Prévia do material em texto
Bens no Código Civil
Profa. Danielle Freitas De Lima Oliveira
BEM, de forma genérica, como um objeto que pertencem a uma pessoa natural ou jurídica e que este bem pode ser objeto de relações jurídicas, nesse sentido poderíamos ter objetos materiais ou intangíveis, inclusive essa distinção é apresentada na doutrina:
Corpóreos X Incorpóreos
Bens materiais (Corpóreos): Aqueles com existência física. Ex: casa
Bens intangíveis (Incorpóreos): Aqueles sem existência física. Ex: patente
Dos Bens Considerados em Si Mesmos
O Código Civil nos apresenta um capítulo sobre os bens considerado em si mesmos, esses não dependem da relação com outros, pois há uma individualidade do próprio bem, nesse sentido existem as seguintes classificações no CC:
Bens Imóveis X Móveis
Bens Fungíveis X Infungíveis
Bens Consumíveis X Inconsumíveis
Bens Divisíveis X Indivisíveis
Bens Singulares X Coletivos
Bens Imóveis
Bens imóveis aqueles que não podem ser transportados sem ser destruídos ou danificados, também conhecidos como bens de raiz, assim o CC nos diz que:
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Também temos bens imóveis por mera definição legal.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.
Bens Imóveis
CLASSIFICAÇÃO de bem imóvel da seguinte forma:
Por natureza (essência): Ex: Solo
Por acessão: Por acréscimo
Natural: Acréscimo sem a intervenção humana Ex: ilha
Artificial (industrial): Ex: prédio
Por Determinação Legal Ex: direito à sucessão aberta
Bens Móveis
Bens móveis são aqueles que podem ser transportados sem que haja alteração substancial.
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Assim como os imóveis, existem bens móveis por mera definição legal.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Bens Móveis
Classificação de bem móvel da seguinte forma:
Por natureza (essência) Ex: Cavalo
Por antecipação: remoção por força alheia, há finalidade econômica
Ex: fruto de uma árvore
Por Determinação Legal
Ex: direito à sucessão aberta
Bens de construção
É necessário cuidado especial em relação aos bens de construção, pois a depender da destinação eles poderão ser bens móveis ou imóveis. De forma esquematizada temos que:
Bem móvel (Art. 84): Materiais novos ou usados destinado em obra diversa, enquanto não forem empregados.
Bem imóvel (Art. 81, II): Materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Bens Fungíveis e Infungivéis
A fungibilidade é a característica que diz se o bem pode ou não ser substituído por outro, assim temos no CC que:
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Podemos classificar quanto a fungibilidade do bem da seguinte forma:
Infungíveis: Não podem ser substituídos, pois são distintos dos demais. Ex: Carro, imóveis
Fungíveis: Podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex: Dinheiro, alimento
Bens Consumíveis X Inconsumíveis
Temos que os bens consumíveis são aqueles que exaurem no primeiro uso.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Logo, temos que a classificação quanto à consuntibilidade:
Consumíveis: uso importa na destruição, ou no caso de venda Ex: Dinheiro, alimentos
Inconsumíveis: É possível reiterados usos. Ex: Carro, roupas;
Bens Divisíveis X Indivisíveis
A divisibilidade diz respeito à possibilidade de fracionamento do bem sem alteração na sua substância, diminuição do valor ou prejuízo do uso.
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Bens Divisíveis X Indivisíveis
Assim, quanto à divisibilidade podemos classificar os bens em:
Divisíveis: podem ser fracionados sem prejuízos Ex: Jogo de caneta, pois cada caneta continuaria com seu valor inalterado.
Indivisíveis: Não podem ser fracionados
Por natureza: Ex: Diamante
Por determinação legal: Apesar da possibilidade de fracionar, a lei não permite. Ex: Herança antes da partilha.
Por vontade das partes: Apesar da possibilidade de fracionar, o contrato não permite. Ex: Entrega de mercadoria acordada em sua totalidade.
Bens Singulares X Coletivos
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Já os bens coletivos, podendo ser universalidade de fato ou de direito.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
Bens quanto à individualidade
Singulares: embora possam ser reunidos, são considerados de forma individual. Ex: Livro
Coletivos: pluralidade de bens que formam um todo.
Universalidade de Fato: pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária, ou seja, são ligados pela vontade humana. Ex: biblioteca
Universalidade de Direito: complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico, ou seja, são ligados pela norma. Ex: herança.
Dos Bens Reciprocamente Considerados
Bens Reciprocamente Considerados são considerados uns em relação aos outros.
Assim, temos o bem principal que existe por si e o bem acessório que depende da existência do principal. Ex: O fruto (acessório) em relação à árvore (principal).
