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Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo Adrenérgico

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Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo Adrenérgico
O sistema nervoso autônomo se divide em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. A liberação da NE e da E ocorre no sistema nervoso autônomo simpático, onde ocorre sinapse da fibra pós-ganglionar com o órgão efetor, então por este motivo a NE é considerada o neurotransmissor do sistema nervoso simpático porque é ela que exerce as ações junto ao órgão efetor. Esta é a principal diferença que temos do SNS e do SNP, no SNP quem age nos órgãos efetores é a Ach, no SNS quem age nos órgãos efetores é a NE. Somente NE, o neurônio simpático libera 99% de NE. Já a E tem papel muito mais importante no organismo como hormônio do que como neurotransmissor, então ela é sintetizada e liberada pela medula da glândula suprarrenal, sendo liberada na corrente sanguínea e atingindo diversos órgãos, com baixa penetração no SNC devido a carga positiva da sua estrutura. Embora a NE e a E tenham papel terapêutico/fisiológico/farmacológico muito similar e ajam nos mesmos receptores, a NE tem papel importante como neurotransmissor enquanto a E tem papel como hormônio. A medula da suprarrenal libera também NE só que apenas 20%, enquanto 80% é de E. Em pH fisiológico a E está carregada positivamente. Também há uma modulação colinérgica da liberação de NE/E, porque nos gânglios do SNS tem-se liberação de Ach que vai se ligar à receptores nicotínicos neuronais, liberando NE/E nos órgãos efetores e na medula da suprarrenal também tem-se receptores nicotínicos neuronais que ao serem ativados pela Ach vão estimular a síntese e liberação de NE/E. Então, A Ach tem um papel na modulação das funções adrenérgicas. 
O SNP é classificado como um sistema nervoso crânio-sacral porque a origem dos nervos deste sistema vinham das vertebras da região sacral e cervical. O SNS é classificado como toraco-lombar porque seus nervos saem através da coluna vertebral para a região torácica e lombar. Outra diferença importante é que os gânglios do sistema nervoso simpático em sua maioria são gânglios para-vertebrais, ou seja, estão ao lado da coluna vertebral e é isso que faz com que a fibra pré-ganglionar seja curta e a pós-ganglionar seja longa. A terceira diferença importante é que no SNP há uma seletividade na inervação de determinadas fibras nervosas para determinados órgãos, como por exemplo os nervos sacrais do SNP que inervam somente o trato geniturinário e intestino grosso na região do reto e do anus. No SNS não há seletividade, os nervos que se projetam nos gânglios próximos a região torácica eles exercem atividade nervosa com órgãos superiores como o globo ocular e órgãos inferiores como brônquio e coração. As fibras do SNS estão mais “misturadas”, não tem uma seletividade tão grande quanto o SNP. Outra característica é que diferente do SNP, no SNS há a inervação de vasos sanguíneos. Logo o tônus da musculatura lisa dos vasos sanguíneos está sob controle continuo da neurotransmissão Noradrenérgica, o que não acontece com a neurotransmissão colinérgica. Então, com estimulação do SNS há efeito sobre os vasos sanguíneos e com estimulação do SNP não há efeito nenhum. Há inervação simpática em glândulas sudoríparas, mas nas glândulas denominadas apócrinas que estão relacionadas com a produção de suor em situações de estresse (localizadas nas palmas das mãos, solas dos pés, axilas), então ela não está relacionada com o controle da temperatura corporal e sim da situação de estresse. E também inervação dos folículos pilosos levando à piloereção. 
Síntese de NE/E
Primeiro fator importante para a síntese é que tanto a NE quanto a E fazem parte do grupo químico das catecolamina, ou seja, possuem um grupamento catecol e um grupamento amina. Ambas são derivadas da etanolamina, sendo que a NE tem uma amina primaria e a E tem uma amina secundaria tendo uma metilação do átomo de N. Outras catecolaminas são a dopamina e a DOPA. Sendo que só a Dopamina, NE e E tem importantes funções cardiovasculares. 
