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Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Unidade 1 Processo e estratégia de comunicação Aula 1 Processo de comunicação Processo de comunicação Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Hoje, exploraremos o fascinante mundo da comunicação — um processo fundamental que permeia todas as interações humanas. Vamos mergulhar na complexidade da troca de informações, ideias e sentimentos entre indivíduos e grupos, para entender que a comunicação é uma jornada fascinante que perpassa diversos aspectos de nossas vidas. Ao explorarmos suas complexidades, aprimoramos nossa habilidade de nos conectarmos uns com os outros de maneira mais signi�cativa e compassiva, diante disso, a partir de agora, vamos explorar mais a fundo esse intrigante universo da comunicação. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida A comunicação é natural e realizada desde os primórdios da civilização, no entanto, ainda que a forma de se comunicar tenha mudado desde então, a sua essência prevalece: trocar pensamentos, ideias, sentimentos e contatos uns com os outros. Comunicar-se é, possivelmente, o ato mais interessante que o ser humano realiza, ao mesmo tempo, é algo sem o qual não consegue viver. As pessoas se comunicam mesmo distantes no espaço e no tempo via aplicativos de mensagens e redes sociais, tais como Instagram, Facebook, WhatsApp, LinkedIn, Twitter, entre outros, e ainda que essas ferramentas não estejam disponíveis, é possível inventar outras formas de estabelecer comunicação, como por desenhos https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u1a1_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL e mímicas. Sendo assim, para poder contextualizar nossas aulas, vamos sempre partir de uma situação- problema. Na aula de hoje, temos, então, o seguinte caso: Imagine uma equipe internacional de uma empresa global composta de pro�ssionais de diferentes países de língua portuguesa, como Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste, que colabora para projetos complexos que exigem uma comunicação clara e e�caz, para garantir o sucesso das iniciativas. Entretanto, alguns desa�os surgem ao longo do caminho, tais como a variação linguística, as conotações culturais das palavras, a compreensão diferenciada da informação, além da implementação do acordo ortográ�co em diferentes momentos nos países membros, podendo causar divergências na escrita e na compreensão das mensagens. Diante disso, como podemos ajudar para que a comunicação se torne efetiva? Quais soluções poderíamos propor? Aproveite nossos conteúdos e bons estudos! Vamos Começar! O que é comunicação? Comunicação é o processo de troca de informações, ideias, pensamentos, sentimentos e dados entre indivíduos ou grupos, podendo acontecer de distintas formas, não apenas por meio da fala. Nós, seres humanos, temos o privilégio de ter desenvolvido ao longo dos séculos a capacidade de estabelecer comunicação por meio da fala, com palavras claras e signi�cado preciso, todavia, essa é apenas uma forma de se comunicar. Para Navaro (2020), o ser humano se comunica por meio de ideias e sentimentos, o que envolve a comunicação verbal e não verbal. A língua portuguesa, falada por nós, está espalhada por oito países diferentes: Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste, mas apesar de ser o mesmo idioma, a língua varia em função da situação geográ�ca, do lugar ou mesmo da geração em que se encontra (Guimarães, 2012). Ainda assim, a língua viva sofre modi�cações com o tempo, haja vista o novo Acordo Ortográ�co �rmado pelos oito países que utilizam a língua portuguesa. No Brasil, o pacto começou, sem obrigatoriedade, em 2009, mas entrou em vigor, de fato, em 1° de janeiro de 2016 (Lourenço, 2016). Se a língua-mãe se modi�ca na fala e na escrita, a comunicação por meio dela também é alvo de deturpações feitas informalmente pelos indivíduos que a utilizam, gerando uma comunicação interpessoal que vai além da língua que se fala. Além disso, devemos estar atentos para o fato de que, mudando o idioma que se fala, a mesma palavra, quando traduzida, pode ter um signi�cado distinto, e um exemplo é a palavra “inveja”. Em português, ela tem uma conotação pejorativa e negativa, mas em inglês pode ser traduzida como jealous cujo signi�cado expressa orgulho e admiração por algo que o outro possui e que aquele que sente jealous não tem. Mas, então, qual a real de�nição de comunicação? Segundo Cordeiro et al. (2017), pode-se compreender o que é comunicação a partir da etimologia da palavra cujo signi�cado vem de “ação comum”, “participar” ou “tornar algo comum”. Os autores acrescentam, ainda, o que a comunicação representa: estabelecer uma relação, transmitir uma mensagem, realizar trocas (de Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL pensamentos, sentimentos e outros) e fazer a passagem de um lugar a outro. O estudo do conceito de comunicação é muito mais amplo e pode ser complexo, já que, além de constituir uma disciplina, tal conceito é utilizado de forma abrangente por distintos veículos de comunicação e direcionado para públicos bem especí�cos, consequentemente, representa concepções diferentes para cada contexto. Por exemplo: o marketing, a educação, o jurídico, a clínica, a internet e os games abordarão a comunicação de modo especí�co, para objetivos diferentes, não obstante, a etimologia apresenta o conteúdo-base sobre a comunicação de maneira generalizada. Dentro do contexto que abarca o tema comunicação, tem-se o termo “informação”. Você perceberá que, apesar de similares, essas ideias são, na essência, diferentes. Segundo Navaro (2020), informação é uma difusão de dados que são transmitidos, mas não são comunicados. Para Cordeiro et al. (2017), a informação depende da comunicação, mas nem toda comunicação troca informação. Por exemplo: “a previsão do tempo para hoje é de 60% de possibilidade de chuva”, e isso é uma informação, mas que comunica de forma aberta, variável, assim, informar pode consistir em uma comunicação incompleta. Cordeiro et al. (2017) complementam que nem toda comunicação tem informação, como no caso das músicas e poemas, que transmitem emoções e comunicam algo, mas não necessariamente informam o ouvinte. Por que a comunicação interpessoal é importante? Como seria bom se tudo aquilo que eu comunico fosse exatamente compreendido de acordo com o que eu quero dizer, mas não é assim que acontece! Cada pessoa interpreta uma mensagem conforme os seus padrões mentais, histórico de vida e aspectos psicológicos. Imagine este exemplo: você veste sua roupa preferida, prepara a melhor apresentação de slides no PowerPoint e treina a sua fala em casa para apresentar “o evento do século” aos colaboradores e líderes da organização em que trabalha, no entanto, apesar de parecer tudo perfeito enquanto você comunica o projeto, os ouvintes expõem suas dúvidas, não concordam com uma série de fatores e, ainda, sugerem formas melhores de fazer o que foi proposto. O que houve? Você apresentou mal ou as pessoas não entenderam? Não há resposta perfeita para essa pergunta, pois é muito natural que as interpretações das pessoas sejam independentes e carregadas de opiniões próprias a respeito do que é o melhor a ser feito. Bem- vindo à comunicação interpessoal, cheia de ruídos e interesses pessoais! Para Hanh (2017), a chave para a comunicação com os outros é, antes, conectar-se consigo, isto é, reservar-se, frequentemente, para se comunicar consigo e tornar-se consciente das suas percepções de mundo, dessa forma, ao se comunicar com o outro, você se torna capaz de identi�carfracos e �caremos atentos aos canais de comunicação, além de compreender a importância da comunicação estratégica para tornar a comunicação mais e�caz. Vamos em frente! Clique aqui e acesse os slides da sua videoaula. Ponto de Chegada https://youtu.be/Kiv3hg3be0U https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/29264 https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u1Enc_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Para desenvolver a competência desta unidade, que visa analisar e compreender criticamente o conceito de comunicação não violenta com base nos mais conhecidos e importantes autores, de modo a avaliar seus passos e sua utilização no processo de comunicação, primeiro, você deve conhecer alguns conceitos fundamentais. Vamos lá! A comunicação é um processo de troca de informações entre indivíduos ou grupos que vai além da fala, envolvendo comunicação verbal e não verbal, de modo a explorar a diversidade da língua; nesse sentido, vale destacarmos a variação de signi�cado das palavras existentes em diferentes idiomas, sendo necessário, em alguns casos, que a comunicação se dê por outros meios, não só oral. Além disso, a comunicação interpessoal se mostra de suma importância também, visto que há a necessidade de conexão consigo mesmo para uma comunicação mais e�caz, de modo que ela se dê de uma maneira compassiva e não violenta, sem se esquecer de considerar a in�uência do contexto, da hierarquia e do público na forma como nos comunicamos. Assim, ressaltamos a importância de se prestar atenção aos elementos ocultos de uma conversa, para aprimorar o processo comunicativo; para isso, é necessário considerar alguns elementos, como emissor, receptor, mensagem, código, retorno, canal e ruído. Mas por que tantas questões envolvendo a comunicação? Porque a comunicação sempre foi essencial ao longo da evolução humana, desde os primórdios até os dias atuais, e diferentes formas de comunicação foram essenciais para o desenvolvimento da civilização, como a comunicação oral, a escrita e a não verbal. Além disso, a comunicação possui, ainda, diferentes níveis, como intrapessoal, interpessoal, intragrupal, intergrupal e organizacional, deixando evidente a necessidade da adaptação da linguagem conforme o contexto e o grupo social, sem se esquecer da presença de ruídos na comunicação e a importância de ser compreendido. Como visto, a comunicação sempre foi essencial, mas como ela se dá nos dias de hoje, uma vez que a tecnologia está inserida em todos os contextos? Isso não prejudica a comunicação? Na verdade, a tecnologia traz um avanço para a comunicação, pela facilidade que gera, porém apresenta desa�os, como inverdades e interpretações equivocadas, que são variáveis que impactam a comunicação, já que apresentam certo contexto, um canal, um público, uma hierarquia e depende de certa quantidade de pessoas presentes, além das barreiras estratégicas, psicológicas e institucionais existentes na comunicação. Sendo assim, faz-se relevante compreender as variáveis que impactam a comunicação, ressaltando que o comunicador pleno é aquele que reconhece obstáculos e busca aprimorar suas habilidades comunicacionais para promover uma comunicação e�caz, no entanto, para isso, há a necessidade de se aprimorar a comunicação, de modo a melhorar os relacionamentos em diversas áreas da vida, abordando a complexidade da comunicação no mundo online, ressaltando que emissores podem expressar-se livremente, mas os receptores interpretam de acordo com suas percepções. Entra aqui o conceito de ruídos na comunicação, que podem ser de�nidos como interferências que podem prejudicar a compreensão, tais como: ruídos físicos, �siológicos, psicológicos e semânticos, por isso, a�rmamos que a expressão sem ruídos é uma virtude, pois contribui para evitar mal-entendidos e a disseminação de informações incorretas. Existem, então, algumas estratégias para se evitar esses ruídos na comunicação, tais como a responsabilidade do emissor na clareza da mensagem, a importância do feedback, a Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL necessidade de se veri�car se a mensagem foi recebida e compreendida e a consideração do contexto emocional. Aliás, destacamos que reduzir ruídos na comunicação é fundamental para se estabelecer boas relações e evitar con�itos. Além dos ruídos, há, ainda, a questão dos sabotadores da comunicação, que podem ser tanto intencionais quanto não intencionais, destacando o papel das más intenções na forma como nos comunicamos. Assim, existem sabotadores relacionados ao medo, à insegurança e à resistência à mudança; além disso, ainda há a preocupação com a autossabotagem, que surge na forma de comportamentos como procrastinação, preocupação, raiva e sentimento de inutilidade. Mas ainda há outros sabotadores da comunicação, como generalização, leitura mental, omissão, vícios de linguagem e o hábito de falar pelos outros. Por �m, há que se considerar a importância da estratégia na comunicação, destacando sua origem militar e sua aplicação no ambiente corporativo para criar diferenciais em relação à concorrência. As estratégias, consideradas em níveis hierárquicos elevados, exigem comunicação efetiva, tanto interna quanto externamente, visando estabelecer posicionamento e imagem diante dos stakeholders. Assim, é notável a importância de se aplicar sentido ao processo de comunicação estratégica, em que emissores e receptores devem manter atenção ativa para ajustar as estratégias conforme necessário. A estratégia na comunicação visa a resultados a longo prazo, diferenciando-se dos processos rotineiros, que buscam resultados imediatos. Trata-se de estratégias para aprimorar a comunicação interpessoal, incluindo compreensão das diferenças, respeito à forma de pensar do outro, diálogo e ação proativa na comunicação. Assim, pode-se notar a importância da comunicação estratégica em interações com sistemas de informação e comunicação tecnológicos, salientando que a exclusividade, paciência e persistência são essenciais para se evitar o senso comum. Dessa forma, entende-se por estratégias para aprimorar a comunicação interpessoal a linguagem não verbal, como toque afetivo, olhar, sorriso, proximidade física e escuta ativa, para tanto, existem critérios para se de�nir boas estratégias de comunicação, incluindo análise do contexto físico, identi�cação de objetivos e competências dos receptores, reconhecimento de pontos fracos e atenção aos canais de comunicação. Desse modo, a comunicação estratégica deve ser utilizada de forma pensada, com o objetivo de internalizar estratégias para tornar a comunicação cada vez mais e�caz. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Você é um consultor de comunicação contratado por uma empresa que percebeu a necessidade de aprimorar suas habilidades comunicacionais. A organização enfrenta desa�os na interação entre equipes, o que está afetando o desempenho geral e a satisfação dos funcionários. A liderança da empresa reconhece a importância de uma comunicação e�caz para o sucesso a longo prazo e busca sua orientação para implementar estratégias de melhoria. A comunicação entre as equipes da empresa tem sido prejudicada por ruídos, sabotadores e falta de compreensão interpessoal, além disso, os funcionários expressam frustração com mal- entendidos frequentes, con�itos não resolvidos e uma atmosfera geral de descon�ança. Diante disso, como podemos ajudar? Neste momento, re�ita sobre as seguintes questões: Qual é a melhor abordagem para promover uma comunicação mais e�caz? Quais são os sabotadores da comunicação? Por que a redução de ruídos na comunicação é consideradafundamental? Ruídos físicos são interferências relacionadas ao ambiente físico, como barulhos, ruídos externos ou problemas técnicos em dispositivos de comunicação. Algumas estratégias possíveis são: isolar o ambiente para minimizar interferências, utilizar equipamentos de comunicação de alta qualidade e estabelecer horários ou espaços dedicados para comunicação. Já os ruídos �siológicos se referem a interferências relacionadas ao estado físico dos comunicadores, como fadiga, doenças ou problemas de saúde que afetam a clareza na expressão e compreensão. Algumas estratégias possíveis: promover hábitos saudáveis, incentivar pausas para descanso e garantir que os comunicadores estejam em boas condições físicas, para otimizar a comunicação. Os ruídos psicológicos, por sua vez, envolvem fatores emocionais e psicológicos que podem distorcer a mensagem, como estresse, ansiedade, preconceitos ou emoções intensas. Algumas estratégias são: fomentar um ambiente de trabalho positivo, oferecer suporte psicológico quando necessário, promover a empatia e a autenticidade nas interações. Os ruídos semânticos, por �m, referem-se à interferência na compreensão devido a diferenças de signi�cado atribuídas às palavras, linguagem ambígua ou interpretações variadas. Algumas estratégias são: esclarecer termos ou conceitos ambíguos, utilizar linguagem clara e especí�ca e con�rmar a compreensão por meio de feedback. Em relação aos sabotadores da comunicação, eles se apresentam, geralmente, com más intenções ou medo, insegurança e resistência à mudança. Além disso, existe, também, a autossabotagem, que diz respeito a comportamentos individuais que prejudicam a própria comunicação, como procrastinação, preocupação excessiva, raiva não controlada e sentimentos de inutilidade, que afetam a autoe�cácia e a capacidade de se comunicar de forma assertiva. Algumas estratégias para lidar com sabotadores e promover comunicação autêntica incluem: criação de um ambiente de con�ança, desenvolvimento de habilidades de inteligência emocional, feedback construtivo e avaliação 360 graus, programas de desenvolvimento pessoal e pro�ssional, comunicação assertiva, técnicas de resolução de con�itos entre outras. Ao implementar essas estratégias, a empresa pode criar um ambiente de comunicação mais Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL e�caz, reduzindo a probabilidade de mal-entendidos e con�itos e melhorando a qualidade das interações interpessoais. Figura | Síntese dos conteúdos abordados durante os estudos BLOCH, V. Quem são e o que fazem os sabotadores silenciosos no trabalho. 2020. Disponível em: https://vocerh.abril.com.br/voce-rh/quem-sao-e-o-que-fazem-os-sabotadores-silenciosos-no- trabalho/. Acesso em: 23 jan. 2024. CORDEIRO, R. Q. F. et al. Teorias da comunicação. Porto Alegre: Grupo A, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022379/. Acesso em: 9 abr. 2024. DEFLEUR, M.; ROKEACH, S. Teorias da comunicação de massa. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1993. GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. HANH, T. N. A arte de se comunicar. Petrópolis: Editora Vozes, 2017. NAVARO, V. M. Teoria da comunicação e comunicação não-violenta. Curitiba: Contentus, 2020. https://vocerh.abril.com.br/voce-rh/quem-sao-e-o-que-fazem-os-sabotadores-silenciosos-no-trabalho/ https://vocerh.abril.com.br/voce-rh/quem-sao-e-o-que-fazem-os-sabotadores-silenciosos-no-trabalho/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022379/ Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL PENTEADO, J. R. W. A técnica da comunicação humana. 14. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. SOUSA, F. M. C. In�uência do ruído na comunicação interpessoal. 2006. Dissertação (Mestrado em Comunicação em Saúde) – Universidade Aberta, Lisboa, 2006. Disponível em: https://core.ac.uk/reader/61417450. Acesso em: 8 abr. 2024. , Unidade 2 Comunicação não violenta Aula 1 Componentes da comunicação não violenta Componentes da comunicação não violenta Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Nesta aula, navegaremos pelo mundo da comunicação não violenta (CNV)! Vamos compreender que ela é mais do que um conjunto de técnicas de comunicação, é uma abordagem que nos convida a nos conectarmos de coração com os outros. Segundo Rosenberg (2006), a capacidade de permanecermos compassivos é fundamental para essa prática, e a linguagem desempenha um papel central nesse processo. Então, prepare-se para embarcar nesta incrível jornada e bons estudos! Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Esta aula abordará a comunicação não violenta; por meio dela, conheceremos seu conceito, seus benefícios e os principais elementos de sua formação. Com o propósito de melhorar as relações interpessoais, a comunicação não violenta ou CNV pode ser aplicada em diferentes ambientes e https://core.ac.uk/reader/61417450 https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u2a1_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL contextos, como o familiar, escolar e empresarial. Com ela, podemos reduzir con�itos e/ou proporcionar um ambiente acolhedor, por meio da escuta ativa e da empatia. A comunicação não violenta pode ser exercida tanto por meio de palavras como por outros meios, com a capacidade de nos mantermos compassivos. Para iniciarmos, vamos partir da nossa situação-problema de hoje: imagine que você trabalha como analista de comunicação e faz parte da divisão de comunicação da rede de farmácias Ampla. Você é recém-contratado e seu líder solicita um plano de ações internas, abrangendo as principais datas do ano. Você, então, entrega o plano no prazo combinado e mais, entregando outros dois relatórios: um estudo dos novos canais de comunicação interna e uma pesquisa divulgada sobre as necessidades de funcionários do setor de farmácia. O seu líder, sempre muito atarefado, nunca tem tempo de fazer uma reunião com você para dar o devido feedback dos materiais, situação em que falaria sobre a importância deles e os pontos a melhorar; o que ocorre é apenas uma rápida conversa, com os dois de pé, informando que o plano de ações internas está aprovado para ser iniciado no próximo mês. Você, por sua vez, estabelece-se nessa área da empresa e ganha um novo colega para ajudá-lo nas atividades de comunicação interna. O líder, então, solicita que você explique como funcionam as ações de comunicação e como �cará a divisão de tarefas para cada um de vocês; diante disso, explique com suas próprias palavras como você exercerá a comunicação com o novo colega; quais elementos você deverá utilizar para que a convivência seja harmônica e se é possível tirar um bom exemplo da relação com o seu líder. Lembre-se de realizar o autoestudo, para que as suas competências e habilidades sejam desenvolvidas e efetivadas na sua área pro�ssional. Bons estudos! Vamos Começar! O que é comunicação não violenta? A comunicação não violenta (CNV) é “uma forma de comunicação que nos leva a nos entregarmos de coração” (Rosenberg, 2006, p. 14), e você deve entender que a nossa capacidade de nos mantermos compassivos apresenta em sua base a linguagem e o uso das palavras. De acordo com o Dicionário Online de Português: Compassivo: que possui ou demonstra compaixão; que compartilha dos sofrimentos alheios; indivíduo compassivo. Característica de quem se compadece, se emociona e tem vontade de ajudar alguém numa situação de tragédia, infortúnio; compadecido. Discurso compassivo ([s. d., s. p.]). No diálogo, não raramente, as palavras induzem à mágoa e à dor, para os outros e nós mesmos. Quando há comunicação violenta, signi�ca que a relaçãoestá se afastando do coração, por isso, a CNV defende que é possível continuarmos humanos, mesmo em situações adversas, desenvolvendo habilidades de linguagem, que nos ajudam a não ser automáticos e, sim, elaborarmos respostas conscientes, com base no que percebemos, sentimos e desejamos. Você Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL pode notar que a consequência é a expressão honesta, de forma respeitosa e empática, com isso, “aprendemos a identi�car e a articular claramente o fato de que desejamos em determinada situação. A forma é simples, mas profundamente transformadora” (Rosenberg, 2006, p. 15). Conforme indica a Figura 1, podemos transformar os antigos padrões que impedem uma comunicação clara; a CNV propõe novas posturas, que podem gerar reações positivas ao se escutar profundamente o que o outro tem a dizer. Figura 1 | Os antigos padrões e as novas posturas da CNV Segundo Rosenberg (2006, p. 16), a CNV, mais do que um processo de comunicação, “é um lembrete permanente para mantermos nossa atenção concentrada lá onde é mais provável acharmos o que procuramos”. A alegria aparece quando nos entregamos de coração e enriquecemos a vida de outra pessoa, pois se trata de um benefício mútuo; quem doa experimenta a melhora da autoestima ao perceber que a sua ação colaborou para tornar melhor o dia do outro. Já quem recebe a atenção e a empatia emitidas pelo outro aceita o carinho sem a preocupação dos quesitos que possam acompanhar a mensagem, como o medo, a culpa ou a vergonha. De acordo com Rosenberg (2006), é da natureza humana gostar de dar e receber comunicação de forma compassiva; diante de situações difíceis, algumas pessoas continuam a agir dessa forma, porém outras não conseguem. Os indivíduos que não conseguem podem ser impactados pelas atitudes dos que emitem uma linguagem empática, o que os deixa surpresos, e, nesse momento, entendem que podem mudar o próprio comportamento. Quando utilizamos a linguagem da comunicação não violenta, o receptor com quem dialogamos não precisa conhecer os princípios e as regras dessa relação; com a iniciativa da nossa atitude, ao sermos empáticos ao comunicar e/ou receber uma mensagem de forma compassiva, a percepção será inevitável e a compreensão de se estabelecer uma relação não violenta será manifestada, dessa forma, cada vez mais, com esse processo comunicativo colocado em prática, as relações interpessoais se tornarão mais compreensíveis e harmônicas. Assim, há a probabilidade do aumento de relações com base no ganha-ganha, as quais poderão Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL ocorrer com mais boa vontade e facilidade. Para entender melhor, comparamos o tênis e o frescobol: o tênis é uma relação ganha-perde, “já o frescobol não tem essa característica. É que para se ganhar o jogo, não podemos deixar a bolinha cair no chão – os dois jogadores ganham” (Sebrae, 2021, [s. p.]). Siga em Frente... Qual a importância da comunicação não violenta A importância da comunicação não violenta está na implementação de ações positivas, por meio de palavras ou não, para que as relações interpessoais se tornem mais amigáveis, com isso, é maior a probabilidade do estabelecimento de uma relação ganha-ganha. Segundo o Sebrae (2021, [s. p.]), o termo ganha-ganha é mais utilizado nas relações empresariais, pois “signi�ca que a negociação tem uma característica incomum: ninguém perde, todos ganham. É o que se pode dizer, por exemplo, da relação ideal entre uma empresa e seu fornecedor”. Porém, podemos entender da mesma forma quando nos referimos às relações pessoais; você deve perceber que a empatia é um dos alicerces dessa ideia. Ser empático pode mudar a forma como você vê e fala com o outro e, consequentemente, a forma como você o trata (Rosenberg, 2006). De acordo com o Dicionário Online de Português ([s. d., s. p.]), a empatia é a: Capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria; compreensão: demonstrou empatia ao ouvir os problemas de sua mãe. Aptidão para se identi�car com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, aprendendo da maneira como ele aprende etc.; identi�cação. Competência emocional para depreender o signi�cado de um objeto, geralmente de um quadro, de uma pintura etc. Faculdade para idealizar ou traçar a personalidade de alguém, projetando-a num dado objeto, de maneira que tal objeto pareça estar indissociável desta. Em uma sociedade materialista, as atitudes negativas dominam as positivas; tudo o que se faz está relacionado a condutas egoístas, que se sustentam em ações de cunho individualista. É difícil que as atitudes negativas levem à construção homogênea da família, comunidade ou nação. Não se pode construir paz sobre alicerces de medo. [...] A não-violência signi�ca permitirmos que venha à tona aquilo que existe de positivo em nós e que sejamos dominados pelo amor, respeito, compreensão, gratidão, compaixão e preocupação com os outros, em vez de o sermos pelas atitudes egocêntricas, egoístas, gananciosas, odientas, preconceituosas, suspeitosas e agressivas que costumam dominar nosso pensamento (Rosengerg, 2006, p. 11). Há muitas pessoas que reclamam da situação em que se encontram a sociedade e o Brasil, mas não se veri�ca um esforço delas para mudar as atitudes. Ser �rme nas ações empáticas e Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL facilitar o diálogo pode abrir novos espaços de discussão na resolução de con�itos. Temos que estar preparados, caso as nossas mensagens sejam mal interpretadas; em uma situação como essa, é preciso se concentrar nos sentimentos e nas necessidades do interlocutor. Talvez, ele não con�e em nossa motivação, por isso, é necessário reforçar e mostrar de outra forma as nossas intenções. Todo tipo de crítica e insulto desaparece quando ouvimos a necessidade por trás da mensagem; nessa descoberta, encontramos simples indivíduos com necessidades insatisfeitas, e quando recebemos a mensagem e temos essa consciência, surge a oportunidade de proporcionarmos um momento de bem-estar ao outro. “Uma mensagem difícil se torna uma oportunidade de enriquecer a vida de alguém” (Rosengerg, 2006, p. 118). De acordo com Mendes (2021), a CNV possui diversas �nalidades, basta que se adeque ao contexto utilizado, podendo contribuir para a construção de ambientes acolhedores, abertura de diálogo, redução de agressões físicas, manutenção de relacionamentos saudáveis, entre outros. Os benefícios são muitos, como fortalecer vínculos humanos; compreender as atitudes das pessoas por meio da empatia; reduzir as reações defensivas das outras pessoas em relação as nossas ações; facilitar o entendimento quanto às emoções, produzindo re�exões e maior tranquilidade; criar ambientes acolhedores; e, nos debates, facilitar a chegada ao consenso, sem contar os pilares da consciência, linguagem, comunicação e in�uência. Os quatro elementos da comunicação não violenta Conheceremos, agora, o processo da comunicação não violenta, composto de quatro fases: observação, sentimento, necessidades e pedido. Seguindo este passo a passo, é possível alcançar a entrega, de coração (Rosenberg, 2006). Vamos analisar cada uma dessas fases: 1. Observação: o primeiro passo é observar, a partir daquilo que as pessoas dizem e fazem, o que pode acrescentar algo de positivo na nossa vida. Bons exemplos em determinadas situações nos fazem enxergar novas possibilidades de relacionamentos proveitosos com o próximo. O desa�o é observar sem julgamentos, apenas captar a ação e analisar se podemos replicá-la em nossa vida, com a �nalidade de desenvolvimento pessoal ou pro�ssional. 2. Sentimento: o segundo passo é perceber o que sentimos ao observar a ação do outro. Trata-se de identi�car se as palavras ditas ou as atitudes exercitadas nos causam mágoa, susto, alegria ou irritação, entre outros sentimentos. 3. Necessidade: ao reconhecer qual sentimento está acontecendo conosconaquele momento, o terceiro passo é associar as nossas necessidades a esse sentimento. 4. Pedido: a última fase é a expressão objetiva e bem especí�ca, de forma verbal ou por outros meios, do que desejamos que a outra pessoa faça, ou seja, consiste em emitir as quatro informações de forma clara, evitando frases abstratas, vagas ou ambíguas. Se aplicarmos essas etapas de forma efetiva e ajudarmos os outros a conhecer e exercitar o ciclo, teremos um �uxo de comunicação de compaixão para ambos os lados. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL O que estou observando, sentindo e do que estou necessitando; o que estou pedindo para enriquecer minha vida; o que você está observando, sentindo e do que está necessitando; o que você está pedindo para enriquecer sua vida [...]. Embora eu, por conveniência, me re�ra à CNV como “processo” ou “linguagem”, é possível realizar todas as quatro partes do processo sem pronunciar uma só palavra. A essência da CNV está em nossa consciência daqueles quatro componentes, não nas palavras que efetivamente são trocadas (Rosenberg, 2006, p. 19). Com o sentimento de compaixão, as pessoas devem �rmar-se nas duas partes da CNV, conforme mostra o Quadro 1 a seguir. A honestidade e a transparência na comunicação são essenciais para criar con�ança mútua e empatia como pilares do diálogo que constrói o bem- estar do outro. 1. Expressar-se honestamente por meio dos quatro componentes. 2. Receber com empatia por meio dos quatro componentes. Quadro 1 | As duas partes da comunicação não violenta. Fonte: Rosenberg (2006, p. 19). Quando utilizamos a CNV em nossas interações com outras pessoas ou um grupo, colocamo- nos em estado compassivo natural, e isso se aplica aos relacionamentos íntimos, familiares, escolares, a negociações diplomáticas ou a situações de disputas e con�itos, como em Israel, na Nigéria, Bósnia, Croácia e Palestina, segundo Mendes (2021). Veja como a escuta ativa pode ocorrer no caso de con�itos de guerra, por exemplo: Comunicador: “Você está com raiva porque gostaria que meu governo usasse seus recursos de forma diferente?”. Refugiado: “Pode ter certeza de que estou! Você acha que precisamos de gás lacrimogêneo? Precisamos de esgotos, [...] de moradias! Precisamos ter nosso próprio país!”. Comunicador: “Estou ouvindo o quanto é penoso para vocês criarem suas crianças aqui. Você gostaria que eu soubesse que o que você quer é o que todos os pais desejam para os �lhos: uma boa educação, a oportunidade de brincar e crescer num ambiente saudável”. Refugiado: “É isso mesmo! O básico! Direitos humanos – não é isso que vocês americanos dizem?”. A comunicação não violenta também pode ser usada no desenvolvimento da autocompaixão. [...] esse processo deve ser utilizado para se expressar de forma honesta, mas também para receber com empatia a mensagem do outro. É possível perceber que a empatia foi recebida quando há um alívio de tensão ou quando o �uxo de palavras acaba. Para isso, é preciso se fazer presente e escutar atentamente. (Mendes, 2021, [s. p.]). Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Como vimos no diálogo citado por Mendes (2021), percebemos que a intenção do comunicador é entender verdadeiramente a situação que se apresenta, recebendo com empatia a troca de mensagens, e isso re�ete o exercício da autocompaixão necessário à transformação da vida de muitos indivíduos. Vamos Exercitar? Você trabalha como analista de comunicação e faz parte da divisão de comunicação da rede de farmácias Ampl; o seu líder, por sua vez, tem uma rápida comunicação com você, como um feedback do planejamento das ações de comunicação interna solicitado por ele, e em alguns meses, chegará um novo analista, para quem você precisará passar as informações e com o qual você dividirá as tarefas. Diante disso, em primeiro lugar, seja um ouvinte atencioso, pois o novato poderá indicar boas ideias para que sejam elaboradas ações de impacto e sucesso interno, caso contrário, haverá falta de estímulo para que isso ocorra novamente; depois, siga os outros elementos do processo de comunicação não violenta: identi�que o sentimento advindo com a observação das atitudes do colega, associe a sua necessidade e elabore um pedido para que ele enxergue melhorias contínuas no dia a dia do trabalho e ajude o colega a conhecer e praticar esse processo com você. Infelizmente, você não teve um bom exemplo com o seu líder, pois houve uma falta de empatia dele ao perceber o seu esforço em responder à solicitação e apresentar outros projetos complementares. Não falar sobre o fato pode até parecer que ele não aconteceu, desestimulando novos esforços de superação de desa�os. Saiba mais Para aprimorar nosso conhecimento, vamos aprofundar mais nossos estudos? Segue aqui algumas indicações: Podcast Love the Problem – Ep. 53 – CNV (Comunicação Não Violenta) – Neste Podcast é possível ter acesso ao que vem a ser a comunicação não violenta, como fazer uso desse tipo de comunicação, o que fazer com pessoas que usam a comunicação não violenta, entre outros temas. Vale a pena conferir! Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e pro�ssionais, de Marshall B. Rosenberg, disponível na Biblioteca Virtual 3.0, é uma obra- chave para a compreensão da comunicação não violenta. Referências https://www.youtube.com/watch?v=T5LJKHC__yA https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/194676/epub/0?code=I/WrGTonB7EgJkV2b2amSpnZEy5PPLnstiENbbg89DQV0j3uI9/hLp/tHVecURA7+ZTm3blDtLaTtA737TIC1Q== https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/194676/epub/0?code=I/WrGTonB7EgJkV2b2amSpnZEy5PPLnstiENbbg89DQV0j3uI9/hLp/tHVecURA7+ZTm3blDtLaTtA737TIC1Q== Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL COMPASSIVO. In: DICIONÁRIO online de português. [s. d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/compassivo/. Acesso em: 9 abr. 2024. EMPATIA. In: DICIONÁRIO online de português. [s. d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/empatia/. Acesso em: 9 abr. 2024. MENDES, T. O que é comunicação não-violenta (CNV) e como aplicar o conceito. 2021. Disponível em: https://www.napratica.org.br/comunicacao-nao-violenta/. Acesso em: 9 abr. 2024. NAVARRO, V. M. Teoria da comunicação e comunicação não violenta. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/186042/pdf/0. Acesso em: 1 fev. 2024. ROSA, M. R. da. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e pro�ssionais. Disponível em: https://pt.scribd.com/presentation/408540560/Apresentacao- Comunicacao-Nao-Violenta. Acesso em: 9 abr. 2024. ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e pro�ssionais. São Paulo: Ágora, 2006. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49562/epub/0. Acesso em: 1 fev. 2024. SEBRAE. O que é uma relação “ganha-ganha”? Como a sintonia entre empresário e fornecedor ajuda ambos a conseguirem melhores resultados e negócios. 2021. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-uma-relacao-ganha- ganha,49e3438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD. Acesso em: 9 abr. 2024. Aula 2 Necessidades Julgamento e observação Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. https://www.dicio.com.br/compassivo/ https://www.dicio.com.br/empatia/ https://www.napratica.org.br/comunicacao-nao-violenta/ https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/186042/pdf/0 https://pt.scribd.com/presentation/408540560/Apresentacao-Comunicacao-Nao-Violenta https://pt.scribd.com/presentation/408540560/Apresentacao-Comunicacao-Nao-Violenta https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49562/epub/0 https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-uma-relacao-ganha-ganha,49e3438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRDhttps://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-uma-relacao-ganha-ganha,49e3438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Nesta aula, você se deparará com um tema fundamental para o seu desenvolvimento pessoal e pro�ssional: a comunicação não violenta, que pode ser entendida como sendo o tipo de comunicação que nos desa�a a utilizar palavras que denotam habilidades sem emitir juízos de valor sobre as pessoas ou situações. Por meio da comunicação baseada em fatos, somos capazes de promover transparência e compaixão em nossas interações, possibilitando-nos nutrir relacionamentos saudáveis e construtivos. Sendo assim, vamos juntos criar uma atmosfera harmoniosa e produtiva, em que cada um se sinta valorizado e compreendido! Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Esta aula abordará os conceitos de julgar e observar, além da relação entre eles, e você verá como é possível comunicar um fato sem interferências subjetivas, ou seja, pontos críticos que surgem a partir de percepções culturais e sociais. A comunicação não violenta prega que a observação sem julgamentos pode gerar con�ança e uma relação mais transparente entre os envolvidos, e ela pode acontecer de forma cíclica a partir do emissor, mas também pode ser retribuída pelo receptor da mensagem. Diante disso, sugerimos que pratique os quatro passos da comunicação não violenta, iniciando pela observação sem avaliações, para perceber o clima de harmonia que se formará a sua volta. Nesse contexto, vamos partir da seguinte situação-problema: imagine que você trabalha como analista de relacionamento com o cliente da rede de cosméticos Pêssego e que tem quatro reuniões diárias, sendo que, pelo menos, metade delas é para cobranças de metas de atendimento. Há uma grande hierarquia na empresa, pois seu líder direto possui um supervisor, que tem um gestor, que, por sua vez, responde a um diretor, e cada um deles é cobrado pelas metas diárias. A Pêssego quer ser reconhecida como uma das melhores empresas para se trabalhar, mas você já percebeu que o seu líder direto, muitas vezes, chega na reunião com um semblante cansado e cabisbaixo, demonstrando uma preocupação incessante, mesmo calado. A cobrança é constante e o tom da conversa não é agradável; depois de cada reunião, o líder sempre abre espaço para sugestões e novas ideias, mas raramente alguém participa, por medo ou raiva. Diante do cenário, o que você pode sugerir ao líder para melhorar o ambiente para os colaboradores da Pêssego? Elenque alguns pontos importantes que poderiam ser implementados e lembre-se de realizar o autoestudo, para que as suas competências e habilidades sejam desenvolvidas e aplicadas em sua área pro�ssional. Bons estudos! Vamos Começar! O que é observação? https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u2a2_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Observação é o primeiro componente da comunicação não violenta, segundo Rosenberg (2021), e deve ser encarada como o ato de ver determinado fato sem avaliações e julgamentos. Caso o observar seja confundido com o avaliar, reduz-se a possibilidade de a mensagem enviada ser ouvida e entendida conforme foi transmitida, dessa forma, a escuta será encarada como crítica e haverá resistência ao que foi solicitado. Quando o interesse é afastado, torna-se mais difícil a conquista do coração do receptor, consequentemente, a ação que desejamos que ele exerça ao �nal do último componente da CNV (o pedido) �ca prejudicada. A CNV não impede que você avalie uma observação, mas defende que é possível ter clareza sobre o que está acontecendo e que seja aplicado o exercício de discernir onde acaba a observação e começa a avaliação. Para Ribeiro (2019, [s. p.]), observar é: Analisar empírica e cienti�camente: observar os hábitos das tartarugas. Olhar �xamente para algo, alguém ou para si próprio; analisar com cuidado; ver atenciosamente: observava os �lhos na escola; observava-se ao comer para não cometer gafes; observaram-se como dois desconhecidos. Rosenberg (2021) traz o conceito de que as avaliações são julgamentos de comportamentos estáticos das pessoas e, dessa forma, não é possível considerar esse juízo. Como a comunicação é dinâmica, os comportamentos também o serão, então, a observação deve estar livre dos julgamentos momentâneos. O Quadro 1 mostra o comparativo entre uma avaliação advinda de uma observação do fato ocorrido e uma observação que contém uma avaliação impressa nela própria. Observação com avaliação Observação sem avaliação Você é generoso demais. Quando vejo você dar aos outros todo o dinheiro do almoço, acho que está sendo generoso demais. João vive deixando as coisas para depois. João só estuda na véspera das provas. O trabalho dela não será aceito. Acho que o trabalho dela não será aceito. Quadro 1 | Comparação entre observações e avaliações. Fonte: adaptado de Rosenberg (2021). Rosenberg (2006) citou que “o �lósofo indiano J. Krishnamurti disse que observar sem avaliar é a forma mais elevada de inteligência humana”. Você deve perceber que a maioria de nós não consegue ver algo sem emitir uma visão pejorativa a respeito do acontecimento; analisar criticamente as pessoas e seu comportamento é um fenômeno cultural e social imposto há gerações. A comunicação não violenta indica que devemos usar palavras que denotam habilidades sem, no entanto, demonstrar um julgamento da situação. Um exemplo é a frase: “em vinte partidas, Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Zequinha não marcou nenhum gol”, mas veja como seria a expressão comunicativa se houvesse julgamento: “Zequinha é péssimo jogador de futebol”. Essa comunicação contém críticas em relação ao desempenho do atleta e sua atividade. Aliás, ainda é possível usar advérbios e adjetivos sem indicar uma avaliação; por exemplo, é possível dizer “a aparência de Carlos não me atrai”, em vez de “Carlos é feio” (Rosenberg, 2006). Você não deve esquecer que o ato de observar signi�ca direcionar a atenção para algo especí�co e, com isso, assimilar uma informação, que é um fato contextualizado no marco de tempo e espaço de sua realização. O que é julgamento? Um dos benefícios da comunicação não violenta (CNV) é minimizar reações defensivas e violentas com o intuito de mudar o comportamento das pessoas. A violência diz respeito à comunicação que desrespeita, discrimina e exclui, e a CNV abrange não só as formas de comunicação, mas também o modo como as intenções exercem in�uência no comportamento das pessoas (Rocha, 2017). Rosenberg (2006) denomina comunicação “alienante da vida” aquela feita sem a preocupação de seu impacto no receptor da mensagem. O emissor satisfaz a vontade de falar aquilo que sente e pensa de maneira não criteriosa, sem o olhar responsivo em relação aos sentimentos do outro. Você deve perceber que esse comportamento faz com que as pessoas se afastem do seu estado natural de compassividade, o que signi�ca ser atencioso com o bem-estar da outra pessoa. Julgar é ter uma opinião sobre; expressar um parecer, um juízo de valor acerca de: julgou o cantor; julgaram do presidente por corrupção; a vida o julgará pelos seus erros; não se pode julgar. Tomar uma decisão em relação a; considerar: julgaram que era razoável continuar; julgaram horrível o seu texto. Imaginar-se numa determinada situação; supor: julgou que lhe dariam um contrato; julga-se menos esperto do que o irmão. (RIBEIRO, 2018, [s. p.]) Para Rocha (2017, p. 6), o desenvolvimento de um estado violento pode ter causa em um julgamento moralizante, “quando não há conciliação de valores” e são usadas “palavras que rotulam e dicotomizam”, bem como pode ocorrer nos casos de comparações ou imposições. As comparações dizem respeito ao corpo físico ou à capacidade de realização de atividades, já as imposiçõesacontecem com frequência entre líderes e liderados, sendo a comunicação que exige resposta em um determinado tempo. O juízo moral é percebido em frases como: “seu problema é ser egoísta demais”, “ela é preguiçosa”, “eles são preconceituosos” ou “isso é errado”. Quando não entendemos ou não queremos fazer algo (veja o Quadro 2), muitas vezes, reagimos com violência e fazemos juízo das pessoas que nos impõem ações que rejeitamos naquele momento, e um exemplo disso é a tarefa dada por um professor ou a atividade direcionada por um chefe; preferimos criar uma escala de erros que os outros podem cometer do que parar para analisar o que as pessoas envolvidas nessa ação necessitam, de fato (Rosenberg, 2021, p. 8). Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Situação Julgamento Se a esposa ou o marido deseja mais afeto do que recebe. Ela ou ele é “carente”. Se o meu colega é mais atento a detalhes do que eu. Ele é “compulsivo”. Quadro 2 | Situações de juízo moral. Fonte: adaptado de Rosenberg (2021). Perceba que essas situações são lamentáveis e reforçam a postura de resistência. “Se essas pessoas concordam em agir de acordo com nossos valores porque aceitam nossa análise de que estão erradas, é provável que o façam por medo, culpa ou vergonha” (Rosenberg, 2021, p. 8), e isso não é bom para as relações humanas, porque diminui a boa vontade das pessoas em contribuir para que o diálogo seja transparente, uma vez que o outro agirá por obrigação. Nessas situações, a outra pessoa também paga um preço emocional, por sentir ressentimento e pela redução da autoestima. Siga em Frente... Como se comunicar através de fatos A observação dos fatos pode se dar por meio da participação, o que é diferente da mera observação, para isso, há a técnica de pesquisa, em que “o observador participa ativamente nas atividades de recolha de dados, sendo requerida a capacidade do investigador se adaptar à situação” (Pawlowski et al., 2016 apud Mónico et al., 2017). A origem da observação está na antropologia cultural; mais tarde, a técnica foi aplicada às ciências sociais e humanas, entre outras áreas. Essa observação ocorre em contato direto com os atores sociais em seus próprios contextos, eliminando deformações subjetivas para que os fatos possam ser detectados em sua forma original (Correia, 1999 apud Mónico et al., 2017). “O investigador procura descobrir e tornar acessíveis (no sentido de revelar) realidades e signi�cados que as pessoas utilizam para nortear ou atribuir sentido às suas vidas” (Jorgenson, 1989 apud Mónico et al., 2017), e você deve perceber que a observação participante é uma metodologia adequada para o investigador ou emissor da mensagem da comunicação não violenta aprender, compreender e intervir em diversos contextos, proporcionando uma aproximação com os receptores da comunicação e das suas representações sociais, além de contribuir para as necessidades desses indivíduos (Mónico et al., 2017). A comunicação por meio dos fatos gera transparência e não violência, no que diz respeito às percepções de proximidade e identi�cação; o receptor percebe a identi�cação de uma compaixão que deve �orescer de forma mútua no desenvolvimento da relação, com a comunicação clara e objetiva. De acordo com Nhat Hanh (2017), além do alimento que nos Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL sustenta para continuarmos saudáveis, é importante, também, prestarmos atenção às conversas que estão a nossa volta. Elas são o alimento que nos ajuda a crescer, nutrindo amor e compaixão. Quando ingerimos comunicação tóxica, “agimos de maneira a causar tensão e raiva, nutrindo a violência e o sofrimento” (Nhat Hanh, 2017, p. 6), assim, tal comunicação provavelmente está imbuída de julgamentos críticos, em vez de ocorrer apenas por meio dos relatos de fatos. Você não precisa de um IPhone para fazer isso. Você precisa dos seus olhos, precisa olhar para eles com compaixão. Você precisa dos seus ouvidos e da sua boca para escutar com compaixão e falar atentamente. Quando o seu ser amado for capaz de voltar para si, então o seu relacionamento se tornará um relacionamento real, porque vocês dois se sentem em casa dentro de si mesmos. (Nhat Hanh, 2017, p. 51). A comunicação dos fatos sem subjetividade associada a uma fala amorosa e compassiva é um instrumento poderoso para a manutenção de um relacionamento transparente e honesto. Convide-se a esse exercício e seja um ouvinte atencioso; �que atento aos fatos relatados e saiba analisá-los sem a interferência de suas críticas e julgamentos sociais. No trabalho, isso ocorre da mesma forma; ao se comunicar bem, de forma atenciosa, clara e transparente, relatando fatos e ajudando o colega em suas necessidades, é possível criar uma atmosfera harmônica dentro da sua atividade, o que pode ser propagado a um número maior de pessoas (Nhat Hanh, 2017). Vamos Exercitar? Você trabalha como analista de relacionamento com o cliente da rede de cosméticos Pêssego e tem reuniões diárias de cobrança das metas da empresa, mas percebeu que o clima é ruim e as pessoas �cam bloqueadas diante de tamanha cobrança feita pelo líder direto e com uma linguagem agressiva. Diante disso, o que você pode sugerir? Frente ao cenário descrito na Pêssego, é essencial sugerir ao líder medidas que promovam um ambiente de trabalho mais saudável e motivador para os colaboradores, e aqui estão alguns pontos que podem ser implementados: Já que o líder cedeu espaço para alguém falar, você pode ter uma conversa aberta e sincera com ele, talvez de forma particular, e abordar o conceito da comunicação não violenta. Você pode sugerir que uma consultoria seja feita, a �m de que todos aprendam e apliquem a comunicação transparente e sincera, mas sem causar sofrimento nem raiva na equipe, pois é importante que todos se sintam verdadeiramente à vontade para falar de suas di�culdades e possam se desenvolver de forma saudável, com o devido acompanhamento do líder, e você pode ser o monitor das dúvidas, replicando os conceitos e debatendo as situações. Feedback construtivo: incentivar o líder a fornecer feedback de maneira construtiva e orientadora. Em vez de apenas cobranças, destacar os pontos positivos e fornecer Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL sugestões para melhorias são pontos que podem motivar os colaboradores. Reconhecimento e valorização: promover a implementação de um sistema de reconhecimento para destacar o bom desempenho dos colaboradores, e isso pode incluir elogios públicos, premiações ou programas de reconhecimento. Ambiente positivo nas reuniões: sugerir a introdução de práticas que criem um ambiente mais positivo durante as reuniões, como iniciar com uma breve atividade de descontração, compartilhar conquistas da equipe ou estabelecer momentos para expressar gratidão. Participação ativa: para incentivar a participação dos colaboradores, proponha a criação de um canal anônimo para sugestões e feedback; isso pode reduzir o medo de represálias e permitir que todos expressem suas opiniões de maneira mais aberta. Treinamento em gestão de equipe: sugerir programas de treinamento em habilidades de liderança e gestão de equipe para o líder direto, uma vez que isso pode ajudá-lo a desenvolver estratégias mais e�cazes para motivar a equipe a lidar com as cobranças de maneira construtiva. Promoção de um ambiente de trabalho positivo: colaborar com o líder na criação de ações que promovam um ambiente positivo, como eventos sociais, atividades de integração e programas de bem-estar para os colaboradores. Com o ambiente harmônico, os resultados, ao longo do tempo, podem ser aprimorados e as ideias para a melhoria do trabalho surgirão. Saiba mais Pensando em te manter cada vez mais por dentro dos temas, sugerimos a leitura de alguns materiais: Canal Odisseia, de Haroldo Dutra Dias – episódio: Comunicação não violenta – a observação. Nesse episódio, Haroldo fala sobre a comunicação não violenta, dando ênfase à observação.A importância da CNV – Comunicação Não Violenta na Realização do Processo de Autoconhecimento, de Annegret F. Martinot e Augusto José C. B. do Prado Fiedler. Nesse artigo, são trabalhados os temas referentes à CNV, bem como seus passos e sua importância. A Comunicação Não Violenta (CNV) como Instrumento de Promoção da Saúde Mental no Contexto Escolar, de Ana Caroline Inácio de Alencar Aguiar e colaboradores, retrata a importância da CNV no ambiente escolar, deixando evidente sua importância nesse contexto. Referências https://www.youtube.com/watch?v=dnUocs5yb9o https://www.youtube.com/watch?v=dnUocs5yb9o https://revistas.ung.br/educacao/article/view/2174/1699 https://revistas.ung.br/educacao/article/view/2174/1699 https://downloads.editoracientifica.org/articles/210203315.pdf https://downloads.editoracientifica.org/articles/210203315.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL DI NIZO, R. O meu, o seu, o nosso querer: ferramentas para a comunicação interpessoal. São Paulo: Ágora, 2007. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/36383/pdf/0. Acesso em: 2 fev. 2024. JULGAR. In: DICIONÁRIO online de português. [s. d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/julgar/. Acesso em: 10 abr. 2024. MARTINOT, A. F.; FLEDLER, J. C. B. do P. A importância da CNV – Comunicação não violenta na realização do processo de autoconhecimento. Revista Educação, Guarulhos, v. 11, n 1, 2016. MÓNICO, L. S. et al. A observação participante enquanto metodologia de investigação qualitativa. 2017. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/318702823_A_Observacao_Participante_enquanto_me todologia_de_investigacao_qualitativa. Acesso em: 10 abr. 2024. NASCIMENTO, K. T. Comunicação interpessoal e�caz: verdade e amor. Rio de janeiro: INCISA, 1977. (Série Desenvolvimento de Executivos). NHAT HANH, T. A arte de se comunicar. Tradução: Karin Andrea de Guise. Petrópolis: Vozes, 2017. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/160258/epub/0. Acesso em: 2 fev. 2024. OBSERVAR. In: DICIONÁRIO online de português. [s. d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/observar/. Acesso em: 10 abr. 2024. ROCHA, C. R. Manual de comunicação não violenta para organizações. Monogra�a (Bacharelado em Comunicação Social) — Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: https://bdm.unb.br/handle/10483/19734. Acesso em: 10 abr. 2024. ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e pro�ssionais. São Paulo: Ágora, 2006. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49562/epub/0. Acesso em: 2 fev. 2024. ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e pro�ssionais. São Paulo: Ágora, 2021. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/194676/epub/0. Acesso em: 2 fev. 2024. Aula 3 Julgamento e observação https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/36383/pdf/0 https://www.dicio.com.br/julgar/ https://www.researchgate.net/publication/318702823_A_Observacao_Participante_enquanto_metodologia_de_investigacao_qualitativa https://www.researchgate.net/publication/318702823_A_Observacao_Participante_enquanto_metodologia_de_investigacao_qualitativa https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/160258/epub/0 https://www.dicio.com.br/observar/ https://bdm.unb.br/handle/10483/19734 https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49562/epub/0 https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/194676/epub/0 Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Necessidades Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Nossa jornada pela compreensão das necessidades humanas nos leva a um mergulho profundo no universo da comunicação não violenta e na emblemática pirâmide de Maslow — autor este que nos presenteou com uma pirâmide que transcende gerações. Das necessidades �siológicas à autorrealização e autotranscedência, cada degrau nos leva a uma compreensão mais profunda do que nos move. A partir de agora, vamos explorar juntos as profundezas das necessidades humanas, tecendo laços de compreensão e respeito em cada interação, em cada momento da vida. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Esta aula abordará as necessidades da pirâmide de Maslow reunidas em cinco extratos, desde as mais básicas (�siológicas) até as mais complexas (autorrealização); aqui, identi�caremos as necessidades de cada uma, de acordo com a matriz de valor de Kotler et al. (2012), e estudaremos a elaboração do pedido em uma linguagem adequada em relação à comunicação com os fatos e as necessidades. Sabemos que a comunicação humana é complexa e, por isso, devemos prestar atenção aos sinais das mensagens que enviamos e recebemos, dessa forma, teremos a empatia necessária para exercitar a comunicação não violenta. Vamos, então, à situação-problema da aula de hoje: imagine que você é um gestor de uma empresa de tecnologia em rápido crescimento responsável por liderar uma equipe multifuncional de desenvolvedores, designers e pro�ssionais de marketing. Recentemente, a demanda por projetos aumentou consideravelmente, devido a novos contratos e parcerias estabelecidas pela empresa, e devido ao aumento da carga de trabalho, surgiram desa�os na comunicação e na gestão de necessidades individuais dos membros da equipe; alguns colaboradores começaram a expressar frustrações e insatisfações relacionadas à sobrecarga de tarefas, à falta de reconhecimento e à di�culdade em conciliar vida pessoal e pro�ssional. Diante disso, você, como gestor, percebeu que é fundamental abordar essas questões de forma e�caz, para manter a produtividade, a motivação e o bem-estar da equipe, e com base nos princípios da comunicação não violenta e na teoria das necessidades humanas de Maslow, você decidiu implementar estratégias para melhorar o ambiente de trabalho e promover uma cultura https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u2a3_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL de compreensão e empatia. Mas como você fará isso? Quais são essas estratégias? Lembre-se de realizar o autoestudo para que as suas competências e habilidades sejam desenvolvidas e efetivadas na sua área pro�ssional. Bons estudos! Vamos Começar! As necessidades na pirâmide de Maslow O terceiro componente da comunicação não violenta é a necessidade, que signi�ca a importância da descoberta da origem dos sentimentos: “O que os outros fazem pode ser o estímulo para nossos sentimentos, mas não a causa” (Rosenberg, 2006, p. 60); à medida que escolhemos aceitar a raiz desse sentir, tornamo-nos responsáveis por aquilo que fazemos em relação aos sentimentos gerados (Rosenberg, 2006, p. 60). Quando uma mensagem negativa nos é enviada, sendo verbal ou não, há quatro opções de recebê-la, segundo Rosenberg (2006): 1. Culpar a nós mesmos – nesse caso, tomar a acusação como pessoal torna-se difícil para a autoestima. 2. Culpar os outros – quando devolvemos a acusação ao emissor, sentimos raiva. 3. Escutar nossos próprios sentimentos e necessidades – ter a consciência dos nossos reais sentimentos e das necessidades atreladas a eles. 4. Entender os sentimentos e escutar as necessidades dos outros – ouvir com atenção para entender os sentimentos e as necessidades do outro. Faz-se importante perceber que, entre essas quatro alternativas, devemos escolher aquela que não promoverá con�itos com o interlocutor, para que as necessidades sejam atendidas mediante a elaboração do pedido (4° passo da comunicação não violenta). Para conhecer melhor as necessidades humanas, vejamos algumas destacadas por Rosenberg (2006):autonomia (escolher os próprios sonhos), celebração (celebrar a vida), integridade (ser autêntico), interdependência (aceitação, apreciação), lazer (diversão), comunhão espiritual (harmonia, inspiração) e necessidades físicas (alimento, descanso), e esses tipos se relacionam ao estudo do psicólogo estadunidense Abraham Harold Maslow, publicado em 1943, que revela uma escala de motivos que determinam o comportamento das pessoas, tendo sido divulgada na forma de uma �gura geométrica piramidal (Rocha; Ferreira; Silva, 2012). Quando as necessidades individuais não estão satisfeitas, cria-se um estado de tensão, o que gera uma pressão interna para que o problema seja solucionado e para que a necessidade seja, assim, atendida, e um mesmo comportamento pode ter mais de um motivo como antecedente (Rocha; Ferreira; Silva, 2012, p. 69). O modelo de Maslow apresenta categorias para as necessidades: Fisiológicas: é o nível mais básico de necessidades humanas, como comer, beber, dormir etc. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL De segurança: é a busca por proteção física e mental, podendo incluir a proteção contra a violência etc. De a�liação: é o desejo de pertencimento. De estima: é representada pela autoestima, respeito e reconhecimento. De autorrealização: é o desejo do indivíduo de realizar o seu sonho. Após a análise e a divulgação das cinco faixas de necessidade, Maslow adicionou uma sexta categoria, a necessidade de autotranscedência, “implicando superar a própria individualidade e integrar-se à comunidade, servindo aos objetivos coletivos” (Rocha; Ferreira; Silva, 2012, p. 70). O estudo sugere que, mesmo sentindo diversas necessidades, o ser humano tem a tendência de atender primeiro às suas necessidades de nível inferior (necessidades �siológicas) e, posteriormente, às necessidades de nível superior (de autorrealização), de acordo com o esquema apresentado na Figura 1 a seguir. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 1 | A pirâmide das necessidades. Fonte: Rocha, Ferreira e Silva (2012, p. 70). Você deve ter percebido que as necessidades podem ser satisfeitas de diversas formas, seja por um gesto amoroso, seja um olhar atencioso, um ato relevante para o outro ou uma palavra de afeto. As escolhas podem acontecer de acordo com o ambiente e as situações em que estamos em determinados momentos, e a comunicação não violenta ressalta que os momentos difíceis sempre existirão, assim, o exercício de autoconhecimento é fundamental para que sejam identi�cados com clareza os sentimentos e as necessidades que, de fato, movem e transformam as situações de vida. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Siga em Frente... Como identi�car as necessidades de cada um Além das cinco categorias referentes às necessidades humanas, de acordo com a pirâmide de Maslow, podemos, também, entender outra necessidade: a espiritual. A necessidade e os desejos emocionais podem estar juntos para mover o ser humano em prol de determinada ação, e essa teoria não é apenas aplicada às relações interpessoais, ela é estudada também nas áreas de comunicação estratégica das organizações (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2012). Como a raiz do movimento empresarial é de�nida na missão, visão e valores, criou-se uma matriz para a análise motivacional de clientes e funcionários, já que estamos falando de pessoas e de seus distintos interesses. Como vemos na Figura 2, as motivações são entrelaçadas pelo conjunto mente, coração e espírito, que são os pressupostos da matriz com base em valores, não satisfazendo apenas um ou outro eixo da matriz. Por exemplo, o sentido é estabelecer algum tipo de peso que possa favorecer mais a necessidade espiritual em algumas situações ou, em outro momento, valorizar mais os motivos do coração. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 2 | Esquema da matriz com base em valores.Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2012, p. 65). A atenção dispensada às pessoas re�ete uma preparação ao relacionamento, para que a empatia seja fertilizada e a con�ança �oresça cada vez mais. Para identi�car as necessidades, é preciso observar com atenção se, na fala das pessoas ou em suas atitudes, há a responsabilidade por seus sentimentos (Rosenberg, 2006, p. 79-80). Veja, por exemplo, as duas frases a seguir: Fico com raiva quando você diz isso, porque quero respeito e ouço suas palavras como um insulto. Estou triste por você não vir para o jantar, porque pensei que passaríamos a noite juntos. Outro exemplo de frase: “Você me irrita quando deixa os documentos da empresa no chão da sala de conferências”. Nesse caso, a a�rmação indica que a pessoa que deixou os documentos no chão é responsável exclusivamente pelo sentimento de quem falou; além disso, a frase não aponta as necessidades da pessoa que falou, para isso, ela deveria ser: “Fico irritado quando você deixa documentos da companhia no chão da sala de conferências, porque quero que Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL nossos documentos sejam guardados em segurança e �quem acessíveis”. Percebeu a diferença? No caso das empresas, a atenção aos clientes pode ocorrer da mesma forma, e é preciso conhecê-los para atender às suas necessidades. O mercado desenvolvido também está se transformando em um tipo completamente diferente de mercado. O mercado em amadurecimento é apenas um pequeno sinal de que estão ocorrendo grandes mudanças. Com a maior so�sticação da sociedade, os consumidores tentarão satisfazer necessidades humanas mais elevadas e as necessidades básicas se tornarão secundárias (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2012, p. 119). No mundo globalizado, os sentidos humanos estão se comunicando com pessoas, coisas, ideias, questões e pensamentos, tanto ao redor do seu próprio bairro como por toda a nação, e esse processo ocorre em diferentes momentos da vida e exerce um dinamismo especial, logo, o ideal é seguirmos com os ajustes permanentes, conforme as nossas necessidades. Em vez de tratar as pessoas simplesmente como consumidoras, os pro�ssionais de marketing as tratam como seres humanos plenos: com mente, coração e espírito. Cada vez mais, os consumidores estão em busca de soluções para satisfazer seu anseio de transformar o mundo globalizado num mundo melhor (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2012, p. 22). Comunicação com fatos e necessidades A comunicação com fatos e necessidades pode ocorrer por meio de um pedido, e esse pedido deve ser feito de modo especial, selecionando-se as palavras positivas, para ser atendido e não provocar resistência. Além de utilizarmos uma linguagem positiva, devemos evitar frases vagas, abstratas ou ambíguas e formular nossas solicitações na forma de ações concretas que os outros possam realizar. Uma tira de quadrinhos mostra um homem que havia caído num lago. Enquanto ele luta para nadar, grita para a cadela na margem: “Lassie, vá procurar ajuda!” No quadrinho seguinte, a cadela está deitada no divã de um psicanalista (Rosenberg, 2006, p. 84). Em primeiro lugar, você deve ter clareza do que é preciso pedir ao outro; em seguida, deve formular a frase que será emitida de forma objetiva e completa, para que ela gere o menor ruído possível. Lembre-se de que uma linguagem vaga dá margem para uma comunicação não assertiva, e quando fazemos um pedido como “estou com sede!”, é possível que ele gere dúvidas no ouvinte, pois apenas um sentimento nosso está sendo expresso, e as necessidades são ligadas aos sentimentos percebidos em relação a uma determinada situação. Necessidade é aquilo que é essencial, e, segundo o Dicionário Online de Português ([s. d, s. p.]), a necessidade também representa: Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL [..] aquilo que não se consegue evitar; inevitável: comer é uma necessidade. O que não se deve prescindir; que não se pode pôr de parte; imprescindível: ele precisava suprir suas necessidades.O que tem utilidade; que é conveniente; conveniência: percebeu a necessidade daquele trabalho. Falta daquilo que é essencial; falta: ele compreendeu a necessidade da medicação para a sua recuperação. Essencial para aquele exato instante; apuro: o diretor tem necessidade do professor agora. É comum que, ao falarmos, expressemo-nos de forma simples e sem consciência do que está sendo pedido. Muitas vezes, as palavras começam a ser ditas, mas o diálogo com o receptor ainda não foi estabelecido. Vamos falando, com palavras soltas, sem a preocupação de cumprir a função primordial da comunicação efetiva: o entendimento da mensagem e, como aprendemos na comunicação não violenta, o cumprimento do pedido para o nosso bem-estar. A mensagem que emitimos nem sempre é a mesma recebida pela outra pessoa; quanto maior a clareza na forma de se comunicar, maior a probabilidade de a ação estar correta em relação ao pedido solicitado. Nas situações de dúvida, é bom que o emissor peça um retorno para se certi�car de que a sua mensagem foi entendida de forma adequado pelo outro. Podemos perguntar “Está claro?”, para esclarecer algum mal-entendido, e ouvir da pessoa, com suas próprias palavras, aquilo que ela captou da mensagem emitida. Nesse momento, expresse apreciação (Rosenberg, 2006), seja empático e, se for o caso, diga: “Obrigado por responder ao que perguntei, mas vejo que eu não fui tão claro. Posso tentar de outra forma?”. Vamos Exercitar? Você é um gestor de uma empresa de tecnologia em rápido crescimento responsável por liderar uma equipe multifuncional de desenvolvedores, designers e pro�ssionais de marketing. Recentemente, a demanda por projetos aumentou consideravelmente, devido a novos contratos e parcerias estabelecidas pela empresa, e alguns colaboradores começaram a expressar frustrações e insatisfações relacionadas à sobrecarga de tarefas, à falta de reconhecimento e à di�culdade em conciliar vida pessoal e pro�ssional, levando você a pensar em estratégias para melhorar o ambiente de trabalho e promover uma cultura de compreensão e empatia. Diante disso, quais são essas estratégias que você pensou? Vamos lá! A comunicação e�caz e o atendimento das necessidades individuais são elementos essenciais para o sucesso de qualquer equipe. Ao entender e aplicar os princípios da comunicação não violenta, os gestores podem promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo, onde os membros da equipe se sintam valorizados e compreendidos. Além disso, a teoria de Maslow sobre as necessidades humanas fornece uma estrutura útil para se compreender as motivações e preocupações dos colaboradores, ajudando os gestores a identi�car áreas de melhoria e oferecer suporte adequado para o crescimento pessoal e pro�ssional. Quanto às estratégias, é possível pensar nas seguintes ações: Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Realizar sessões de treinamento em comunicação não violenta para os líderes e membros da equipe, fornecendo ferramentas e habilidades para lidar com con�itos e promover uma comunicação e�caz. Implementar canais de feedback regulares e anônimos para que os colaboradores possam expressar suas preocupações, sugestões e necessidades de forma segura e con�dencial. Realizar reuniões individuais com os membros da equipe para discutir suas metas, desa�os e necessidades de desenvolvimento pro�ssional e pessoal. Estabelecer programas de reconhecimento e recompensa para valorizar as contribuições dos colaboradores e promover um ambiente de trabalho positivo e motivador. Oferecer suporte e recursos para ajudar os colaboradores a equilibrar suas responsabilidades pro�ssionais e pessoais, como �exibilidade de horários, programas de bem-estar e acesso a serviços de apoio. Com essas ações, espera-se uma melhoria na comunicação e no relacionamento entre os membros da equipe e com a liderança; a redução do estresse e o aumento do engajamento e da satisfação no trabalho; uma maior colaboração e trabalho em equipe, resultando em maior produtividade e qualidade nos projetos; o crescimento pessoal e pro�ssional dos colaboradores, com suporte adequado para o desenvolvimento de suas habilidades e carreiras. Lembre-se sempre de que a implementação de estratégias baseadas na comunicação não violenta e nas necessidades humanas pode transformar o ambiente de trabalho e promover o bem-estar e o sucesso da equipe. Ao reconhecer e atender às necessidades individuais dos colaboradores, os gestores podem criar uma cultura organizacional positiva e inspiradora, em que todos se sintam valorizados, respeitados e motivados a alcançar seus objetivos comuns. Saiba mais Vamos aprender mais? Então, se liga nestas dicas: Hierarquia das necessidades de Maslow: validação de um Instrumento, de Thiago Medeiros Cavalcanti e colaboradores. Embora seja um artigo de validação de um instrumento, ele traz conceitos importantes que podem ajudar no entendimento da hierarquia das necessidades de Maslow. Vale a pena sua leitura! Comunicação interna: benefícios para as empresas e motivação para os funcionários, de Vivian Souza da Silva e colaboradores – artigo que visa avaliar se a comunicação aplicada motiva ou não os funcionários. Motivação e Personalidade, de Abraham H. Maslow — nesse livro, Maslow explora a hierarquia das necessidades humanas, fornecendo insights sobre como as necessidades in�uenciam o comportamento e a motivação das pessoas. Referências https://www.scielo.br/j/pcp/a/X4Cm9CPhzCCSxzGfZ9TBVzh/ https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/13422124.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL NAHUM, C.; ADOLFO, S. Sentimento ou pensamento. [s. d]. SENTIMENTO. In: DICIONÁRIO online de português. [s. d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/sentimento/. Acesso em: 10 abr. 2024. SHUDO, A. Sentimentos: temos tanto assim? Saiba como eles agem e como funcionam. 2017. STALLARD, P. Bons pensamentos – bons sentimentos: guia de terapia cognitivo-comportamental para adolescentes e jovens adultos. Tradução: Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed, 2021. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820109/. Acesso em: 2 fev. 2024. Aula 4 Sentimento e pensamento Sentimento e pensamento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Você já se pegou pensando sobre seus sentimentos? Quem nunca, não é mesmo? Na aula de hoje, trataremos justamente desse tema: os sentimentos, bem como exploraremos a complexidade e a importância dos sentimentos em nossas vidas, abordando desde de�nições até re�exões sobre a interação entre emoção e pensamento, em busca de uma jornada de autoconhecimento e da compreensão das dinâmicas emocionais que permeiam nossa existência. Vamos juntos? Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Esta aula abordará os conceitos dos termos “sentimento” e “pensamento”, para que você possa analisar a interação humana sob a perspectiva do autoconhecimento. O exercício re�exivo da identi�cação dos sentimentos, provocados pela força dos pensamentos, pode gerar ações positivas ou negativas, por isso, precisamos dar a devida atenção à comunicação compassiva, https://www.dicio.com.br/sentimento/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820109/ https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u2a4_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL proposta pela comunicação não violenta (CNV), de modo que os pensamentos negativos sejam afastados das relações interpessoais. O desenvolvimento de colaboração e de empatia com o outro amadurecerá as suas relações pessoais nos diversos grupos que você frequentar. Vamos à nossa situação-problema de hoje: Carolina é uma jovempro�ssional que trabalha em uma empresa de tecnologia e que, recentemente, foi promovida a uma posição de liderança em um projeto importante para a empresa. O novo cargo trouxe uma série de desa�os e responsabilidades que Carolina não estava acostumada a enfrentar, diante disso, ela se vê frequentemente sob pressão para entregar resultados e liderar uma equipe diversi�cada de pro�ssionais. Carolina está enfrentando uma série de sentimentos e pensamentos em relação ao seu novo cargo e às expectativas que cercam sua performance; ela se encontra sobrecarregada e ansiosa diante das demandas do trabalho, além disso, percebe que suas emoções estão afetando sua capacidade de se concentrar e liderar efetivamente sua equipe. Ela se pega, constantemente, preocupada com o que os outros pensam dela e com medo de não corresponder às expectativas, bem como sente que está perdendo o controle sobre suas emoções e se distanciando das atividades que costumava desfrutar. Ela se percebe em um estado de estresse e tensão, o que está começando a afetar seu desempenho no trabalho e sua qualidade de vida. Nesse contexto, vamos ajudar Carolina? Quais estratégias Carolina pode adotar para lidar com seus sentimentos e pensamentos de forma mais saudável? Como a aplicação dos princípios da comunicação não violenta (CNV) pode ajudar Carolina a lidar com seus sentimentos e melhorar suas relações interpessoais no ambiente de trabalho? Lembre-se de realizar o autoestudo para que as suas competências e habilidades sejam desenvolvidas e efetivadas na sua área pro�ssional. Bons estudos! Vamos Começar! O que são sentimentos O conceito de sentimento é abordado pelo Dicionário Online de Português ([s.d., s. p.]) como uma “ação de perceber através dos sentidos, de ser sensível”. O dicionário ainda traz as seguintes acepções: [...] capacidade de se deixar impressionar, de se comover; emoção. Expressão de afeição, de amizade, de amor, de carinho, de admiração. Conhecimento intuitivo sobre; consciência: sentimento de dever cumprido. Modo de se comportar de�nido pelo afeto: sentimento ufanista. Demonstração de vigor, de energia; entusiasmo: cantava com sentimento. Stallard (2021) descreve os sentimentos sob a concepção da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que traz um estudo no modelo da tríade: o que você pensa, como você se sente e o que você faz (ver Figura 1). De acordo com as adversidades que atravessamos na família, no trabalho ou nos diversos grupos de que participamos, é preciso prestar atenção aos sentimentos, que podem impactar negativamente ou positivamente os nossos comportamentos. “Quando nos Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL sentimos preocupados, estressados, irritados ou infelizes, podemos não querer fazer as coisas” (Stallard, 2021, p. 83). Figura 1 | Pensamentos, sentimentos e comportamentos. Fonte: Stallard (2021, p. 32). Entender como nos sentimos frente às diversas situações que vivemos é muito importante, pois, muitas vezes, não percebemos o real sentimento vivenciado. Alguns sentimentos podem ter Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL rápida duração, outros permanecem em nossas lembranças por muito tempo. Os sentimentos podem mudar ao longo da vida, porém “quando seus sentimentos tomam conta, você precisa recuperar o controle de sua vida e aprender maneiras de ajudar-se a se sentir melhor” (Stallard, 2021, p. 139). A falta de atenção ao que sentimos a cada acontecimento torna difícil a identi�cação dos sentimentos, mas perceber os sinais corporais que informam quando estamos alegres ou tristes, por exemplo, pode ajudar. É comum notarmos sinais corporais quando estamos ansiosos, tais como taquicardia, respiração acelerada e sensação de calor; alguns podem tremer, outros adiam as coisas que precisam fazer, já outros, ainda, querem a companhia de alguém nesse momento. Os sentimentos podem parecer aleatórios, mas estão associados às nossas ações e à nossa forma de pensar. Alguns pensamentos nos fazem sentir bem, outros, por sua vez, podem gerar sentimentos de angústia, tristeza ou desilusão. Quando os sentimentos são fortes e difíceis, é importante sabermos como controlá-los, para nos sentirmos melhor e não atingirmos alguém que não apresenta relação com a questão. Quando seus sentimentos assumem o controle, você pode adiar as coisas, evitar coisas que o desa�em ou parar de fazer o que costumava gostar de fazer. Você acaba fazendo cada vez menos e passando mais tempo em casa sozinho (Stallard, 2021, p. 149). Exercícios de relaxamento e de respiração, atividades físicas, visualização de imagens calmantes ou uma simples conversa com alguém em quem você con�e podem ser bons aliados para o controle desses sentimentos. A jornalista Anna Shudo (2017) concorda que os sentimentos afetam nossa vida, nosso modo de estar e nosso comportamento, por isso, é importante buscarmos o bem-estar e cultivarmos a nossa espiritualidade — partes integrantes do ser humano. Como diferenciar sentimentos de pensamentos Em geral, as pessoas podem achar que sentimentos e pensamentos podem estar próximos em conceitos, pois fazem parte do cotidiano humano, mas Nahum e Adolfo [s. d.] a�rmam que o sentimento está ligado a um estado emocional, enquanto o pensamento está ligado a um estado racional. Mas como saber o que ocorre primeiro? Como os dois termos coexistem na forma de interpretação do mundo, a condição racional leva mais tempo para reagir do que a emocional. Por outro lado, em situações de embaraço ou apreensão, a emoção é mais lenta do que o pensamento, “dessa forma, o equilíbrio ideal seria utilizar seu lado racional para avaliar os riscos, visualizar as vantagens e analisar todas as possibilidades” (Nahum; Adolfo, [s. p., s. d.]). “Se compreendermos melhor nossa maneira de pensar, poderemos descobrir de que forma podemos nos ajudar a nos sentirmos melhor e a lidar com problemas e desa�os” (Stallard, 2021, p. 83), e para nos sentirmos melhor e desenvolvermos maneiras mais equilibradas de pensar, Stallard (2021) nos ajuda a entender que as situações podem não sair como o planejado, mas frequentemente não são tão negativas quanto antecipamos. Enfrentamos desa�os, porém Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL tendemos a subestimar ou ignorar suas consequências. Aliás, podemos tomar medidas para alterar nossas emoções e reconquistar o domínio de nossas vidas. A relação entre bons pensamentos e bons sentimentos “funciona melhor quando você está se sentindo motivado e acredita que pode fazer diferença na maneira como se sente” (Stallard, 2021, p. 86). Seu modo de pensar afeta a forma como você se sente; pensamentos positivos ou úteis fazem você se sentir bem (se você pensa, por exemplo, “aguardo ansioso a minha festa”, provavelmente, se sentirá animado), assim como pensamentos críticos fazem você se sentir mal (se você pensa, por exemplo, “ninguém vai aparecer na minha festa”, provavelmente, você se sentirá nervoso) (Stallard, 2021). Muitos dos sentimentos passam desapercebidos, assim, não nos damos conta de que determinada situação pode nos provocar ou despertar certos sentimentos; em outras ocasiões, podemos sentir fortes emoções, que tenham uma longa duração e que marquem a nossa vida por muitos anos. A chamada armadilha negativa se dá pela forma negativa de pensar. Agir de forma crítica ou disfuncional pode gerar sentimentos como tristeza, ansiedade ou raiva, e quando isso acontece, achamos difícil lidar com desa�os. Quanto mais agimos em prol do entendimento e do controle dos sentimentos negativos, mais ágil passa a ser o nosso desenvolvimento pessoal e, consequentemente, maior será o nosso poder de melhorar a qualidade das relações humanas. Quando você se deparar com uma situação difícil para resolver, Stallard (2021) indica um exercício de registro das etapas e das fases de pensamento, sentimento e ação para análise posterior, como mostra a Figura 2. “Compreender a ligação entre o que pensamos, como nos sentimosnele um pouco de si, e, como consequência, a comunicação se torna menos con�ituosa e mais compassiva. Pelizzoli (2019) informa que a comunicação compassiva é, também, uma maneira de comunicação não violenta ou uma comunicação empática, transparente e feita com o coração, e isso se dá tanto ao ato de falar como de ouvir. A depender do local e do público com o qual você Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL venha a se comunicar, a sua comunicação precisará de ferramentas e modos especí�cos para acontecer de forma e�caz. Por exemplo: no seu ambiente de trabalho, a comunicação será diferente da que você tem com seus familiares, bem como não será a mesma conforme o grau hierárquico que você ocupa na organização. A comunicação, se você é �lho, é de uma forma, se é pai, é de outra; caso seja chefe, a comunicação será distinta do funcionário, e assim por diante. A consciência destes aspectos — hierarquia, local e público — pode ser um bom medidor de como se portar na comunicação, como um manual de etiquetas da comunicação interpessoal. Hanh (2017, p. 24) diz que “comunicamo-nos para sermos compreendidos e para compreender o outro. Se estivermos falando e ninguém estiver escutando [...], é porque não estamos nos comunicando de forma e�ciente”. Assim, se desejamos ser compreendidos verdadeiramente, temos de saber compreender o outro, bem como escutar a nós mesmos. Pense em como você gostaria de ouvir e ser ouvido e reproduza esse pensamento na comunicação com as outras pessoas. Siga em Frente... Qual é o processo de comunicação? A comunicação é um processo psicológico e pode acontecer de forma verbal e não verbal. Para ser efetiva, são necessários, pelo menos, um emissor, um receptor e uma mensagem (Navaro, 2020). Para a comunicação verbal, têm-se as palavras faladas ou escritas, e para a não verbal, há desenhos, sons e cores (Cordeiro et al., 2017). Atente-se ao exemplo da Figura 1, sobre a qual Cordeiro et al. (2017, p. 48) explicam que “a primeira imagem é um exemplo de linguagem não verbal – a ideia de que é proibido estacionar está expressa por meio de um sinal visual. A segunda é um exemplo de linguagem verbal, pois o conteúdo está expresso por meio de palavras”. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 1 | Comunicação verbal e não verbal. Fonte: Cordeiro et al. (2017, p. 48). Você pode identi�car alguns emissores da comunicação na televisão, no rádio, em podcasts, em cursos, em palestras, em workshops, nas músicas, nos livros, em revistas, nas postagens etc., e para esses emissores, há receptores, como consumidores de conteúdo, alunos, usuários de redes sociais e assinantes de revistas. Nesse ínterim está a mensagem, que é in�nita, geral ou especí�ca: há quem goste de animais de estimação, por exemplo, e há quem se interesse apenas por comidas para gatos ou adestramento de cães (perceba que cães e gatos fazem parte do universo de animais de estimação), logo, você deve perceber que, em um universo de conteúdos, existem assuntos bem especí�cos que se enquadram em nichos distintos de público. Cordeiro et al. (2017) apontam que, entre as teorias da comunicação, há a Teoria de Lasswell (1948), segundo a qual o processo da comunicação possui, além de emissor, receptor e mensagem, citados anteriormente, o canal e os efeitos. Por sua vez, os autores acrescentam a esse processo os itens signos, informação, sintonia, códigos, retorno, contexto, sinais, canal, repertório e redundância; segundo eles, os elementos do processo da comunicação têm as seguintes funções: Emissor: aquele que produz e emite a mensagem. Receptor: quem recebe e interpreta a mensagem. Mensagem: aquilo que o emissor transfere para o receptor. Código: pode ser visual, sonoro ou tátil. Retorno: a resposta do receptor ao emissor. Canal: o meio físico que transporta os sinais do emissor ao receptor. Ruído: interferência no canal de comunicação, ou seja, na mensagem que é transmitida. Nem todos os elementos citados foram descritos, entretanto, esses são os mais comuns no estudo dos processos da comunicação. Sendo assim, o processo de comunicação acontece Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL com a interação entre esses elementos, seguindo uma ordem padrão de associação entre eles, porém com algumas variantes. A ordem padrão costuma ser: o emissor transmite a mensagem ao receptor; essa mensagem é transmitida por um canal, por meio de um código, e pode conter um ruído; ao receber a mensagem, o receptor dá o retorno ou a resposta, e o processo de comunicação se completa ou continua, partindo novamente do início. Veja a representação na Figura 2. Figura 2 | O processo de comunicação. Fonte: Faraco e Moura (1997 apud Cordeiro et al., 2017, p. 48). O processo de comunicação nem sempre é identi�cado quando conversamos, pois, se comunicar é, também, conversar. Assim, nos conteúdos ocultos de uma conversa formal ou informal estão os elementos que tornam a comunicação mais clara e objetiva, e quanto mais dermos atenção a eles, melhor se tornará o nosso processo de comunicação. Vamos Exercitar? O presente estudo de caso visa explorar os desa�os enfrentados na comunicação interpessoal em um ambiente em que a língua portuguesa é compartilhada por oito países distintos, destacando as nuances culturais e as deturpações informais que podem surgir. Vamos ajudá- los? Antes disso, precisamos pensar que a comunicação é um processo complexo que envolve a troca de informações, ideias e sentimentos entre indivíduos ou grupos, e essa troca não se limita apenas à linguagem verbal, mas também abrange a comunicação não verbal, o que torna o entendimento ainda mais desa�ador, especialmente em contextos multiculturais. Para tanto, podemos pensar em algumas ações: Sensibilização cultural: promover sessões de sensibilização cultural para conscientizar a equipe sobre as diferenças linguísticas e culturais, incentivando a compreensão mútua. Treinamento em comunicação interpessoal: oferecer treinamentos especí�cos em comunicação interpessoal, destacando as diferenças culturais na interpretação de Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL mensagens verbais e não verbais. Uso de ferramentas de tradução contextual: implementar ferramentas que considerem o contexto cultural ao traduzir mensagens, minimizando a deturpação de signi�cados. Feedback construtivo: encorajar um ambiente de comunicação aberta, em que os membros da equipe possam fornecer feedback construtivo sobre mal-entendidos e buscar esclarecimentos quando necessário. Assim, podemos perceber que a comunicação interpessoal em ambientes multiculturais apresenta desa�os signi�cativos, mas com esforços direcionados para promover a compreensão mútua, sensibilidade cultural e treinamentos especí�cos, é possível superar essas barreiras e fortalecer a e�cácia da comunicação dentro da equipe internacional. Este estudo destaca a importância de se considerar a diversidade cultural e linguística para alcançar uma comunicação interpessoal bem-sucedida. Saiba mais Para se aprofundar mais nos temas aqui apresentados, recomendamos a leitura de alguns materiais: A técnica da comunicação humana, de José Roberto Whitaker Penteado, disponível em Minha Biblioteca. Nessa obra, o autor apresenta informações muito importantes acerca do processo de comunicação, sobre a comunicação na era digital, o papel da linguagem na comunicação, entre outros temas, fazendo com que a obra seja de leitura fácil e agradável. Comunicação como instrumento de enfermagem no cuidado interpessoal do usuário, de Fernando Conceição de Lima e colaboradores. Referências CORDEIRO, R. Q. F. et al. Teorias da comunicação. Porto Alegre: Grupo A, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022379/. Acesso em: 23 jan. 2024. GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. HANH, T. N. A arte de se comunicar. Petrópolis: Editorae o que fazemos pode ajudar a nos tirar da armadilha negativa” (Stallard, 2021, p. 93). Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 2 | Exercício para as situações difíceis. Fonte: Stallard (2021, p. 100). Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Siga em Frente... Integrar observação, necessidades, sentimentos e pedido Você já estudou o conceito da comunicação não violenta (CNV), que tem como princípio os componentes: observação, necessidade, sentimento e pedido. A integração dessas etapas pode colaborar para o autoconhecimento, pois, em sua aplicação, ocorre o exercício contínuo de sentimentos e comportamentos, que dizem respeito aos nossos interesses pessoais. De acordo com a Psicologia do Desenvolvimento Humano, o bebê passa a interagir com situações físicas, culturais e sociais. Nesse contexto, a CNV propõe que: Nas diversas interações humanas, o ser busca constantemente a sua autorrealização. A partir do propósito de um entendimento que facilita a harmonização das próprias necessidades com as das outras pessoas, passa a existir a possibilidade de uma mudança de foco, deixando de se ater aos próprios erros e aos erros do outro, passando a contemplar as necessidades de todos (Martinot, 2016, p. 2). Como o ser humano tem natureza compassiva, torna-se necessário o uso adequado da linguagem e da postura corporal nas conversações com os diversos grupos de que fazemos parte, assim, substituímos antigos padrões de defesa pelo enfoque da compaixão, com a valorização do respeito, atenção e empatia (Martinot, 2016). A integração dos quatro componentes (observação, necessidades, sentimentos e pedido) afastará a chamada comunicação alienante, que retrata o comportamento violento. Quando agimos assim no julgamento das ações dos outros, não enxergamos as possibilidades de solução dos impasses nem as potencialidades das pessoas envolvidas (Martinot, 2016), assim, de acordo com Rosenberg (2006 apud Martinot, 2016), o propósito da comunicação não violenta (CNV) é construir relacionamentos fundamentados na honestidade, na sinceridade e na empatia, não visando manipular as pessoas ou seu comportamento para alcançar os próprios objetivos. Portanto, é essencial que os outros con�em em nosso compromisso primordial com a qualidade dos relacionamentos, garantindo, assim, a satisfação das necessidades de todos os envolvidos; aliás, dessa forma, a CNV contribui para o processo do autoconhecimento. Nesse contexto, é preciso lembrar o que diz Fiedler (2013, p. 150 apud Martinot, 2016, p. 11): “a palavra quando usada oportunamente é a ferramenta que transforma o pensamento, a ideia, em realidade”, e ele se refere a uma mudança de postura, que pressupõe a constante re�exão sobre os nossos sentimentos e as atitudes geradas pela relação com as pessoas em diversos contextos: na nossa família, no trabalho ou com vizinhos e amigos (Martinot, 2016). A cultura de paz, proposta pela CNV, tornou-se a principal vertente da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); trata-se de uma iniciativa de longo prazo concretizada pela valorização da diversidade cultural, facilitando o diálogo entre pessoas Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL com diferentes pontos de vista, por exemplo. A tolerância e a solidariedade visam à sustentação da liberdade de opinião (Martinot, 2016). Para a melhoria das relações e a aplicação do autoconhecimento, a CNV nos convida a experimentar e aplicar os quatro componentes, pois se trata de uma atenção a “nós mesmos, aos nossos pensamentos, às nossas atitudes, às nossas palavras, à nossa conduta e à nossa postura perante a vida” (Martinot, 2016, p. 18). Vamos Exercitar? Hoje, conhecemos o caso de Carolina, uma jovem pro�ssional que trabalha em uma empresa de tecnologia e, recentemente, foi promovida a uma posição de liderança em um projeto importante para a empresa. O novo cargo trouxe uma série de desa�os e responsabilidades que Carolina não estava acostumada a enfrentar, logo, ela se vê frequentemente sob pressão para entregar resultados e liderar uma equipe diversi�cada de pro�ssionais. Além disso, Carolina percebe que suas emoções estão afetando sua capacidade de se concentrar e liderar efetivamente sua equipe, diante disso, como podemos ajudá-la? Preocupações com as expectativas dos outros, medo de falhar, insegurança em relação às suas habilidades de liderança, autocrítica constante são os principais pensamentos que estão contribuindo para os sentimentos negativos de Carolina. Os sentimentos estão ligados às emoções que Carolina está experimentando, como ansiedade e estresse, enquanto os pensamentos se referem às preocupações e inseguranças que ela tem em relação ao seu desempenho e ao julgamento dos outros. Como estratégias para lidar com seus sentimentos e pensamentos de forma mais saudável, Carolina pode praticar exercícios de relaxamento e respiração, buscar apoio emocional de colegas ou mentores, praticar a aceitação das próprias limitações, buscar feedback construtivo para melhorar suas habilidades de liderança, estabelecer metas realistas e alcançáveis, separar o trabalho da vida pessoal para evitar sobrecarga. Em relação à aplicação dos princípios da comunicação não violenta (CNV), esse tipo de comunicação pode ajudar Carolina a expressar suas necessidades e preocupações de forma assertiva e compassiva, promovendo uma comunicação mais e�caz e construtiva com sua equipe. Ao entender melhor seus próprios sentimentos e os dos outros, Carolina pode cultivar relacionamentos mais saudáveis e colaborativos no ambiente de trabalho. Saiba mais Para se aprimorar em relação aos temas aqui tratados, seguem algumas indicações: Inteligência Emocional, de Daniel Goleman – esse livro explora profundamente o conceito de inteligência emocional e como ela in�uencia nossos sentimentos, comportamentos e relacionamentos. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/8074332/mod_resource/content/2/Intelig%C3%AAncia%20emocional%20by%20Daniel%20Goleman.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso, de Carol S. Dweck – Livro que explora a mentalidade de crescimento e como nossas crenças sobre nossas próprias habilidades e potencial podem afetar nossos sentimentos e comportamentos. Inteligência Emocional • O Podcast – Nesse podcast, Paulo Moreira explora o mundo da Inteligência Emocional e também entrevista alguns convidados. Referências MARTINOT, A. F. A importância da CNV: comunicação não violenta na realização do processo de autoconhecimento. Revista Educação – UNG-SER, Guarulhos, v. 11, n. 1, p. 58-77, 2016. NAHUM, C.; ADOLFO, S. Sentimento ou pensamento. [s. d]. SENTIMENTO. In: DICIONÁRIO online de português. [s. d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/sentimento/. Acesso em: 10 abr. 2024. SHUDO, A. Sentimentos: temos tanto assim? Saiba como eles agem e como funcionam. 2017. STALLARD, P. Bons pensamentos – bons sentimentos: guia de terapia cognitivo-comportamental para adolescentes e jovens adultos. Tradução: Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed, 2021. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820109/. Acesso em: 10 abr. 2024. Aula 5 Encerramento da Unidade Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Ao adentrar neste material, você será guiado a uma jornada de autoconhecimento e compreensão emocional, em que a prática da comunicação não violenta (CNV) se revelar não apenas como uma ferramenta de comunicação, mas como um modo de vida. Vamos explorar https://editoracaminhar.com.br/wp-content/uploads/2020/06/Mindset-A-Nova-Psicologia-do-Sucesso-Carol-Dweck1.pdf.pdf https://www.dicio.com.br/sentimento/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820109/Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL como a CNV fortalece a compreensão mútua, a empatia e a habilidade de resolver con�itos de forma pací�ca, transformando padrões antigos de interação em posturas que promovam a escuta profunda e reações positivas. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Chegada Para desenvolver a competência desta unidade, que visa aplicar o conceito de comunicação não violenta buscando diferenciá-la da observação de julgamentos, sendo capaz de propor soluções a problemas, inicialmente, vamos nos concentrar em alguns pontos principais, a começar pelo tema da comunicação não violenta (CNV), que preconiza uma forma de interação que promove compaixão e entendimento mútuo. Por meio do uso consciente da linguagem e das palavras, busca-se evitar mágoas e dores tanto para os outros quanto para si próprio. A CNV defende que é possível manter a humanidade mesmo em situações adversas, desenvolvendo habilidades linguísticas que permitam respostas conscientes baseadas na percepção, sentimento e desejo, resultando em expressões honestas, respeitosas e empáticas e transformando padrões antigos de comunicação em posturas que fomentam uma escuta profunda e reações positivas. A prática da CNV fortalece vínculos humanos, compreende as emoções alheias e facilita a resolução de con�itos, promovendo ambientes acolhedores e o estabelecimento de relações ganha-ganha. Seus quatro elementos — observação, sentimento, necessidade e pedido — permitem uma comunicação compassiva, em que a expressão honesta e a empatia são fundamentais. O primeiro componente da comunicação não violenta (CNV), segundo Rosenberg (2021), é a observação, que deve ser feita sem avaliações ou julgamentos, para que a mensagem seja compreendida sem resistência. A CNV destaca a importância de se diferenciar observação de avaliação, para evitar que a comunicação seja interpretada como crítica. Nesse sentido, a CNV defende o uso de palavras que denotem habilidades sem emitir julgamento, promovendo uma comunicação clara e objetiva. Julgar é ter uma opinião sobre algo, expressando um juízo de valor, o que pode levar a reações defensivas e violentas. Assim sendo, a observação dos fatos, sem subjetividade, aliada a uma comunicação amorosa e compassiva, é essencial para manter relacionamentos transparentes e honestos. Esse tipo de comunicação, seja pessoal, seja pro�ssional, pode criar uma atmosfera harmoniosa e propagar- se positivamente para um número maior de pessoas. O terceiro componente da Comunicação Não Violenta (CNV) é a necessidade, que envolve descobrir a origem dos sentimentos e assumir a responsabilidade por eles. Quando confrontados com mensagens negativas, temos quatro opções: culpar a nós mesmos, culpar os outros, reconhecer nossos próprios sentimentos e necessidades ou escutar os sentimentos e necessidades dos outros. As necessidades humanas, segundo Rosenberg, incluem autonomia, celebração, integridade, interdependência, lazer, comunhão espiritual e necessidades físicas, re�etindo a hierarquia proposta por Maslow. A satisfação das necessidades individuais reduz a tensão interna e motiva a busca pela autorrealização. https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u2Enc_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Além das categorias de Maslow, as necessidades humanas incluem a espiritualidade, in�uenciando as interações interpessoais e estratégias de marketing. Comunicar-se com base em fatos e necessidades implica formular pedidos claros e especí�cos, evitando frases vagas. A compreensão mútua é essencial para evitar mal-entendidos, promovendo relacionamentos transparentes e produtivos. Por �m, o sentimento, de�nido como a capacidade de se deixar impressionar e expressar emoções, é crucial na vida cotidiana, afetando nossas ações e comportamentos. Reconhecer e controlar os sentimentos é fundamental para lidar com adversidades e manter o bem-estar. Sinais corporais podem indicar diferentes emoções, e a falta de atenção a esses sinais pode di�cultar a identi�cação dos sentimentos. Exercícios de relaxamento, atividades físicas e conversas com pessoas de con�ança são estratégias úteis para controlar os sentimentos. Sentimentos e pensamentos, aliás, estão interligados, e é essencial compreender essa relação para desenvolver uma abordagem equilibrada diante dos desa�os. A CNV enfatiza a importância da compaixão e da empatia nas interações humanas, promovendo o autoconhecimento e a construção de relacionamentos saudáveis, bem como é vista como uma ferramenta para promover a cultura de paz e a tolerância, facilitando o diálogo entre diferentes perspectivas. A integração dos quatro componentes da CNV — observação, necessidades, sentimentos e pedido — pode melhorar a qualidade das relações e promover o autoconhecimento, dessa forma, a CNV pode ser aplicada em diversos contextos, desde relações pessoais até situações de con�ito, promovendo a compreensão mútua e a autocompaixão como pilares do bem-estar e transformação pessoal. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Maria é gerente de uma equipe em uma empresa de tecnologia. Recentemente, ela percebeu um aumento na tensão e na falta de comunicação e�caz entre os membros de sua equipe. Os con�itos estão surgindo com mais frequência e Maria está preocupada com o impacto disso na produtividade e na moral da equipe, diante disso, decidiu implementar os princípios da comunicação não violenta (CNV) para melhorar a dinâmica e o ambiente de trabalho. Um dos principais desa�os de Maria é lidar com a falta de compreensão mútua e a falta de empatia entre os membros da equipe; as interações estão se tornando mais tensas e as mensagens estão sendo interpretadas de forma errônea, levando a mal-entendidos e con�itos. Maria entende a Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL necessidade de mudar esse contexto para que sua equipe pare com os con�itos gerados pela falta de comunicação e, dessa forma, voltem a produzir, como faziam anteriormente, mas como? Vamos ajudar Maria? Vamos re�etir um pouco? Como a prática da comunicação não violenta (CNV) pode in�uenciar a resolução de con�itos e promover ambientes mais acolhedores e colaborativos tanto em contextos pessoais quanto pro�ssionais? Qual a importância de se diferenciar observação de avaliação na comunicação, de acordo com os princípios da CNV, e como essa distinção pode contribuir para uma comunicação mais empática e e�caz? De que maneira a compreensão e o controle dos sentimentos podem in�uenciar nossa capacidade de lidar com desa�os e promover o bem-estar emocional em diversas áreas da vida? Para abordar esse desa�o, Maria decide realizar uma série de workshops sobre CNV com sua equipe; ela quer equipar seus colegas com as habilidades necessárias para expressar suas necessidades, sentimentos e observações de uma maneira clara, objetiva e respeitosa. Durante os workshops, Maria e sua equipe terá a oportunidade de explorar os quatro componentes da CNV: observação, necessidades, sentimentos e pedido, bem como praticarão técnicas para diferenciar observações de avaliações, aprenderão a identi�car e articular suas necessidades e a reconhecer e expressar seus sentimentos de forma honesta e compassiva. Maria incentiva seus colegas a praticar a escuta ativa e a demonstrar empatia uns pelos outros durante as discussões e interações diárias, além de formular pedidos claros e especí�cos, evitando ambiguidades e mal-entendidos. Com o tempo, Maria espera observar uma mudança positiva na dinâmica de sua equipe: as interações devem se tornar mais respeitosas e empáticas, os con�itos devem diminuir signi�cativamentee os membros da equipe devem começar a se sentir mais compreendidos e valorizados, melhorando o moral e a motivação no trabalho. A implementação dos princípios da CNV não apenas promove uma comunicação mais e�caz e colaborativa, mas também fortalece os vínculos entre os membros da equipe, uma vez que se tornam mais conscientes das necessidades uns dos outros e mais capazes de trabalhar juntos, de forma harmoniosa e produtiva. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura | Síntese dos conteúdos abordados durante os estudos Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL MARTINOT, A. F.; FLEDLER, J. C. B. do P. A importância da CNV – Comunicação não violenta na realização do processo de autoconhecimento. Revista Educação, Guarulhos, v. 11, n 1, 2016. MENDES, T. O que é comunicação não-violenta (CNV) e como aplicar o conceito. 2021. Disponível em: https://www.napratica.org.br/comunicacao-nao-violenta/. Acesso em: 9 abr. 2024. NAVARRO, V. M. Teoria da comunicação e comunicação não violenta. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/186042/pdf/0. Acesso em: 1 fev. 2024. ROCHA, C. R. Manual de comunicação não violenta para organizações. Monogra�a (Bacharelado em Comunicação Social) — Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: https://bdm.unb.br/handle/10483/19734. Acesso em: 10 abr. 2024. ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e pro�ssionais. São Paulo: Ágora, 2006. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49562/epub/0. Acesso em: 1 fev. 2024. STALLARD, P. Bons pensamentos – bons sentimentos: guia de terapia cognitivo-comportamental para adolescentes e jovens adultos. Tradução: Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed, 2021. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820109/. Acesso em: 2 fev. 2024. , Unidade 3 Empatia e escuta ativa Aula 1 Escuta ativa Escuta ativa Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Nesta videoaula, você navegará pelo mundo da escuta ativa, um tema de extrema importância para fortalecer a comunicação interpessoal, trazendo benefícios tanto no âmbito https://www.napratica.org.br/comunicacao-nao-violenta/ https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/186042/pdf/0 https://bdm.unb.br/handle/10483/19734 https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49562/epub/0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820109/ Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL pro�ssional quanto pessoal; compreenderá que ela se desdobra em diferentes níveis e que, além de melhorar a clareza na comunicação, ela fortalece a con�ança, reduz con�itos e promove uma cultura de diálogo aberto nas organizações, facilitando a absorção de informações relevantes e impulsionando a inovação. E aí, vamos juntos nessa caminhada? Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida No mundo organizacional, cada vez mais, as habilidades interpessoais têm sido valorizadas; a capacidade cognitiva e a experiência pro�ssional são igualmente importantes. O saber ouvir, o ouvir correto e o colocar-se no lugar do outro, por exemplo, podem ter signi�cados marcantes, a depender de cada circunstância. A escuta ativa é uma excelente ferramenta para ser aplicada em diversas situações, seja na vida pro�ssional, seja pessoal; com ela, é possível relacionar-se positivamente com os outros de forma mais empática, ouvindo, de fato, o que está sendo exposto. A escuta ativa também possibilita que você se expresse de maneira mais assertiva, até mesmo atuando na resolução de problemas no ambiente corporativo. Para dar um embasamento a nossa aula de hoje, vamos partir da seguinte situação-problema: Arnaldo é o gerente de uma equipe em uma empresa de consultoria de tecnologia e, recentemente, notou que houve um aumento nos con�itos interpessoais e uma queda na e�cácia da comunicação entre os membros da equipe. A equipe de consultoria de tecnologia da empresa XYZ enfrentou diversos desa�os nos últimos meses; os membros da equipe estavam se comunicando de forma ine�caz, resultando em mal-entendidos, con�itos e baixo desempenho geral. Diante disso, como gerente da equipe, Arnaldo percebeu a necessidade de intervir e implementar um programa de desenvolvimento focado na prática da escuta ativa. Após conduzir uma análise interna, ele identi�cou que muitos dos con�itos e falhas de comunicação surgiam devido à falta de escuta e�caz entre os membros da equipe; muitas vezes, durante as reuniões e discussões de projeto, os membros não ouviam uns aos outros, de fato. o que levava a mal-entendidos e ressentimentos. E aí, vamos auxiliar Arnaldo na melhoria desse cenário? Vamos Começar! Benefícios da escuta ativa na comunicação Você perceberá que, quando bem executada, a prática de escuta ativa pode trazer uma série de benefícios para a comunicação interpessoal, seja na área pro�ssional, seja no campo pessoal, e esses benefícios vão desde a melhoria no relacionamento com os públicos interno e externo até a redução de con�itos causados por falhas na comunicação. Com a escuta ativa predominando nos diálogos, ocorre uma notável melhora nas relações interpessoais. A essência do ouvir está em captar informações, mas nós usamos esse sentido para ir além: nós https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u3a1_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL aprendemos e entendemos conceitos. Segundo Martins (2017, p. 164), “a pessoa que ouve demonstra respeito por quem fala e cria soluções de benefícios mútuos aos problemas”. Saber ouvir impacta de forma positiva e diretamente a qualidade dos relacionamentos, incluindo as conexões no trabalho e os resultados �nanceiros da empresa. A escuta ativa acaba bene�ciando todos os envolvidos, desde o interlocutor que está falando, pois ele saberá que realmente está sendo compreendido, até o indivíduo que está ouvindo, pois ele não perde nenhum detalhe importante, evitando distrações desnecessárias. A escuta ativa possibilita melhorar essa relação, justamente por sua capacidade de aprofundar as conversas. Trata-se da melhor forma de proporcionar, para a pessoa que é ouvida, uma oportunidade de se abrir e não ter receio de ser mal compreendida. Ainda segundo Martins (2017, p. 164), “a pessoa ouvida perde o medo de ser criticada, �ca mais aberta para enxergar seus próprios defeitos como comunicador, diminuindo suas resistências a mudanças”. Um dos benefícios da escuta ativa é a clareza na comunicação; com o pleno interesse do ouvinte, as informações transmitidas para ele chegam, portanto, com menos ruído. Para que isso ocorra, é importante fazer perguntas, a �m de demonstrar que você está interessado no tema e saber se realmente está entendendo o contexto do diálogo, dessa maneira, os demais benefícios acabam sendo consequência direta de uma comunicação mais clara. A escuta ativa proporciona, também, um aumento da con�ança. Saber que a outra parte está escutando atentamente dá a sensação de con�ança a quem está falando, e isso melhora o relacionamento entre os envolvidos, sejam eles o analista de atendimento e o cliente ou o funcionário e o chefe. Desse modo, ter ciência de que tem alguém preocupado com o que você está falando gera con�ança na relação entre interlocutor e ouvinte. O desenvolvimento da empatia e a diminuição de con�itos são outros benefícios, já que a escuta ativa resolve a maioria das falhas de comunicação e os mal-entendidos, incentivando o consenso e o respeito às diferenças. Para as organizações, a escuta ativa é uma importante ferramenta, pois proporcionamaior clareza nos diálogos e redução de ruídos e con�itos internos, melhorando o relacionamento entre equipes, clientes e prospects, além de desenvolver a empatia e o aumento da con�ança entre ouvinte e interlocutor, possibilitando, assim, uma maior absorção de informações relevantes, além de facilitar o entendimento dos colaboradores e reduzir as falhas ocasionadas por problemas ou ruídos na comunicação. A escuta ativa incentiva o trabalho em equipe, melhora o clima organizacional, otimiza processos e promove um ambiente propício para a geração de insights vindos de clientes e colaboradores. O que é escuta ativa? O conceito de escuta ativa foi desenvolvido a partir da escuta re�exiva, uma técnica descrita pelo psicólogo Carl Rogers, na década de 1940. A escuta re�exiva consiste em repetir o que foi dito para se certi�car de que a interpretação está correta, dando para o interlocutor a chance de fazer esclarecimentos. Anos depois, Carl Rogers e o psicólogo Richard Farson criaram e disseminaram a técnica de escuta ativa (Sisto, 2021). A escuta ativa é uma técnica de comunicação interpessoal que envolve ações como escutar atentamente o que o outro está dizendo, dar um feedback, con�rmar se compreendeu corretamente e explorar a ideia mais a fundo. No caso, enquanto o verbo “ouvir” remete ao processo mecânico da audição, o verbo “escutar” envolve atenção plena, interpretação e Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL participação no diálogo. Na prática, a escuta ativa signi�ca estabelecer conexões reais com as pessoas ao redor e construir relações de con�ança, valorizando a opinião do outro e encorajando sua expressão. Segundo Chagas (2021), a escuta ativa requer que o ouvinte entenda, interprete e avalie o que está sendo dito. Podemos de�ni-la como uma maneira de tornar os diálogos mais e�cientes, tendo um esforço consciente para ouvir não apenas as palavras que estão sendo ditas pela outra pessoa, mas ir além, a �m de compreender a mensagem de forma completa. Com base na plena dedicação para ouvir e compreender o que o outro tem a dizer, a escuta ativa permite que o ouvinte absorva, de fato, o conteúdo da fala do interlocutor. Trata-se de uma prática na qual o ouvinte não recebe as informações de forma passiva, mas, sim, demonstrando um interesse verdadeiro sobre o que está sendo dito pelo interlocutor, a �m de estabelecer uma relação com ele. As pessoas que possuem a competência da escuta ativa são reconhecidas pelo foco durante as conversas, bem como pela ausência de julgamentos e pela capacidade de compreender outros pontos de vista. Em uma empresa, por exemplo, a escuta ativa pode ser aplicada a situações como reuniões de e entre equipes, feedbacks, treinamentos ou, até mesmo, apresentações de propostas para clientes. A intenção é adquirir informações relevantes, do ponto de vista de clientes e colaboradores, para conquistar soluções mais e�cientes. A ideia é que, mais do que ouvir com atenção, você também consiga transmitir a mensagem: “estou ouvindo de verdade e me importo com o que você está dizendo”. A Figura 1 mostra claramente a utilização da linguagem não verbal, como o uso do olhar e o gestual indicando o quanto os dois personagens estão focados na conversa. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 1 | Escuta ativa, foco no que está sendo dito. Fonte: Freepik. Os princípios essenciais de uma escuta ativa são: Foco total no que está sendo dito, sem interrupções e distrações durante o diálogo. Observação atenta de todos os aspectos que in�uenciam o signi�cado da mensagem, como linguagem corporal, tom de voz e expressões faciais. Busca do consenso sobre o sentido da mensagem para ambos os participantes da conversa. Feedback durante a escuta, de modo a demonstrar compreensão e interesse. Participação ativa com perguntas coerentes e con�rmações sobre o que está sendo transmitido. Conclusão satisfatória do diálogo, com os devidos encaminhamentos da questão discutida. Assim, de forma geral, a escuta ativa é um conjunto de técnicas que ajuda o ouvinte a captar plenamente o que o interlocutor quer transmitir com o seu discurso; seus objetivos são compreender o que está sendo dito, demonstrar interesse, gerar conexão e tornar a comunicação mais e�caz e empática. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Siga em Frente... Quais são os níveis da escuta em uma conversa/um diálogo Seja qual for o contexto, a escuta ativa é essencial para o processo de compreensão do que está sendo transmitido, a�nal, devemos, primeiro, escutar para, depois, saber como falar. Para adquirir consciência das diferentes escutas, faz-se importante observar seus níveis. Uma das metodologias utilizadas é a Teoria U, desenvolvida pelo alemão Otto Scharmer, professor da escola de negócios do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Voltada a lidar com problemas complexos, a Teoria U dispõe de uma técnica de investigação profunda da realidade para proporcionar mudanças nos diversos públicos do mundo corporativo, os stakeholders (partes interessadas, como clientes, colaboradores, fornecedores, concorrentes, acionistas etc.). A Teoria U divide a escuta e o diálogo em quatro diferentes níveis: Nível 1 – piloto automático: neste primeiro nível está o que chamamos de downloading. A escuta no piloto automático se caracteriza pelo fato de o ouvinte �ngir estar ouvindo, concordando com o locutor sem ter prestado atenção na sua fala e, consequentemente, absorvido qualquer informação. Levando para o diálogo, um bom exemplo é quando alguém questiona: “Tudo bem?”, pois, normalmente, o ouvinte responde sem pensar: "Tudo bem!". A nossa fala é direcionada a partir do que o outro quer ouvir, sem re�etir com profundidade a respeito, assim, as respostas são automáticas, pois o nível de diálogo requisita apenas isso. Nível 2 – escuta objetiva, factível: o segundo nível inicia a fase em que se percebem as diferenças na fala do interlocutor, mas o ouvinte apenas concorda ou discorda. Nesse estágio, o ouvinte desliga a voz interna – que, normalmente, é a que irá julgar – e passa a escutar, de fato, as informações. Assim, é possível conferir o que faz sentido, fazer perguntas e prestar atenção nas respostas. Com a mente aberta, nesse tipo de escuta, o ouvinte está voltado ao presente, mas os níveis mais profundos dos sentimentos e da vontade ainda estão fechados. Um bom exemplo são os debates, em que não há interesse, de fato, em escutar o ponto de vista de quem está falando, pois, ao ouvir, o interlocutor já pensa nos argumentos para rebater. Nível 3 – escuta empática: nesta etapa se desenvolve uma conexão emocional com o interlocutor e se introduz uma investigação re�exiva, na qual não há a necessidade de concordar ou discordar, mas quem ouve passa a se colocar no lugar do outro. O ouvinte está totalmente aberto, coloca-se como parte do sistema e sem ânsia de ter que defender de todas as formas o seu ponto de vista. Nessa fase, o ouvinte deixa de estar apenas entendendo o que interlocutor está dizendo e passa a se conectar com ele, colocando-se em seu lugar e fazendo uma leitura de mundo a partir das referências que o interlocutor traz. Existem diversas metodologias que tratam das formas de alcançar esse estágio, como a comunicação não violenta (CNV) e o thinking environment (ambiente para pensar). Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Nível 4 – escuta generativa: é comum ouvirmos que, de uma conversa, podemos ter diversos insights. Há conversas em que todos os participantes interagem, entrando em um estado de “�uxo”, dessa forma, independentemente das opiniões que cada um tenha, consegue-se usar a criatividade coletivamente. Nesse estágio, tem-se a escuta no nível mais profundo, isto é, o ouvinte presta atenção no que o interlocutor está dizendo a ponto de criar uma conexão profunda com ele, assim, o ouvinte abre a sua mente, o seu coração (sentimentos) e o principal: o desejo deouvir, de fato, e estar acessível às possibilidades que podem surgir na interação. Os quatro níveis da escuta podem ser vistos representados gra�camente na Figura 2 a seguir. Figura 2 | Quatro campos da escuta com base na Teoria U. Fonte: Scharmer (2020, [s. p.]). Vamos Exercitar? Arnaldo, gerente de uma equipe em uma empresa de consultoria de tecnologia, observou um aumento nos con�itos interpessoais e uma queda na e�cácia da comunicação entre os membros, es desa�os enfrentados incluíam comunicação ine�caz, mal-entendidos e baixo desempenho. Decidido a intervir, Arnaldo planejou implementar um programa de Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL desenvolvimento centrado na prática da escuta ativa, pois identi�cou que muitos con�itos surgiam devido à falta de escuta e�caz durante reuniões e discussões de projetos. Agora, ele busca auxílio para melhorar esse cenário. Assim, decidido a melhorar essa situação, Arnaldo pode desenvolver um plano de ação que inclua workshops e treinamentos sobre escuta ativa, para tanto, pode convidar um especialista em comunicação interpessoal para conduzir as sessões e proporcionar aos membros da equipe as ferramentas necessárias para se tornarem ouvintes mais e�cazes. Durante os workshops, os membros da equipe podem aprender os diferentes níveis de escuta, desde o piloto automático até a escuta generativa; com isso, espera-se que entendam a importância de prestar atenção total no interlocutor, fazer perguntas claras para esclarecer pontos e praticar a empatia ao se colocarem no lugar do outro. Após os workshops iniciais, Arnaldo deve incentivar os membros da equipe a praticar a escuta ativa em suas interações diárias. Durante as reuniões de equipe, cada membro deve se comprometer a ouvir com atenção total, sem interrupções, e a fazer perguntas para esclarecer dúvidas e entender melhor as perspectivas dos colegas. Além disso, Arnaldo pode introduzir uma prática de feedback regular, em que os membros da equipe possam compartilhar suas experiências com a escuta ativa e discutir maneiras de melhorar continuamente. Com essas ações, espera-se melhores resultados em relação à comunicação entre os funcionários da empresa, com melhoria signi�cativa na qualidade das interações e na resolução de con�itos, com as reuniões se tornando mais produtivas, com menos mal-entendidos e mais colaboração entre os membros. Além disso, espera-se, ainda, que a moral da equipe aumente, pois os membros se sentirão mais valorizados e respeitados quando ouvidos com atenção. A con�ança entre os colegas também tende a crescer, criando um ambiente de trabalho mais positivo e motivador. Este estudo de caso da equipe de consultoria de tecnologia da empresa XYZ vem para demonstrar os benefícios da prática da escuta ativa na melhoria da comunicação interpessoal e no fortalecimento das relações dentro de uma equipe de trabalho. Ao adotar uma abordagem proativa para promover a escuta ativa, a empresa tende a conseguir superar desa�os de comunicação e criar um ambiente de trabalho mais colaborativo e harmonioso. A escuta ativa não é apenas uma habilidade essencial para os líderes, mas também para todos os membros de uma equipe que buscam alcançar o sucesso coletivo. Saiba mais Está gostando deste tema? Tenho certeza que sim! Então, caso queira aprofundar seus conhecimentos neste assunto, aí estão algumas dicas de materiais: Comunicação empresarial: planejamento, aplicação e resultados, de Patrícia ítala Ferreira e Gustavo Malheiros. O capítulo 1 (Linguagem e Comunicação), apresenta conceitos importantes acerca do tema em questão. Vale a pena conferir. A importância de uma escuta ativa, de Carla Cristina Guimarães Q. dos Santos. Nesse relatório, a autora apresentada a importância de uma escuta ativa, reforçando a importância do escutar e dar voz às crianças. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597007268/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:2 http://repositorio.esepf.pt/bitstream/20.500.11796/1281/1/TM-ESEPF-PE_2013_TM-ESEPF-PE10.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Referências CHAGAS, M. Escuta ativa. Rio de Janeiro: Bibliomundi, 2021. MARQUES, J. R. Escuta ativa: entenda o que é e como desenvolvê-la no ambiente de trabalho. 2019. Disponível em: https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/escuta-ativa- entenda-como-desenvolve-la-ambiente-de-trabalho/. Acesso em: 11 abr. 2024. MARTINS, V. Seja assertivo! Como conseguir autocon�ança e �rmeza na sua vida pro�ssional e pessoal. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. Disponível em: https://www.resultadostoeic.com.br/mural/seja_assertivo.pdf. Acesso em: 11 abr. 2024. SCHARMER, O. C. O essencial da teoria U: princípios e aplicações fundamentais. Belo Horizonte: Editora Voo, 2020. SISTO, L. de. Escuta ativa: como ouvir verdadeiramente as pessoas, aprender técnicas e�cazes de comunicação, melhorar seus relacionamentos e habilidades de conversação. [S. l.: s. n.], 2021. Aula 2 Empatia Empatia Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Ao longo da videoaula de hoje, você terá contato com o tema “empatia”; você compreenderá que a empatia é uma habilidade crucial na comunicação e�caz e nas interações humanas. Capacitar-se para compreender os sentimentos, perspectivas e necessidades dos outros é fundamental para construir relacionamentos sólidos e colaborativos, tanto pessoalmente quanto pro�ssionalmente; assim, exploraremos como a empatia pode ser aplicada na comunicação, destacando sua importância e benefícios. Está preparado? Então, mãos à obra! Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/escuta-ativa-entenda-como-desenvolve-la-ambiente-de-trabalho/ https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/escuta-ativa-entenda-como-desenvolve-la-ambiente-de-trabalho/ https://www.resultadostoeic.com.br/mural/seja_assertivo.pdf https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u3a2_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Ponto de Partida Ouvimos falar muito sobre empatia, mas saber o signi�cado de ser empático ou ter uma comunicação empática não é uma tarefa tão simples. Colocar-se no lugar do outro, ouvir, dar atenção, sentir e tratar o outro da forma como ele deseja ser tratado são algumas das premissas da empatia, que traz ganhos signi�cativos em diversas situações na vida pro�ssional e pessoal. Com a empatia, é possível relacionar-se assertivamente com os outros, ouvindo, de fato, o que está sendo exposto, o que facilita o diálogo e a troca entre as pessoas envolvidas. Dessa forma, para compreendermos como utilizar a empatia no dia a dia, utilizaremos a seguinte situação- problema: imagine que você é o gerente de uma equipe de vendas em uma empresa de tecnologia e sua equipe é composta de indivíduos talentosos, no entanto, recentemente, você percebeu uma lacuna na comunicação e na conexão com os clientes. As interações parecem super�ciais e os clientes não estão respondendo tão bem às abordagens de vendas como antes. Você, então, reconhece a importância da empatia na construção de relacionamentos duradouros com os clientes e decide implementar estratégias para desenvolver essa habilidade na equipe. Seu desa�o é o de melhorar a comunicação e as relações com os clientes promovendo uma cultura de empatia dentro da equipe de vendas. E aí, quais estratégias você poderá propor para melhorar os pontos em defasagem? Vamos Começar! O que é empatia? O termo empatia surgiu da fusão do pre�xo “em” (para dentro) com “pathos” (sentimento), assim, trata-se da experimentação que ocorre quando um indivíduo se coloca no lugar do outro, vendo, ouvindo e pensandocomo ele. A empatia propicia reciprocidade; as pessoas se permitem contemplar o mundo a partir da percepção das outras, criando sentimentos de inclusão, a�nação, harmonia e intimidade. Simon Baron-Cohen, PhD em psicologia, acredita que a empatia é “a arte de se colocar no lugar do outro pela imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações” (apud Krznaric, 2015). Empatia é diferente de simpatia e compaixão; a simpatia é super�cial, desconectada, de fora. Quando sentimos simpatia por alguém, somos solícitos com a pessoa; ela está relacionada à vontade de estar com o outro e agradá-lo; já a compaixão, a piedade ou o sentimento de pesar por alguém tem relação com o desejo de que o outro seja livre da dor e do sofrimento. Esses dois sentimentos não envolvem a tentativa de compreender as emoções ou o ponto de vista de terceiros; a empatia, por sua vez, trata de compreender e “entrar” no sentimento do outro, sendo a capacidade de entender as crenças, experiências e ideias do outro, estimulando a vontade de conhecê-lo e compreendê-lo, mesmo que ele não seja tão próximo. Ser empático é entender e ter consciência de que todos enfrentamos situações diferentes, e cada um de nós lida com elas de modo próprio. Assim, a empatia propicia os sentimentos de aceitação e entendimento sincero do outro, com base em valores como respeito, paciência, Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL tolerância e �exibilidade. O estudo Trusparency 2.0: Empatia (FCB Brasil, 2017) apresenta outra de�nição para empatia: Dentro das várias de�nições, correntes distintas e visões de teóricos espalhados pelo mundo, resolvemos arriscar nossa de�nição de empatia: Empatia é quando a minha história se con(funde) com a sua história. Esse é o primeiro passo para uma conexão verdadeira. A partir do momento em que você sente empatia pelo outro, suas histórias mudam (FCB Brasil, 2017). Segundo Benatti e Becker (2021), a empatia possui dois componentes: 1. Empatia cognitiva (pensa): capacidade que se tem, de forma racional, de compreender ou imaginar o que o outro pensa e sente. Trata-se da habilidade de compreender a perspectiva da outra pessoa. A empatia cognitiva nos torna melhores comunicadores porque nos ajuda a transmitir informações da melhor maneira para alcançar a outra pessoa. 2. Empatia afetiva/emocional (sente): capacidade de sentir o que a outra pessoa sente. Esse tipo de empatia nos ajuda a construir conexões emocionais com os outros. Ainda há a preocupação empática ou empatia compassiva, em que ocorre a possibilidade de sentir o que a outra pessoa precisa que você faça, ou seja, leva-nos a agir e a ajudar o quanto pudermos. A empatia consiste em quatro capacidades: assumir a perspectiva de outra pessoa, afastar-se do julgamento, reconhecer a emoção nos outros e comunicar essa emoção. Pessoas empáticas devem aplicar essas fases a momentos especí�cos, compreendendo o seu papel em cada situação. Para exercitar a empatia, é necessário realizar essas habilidades simultaneamente, a �m de atingir o seu principal objetivo: a conexão. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 1 | Empatia, a arte de se colocar no lugar do outro. Fonte: Freepik. Você deve perceber que a empatia é a capacidade de compreender a outra pessoa, de ouvir sem julgamentos, de entender sua história e o que ela está passando e sentindo para, a partir desse ponto, compreender suas atitudes e decisões, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente o outro indivíduo. De uma forma geral, a empatia faz com que as pessoas se ajudem, e essa condição tem a ver com o modo como colocamos nossas ideias, desde as palavras que escolhemos até a forma de dizê-las. A escuta, o afeto e o acolhimento trazem con�ança e mostram que, em um diálogo, é possível encontrar apoio, conselho e segurança. Importância da empatia na comunicação A comunicação empática signi�ca uma comunicação com base na empatia, ou seja, na prática de você se colocar no lugar do outro. Trata-se de uma comunicação que busca compreender as vulnerabilidades, necessidades e motivações do interlocutor, e perceber a perspectiva do outro, sentir o que ele sente e, principalmente, entender o que ele precisa são as três chaves para a e�cácia de uma comunicação empática. A empatia tem o poder de unir, conectar, criar e oferecer ao outro o sentimento de pertencimento, de que a vida foi feita para ser compartilhada. Para Santos (2017), ao adotar uma atitude empática, posicionando-se no lugar do outro, é possível ampliar o aprendizado sobre o mapa Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL mental do interlocutor, melhorando a qualidade da interação na conversa. Transmitir uma mensagem de maneira e�caz e e�ciente, fazendo com que todos os destinatários a captem de forma correta, é um dos benefícios proporcionados pela empatia. Para nos comunicarmos bem e de modo efetivo, é necessário entendermos o outro e a nós mesmos. Por isso, empatia e autoconhecimento são fundamentais para uma comunicação assertiva. Quando estamos abertos a ouvir o outro, identi�cando o que é importante para ele e descobrindo como essa pessoa enxerga o mundo e tudo o que ela passou para chegar onde está, conseguimos entender o que, onde, quando e como falar. Compreender o comportamento dos indivíduos torna a comunicação mais assertiva e humanizada; aliás, essa prática melhora os relacionamentos e pode ser implementada em todas as relações. Nas organizações, a aplicação da empatia na comunicação faz com que as empresas consigam demonstrar, em suas diferentes práticas organizacionais, o interesse em “entrar no sentimento do colaborador” e, por isso, conquistar maior engajamento e melhores resultados a partir de uma equipe que se sinta valorizada. Para Benatti e Becker (2021), há diversos impactos da empatia na comunicação: Relações mais transparentes, con�áveis, afetuosas e verdadeiras. Conexões entre diferentes gerações. Ambientes mais saudáveis, gerando apoio e segurança. Gerenciamento de con�itos. Colaboração, mais produtividade, inovação e criação. Mais humanidade nos diálogos. Novo padrão de lideranças. Pensamento sistêmico apurado. Maior assertividade. A empatia também se aplica à comunicação externa das organizações, ou seja, a estratégias para relacionamento com importantes stakeholders (fornecedores, clientes, parceiros, empregados, acionistas etc.). Trata-se de pensar como uma marca pode se comunicar bem com determinado tipo de cliente, utilizando diferentes canais para diálogo, estudando sua visão de mundo e marcando presença em eventos e mídias importantes para esse grupo de pessoas. Aproximar-se dos consumidores, entendendo seus estilos de vida, suas necessidades e motivações, é um fator primordial para uma comunicação e�ciente, e isso nada mais é do que praticar empatia. Ter uma cultura organizacional que prioriza a empatia faz com que o pro�ssional entenda a “dor” de todos os envolvidos com a empresa e como ela pode afetar o dia a dia dessas pessoas, ou seja, ajuda a evitar críticas e reclamações e contribui para a motivação dos colaboradores, o que, por consequência, faz com que esses pro�ssionais ofereçam serviços com maior qualidade. Siga em Frente... Como ser empático na comunicação Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Há diversas formas de exercer a empatia, mas ela também é estimulada pelo ambiente no qual o indivíduo está inserido. Quem é estimulado desde novo a prestar atenção no outro, naturalmente, é mais empático, mas é possível cultivar hábitos para desenvolver a empatia a qualquer momento da vida. Santos (2017) relata que é preciso começar reconhecendo, acatando e defendendo, tática e explicitamente, que cada indivíduo tem a sua própria versão da realidade. Acolher e respeitar o modelo mental de cada pessoa é uma necessidade primária; o essencial é estar com a mente e o coração abertos,ouvir o outro e deixar os julgamentos de lado. Na prática, sabemos que é muito difícil “sair de nós mesmos”; as pessoas, em geral, constroem uma narrativa própria, com base em suas experiências e seus valores, por isso, a noção de “eu” também é fundamental para a empatia. O indivíduo precisa estar bem resolvido consigo para poder ser empático. Santos (2017) a�rma que não importa quem seja o outro: um parente, amigo, colega de trabalho, vizinho, chefe ou até um cliente; o princípio de “falar com o outro na linguagem do outro” e “tratar o outro como o outro quer ser tratado” faz com que a empatia ocorra. Ao adaptar a comunicação para atender à preferência do interlocutor, o indivíduo coopera para que haja compreensão direta, rápida e recíproca. Aliás, há três componentes essenciais que, combinados, auxiliam nas trocas do dia a dia: a experiência vivida, a intuição e a autoestima. Juntos, esses fatores permitem uma preparação mínima para novas conversas, com con�ança e segurança. Ser empático signi�ca pensar além de si e das próprias preocupações, e há ações simples para se desenvolver essa condição: Observar o outro: na maior parte do tempo, preocupamo-nos com nós mesmos. O primeiro passo para praticar a empatia é observar o outro. Tire o foco de si mesmo, voltando-se para o bem-estar do outro e se importando com isso, sem criar rótulos. Exercitar a escuta ativa: preste atenção nos diálogos e considere a fala do outro, sem apressar-se para responder. Não �que elaborando sua próxima resposta. As perguntas são ótimas ferramentas para entender a posição do outro. Qual o estado emocional e a motivação das a�rmações do outro? O que o levou a ter essa visão de mundo? Ainda que o seu posicionamento não seja o mesmo, isso o ajudará a compreendê-lo. Estar aberto: empatia é uma via de mão dupla, e é pelo entendimento mútuo que nos tornamos mais sensíveis e conseguimos nos comunicar melhor. Conhecer as experiências de terceiros é essencial para conseguir ver o mundo com o olhar do outro, abrindo, também, os próprios sentimentos. É comum haver convergência de pensamentos, mesmo quando um indivíduo possui crenças diferentes das nossas. Dave Gray (2017) desenvolveu um mapa de empatia; trata-se de um recurso para colocar a perspectiva do cliente no desenvolvimento de novas soluções e experiências de consumo. A aplicação se dá por meio de sete perguntas que serão listadas a seguir, na Figura 2. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 2 | As sete perguntas do mapa da empatia segundo Gray (2017). Fonte: adaptada de Gray (2017). Em alguns casos, a própria presença já demonstra empatia; aguarde o interlocutor encerrar o que está falando; não julgue; evite críticas e comparações; permaneça aberto a novas opiniões e pontos de vista; algumas vezes, será necessário dizer “não”, mesmo assim, mostre que você se importa e sente por ter de falar “não” em vez de “sim”. Vamos Exercitar? Como gerente de uma equipe de vendas em uma empresa de tecnologia, você identi�cou uma lacuna na comunicação e na conexão com os clientes. As interações estão super�ciais e os clientes não estão respondendo bem às abordagens de vendas. Reconhecendo a importância da empatia para construir relacionamentos duradouros, você decidiu implementar estratégias para desenvolver essa habilidade na equipe, mas quais estratégias são essas? Treinamento em comunicação empática: Implementar workshops e sessões de treinamento focadas no desenvolvimento da empatia na comunicação. Utilizar estudos de caso e simulações de cenários para praticar a escuta ativa e a compreensão das necessidades dos clientes. Incentivar a equipe a compartilhar experiências e re�exões sobre a importância da empatia no ambiente de vendas. Mapa de empatia: Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Introduzir o conceito de mapa de empatia, inspirado no modelo de Dave Gray, para ajudar a equipe a compreender melhor os clientes, suas dores, desejos e motivações. Realizar exercícios práticos para preencher o mapa de empatia com informações relevantes sobre os clientes-alvo, destacando suas características demográ�cas, comportamentais e emocionais. Feedback construtivo: Estabelecer uma cultura de feedback construtivo, em que os membros da equipe possam oferecer insights e sugestões uns aos outros sobre como melhorar a comunicação empática. Incentivar a re�exão e o aprendizado contínuo, reconhecendo e celebrando as melhorias individuais e coletivas na comunicação empática. Integração da empatia nas estratégias de vendas: Incorporar a empatia como um elemento central nas estratégias de vendas, enfatizando a importância de se entender verdadeiramente as necessidades dos clientes e oferecer soluções que agreguem valor às suas vidas. Promover uma abordagem consultiva de vendas, em que os membros da equipe se concentrem em criar relacionamentos autênticos e duradouros com os clientes, em vez de apenas fechar negócios pontuais. Introduzir o conceito de mapa de empatia, inspirado no modelo de Dave Gray, para ajudar a equipe a compreender melhor os clientes, suas dores, desejos e motivações. Realizar exercícios práticos para preencher o mapa de empatia com informações relevantes sobre os clientes-alvo, destacando suas características demográ�cas, comportamentais e emocionais. Estabelecer uma cultura de feedback construtivo, em que os membros da equipe possam oferecer insights e sugestões uns aos outros sobre como melhorar a comunicação empática. Incentivar a re�exão e o aprendizado contínuo, reconhecendo e celebrando as melhorias individuais e coletivas na comunicação empática. Integração da empatia nas estratégias de vendas: Incorporar a empatia como um elemento central nas estratégias de vendas, enfatizando a importância de se entender verdadeiramente as necessidades dos clientes e oferecer soluções que agreguem valor às suas vidas. Promover uma abordagem consultiva de vendas, em que os membros da equipe se concentrem em criar relacionamentos autênticos e duradouros com os clientes, em vez de apenas fechar negócios pontuais. Ao implementar essas estratégias, você pode ajudar sua equipe de vendas a desenvolver habilidades de empatia na comunicação e, consequentemente, fortalecer as relações com os clientes e impulsionar o sucesso do negócio. Saiba mais Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL E aí, o que achou do tema? Bastante interessante, não é mesmo? Que tal se aprofundar mais no assunto? Aí vão algumas dicas de materiais que podem te ajudar: Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e pro�ssionais, de Marshall Rosenberg, mais especi�camente os capítulos 8 e 9, que tratam do tema empatia. Poder de uma Boa Conversa, de Alexandre Henrique Santos. O capítulo 2 (Empatia é uma Dança) fala especi�camente do tema empatia e pode auxiliar na compreensão desse tema. Referências BENATTI, C.; BECKER, A. Comunicação assertiva: o que você precisa saber para melhorar suas relações pessoais e pro�ssionais. São Paulo: Literare Books, 2021. FCB BRASIL. Trusparency 2.0: empatia. 2017. Disponível em: https://pt.slideshare.net/FCBBrasil/empatia-a-habilidade-fundamental-para-os-novos-tempos- 81706770. Acesso em: 11 abr. 2024. GRAY, D. Updated empathy map canvas. 2017. Disponível em: https://medium.com/the-xplane- collection/updated-empathy-map-canvas-46df22df3c8a. Acesso em: 12 abr. 2024. KRZNARIC, R. O poder da empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2015. SANTOS, A. H. O poder de uma boa conversa: comunicação e empatia para líderes, gestores, coaches, educadores, pais e demais facilitadores. Petrópolis: Editora Vozes, 2017. SILVA, D. da. Comunicação empática: o que é e como colocar em prática na rotina de atendimento ao cliente? 2020. Disponível em: https://www.zendesk.com.br/blog/comunicacao- empatica/. Acesso em: 12 abr. 2024. Aula 3 Comunicação assertivaComunicação assertiva Este conteúdo é um vídeo! https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/194676/epub/0?code=0JCiBZOA96RTtBLRmlxaBoE5qB0Jkl4wf7EcAW6gsxDoEFvd+S5XpyXdN/vIe2s+rdBCFDP7Wly2GxMbpI1SKg== https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/194676/epub/0?code=0JCiBZOA96RTtBLRmlxaBoE5qB0Jkl4wf7EcAW6gsxDoEFvd+S5XpyXdN/vIe2s+rdBCFDP7Wly2GxMbpI1SKg== https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/127710/epub/0?code=hoZZd2Vg8qISm+Bdxop3z66EJ/urX98Oh+aK8Rmev7oxIW6g0KP9sgGCLFgMYaQcjypwdk4N+avzDx3fwNR2lA== https://pt.slideshare.net/FCBBrasil/empatia-a-habilidade-fundamental-para-os-novos-tempos-81706770 https://pt.slideshare.net/FCBBrasil/empatia-a-habilidade-fundamental-para-os-novos-tempos-81706770 https://medium.com/the-xplane-collection/updated-empathy-map-canvas-46df22df3c8a https://medium.com/the-xplane-collection/updated-empathy-map-canvas-46df22df3c8a https://www.zendesk.com.br/blog/comunicacao-empatica/ https://www.zendesk.com.br/blog/comunicacao-empatica/ Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Nesta videoaula, nosso tema será a comunicação assertiva! Desenvolver a habilidade de comunicação assertiva não apenas melhora as interações pessoais, mas também bene�cia o ambiente pro�ssional, contribuindo para a redução de con�itos, o aumento da produtividade e o fortalecimento das relações interpessoais. Ao adotar uma postura assertiva, é possível alcançar objetivos com elegância e respeito, promovendo entendimento mútuo e evitando mal-entendidos. E você, o que acha disso? Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida A comunicação não envolve simplesmente o ato de falar; uma boa oratória é só parte de uma comunicação assertiva. Falar o que é certo no momento certo, no lugar certo e para a pessoa certa tornou-se um desa�o, e é nesse contexto que a comunicação assertiva vem se mostrando cada vez mais essencial em um mundo com tantas transformações, fazendo da assertividade algo bastante necessário, a�nal, pessoas com comunicação assertiva se diferenciam pela proatividade e pela capacidade de transmitir informações de forma clara e objetiva. Além de saber ouvir, é, também, fundamental dizer não quando necessário e agir com imparcialidade. Hoje, vamos partir da seguinte situação-problema para nortear nossa aula: imagine que você trabalha como jornalista em um jornal renomado e de grande credibilidade na sua cidade. Você e um colega, há meses, atuaram na apuração de uma reportagem sobre uma denúncia de irregularidades em um hospital local, e com todos os dados, informações e testemunhos em mãos, vocês começaram a produzir a matéria em parceria, mas passaram a divergir sobre a forma de expor os dados; você prefere uma matéria mais imparcial, mostrando dados e fatos, já o seu colega prefere algo mais sensacionalista, com tom de cobrança, mais �rme. A partir dessa situação, o coordenador da sua área percebe um atraso na entrega do material e chama vocês dois para uma conversa. Agora, você tem a oportunidade de expor seu ponto de vista, sem impor sua opinião, mas como resolver a situação? Como utilizar a comunicação assertiva para expor o seu ponto de vista e explicar por que não quer seguir com a ideia do seu colega? É possível convencer seu coordenador e seu colega de que a sua forma de produzir a matéria é melhor utilizando a comunicação assertiva? Lembre-se de que uma comunicação assertiva abre o diálogo para a resolução do problema, de forma objetiva e e�caz, com um caminho que deve ser bené�co para todas as partes envolvidas na conversa. Bons estudos! https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u3a3_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Vamos Começar! Importância da comunicação assertiva Ao defender um ponto de vista sem prejudicar ou ofender o receptor, a comunicação proporciona um estado em que ninguém perde, todos ganham e são bene�ciados, dessa maneira, o emissor alcança o resultado esperado e estabelece um diálogo respeitoso e assertivo com o receptor. Quando as informações não são compartilhadas de forma correta, surgem di�culdades nas relações; aprender a se expressar de forma verbal e não verbal de modo assertivo é fundamental para que todas as pessoas tenham sucesso nas suas relações interpessoais, e saber como ser assertivo também facilita a manutenção de um canal aberto de comunicação. Comunicar a mensagem com clareza e segurança, respeitando os direitos do outro, gera uma percepção de respeito e credibilidade. Para sermos assertivos, convencemos o outro pelo respeito que demonstramos, e isso pode ser feito por meio da fala e da linguagem corporal, mesmo que a outra pessoa discorde do nosso posicionamento. Desse modo, ter uma comunicação assertiva torna-se imprescindível, seja na vida pessoal, seja no mundo do trabalho. Pro�ssionais com per�l assertivo tendem a se destacar nas equipes e são mais valorizados, e o motivo disso é que eles conseguem se expressar melhor, transmitindo suas ideias e sugestões com clareza, usando vocabulário adequado sem agressividade ou ofender os demais. A comunicação objetiva e clara evita con�itos e contribui para a harmonia do time. A assertividade na comunicação permite ao emissor da mensagem atingir os objetivos de forma elegante e com respeito. No dia a dia, torna-se um fator importante para o entendimento recíproco, evitando divergências, discussões e con�itos. O emissor, por meio de uma comunicação assertiva, pode oferecer as informações ao interlocutor sem ter de repetir diversas vezes a mesma mensagem ou deixar aberturas para outros entendimentos. A objetividade é uma das principais vantagens da assertividade na comunicação, pois torna a conversa simples e direta; além disso, ela evita mal-entendidos, disseminando as informações com con�ança, segurança, gentileza e leveza. Assim, é possível a�rmar que a comunicação assertiva: Melhora a capacidade de expressão. Aumenta o respeito entre as pessoas. Auxilia na resolução de con�itos. Ajuda na capacidade de negociação. Denota mais credibilidade. Reduz o estresse por situações ocasionadas pelos ruídos de comunicação. No contexto empresarial, a comunicação assertiva colabora para a redução de con�itos e para o aumento da produtividade, pois as pessoas são tratadas com empatia e respeito, seja em uma situação de cobrança de resultados, seja em um momento de correção ou de feedback. Como você pode perceber, uma comunicação mais assertiva traz diversas vantagens para um indivíduo e para a empresa de modo geral, e um ponto marcante dessa habilidade, segundo Michelli (2014), é contribuir para o aumento da autocon�ança e da autoestima, pois você Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL trabalha questões como insegurança, reatividade e vulnerabilidade. Além disso, essa habilidade ajuda a deixar a comunicação mais positiva: em vez de impor questões e interagir de maneira reativa, as falas �cam mais compreensíveis e respeitosas, estimulando um diálogo saudável. Siga em Frente... O que é comunicação assertiva A comunicação é o processo de transmissão de uma mensagem entre um emissor e um receptor. Quando tratamos de comunicação assertiva ou assertividade, incluímos a atitude dessa comunicação, uma vez que se trata da forma como a pessoa expressa as suas opiniões, respeitando os demais, sempre de forma clara. O termo “assertivo” é derivado do verbo latino assertus, que signi�ca “declarar”. A palavra “assertividade” se origina de “asserção”, e fazer asserções quer dizer a�rmar (do latim a�rmare: tornar �rme, consolidar, con�rmar e declarar com �rmeza). Portanto, a assertividade não está relacionada ao conteúdo da conversa em si, mas à forma comoexpomos o tema. Trata-se de expor o ponto de vista sem ser ambíguo, mesmo quando discordamos do interlocutor, mas mantendo uma postura cordial e �rme. Portanto, adotar a comunicação assertiva signi�ca emitir uma mensagem seguindo um objetivo, com coerência entre sentimentos, pensamentos e atitudes, de forma simples e direta. Segundo Marcolino (2021), o mindset do comunicador assertivo demonstra a escuta ativa como o caminho mais e�ciente para se compreender as demais competências, com foco no desenvolvimento pessoal, como demonstrado na Figura 1 a seguir. Figura 1 | Mindset do comunicador assertivo. Fonte: Marcolino (2021, p. 25). A comunicação assertiva procura diferenciar os estilos de comunicação: agressivo, passivo, passivo-agressivo e respeitoso-assertivo; com isso, ela visa aplicá-los de modo a melhorar e otimizar o diálogo. Esse tipo de comunicação evidencia as habilidades de se relacionar com os outros e conquistar a colaboração das pessoas. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Segundo Hill (2019), há quatro bases para uma comunicação assertiva: ser capaz de falar na primeira pessoa do singular (eu), falar de modo objetivo e direto, demonstrar respeito e, por último, estar disposto a ouvir o outro. Dessa forma, a assertividade é uma atitude equilibrada, que se opõe à passividade. Em uma situação de passividade, a pessoa tem medo de se colocar, não persegue seus objetivos e, quando o faz, age de uma forma insegura, o que leva ao fracasso e à frustração, alimentando uma baixa autoestima. A assertividade também se opõe à agressividade, que é quando a pessoa se expressa com uma forte carga emocional, mas é importante deixarmos claro que ser assertivo é diferente de ser agressivo, já que a comunicação assertiva faz uso da empatia. A assertividade conduz ao equilíbrio das emoções negativas, sem impedir a sua expressão, assim, a comunicação assertiva pode ser considerada como o ponto de equilíbrio entre a passividade e a agressividade. Ser assertivo signi�ca poder expressar opiniões sem receio de provocar con�itos. Não se trata de uma forma de tentar impor um ponto de vista, passando por cima de tudo e de todos, gerando divergências; ser assertivo é expressar-se e agir conforme as palavras são ditas, mantendo uma postura �rme, mas educada e respeitosa. Segundo Michelli (2014), é essencial ter simplicidade, clareza e concisão, de modo que se consiga passar claramente as informações, obtendo o retorno esperado. Assim, a comunicação assertiva é a habilidade de expor ideias e opiniões positivas ou negativas de forma aberta, sendo objetivo, honesto e responsável, sem desrespeitar os direitos e a individualidade do outro, considerando o momento e as condições do receptor. Como aplicar a comunicação assertiva nos diálogos e conversas Ser assertivo representa usar o tom de voz e a postura corporal de maneira não agressiva. É preciso escolher a forma e o momento mais adequado para comunicar, colocando-se no lugar do outro. Mesmo que as informações não agradem o interlocutor, a comunicação assertiva permite ao emissor ser escutado e respeitado. Para uma comunicação assertiva, é necessário articular as palavras de modo correto, falar pausadamente e evitar erguer o tom de voz, mesmo que o receptor esteja exaltado. Alterar o tom de voz demonstra ansiedade ou agressividade. Faz-se necessário ter grande sensibilidade e equilíbrio emocional, controlar as emoções e respeitar os argumentos do interlocutor. Para Becker (2021), quem possui uma inteligência emocional desenvolvida é capaz de se comunicar assertivamente com diversos per�s de pessoas, nos âmbitos pessoal e pro�ssional. Ser assertivo não é complicado, a dedicação e o esforço diários podem levar a essa habilidade. Diante disso, con�ra algumas práticas para a aplicação da comunicação assertiva: Ser objetivo: é preciso ter conhecimento exato do que se pretende falar, evitando expressões como “não sei”, “eu acho”, “provavelmente”, “quem sabe” e “sei lá”. Faz-se necessário ter �rmeza e segurança para passar credibilidade. Vá direto ao ponto, contextualizando o assunto, sem �car repetindo ideias, e esteja bem embasado em pesquisas, dados e outras fontes que possam suprir dúvidas ou questionamentos, favorecendo a capacidade de argumentação e diálogo. Ser empático: coloque-se no lugar do outro antes de falar algo e observe o modo como as pessoas à sua volta se comunicam e como preferem ser acessadas, pois isso demonstra respeito e facilita a troca de informações. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Prestar atenção no interlocutor: veri�car se os sinais que o receptor apresenta (verbais ou não verbais) demonstram que ele está compreendendo a mensagem e acompanhando o raciocínio; se necessário, questione o interlocutor, para veri�car se ele compreendeu ou se está com dúvidas, e evite interrupções, bem como mantenha o contato visual, para mostrar que o canal de comunicação é aberto, sincero e direto. Adaptar a linguagem: é necessário ter humildade para adequar a comunicação ao receptor. Pense em quem está ouvindo, evitando palavras que sejam de difícil compreensão e gírias. A observação de como as pessoas se comunicam ajudará você a adaptar sua forma de se expressar; além disso, preste atenção ao tom de voz, palavras, expressões físicas e faciais. Usar a emoção e o humor: pessoas bem-humoradas, em diferentes situações, conseguem �xar a atenção do receptor com mais facilidade, mas é importante checar se essa postura será positiva, bem como cuidar para ela não carregar excessivamente o humor, fazendo com que a mensagem perca credibilidade. Estar atento à comunicação não verbal: o corpo fala muito sobre o que pretendemos comunicar, por meio de gestos, expressões e postura; não adianta usar palavras cordiais se o seu tom de voz e gestos demonstram agressividade. Ficar atento aos sinais não verbais das pessoas o auxiliará a perceber se a conversa está agradando, e manter os braços cruzados, punhos fechados ou até �car muito próximo do interlocutor indica que a pessoa está fechada ao diálogo. Desenvolver a inteligência emocional: é necessário manter autocontrole, equilíbrio emocional, autoconhecimento e resiliência, para manter relacionamentos saudáveis na vida pessoal e no ambiente pro�ssional. Comunicar de forma positiva: manter a positividade e a sinceridade usando palavras que não criem julgamentos. Aceitar mais feedbacks: é importante saber ouvir críticas e re�etir sobre o que pode melhorar. Vamos Exercitar? Como jornalista em um jornal renomado, você e um colega investigaram uma denúncia de irregularidades em um hospital local, e enquanto você prefere uma abordagem imparcial na reportagem, seu colega deseja algo mais sensacionalista e �rme. O coordenador percebe o atraso na entrega e convoca uma conversa; utilizando a comunicação assertiva, você pode explicar seu ponto de vista sem impor sua opinião, destacando os benefícios de uma abordagem equilibrada e baseada em fatos, e o objetivo é abrir o diálogo para resolver o problema de forma objetiva e bené�ca para todos os envolvidos. Para resolver a situação, é importante utilizar a comunicação assertiva para expor seu ponto de vista de forma respeitosa e objetiva. Durante a conversa com o coordenador e seu colega, você pode reconhecer a importância do trabalho em equipe e dos diferentes pontos de vista na produção da matéria, em seguida, explicitar sua preferência por uma abordagem imparcial, baseada em dados e fatos, destacando a credibilidade e a responsabilidade do jornal em fornecer informações precisas e equilibradas à comunidade. Ao explicar sua posição, é crucial mostrar como uma matéria sensacionalista pode comprometer Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL a integridade jornalística e a con�ança do público. Em vez de focar a imposição de sua opinião, concentre-se em apresentar argumentos sólidos que respaldem sua visão e enfatizem os benefícios de uma abordagem equilibrada. Durantea conversa, no entanto, esteja aberto ao diálogo e às contribuições do seu colega e do coordenador e demonstre disposição para encontrar um consenso que atenda aos interesses de todas as partes envolvidas, mantendo o compromisso com a ética e a qualidade do trabalho jornalístico. Ao �nal, é possível convencer seu coordenador e colega de que sua forma de produzir a matéria é melhor, desde que seus argumentos sejam claros, fundamentados e estejam alinhados com os princípios jornalísticos de imparcialidade e responsabilidade. Uma comunicação assertiva é essencial para abrir o diálogo e buscar uma solução que bene�cie todas as partes envolvidas. Saiba mais Para se aprofundar mais nesse tema tão importante, não deixe de consultar os materiais a seguir: A comunicação assertiva e o endomarketing como ferramentas na gestão de recursos humanos, de Danyelleda Silva Tavares e colaboradores. O referido artigo visa evidenciar a relevância do endomarketing e da comunicação assertiva na gestão de RH, promovendo um ambiente organizacional diferenciado. Re�exões teóricas acerca da importância da assertividade para a comunicação interna das organizações, de Juliana Cristina Dias Silva e Liene Cunha Viana. Esse artigo objetiva tratar da assertividade na comunicação interna das organizações como ferramenta para a gestão dos recursos humanos. Referências BECKER, A. A inteligência emocional e sua relação com a comunicação assertiva. In: BENATTI, C.; BECKER, A. (orgs.). Comunicação assertiva. São Paulo: Literare Books International, 2021. p. 30-40. HILL, S. Comunicação no ambiente de trabalho: 6 habilidades sociais urgentes para os pro�ssionais de alta performance. Maringá: Viseu, 2019. MARCOLINO, W. O mindset do comunicador assertivo. In: BENATTI, C.; BECKER, A. (orgs.). Comunicação assertiva. São Paulo: Literare Books International, 2021. p. 17-28. MICHELLI, D. Assertividade em uma semana. Tradução: Carlos Leite Silva. São Paulo: Figurati, 2014. https://ojs.europubpublications.com/ojs/index.php/ced/article/view/1499/1286 https://ojs.europubpublications.com/ojs/index.php/ced/article/view/1499/1286 https://ric.cps.sp.gov.br/bitstream/123456789/12149/1/grh_2022-2_Artigo_juliana_assertividade-comunicacao-interna.pdf https://ric.cps.sp.gov.br/bitstream/123456789/12149/1/grh_2022-2_Artigo_juliana_assertividade-comunicacao-interna.