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UNIDADE REDACIONAL - O PARÁGRAFO - 2013.1

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO 
ANÁLISE E EXPRESSÃO TEXTUAL 
Prof.ª Auristela Crisanto da Cunha 
 
ASPECTOS IMPORTANTES PARA A ORGANIZAÇÃO DO TEXTO: 
O PARÁGRAFO - NOÇÕES SOBRE A UNIDADE REDACIONAL 
 
1 A organização do parágrafo 
Texto: qualquer manifestação linguística produzida por alguém, em alguma situação 
concreta (contexto), com uma determinada intenção. 
 
Observemos agora dois aspectos importantes da organização do texto: o parágrafo e a sua 
distribuição. O parágrafo tem, antes de tudo, importância visual. O texto “descansa” a vista do 
leitor, impedindo que seu olhar se perca num emaranhando sem fim de linhas escritas. Compare 
as duas formas seguintes: 
 Texto 1 Texto 2 
 
 
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xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
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1.1 Observações 
(I) A página da esquerda apresenta-se graficamente “pesada”, pouco convidativa à leitura. O 
emaranhado de linhas desestimula o leitor e dificulta a compreensão de qualquer texto. 
(II) A página da direita, pela divisão em blocos graficamente destacados pelo afastamento da 
primeira linha, é mais agradável à vista o que de certa forma ajuda o leitor a ler o texto (sugere 
uma leitura emocional) 
 
1.2 Considerações sobre a disposição gráfica do texto 
A disposição gráfica do texto é realmente muito importante na produção da escrita – afinal, 
é parte integrante dele. Todo texto escrito se apóia sobre algum material físico. Por exemplo, é 
fundamental na publicidade, em que até o tipo, cor e forma de letra são relevantes para criar 
significado. Do mesmo modo, a diagramação de jornais e revistas dá uma grande atenção à 
clareza gráfica dos textos e fotos, para facilitar a compreensão do leitor. 
É claro que, no universo da escrita, há uma infinidade de formas de apresentação que 
devem se adequar aos objetivos do texto: um texto científico sobre algum assunto árido (por 
exemplo, a composição química de diferentes tipos de solos...) terá um tratamento diferente se for 
escrito para especialistas (que entendam do assunto) ou para leigos (que nunca ouviram falar do 
assunto). A aparência gráfica do texto e o próprio texto devem se adequar à intenção, ao tipo de 
leitor que se pretende atingir, ao assunto. 
Em termos técnicos, pode-se dizer que ao produzir um texto escrito (seja ele de qualquer 
gênero), deve-se levar em conta primordialmente o perfil do interlocutor e contexto em que este 
está inserido o que justifica a prática do aspecto visual do texto. 
 
1.3 Conceito e estrutura do parágrafo 
(a) “unidade de composição ou redacional, constituída por um ou mais períodos em que se 
desenvolve ou se explana determinada ideia central a que se geralmente se agregam outras, 
denominadas secundárias”. (Othon Garcia). A ideia central sempre está contida na frase 
principal do parágrafo, o tópico frasal, a qual poderá vir expressa no início ou no final do parágrafo 
(neste, encontra-se mais raramente). 
(b) “o parágrafo é uma subunidade de significado da unidade maior do texto, em geral destacada 
graficamente do conjunto pela entrada da primeira linha” (Faraco, 2003) 
 
Resumindo: o parágrafo é uma subunidade temática e estrutural do texto, destacado 
graficamente do conjunto maior pelo afastamento da margem esquerda do texto ou identificado, 
também, pela disposição das frases em blocos com espaços duplos entre os conjuntos. 
 
Outros aspectos importantes que devem ser lembrados: 
(I) não se abre um novo parágrafo por acaso ou simplesmente pelo número de linhas, mas porque 
neste se encerra um grupo de informações e se inicia outro grupo de informações, relacionado 
com o primeiro; 
 (II) não existe parágrafo-padrão (modelo) que sirva para qualquer tipo de texto. Um parágrafo 
pode ser tanto uma longa sequência de sentenças como uma única palavra, dependendo do 
gênero do texto. 
 
O texto Escrito 
O que é um texto? o que diferencia o texto falado do escrito? Como avaliar se um texto está bem 
estruturado, se é capaz de atingir suas finalidades? Começamos a investigar agora essas e outras 
questões que fazem parte das preocupações de quem escreve. 
 
