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MEDIDAS ELÉTRICAS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1 Texto de Apoio: O Amperímetro Um amperímetro é um galvanômetro com a escala ampliada. Por exemplo se dispomos de um Galvanômetro com 100µA de fim de escala e desejamos construir um outro instrumento que meça até 10mA, deveremos colocar em paralelo com o Galvanômetro uma resistência chamada de shunt (Rs) que desvie o excesso (no caso 9,9mA), conforme figura abaixo: � Figura1: Ampliando a escala do galvanômetro - circuito equivalente � Exercício1: Projetar um amperímetro com fim de escala 5mA a partir de um galvanômetro que tem RiG = 500Ω e sensibilidade de 5kΩ/V. Qual o valor da sua resistência interna ? Solução: Primeiro devemos calcular o fim de escala do galvanômetro. Como S = 1/IGM; IGM = 1/ S = 1/5.103 = 0,2mA = 200µA. Como a bobina do galvanômetro, com resistência interna Rig = 500Ω, paralelo com o shunt (Rs), a tensão nos dois é a mesma, portanto podemos escrever: Rs . 4,8 = 500 . 0,2 ⇒ Rs = 20,83 Ω. Então, quando entrar 5mA na associação em paralelo (esta é a corrente que está sendo medida), o ponteiro do galvanômetro irá até o fim da escala, pois pela bobina está passando 0,2mA (500Ω), que é a corrente que faz o ponteiro ir até o fim da escala. A diferença ( 4,8mA ) passa pelo "Shunt" Rs. E se estivesse entrando 2,5mA ? Neste caso pelo galvanômetro passaria 0,1mA, o que levaria o ponteiro até a metade da escala. A resistência interna do instrumento assim construído (amperímetro ) vale : RiA=RiG//Rs, no nosso exemplo 20,83Ω)// 500Ω)= 20Ω). Qual a conseqüência do nosso instrumento ter uma resistência interna de 20Ω ? Consideremos um exemplo de medida usando o instrumento acima. Na figura a seguir temos um circuito onde a corrente vale 5mA. O que acontecerá se inserirmos o nosso amperímetro para medir essa corrente ? Estaremos adicionando uma resistência de 20Ω que não existia antes. O valor que será realmente medido será outro, portanto existirá um erro, o qual será maior ou menor dependendo da qualidade do amperímetro. � Logo: I(calculado ) = 1V / 200Ω = 5mA, onde: I(medida) = 1V/220Ω = 4,54mA Conclusão: Um amperímetro ideal não deverá ter resistência interna. Qual o erro abs. e o rel.(%) em relação a I calcul.? prof. Carlos Frederico Diniz - Medidas Elétricas – Exercícios Resolvidos 1 POLI/UPE Medidas Elétricas – POLI/UPE 1 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 2 SENSIBILIDADE DE UM VOLTÍMETRO: Utilizando um instrumento de bobina móvel (galvanômetro). Sensibilidade “E” ⇒ Divide a resistência do voltímetro num alcance determinado, pelo valor “U” do mesmo. U RE V= EXERCÍCIO 1: Vf = 6V ⇒ RT=11+1=12KΩ Logo, a sensibilidade do instrumento será: VU RE M Ω⇒+⇒= k0,2 0,6 111 ⇒ Sensibilidade, expressa a grandeza da resistência correspondente a cada volt do alcance (calibre) da medida. Logo, a resistência interna do voltímetro: ( ) Ω⇒ kEX U Calibre Medidas Elétricas – POLI/UPE 2 Para um alcance (calibre) = VEeV Ω= k0,23 ⇒ Qual será MR ? Ω=== k60230 xExURM ⇒ Conhecendo “E” de um voltímetro, é possível ampliar o calibre da medida do