Como a maioria dos neurotransmissores, a síntese da NE/E começa por um aminoácido, neste caso é a tirosina que é um AA essencial proveniente da dieta. Esse AA sofre a primeira reação que é a reação de hidroxilação da posição 3 do anel aromático gerando a DOPA e o grupamento catecol (tinha-se o grupamento fenol e então foi gerado nesta reação o grupamento catecol pela hidroxilação) esta reação é catalisada pela tirosinahidroxilase (TH).
A segunda etapa começa com a descarboxilação da DOPA gerando a dopamina, catalisada pela dopadescarboxilase que retira um grupamento ácido carboxílico da DOPA. Agora a molécula não é mais uma aminoacido, agora ela é uma amina e tem o grupo catecol. 
A próxima etapa é a introdução de uma OH no carbono beta da dopamina, gerando a NE ou a E. Reação catalisada pela dopamina beta-hidroxilase. 
A última reação é a introdução de uma metila no N da NE para gerar a E, catalisada pela enzima feniletanolamina N-metil-transferase. 
A tirosina é captada pelos neurônios e transportada para o interior dessas células através de um transportador de aminoácidos (uma proteína). No citosol do neurônio a tirosina é hidroxilada gerando a DOPA. Esta é a etapa limitante para síntese da NE, ou seja, a quantidade de NE no neurônio é limitada pela quantidade de tirosina que esta sendo transportada para o interior da varicosidade e a atividade da tirosinahidroxilase. Uma vez que esta etapa esteja suplantada, as outras etapas são muito rápidas, praticamente instantâneas e não limitam a quantidade de neurotransmissor sintetizado. Ainda no citosol do neurônio a DOPA é convertida em dopamina pela dopadescarboxilase. E a dopamina será transportada para o interior de uma vesícula sináptica, ela não passa por difusão passiva porque ela tem um N básico carregado positivamente, por isso uma vez dentro da vesícula ela não sai e uma vez fora da vesícula ela não entra passivamente. Este transporte é feito por uma proteína carreadora denominada VMAT que é um transportador vesicular de monoamina. A Dopamina uma vez dentro da vesícula sináptica é hidroxilada gerando a NE, tendo a NE pronta pra ser liberada no próximo potencial de ação. E a conversão de NE à E acontece na medula da suprarrenal, por isso a diferenciação de NE como neurotransmissor e a E como hormônio pois o neurônio não possui a enzima feniletanolamina N-metil-transferase. 
A NE fenda ela pode ser ligada aos receptores, que se localizam na célula pós-sináptica ou seja no órgão efetor e no próprio neurônio do SNS onde tem-se autorreceptores para a NE. A função de um autorreceptor é o feedback negativo, então ele diminui a síntese e a liberação do neurotransmissor. A NE praticamente não sofre metabolismo na fenda sináptica, muito pouco da NE liberada é degradada no meio extracelular. O mecanismo de interrupção da neurotransmissao noradrenérgica é através de captação, ou seja, recaptação pelo neurônio pré-sináptico ou captação pela célula do órgão efetor. Então, ela será rapidamente retirada da fenda sináptica e só será degradada no interior do neurônio ou da célula do órgão efetor. Uma proteína faz esta captação que é o transportador de NE (NET). Existem três tipos diferentes de NET que tem afinidades diferentes, NET 1 é o transportador neuronal, o NET 2 é o transportador dos órgãos efetores e o NET 3 é o transportador mais importante no SNC. A maior afinidade de transporte de NE é do NET 1, então a maior parte de NE é recaptada pelo NET 1 através do co-transporte com o sódio, mas alguma quantidade de NE é também captada pelo transportador NET 2 para o interior das células do órgão. 
