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trabalho luiza e evelyn

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3. Análise microeconômica: Externalidade
Define-se externalidade como o fato da ação de um agente impactar o bem-estar de outro ou outros agentes que não fazem parte da transação (Varian, 2012, página 679 e 680). Todas as externalidades podem ser qualificadas como positivas ou negativas. Quando o custo marginal social é maior que o custo marginal do indivíduo , trata-se de uma externalidade negativa. Já quando o benefício social é maior queo individual, então tem-se uma externalidade positiva. Em outras palavras, ações que impactam de forma a prejudicar os demais agentes é negativa, no entanto, se os demais agentes se beneficiam dessa ação, ou consequências dessa ação, então a externalidade é positiva.
Em presença de externalidades não existe um mercado para tudo aquilo que as pessoas se importam, isto é, quando a ação dos demais agentes não causam nenhum impacto sobre a vida do indivíduo, para este realizar suas trocas no mercado basta que ele saiba o preço e assim pode tomar uma decisão de consumo ou produção. Por essa razão, a existência de externalidades, o mercado ou a sociedade, sozinhos não conseguem alcançar um resultado eficiente de Pareto.2 nota de rodapé
A relação existente entre externalidade e o mosquito aedes aegypti está diretamente vinculada ao controle de sua reprodução. 
Pode-se pensar da seguinte forma, existem dois indivíduos em uma sociedade na qual cada um deles possui uma casa, uma ao lado da outra. Se o indivíduo A não faz o controle dos focos de mosquito porque prefere ficar assistindo TV ele não está apenas aumentando as suas chances de ser picado, e assim adquirir uma doença como também está aumentando as chances do seu vizinho, o indivíduo B, de ter uma das doenças. Agora, supondo que o indivíduo B tenha direito de manter sua saúde e o agente A tem o direito de assistir TV eles podem fazer trocas até que ambos estejam satisfeitos. Ou melhor, se os mosquitos que se proliferam na casa do indivíduo A só tivessem direito de picar este agente, não haveria problema, o agente B continuaria com o direito de não ter as doenças e o agente B não iria interferir. Isto é o que pode ser chamado de direito de propriedade. Quando estes são bem definidos os agentes podem fazer o que quiserem com aquilo que os pertence sem que isto afete os demais indivíduos. No entanto, é impossível pensar em um direito de propriedade tal como o do exemplo, e é por causa desta deficiência na propriedade que a externalidade do mosquito existe.
O exemplo anterior caracteriza uma externalidade negativa, ou seja, se o agente A não faz o controle dos focos de mosquito, então, consequentemente o agente B está sendo prejudicado. Mas também podemos analisar o caso contrário. Se o agente B faz o controle dos focos do aedes aegypti, então o agente A está se beneficiando de uma ação externa.
2 Eficiente de Pareto: “Uma situação econômica é eficiente no sentido de pareto se não existir nenhum modo de melhorar a situação de algum grupo de pessoas sem piorar a situação de algum outro grupo. ” (Varian, 2012, página 19) nota de rodapé
3.1. Análise da ação individual como externalidade
Para melhor compreensão de como se dá a ação individual, observa-se o seguinte jogo.
tabela
Para este jogo tem-se como hipótese que fazer o controle dos focos de mosquito gera um custo (X) e um bebnefício (Y). Além disso existe a probabilidade (delta) de ter uma das doenças transmitidas pelo mosquito (se der coloca a letra grega por favor). Nesta situação hipotética considera-se uma sociedade com apenas dois indivíduos A e B.
Fazer o controle dos focos do mosquito significa que os agentes terão um benefício reduzido pelo custo de fazer o controle a probabilidade de ter a doença. A primeira análise que deve ser feita é que se ambos os agentes fizerem o controle dos focos de mosquito, então a probalidade de ter uma das doenças quase não existe. (Y - X <=> delta tende à 0).
Quando ambos os agentes não fazem o controle de focos, nenhum deles tem custo, mas também nenhum deles tem benefíco. No entanto, os dois terão a probalidade de ter a doença.
Na situação em que apenas um dos agentes realiza o controle dos focos de mosquito, aquele que o faz tem o seu benefício descontado pelo custo de realizar o controle e ainda a probabilidade (mesmo que menor) de ter a doença. Já o indivíduo que não realiza o controle adquire o benefício descontado por uma probabilidade menor de ter a doença do que se o outro agente não tivesse feito o controle. Uma clara definição de externalidade positiva, em que o benefício social gerado é maior que o benefício individual. 
Nesta situação, não se pode observar um eficiente, porque ambos os agente podem melhorar de situação, desde que os dois façam o controle dos focos de mosquito. 
Outra análise que deve ser considerada é que quanto maior for a probalidade dos agentes adquirirem uma das doenças, menor é a chance deles realizarem o controle, ou seja, se eles acharem que independente de realizarem o controle dos focos ainda assim terão uma das doenças, os agentes não irão fazê-lo. Ao mesmo tempo, quanto maior o controle, menor a chance deles serem infectados pelos mosquitos. Isso significa que existe uma relação entre delta e X. Ou seja, sendo delta muito alto, o custo (X) de realizar o controle deve ser muito baixo.
E mais, independente da probalidade de ter a doença ser alta ou não, o agente tem que acreditar que os demais agentes da sociedade também estão fazendo o controle, pois caso contrário, mesmo que delta seja baixo, o agente acreditará no contrário e não fará mais o controle. 
4. Ações possíveis para a redução da ineficiência
Dada as análises anteriores, fica claro que incentivos devem ser dados aos agentes para que se possa atingir o eficiente, ou seja, quando todos os agentes da sociedade realizam o controle. 
As campanhas governamentais são fundamentais, mas não são as únicas. Empresas como a Ambev já se posicionaram na luta contra a reprodução do aedes aegypti. Mostrar à sociedade que o custo de cuidar dos focos em suas residências é baixo e que todos estão mobilizados em prol disso são as melhores formas de conseguir a participação de todos.
O governo colocou o exército nas ruas para que eles possam entrar nas casas e também ajudar nesse controle. Uma forma de mostrar aos demais indivíduos que todos estão fazendo a sua parte e distribuir selos para as residências que comprovem que tal cooperou no combate ao mosquito. Este selo, anexado nos portões das casas seria uma maneira de mostrar a vizinhança que todos estão fazendo a sua parte. 
A campanha "10 minutos salvam vidas" realizada pelo gorverno do Rio de Janeiro em conjunto com o Ministério da Saúde é um exemplo de campanha que tenta mostrar que o custo (X) de fazer o controle dos focos de mosquitos é baixo, 10 minutos por semana, e o benefício (Y) gerado por essa ação é alto, ou seja, salvar vidas.
imagem da campanha 10 minutos salvam vidas (http://blog.felipepeixoto.com.br/10-minutos-salvam-vidas/2015/12/)
6. Conclusão

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