voltímetro. Como fazer, para ampliar ? Ω===⇒= kxExURVU M 10025050 Ω=++= kRRRR aiaM 100 21 Ω=−−= kRa 88111100 2 Medidas Elétricas – POLI/UPE prof. Carlos Frederico Diniz - Medidas Elétricas – Exercícios Resolvidos 2 3 EXERCÍCIO 2: Um galvanômetro de ⇒Ω V k20 tem uma deflexão total de Aµ50 (ig), já que faz circular Aµ50 através dele um resistor de Ωk20 . Ω=Ω+Ω=+= Ω=Ω== kkkRRR k V kxVExUR iaM M 20119 20201 Suponha, agora que o mecanismo tenha calibre como voltímetro de: Ω===⇒= kxExURVU M 4020222 . Qual o valor do resistor adicional 2aR ? Solução: Ω= Ω+=Ω += = Ω= Ω= kR kRk RRR R kR kR a a gaM a g M 39 140 ? 1 40 2 2 2 2 1 MEDIDAS ELÉTRICAS EXERCÍCIOS RESOLVIDO 3 2 prof. Carlos Frederico Diniz - Exercícios Resolvidos 3 - Medidas Elétricas – POLI/UPE MEDIDAS ELÉTRICAS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 4 Texto de Apoio: Voltímetro Seja um Galvanômetro de resistência interna RiG e fim de escala IGM, conforme figura abaixo. A máxima tensão que pode ser aplicada á sua bobina é: UGM = RiG . IGM. Figura 1: Voltímetro - Galvanômetro com máxima tensão (a) - Voltímetro sob máxima tensão, circuito completo (b) – Voltímetro sob máxima tensão, circuito equivalente (c). Para construir um voltímetro que meça até UT, sendo UT > UGM, deveremos colocar em série com Galvanômetro um resistor RM (multiplicador ou adicional) , como na figura 1 (b), de forma que : UT = (RM + RiG) . IGM. Assim, obtemos: Onde: UT é o novo fim de escala; RiG é a resistência interna do Galvanômetro; IGM é o fim de escala Galvanômetro. A resistência interna do voltímetro será : RiV = RM + RiG. Exercício 1: Projetar um Voltímetro que meça até 5V a partir de um Galvanômetro que tem RiG = 200Ω e IGM = 1mA Exercício 2: Usando o Voltímetro construído do Ex. 1, medir as tensões U1 e U2 no circuito. Valor calculado (teórico): Valor medido: Para medir, inserimos o voltímetro em paralelo com os dois pontos entre os quais queremos medir a tensão, alterando o circuito portanto, pois estamos colocando a resistência interna do voltímetro em paralelo. Para que o valor medido fosse igual ao valor teórico, o voltímetro deveria ser ideal e ter resistência interna infinita . Exercício 3: Um multímetro tem as escalas 6V/12V/60V. Sabendo-se que a sensibilidade do instrumento usado é de 20KΩ/V (galvanômetro), qual a resistência interna do Voltímetro para cada escala ? Logo, RiV = S.UMáx Fim de escala 6V: RiV =20kΩ/V . 6V = 120kΩ Fim de escala 12V: RiV = 20 kΩ/V. 12V = 240 kΩ Fim de escala 60V: RiV = 20 kΩ/V. 60V = 1200 kΩ = 1,2MΩ. Prof. Carlos Frederico Diniz - Medidas Elétricas – Exercícios Resolvidos 4 - POLI/UPE MEDIDAS ELÉTRICAS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 5 1. Um galvanômetro de resistência 0,4 Ω e fundo de escala 1 mA deve ser usado para medir intensidade de corrente elétrica de até 3 mA. Calcule a resistência elétrica do shunt necessário. Solução: O shunt é ligado em paralelo com o galvanômetro. Sendo a intensidade da corrente elétrica máxima i = 1mA neste último e querendo usá-lo para media até I = 3 mA, pelo shunt deve passar: mAimAmAiiIi SSS 213 =⇒−=⇒−= Estando o galvanômetro e o shunt em paralelo: Ω=⇒⋅=⋅⇒== 2,0214,0 SSSSg RRiRiRU Resposta: 0,2 Ω. 2. Deseja-se transformar um galvanômetro de resistência elétrica 10Ω e fundo de escala 10 mA em um voltímetro para medir até 100 V. Calcule o valor da resistência multiplicadora em série que se deve usar. Solução A ddp do galvanômetro será Ug= Rgi. Sendo Rg = 10 Ω e i = 10 mA = 10 . 