Uma vez a NE no interior do neurônio, ela pode ser novamente armazenada no interior da vesícula. O VMAT é capaz de transportar tanto dopamina quanto NE, ele é um transportador de monoaminas. Grande parte desta NE que é recaptada é armazenada na vesícula novamente enquanto a outra parte é degradada pela MAO, gerando metabolitos inativos que podem se difundir pra fora do neurônio e cair na corrente sanguínea. A principal localização da MAO éna membrana das mitocôndrias dos neurônios, tem também na membrana das mitocôndrias das células dos órgãos efetores, mas a principal localização é nas mitocôndrias do neurônio. A outra enzima para a degradação da NE é a COMT, que é encontrada em células não neuronais e na corrente sanguínea. 
Receptores de NE/E
Todos são metabotrópicos acoplados a proteína G, só muda o tipo de proteína G ao qual ele se acopla preferencialmente. A ligação da molécula de NE se intercala no interior do receptor entre os segmentos transmembranais, mais especificamente nos segmentos 3, 5 e 6.
De acordo com o tipo de receptor existem 2 grupos, alfa e beta. Mas, de acordo com o tipo de proteína G ao qual o receptor está ligado existem 3 grupos, alfa-1, alfa-2 e beta (diferença na cascata de sinalização).
Receptores alfa -1
Estão acoplados a proteína Gq. A Gq ativa a FLC no meio intracelular que catalisa a reação de degradação de fosfolipídios de membrana (inusitolpirofosfato), gerando IP3 e DAG. O IP3 abre canais de cálcio que estão presentes na membrana do reticulo sarcoplasmático ou em algumas células no reticulo endoplasmático e em outras células também é capaz de abrir canais de cálcio membranares. E o DAG ativa a proteina cinase C (PKC) que leva a fosforilação intracelular de canais de membrana, alterando o potencial da membrana. Aumento dos níveis de cálcio intracelular como principal consequência da cascata.
Eles são subdivididos em 3 tipos: alfa-1a, alfa 1-b e alfa 1-d. O mais abundante é o alfa-1a, ele é responsável pela vasoconstrição pela NE/E. O alfa-1b, é o principal receptor alfa-1 no coração, mas não é o principal receptor adrenérgico cardíaco, ele promove o crescimento e estruturação do crescimento do musculo cardíaco (envolvido na hipertrofia cardíaca, desenvolvimento de insuficiência cardíaca). O receptor alfa-1d tem uma distribuição mais restrita, é responsável pela vasoconstrição na aorta e nas artérias coronárias. 
O principal efeito adrenérgico mediados pelos receptores alfa-1 é a vasoconstrição.
Receptores alfa-2
Estão acoplados a proteína Gi. A proteína Gi inibe a adenilatociclase, tendo uma diminuição do AMPc e diminuição da atividade da PKA. 
Também são subdivididos em três: alfa-2a, alfa-2b e alfa-2c. O alfa-2a é o principal autorreceptor noradrenérgico do SNS, e induz pequena ação vasoconstritora em pequenos vasos. O alfa-2b tem papel apenas como vasoconstritor em pequenos vasos. E o alfa-2c é o receptor presente na medula da suprarrenal, sendo responsável pelo feedback negativo da liberação de E pela suprarrenal, o controle da liberação de E na suprarrenal é via ativação de receptores alfa-2c. 
A principal função dos receptores alfa-2 no SNS é o feedback negativo, tanto nos neurônios do SNS quanto na medula adrenal. Controle na liberação de NE/E, ou seja, como autorreceptor controlando o feedback negativo tanto nos neurônios quanto na suprarrenal. 
Receptores beta-adrenérgicos
Todos são acoplados à proteína Gs. A proteína Gs estimula a adenilatociclase, aumentando o AMPc o que estimula a atividade da PKA (aumento da fosforilação das ptns que sejam substratos da PKA, contrario dos receptores alfa-2).
Também são subdivididos em: beta-1, beta-2 e beta-3. O beta-1 é o principal receptor adrenérgico do coração, em todas as estruturas do coração. Os receptores b-2 estão localizados no musculo liso e causam relaxamento da musculatura lisa. Os receptores beta-3 tem distribuição mais restrita, encontrados no tecido adiposo e envolvidos no controle da lipólise. 