 Regina H. Almeida Durigan e 
outros 
A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito 
especial. Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial. 
Os problemas começam a surgir quando esse aluno tem necessidade de se expressar 
formalmente e se agravam no momento de produzir um texto escrito. Nesta última situação, ele 
deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e escrever. 
Na linguagem oral o falante tem claro com quem fala e em que contexto. O conhecimento 
da situação facilita a produção oral. Nela o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo 
possibilidade de intervir, de pedir esclarecimentos, ou até de mudar o curso da conversação. O 
falante pode ainda recorrer a recursos que não são propriamente linguísticos, como gestos ou 
expressões faciais. Na linguagem escrita a falta desses elementos extratextuais precisa ser 
suprimida pelo texto, que se deve organizar de forma a garantir a sua inteligibilidade. 
Escrever não é apenas traduzir a fala em sinais gráficos. O fato de um texto escrito não ser 
satisfatório não significa que seu produtor tenha dificuldades quanto ao manejo da linguagem 
cotidiana e sim que ele não domina os recursos específicos da modalidade escrita. 
A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia – que, evidentemente, não é 
marcada na fala –, de pontuação, de concordância, de uso de tempos verbais. Entretanto, a 
simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante o sucesso de 
um texto escrito. Não basta, também, saber que escrever é diferente de falar. É necessário 
preocupar-se com a constituição de um discurso, entendido aqui como um ato de linguagem que 
representa uma interação entre o produtor do texto e o seu receptor; além disso, é preciso ter em 
mente a figura do interlocutor e a finalidade para a qual o texto foi produzido. 
Para que esse discurso seja bem-sucedido deve constituir um todo significativo e não 
fragmentos isolados justapostos. No interior de um texto devem existir elementos que 
estabeleçam uma ligação entre as partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao 
discurso. Considera-se coeso o texto em que as partes regeram-se mutuamente, só fazendo 
sentido quando consideradas em relação umas com as outras. 
DURIGAN, R. H. A. et al. A dissertação no vestibular. In: A magia da mudança – vestibular Unicamp: língua e 
literatura. Campinas, Unicamp, 1987. p. 13-4. 
 
RELENDO O TEXTO. 
Se você reler atentamente o texto analisado, irá perceber como a passagem deum 
parágrafo a outro é muito bem feita. Observe: 
 o primeiro parágrafo, após falar em dificuldades da expressão escrita, termina colocando 
que já diferenças marcantes entre falar e escrever: esse justamente o núcleo temático do 
segundo parágrafo; 
 o segundo parágrafo, depois de analisar a fala tem de extratextual; o terceiro parágrafo se 
preocupa justamente em afirmar que escrever é uma modalidade própria, diferente da fala; 
 o terceiro parágrafo se encerra falando em “recursos específicos da modalidade escrita”: 
ora, é essa modalidade que surge no início do quarto parágrafo, que nos concede novas 
informações; 
 no último período do quarto parágrafo aparece o conceito de discurso e as condições para 
sua elaboração bem-sucedida: não é outro o assunto central do último parágrafo, em que 
surge claramente o conceito de texto coeso, de discurso eficientemente construído. 
Percebemos, assim, que o texto lido tem um movimento constante: cada parágrafo se 
encerra preparando o seguinte; este, por sua vez, retoma e amplia o que lhe foi deixado pelo 
parágrafo anterior. Podemos dizer que o texto avança à medida que retoma o que ficou e 
acrescenta informações novas. 
Esse procedimento, que equilibra o que já foi dito com o que se vai dizer, é fundamental 
para se obter a coesão, a inter-relação entre as partes formadoras de um texto coeso. Ponha-o 
em prática em suas criações. 
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São Paulo: Scipione, 1998 
 
 
EXERCÍCIO 
 
1. Por que podemos afirmar que o texto acima se utiliza predominantemente da função 
metalinguística da linguagem? 
2. O primeiro parágrafo nos fala da capacidade de expressão dos alunos. Qual o contraste 
apontado? 
3. Quais as diferenças entre o falar e o escrever levantadas no segundo parágrafo? 
4. Um texto escrito mal formulado não representa necessariamente falta de domínio da 
linguagem cotidiana. Justifique essa afirmação com base no terceiro parágrafo. 
5. Releia o quarto parágrafo e responda: 
a) O que é um discurso? 
b) Quando você fala ou escreve produz discurso? Comente. 
c) O simples conhecimento das normas próprias da escrita não garante o sucesso de um 
texto escrito. Por quê?

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