10-3 A, vem: VUVUU ggg 1,010101010 13 =⇒=⇒⋅⋅= −− Na Resistência RM em série, a ddp UM será: VUUUU MgM 9,99=⇒−= e pela Lei de Ohm, temos: Ω=⇒⋅=⇒ ⋅ =⇒= − 990.9109,99 1010 9,99 2 3 MMM M M RRR i U R Resposta: 9.990 Ω 3. Dado o circuito da figura, calcule o valor da resistência variável RX, para o qual o galvanômetro G indica zero. 4. No circuito da figura abaixo, o potencial do ponto B é igual ao potencial do ponto D. a intensidade de corrente elétrica que entra no circuito pelo ponto A é I = 3 A. Calcule a potência dissipada no resistor r. 5. Dada a associação na figura, calculea resistência elétrica entre os pontos A e B. prof. Carlos Frederico Diniz – Medidas Elétricas – Exercícios Resolvidos 5 – POLI/UPE B Medidas Elétricas Exercícios Resolvidos 6 1) Um voltímetro, 1000 Ω/V, indica 100 V na escala de (0-150) V quando ligado em paralelo com um resistor de valor desconhecido, o qual se encontra ligado em série com um miliamperímetro. Se o miliamperímetro indica 5 mA, calcule (a) a resistência aparente do resistor desconhecido; (b) a resistência real do resistor desconhecido; (c) o erro devido ao efeito de carga do voltímetro. SOLUÇÃO (a) A resistência total do circuito é dada por Ω=== k mA V I V R total total total 20 5 100 Desprezando a resistência do miliamperímetro, o valor da resistência desconhecida é Ω= kRx 20 . (b) A resistência do voltímetro é ( ) Ω=⋅Ω= kVVRV 1501501000 Como o voltímetro está em paralelo com a resistência desconhecida, podemos escrever Ω= − ⋅ = − ⋅ = k RR RR R TV VT x 05,23 20150 15020 (c) O %23,13%100 05,23 2005,23%100 = − = − = xx real aparenterealpercentualerro 2) Repita o exercício do exemplo anterior com o miliamperímetro e o voltímetro indicando 800 mA e 40 V, respectivamente. SOLUÇÃO (a) Ω=== 50 8,0 40 A V I V R T T T (b) Ω=Ω= kVxVRV 1501501000 Ω== − ⋅ = 10,50 95,149 15050 x RR RR R TV VT x (c) %2,0%100 10,50 5010,50 = − = xpercentualerro 3)Qual a tensão indicada por um medidor 20000 Ω/V, escala (0-1) V, no circuito da figura 1? Figura 1 4)Deseja-se converter um miliamperímetro com fundo de escala (FD) e 1-mA e resistência da bobina de 100 ohms em um amperímetro capaz de operar na faixa de 0-100mA. Calcular a resistência em derivação ou shunt requerida. SOLUÇÃO Ω= Ω⋅ = ⋅ = =−=−= 01,1 99 1001 991100 max max mA mA I RI R mAIII S bb x bS 5) Projete um derivador do tipo Ayrton de forma a converter um instrumento de bobina móvel em um amperímetro com fundos de escala de 1 A, 5 A e 10 A. O mecanismo de d’Arsonval possui uma resistência interna “Rb” de 50 ohms e a deflexão máxima ocorre com 1 mA. A configuração do circuito é a mesma da figura 2. figura 2 SOLUÇÃO 1.000 kΩ 100 kΩ = 50 Ω Escala de 0-1 A: O conjunto de resistores ( )cba RRR ++ está em paralelo com a bobina de 50 ohms do mecanismo de d’Arsonval. Uma