Degradação de NE/E
	Reações catalisadas pela MAO e pela COMT. As duas estão em grande concentração no fígado.
COMT
Transfere uma metila para o grupamento catecol para a NE, a mesma reação pode acontecer com a E gerando um metabolito diferente.
MAO
Parte do metabolito gerado pela COMT. Ela oxida o carbono alfa separando ele da amina, gerando um grupamento aldeído. Este aldeído é instável, logo ele deve ser oxidado pela aldeído desidrogenase gerando ácido carboxílico que é um grupamento químico estável, polar e que facilita a eliminação a traves da urina. Essa é a reação que leva ao metabólito ácido vanililmandélico.
Se a degradação começar pela MAO, será gerado o aldeído primeiro que pode ser oxidado tanto para ácido carboxílico como também pode ser reduzido à álcool. Tanto o ac. Carboxílico quanto o álcool podem ser metabolizados pela COMT gerando o mesmo metabólito final. 
Funções do SNS 
	Enquanto SNP é um sistema de reserva de energia, o SNS é de gasto de energia que prepara nosso organismo pra sobrevivência imediata e não futura como o SNP. Então não há preocupação em armazenar energia. Sistema de luta ou fuga.
	A frequência cardíaca aumenta, a força de contração do musculo cardíaco aumenta pra bombear mais sangue e oxigenar mais os tecidos, aumento da perfusão sanguínea no musculo esquelético, glicogenólise no musculo, lipólise no tecido adiposo, quebra de glicogênio no fígado pra gerar glicose para a corrente sanguínea, Inibição do peristaltismo, aumento da frequência respiratória, inibição de secreção de ácido e enzimas digestivas, alerta do SNC, aumento da visão distante, dilatação da pupila (midríase), sudorese, diminuição do tônus da musculatura lisa da bexiga, contração dos esfíncteres. 
Mecanismos
Olhos
Enquanto a inervação colinérgica incide sobre o nervo circular da íris, a inervação adrenérgica incide sobre a musculatura radial da íris. A contração desse musculo leva a dilatação da pupila, esta contração é mediada por receptores alfa-1 (ptn Gq).
O acomodamento da visão também é feito a partir do musculo ciliar, só que enquanto a Ach via receptores M3 leva a contração do musculo ciliar acomodação para a visão pra perto a NE leva ao relaxamento da musculatura ciliar e acomodação da visão pra longe via receptores beta-2.
A secreção lacrimal é aumentada via receptores alfa.
Sistema cardiovascular
Coração
Presença de receptores beta-1.
No nódulo sinoatrial os receptores beta-1 aumenta o efeito cronotrópico positivo que é o aumento da frequência cardiaca.A ativação dos receptores beta-1 nas células de marcapasso levara a ativação de proteína Gs que aumentara os níveis de AMPc, ativando a PKA. Nas células de marcapasso a PKA fosforila canais iônicos presentes na membrana dessas células principalmente canais de sódio. E um canal iônico quando é fosforilado ele tem sua condutância aumentada, ou seja, com a abertura do canal iônico mais sódio vai entrar levando à uma excitação da célula de marcapasso e assim diminuindo a duração do potencial de marcapasso pela despolarização das células de marcapasso e consequentemente diminuição do período refratário de ativação dessas células. E tudo isso aumenta a frequência do potencial de ação na célula e assim aumento da frequência cardíaca. As células de marcapasso são consideradas células auto-excitáveis pois elas podem gerar, sozinhas, o potencial de ação devido ao tipo de canal iônico presente na membrana delas, então elas não tem um potencial de repouso, elas tem um potencial de marcapasso. Ocorre uma despolarização lenta que está relacionada a corrente de sódio, entrada de sódio na célula, até atingir o limiar, após atingir o limiar ocorre o potencial de ação que é influenciado por outros canais iônicos. Uma célula normal entraria em potencial de repouso, após isso, esta célula entra em potencial de marcapasso. É nesse potencial de marcapasso que a inervação adrenérgica atua, atrave da fosforilação dos canais de sódio, aumenta a condutância do sódio, subindo o potencial de marcapasso, atingindo o limiar mais rápido e atingindo o potencial de ação e assim sucessivamente, pois a condutância do sódio está aumentada na célula, logo em um menor número de tempo tem mais potencial de ação (aumento dos batimentos cardíacos).