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Aula 4 Perguntas investigativas Perguntas investigativas Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Boas-vindas ao mundo das perguntas investigativas, em que a comunicação ganha vida por meio da curiosidade genuína e da escuta ativa. Em nossos diálogos diários, as perguntas desempenham um papel crucial na construção de relações signi�cativas e na busca pela compreensão profunda. Hoje, vamos compreender que as perguntas investigativas não são apenas ferramentas de comunicação, mas, sim, pontes para o entendimento e a conexão humana. Ao cultivarmos uma cultura de questionamento e escuta ativa, enriquecemos não apenas nossas conversas, mas também nossas vidas. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Perguntar é uma ação intuitiva, pertencente a qualquer pessoa curiosa, e também pode ser uma ação pensada e desenvolvida para um determinado propósito. Muitas vezes, em uma conversa, precisamos descobrir as reais necessidades do interlocutor, para ajudá-lo com soluções, e fazer as perguntas certas é fundamental para esclarecer algo que já foi dito ou para descobrir mais detalhes sobre o assunto. As perguntas também auxiliam na criação dos relacionamentos e são úteis para se descobrir detalhes que possam ter sido inicialmente negligenciados ou considerados irrelevantes pelo interlocutor. As perguntas investigativas auxiliam no processo da comunicação assertiva e da escuta ativa, assim sendo, este conteúdo será importante para torná-lo um pro�ssional mais bem preparado para enfrentar os desa�os do mercado de trabalho. Para tanto, vamos partir da seguinte situação para compreender melhor os conceitos da aula de hoje: imagine que você trabalha como assessor de imprensa de uma multinacional de cosméticos e sua empresa tem um grande lançamento de uma linha de cosméticos veganos. A diretora de marketing solicitou uma reunião com você para passar todas as informações da nova linha, a �m de que você prepare um comunicado para a imprensa, e, na reunião, ela passou uma apresentação completa, com https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u3a4_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL diversas informações sobre a nova linha, mas você ainda não está confortável e seguro para montar o comunicado. Você preferiu, então, con�rmar alguns dados e entender qual a linha de comunicação e o tom da campanha a ser utilizado, para seguir a mesma linha no documento de divulgação. A partir dessa situação, a diretoria lhe deu respostas simples, curtas, e você não conseguiu extrair muito mais do que as simples informações do lançamento. Você gostaria de contextualizar melhor o trabalho para deixar o comunicado mais atrativo, e a reunião seroa a oportunidade para aprofundar o assunto. Diante disso, como utilizar de perguntas investigativas e poderosas para extrair essas informações? Quais perguntas poderiam ser feitas à diretora de marketing para entender melhor todo o contexto do lançamento? Lembre-se de que perguntas abertas levam o interlocutor a re�etir sobre a situação e a se expor melhor, logo, produza um texto apontando as perguntas que poderiam ser feitas (com as devidas justi�cativas) para você atingir seu objetivo. Bons estudos! Vamos Começar! Benefícios das perguntas investigativas Quando estabelecemos uma conversa com alguém e praticamos a escuta ativa, as perguntas que demonstram interesse no aprofundamento e na compreensão da informação são uma das formas de expressarmos atenção ao que o interlocutor está dizendo. Na comunicação assertiva, não é apenas importante fazer uso da oratória, mas também da escuta ativa, com perguntas estratégicas para enriquecer o grau de interesse, os sentimentos envolvidos e as preocupações do interlocutor, aumentando as chances de se obter sucesso na conversa. Segundo Nantes (2021), as perguntas certas nascem de uma curiosidade genuína. Em uma conversa, é necessário ir além de procurar a resposta que se deseja ou você correrá o risco de negligenciar algo importante. As perguntas certas demandam tempo e re�exão para serem respondidas, pois elas geram informação e ideias, alicerces da compreensão, e vão além das perguntas fechadas, pois manifestam informações que, até então, estavam ocultas. O processo de comunicação não está completo, a menos que você saiba que as pessoas estão compreendendo. Para garantir sua compreensão, peça que eles lhes digam o que pensam. A comunicação é bem-sucedida somente quando você ouve o ecoar dos seus pensamentos (Fournies apud Nantes, 2021). Algumas pessoas acham difícil escutar bem, porém escutar é a chave para adquirir informações e construir relações. Assim, quando uma pessoa toma a decisão de “ser curiosa”, ela, naturalmente, faz perguntas que provocam novas informações. Desse modo, exatamente porque está sendo curiosa, consegue escutar melhor e ser capaz de se lembrar dos detalhes com mais e�ciência, bem como estar aberta a opções e alternativas. Sem as perguntas, a pessoa deixaria de obter inúmeras possibilidades que estavam à disposição. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Assim, fazer perguntas também nos ajuda a ter uma escuta ativa e conhecer melhor o interlocutor com a oportunidade de manter o silêncio e ouvi-lo verdadeiramente, com atenção, e éVozes, 2017. LIMA, F. C. de et al. Comunicação como instrumento de enfermagem no cuidado interpessoal do usuário. Recien, São Paulo, v. 11, n. 34, 2021. Disponível em: https://recien.com.br/index.php/Recien/article/view/393. Acesso em: 8 abr. 2024. LOURENÇO, L. Novo acordo ortográ�co é obrigatório a partir de hoje no Brasil. 2016. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-01/novo-acordo-ortogra�co-e- https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522112708/pageid/0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022379/ https://recien.com.br/index.php/Recien/article/view/393 https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-01/novo-acordo-ortografico-e-obrigatorio-partir-de-hoje Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL obrigatorio-partir-de-hoje. Acesso em: 23 jan. 2024. NAVARO, V. M. Teoria da comunicação e comunicação não-violenta. Curitiba: Contentus, 2020. PELIZZOLI, M. L. Comunicação não-violenta: como escuta-diálogo e transformação de con�itos. Pernambuco: EDR-UFPE, 2019. ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos interpessoais e pro�ssionais. São Paulo: Ágora, 2021. Aula 2 Tipo de comunicação Tipo de comunicação Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Ao reconhecer a complexidade da comunicação, percebemos a importância de uma abordagem consciente e adaptativa. A compreensão dos diversos níveis de interação social aliada à consciência das variáveis que in�uenciam a comunicação capacita o comunicador a aprimorar suas habilidades e superar obstáculos. Em última análise, a comunicação e�caz não apenas requer falar a mesma língua, mas, fundamentalmente, ser compreendido. Ficou interessado em saber mais sobre esse tema? Então, bora lá! Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Por que vamos aprender a respirar, se já respiramos sem precisar pensar? A resposta é simples: para respirar melhor, viver mais, administrar melhor as emoções, estressar menos e por aí vai. Parece óbvio que, se já sabemos algo, não precisamos investir mais esforços nisso, não é?! Entretanto, para a comunicação, podemos usar uma lógica similar: por que vamos aprender a nos comunicar se já sabemos (a maioria de nós) falar, ouvir e escrever? Além disso, uma vez que https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-01/novo-acordo-ortografico-e-obrigatorio-partir-de-hoje https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u1a2_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL o indivíduo já tenha concluído o Ensino Médio, tendo tido a disciplina de Português na grade curricular, é possível até imaginar que uma parcela de aprendizado da comunicação tenha sido suprida, não é mesmo? Contudo, nosso estudo não se resume apenas a saber ler, escrever e falar corretamente o seu idioma; a comunicação vai muito além disso. Você deve compreender a importância de aprimorar a comunicação permanentemente, em todas as suas relações: familiares, pessoais e pro�ssionais. Pensando nisso, vamos partir da seguinte situação para embasar nossa aula de hoje: vamos pensar que você trabalha em uma empresa global de tecnologia que está passando por uma fase de mudanças signi�cativas, incluindo a implementação de novos processos e a adoção de tecnologias emergentes, diante disso, a comunicação interna se tornou crucial para alinhar a equipe e garantir uma transição suave. Além disso, a empresa enfrenta desa�os na comunicação, devido à diversidade cultural e à variedade de departamentos, cada um com suas próprias demandas e metas, e a introdução de tecnologias inovadoras gerou resistência em alguns funcionários, que se sentem desconfortáveis com as mudanças. Sendo assim, os principais desa�os em relação à comunicação são: personalidades diferentes apresentando estilos de comunicação muito diferentes, o que cria desa�os intrapessoais, pois as pessoas interpretam informações de maneira distinta, com base em suas experiências e perspectivas pessoais, e a comunicação intrapessoal pode ser prejudicada pela falta de motivação e �exibilidade Como se não bastasse, temos as barreiras psicológicas, ou seja, a implementação de novas tecnologias desperta ansiedade e resistência em alguns funcionários, impactando suas percepções e sentimentos em relação às mudanças; ademais, a empresa possui equipes distribuídas globalmente, cada uma com sua própria cultura organizacional, o que cria desa�os interpessoais na comunicação, pois as expectativas e normas variam entre as equipes. Assim, a estrutura organizacional complexa e os diferentes departamentos têm suas próprias barreiras institucionais, e a comunicação entre os departamentos é desa�adora, devido à falta de entendimento mútuo de objetivos e prioridades. Nesse contexto, seria possível propormos alguma melhoria? Se sim, quais seriam? A partir de agora, vamos desbravar o mundo da comunicação e das relações humanas. Vamos Começar! Tipos de comunicação nas relações Graças às ferramentas de pedra desenvolvidas há cerca de 2 milhões de anos, pudemos descobrir a existência de nossos antepassados, como o Homo Habilis. Mais adiante, entre 90.000 e 40.000 anos atrás, surgiu o Homo sapiens, com forte veia artística para entalhes e pinturas nas cavernas. Independentemente da era ou das idades (Idade da Pedra, Antiga, Média, Nova, do Bronze e do Ferro), todos esses nossos ancestrais �zeram uso de alguma forma de comunicação para manter a sua sobrevivência (De�eur; Ball-Rokeach, 1993). Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL O sistema de comunicação, por sua vez, foi crucial para o desenvolvimento da civilização humana, entretanto, historicamente, a sua compreensão é limitada por tecnologias em processo de evolução, lendas, mitos, histórias, hábitos e regras, conforme apontam DeFleur e Ball-Rokeach (1993). Assim, estudar temas como arquitetura, costumes, hábitos alimentares, livros e revistas nos permitiu aperfeiçoar a forma de comunicação interpessoal, por meio da perpetuação e do entendimento de como éramos e como queremos ser. A comunicação é expressa de distintas formas; em determinados momentos, é melhor usar um tipo especí�co de comunicação; em outras circunstâncias, ela deve variar (Guimarães, 2012). Por exemplo: quando temos pressa para resolver uma questão que dependa de alguém, é mais adequado telefonar para a pessoa; quando precisamos de uma lista de compras, é melhor enviá- la por WhatsApp, SMS ou e-mail, isto é, escrita. A transmissão de mensagens pode até ganhar mais profundidade se olharmos para a evolução da sociedade e suas formas de comunicar. Da nossa parte, nem sempre nos comunicamos apenas por meio da fala. Ao nascer, por exemplo, não falamos, porém conseguimos nos comunicar. Quais são, então, as nossas formas de comunicação? A comunicação oral é a mais comum e mais utilizada entre seres humanos. A “sociedade é oral” (De�eur; Ball-Rokeach, 1993, p. 23), e essa forma é rápida, esclarecedora e transmite informações por meio da voz. Eventualmente, é transmitida, também, por expressões �sionômicas e faciais, entre outros sinais que fortalecem a sintonia entre emissor e receptor. Os seres humanos se comunicam falando frente a frente e por meio de vídeos gravados e ao vivo, mensagens de áudio, videochamadas, videoconferências, rádio, televisão e �lmes. A comunicação escrita, por sua vez, é outra possibilidade. Ela está em ampla competitividade com a forma oral, uma vez que o mundo no qual vivemos está tão global e acelerado que se comunicar de forma escrita permite que o indivíduo tenha tempo para pensar no que vai escrever, independentemente de ele ser o emissor ou precisar retornar apor meio dessas perguntas que uma pessoa demonstra para a outra que está interessada no que ela diz. Escuta ativa implica participar, fazer perguntas esclarecedoras, anotar pontos que você não quer esquecer, expressar as opiniões e manifestar o interesse pelo que o outro está dizendo por meio de uma expressão corporal aberta e receptiva. As perguntas já eram usadas com sucesso pelo �lósofo Sócrates (470-399 a.C.), com a intenção de “puxar para fora” o conhecimento que o outro tinha em mente. Segundo Goldemberg (2019), as pessoas sabem fazer perguntas, mas não percebem o quanto vão perdendo a curiosidade sobre as coisas. No cotidiano em que vivem, conhecem e sabem, entram no “piloto automático”, com isso, perdem a habilidade de fazer perguntas, e, como consequência, as perguntas fechadas, que auxiliam apenas na con�rmação do que foi compreendido da mensagem passam a predominar. Realizar perguntas assertivas estimula e inspira novas ideias, gerando mais soluções e fazendo com que seja possível compreender melhor o assunto. A produção de informações auxiliará você não só a desfazer incompreensões, mas também a ampliar percepções, com vistas ao entendimento. Perguntas instigantes ou poderosas revelam as informações necessárias, re�etindo a escuta e a compreensão ativa de uma perspectiva, dessa forma, é possível evocar a descoberta, o insight, o compromisso ou a ação, criando maior clareza, possibilitando novos aprendizados e fazendo com que a pessoa se mova em direção ao que deseja. O que são perguntas investigativas? Vimos que um dos princípios da escuta ativa é a realização de perguntas investigativas, que fazem com que o ouvinte envolva o interlocutor por meio da demonstração de interesse pelo que está sendo falado, eliminando margens para dúvidas, e é importante perceber detalhadamente o que o outro está dizendo, e caso haja a necessidade de aprofundar o assunto, pode-se realizar mais perguntas investigativas. Em uma comunicação assertiva, é possível utilizar diversas formas de perguntar algo ao interlocutor, e a mais comum delas ocorre pelo diálogo com perguntas abertas. De imediato, elas proporcionam respostas com explicação ou opinião, permitindo revelar mais sobre o que está sendo exposto, bem como oferecem liberdade para o interlocutor expressar o que quiser sobre o assunto e exigem mais do respondente. Goldemberg (2019) lista três vantagens das perguntas abertas: Possibilitam dar uma opinião completa, com todas as nuances possíveis. Possibilitam fazer distinções que, geralmente, não são possíveis em perguntas fechadas. Possibilitam ao interlocutor expressar as ideias com suas próprias palavras, deixando-o mais à vontade para responder. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Nas perguntas fechadas, o interlocutor pode responder apenas com um simples “sim” ou “não”, assim, o assunto não se expande e a pessoa não é estimulada a prosseguir falando. As perguntas fechadas podem ser respondidas com respostas curtas, por outro lado, elas podem ser utilizadas para encadear outras perguntas abertas, e essa é uma maneira de você se certi�car de que a pergunta está sendo usada para conduzir um raciocínio ou con�rmar algo que está sob suspeita. Por exemplo, utiliza-se uma pergunta fechada para conduzir a pessoa a uma linha de raciocínio, tentando descobrir mais sobre a situação, como: “Quer dizer que você já tentou soluções semelhantes à nossa antes?”, depois, é possível dar continuidade com uma pergunta aberta: “Quais problemas te �zeram desistir de soluções semelhantes no passado?”. Segundo Hill (2019), há dois tipos de perguntas: as verdadeiras e as falsas. Perguntas verdadeiras almejam obter informações sobre a outra parte e demonstram interesse sincero pelo falante; essas perguntas ajudam a identi�car um problema, esclarecer informações ambíguas, descobrir expectativas, encontrar diferentes pontos de vista e aumentar a compreensão daquele que ouve, uma vez que possibilitam saber o que o falante realmente está dizendo. Nas perguntas falsas, há a ideia de que o interlocutor é superior a quem fala, portanto, não é necessário demonstrar interesse pelo outro. As perguntas falsas induzem a uma resposta, a�rmam opiniões pessoais, escondem a intenção de quem pergunta, buscam a resposta desejada e baseiam-se em uma suposição não veri�cada. Assim, enquanto uma pergunta verdadeira aproxima os interlocutores e permite que haja compreensão, uma pergunta falsa impede o entendimento mútuo, porque, para ouvir com compreensão, é preciso ouvir até o �nal, certi�car-se de que entendeu, avaliar e discutir, portanto, para melhorar as habilidades de escuta, é importante demonstrar interesse concreto pelo outro, o que só é possível por meio de perguntas verdadeiras. Hill (2019) aponta algumas características das perguntas instigantes e poderosas: Mostram curiosidade genuína e são feitas cuidadosamente. São curtas, abertas e simples de entender. Contêm verbos de ação no in�nitivo, palavras no plural e advérbios de intensidade. São dirigidas a temas que interessam a quem responde. Contêm valores e emoções que possam estar implicados no foco da conversa. Provocam a pessoa à re�exão. Siga em Frente... Como fazer perguntas investigativas e�cazes? Segundo Martins (2017), a comunicação assertiva é o resultado da utilização �exível dos estilos de comunicação de a�rmação, argumentação, empatia e envolvimento, e para cada um dos estilos, existe uma forma especí�ca de perguntar: Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Estilo de a�rmação: nesse estilo, não é pertinente fazer uma pergunta, mas quando acontece, com certeza, o seu emissor não quer obter uma resposta. As perguntas na comunicação a�rmativa são adequadas quando a conversa exige a igualdade de pensamento, ou seja, quando se quer vender uma ideia, um conceito, um produto. Há a necessidade de se usar esse estilo quando o interlocutor tem um pensamento discordante sobre o assunto e o objetivo da comunicação é a concordância e o entendimento. Nesse caso, predominam fatos, raciocínios e lógica, e as perguntas nesse estilo são ideais para justi�car uma posição, fazer sugestões, dar informações e pedir explicação para entender a ideia do outro. Estilo de argumentação: nesse estilo, a pergunta se faz necessária quando o locutor precisa de informações do interlocutor para fortalecer a sua base de argumentação, caso contrário, corre-se o risco de usar argumentos que não bene�ciem o processo de convencimento. Estilo de empatia: nesse caso, a pergunta estimula a participação do outro e, normalmente, vem acompanhada de um feedback, predominando o entusiasmo, a autocon�ança e a exposição pessoal. Estilo de envolvimento: assim como na empatia, o envolvimento traz o foco do objeto da conversa para a relação. Trata-se de um estilo que aproxima as pessoas e as compromete com os resultados da comunicação. Na comunicação assertiva, as perguntas têm o objetivo de fazer o interlocutor falar, abrir-se e revelar o que realmente deseja com a conversa. Uma das melhores formas de atingir esse objetivo é fazendo perguntas abertas. Michelli (2014) traz alguns exemplos: “O que fez você decidir…?”. “Como você resolveria…?”. “Explique mais sobre como você…”. De qualquer forma, o importante e mais sensato para o ouvinte é, sempre que retornar uma pergunta, pensar sobre como e para onde está tentando "conduzir" o orador. Se a pergunta que faz não resulta em um passo comunicativo positivo, então, deve recorrer a três questões simples: Perguntei de forma errada? As minhas palavras podem ser mal interpretadas? A categoria de pergunta foi apropriada? As respostas que você recebe perguntando a si mesmo permitem desenvolver melhores competências em escuta ativa, minimizando futuros ruídos comunicacionais. Aliás, existem, também, algumas técnicas para fazer as perguntas corretas. O Spin Selling é uma dessas metodologias, sendo muito utilizado por equipes de vendas, mas também pode ser utilizado em outras áreas, levando orientaçõessobre quais as perguntas certas a se fazer com base em 4 palavras: Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Situação: perguntas que auxiliam a coleta de fatos e dados sobre a situação, tendo como objetivo entender todo o contexto da situação. Problema: perguntas sobre o problema apresentado, encorajando o interlocutor a identi�car um problema que talvez ele nem tenha percebido. Nesse momento, é importante estar preparado para ouvir. Implicação: perguntas que auxiliam o interlocutor a identi�car, por meio das perguntas, quais são as consequências e os impactos negativos caso ele não tome nenhuma providência para controlar o problema. Necessidade: são perguntas que despertam o impacto da solução e as emoções positivas. Vamos Exercitar? Você, assessor de imprensa de uma multinacional de cosméticos, encontra-se diante de um grande lançamento de uma linha de produtos veganos. A diretora de marketing convocou uma reunião para fornecer informações cruciais, visando à preparação de um comunicado à imprensa, no entanto, você não se sente totalmente con�ante após a apresentação da diretora, pois as informações foram breves e super�ciais. Diante disso, você, então, quer entender melhor a linha de comunicação e o tom da campanha para elaborar um comunicado mais atraente, para isso, precisa formular perguntas investigativas que ajudem a extrair informações mais detalhadas. E aí, quais perguntas fazer? Nesse caso, você tem a oportunidade de, em uma reunião sobre o tema especí�co, explorar novas perspectivas e trazer mais informações para a elaboração do comunicado, dessa forma, você precisa fazer perguntas abertas, curtas e verdadeiras, que indaguem a diretora de marketing e a provoquem a trazer re�exões mais aprofundadas sobre o lançamento da nova linha, mostrando interesse não apenas no lançamento, mas em como tudo se desenvolveu. Assim sendo, vale pensar em algumas perguntas que levem em consideração como você quer conduzir a conversa para obter as informações necessárias (lembrando sempre de praticar a comunicação assertiva e a escuta ativa, para não perder nenhum detalhe ou informação). Exemplos de perguntas: Como nasceu a ideia da linha? Por que uma linha vegana? O que essa nova linha signi�ca para a empresa? Qual o tom da comunicação utilizada na campanha publicitária? As perguntas investigativas devem ser utilizadas para esclarecer algo que já foi dito ou para descobrir mais detalhes sobre o assunto; aliás, cuide para não utilizar perguntas em demasia, para a reunião não �car parecendo um interrogatório. De qualquer modo, certi�que-se de que os sinais verbais e não verbais sejam neutros ou solidários ao fazer tais perguntas, bem como se a pergunta é, de fato, útil para descobrir detalhes que possam ter sido inicialmente negligenciados ou considerados irrelevantes. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Saiba mais E aí, você sabia que podemos nos aprimorar até mesmo em relação às perguntas que fazemos? Pois é, e caso você queira saber mais sobre esse tema, segue aqui algumas dicas de materiais que possam te ajudar. Teoria da Comunicação e Comunicação Não Violenta, de Valéria Maria Navarro – capítulo 6 (O Poder da Palavra). A obra toda é de grande valia para o seu conhecimento, mas o capítulo 6, especi�camente, apresenta mais informações acerca da forma de se comunicar. Abordagens investigativas no ensino de química: limites e possibilidades, de Edson José Wartha, Marcos Mendonça Lemos. Esse artigo, embora seja da área da educação, apresenta-nos, na prática, a importância das perguntas investigativas para melhoria da comunicação e/ou aprendizagem. Referências GOLDEMBERG, G. Perguntas poderosas: um guia prático para potencializar perguntas e alcançar os melhores resultados em coaching. Rio de Janeiro: Casa do Escritor, 2019. HILL, S. Comunicação no ambiente de trabalho: 6 habilidades sociais urgentes para os pro�ssionais de alta performance. Maringá: Viseu, 2019. MARTINS, V. Seja assertivo! Como ser direto, objetivo e fazer o que tem de ser feito: como construir relacionamentos saudáveis usando a assertividade. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. MICHELLI, D. Assertividade em uma semana. Tradução: Carlos Leite Silva. São Paulo: Figurati, 2014. NANTES, C. Comunicação assertiva no processo de coaching. In: BENATTI, C.; BECKER, A (org.). Comunicação assertiva. São Paulo: Literare Books International, 2021. p. 244-255. Aula 5 Encerramento da Unidade Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/186042/pdf/0?code=r+t1UuUGIoksAWEUs3J/RH330Wnod7nfv2vZZB7qQjmX9N26ZQtwFsu/fubIWioerd38orTnIaU13eqL9Co3Zg== https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistaamazonia/article/view/3172/3734 Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Ao longo desta unidade de estudo, veremos alguns pontos de extrema relevância para o processo de comunicação; são eles: desenvolvimento das habilidades de escuta ativa, empatia e comunicação assertiva. Para tanto, exploraremos os conceitos fundamentais e a aplicabilidade dessas habilidades no contexto da comunicação interpessoal, tanto no âmbito pessoal quanto pro�ssional. E aí, animado para embarcar nessa jornada? Então, vamos juntos? Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Chegada Para desenvolver a competência desta unidade, que visa avaliar re�exivamente os conceitos das habilidades da escuta ativa e da empatia, de modo a esclarecer sua relevância, aplicabilidade e principais características para o processo de comunicação efetiva, é necessário compreender alguns conceitos iniciais. Então, vamos lá? É sabido que a prática da escuta ativa traz diversos benefícios para a comunicação interpessoal, tanto no âmbito pro�ssional quanto pessoal, e ao predominar nos diálogos, melhora signi�cativamente as relações interpessoais e reduz con�itos causados por falhas na comunicação. A essência da escuta ativa vai além de simplesmente captar informações; ela envolve aprender e entender conceitos, demonstrando respeito pelo falante e criando soluções de benefícios mútuos aos problemas. Os benefícios se estendem a todos os envolvidos na comunicação, proporcionando clareza, aumento da con�ança e desenvolvimento da empatia; além disso, ajuda a diminuir con�itos ao resolver falhas de comunicação e mal-entendidos, incentivando o consenso e o respeito às diferenças. Para as organizações, a escuta ativa é uma ferramenta valiosa que promove clareza nos diálogos, reduz ruídos e con�itos internos, melhora o relacionamento entre equipes, clientes e prospects e desenvolve empatia, facilitando a absorção de informações relevantes, otimizando processos e promovendo um ambiente propício para a geração de insights vindos de clientes e colaboradores. Dessa forma, a escuta ativa é uma técnica de comunicação interpessoal que envolve escutar atentamente, dar feedback, con�rmar a compreensão e explorar ideias mais a fundo; ela vai além do simples ato de ouvir, requerendo atenção plena, interpretação e participação ativa no diálogo. A prática da escuta ativa é fundamental para estabelecer conexões reais, construir relações de con�ança e tornar a comunicação mais e�caz e empática. Os níveis da escuta em uma conversa, conforme a Teoria U de Otto Scharmer, incluem o piloto automático, a escuta objetiva, a escuta empática e a escuta generativa, e cada nível representa um estágio diferente de envolvimento e compreensão durante a interação, indo desde o mero https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u3Enc_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL acordo super�cial até uma conexãoprofunda e colaborativa entre os participantes. Além disso, é importante considerar o conceito e a importância da empatia na comunicação, destacando suas nuances e impactos nas relações interpessoais e organizacionais. A empatia é de�nida como a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos, perspectivas e necessidades; distingue-se de simpatia e compaixão por envolver a compreensão profunda das emoções e pontos de vista alheios. A empatia compreende dois componentes: cognitivo, que envolve entender a perspectiva do outro, e afetivo/emocional, que implica sentir o que o outro sente. A prática da empatia contribui para relações transparentes, conexões signi�cativas, resolução de con�itos e colaboração, assim sendo, a comunicação empática busca compreender as vulnerabilidades, necessidades e motivações do interlocutor. Nas organizações, a empatia na comunicação promove engajamento, con�ança e melhores resultados. Para ser empático na comunicação, é necessário reconhecer a perspectiva do outro, praticar a escuta ativa e manter-se aberto para compreender suas experiências e pontos de vista. Observar o outro, exercitar a escuta ativa e estar aberto às experiências alheias são ações que favorecem o desenvolvimento da empatia, e o mapa de empatia de Dave Gray é uma ferramenta valiosa para se compreender as necessidades e perspectivas dos clientes no desenvolvimento de soluções e experiências de consumo. Outro ponto que merece destaque é o da importância da comunicação assertiva, destacando como essa habilidade promove diálogos respeitosos e e�cazes, tanto nas relações interpessoais quanto no ambiente pro�ssional. A comunicação assertiva envolve expressar ideias e opiniões de forma clara, objetiva e respeitosa, garantindo que tanto o emissor quanto o receptor sejam bene�ciados. A assertividade na comunicação contribui para evitar con�itos, promover entendimento mútuo, aumentar a credibilidade e reduzir o estresse decorrente de ruídos na comunicação. No contexto empresarial, ela é fundamental para reduzir con�itos, aumentar a produtividade e manter um ambiente de trabalho saudável. A comunicação assertiva se baseia em princípios como falar na primeira pessoa, ser objetivo e direto e demonstrar respeito e disposição para ouvir o outro. Ela se diferencia dos estilos de comunicação passivo, agressivo e passivo-agressivo, priorizando uma abordagem equilibrada, respeitosa e e�ciente. Para aplicar a comunicação assertiva, é essencial ser objetivo, empático, prestar atenção no interlocutor, adaptar a linguagem, utilizar a emoção e o humor de forma equilibrada, atentar-se à comunicação não verbal, desenvolver a inteligência emocional, comunicar de forma positiva, aceitar feedbacks e estar aberto ao diálogo construtivo. Por �m, ao praticar a escuta ativa durante uma conversa, fazer perguntas que demonstrem interesse no aprofundamento e na compreensão da informação é fundamental para estabelecer uma comunicação e�caz. As perguntas certas nascem da curiosidade genuína e vão além de buscar respostas desejadas, permitindo descobrir informações e ideias que estavam ocultas. A escuta ativa e as perguntas adequadas ajudam na aquisição de informações, na construção das relações e a demonstrar interesse pelo interlocutor, além disso, a habilidade de fazer perguntas instigantes ou poderosas estimula novas ideias, amplia percepções e promove uma compreensão mais profunda do assunto discutido. As perguntas investigativas envolvem perguntas abertas, que permitem respostas com explicação ou opinião, e perguntas fechadas, que podem ser utilizadas para encadear outras Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL perguntas abertas e conduzir o raciocínio. Aliás, é importante diferenciar as perguntas verdadeiras, que demonstram interesse sincero pelo interlocutor, das perguntas falsas, que buscam apenas uma resposta desejada. Para fazer perguntas investigativas e�cazes, é necessário entender os diferentes estilos de comunicação e adaptar as perguntas de acordo com cada estilo. A metodologia Spin Selling oferece orientações sobre os tipos de perguntas a serem feitas: situação, problema, implicação e necessidade, com o objetivo de se compreender o contexto, identi�car problemas, avaliar consequências e despertar a necessidade de uma solução. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. A empresa ABC Ltda., uma empresa de médio porte do setor de tecnologia, está enfrentando desa�os na comunicação interna entre seus departamentos; os funcionários relatam falta de clareza nas instruções, mal-entendidos frequentes e con�itos decorrentes de falhas na comunicação. A diretoria reconhece a necessidade de melhorar a comunicação interna para aumentar a e�ciência e reduzir con�itos no ambiente de trabalho, para tanto, precisa implementar práticas de comunicação e�cazes que promovam a escuta ativa, a empatia e a comunicação assertiva entre os membros da equipe. Como podemos ajudar? Vamos pensar em quais estratégias podem ser empregadas, a �m de se minimizar essa situação. Vamos re�etir sobre algumas questões sobre o que foi abordado durante os estudos? Qual é a importância de se fazer perguntas investigativas na comunicação assertiva? Como as perguntas investigativas, tanto abertas quanto fechadas, podem ser utilizadas para conduzir uma conversa de forma mais efetiva e produtiva? Considerando os diferentes estilos de comunicação e a necessidade de adaptação das perguntas, como a metodologia Spin Selling pode ser aplicada para formular perguntas investigativas que levem em conta os estágios da conversa, como situação, problema, implicação e necessidade? Para auxiliar a Empresa ABC Ltda., algumas estratégias podem ser utilizadas: Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Treinamento em escuta ativa e empatia: a empresa pode decidir realizar um workshop de treinamento em escuta ativa e empatia para todos os funcionários. Nesse workshop, os participantes aprenderão sobre a importância da escuta ativa para compreender plenamente as necessidades e preocupações dos colegas, bem como poderão explorar técnicas para desenvolver empatia, reconhecendo as perspectivas dos outros e mostrando compreensão genuína. Implementação da escuta ativa nos processos de comunicação: a equipe de gestão pode introduzir práticas de escuta ativa em reuniões e discussões de equipe, e isso envolve incentivar os membros da equipe a ouvir atentamente, fazer perguntas claras para esclarecer pontos e demonstrar interesse genuíno nas contribuições dos colegas. Promoção da comunicação assertiva: a empresa pode promover a comunicação assertiva como um componente fundamental da cultura organizacional. Os funcionários devem ser encorajados a expressar suas ideias e opiniões de forma clara, objetiva e respeitosa. Além disso, devem ser incentivados a fornecer feedback construtivo e a comunicar suas necessidades de forma transparente. Introdução de perguntas investigativas: a equipe de gestão pode introduzir perguntas investigativas nas interações diárias, incentivar os funcionários a fazer perguntas abertas e fechadas para explorar ideias, entender pontos de vista diferentes e resolver problemas de forma colaborativa. Após a implementação das práticas de comunicação, espera-se que a empresa observe uma melhoria signi�cativa na comunicação interna e nas relações interpessoais entre os funcionários. Os membros da equipe devem ter uma maior clareza nas instruções, uma redução nos mal-entendidos e um aumento na colaboração e no trabalho em equipe. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura | Síntese dos conteúdos abordados durante os estudos GOLDEMBERG, G. Perguntas poderosas: um guia prático para potencializar perguntas e alcançar os melhores resultados em Coaching.Rio de Janeiro: Casa do Escritor, 2019. HILL, S. Comunicação no ambiente de trabalho: 6 habilidades sociais urgentes para os pro�ssionais de alta performance. Maringá: Viseu, 2019. MARTINS, V. Seja assertivo! Como ser direto, objetivo e fazer o que tem de ser feito: como construir relacionamentos saudáveis usando a assertividade. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. MICHELLI, D. Assertividade em uma semana. Tradução: Carlos Leite Silva. São Paulo: Figurati, 2014. NANTES, C. Comunicação assertiva no processo de coaching. In: BENATTI, C.; BECKER, A (org.). Comunicação assertiva. São Paulo: Literare Books International, 2021. p. 244-255. , Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Unidade 4 Comunicação não verbal Aula 1 Comunicação não verbal Comunicação não verbal Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Estudante, é com entusiasmo que adentramos o intrigante universo da comunicação não verbal, um fenômeno complexo que permeia nossas interações diárias sem que, muitas vezes, percebamos sua magnitude. Conhecida como a "comunicação sem palavras", a comunicação não verbal desempenha um papel crucial em nossas vidas pessoais e pro�ssionais, in�uenciando desde relações interpessoais até transações comerciais. Diante disso, convidamos você a mergulhar nesta jornada de descoberta e compreensão da comunicação não verbal, uma linguagem tão poderosa e complexa quanto a própria essência humana. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Sabemos que o processo de comunicação é essencial em nossas vidas, mas não só de comunicação verbal nós vivemos, a comunicação não verbal é fundamental para esse nosso processo também! Assim, ao longo desta aula, dialogaremos sobre o processo de comunicação, em especial sobre o ato comunicativo que faz uso da linguagem não verbal nas mais diversas esferas sociais, porque saber se comunicar de forma clara e precisa favorece as relações nas diversas esferas sociais, em contextos corporativos, sociais, familiares etc. Para tanto, o objetivo, aqui, é apresentar informações sobre os tipos de linguagem, enfatizando as especi�cidades da não verbal, fundamentando-nos na concepção dialógica da linguagem com ênfase na abordagem sócio-histórica. Aliás, os conceitos que serão abordados estão https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u4a1_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL caracterizados sob a perspectiva do Círculo de Bakhtin e demais autores que apresentam estudos sobre o assunto. Ao �nal, esperamos que você entenda a distinção entre língua e linguagem, a diferença entre linguagem verbal e não verbal e, também, que compreenda as especi�cidades da linguagem não verbal e sua real importância para o processo de comunicação. Para que possamos adentrar nesse contexto, vamos tomar como ponto de partida a seguinte situação-problema: Maria é uma pro�ssional de marketing em uma empresa de tecnologia em rápido crescimento; ela está se preparando para uma importante reunião de negócios com potenciais investidores, e a reunião ocorrerá em um ambiente formal e altamente competitivo, em que a impressão inicial e a habilidade de transmitir con�ança são cruciais para o sucesso. Para tanto, Maria precisa garantir que sua comunicação, tanto verbal quanto não verbal, transmita pro�ssionalismo, con�ança e entusiasmo pelo projeto da empresa, a �m de atrair o interesse dos investidores e garantir o �nanciamento necessário para expandir o negócio. E aí, quais estratégias de comunicação não verbal você acha que Maria pode utilizar? Vamos ajudá-la? Vamos Começar! O que é comunicação não verbal? A comunicação não verbal é, também, conhecida como comunicação sem palavras. Os especialistas que desenvolveram estudos sobre língua e linguagens a�rmam que a linguagem representa o uso da língua em diversas situações comunicativas (Travaglia, 1996; Soares, 1998), nesse sentido, infere-se que se comunicar bem é ter habilidade de transmitir uma mensagem de maneira clara e precisa, utilizando a linguagem verbal ou não verbal. Aliás, essa habilidade contribui para o desenvolvimento pessoal e pro�ssional, por isso, é interessante dominar as técnicas e saber como utilizá-las a nosso favor nas diversas situações sociais. Você já aprendeu que a linguagem não verbal difere da verbal, porque não utiliza a linguagem oral nem a escrita, mas, sim, os signos visuais – como imagens, roupas, símbolos ou sons – no processo dialógico entre os interlocutores do discurso, ou seja, as pessoas que participam do processo de interação por meio da linguagem (Perini, 2010). Outra especi�cidade desse tipo de linguagem é que, diferentemente da verbal, ela não é exclusividade do ser humano, pois podemos identi�cá-la nos animais. Um exemplo desse tipo de comunicação acontece quando um cachorro, ao ver seu dono chegar em casa, balança o rabo para expressar sua felicidade (Soares, 1998), contudo, para que a comunicação seja completa e e�caz, é preciso haver compreensão da mensagem proferida. Para exempli�car um processo de comunicação não verbal, feche seus olhos e imagine-se em um auditório assistindo a uma palestra. Nesse contexto, o palestrante — no processo comunicativo, com intuito de transmitir informações precisas e conquistar o público, como complemento a sua fala (linguagem oral) e, também, à escrita (slides transmitidos) — utiliza alguns suportes complementares, ou seja, alguns sinais paralelos, que são considerados Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL linguagem não verbal pelos estudiosos no assunto. Con�ra os exemplos desse tipo de linguagem utilizada no contexto social em questão, na Figura 1. Figura 1 | Exemplos de comunicação não verbal Considerando a situação exposta, infere-se que a comunicação não verbal acontece por meio das linguagens gestuais e corporais conectadas às microexpressões (Soares, 1998). Segundo os especialistas no assunto, os campos de estudos mais comuns da linguagem não-verbal são: Paralinguagem. Proxêmica. Aparência. Cinésica (tacêsica, expressões faciais, gestos). Faz-se interessante salientar que a coerência entre a linguagem não verbal e o discurso (linguagem verbal) produz uma comunicação mais e�caz, ou seja, uma complementa a outra, entretanto, a dissonância entre elas produz ruídos na comunicação. Além disso, a percepção da Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL comunicação não verbal deve ser entendida a partir de uma análise contextual, que considere os diversos suportes utilizados, uma vez que a análise isolada induz aos mais diversos erros de interpretação. Assim, a comunicação não verbal se refere a qualquer forma de comunicação que não envolva palavras faladas ou escritas, e isso inclui gestos, expressões faciais, postura corporal, tom de voz, contato visual, distância física entre as pessoas (proximidade ou distância), toque e outras formas de linguagem corporal. A comunicação não verbal desempenha um papel signi�cativo na interação humana, muitas vezes, transmitindo emoções, atitudes e intenções de forma mais poderosa do que as palavras sozinhas. Por exemplo, um aperto de mão �rme pode transmitir con�ança e determinação, enquanto uma expressão facial de sorriso pode indicar felicidade ou simpatia, logo entender e interpretar a comunicação não verbal é importante em muitos contextos, incluindo relações pessoais, negócios, entrevistas de emprego, apresentações públicas. Siga em Frente... Diferencial da comunicação não verbal Para entender melhor o processo de comunicação por meio da linguagem não verbal, faz-se necessário, antes, entender a diferença entre língua e linguagem, posteriormente, as informações sobre ostipos de linguagem, enfatizando as especi�cidades da linguagem não verbal. A comunicação é motivada pela interação social, e é a partir do social que o individual se con�gura no processo de comunicação, realizando o dialogismo entre interlocutores do discurso, orientados pela linguagem. Infere-se, então, que a linguagem, primeiro, é social e, depois, individual, ou seja, ela parte do exterior para o interior. A partir dessa perspectiva, entende-se que a língua, linguagem, história e sujeitos são indissociáveis (Bakhtin; Volochinov, 1992). Os estudos da linguagem apresentam diversos recortes sobre o conceito de língua e linguagem, como a de�nição proposta pela �loso�a da linguagem, que se diferencia da de�nição gramatical e da linguística, entre outras. De acordo com a teoria bakhtiniana, a língua é um fenômeno social da interação verbal realizada por enunciação e/ou enunciações, e apenas os seres humanos têm essa habilidade de se comunicar por meio de línguas, pois a comunicação por meio das línguas é essencialmente social entre os falantes, ou seja, ela é dialógica por natureza (Bakhtin; Volochinov, 1992). Para ilustrar o que dissemos, destacaremos algumas das línguas mais importantes do mundo: inglesa, espanhola, francesa e portuguesa. Diferentemente, para a linguística formal, a língua é entendida enquanto estrutura, ou seja, o conjunto de palavras que são organizadas por regras gramaticais e leis combinatórias. Saussure (2012), linguista e �lósofo, pai do Estruturalismo, de�ne a língua como um sistema de signos organizado socialmente; já Chomsky, criador da Gramática Gerativista, assevera que a língua é um sistema de sentenças e a gramática é inata ao homem e universal (Soares, 1998). Mas você conhece a de�nição de linguagem e suas características? De acordo com a de�nição do dicionário Oxford (online): “Linguagem: sf. 1. Qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL grá�cos, gestuais etc.” ([s. d., s. p.]). A linguagem, segundo a concepção dialógica, é a capacidade humana de utilizar sinais linguísticos com vistas à comunicação e que possibilita a interação de uns com os outros, em uma dada época e sociedade marcada. Acrescenta-se a essas informações que uma das formas de manifestação da linguagem é por meio das línguas, por meio das palavras (Bakhtin; Volochinov, 1992). Diante o exposto, entende-se que o termo linguagem tem ampla de�nição, então, vamos utilizar a seguinte: todo e qualquer sistema de signos empregados pelas pessoas com intuito de produzir sentidos (Trask, 2004). Infere-se, portanto, que é por meio de um sistema de sinais convencionais, como a linguagem verbal (oral e escrita), a não verbal (signos visuais) e a digital (algoritmos e números), que o homem se comunica, dessa forma, a linguagem não verbal utiliza diversos signos visuais como suportes para realizar o ato comunicativo, como expressões faciais e corporais, postura, ilustrações, placas, músicas etc. Ou seja, o diferencial da comunicação não verbal é que ela é composta de diversos elementos, por isso, a análise desse tipo de comunicação deve considerar o contexto situacional, pois a comunicação acontece na interação social entre indivíduos em dada época e sociedade marcada. Vamos Exercitar? Como usar comunicação não verbal a seu favor Você já compreendeu a importância de saber utilizar a comunicação de forma clara e precisa para ter êxito em suas ações diariamente, nos mais variados contextos sociais. Em virtude das organizações sociais e capitalistas, o ser humano utiliza um período maior do seu tempo dedicando-se às atividades pro�ssionais, seja quando está trabalhando de forma presencial, ou seja, nos espaços físicos da empresa, seja quando desenvolve trabalho remoto, em home o�ce. As relações sociais praticadas em virtude de ações corporativas demandam uma melhor habilidade comunicacional, uma vez que a má comunicação e/ou a comunicação com ruídos pode causar sérios problemas, e isso re�ete negativamente tanto para a imagem da pessoa que não sabe se comunicar de maneira e�caz quanto para a empresa, pois o erro oriundo de uma comunicação de�citária pode ultrapassar os limites internos e atingir o cliente, gerando má impressão. Mas como podemos fazer uso da linguagem não verbal de maneira assertiva, já que ela é essencial no processo comunicativo, uma vez que completa e/ou substitui a linguagem verbal? Observe, na Figura 2, algumas funções desse tipo de linguagem. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 2 | Funções da linguagem não verbal Os estudiosos no assunto, baseando-se em dados publicados pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), a�rmam que pelo menos 55% do processo comunicativo são feitos pela linguagem corporal. Por esse motivo, compreender como identi�cá-la e utilizá-la no dia a dia corrobora para uma melhor performance nas relações interpessoais. Visando ampliar os horizontes sobre o assunto em questão, faz-se necessário, neste momento, apresentar informações sobre as formas de comunicação não verbal, pois, anteriormente, a ênfase esteve direcionada para os tipos de comunicação. A forma de utilização da linguagem não verbal dependerá do contexto social no qual os interlocutores do discurso estarão inseridos; nesse sentido, na Figura 3, elencamos as formas de comunicação não verbal mais utilizadas diariamente. Com intuito de explicar e exempli�car cada uma delas, sugerimos que você se coloque na �gura de um apresentador e/ou palestrante e visualize o processo comunicativo propriamente dito. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 3 | Formas de comunicação não verbal Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Saiba mais Maria, uma pro�ssional de marketing em uma empresa de tecnologia em crescimento, prepara- se para uma reunião crucial com investidores. Ela reconhece a importância de transmitir pro�ssionalismo, con�ança e entusiasmo durante a interação e está ciente de que sua comunicação verbal e não verbal será fundamental para conquistar o interesse dos investidores e garantir o �nanciamento necessário para a expansão da empresa. Mas como ela deverá proceder? Para essa reunião, Maria poderá utilizar as seguintes abordagens: Preparação da linguagem corporal: Maria precisará se atentar à sua postura: postura ereta e expressões faciais con�antes, pois, assim, conseguirá transmitir abertura, con�ança e entusiasmo. Contato visual e aperto de mão: durante a saudação inicial, Maria deverá ter contato visual direto e um aperto de mão �rme, transmitindo con�ança e respeito. Expressões faciais e gestos: durante a apresentação, Maria deverá utilizar expressões faciais naturais e gestos moderados para enfatizar pontos importantes e transmitir entusiasmo pelo projeto da empresa. Tom de voz e entonação: Maria deve manter um tom de voz calmo, claro e con�ante ao apresentar os detalhes do projeto e responder às perguntas dos investidores. Espaço pessoal: Maria está consciente do espaço pessoal dos investidores e deve manter uma distância confortável durante a interação, respeitando suas preferências de proximidade. Aparência pro�ssional: Maria deve escolher cuidadosamente sua vestimenta e aparência para re�etir pro�ssionalismo e adequação ao ambiente de negócios. Como resultado, espera-se que Maria consiga utilizar sua comunicação não verbal de forma e�caz, sendo capaz de transmitir con�ança, entusiasmo e pro�ssionalismo aos investidores durante a reunião. Ela deve se lembrar sempre de que sua linguagem corporal complementa sua mensagem verbal, criando uma impressão positiva e conquistando o interesse dos investidores no projeto da empresa. Por �m, este estudo de caso destaca a importância da comunicação não verbal em contextos de negócios e demonstra como a habilidade em utilizar a linguagem corporal de forma e�caz pode in�uenciar signi�cativamenteo resultado de uma interação pro�ssional. Ao compreender e dominar as técnicas de comunicação não verbal, os pro�ssionais podem aumentar sua e�cácia na transmissão de mensagens e alcançar maior sucesso em suas atividades pro�ssionais. Referências BAKHTIN, M.; VOLOCHINOV, M. Marxismo e �loso�a da linguagem. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1992. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL LINGUAGEM. In: OXFORD languages. [s. d.]. PERINI, M. A. Sobre língua, linguagem e linguística: uma entrevista com Mário A. Perini. ReVEL, [S. l.], v. 8, n. 14, 2010. SAUSSURE, F. Cursos de linguística geral. 34. ed. São Paulo: Cultrix, 2012. SOARES, M. Concepções de linguagem e o ensino da língua portuguesa. In: BASTOS, N. B. (org.). Língua portuguesa: história, perspectivas, ensino. São Paulo: Educ, 1998. TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo: Contexto, 2004. TRAVAGLIA, L. C. Concepções de linguagem. In: TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996. Aula 2 Tipos de comunicação não verbal Tipos de comunicação não verbal Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Seja bem-vindo a nossa jornada de exploração sobre os diversos tipos de comunicação não verbal (CNV). Nesta aula, mergulharemos nos conceitos, exemplos e nuances que permeiam esse fascinante campo de estudo, conforme delineado por especialistas. Nosso ponto focal será entender os quatro principais tipos de CNV que moldam nossas interações diárias, pois quando compreendemos e dominamos a linguagem não verbal, estamos aptos a estabelecer conexões signi�cativas e evitar armadilhas que minam nossas interações sociais. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u4a2_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Durante a disciplina de Comunicação não violenta, escuta ativa e linguagem corporal, você aprendeu a diferença entre língua e linguagem e, também, as especi�cidades da linguagem não verbal. Agora, o intuito é aprofundar os conhecimentos sobre os tipos de comunicação não verbal e as especi�cidades de cada um; para tanto, serão apresentadas informações sobre como identi�car esse tipo de linguagem nas mais diversas formas de interação social, aliás, você compreenderá como reconhecer as armadilhas colocadas nos atos comunicativos por meio da linguagem não verbal. Esta aula é de extrema importância para todos aqueles que estão inseridos nos contextos sociais mais diversos e sabem que a comunicação de forma clara e precisa, bem como a leitura nas entrelinhas do não verbal, contribuem satisfatoriamente para uma melhor posição pessoal e pro�ssional. Novamente, vamos partir de uma situação-problema para conseguir apreender melhor os conteúdos: João está se preparando para uma entrevista de emprego em uma grande empresa de tecnologia e está bastante ansioso, pois quer causar uma boa impressão no entrevistador, demonstrando não apenas suas habilidades técnicas, mas também suas competências interpessoais e capacidade de comunicação. João, ao chegar à sala de entrevista, cumprimentou o entrevistador, que estava sentado atrás de uma mesa. A sala é espaçosa, com uma mesa de centro entre os dois, e a cadeira do entrevistador está posicionada de frente para a porta, enquanto a de João está do outro lado da mesa, voltada para a janela. O entrevistador, por sua vez, tem feito diversas perguntas sobre experiências pro�ssionais, habilidades técnicas e expectativas em relação à empresa, e enquanto João responde, tenta se expressar da melhor maneira possível, não apenas com suas palavras, mas também por meio de sua linguagem não verbal. Diante desse contexto, como você acha que João pode utilizar os tipos de comunicação não verbal para se expressar da melhor maneira possível? Vamos Começar! Tipos de Comunicação Não Verbal A partir de agora, explicaremos e exempli�caremos os tipos ou, como dizem alguns especialistas no assunto, os campos mais comuns de estudos da linguagem não verbal (Knapp, 1972). Nas revisões de literatura sobre o assunto, publicadas pelos principais autores que produzem estudos nessa área, temos informações sobre os tipos de linguagem não verbal ilustrados na Figura 1. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 1 | Tipos de Comunicação Não Verbal Com os conceitos expostos, vamos explorar informações relevantes sobre cada especi�cidade da comunicação não verbal CNV: Paralinguagem: esse exemplo de comunicação não verbal refere-se a um composto de elementos não verbais que têm por função auxiliar a comunicação verbal, seja completando-a ou mesmo auxiliando no entendimento do que foi expresso. Em particular, essa linguagem pode ser consciente e/ou inconsciente e está diretamente relacionada aos sons emitidos, como aos movimentos da boca ao expressar um bocejo ou mesmo um sorriso. Por isso, outra especi�cidade que merece destaque é o fato de ela ter o poder de expressar sentimentos que se completam ou opõem-se, como a alegria e a tristeza ou a energia e o cansaço (Knapp, 1972). Proxêmica: esse tipo de linguagem não verbal, inicialmente, foi cunhado por Edward Hall e se refere ao estudo social dos espaços, ou seja, ao local de posição dos interlocutores na interação, seja relacionado à distância entre eles, seja ao posicionamento em um local especí�co. Segundo o autor em questão, a forma como os interlocutores do discurso utilizam o espaço determina e/ou favorece as relações interpessoais, pessoais ou pro�ssionais. Uma revisão bibliográ�ca seletiva sobre o assunto aponta que existem, pelo menos, quatro faixas de distâncias interpessoais: espaço público, espaço social, espaços íntimos, espaço pessoal, contudo, essas faixas podem variar de acordo com os padrões culturais e sociais (Hall, 2005). Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Aparência: essa especi�cidade da comunicação não verbal trata do externo, ou seja, a forma como as peculiaridades físicas e ou adornos comunicam a imagem e sugerem uma interpretação do interlocutor do discurso. Nessa especi�cidade, destacam-se os estilos de roupas e cores utilizadas, cortes de cabelo, adereços etc.; aliás, faz-se importante salientar que essas leituras também são condicionadas pelos aspectos culturais e sociais (Knapp, 1972). Cinésica: essa categoria da linguagem não verbal se preocupa em explicar as formas de comunicação, como as expressões faciais, os gestos e a tacêsica, que, em particular, diz respeito ao toque no momento da interação social (Knapp, 1972). De acordo com o exposto, você pode observar que, durante a interação social e o processo de comunicação propriamente dito, utilizamos diversos tipos de linguagens não verbais — muitas vezes, até inconscientemente — para dar sentido ao processo comunicativo. Diante disso, mais uma vez, justi�ca-se a importância de saber utilizá-los e reconhecê-los, pois estar familiarizado com essas especi�cidades comunicativas, como dito anteriormente, favorece as relações interpessoais. Como identi�car a Comunicação Não Verbal A partir de agora, vamos aprender como identi�car a comunicação não verbal nos momentos de interação entre os interlocutores do discurso. Então, para uma apresentação mais didática sobre o assunto, as explicações e exempli�cações estarão divididas por categorias. Os conceitos e exemplos disponibilizados foram interpretados a partir das concepções de Hall (2005) e Knapp (1972). Paralinguagem: você já compreendeu que essa categoria diz respeito às diversidades expressas no tom de voz, quando, por exemplo, as emoções estão colocadasno discurso. Nesse sentido, ressalta-se que o paraverbal nada mais é do que as entoações produzidas no ato de fala, ou seja, uma fala muito alta e/ou muito baixa; a intensidade da voz, seja ela forte, branda ou suave; as pausas realizadas no momento do discurso e os suspiros proferidos, além da velocidade, ou seja, se o discurso é rápido ou lento. Todos esses quesitos apontam para uma leitura e interpretação dos fatos, e para exempli�car o que foi dito, sugerimos que se imagine em um diálogo entre você e sua mãe, e o objetivo é parabenizá-la: sua voz será leve, suave, com um ritmo lento. Agora, imagine-se em uma ligação, na qual você precisa comunicar um acidente de carro, seu tom de voz será mais tenso e forte, mais acelerado, imagem de fortes suspiros etc. (Knapp, 1972). Proxêmica: esse retrato de CVN se refere ao estudo do espaço de proximidade ou distância entre indivíduos, com intuito de realizar uma leitura comportamental, cultural ou social dos interlocutores do discurso, ou seja, fazer leitura da posição corporal no momento da interação. A partir dos conceitos expressos, imagine uma entrevista de emprego, com entrevistador e entrevistado separados por uma mesa. No momento de realizar as perguntas, o entrevistador está com as costas encostadas na cadeira, com uma postura ereta, contudo, quando o entrevistado começa a responder, o entrevistador se inclina para frente, colocando os braços abertos sobre a mesa, aproximando-se mais do entrevistado. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Essa atitude de aproximação sugere que ele esteja interessado no assunto, atento à fala do outro (Knapp, 1972). Aparência: a partir da interpretação das literaturas sobre o assunto, infere-se que essa categoria diz respeito especi�camente ao externo, ou seja, a tudo o que os olhos conseguem enxergar; às informações transmitidas que possibilitam identi�car as características de determinada pessoa. Nesse processo em particular, faz-se necessário considerar os aspectos socioculturais, para não cair em armadilhas, fazendo julgamentos errados e pejorativos. Como exemplo desse tipo de linguagem, imagine a �gura de um cliente que entrou em uma concessionária e diz ao vendedor que deseja comprar um carro zero. Ele está calçado com botas galochas, sujas de barros, calça meio rasgada e blusa xadrez e faz uso de uma linguagem informal; diante desse contexto, qual seria a sua interpretação desses aspectos não verbais (Knapp, 1972)? Cinésica: os cinésicos são os movimentos, gestos e expressões faciais. A interpretação dessa especi�cidade da comunicação não verbal é utilizada como técnica entre oradores, apresentadores e outros pro�ssionais, porque auxilia no planejamento de apresentações orais. Para realizar essas práticas, faz-se necessária a conexão de todos os elementos desse conjunto, pois isso resultará em uma melhor apresentação. Para dar uma ideia comparativa, imagine um orador que faz contato visual com seu público, sorri enquanto fala e usa um tom suave e �rme, ao contrário de agressivo; tal postura passa a imagem de empatia e con�ança ao público (Knapp, 1972). Siga em Frente... Armadilhas da Comunicação Não Verbal Que tal conversarmos sobre as “armadilhas da comunicação não verbal”’ e como elas interferem negativamente nas relações interpessoais? A linguagem não verbal que contribui negativamente para o processo comunicativo, geralmente, é manifestada inconscientemente. Drucker (1996), escritor, professor e consultor administrativo, vai além e a�rma que “o mais importante na comunicação é escutar o que não se diz”. Além disso, o referido autor destaca que sessenta por cento dos problemas corporativos são oriundos de uma má comunicação e, nesse processo, a linguagem não verbal tem papel de destaque (Drucker, 1996). Para facilitar o entendimento, elencamos os elementos que contribuem negativamente para a comunicação não verbal. Veja a Figura 2: Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 2 | Armadilhas da comunicação não verbal Ainda sobre os gestos e as posturas que funcionam como armadilhas para o processo comunicativo, cabe-nos, agora, exempli�car cada elemento, pois isso contribui para o processo de aprendizagem, de acordo com as acepções de Hall (2005), Knapp (1972) e demais autores que desenvolvem estudos nessa área. Olhar: os autores que se dedicaram ao estudo do assunto dizem que esse é um dos principais elementos da linguagem não verbal e diz muito sobre os interlocutores do discurso, por isso, manter um olhar �xo durante o processo comunicativo sugere agressividade, �ngimento ou ainda pode funcionar como um desa�o. Sorriso: esse elemento, em particular, abre as portas para a comunicação, pois indica tanto a abertura quanto satisfação e prazer no diálogo. Contudo, a ausência dele sugere seriedade e até mesmo tensão, e é oportuno lembrarmos que o sorriso forçado pode apontar para falsidade e negação à comunicação. Movimento dos braços: é importante ressaltarmos que a forma como o locutor movimenta ou mesmo posiciona os braços diz muito sobre o seu posicionamento no diálogo; por exemplo: cruzá-los indica fechamento ou mesmo rejeição para o diálogo. De acordo com os especialistas no assunto, esse membro corporal tem a função de servir como escudo para a comunicação, então, preste muita atenção na sua postura, pois ela diz muito mais do que suas palavras. Elementos na boca: essa é uma prática inaceitável, de acordo com os especialistas no assunto, então, mascar chicletes ou mesmo comer durante uma palestra, por exemplo, indica prepotência ou também falta de interesse no assunto Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Rosto expressivo: no estudo sobre o assunto, observou-se que a expressividade do rosto “diz mais do que mil palavras”. Diante disso, manter um semblante rígido, com a testa franzida, não passa uma boa impressão, pois tal expressão aponta para irritabilidade, tensão e nervosismo. Por outro lado, se essa comunicação não verbal partir do interlocutor, poderá apontar para incompreensão e até mesmo ruídos ou bloqueios na comunicação. Tom de voz: esse elemento faz parte de todo o processo de interação, por isso, demanda maior cuidado e empenho. O volume muito alto aponta para imposição, nervosismo e irritabilidade, diferentemente de um tom de voz muito baixo, que signi�ca introspecção, fragilidade ou medo. Movimento das mãos: esconder as mãos indica pouca con�ança ou bloqueio do processo de comunicação; além disso, coçar o pescoço indica dúvida e medo. Outro movimento negativo é colocar a mão na orelha, pois pode apontar para bloqueio de comunicação. Diante disso, constatamos que a expressão corporal diz muito no processo de comunicação e é imprescindível compreender e utilizar a comunicação não verbal para não cair em armadilhas durante as interações sociais. Vamos Exercitar? João se prepara para uma entrevista de emprego em uma grande empresa de tecnologia e está ansioso para causar uma boa impressão no entrevistador. Ao chegar à sala de entrevista, ele cumprimenta o entrevistador, que está sentado atrás de uma mesa, e, durante a entrevista, o entrevistador faz perguntas sobre suas experiências pro�ssionais e expectativas em relação à empresa. João, além de responder verbalmente, busca se expressar da melhor forma possível por meio de sua linguagem não verbal, mas como os tipos de linguagem não verbal podem lhe auxiliar nesse processo? Paralinguagem: João deve tentar controlar seu tom de voz, mantendo-o calmo e seguro ao responder às perguntas, bem como evitar pausas prolongadas e suspiros excessivos, buscando transmitir con�ança e assertividade em suas respostas. Proxêmica: João deve observar atentamente a postura do entrevistador e ajustar sua própria postura de acordo com as pistas não verbais que recebe. Quando o entrevistador se inclinar para frente, por exemplo, João deve se inclinar ligeiramente na mesma direção, demonstrando interesse e engajamento na conversa. Aparência:João deve escolher vestir-se de maneira formal e adequada para a entrevista, usando um terno bem alinhado e uma gravata discreta. Seria interessante que ele evitasse adereços chamativos ou excessivamente pessoais, optando por uma aparência pro�ssional e neutra. Cinésica: João deve prestar atenção em seus gestos e expressões faciais, tentando manter um sorriso con�ante e expressivo durante toda a entrevista, bem como deve gesticular de forma moderada e natural, evitando gestos excessivamente nervosos ou agitados. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Saiba mais Para que você possa compreender melhor os temas aqui trabalhados e aprender mais sobre esse assunto, não deixe de acessar os materiais a seguir: Metaforando – O Maior Canal de Linguagem Corporal do Mundo. Neste canal, Vitor Santos, um perito em codi�cação facial, ensina que os sinais corporais podem transmitir maior con�ança às pessoas, além de auxiliar nossa autopercepção, tornando-nos mais con�antes. O Corpo Fala no Trabalho: Como Convencer e Cativar os Outros, de Monika Matschnig. O livro todo se mostra de extrema importância para nosso tema em questão, mas o capítulo 6 (Motivando e Convencendo com a Linguagem Corporal) vem para nos mostrar as diferentes maneiras de se portar nas mais variadas situações. Referências DRUCKER, P. O gestor e�caz. 1. ed. São Paulo: LTC, 1996. HALL, E. T. A dimensão oculta. São Paulo: Martins Fontes, 2005. KNAPP, M. L. Nonverbal communication in human interaction. Nova Iorque: Holt, Rinehart and Winston, 1972. Aula 3 Prática da comunicação não verbal Prática da comunicação não verbal Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. https://www.youtube.com/@Metaforando https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49258/pdf/0?code=f1vAXBQBVHZx36ucfbBOK5HxXyouHwrTkG9oOUxjaV0BiF+g8ZNTV4EZ8bFrr8bBW2u0Pskv2tu0sM0T6PAYGw== Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Olá, estudante! Gostaria de convidá-lo para uma abordagem singular sobre um tema crucial em qualquer interação humana: a comunicação não verbal. Saber interpretar gestos, expressões faciais e postura é uma habilidade valiosa, especialmente para quem lida diariamente com pessoas e equipes. Saber ler o outro a partir de seus gestos é uma jornada de descoberta e aprimoramento, assim, entender os sinais não verbais é uma habilidade essencial no mundo contemporâneo, em que a comunicação vai muito além das palavras. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Durante os estudos, trabalharemos o conceito da prática da comunicação não verbal, que tem como foco as características da linguagem corporal ou, mais especi�camente, a leitura dos gestos nas entrelinhas dos processos dialógicos, e compreender como fazer essas leituras e saber ler nas entrelinhas da comunicação são pontos indispensáveis para todo pro�ssional, pois tal entendimento favorece as relações interpessoais. Para tanto, vamos à nossa situação-problema de hoje: a empresa “Talentos”, especializada em consultoria de recursos humanos, está enfrentando um desa�o com sua equipe de vendas. Apesar de contar com pro�ssionais talentosos e conhecedores do mercado, as vendas têm apresentado resultados abaixo do esperado nos últimos meses; diante desse cenário, a diretora de Recursos Humanos, Ana, decidiu investigar a questão mais a fundo. Ana realizou reuniões com cada membro da equipe de vendas, buscando entender suas perspectivas e possíveis obstáculos, e durante essas conversas, notou que, apesar de os vendedores expressarem con�ança em relação às suas abordagens e técnicas de vendas, algo parecia estar sendo omitido. Ana percebeu a necessidade de aprofundar sua compreensão da dinâmica comunicativa da equipe, especialmente da análise da comunicação não verbal, e reconheceu que entender os sinais não verbais poderia revelar informações cruciais sobre a verdadeira percepção e aceitação das estratégias de vendas pelos clientes. Para entender melhor a situação, Ana decidiu aplicar os princípios da leitura da comunicação não verbal; ela estudou a literatura disponível sobre o assunto, incluindo as técnicas propostas por especialistas como Amy Cuddy e Anne E. Beall, e, assim, decidiu implementar uma abordagem sistemática baseada no método PERCEIVE, de Anne E. Beall, para analisar a comunicação não verbal da equipe de vendas durante interações com os clientes. Durante uma semana, Ana observou as interações dos vendedores com os clientes em potencial e registrou suas observações sobre os aspectos-chave da comunicação não verbal, como expressões faciais, gestos, proximidade, orientação relativa, entre outros, e, ao analisar os dados coletados, notou padrões interessantes: embora os vendedores demonstrassem con�ança verbalmente, suas expressões faciais e gestos revelavam sinais de tensão e desconforto durante as negociações. Além disso, a falta de proximidade e orientação relativa adequadas entre os vendedores e os clientes sugeria uma lacuna na construção de rapport (que é um termo usado para descrever a relação de harmonia, a�nidade e con�ança estabelecida entre duas ou mais pessoas durante uma interação). Com base nas suas descobertas, Ana concluiu que a equipe de vendas estava enfrentando s3://cm-kls-content/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u4a3_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL di�culdades na comunicação e�caz com os clientes, então, propôs a realização de treinamentos focados na conscientização e melhoria da comunicação não verbal, visando aprimorar a empatia, a conexão e a compreensão mútua durante as interações de vendas. Diante desse contexto, por que os líderes devem entender a importância da comunicação não verbal? Além disso, por que é preciso saber ler nas entrelinhas dos gestos? Vamos entender mais esse tema? Vamos Começar! Importância de saber ler o outro a partir de seus gestos Você saberia me dizer por que os líderes devem entender a importância da comunicação não verbal e, ainda, por que precisam saber ler nas entrelinhas dos gestos? Nesta aula, nosso objetivo será o de fazer com que você encontre as respostas para perguntas como essa. Comecemos entendendo que dominar a técnica da comunicação não verbal é essencial para todos aqueles que desejam melhorar os relacionamentos interpessoais, pois, na maioria das vezes, as pessoas não verbalizam sua opinião sobre os fatos, ou seja, o que realmente pensam sobre determinado assunto. Mas o ser humano, nos mais diversos contextos sociais e processos dialógicos, expressa, por meio da linguagem não verbal, mesmo inconscientemente, o seu verdadeiro posicionamento, por isso, compreender e saber ler o que o outro diz por meio da linguagem não verbal contribui para um desenvolvimento satisfatório de interação social, uma vez que 50% a 80% de toda a comunicação interpessoal é não verbal. Você já compreendeu que, diferentemente da linguagem verbal (oral e escrita), a não verbal utiliza outros recursos para se manifestar, como os gestos, a expressão facial, os olhos, o movimento corporal, a postura etc., não é mesmo? De forma consciente ou inconsciente, esse tipo de linguagem revela a verdadeira opinião e o pensamento do ser social. Entre os autores que se dedicam ao estudo do assunto, Amy Cuddy, psicóloga social e autora reconhecida mundialmente por sua teoria da "pose de poder", a�rma que a forma como nos posicionamos no momento de uma interação social in�uencia a leitura e a avaliação do outro sobre nós. Além disso, o posicionamento não verbal frente a um momento discursivo determina, por exemplo, a condução do diálogo, a �m de convencer o interlocutor ou não. Para a autora, no dialogismo, existe uma conexão entre a fala, os pensamentos, gestos, expressõesfaciais, postura etc., atuando de maneira positiva ou negativa, atrapalhando o processo de comunicação (Cuddy, 2016). Ainda sobre essa questão, ressaltamos que entender a expressão corporal é essencial para todo ato comunicativo, por isso, faz-se necessário valorizá-la, observá-la e utilizá-la em todos os momentos dialógicos. Além disso, dominar essa prática corrobora, inclusive, para desvendar crimes. Sim, isso mesmo! Existem peritos especializados em leitura de linguagem não verbal, que fazem uso dessa técnica para resolver crimes; junta-se a essa re�exão sobre o assunto os estudos de Anne E. Beall, especialista em linguagem não verbal, CEO da Beall Research, empresa localizada em Chicago-EUA, que desenvolve estudos de mercado estratégicos. A referida autora propôs um método, denominado de PERCEIVE, no qual ela apresenta uma Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL forma clara, objetiva e fácil de interpretar a linguagem corporal. Segunda ela, o entendimento e a aplicabilidade do método em questão auxiliam na compreensão das manifestações da comunicação não verbal em diversos contextos, mas enfatiza a leitura da comunicação não verbal nas relações interpessoais, no mundo do trabalho. Aliás, faz-se importante ressaltar que o PERCEIVE não se restringe ao ambiente corporativo, ele corrobora com a compreensão das entrelinhas da comunicação não verbal nas mais diversas esferas sociais (Beall, 2019). Diante disso, concluímos, portanto, que a linguagem corporal diz muito sobre você, seus pensamentos e valores, mesmo que você não perceba e, também, não queira demonstrar a realidade sobre seu posicionamento diante dos fatos. Siga em Frente... O que é leitura da Comunicação Não Verbal A partir de agora, obteremos informações acerca de como fazer a leitura da comunicação não verbal de acordo com as concepções teóricas de alguns especialistas que desenvolvem estudos sobre o assunto em questão. Vale ressaltarmos que a leitura da comunicação não verbal manifestada pelo interlocutor do discurso possibilita o entendimento de alguns aspectos, como os sentimentos expressos e as dúvidas, bem como algumas situações adversas que não estão sendo comunicadas durante o processo de comunicação (Birdwhistell, 1985). Assim, para Corraze (1982), o ser humano não tem muito domínio das comunicações não verbais expressas durante as relações interpessoais, ou seja, o homem tem pouquíssima consciência e quase nenhum controle da linguagem não verbal manifestada durante o processo comunicativo. Diante de tal a�rmação, compreende-se que a comunicação não verbal, na maioria das vezes, é transmitida de forma inconsciente. Ainda sobre essa questão, Stefanelli (1993) assegura que o ser humano expressa sua comunicação de acordo com a leitura de mundo que faz, e essa leitura seria oriunda das suas vivências e interações sociais, pois, como se sabe, é a partir do social que o individual se con�gura na interação. Trata-se de um processo de socialização dos indivíduos, que acontece entre o eu e o outro, em um processo contínuo de produção de sentidos, mas para que haja interação, é necessário que esses dois indivíduos estejam socialmente organizados (Bakhtin, 2010). A comunicação acontece entre os interlocutores e está carregada de ideologias socialmente constituídas, portanto, é por meio da enunciação e dos discursos, sejam eles verbais, sejam não verbais, que o sujeito constitui suas interações e diálogos (Bakhtin, 2010). Nessa perspectiva, infere-se que fazer a leitura da comunicação não verbal signi�ca ler nas entrelinhas da comunicação durante o processo de interação social, para tanto, faz-se necessário analisar alguns aspectos que são cruciais e retratam verdadeiramente o que a pessoa está pensando ou mesmo sentindo no momento da interação social. Mas quais são esses aspectos? Uma revisão seletiva sobre o assunto aponta que, para se realizar uma leitura da comunicação não verbal no processo de interação, é preciso observar os seguintes aspectos (Beall, 2019): Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Proximidade: a comunicação não verbal ocorre entre dois contextos: proximidade e a orientação relativa. Expressões: são sete expressões emocionais reconhecidas pelos especialistas no assunto: felicidade, tristeza, raiva, surpresa, medo, nojo, desprezo. Toque: o contato revela o nível de intimidade entre os interlocutores do discurso, por isso, deve-se analisar o toque ritualizado e não ritualizado. Olhos: o olhar diz muito sobre o pensamento e também sobre as verdades no discurso do locutor, mas existe uma ressalva, pois o gênero pode in�uenciar no comportamento do olhar. Gestos: a individualidade e a maneira como gesticulamos aponta para interpretações como introspecção, entusiasmo e con�ança, no entanto, para realizar a análise, deve-se considerar o contexto. Voz: nesse aspecto em particular, o indicado é aprender ler com os ouvidos, porque o tom de voz aponta para o estado de espírito do locutor. Linguagem corporal: nessa categoria em especí�co, analise a postura do corpo, postura ereta indica con�ança, diferentemente da postura curvada, que aponta para fragilidade, timidez e insegurança. Portanto, saber ler as informações ocultas da comunicação não verbal, assim como reações e emoções, lhe possibilita ter uma atitude responsiva apropriada para as mais diversas situações cotidianas. Como fazer a leitura da comunicação não verbal em uma conversa? A partir de agora, você poderá compreender como fazer a leitura da comunicação não verbal durante um processo dialógico, e para que isso seja possível, utilizaremos as concepções de Beall (2019), mais especi�camente as orientações do método PERCEIVE, um método de leitura da comunicação não verbal muito utilizado no mundo do trabalho. De acordo com a autora, para realizar a leitura da comunicação não verbal precisamente, é necessário analisar alguns quesitos, ou seja, campos de estudos da linguagem não verbal expressos de maneira consciente e/ou inconsciente. A partir de uma revisão da literatura sobre o assunto, conclui-se que essa categoria tem certa relevância quando comparada com as demais, uma vez que aponta os sentimentos que existem entre os envolvidos no discurso. Leia o exemplo para um melhor entendimento (Beall, 2019): Proximidade: análise da maneira como as pessoas se posicionam durante o ato comunicativo. A existência desse aspecto sugere a�nidade, aponta para um sentimento mais afetuoso e revela o desejo de estar perto, o carinho, a atenção etc. Diferentemente, a ausência e o distanciamento entre os interlocutores indicam pouca empatia e falta de intimidade, entre outros sentimentos. Além disso, a distância mantida no momento discursivo aponta, também, para a negação ao diálogo. Orientação relativa: essa especi�cidade se refere à forma como as pessoas se encaram durante o processo comunicativo. Em segundo lugar, destacamos as expressões. A Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL criadora do método defende que existem sete gestos faciais básicos que precisam ser identi�cados (Beall, 2019): Sorriso: se sincero, conecta olhos e boca, mas, se falso, utiliza apenas os lábios. Tristeza: a expressão do olhar muda. Analise os cantos internos dos olhos e se as sobrancelhas estão um pouco levantadas. Raiva: esse sentimento aponta para olhos fechados e sobrancelhas quase unidas. Surpresa: é possível identi�car essa expressão quando os olhos �cam muito abertos, ou seja, arregalados, e a testa enrugada. Medo: é perceptível a partir da análise das sobrancelhas erguidas e próximas, com as pálpebras levantadas. Nojo: para identi�cá-lo, analise as sobrancelhas, que devem estar baixas, o nariz franzido e o lábio superior erguido. Desprezo: identi�ca-se a partir da análise do canto da boca, geralmente, apertado e levemente erguido. Voz: para analisar esse campo de estudo, sugere-se ler com os ouvidos, ou seja, saber entender o que o tom expresso está comunicando. A partirda interpretação da literatura, infere-se que o sotaque ou o tipo de linguagem verbal utilizado (como mais coloquial ou mais formal) diz muito sobre a pessoa que está proferindo o discurso. O tom também é outro recurso que merece destaque nessa análise, porque, por exemplo, um tom muito alto pode indicar agressividade, arrogância etc.;ontrariamente, um tom baixo sugere introspecção, timidez etc. (Beall, 2019). A autora do método salienta, ainda, que, para conseguir ler nas entrelinhas dos processos comunicativos com precisão, faz-se necessário estudar muito e praticar. Vamos Exercitar? A empresa "Talentos" enfrenta desa�os de vendas apesar de ter uma equipe quali�cada. A diretora de Recursos Humanos, Ana, investiga a questão e percebe que os vendedores demonstram con�ança verbal, mas algo é omitido. Ela reconhece a importância da comunicação não verbal e decide aplicar o método PERCEIVE para analisar as interações da equipe de vendas. Ana observa que, apesar da con�ança verbal, os gestos e expressões revelam tensão e falta de conexão com os clientes. Conclui-se que a comunicação não verbal é crucial para entender as percepções dos clientes e construir relacionamentos, e os líderes devem compreender a importância da comunicação não verbal para interpretar emoções e intenções não expressas verbalmente. É preciso ler nas entrelinhas dos gestos para captar nuances e responder de forma adequada às necessidades e sentimentos dos outros, melhorando, assim, a e�cácia da comunicação e a construção de rapport e con�ança. Com relação aos questionamentos feitos, temos o seguinte: Por que os líderes devem entender a importância da comunicação não verbal? Os líderes devem entender a importância da comunicação não verbal porque ela é uma parte fundamental da comunicação humana. Enquanto a linguagem verbal transmite informações explícitas, a comunicação não verbal revela emoções, atitudes, intenções e, Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL até mesmo, verdadeiras opiniões que podem não ser expressas verbalmente. Entender os sinais não verbais possibilita aos líderes uma compreensão completa das pessoas com as quais estão interagindo, bem como uma comunicação mais e�caz, o estabelecimento de rapport e a capacidade de ler o ambiente e responder de maneira adequada às necessidades e aos sentimentos dos outros. Isso é essencial para construir relacionamentos sólidos, liderar com empatia e criar um ambiente de trabalho positivo e produtivo. Por que é preciso saber ler nas entrelinhas dos gestos? É preciso saber ler nas entrelinhas dos gestos, porque, muitas vezes, as palavras não expressam completamente o que uma pessoa está pensando ou sentindo. Os gestos, expressões faciais, postura e outros aspectos da comunicação não verbal podem fornecer insights valiosos sobre as emoções, intenções e atitudes das pessoas. Ao lermos nas entrelinhas dos gestos, captamos nuances que não são comunicadas verbalmente, o que nos permite compreender melhor o contexto de uma interação e responder de forma apropriada, e isso é especialmente importante em situações em que a comunicação verbal pode ser limitada, ambígua ou até mesmo enganosa. Saber interpretar os gestos nos ajuda a criar conexões mais genuínas, evitar mal-entendidos e tomar decisões mais informadas em nossas interações pessoais e pro�ssionais. Saiba mais Visando aprofundar seus estudos, aí estão dois artigos cientí�cos que apresentam a importância da comunicação não verbal em dois diferentes contextos. Compreendendo a Comunicação Não-verbal: Aplicações na Área da Saúde, de Sergio Fernandes Senna Pires. Nesse artigo, o autor demonstra as fontes, funções e aplicações da comunicação não verbal no campo da saúde. Comunicação Não Verbal na Educação Infantil: Intervenções Pedagógicas no Desenvolvimento da Consciência Comunicativa de Docentes, de Jacqueline Zacarias Silveira e Phillip Vilanova Ilha. Esse artigo propõe adentrar no contexto da Educação Infantil, com atenção às inscrições culturais e sociais trazidas pelo corpo da criança, uma vez que a mesma compreende o mundo corporalmente. Referências BAKHTIN, M. Marxismo e �loso�a da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução: Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Ed. Hucitec, 2010. BEALL, A. E. Reading the hidden communications around you: a guide to reading the body language of customers and colleagues. Chicago, Illinois: Independently Published, 2019. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL BIRDWHISTELL, R. L. Kinesics and context: essays on body motion communication. 4. ed. Philadelphia: University of Pensylvania Press, 1985. CORRAZE, J. As comunicações não verbais. Tradução: Roberto Cortes de Lacerda. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. CUDDY, A. O poder da presença. Tradução: Ivo Korytowski. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. ILHA, P. V. Comunicação não verbal na educação infantil: intervenções pedagógicas no desenvolvimento da consciência comunicativa de docentes. 2022. Tese (Doutorado em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde) — Universidade Federal do Pampa, Bagé, 2022. KNAPP, M.L. La comunicación no verbal: el cuerpo y el entorno. Barcelona: Paidós, 1980. STEFANELLI, M. C. Comunicação com o paciente: teoria e ensino. 2. ed. São Paulo: Robe Editorial; 1993. Aula 4 Os papéis da comunicação não verbal nos relacionamentos Os papéis da comunicação não verbal nos relacionamentos Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! É com entusiasmo que vamos, agora, atentar-nos à importância da comunicação verbal em cada estilo pessoal. Em um mundo em que a linguagem não verbal, muitas vezes, domina o cenário comunicativo, é crucial reconhecermos o poder e a in�uência das palavras que escolhemos para nos expressar. Ao explorarmos os elementos não verbais que compõem nosso estilo pessoal — gestos, expressões faciais, vestimenta e tom de voz —, mergulhamos em uma jornada de autoconhecimento e compreensão das nuances que de�nem nossa identidade. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. https://www.escavador.com/sobre/4680590/phillip-vilanova-ilha https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u4a4_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Ponto de Partida Dialogar sobre os papéis da comunicação não verbal nos relacionamentos é muito importante. Toda interação social decorre da comunicação, e toda mensagem possui signi�cado, logo, a comunicação não verbal, de acordo com Mehrabian e Ferris (1967), é responsável por mais de 55% da transmissão da mensagem, por isso, tem papel primordial nesse processo. Assim sendo, conhecê-la e compreender como ela é utilizada de forma assertiva favorece a interação social nas mais diversas esferas. Nosso intuito, ao longo desta aula, é possibilitar que você entenda a comunicação não verbal como construtora da imagem pessoal e determinante para o resultado de uma análise. Além disso, a partir das leituras, você compreenderá os principais papéis da comunicação não verbal, e a ideia é disponibilizar informações para que você consiga utilizar a comunicação não verbal de maneira assertiva, favorecendo os seus processos de comunicação nos mais diversos contextos sociais. Novamente, partiremos de uma situação hipotética para que você possa compreender, na prática, como esses conceitos são aplicados: Carlos é um pro�ssional em ascensão no mundo corporativo e sempre teve uma abordagem prática em relação a sua imagem pessoal e à comunicação não verbal, no entanto, recentemente, percebeu que precisa aprimorar suas habilidades verbais para alcançar seu potencial máximo. Seu estilo pessoal sempre foi marcado por uma posturamensagem. Para DeFleur e Ball- Rokeach (1993), a comunicação escrita foi um adicional à comunicação oral, expandindo-se, posteriormente, para a imprensa. As pessoas se comunicam de forma escrita por meio de mensagens de celular, chats na internet, fóruns, e-mails, cartas, informativos, murais, post-its, jornais, revistas, livros e blogs. A comunicação não verbal não inclui nem a comunicação oral nem a escrita, ainda que possa complementá-las; ela pode se associar às primeiras formas de comunicação hominídea e humana, a Era dos Sinais e Símbolos. Trata-se de uma comunicação instintiva, mas ainda muito precária, diferentemente da observada hoje em dia. Alguns exemplos são sinais de trânsito, desenhos, pinturas, esculturas, danças, mímicas, gestos e expressões �sionômicas e corporais. Para tanto, com os tipos de comunicação à nossa disposição, fazer uso do maior número possível de possibilidades escritas, orais e não verbais engrandece e facilita a comunicação, além de ajudar no desenvolvimento de nossa trajetória pro�ssional. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Siga em Frente... Diferentes formas de comunicação Agora que temos ciência de que todos se comunicam nas formas oral, escrita e/ou não verbal, basta adaptarmos essa linguagem aos locais por onde circulamos e aos diferentes grupos sociais que integramos. Para essa visão departamentalizada da sociedade, observe a pirâmide na Figura 1. Figura 1 | Processo de comunicação social. Fonte: McQuail (2003, p. 10). Assim, podemos perceber que há alguns níveis no processo de comunicação social (Mcquail, 2003): Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Intrapessoal: está representado pelo indivíduo e a comunicação interna, ou seja, é você se comunicando consigo. Tem como base seus interesses, pensamentos, sentimentos, autoconhecimento, o desenvolvimento de opinião própria e a prática de atitudes personalizadas. Interpessoal: consiste na comunicação entre partes humanas, sendo a relação estabelecida entre duas pessoas, seja um casal, entre amigos, relação líder-liderado, pessoas em uma relação de compra e venda e assim por diante. Representa um padrão de in�uência ou interação entre as partes, tendo alto uso de comunicação não verbal e troca de mensagens escritas, como e-mail e WhatsApp, por exemplo. Intragrupal: neste nível, a comunicação acontece de forma similar à intrapessoal, mas estendida aos grupos, ou seja, refere-se à comunicação interna dentro de um grupo, envolvendo diálogo interno, re�exões e pensamentos, bem como tendo como foco as experiências e percepções do grupo restrito. Intergrupal: refere-se à comunicação direta entre os grupos e possui como características as interações face a face e a troca de mensagens, expressões faciais, linguagem corporal e feedback imediato. Organizacional: representa um grupo fechado devido as suas particularidades de tarefas e objetivos, que requerem amplo �uxo de comunicação e padronização. Nesse universo, a comunicação se estabelece dentro da organização, mas também com parceiros, clientes e consumidores, de forma a gerar um processo de comunicação e não apenas de informação. São exemplos: governo, religião, educação e justiça. Toda a sociedade (social): representa uma comunicação de massa que alcança um grupo em larga escala, podendo ser tanto ao nível de bairro, cidade e região como nacional ou internacionalmente. Apesar da baixa interação entre receptor e emissor, esse �uxo deve permitir alguma troca, de maneira que haja a maior participação possível do grupo alcançado. Diante dessa realidade sobre as diferentes formas de se comunicar, é possível que você faça uma análise mais elaborada acerca do direcionamento da sua comunicação para um público previamente determinado. Essa percepção se torna sua aliada na comunicação, tornando-a mais efetiva, e o emissor aprende que há formas distintas de se comunicar com cada grupo, assim como o receptor é capaz de identi�car que nem toda comunicação fará sentido para si. Elencando os demais elementos da comunicação, perceba como �ca mais evidente a presença do ruído. Toda vez que a comunicação é apresentada de forma equivocada, pode existir um ruído, isto é, uma falha ou um desajuste, de acordo com o público ao qual a comunicação é direcionada, diante disso, falar a mesma língua é importante, mas, além disso, é fundamental você perceber que o mais importante é ser compreendido, a�nal, mesmo entre duas pessoas que integram um grupo ou uma organização e falam a mesma língua, a troca é efetivada por meio da interação da comunicação entre as partes. Variáveis que impactam na comunicação Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Houve um tempo em que celular, telefone e serviço postal não existiam. Como as pessoas trabalhavam? Namoravam? Casavam-se? Como era possível saber da saúde dos entes queridos ou se aquela reunião de trabalho ou dos amigos estava mesmo con�rmada? Essas e muitas outras dúvidas da comunicação humana só podem ser respondidas por quem viveu naquela época. A evolução da comunicação, a cada dia, traz inúmeras facilidades à espécie humana, contudo, não há só vantagens, mas também dúvidas e inverdades. Com a comunicação disponível a todos, pode-se culpá-la por erros, inventar o que se quer e emitir qualquer opinião como se fosse ciência. Para Penteado (2012), a comunicação enfrenta como obstáculos a personalidade e a linguagem; o primeiro ocorre porque cada indivíduo tem a sua, o que problematiza o signi�cado daquilo que existe, com base em um conjunto formado por crenças, aprendizados e experiências individuais; já o segundo, a linguagem, trata-se de um conjunto de palavras que também podem ser vazias de signi�cado, confusas, exageradas e negativas, uma vez que elas são conduzidas por um indivíduo. Por causa da independência e da responsabilização individual na transmissão e no entendimento das mensagens, algumas variáveis devem ser levadas em consideração no ato da comunicação. Ao considerar as possíveis variáveis, o comunicador aprimora a qualidade da emissão da mensagem e facilita o entendimento do receptor. A depender do contexto, do canal, do público, da hierarquia, da profundidade e da quantidade de pessoas presentes no momento da comunicação, as variáveis a impactarão. Duzert (2011) apresenta a análise de três categorias de barreiras na comunicação para a solução de con�itos; são elas: estratégicas e táticas, psicológicas e institucionais. As barreiras estratégicas e táticas estão relacionadas com a capacidade do indivíduo de se comunicar com empatia, com verdade e de maneira que ambos os lados possam ganhar. Dessa forma, é importante que os objetivos e as prioridades da comunicação sejam conhecidos, a �m de aumentar os laços de con�ança sem que ela tenda para a omissão e os interesses unicamente pessoais. As barreiras psicológicas estão ligadas a questões pessoais e envolvem o respeito aos próprios sentimentos e aos do próximo, bem como o entendimento calcado nas percepções de mundo de cada pessoa. Essas barreiras podem estar relacionadas a sentimentos de (in)justiça, (des)motivação, (in)�exibilidade e outros que afetam o �uxo de comunicação, podendo torná-lo fácil ou complicado apenas pela maneira como o indivíduo pensa ou sente determinado assunto. As barreiras institucionais estão associadas ao contexto em que se desenvolve a comunicação, como uma empresa, e esse cenário pode envolver pessoas, grupos, assuntos e canais que impedem, facilitam ou di�cultam uma comunicação e�caz. O favorecimento ou desfavorecimento do conteúdo tratado no contexto em voga e a relação com as pessoas envolvidas também podem impactar a comunicação. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Devemos aprender a evitar as barreiras da comunicação e, sempre que possível, estar conscientes das variáveis que a impactam, especialmente as negativas; você aprimorará suas habilidades comunicacionais e se tornará um comunicadorcon�ante, expressa por meio de sua linguagem corporal e estilo de vestir impecável, no entanto, em reuniões e apresentações, ele percebe que sua comunicação verbal não está à altura do seu estilo pessoal, o que pode estar prejudicando sua capacidade de liderança e in�uência na empresa. Em uma situação especí�ca, durante uma reunião crucial, Carlos notou que suas palavras não transmitiam a con�ança e a clareza que sua linguagem não verbal sugeria; ele se sentiu desconfortável ao expressar suas ideias de maneira assertiva, e isso afetou a percepção de sua equipe em relação ao seu papel como líder. Apesar de sua postura e expressões faciais transmitirem determinação e segurança, sua comunicação verbal não conseguiu acompanhar o mesmo nível de impacto. Carlos percebeu que, para avançar em sua carreira e alcançar seus objetivos pro�ssionais, ele precisa aprimorar suas habilidades de comunicação verbal, bem como entendeu que sua imagem pessoal, embora importante, não é completa sem uma comunicação verbal igualmente e�caz. Ao re�etir sobre sua situação, Carlos decidiu buscar orientação e treinamento para desenvolver suas habilidades verbais e aprender a harmonizá-las com sua linguagem não verbal. Ele, então, procura um programa de desenvolvimento pro�ssional que se concentre na comunicação verbal e paraverbal, reconhecendo que a combinação desses elementos é essencial para se destacar no mundo corporativo. Com a determinação de aprimorar suas habilidades de comunicação, Carlos está determinado a transformar sua imagem pessoal completa e alcançar novos patamares de sucesso em sua carreira. Diante disso, o questionamento que surge é: como Carlos pode superar a discrepância entre sua forte linguagem não verbal e sua comunicação verbal menos e�caz, a �m de maximizar sua capacidade de liderança e in�uência no ambiente corporativo? Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Vamos Começar! Importância da comunicação verbal em cada estilo pessoal Você já compreendeu que nos comunicamos muito mais por meio da linguagem não verbal (gestos, expressões faciais, movimentos do corpo, vestimenta, tom de voz) do que pela linguagem verbal, não é mesmo? A forma como nos vestimos, os acessórios que utilizamos, o jeito de arrumar os cabelos, a maquiagem etc., tudo aponta para um estilo pessoal, ou seja, esses aspectos revelam muito sobre a pessoa. A partir da leitura desses elementos não verbais, é possível fazer uma pré-análise de cada per�l, ou seja, entende-se o estilo pessoal por meio dos elementos não verbais que fazem parte do visual de um indivíduo. Especialistas destacam que a constituição do estilo pessoal é con�gurada ao longo do tempo e decorre do meio social no qual o indivíduo está inserido, como a in�uência da estrutura familiar, do grupo de amigos, da esfera escolar etc. Infere-se, portanto, que essa constituição não é estática, mas é construída e ressigni�cada constantemente (Castilho, 2004). A comunicação não verbal re�ete a imagem pessoal, seja de maneira positiva, seja de maneira negativa, porque a conotação que se obtém a partir da leitura dos aspectos não verbais constitui a identidade pessoal do ser humano. O pensamento do estilista Gianni Versace corrobora esse contexto; ele a�rma que “nossa imagem externa é um mensageiro, uma declaração pública” (apud Fischer-Mirkin, 2001, p. 19). Mas por que é importante compreendermos qual imagem estamos transmitindo por meio da comunicação não verbal? Qual imagem você deseja transmitir, por exemplo, no contexto pro�ssional? Como deseja ser visto pelos colegas de trabalho? De fato, a primeira impressão é a que �ca, sendo determinante para o processo de comunicação e análise. A imagem pessoal é composta de 55% de linguagem não verbal, ou seja, as duas são indissociáveis (Mehrabian; Ferris, 1967). Patrícia Tucci — autora renomada e consultora de imagem pessoal —, em uma de suas obras, pontua que a imagem contribui para fortalecer as relações e, até mesmo, auxiliar na conquista de um objetivo, por esse motivo, há de se cuidar dela, já que, da mesma forma que ela favorece as relações interpessoais, também pode funcionar negativamente (Tucci, 2012). A partir de uma revisão seletiva do assunto, infere-se que é essencial conhecer o signi�cado das cores, as características e a origem dos tecidos, os estilos de roupas e adornos etc. Elementos como esses, ao comporem o look de um indivíduo, externam os pensamentos, as convicções, as intenções e, até mesmo, a posição que ele ocupa e/ou almeja no ambiente corporativo (Barnard, 2003). Em suma, entender os aspectos da comunicação não verbal diz respeito a saber utilizar estrategicamente essa linguagem a seu favor, ou seja, fazer uso das ferramentas mais adequadas para favorecer a sua imagem nas diversas esferas sociais. Então, qual imagem você está transmitindo? Como você está sendo lido pelos seus pares? Quais são os papéis da comunicação não verbal Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Você já compreendeu que, no processo comunicativo, a linguagem não verbal possui papel de destaque, porque ela não funciona apenas como complemento para a comunicação verbal, mas transmite muito mais informações. Agora, vamos entender os papéis da comunicação não verbal (CNV) nas mais diversas esferas sociais. Os estudiosos desse tema pontuam que a CNV causa impacto no ato comunicativo, por causa de suas funções. Você sabe quais são elas? Vamos conhecer as suas categorias. Complementar: a CNV atua como complemento à comunicação verbal. Nesse sentido, no processo comunicativo, ela completa as palavras, favorecendo o entendimento e minimizando os ruídos da comunicação (Fiske, 2004). Substituir: a linguagem não verbal pode exercer o papel de substituto da comunicação verbal, ou seja, por ser expressa por diversos elementos comunicativos, em alguns casos, ela pode substituir a comunicação verbal sem prejuízo para o entendimento da mensagem. Na verdade, em determinadas situações, ela é até mais completa que a linguagem verbal, podendo ser utilizada sozinha no processo comunicativo (Fiske, 2004). Enfatizar: nesse papel, em especial, a CNV tem a função de servir como destaque para a linguagem verbal, então, ela atua para enfatizar e/ou reforçar a comunicação verbal, com o intuito de elucidar a mensagem verbal, para que não haja problemas de comunicação (Fiske, 2004). Contradizer: nesse aspecto, a CNV age como contraditória, pois sabemos que, muitas vezes, o que é dito pela linguagem verbal pode não estar de acordo com o pensamento do indivíduo. Assim, a comunicação não verbal, por meio dos gestos, das expressões faciais etc., expressa uma comunicação contrária à verbal. O interlocutor atento recebe como verdadeira a mensagem transmitida pela linguagem não verbal (Fiske, 2004). In�uenciar: nessa especi�cidade, a CNV atua como in�uenciadora da linguagem verbal, por meio de gestos, expressões faciais e linguagem corporal, reforçando e legitimando a comunicação verbal (Fiske, 2004). Apontar as relações de poder: nessa categoria, a linguagem não verbal exerce a função de apontar e/ou demonstrar a posição hierárquica de uma pessoa durante a interação social (Fiske, 2004). A comunicação não verbal opera como facilitadora do processo comunicativo no contexto corporativo, pois possibilita a melhora do relacionamento interpessoal quando utilizada com sabedoria; quando isso não ocorre, ela pode atrapalhar o processo de interação social (Fiske, 2004). Nesse sentido, é necessário entender como usar a linguagem não verbal no mundo do trabalho, relacionando suas funções ao objetivo pretendido: Cuide da sua imagem pessoal, pois ela diz muito sobre você. Re�ita sobre a forma como está se vestindo, o corte de cabelo, os adornos da composição do look, a maquiagem (para as mulheres) e a barba (para os homens). Esses aspectos compõem e re�etem uma imagem negativa e/ou positiva sobre você (Fiske, 2004). Utilize a linguagem corporal naturalmente, ou seja, não se movimente demais, mas tambémnão �que estático como um robô. Além disso, cuide da postura e não ande curvado pelos corredores da empresa. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Comunique-se pelo olhar. Utilizar essa linguagem corretamente reforça a sua identidade e passa segurança. Olhe nos olhos do interlocutor quando estiver conversando, pois essa postura sugere con�ança e empatia (Fiske, 2004). Assim, ao adotar essas práticas, investe-se não apenas na própria imagem, mas também na construção de relações interpessoais mais sólidas e produtivas, fundamentais para o sucesso em qualquer ambiente pro�ssional. Siga em Frente... Como se utilizar da comunicação não verbal de forma assertiva Agora, vamos aprender como utilizar a comunicação não verbal de forma assertiva; essa prática favorece os relacionamentos interpessoais e possibilita o crescimento pro�ssional. Quem se comunica de maneira e�caz conquista mais chances no mercado de trabalho. Segundo especialistas, existem três formas de comunicação assertiva: verbal, não verbal e paraverbal. Para nosso estudo, vamos considerar apenas dois tipos de linguagem: a comunicação não verbal e a paraverbal, que, por sua vez, é tida como uma rami�cação da não verbal (Rector; Aluizio, 1993). Infere-se que a comunicação não verbal diz respeito às formas de comunicação que não contêm palavras, mas possuem recursos visuais e são manifestadas por meio das expressões faciais, dos gestos, da postura, do movimento das mãos etc. A linguagem paraverbal está diretamente relacionada a toda comunicação expressa por meio dos sons produzidos por meio da linguagem verbal, ou seja, a entoação manifestada no ato de fala, que re�ete o estado de espírito, a emoção, o medo etc. do locutor (Rector; Aluizio, 1993). Agora, vamos entender como utilizar essas formas de comunicação de maneira assertiva. Os autores dedicados ao estudo da linguagem paraverbal destacam que, para passar uma boa imagem e comunicar de maneira assertiva em um momento de interação social, faz-se necessário controlar o tom de voz e adequá-lo ao contexto no qual a interação está acontecendo (Rector; Aluizio, 1993). Assim, sugere-se, por exemplo, regular o tom da voz pelo contexto e falar pausadamente, mas com �rmeza. Sinta as suas palavras, pois elas devem emocionar e motivar o interlocutor. No que tange à CNV, estudos apontam que são os gestos, as posturas e as expressões faciais que dão vida ao discurso e corroboram a prática de uma comunicação assertiva. Somam-se a essa a�rmação os postulados de Boles, na obra A Arte da Aprendizagem Autodirigida, ao apresentar uma técnica que contribui para a e�cácia da comunicação, batizada de PASMO (Boles, 2017). Veja, agora, a explicação do autor para esse acrônimo: P – Postura: erga a cabeça e mantenha os braços ao lado do tronco e a respiração profunda. A – Ampli�car: utilize o tom da voz nem muito alto, nem baixo demais. Adeque a voz ao contexto social. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL S – Sorrir: sorria com a boca e os olhos. M – Mãos: elas denunciam o nervosismo, por isso, deixe-as em posição natural. O – Olho no olho: mantenha contato visual durante a interação social. Rebaixar o olhar indica modéstia, mas erguê-lo pode conotar inocência ou até mesmo desinteresse. Ainda sobre a comunicação não verbal assertiva, é oportuno destacar que ela envolve muitos processos e particularidades decorrentes do contexto social, por isso, para utilizá-la de forma adequada, é necessário praticar ativamente as técnicas sugeridas nas aulas. Não há dúvida de que as informações contribuirão para o seu crescimento pessoal e pro�ssional de forma e�caz. Vamos Exercitar? Carlos, um pro�ssional ascendente no mundo corporativo, sempre enfatizou sua imagem pessoal e comunicação não verbal, re�etindo uma postura con�ante, no entanto, ao perceber que sua comunicação verbal não acompanha seu estilo pessoal, especialmente em reuniões cruciais, Carlos reconhece que precisa aprimorar suas habilidades verbais para melhorar sua liderança e in�uência na empresa. Ele busca orientação e treinamento para harmonizar suas habilidades verbais e não verbais, reconhecendo a importância dessa combinação para o sucesso pro�ssional, mas a questão central é: como Carlos pode superar a discrepância entre sua forte linguagem não verbal e sua comunicação verbal menos e�caz, a �m de maximizar sua capacidade de liderança e in�uência no ambiente corporativo? Temos aqui a seguinte estrutura: Identi�cação do problema: a comunicação verbal de Carlos não está à altura de sua linguagem não verbal e estilo pessoal, o que pode estar prejudicando sua capacidade de liderança e in�uência na empresa. Fatores contribuintes: a falta de clareza e con�ança em sua comunicação verbal pode afetar a percepção de Carlos como líder. Sua linguagem não verbal transmite determinação e segurança, mas sua comunicação verbal não acompanha o mesmo nível de impacto. Impacto na carreira: a discrepância entre a linguagem não verbal e verbal de Carlos pode limitar seu avanço na carreira e impedir que ele alcance seus objetivos pro�ssionais. Necessidade de desenvolvimento: Carlos reconhece a importância de harmonizar sua comunicação verbal e não verbal para maximizar sua e�cácia como líder e alcançar novos patamares de sucesso em sua carreira. A partir daí, podemos propor algumas soluções, tais como: Buscar orientação e treinamento em programas de desenvolvimento pro�ssional focados na comunicação verbal e paraverbal. Desenvolver habilidades de comunicação verbal para expressar suas ideias de forma clara, con�ante e assertiva. Aprender a harmonizar sua linguagem verbal com sua linguagem não verbal para transmitir uma imagem pessoal completa e coesa. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Saiba mais E aí, vamos nos aprofundar mais nesse tema? Então, não deixe de conferir as dicas de hoje: Podcast do blog Não Verbal – podcast que fala sobre linguagem corporal e esse mundo tão fascinante da ciência do comportamento humano. Comunicação Verbal e Não Verbal: Fatores Que In�uenciam as Relações entre Líderes e Liderados, de Arandi Maciel Campelo et al. O artigo aborda a comunicação verbal e não verbal dentro do ambiente institucional. Referências BARNARD, M. Moda e comunicação. Tradução: Lúcia Olinto. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. BOLES, B. A arte da aprendizagem autodirigida. Tradução: Alex Bretas. São Paulo: Affero Lab e Multiversidade, 2017. CASTILHO, K. Moda e linguagem. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2004. (Coleção Moda e Comunicação). FISCHER-MIRKIN, T. O código do vestir: os signi�cados ocultos da roupa feminina. Tradução: Ângela Merlin. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2001. FISKE, J. Introdução ao estudo da comunicação. Lisboa: Edições ASA, 2004. MEHRABIAN, A.; FERRIS, S. 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Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Preparado para nossa jornada rumo ao aprimoramento da comunicação não violenta? Nosso objetivoserá explorar e compreender a importância da expressão corporal e sua in�uência no processo de comunicação. Como você bem sabe, a comunicação não verbal, também chamada de comunicação sem palavras, desempenha um papel crucial em nossas interações diárias. Por meio de gestos, expressões faciais, postura corporal, tom de voz e contato visual, conseguimos comunicar emoções, atitudes e intenções de maneira poderosa e, muitas vezes, mais e�caz do que apenas com palavras. Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Chegada Para desenvolver a competência desta unidade, que visa avaliar a importância da expressão corporal e sua relevância, de modo a estar apto a aplicar, no processo de comunicação, seu signi�cado e seus tipos, visando ao reconhecimento da linguagem corporal empregada, primeiro, você deve conhecer alguns conceitos fundamentais. Então, vamos lá! A comunicação não verbal, também conhecida como comunicação sem palavras, é uma forma de transmitir mensagens sem o uso da linguagem oral ou escrita; ela envolve sinais visuais, como gestos, expressões faciais, postura corporal, tom de voz, contato visual e outras formas de linguagem corporal. Trata-se de uma parte fundamental da interação humana, muitas vezes, transmitindo emoções, atitudes, intenções e relacionamentos de maneira mais poderosa do que as palavras sozinhas. Especialistas destacam que se comunicar bem, tanto verbal quanto não verbalmente, contribui para o desenvolvimento pessoal e pro�ssional. A linguagem não verbal difere da verbal por utilizar sinais visuais em vez de palavras faladas ou escritas, podendo complementar ou substituir a linguagem verbal; aliás, a coerência entre os dois tipos de linguagem resulta em uma comunicação mais e�caz. Os estudos da linguagem não verbal abrangem áreas como paralinguagem, proxêmica, aparência e cinésica, diante disso, a interpretação adequada da comunicação não verbal requer uma análise contextual, levando em consideração os diversos sinais utilizados e o contexto da interação social. Alguns diferenciais da comunicação não verbal incluem: uma variedade de sinais visuais para https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u4Enc_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL transmitir mensagens, enquanto a linguagem verbal utiliza palavras faladas ou escritas. Além disso, a linguagem verbal é um fenômeno social que envolve interação verbal, enquanto a linguagem não verbal utiliza sinais visuais para comunicar ideias e sentimentos. Os estudos da linguagem abrangem diversas perspectivas, como a de�nição �losó�ca, gramatical e linguística da língua e da linguagem. A linguagem não verbal é uma parte essencial da comunicação humana, ocorrendo na interação social entre indivíduos em uma sociedade. Entende-se, assim, que a comunicação não verbal desempenha um papel essencial no processo comunicativo, sendo responsável por, pelo menos, 55% da comunicação, segundo estudos da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA). Portanto, compreender e utilizar a linguagem não verbal de forma assertiva melhora a performance nas relações interpessoais, tanto no ambiente pro�ssional quanto social. Nesse contexto, faz-se necessário compreender que a comunicação não verbal abrange diversos tipos de linguagem que complementam a comunicação verbal, e esses tipos incluem: Paralinguagem: refere-se aos elementos não verbais que auxiliam a comunicação verbal, como entonação, volume, pausas e suspiros na fala, que podem expressar emoções e complementar o discurso. Proxêmica: estuda o uso do espaço físico na comunicação, incluindo a distância entre os interlocutores e sua posição em relação ao ambiente, in�uenciando as relações interpessoais e culturais. Aparência: diz respeito à forma como a aparência física e os adornos comunicam informações sobre uma pessoa, como estilo de roupas, cores, cortes de cabelo e acessórios, in�uenciados por aspectos culturais e sociais. Cinésica: envolve movimentos corporais, gestos, expressões faciais e o toque durante a interação social. Esses tipos de linguagem não verbal desempenham um papel fundamental na interpretação do processo comunicativo, contribuindo para a compreensão das mensagens além das palavras faladas. Assim, para identi�car a comunicação não verbal durante a interação entre interlocutores, faz-se importante considerar diversas categorias: Paralinguagem: envolve elementos como tom de voz, intensidade, pausas e velocidade na fala, que expressam emoções e intenções. Proxêmica: observa-se a distância física entre os interlocutores e sua postura corporal durante a interação, re�etindo interesses e atitudes. Aparência: analisa-se a aparência física, incluindo roupas, adereços e estilo pessoal, para interpretar características e sugestões sobre o interlocutor. Cinésica: Observa-se os movimentos corporais, como gestos, expressões faciais e o toque, que complementam a comunicação verbal. Entender esses aspectos da comunicação não verbal é essencial para interpretar adequadamente as mensagens durante a interação social, bem como melhorar as relações interpessoais, sendo crucial para líderes, pois permite uma interpretação mais completa das interações interpessoais. Aliás, 50% a 80% de toda a comunicação são não verbais, tornando Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL essencial o domínio dessa linguagem, para melhorar relacionamentos. A psicóloga social Amy Cuddy estudou a "pose de poder", a�rmando que a forma pela qual as pessoas se posicionam em interações sociais in�uencia a percepção dos outros sobre nós e pode determinar o curso do diálogo. Já Anne E. Beall, desenvolveu o método PERCEIVE para interpretar a linguagem corporal, facilitando a compreensão das entrelinhas da comunicação não verbal em várias esferas sociais. Assim, em relação à leitura da comunicação não verbal, temos os seguintes pontos de destaque: Proximidade e orientação relativa: re�etem a�nidade, empatia e intimidade entre os interlocutores, enquanto o distanciamento pode indicar negação ao diálogo. Expressões faciais: identi�car sorrisos sinceros, expressões de tristeza, raiva, surpresa, medo, nojo e desprezo ajuda a entender as emoções por trás das interações. Voz: o tom, sotaque e linguagem verbal revelam muito sobre o estado emocional e a personalidade do interlocutor. Mas como fazer a leitura da comunicação não verbal em uma conversa? Para interpretar com precisão a comunicação não verbal, é necessário investir em estudos e práticas para compreender os diferentes aspectos, como gestos, expressões faciais, proximidade, orientação e tom de voz. Além disso, é necessário aprender a ler nas entrelinhas da comunicação não verbal, a �m de entender melhor seus colegas, funcionários e clientes, ajudando a promover relacionamentos mais sólidos e e�cazes, bem como compreender e utilizar a comunicação não verbal de forma e�caz, para evitar armadilhas e promover interações sociais mais positivas. Por �m, temos que a comunicação não verbal é uma parte signi�cativa da nossa interação diária, transmitindo informações sobre nossa personalidade e intenções. Elementos como gestos, expressões faciais, postura e vestimenta revelam muito sobre nós e são cruciais na formação da nossa imagem pessoal. O estilo pessoal, formado ao longo do tempo e in�uenciado pelo meio social, re�ete quem somos e como queremos ser percebidos. A primeira impressão é essencial, sendo a imagem pessoal composta de 55% de linguagem não verbal. Complementar, substituir, enfatizar, contradizer, in�uenciar, e apontar as relações de poder: a comunicação não verbal desempenha várias funções, desde complementar e substituir a comunicação verbal até in�uenciar e demonstrar relações de poder. Além disso, ainda há o controle paraverbal, isto é, o tom de voz e a entonação re�etem o estado emocional e devem ser controlados para transmitir con�ança e empatia.Somada a isso, existe a Técnica PASMO (postura, ampli�cação da voz, sorriso, mãos e olho no olho) cujos elementos são a chave para uma comunicação não verbal assertiva, como proposto por Boles. Assim, a prática ativa dessas técnicas é fundamental para se melhorar a comunicação não verbal e alcançar sucesso pessoal e pro�ssional. Dominar essa linguagem permite transmitir uma imagem positiva e construir relacionamentos interpessoais sólidos e produtivos. É Hora de Praticar! Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Maria é uma pro�ssional talentosa que trabalha em uma grande empresa de consultoria e é reconhecida por suas habilidades técnicas e conhecimento especializado, no entanto, tem enfrentado desa�os na comunicação interpessoal. Embora seja capaz de transmitir suas ideias verbalmente de forma clara, ela percebeu que sua comunicação não verbal pode estar afetando sua capacidade de estabelecer conexões sólidas com colegas e clientes, além de estar prejudicando sua capacidade de construir relacionamentos pro�ssionais e�cazes; assim sendo, ela deseja melhorar sua linguagem corporal, gestos e expressões faciais para transmitir con�ança, empatia e pro�ssionalismo durante suas interações no ambiente de trabalho, mas como podemos ajudá-la? Vamos re�etir sobre os conteúdos abordados durante os estudos? Por que a compreensão da comunicação não verbal é considerada crucial tanto no desenvolvimento pessoal quanto pro�ssional? Quais são os diferentes tipos de linguagem não verbal e como eles contribuem para a interpretação adequada das mensagens durante a interação social? Como a técnica PASMO e o controle paraverbal são relevantes para uma comunicação não verbal assertiva. Como esses elementos podem contribuir para a melhoria das relações interpessoais e o sucesso pro�ssional? Para ajudar Maria a melhorar sua comunicação não verbal e estabelecer conexões mais sólidas com colegas e clientes, aqui estão algumas sugestões: Autoconhecimento: Maria pode começar com uma autoavaliação honesta de sua linguagem corporal, gestos e expressões faciais. Ela pode re�etir sobre situações passadas, em que sua comunicação não verbal possa ter sido interpretada de forma inadequada. Treinamento em comunicação não verbal: participar de cursos ou workshops sobre comunicação não verbal pode ser muito útil para Maria. Esses programas podem oferecer técnicas práticas para melhorar sua linguagem corporal, gestos e expressões faciais, além de aumentar sua conscientização da importância desses aspectos na comunicação interpessoal. Feedback construtivo: Maria pode solicitar feedback de colegas de con�ança e supervisores sobre sua comunicação não verbal, pois eles podem oferecer insights valiosos sobre como sua linguagem corporal é percebida pelos outros, bem como sugerir áreas especí�cas para melhorias. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Prática regular: assim como desenvolvemos habilidades verbais por meio da prática, aprimorar a comunicação não verbal também requer prática regular. Maria pode praticar em frente a um espelho ou gravar suas interações para analisar e ajustar sua linguagem corporal e expressões faciais. Observação de modelos: Maria pode observar colegas ou líderes que são e�cazes na comunicação não verbal e aprender com eles. Observar como eles utilizam gestos, postura e expressões faciais para transmitir con�ança e empatia pode inspirá-la e fornecer insights úteis. Desenvolvimento da inteligência emocional: aumentar sua inteligência emocional pode ajudar Maria a entender melhor suas próprias emoções e as dos outros, e isso pode facilitar uma comunicação mais autêntica e empática, melhorando suas relações pro�ssionais. Com dedicação e prática contínua, Maria pode aprimorar sua comunicação não verbal e fortalecer suas conexões no ambiente de trabalho, transmitindo con�ança, empatia e pro�ssionalismo em suas interações. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura | Síntese dos conteúdos abordados durante os estudos CORRAZE, J. As comunicações não verbais. Tradução: Roberto Cortes de Lacerda. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. CUDDY, A. O poder da presença. Tradução: Ivo Korytowski. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. DRUCKER, P. O gestor e�caz. 1. ed. São Paulo: LTC, 1996. HALL, E. T. A dimensão oculta. São Paulo: Martins Fontes, 2005. KNAPP, M. L. La comunicación no verbal: el cuerpo y el entorno. Barcelona: Paidós, 1980. KNAPP, M. L. Nonverbal communication in human interaction. Nova Iorque: Holt, Rinehart and Winston, 1972.pleno à medida que avançar no estudo e conhecimento dos aspectos positivos e obstáculos que ocorrem em uma comunicação e�caz. Vamos Exercitar? No caso apresentado, estamos diante de uma empresa que enfrenta desa�os na comunicação devido à diversidade cultural e à variedade de departamentos, cada um com suas próprias demandas e metas; além disso, a introdução de tecnologias inovadoras gerou resistência em alguns funcionários, que se sentem desconfortáveis com as mudanças. Diante disso, como podemos ajudar? A seguir, podemos elencar algumas estratégias de melhoria, tais como: Intrapessoal: Promover treinamentos de desenvolvimento pessoal que ajudem os funcionários a entender e gerenciar melhor suas próprias perspectivas e emoções, promovendo uma comunicação intrapessoal mais e�caz. Criar canais e�cazes para os funcionários expressarem suas preocupações e ideias, promovendo um ambiente onde as barreiras psicológicas possam ser superadas por meio do diálogo aberto. Interpessoal: Oferecer treinamentos especí�cos para promover a compreensão das diferentes culturas organizacionais, incentivando uma comunicação interpessoal mais efetiva entre as equipes globais. Avaliar e ajustar a estrutura organizacional para melhorar a colaboração entre os departamentos, promovendo uma comunicação mais e�ciente e alinhada aos objetivos gerais da empresa. Oferecer treinamentos especí�cos para promover a compreensão das diferentes culturas organizacionais, incentivando uma comunicação interpessoal mais efetiva entre as equipes globais. Avaliar e ajustar a estrutura organizacional para melhorar a colaboração entre os departamentos, promovendo uma comunicação mais e�ciente e alinhada aos objetivos gerais da empresa. Dessa forma, espera-se que, com a implementação dessas estratégias, consigamos ajudar a empresa a superar os desa�os intrapessoais e interpessoais na comunicação. Melhorar a compreensão individual e promover uma cultura de comunicação aberta são pontos que podem levar a uma transição mais suave durante as mudanças organizacionais, contribuindo para o sucesso da empresa no cenário global de tecnologia. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Saiba mais Para se aprofundar mais nos temas aqui tratados, sugerimos a leitura dos seguintes materiais: • Comunicação estratégica e integrada: a visão de renomados autores de 5 Países, de Joana D’arc Bicalho Félix. O capítulo que versa sobre a estratégia em comunicação (a partir da página 219), mostra-se bastante esclarecedor em relação à nossa aula. • Teorias da comunicação de massa, de Denis McQuail, disponível em Minha Biblioteca, trata dos temas básicos relacionados à comunicação. Referências DEFLEUR, M.; BALL-ROKEACH, S. Teorias da comunicação de massa. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1993. DUZERT, Y. Negociação: barreiras para resolução dos con�itos. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. FÉLIZ, J. D. B. (org.). Comunicação estratégica e integrada: a visão de renomados autores de 5 países. Brasília: Editora Rede Integrada, 2020. GCFAPRENDELIVRE. Linguagem corporal. 2019. Disponível em: https://youtu.be/_v5Z9EBrZM4. Acesso em: 8 abr. 2024. GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. MCQUAIL, D. Teoria da comunicação de massas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. PENTEADO, J. R. W. A técnica da comunicação humana. 14. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. Aula 3 Ruídos na comunicação Ruídos na comunicação Este conteúdo é um vídeo! https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788565848350/pageid/0 https://youtu.be/_v5Z9EBrZM4 Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Vivemos em um mundo em que a comunicação desempenha um papel central em nossas interações diárias, mas como lidar com os desa�os dessa era digital? Como garantir que a mensagem seja compreendida, evitando-se con�itos de entendimento? Nesse contexto, o conceito de ruídos na comunicação se torna crucial. Esses ruídos podem ser comparados a sons irritantes que afetam a qualidade da comunicação, diante desse cenário, a busca pela redução de ruídos torna-se uma prioridade. E aí, está preparado para descobrir como fazer isso? Então, mãos à obra! Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Pare um pouco e pense: o que perturba a sua leitura neste exato momento? O que você ouviu? O que você sentiu? O que você pensou neste ínterim? As respostas para essas três perguntas podem ser ruídos da comunicação, que, no nosso caso, representam você, no papel de receptor. Com o estudo desta aula, você poderá identi�car o que e quais são os ruídos na comunicação, além dos seus possíveis sabotadores, bem como verá de que forma é possível evitar que eles atrapalhem o seu dia a dia de trabalho e as boas relações interpessoais. Nesse contexto, vamos a nossa situação-problema da aula de hoje: uma empresa de tecnologia está passando por um processo de expansão e diversi�cação de seus produtos, diante disso, com equipes distribuídas geogra�camente e a predominância de comunicação digital, a gestão da comunicação se torna crucial para garantir a e�cácia das operações e o alcance dos objetivos organizacionais. Os principais problemas identi�cados giram em torno dos ruídos na comunicação, sejam físicos, sejam �siológicos, psicológicos ou semânticos, que acabam por comprometer a qualidade das mensagens transmitidas entre as equipes; além disso, sabotadores, tanto internos quanto externos, podem prejudicar a clareza e a transparência necessárias para o bom funcionamento da empresa. Os sabotadores podem se manifestar de maneira intencional ou não, prejudicando a comunicação de diversas formas. No contexto organizacional, apresentam-se com resistências à mudança, falta de transparência e comunicação negativa, que, geralmente, são as formas de sabotagem que impactam diretamente o desempenho da equipe. Quanto aos ruídos na comunicação, considerando o ambiente de uma empresa de tecnologia, ruídos físicos, como o barulho de máquinas, podem impactar a comunicação oral, além disso, a comunicação escrita, especialmente em ambientes virtuais, pode sofrer com ruídos semânticos, como jargões técnicos e linguagem complexa. Quanto à autossabotagem, esta também pode ser um fator presente, especialmente quando os https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u1a3_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL colaboradores se sentem incapazes de lidar com mudanças ou têm receio de expressar suas opiniões. A procrastinação, preocupação excessiva e sentimentos de inutilidade podem se manifestar e prejudicar a comunicação intrapessoal. Diante desse contexto, quais seriam as estratégias para evitar ruídos na comunicação? Aproveite o conteúdo, pois ele o tornará mais bem preparado para enfrentar os desa�os do mercado de trabalho e da sua trajetória pessoal. Vamos lá? Vamos Começar! O que e quais são os ruídos na comunicação A comunicação é praticamente indispensável ao ser humano, e aprimorá-la signi�ca melhorar os relacionamentos em todas as áreas da vida (Zart; Zanetti, 2021). Se a comunicação frente a frente já gerava con�itos de entendimento, imagine agora, com o mundo online, e as questões que envolvem nossas comunicações. Conforme os preceitos da liberdade de expressão, comunicar-se signi�ca passar um recado, gerar uma troca e sintonia com os receptores, de forma que haja o entendimento entre as partes. Se o entendimento não acontece, certamente, há um ruído na comunicação. Para Sousa (2006), o ruído pode representar um som de natureza que venha a aborrecer o ouvinte ou ser desagradável aos ouvidos. Nem todo ruído será insuportávelpara todas as pessoas; trata-se de uma questão pessoal. Nesse caso, o autor se refere aos ruídos de natureza auditiva, que, de fato, podem atrapalhar uma comunicação, provocando distração, irritabilidade, dores de cabeça, perturbações emocionais, cansaço, entre outros fatores que afetam uma comunicação de qualidade. Por outro lado, não existe comunicação sem ruído, e há quatro tipos de ruídos: físicos, �siológicos, psicológicos e semânticos, conforme Zart e Zanetti (2021). Os ruídos físicos são todos aqueles que se encontram no entorno de uma conversa e que di�cultam o entendimento do receptor, bem como a formulação de uma linha de raciocínio pelo emissor, como som alto, conversas paralelas e trânsito. Já os ruídos �siológicos são especialmente problemas físicos apresentados pelos comunicadores e que di�cultam a comunicação, seja por conta de esses problemas dispersarem a atenção da conversa, seja por aspectos emocionais, como o medo ou a vergonha. São exemplos: dores físicas, doenças e limitações físicas. Os ruídos psicológicos, por sua vez, acontecem especialmente quando o receptor está emocionalmente ou mentalmente distraído. O receptor pode estar pensando em uma resposta para as questões comunicadas pelo emissor, re�etindo ou lembrando de outro assunto correlato, mas também gerenciando possíveis emoções internas geradas pela conversa, pelas pessoas e pelo contexto do entorno. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Os ruídos semânticos, por �m, são aqueles de ordem falada ou escrita, no que tange ao sentido e signi�cado, podendo ser termos técnicos, linguagem difícil ou conteúdo com muita profundidade. Comunicações como essas di�cultam a compreensão da mensagem e não permitem trocas efetivas, como a que se dá por médicos, juristas, cientistas, engenheiros, entre outros. Expressar-se de modo que o outro possa compreender é uma virtude, e é muito bom poder falar o que se quer e da forma que deseja, ou seja, usando palavras, altura de voz, pensamentos e emoções presentes no momento, como se só existisse o “eu” no mundo. Entretanto, em respeito ao outro, evitar ao máximo os ruídos da comunicação faz de você uma pessoa diferenciada na arte de se comunicar e, ainda, contribui para que os demais possam entendê-lo e replicar a informação da forma mais verídica possível, evitando as fake news e as demais incertezas da vida em sociedade. Quais são os sabotadores que interferem na comunicação Segundo o Dicionário de Português Online ([s. d.]), sabotar signi�ca dani�car, prejudicar, di�cultar propositalmente, e esses sinônimos podem estar relacionados a uma pessoa ou a uma atividade. Assim, você pode entender que os sabotadores que interferem na comunicação são as más intenções aplicadas à maneira de nos comunicarmos. Os sabotadores da comunicação podem surgir tanto na forma intencional e racional (consciente) quanto de maneira não intencional e irracional (inconsciente), e a diferença é o vínculo afetivo com a outra pessoa, grupo ou instituição. Sabotar a comunicação consiste em falar, escrever ou comportar-se de forma negativa, pejorativa ou incriminativa. O indivíduo pode assumir a condição de vítima ou mesmo tentar transferir a culpa para alguém, com o objetivo de se desvincular do problema, bem como pode querer causar confusão, omitir ou mentir sobre determinado assunto, independentemente do motivo que levou a pessoa a usar a sabotagem em sua comunicação. Sabotar também signi�ca julgar, interromper, atrasar ou impedir o �uxo da comunicação. Nas organizações, os sabotadores são as próprias pessoas que atuam nelas; eles se comportam dessa forma por medo, insegurança ou resistência em modi�car os padrões estabelecidos internamente (Bloch, 2020). Para esses casos, é possível mitigar os problemas com uma comunicação clara, transparente e empática, a �m de que os indivíduos possam entender as emoções e os pensamentos do outro, assumindo atitudes que repelem as ações de sabotagem. Existe, ainda, um processo de autossabotagem, que ocorre quando nós mesmos nos sabotamos, pensando e sentindo que não somos capazes de executar algo. Tal possibilidade soa tão forte que não parece que nós dizemos isso para nós mesmos, o que di�culta a percepção desse contexto. A conversa interna está associada à forma intrapessoal de comunicação. Veja alguns comportamentos considerados como autossabotagem (Portal Dale Carnegie, 2019): Procrastinação: adiar projetos ou não ter motivação para continuá-los. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Preocupação: dar atenção às situações que não deveriam ser preocupantes; sentimentos de ansiedade, estresse e dúvidas. Raiva: comunicação agressiva, relacionamentos conturbados, sem ações para reverter essa condição. Sentimentos de inutilidade: desvalorizando-se perante os outros e suas conquistas. Há muitos sabotadores da comunicação. Carvalho (2018) elenca alguns, como: Generalização: quando a comunicação se refere a situações que aparecem como verdades absolutas, com temos como “todo mundo”, “sempre”, “nunca” e “ninguém”. Leitura mental: quando uma pessoa faz a sua interpretação na comunicação, e essa é a forma individual e personalizada de se interpretar o caso. Omissão: trata-se de um padrão de comunicação para reduzir o comprometimento ou constrangimento por meio de um esquivo ou da omissão de alguma informação. Vícios de linguagem: palavras que se repetem para ajudar a comunicação ou justi�cá-la, como “mas”, “e”, “então”, “né”, entre outras. Fale por você: quando a pessoa que se comunica aponta o erro dos outros. Perceba como os sabotadores da comunicação devem ser superados ou eles dominarão os ambientes de forma sutil, mas avassaladora. Se os indivíduos não tiverem essa consciência, poderão destruir as relações de forma irreversível. Siga em Frente... Como evitar ruídos na comunicação A comunicação exerce um papel central nas vidas humana e empresarial; em alguns momentos, estamos bem, no que diz respeito à comunicação, já em outros, �camos defasados. Os ruídos reduzem a e�ciência e a e�cácia da comunicação, como consequência, o entendimento �ca prejudicado (Matos, 2014). Para você entender melhor essa condição, veja a Figura 1 a seguir. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Figura 1 | Um grupo de pessoas pratica o “telefone sem �o”. Fonte: Wikimedia Commons. Nessa imagem, você percebe um exercício simples que demonstra como o ruído acontece facilmente na nossa comunicação. O “telefone sem �o” consiste em passar uma mensagem adiante e veri�cá-la apenas ao �nal, depois de todos a receberem e a repassarem para a pessoa ao lado. Por motivos diversos, a mensagem costuma chegar distorcida ao último receptor, e se é tão fácil errar o compartilhamento de uma mensagem, como evitar ruídos na comunicação? No caso de empresas que trabalham com máquinas barulhentas, ao ponto de ultrapassar os decibéis considerados saudáveis para a saúde física e psicológica humana, devem ser oferecidos e utilizados equipamentos antirruídos. Nas práticas nas quais esses equipamentos estão presentes, não há comunicação verbal entre os trabalhadores, mas ainda é possível utilizar outros meios, como as comunicações escrita e não verbal (França, 2014). Assim, como se não bastasse o “telefone sem �o” dar errado (comunicação oral), ainda são necessários cuidados com as formas escrita e não verbal, pois, nelas, também ocorrem ruídos. Para evitar ruídos na comunicação oral, é necessário falar com clareza, pausadamente e com a linguagem apropriada, ter empatia e, se for o caso, fazer um curso de oratória; para a escrita, pode-se adaptar os mesmos quesitos da comunicação oral e, ainda, escrever, reler e, se for possível e houver tempo hábil, pedir para alguém corrigir o que foi escrito. Se o objetivo for melhorar ainda mais, um curso de redação é indicado. Para a comunicação não verbal, é importante a reeducação permanente, pois a expressão facial e o posicionamento dos braços e dos pés denotamo interesse e a atenção no �uxo da comunicação, sendo possível, também, aprimorar os conhecimentos sobre a linguagem corporal. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Para França (2014), os maiores responsáveis pelos ruídos da comunicação são os emissores, e para evitar que ruídos aconteçam, o emissor deve se responsabilizar pela clareza na comunicação, bem como promover e solicitar o feedback, que consiste em dar o retorno para uma comunicação. Partir do pressuposto de que a mensagem foi entregue, apenas porque ela foi encaminhada, não é mais sinônimo de comunicação. Por exemplo, enviar mensagens de texto ou e-mails, fazer reuniões e anotações na agenda não quer dizer que haverá compreensão da mensagem ou que a ação será executada; como consequência dessa atitude, podem ser encontrados ruídos na comunicação, ou seja, pode ocorrer a crença de que a mensagem foi recebida e entendida, sem que seja feita a checagem da integralidade de sua compreensão. Diante dessa realidade, para evitar ruídos na comunicação, é necessário: Checar se a mensagem foi recebida. Veri�car a compreensão da mensagem por meio de feedback. Falar, escutar e ler atentamente. Entender o contexto emocional envolvido. A preocupação em evitar ruídos é real; reduzir a quantidade de ruídos na nossa comunicação ajuda muito a estabelecer boas relações e a evitar con�itos; e responsabilizar-se pela sua parte na comunicação é praticamente metade da efetividade em uma boa conversa. Vamos Exercitar? A comunicação é um elemento crucial na vida humana, in�uenciando diretamente os relacionamentos em diversas áreas. Com o advento do mundo online, novos desa�os surgem, levando a questões que impactam diretamente a e�cácia da comunicação. Este estudo de caso busca explorar as di�culdades inerentes à comunicação e como os sabotadores e ruídos podem afetar a qualidade das interações, principalmente no contexto empresarial. Pensando em estratégias para evitar ruídos na comunicação, podemos elencar as seguintes: Equipamentos antirruído: em ambientes com máquinas barulhentas, a empresa pode investir em equipamentos antirruído para garantir que a comunicação verbal não seja comprometida. Treinamento em comunicação: oferecer treinamentos em comunicação e�caz, tanto oral quanto escrita, para que os colaboradores possam se expressar de maneira clara e evitar ruídos semânticos. Feedback constante: estabelecer uma cultura de feedback, incentivando os colaboradores a veri�car se a mensagem foi recebida e compreendida, reduzindo, assim, a possibilidade de ruídos na comunicação. Promover a transparência: combater sabotadores internos, promovendo transparência e abertura na comunicação organizacional, para evitar resistências à mudança e promover um ambiente colaborativo. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL A gestão e�caz da comunicação em uma empresa de tecnologia é crucial para o sucesso organizacional. A identi�cação e mitigação de sabotadores aliadas à redução de ruídos na comunicação contribuem para um ambiente de trabalho saudável e produtivo, re�etindo diretamente no alcance dos objetivos da empresa. Saiba mais Para maiores informações acerca do tema abordado nesta aula, não deixe de acessar os seguintes materiais: Comunicação: história, componentes, formas e ruídos, de Clovis Odirlei Zart e Elizabeth Zanetti. Esse artigo apresenta, de uma maneira bastante clara, as de�nições dos termos relacionados à área da comunicação, explicando o que cada um deles signi�ca. Educação a distância e os “ruídos” na comunicação: as distorções na comunicação entre emissor e receptor, de Angela Ferreira de Lima Pizzaia e Adriene Santanna. Texto que objetiva compreender e identi�car ruídos que possam existir na comunicação dentro da modalidade de educação a distância e suas possíveis implicações no aprendizado. Referências BLOCH, V. Quem são e o que fazem os sabotadores silenciosos no trabalho. 2020. Disponível em: https://vocerh.abril.com.br/voce-rh/quem-sao-e-o-que-fazem-os-sabotadores-silenciosos-no- trabalho/. Acesso em: 8 abr. 2024. DALE CARNIGIE. Como vencer a autossabotagem? 2019. Disponível em: https://portaldalecarnegie.com/como-vencer-autossabotagem/. Acesso em: 8 abr. 2024. DESENHANDO A SOLUÇÃO. Atualidades – fake news | Desenhando a solução. 2020. Disponível em: https://youtu.be/a7qhJpS3dkA. Acesso em: 8 abr. 2024. FRANÇA, A. S. (org.). Comunicação empresarial. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2014. MATOS, G. G. de. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa pela via da cultura e do diálogo. 3. ed. Barueri: Editora Manole, 2014. SABOTAR. In: DICIONÁRIO online de português, [s. d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/sabotar/. Acesso em: 8 abr. 2024. SOUSA, F. M. C. In�uência do ruído na comunicação interpessoal. 2006. Dissertação (Mestrado em Comunicação em Saúde) – Universidade Aberta, Lisboa, 2006. Disponível em: https://core.ac.uk/reader/61417450. Acesso em: 8 abr. 2024. https://www.revistasuninter.com/revistaorganizacaosistemica/index.php/organizacaoSistemica/article/view/492 https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/6865/6053 https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/6865/6053 https://vocerh.abril.com.br/voce-rh/quem-sao-e-o-que-fazem-os-sabotadores-silenciosos-no-trabalho/ https://vocerh.abril.com.br/voce-rh/quem-sao-e-o-que-fazem-os-sabotadores-silenciosos-no-trabalho/ https://portaldalecarnegie.com/como-vencer-autossabotagem/ https://youtu.be/a7qhJpS3dkA https://www.dicio.com.br/sabotar/ https://core.ac.uk/reader/61417450 Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL VANESSA CARVALHO. Os sabotadores da comunicação | Palestra no Haktown, 2018. 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FRfLxDaHNgg. Acesso em: 8 abr. 2024. ZART, C. O.; ZANETTI, E. Comunicação: história, componentes, formas e ruídos. Revista Organização Sistêmica, Curitiba, v. 10, n. 18, 2021. Disponível em: https://www.revistasuninter.com/revistaorganizacaosistemica/index.php/organizacaoSistemica/ article/view/492. Acesso em: 8 abr. 2024. Aula 4 Estratégia de comunicação Estratégia de comunicação Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Nesta aula, vamos aprofundar nossa visão sobre a comunicação estratégica, destacando sua importância nos ambientes corporativos, fornecendo insights práticos para aprimorar a comunicação interpessoal e explorando estratégias e�cazes para uma comunicação mais assertiva e signi�cativa. Vamos juntos? Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. Ponto de Partida Temos facilidade em nos comunicar com as pessoas que conhecemos e com as quais possuímos a�nidade. Conhecer os interlocutores e entender o contexto da conversa representa um bom começo para estabelecer uma comunicação interpessoal e�caz. Nesses casos, você cede quando acha que deve, ignora quando não quer se incomodar ou responde quando a troca precisa ser estabelecida. Apesar de a comunicação fazer parte da nossa existência, não necessariamente precisamos pensar para conversar. Comunicar-se de forma estratégica pode transformar a visão do que é se comunicar de verdade, seja na vida pro�ssional, seja no cotidiano das suas relações interpessoais. https://www.youtube.com/watch?v=FRfLxDaHNgg https://www.revistasuninter.com/revistaorganizacaosistemica/index.php/organizacaoSistemica/article/view/492 https://www.revistasuninter.com/revistaorganizacaosistemica/index.php/organizacaoSistemica/article/view/492 https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA_ESCUTA_ATIVA_E_LINGUAGEM_CORPORAL/PPT/u1a4_com_nao_vio_esc_ati_ling_cor_liberado.pdf Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Partindo desse pressuposto, vamosa nossa situação-problema de hoje: você trabalha em uma organização bancária que sofreu uma fusão com outro banco, de modo que ambas as instituições se tornaram uma só empresa; com a fusão, a cultura organizacional dos dois bancos passou a ser compartilhada, gerando con�itos internos entre os colaboradores. Entre eles, estão: Em uma organização havia horários �exíveis, na outra, não. Uma tinha metas de vendas de seguros de vida, a outra trilha metas para os seguros de automóveis. Em uma empresa havia reuniões semanais, na outra, as reuniões eram diárias. Imagine como �cou confusa a comunicação interna; por esse motivo, a organização deverá realizar uma comunicação estratégica e direcionar os seus colaboradores para a nova forma de trabalhar. Agora, vamos re�etir sobre as seguintes questões: Seria possível melhorar a comunicação interpessoal entre os colaboradores que trabalhavam nas duas empresas bancárias e que, com a fusão, passaram a trabalhar no mesmo ambiente? Quais estratégias podem ser utilizadas para aprimorar a comunicação interpessoal entre todos os setores? Atente-se para o nosso conteúdo e pratique a comunicação estratégica a cada novo dia! Vamos Começar! Qual a importância de se ter uma estratégia de comunicação? A estratégia é um termo cuja origem vem da área militar; seu conceito foi adotado pelo ambiente corporativo com o intuito de gerar um diferencial em tudo o que a organização empreende na comparação com a concorrência. As estratégias estão vinculadas ao mais alto grau hierárquico dentro das empresas, assim, estão além do comum e, para tanto, devem ser pensadas e planejadas (Costa, 2007). Os altos escalões organizacionais podem ter mais di�culdades com a comunicação efetiva, já que costumam ser intermediados por outras hierarquias internas e precisam realizar a comunicação das estratégias para os demais colaboradores, custe o que custar (Baldissera, 2001). A comunicação estratégica também será efetiva para fora dos limites da organização, de forma que possa estabelecer o seu posicionamento e sua imagem perante os stakeholders (veja o signi�cado do termo no campo Saiba Mais). A construção dessa comunicação estratégica pode acontecer por meio de programas de treinamento ou ser desenvolvida com o planejamento estratégico da companhia (Tavares, 2013). Para gerar a comunicação de forma estratégica, tanto emissores quanto receptores precisam Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL aplicar um sentido ao processo. Como a comunicação é uma troca dinâmica, faz-se necessário manter a atenção ativa na conversa para ajustar as estratégias, e estar alerta é fundamental para a escolha do melhor método para a comunicação (Baldissera, 2001). Tavares (2013, p. 27) complementa que a comunicação estratégica “contribui para a criação de uma signi�cação da empresa, é uma signi�cação assistida através do desenho de um processo comunicativo que seja coerente entre aquilo que se pretende comunicar e aquilo que se é na realidade”. Imagine uma conversa com fornecedores ou clientes — assim, �cará mais fácil para você identi�car o nível de atenção que a comunicação exige —; uma pequena falha na emissão ou na compreensão da mensagem pode render à empresa um prejuízo �nanceiro desnecessário. Ter um objetivo claro na comunicação não é apenas útil para as relações humanas, mas também para a interação com sistemas de informação e comunicação tecnológicos que contribuem para a geração de resultados automatizados e estratégicos para as organizações (Baldissera, 2001). Cada dia mais, os sistemas da informação estão gerando processos comunicacionais estratégicos para as organizações e seus parceiros. Com o retorno desse conteúdo, a empresa pode se destacar em relação aos concorrentes, no entanto, atente-se para o fato de que, ao falarmos sobre estratégia, estamos considerando um período de longo prazo, portanto, a estratégia na comunicação visa estabelecer resultados prolongados. No dia a dia, busca-se resultados imediatos, contudo, trata-se de processos rotineiros que contribuirão com a estratégia organizacional (Costa, 2007). Conforme Baldissera (2001, p. 6), “de�nir a estratégia de comunicação signi�ca criar uma proposta única”. Você deve perceber que premissas como exclusividade, paciência e persistência são importantes para que um indivíduo ou uma companhia mantenha as suas estratégias comunicacionais, evitando os riscos de cair no senso comum. Como melhorar a comunicação interpessoal: primeiros passos Di Nizo (2007) coloca a comunicação interpessoal como algo em constante movimento, já que um indivíduo cresce e se transforma e, naturalmente, as suas relações interpessoais se modi�cam com esse dinamismo. A depender da fase da vida, uma pessoa está mais interessada em um determinado assunto, enquanto em outro momento, isso pode mudar totalmente. A comunicação se adapta às realidades em que estamos e aos grupos sociais que frequentamos. Os relacionamentos interpessoais tendem a se manter ativos quando uma pessoa concorda com a outra; di�cilmente as pessoas conviverão se não houver alguma comunicação plausível. Conforme Penteado (2012, p. 1), “comunicação é convivência”, e discordar faz parte da comunicação entre os indivíduos, mas apenas discordar não leva a comunicação a lugar algum. Lembre-se de que comunicação é troca e entendimento, tanto mental quanto emocional. A comunicação humana precisa do entendimento entre as partes, de forma a tornar o conteúdo comum para todos os envolvidos, assim, mesmo que não haja acordo, é necessário o entendimento (Penteado, 2012). Para aprimorar as comunicações interpessoais, Di Nizo (2007) apresenta alguns pontos aos quais o indivíduo pode aplicar um esforço e fazer a sua parte na comunicação: Compreender melhor as diferenças. Aprender a respeitar a forma de pensar do outro. Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL Dialogar (falar e ouvir). Assumir a responsabilidade pela comunicação e não esperar que o outro faça isso. O início da comunicação ocorre com a atenção por parte do receptor; ele inicia o processo ouvindo (ou lendo), e essa ação requer concentração e força de vontade, considerando que é possível verbalizar até 150 palavras por minuto, e nesses casos, a mente humana funciona cerca de quatro vezes mais rápido — haja energia! — Em algumas conversas, naturalmente, seremos melhores ouvintes do que em outras, por conta do interesse pessoal no assunto (Penteado, 2012). Geralmente, quando há sentido nas conversas, as pessoas costumam gostar mais de falar do que de ouvir. Para falar melhor, Penteado (2012) apresenta cinco qualidades: ênfase, entonação, pronúncia, ritmo e con�ança. Não há a necessidade de utilizarmos todos esses itens sempre que formos nos comunicar, contudo, para ser ouvido e levado a sério, vale a pena se empenhar mais para também ouvir do que apenas falar. Há quem pre�ra “falar” escrevendo; são técnicas diferentes, mas podem promover resultados contrários. Ao escrever, não se pode impregnar a entonação na fala, por exemplo, assim, escrever bem requer muitos cuidados, e alguns deles são: escrever com naturalidade, de forma legível, simples, concisa e precisa, com sentenças curtas e organizadas mentalmente, e, de preferência, preocupar-se com quem lê, além de ler em voz alta, para checar o texto (Penteado, 2012). Qualquer pequena mudança na sua maneira de se comunicar será um avanço; nada será perdido e tudo será somado. Se hoje você resolve falar mais pausadamente, no próximo mês, além disso, você poderá, ainda, treinar a escrita mais legível e assim por diante. Começar aos poucos, com os primeiros passos, é a melhor forma de você aprimorar seu potencial de comunicação. Siga em Frente... Estratégias para aprimorar a comunicação interpessoal No primeiro bloco desta aula, vimos que a comunicação com estratégia tem o objetivo de aplicar um sentido à comunicação. Para Baldissera (2001), a comunicação estratégica se estabelece tendo o emissor como o agente que intenciona dominara comunicação, mesmo que inconscientemente. A dominação da comunicação não precisa ter uma conotação pejorativa, mas proativa. Conforme Araújo e Silva (2011, p. 627), “o conhecimento de técnicas ou estratégias de comunicação interpessoal que sejam facilitadoras da interação e possam transmitir atenção, compaixão e conforto é de suma importância”. Assim, a comunicação que domina deve ter a intenção de transmitir algo positivo; já na comunicação com viés estratégico, o estrategista não deve ser passivo, mas, sim, tomar a iniciativa, não só no ato da comunicação, mas também no que a antecede e vem depois dela. A comunicação precisa ser agressiva e sensível ao mesmo tempo (Baldissera, 2001). Além da linguagem verbal, a não verbal pode ser estratégica para acompanhar a comunicação e aprimorar os efeitos do que se pretende transmitir, não só reforçando o signi�cado da Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL mensagem como também ampliando a relação entre as pessoas envolvidas. “Dentre os sinais ou estratégias não verbais mencionadas destacam-se o toque afetivo, o olhar, o sorriso, a proximidade física e a escuta ativa” (Araújo; Silva, 2011, p. 631). Araújo e Silva (2011) apresentam o exemplo de pro�ssionais da saúde que lidam diariamente com pacientes em estado terminal; enfermeiras e médicos com habilidades de comunicação interpessoal conseguem se sentir mais seguros e con�antes para lidar com situações difíceis do cotidiano, bem como estabelecer a comunicação mais adequada com pacientes e familiares sob pressão, em tratamentos de saúde. Para se de�nir boas estratégias na comunicação, é preciso (Baldissera, 2001): Analisar o contexto físico envolvido na comunicação. Saber onde você está e qual é a sua competência. Identi�car os objetivos e as competências dos receptores na comunicação. Conhecer se há algum nível de rivalidade. Veri�car os canais por onde circula a comunicação. Reconhecer os pontos fracos da comunicação e dar atenção a eles. Um estudo realizado com 160 médicos do Reino Unido, em 2002, apontou que não é o tempo de atuação nem a experiência pro�ssional que desenvolvem maiores habilidades de comunicação interpessoal; para melhorar a comunicação, é preciso mais do que isso, ou seja, são necessários capacitação e envolvimento emocional/empatia (Araújo; Silva, 2011). No caso da comunicação empresarial, Baldissera (2001, p. 7) indica que “a comunicação deve ser estrategicamente utilizada para reforçar e preservar a identidade organizacional ou para impulsionar as transformações desejadas”. As pessoas e as organizações que utilizam estratégias na comunicação o fazem de forma pensada, e só isso já seria o su�ciente para conseguirmos nos comunicar melhor. Mais do que pensar as estratégias, é importante aprender a internalizá-las, tornando a comunicação cada vez mais e�caz. Vamos Exercitar? Na situação-problema de hoje, vimos o caso da fusão de dois bancos, de modo que ambas as instituições se tornaram uma só empresa. Com a fusão, a cultura organizacional dos dois bancos passou a ser compartilhada, gerando con�itos internos entre os colaboradores. Nesse sentido, precisamos re�etir sobre as seguintes questões: seria possível melhorar a comunicação interpessoal entre os colaboradores que trabalhavam nas duas empresas bancárias e que, com a fusão, passaram a trabalhar no mesmo ambiente? Quais estratégias podem ser utilizadas para aprimorar a comunicação interpessoal entre todos os setores? Vamos lá! A fusão ocorre quando uma empresa compra outra ou quando ambas decidem juntar seu capital. A cultura organizacional consiste em um conjunto de valores, normas e regras particulares de cada organização. Assim: Os colaboradores deverão assumir o novo posicionamento da empresa e reconhecer que não existe o que é certo ou errado, mas uma nova realidade que se estabeleceu e está além Disciplina COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCUTA ATIVA E LINGUAGEM CORPORAL do controle deles. Sendo assim, será necessário compreender melhor as diferenças, aprender a respeitar a forma de pensar do outro e buscar um meio-termo (ora ceder, ora se posicionar), além de dialogar, esperar e cobrar dos superiores hierárquicos que direcionem as novas ações. Alguns comportamentos são: perguntar sempre que tiver dúvida, conter as emoções e externalizá-las sem reclamar. A organização é a maior responsável pelas falhas de comunicação em um processo de fusão, logo, deverá analisar o contexto físico da situação, identi�car os objetivos e as competências dos receptores na comunicação, detectar algum nível de rivalidade e veri�car os canais por onde circula a comunicação, além de reconhecer e dar atenção aos pontos fracos identi�cados. Saiba mais Visando a um maior aprendizado, não deixe de conferir os seguintes materiais: Comportamento humano nas organizações: o desa�o dos líderes no relacionamento intergeracional. Disponível em Minha Biblioteca, esse livro apresenta toda uma concepção acerca do trabalho, da organização e dos relacionamentos que ali se passam. No capítulo 2, é possível perceber a importância dos relacionamentos dentro desse ambiente. A importância da comunicação nas organizações, de Maria Miriene Silva Rocha e Cláudia Noleto Maciel Luz. Nesse artigo, as referidas autoras buscaram demonstrar a importância da comunicação dentro das organizações partindo da problemática de que quando as empresas não têm um sistema comunicativo e�caz, elas também não apresentam efetividade no alcance dos objetivos organizacionais. Referências ARAÚJO, M. M. T. de; SILVA, M. J. P. da. Estratégias de comunicação utilizadas por pro�ssionais de saúde na atenção à pacientes sob cuidados paliativos. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 46, n. 3, p. 626-32, jun. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/PkND3TttB3sCS8d9jWQkLGQ/?lang=pt. Acesso em: 9 abr. 2024. BALDISSERA, R. Estratégia, comunicação e redes públicas. In: Congresso Brasileiro da Comunicação. 24., 2001, Campo Grande. Anais [...]. Campo Grande, 2001. p. 1-11. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/8139078556980663261068270533436049754.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024. COSTA, E. A. da. Gestão estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos. 2. ed. 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Relatório de estágio (Mestrado em Ciências da Comunicação) — Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Braga, 2013. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/29264. Acesso em: 23 jan. 2024. Aula 5 Encerramento da Unidade Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Olá, estudante! Convidamos você a explorar o mundo da comunicação! A partir de agora, veremos as estratégias para aprimorar a comunicação interpessoal, incluindo linguagem não verbal, compreensão das diferenças, respeito ao pensamento alheio, diálogo e ação proativa. Em nossa jornada, analisaremos contextos físicos, identi�caremos objetivos e competências dos receptores, reconheceremos pontos