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Ainda existem subclassificações dos bens acessórios, nesse sentido o Professor Paulo Sousa nos apresenta:
Benfeitorias
Falando especificamente sobre as benfeitorias, elas podem ser de três tipos:
Necessárias: têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore
Úteis: aumentam ou facilitam o uso do bem
Voluptuárias: mero embelezamento ou recreio
Obs. Não se considera como benfeitoria eventos naturais, pois não se originam pela intervenção do proprietário, possuidor ou detentor (Art. 97).
Dos Bens Públicos
Os bens públicos, conforme o artigo 98, são os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, sendo todos os demais bens particulares. Apesar da literalidade, devemos entender que existem exceções, como por exemplo, os bens pertencentes à pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos, esse são considerados também como bens públicos.
Os bens públicos possuem algumas características ímpares se comparado aos bens privados, tais como:
Inalienabilidade (Art. 100): Não podem ser vendidos, exceto os bens dominicais (Art. 101).
Impenhorabilidade: O bem público é impenhorável, afinal os créditos públicos são satisfeitos por precatório (CF, Art. 100, §6º)
Imprescritibilidade (Art. 102): Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Classificação dos bens públicos quanto à destinação, assim:
Uso comum (Art. 99, I): Uso comum de todos, sem beneficiar um grupo em específico. Ex: mar, ruas e praças e etc.*
Uso especial (Art. 99, II): Bens destinados à necessidade pública. Ex: Edifícios ou terrenos destinados a serviço da administração pública;
Dominicais (Art. 99, III):O patrimônio não afetado, ou seja, patrimônio disponível. Ex: prédio desativado
*A mera cobrança de entrada em um parque público, por exemplo, não descaracteriza o bem como de uso comum, conforme o artigo 103.
Bens Digitais
Os bens digitais são considerados bens imateriais e são protegidos pelas leis de propriedade intelectual. Podem ser objeto de contratos de licença, de cessão de direitos autorais ou de transferência de titularidade, como qualquer outro bem protegido pela lei.
A princípio, os bens digitais poderiam ser protegidos por direitos autorais, patentes, marcas registradas ou outras formas de proteção legal. Os detentores desses direitos têm o direito exclusivo de reproduzir, distribuir ou exibir esses bens, e podem exigir que outras pessoas obtenham sua autorização antes de usá-los. Ocorre, que com a crescente digitalização de informações e a popularização da internet, os bens digitais têm se tornado cada vez mais importantes na economia e na sociedade em geral, exigindo uma regulamentação e proteção adequadas.
A doutrina sobre herança revela-se também um conjunto de ideias e princípios que se referem à transmissão de bens digitais após a morte de uma pessoa, desde contas de mídia social e e-mails até arquivos de música e fotos digitais.
Herança digital é o legado digital que se deixa para trás após a morte. Isso inclui dados pessoais, contas on-line, arquivos, fotos e outras informações que se compartilha digitalmente durante a vida. A herança digital é um conceito relativamente recente que se refere ao destino das informações digitais de uma pessoa após sua morte.
image1.jpeg
image2.jpeg
image3.jpeg
image4.jpeg
image5.png
image14.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image6.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image7.png
image8.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image9.png
image10.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image11.png
image12.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image13.png
image15.png
image24.svg
.MsftOfcThm_Accent1_Fill_v2 {
fill:#4472C4;
}
.MsftOfcThm_Accent1_Stroke_v2 {
stroke:#4472C4;
}
image25.png
image26.svg
.MsftOfcThm_Accent1_Fill_v2 {
fill:#4472C4;
}
.MsftOfcThm_Accent1_Stroke_v2 {
stroke:#4472C4;
}
image16.svg
.MsftOfcThm_Accent1_Fill_v2 {
fill:#4472C4;
}
.MsftOfcThm_Accent1_Stroke_v2 {
stroke:#4472C4;
}
image17.png
image18.svg
.MsftOfcThm_Accent1_Fill_v2 {
fill:#4472C4;
}
.MsftOfcThm_Accent1_Stroke_v2 {
stroke:#4472C4;
}
image19.png
image20.svg
.MsftOfcThm_Accent1_Fill_v2 {
fill:#4472C4;
}
.MsftOfcThm_Accent1_Stroke_v2 {
stroke:#4472C4;
}
image21.png
image22.svg
.MsftOfcThm_Accent1_Fill_v2 {
fill:#4472C4;
}
.MsftOfcThm_Accent1_Stroke_v2 {
stroke:#4472C4;
}
image23.png
image27.jpeg
image28.jpeg
image29.png
image30.jpeg
image31.png
image40.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image32.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image33.png
image34.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image35.png
image36.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image37.png
image38.svg
.MsftOfcResponsive_Fill_ffffff {
fill:#FFFFFF;
}
image39.png