O mesmo acontece nas células do nódulo atrioventricular (aumento da condutância pro sódio). Há o aumento do efeito dromotropico positivo, que é o aumento da velocidade de condutância do impulso nervoso pelo coração. A diferença é que esteé o freio do potencial de ação, este nódulo é importante para que primeiro contraia o átrio e depois o ventrículo senão o potencial de ação se propagaria para todo o coração e tudo se contrairia mais ou menos junto. Primeiro tem que contrair o átrio e depois o ventrículo. E o efeito dromotropico positivo contribui para acelerar a frequência cardíaca, a distância temporal entre a contração atrial e a contração ventricular também diminui. 
Tanto no átrio quanto do ventrículo tem ativação do receptor beta-1. O mecanismo é o mesmo, só que aqui há a fosforilação dos canais de cálcio, mais especificamente os canais de cálcio do tipo L que estão presentes na membrana das células musculares cardíacas. Efeito inotrópico positivo devido ao aumento da força de contração promovida pelo aumento da concentração de cálcio intracelular. 
Vasos 
A ação da NE/E é na musculatura lisa do endotélio dos vasos. 
Nas arteríolas esplênicas e na pele tem vasoconstrição mediada pela ativação de receptores alfa-1.
Nas artérias e arteríolas da musculatura esquelética tem vasodilatação mediada por receptores beta-2.
Nas veias tem venoconstricao mediada por receptores alfa-1 e venodilatação mediada por receptores beta-2.
Mecanismos (musculo liso)
Receptores alfa-1
Chega a NE/E e ativa o receptor alfa-1 que estimula a proteína Gq que ativa a FLC, fosforilando os fosfolipídios de membrana liberando IP3 e DAG, o IP3 ativa canais de cálcio do reticulo endoplasmático levando ao aumento de cálcio no citosol e o DAG ativa a PKC fosforilando os canais de cálcio e aumentando também a concentração de cálcio. 
Esse cálcio complexa com a calmodulina, esse complexo ativa a ação de uma proteina cinase, a proteina cinase da cadeia leve da miosina que fosforila a cadeia leve da miosina. Uma vez fosforilada ela pode interagir com filamentos de actina levando a contração da musculatura. No musculo esquelético o complexo é cálcio + troponina. 
Receptores beta-2
A proteina Gs ativa a adenilatociclase que aumenta a concentração de AMPc, isso aumenta a atividade da PKA que fosforila a cinase da cadeia leve da miosina, uma vez fosforilada ela está inativa e não consegue fosforilar a miosina, logo não haverá contração muscular e sim o relaxamento da musculatura lisa. 
No coração a adrenalina aumenta a frequência cardíaca, aumenta a força de contração, aumenta o debito cardíaco. O debito cardíaco depende da frequência cardíaco e do volume de ejeção. Aumento da pressão arterial. Receptores beta-1.
Os receptores alfa-1, aumenta a resistência vascular periférica, aumenta a pressão arterial sistólica devido ao aumento na pós-carga. Aumenta a pressão diastólica devido o aumento na pré-carga cardíaca, aumento no retorno venoso. Não mexe na frequência cardíaco.
Os receptores beta-2 causam vasodilatação, diminui o retorno venoso, menos sangue chega ao coração. A pressão arterial sistólica diminui, pois a resistência vascular periférica diminui. Diminui a pre-carga cardíaca e o retorno venoso, logo o sangue chega com menos força ao coração e diminui a pressão diastólica.