vez que 1 mA produz a deflexão total do mecanismo móvel, corrente no shunt é dada por mAmAAIII bs 99911max =−=−= . Usando-se a equação abaixo, obtém-se: Ω= ⋅ =++ 05005,0 999 501 cba RRR Escala de 0-5 A: ( )( )mARR ba 999.4+ esta em paralelo com ( )( )mARR bobc −+ 1 . Usando-se a equação abaixo, obtém-se: ( ) 999.4 501 Ω+⋅ =+ c ba R RR Escala de 0-10 A: Neste caso aR (corrente de 9.999 mA) é o shuntI e ( )cb RR + esta em série com bobR e a intensidade de corrente é 1-mA. Usando-se a equação abaixo, pode-se obter: ( ) 999.9 501 Ω++⋅ = cb a RR R 6)Um mecanismo de d’Arsonval, onde, mAIeR bb 1100 max =Ω= , deve ser convertido em um voltímetro com as escalas de 0-10 V, 0-50 V, 0-250 V e 0-500 V. Deve ser usado o arranjo da figura 3. figura 3 SOLUÇÃO Para a escala de 0-10 V (chave seletora na posição 4V , a resistência total do circuito é Ω=Ω−Ω=−= Ω== 900.91010 10 1 10 4 KRRR k mA VR bT T Para a escala 0-50 V (chave em 3V ): ( ) Ω=Ω−Ω=+−= Ω== 401050 50 1 50 43 kKRRRR k mA VR bT T Para a escala 0-250 V (chave em 2V ): ( ) Ω=Ω−Ω=++−= Ω== 20050250 250 1 250 432 kKRRRRR k mA VR bT T prof. Carlos Frederico Diniz – Medidas Elétricas – Exercícios Resolvidos 6 – POLI/UPE Medidas Elétricas Lista de Exercícios Resolvidos 7 - 2007.2 Assunto: Curva de carga/Fator de carga/Medição de energia elétrica 1)A figura 1, apresenta as curvas de carga diárias com o comportamento de 02 instalações elétricas industriais, respectivamente, A e B. 1.1)Com base nas curvas de carga, marque verdadeiro (V) ou Falso (F) para cada item abaixo: ( )O fator de carga de “A” é menor que o de “B”. ( )O fator de carga de “A” é maior que o de “B”. ( )”A” e “B” consomem a mesma energia no período. ( )”A” conserva mais energia elétrica que “B”. ( )”B” conserva mais energia elétrica que “A”. Justifique cada resposta. 1.2)Ainda com base nas curvas de carga da figura 4, e supondo que P = 100 kW, e T =24 h, responda: a)Qual a energia ativa consumida por “A” e sua demanda máxima no mês (em kWh e kW)? b)Quanto “A” deverá pagar à concessionária local no mês, de acordo com dados da letra a? (em R$) c)Qual a energia ativa consumida por “B” e sua demanda máxima no mês (em kWh e kW)? d)Quanto “B” deverá pagar à concessionária local no mês, de acordo com dados da letra c? (em R$) e)Qual a relação entre as contas de energia em R$ no mês de “A” em relação a “B”? OBS: 01 mês = 30 dias = 720 h. -Preço de 1 kWh = R$ 0,25 Tarifa Convencional de Alta Tensão -Preço da demanda 1 kW = R$ 50,15 FIGURAS 1. Solução: 1) 1.1) F V V F F EaA = P.T kWh EaB = ((3.P/2).(T/2) + (P/2).(T/2) = PT kWh FcA = EaA/(DmA.T) = P.T/(T.P) = 1,0 FcB = EaB/(DmB.T) = ((3.P/2).T/2 + (P/2).T/2)/((3.P/2).T) =0,667 1.2) a) EaA = 100.24.30 = 72.000 kWh/mês DmaxA = 100 kW R$/kWh 0,25 R$/kW 50,15 b) R$ A tot. = 23.015,00 c) EaB = (((3.100/2).(24/2) + (100/2).(24/2)).30 = 72.000 kWh/mês DmaxB = 150 kW R$/kWh 0,25 R$/kW 50,15 d) R$ B tot. = 25.522,50 e) "B" tem um custo mensal da fatura de energia elétrica maior que "A", apesar de consumir a mesma energia em kWh. prof. Carlos Frederico Diniz – Lista Ex. Resolvido 7 - Combate ao Desperdício de Energia – POLI/UPE – 2007.2