C) Atenção mais abrangente, integral, promovendo a saúde e a sustentabilidade dos sujeitos em sofrimento mental C) Hierarquia centrada no poder médico D)Implementação de equipes multidisciplinares, continentes ao sofrimento e instrumentos de socialização e inclusão dos sujeitos, considerando o vínculo como essencial para uma clinica de qualidade D) Excessiva medicalização . (conter e vigiar a crise e punir seus excessos) D) Criação de espaços para reflexões, produção de sentidos e construção de autonomia E) Cultura médica, concentradora de poderes e saberes E) Resgate de culturas, saberes e sentidos da comunidade F) Anulação dos direitos, controle social F) Estimulação da participação comunitária, direitos dos sujeitos como parte integrante do processo de tratamento (implicação subjetiva) Resumindo: CAPS • Oferece atendimento à população de sua área de abrangência; • • Realiza o acompanhamento clínico com abordagem psicossocial; • • Reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários; • Substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPES. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA GM/MS nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 2011. Sites: http://pvc.datasus.gov.br www.saude.gov.br www.saude.gov.br/bvs/saudemental filmes- Bruxas de Salem As loucuras do rei George Uma mente brilhante Um estranho no ninho
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