Agonista seletivo alfa-1 (fenilefrina)
Vasoconstrição de artérias e veias, nenhum efeito cardíaco. A pressão arterial sistólica aumenta. A frequência cardíaca não se altera. Aumenta a pressão diastólica pois aumenta o retorno venoso/aumenta a pré-carga. Aumenta a pressão sistólica pois aumenta o pós-carga que é representada pela resistência vascular periférica. Não mexe na frequência cardíaca.
As veias são vasos de capacitância, ou seja, em média temos 7L de sangue circulante no organismo, mas nem sempre tudo está circulando. Podemos aumentar ou diminuir a quantidade de sangue circulando de acordo com a dilatação ou contração das veias, se as veias estiverem dilatadas caberá mais sangue no sistema venoso e chega menos sangue no coração, se a veia estiver contraída caberá menos sangue e chegara mais sangue no coração. A quantidade de sangue é sempre a mesma, se a veia estiver dilatada mais sangue fica parado nas veias e se estiver contraída menos sangue fica parado. 
Agonista beta-1 (coração) e beta-2 (musculo liso) - (isoprenalina)
Aumenta a pressão sistólica e a pressão diastólica continua mais ou menos constante, isso é o efeito beta causado pelo relaxamento da musculatura lisa. Aumenta a força de contração, logo ele bate com maior pressão na parede das artérias e tem o aumento da pressão sistólica (efeito beta-1 – inotrópico positivo). Logo depois a pressão diastólica e sistólica diminui, pois há a vasodilatação. A frequência cardíaca aumenta e a resistência periférica diminui, logo a pressão arterial estabiliza, pois tem tanto o efeito vascular quanto efeito cardíaco. 
Agonista alfa-1, beta-1 e beta-2 (adrenalina)
Aumenta a pressão sistólica devido ao efeito inotrópico positivo (receptor beta-1), aumenta a pressão diastólica devido a contração das veias (receptor alfa-1). Vasoconstrição de artérias (receptor alfa-1). Depois de um tempo a pressão arterial cai devido a vasodilatação (receptor beta-2), o efeito pré-carga e pós-carga é equilibrado. A frequência cardíaca não se altera. 
Metabolismo
Musculo esquelético
Aumento da glicogenolise, aumento da quebra de glicogênio, aumento da captação de potássio, via receptor beta-2.
Fígado
Glicogenolise e gliconeogenese, receptor beta-2
Tecido adiposo
Aumento da lipólise via receptor beta-2 e diminuição da lipólise via receptor alfa-2.
Pulmões
Broncodilatação, receptores beta-2
TGI
Diminuição da motilidade, beta-2. Esfíncteres, Contração, alfa-1. Diminuição das secreções, alfa-2.
Trato urinário
Relaxamento da bexiga, beta-2
Esfíncteres, Contração, alfa-1
Ureter
Aumento do tônus e da motilidade, receptor alfa-1
Útero
Relaxamento da musculatura uterina, via receptor beta-2. Durante a gestação tem o aumento de receptores alfa-1 que leva a indução das contrações durante o trabalho de parto (só em trabalho de parto) e beta-2 continua sendo expresso durante a gestação só o que muda é a expressão de alfa-1
Pênis
Ejaculação, Contração, alfa-1
Glândulas sudoríparas apócrinas
Contração, aumento da secreção, receptores alfa-1
Pâncreas
Aumento da insulina, receptores beta-2
Diminuição da insulina, receptores alfa-2
Rins
Aumento de renina, receptores beta-1
Diminuição de renina, receptores alfa-2
Fármacos Adrenérgicos
Ação direta que são aqueles que se ligam diretamente aos receptores noradrenérgicos e ativam esses receptores e são subdivididos em seletivos que ativam apenas um tipo de receptor e não-seletivos que ativam mais de um subtipo de receptor. Ação mista age tanto de forma direta quanto de forma indireta e ação indireta que são aqueles que potencializam a neurotransmissão noradrenérgica ou aumentando a liberação de NE pela fenda sináptica ou inibindo a receptação da NE pelos neurônios pré-sinápticos ou inibindo a degradação da NE através da inibição da MAO ou da COMT.
Agonistas não-seletivos
Catecolaminas, todos tem grupamento catecol e uma amina primaria ou secundaria. NE, E, dopamina, isoprenalina. Todos tem alta potência, em baixas doses eles ativam receptores. Todos são degradados pela MAO e da COMT. O substrato que sofre degradação menor pela MAO é a isoprenalina, pois tem um impedimento estérico maior, sendo um pouco mais resistente aos efeitos da MAO do que os demais. Todos são inativos por via oral, pois a COMT está em alta concentração na circulação e nas células do epitélio do intestino, logo eles são degradados pela COMT antes de serem absorvidas e as que são absorvidas são metabolizadas pela COMT na circulação ou no fígado tendo um efeito de primeira passagem. Todos tem curta duração de ação pois por administração IV eles rapidamente serão metabolizados (questão de minutos), por isso são admistrados por infusão em ambiente hospitalar. E tem baixa penetração no SNC devido o N básico na estrutura e em pH básico estão protonados.
A adrenalina liga com a mesma afinidade em todos os receptores adrenérgicos, a NE, dopamina e isoprenalina tem uma afinidade diferencial. A isoprenalina nãose liga a receptores alfa-adrenérgicos, ela só liga em receptores beta-adrenergicos e ela ativa tanto receptores beta-1 e beta-2 e esta seletividade se relaciona com o volume do grupamento ligado ao N, pois a cavidade dos receptores beta-adrenérgcos comportam maior volume e a dos alfa-adrenérgicos não.
A NE se difere da E, e tem afinidades diferentes pelos receptores noradrenérgicos. Receptor alfa-1, NE e E tem a mesma afinidade, a isoprenalina tem afinidade muito menor pois ela é seletiva beta. Receptor beta-1 contração do musculo cardíaco, NE e E tem afinidades muito similares, mas a isoprenalina tem uma afinidade maior. Receptor beta-2, relaxamento da musculatura lisa, a E e a isoprenalina tem afinidades similares, mas a NE tem uma afinidade muito baixa. A NE em concentrações baixas não ativa receptores beta-2 já a E ativa. 
Baixa dose de adrenalina diminui a resistência periférica, pois há a contração das artérias diminuindo o tônus da artérias tendo vasodilatação mediada por receptores beta-2. A pressão arterial diastólica diminui, pois o retorno venoso diminui devido a vasodilatação. Mas a pressão sistólica aumenta devido o efeito inotrópico positivo via beta-1. A frequência cardíaca aumenta, pois há aumento na velocidade das células de marcapasso (geração do potencial de ação).
Na NE há o aumento da resistência vascular periférica em dose equivalente a E, devido a vasoconstrição mediada pelo receptor alfa-1. Pois em baixa concentração ela não liga em receptores beta-2, então não induz vasodilatação. Aumento da pressão sistólica e diastólica com diminuição da frequência cardíaca. Há a braquicardia devido ao reflexo/ativação do nervo vago.
Na isoprenalina a broncodilatação é muito maior, ela não age em alfa-1 pois ela é seletiva beta, logo a queda da pressão diastólica será muito maior devido o retorno venoso. A frequência cardíaca aumenta. Também tem o efeito inotrópico positivo. 
Em uso farmacológico, o uso de NE é menos segura devido ao intenso aumento na pressão arterial induzido pela mesma. Na E o controle da pressão arterial é mais controlado, mas doses cavalares aumentarão a pressão também e faz prevalecer os efeitos cardíacos de alfa-1. Mas, em mesmos em doses baixas de NE a pressão já aumenta. A isoprenalina é mais um estimulante cardíaco. 
Uso clinico
Epinefrina
É a mais utilizada. Utilizada em choque anafilático, caracterizada pela vasodilatação logo quer o efeito vasoconstritor alfa-1. É utilizada também para aumentar o efeito anestésico local através da vasoconstrição. Em casos de parada cardíaca para estimular o paciente cardíaco, efeito beta-1 (inotrópico positivo e cronotrópico positivo). Utilização em interrupção de sangramentos pela vasoconstrição. 
Efeitos tóxicos:
Hipertensao
AVE, IAM
Edema pulmonar
Arritimias
Necrose tissular devido a intensa vasoconstrição
NE
Vasoconstritor em UTI para aumento da pressão arterial ou em caso de choque (redução brusca no volume de sangue queda na pressão arterial onde necessita de uma vasoconstrição intensa)
Efeitos tóxicos
Similares aos da epinefrina
Isoprenalina
Cardioestimulante, pois é estimulante beta, utilizada como vasoconstritor.
Efeitos tóxicos
Vermelhidão devido a vasodilatação intensa
Taquicardia
Cefaleia
Arritmias
Dopamina
Tem seus próprios receptores (receptores D acoplados a Gs localizado no musculo liso de artérias e arteríolas) apesar de se ligar aos receptores noradrenergicos. Causa relaxamento da musculatura lisa (vasodilatação). Em baixas concentrações ela se liga aos receptores alfa-2 e beta-1, com o aumento da dose ela ativa receptores alfa-1 (efeitos cardíacos). Utilizada em casos de insuficiência cardíaca e em intensa queda da função renal, pois os receptores beta-1 causam vasodilatação renal. Também utilizada em casos de choque. As reações adversas são náuseas e vômitos, taquicardia reflexa devido ao efeito vasodilatador, hipertensão, angina e cefaleia. 
Agonistas alfa-1 e alfa-2 derivados imidazólicos
Xilometazolina, oximetazolina e nefazolina. Utilizados como descongestionantes nasais (vasoconstrição) e oftálmicos tópicos. Reações adversas: hiperemia de rebote, tolerância ao efeito do uso prolongado (necessidade de usar concentrações maiores do fármaco para obtenção do mesmo efeito).
Agonistas seletivos alfa-1
Fenilefrina: ativo por via oral, maior duração da ação porque não tem o grupamento catecol. Utilizada como descongestionante nasal por via tópica e sistêmica. Também utilizada como descongestionante oftálmico e midriático. E pode ser utilizada por via oral, IV em caso graves de hipotensão. Reações adversas: hipertensão pois é agonista alfa-1 seletivo levando a vasoconstrição, IAM, AVE.
Agonistas seletivos alfa-2
Clonidina: administração IV causa vasoconstrição pela ativação de receptores alfa-2, mas por administração oral ela atravessa a barreia hematoencefálica e atingir efeito no SNC, levando a diminuição de liberação de NE pelo SNC pois é um agonista alfa-2 e alfa-2 é autorreceptor. Logo o principal efeito da utilização sistêmica desse fármaco é hipotensão. 
Brimonidina: efeitos similantes, mas utilizado para o glaucoma.
Agonistas seletivos beta-1
Dobutamina: não é ativa por via oral, administração por infusão continua devido o tempo de meia vida curto. Tem efeito inotrópico muito mais intenso que o efeito cronotrópico, sendo um cardioestimulante seletivo. O uso clinico é em emergência de insuficiência cardíaca, pra aumentar a força de contração do musculo cardíaco.
Agonistas seletivos beta-2
São os de maior aplicação terapêutica em uso extra-hospitalar. São divididos em duas classes: longa duração de ação: ritodrina e salmeterol... única administração diária. e curta duração de ação: fenoterol, procaterol... metabolizados rapidamente, administrados mais vezes ao dia.
Relaxamento da musculatura lisa, tratamento da asma e da DPOC. Crise asmática: agonista beta-2. Em doses exageradas ativa receptores beta-1 causando taquicardia. Usado no prolongamento da gestação/interrupção do trabalho de parto levando ao relaxamento da musculatura lisa do útero (ritadrina e salbutamol).

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