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Farmacologia gastrica

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Fármacos que inibem a secreção gástrica e antiemeticos
Existem alvos farmacológicos bem definidos para a inibição da secreção acida gástrica. Fármacos usados clinicamente para tratar Hipersecreção acida gástrica, desde gastrite leve até o quadro de ulcera. Ou ainda alguns casos de hipersecreção que sejam mais espontâneos, agudos, mas que também cause desconforto para o paciente. 
As células do estomago tem a capacidade de secretar ácido, para o funcionamento de enzimas e também a secreção de muco e bicarbonato ara a defesa. A secreção acida não agride a mucosa pois tem a secreção de muco e bicarbonato que deixa o pH do meio neutro. Existe um equilibro entre os mecanismos de defesa e os mecanismos de agressão (aqueles que lesionam a mucosa gástrica). A mucosa possui uma serie de vilosidades, na região mais externa da vilosidade encontra-se uma célula que secreta muco e bicarbonato, mais abaixo desta região temos as células parietais que são responsáveis pela secreção de ácido. Após a secreção, este ácido se difunde ara a camada estomacal onde este encontra o muco.
Mecanismo de defesa da mucosa: vascularização, uma mucosa bem vascularizada tem uma grande capacidade de secretar muco e bicarbonato qualquer condição que causa vasoconstricção diminui esta capacidade da mucosa. É por isso que quando estamos estressados reclamamos de dor gástrica, pois o estresse ativa o SNS que libera NE causando vasoconstricção. Além disso temos a produção de prostaglandinas na mucosa gástrica, que são mediadores lipídicos derivados do ácido araquidônico. Na mucosa gástrica temos uma enzima denominada CicloOxigenase que cliva fosfolipídios de membrana, dando origem a ácido araquidônico que entra em via bioquímica e origina as prostaglandinas. As prostaglandinas ativam a secreção de muco e inibem a secreção de acido, efeito gastroprotetor (AINES inibem a produção de prostaglandinas). 
Via de regulação de secreção de acido
As células parietais expressam a H\K-ATPase que secreta o próton responsável pela acidez. Em contrapartida temos as células que secretam muco e bicarbonato que tampona o acido secretado.
H/K ATPase: sofre regulação neural e endócrina, a regulação neural é parassimpática. A ACh atua nas células enterocromafins Like (muito parecidas com os mastócitos – liberação de histamina). Quando a ECL é estimulada pela Ach ela libera a histamina. Nas células parietais existem receptores histaminérgicos do tipo H2, que quando é ativado aumenta os níveis intracelulares de AMPc ativando a PKA, fosforilando proteínas que ativa a bomba de prótons. Logo, se houver a inibição de H2 há a diminuição na liberação de acido. A gastrina quando é secretada também atua nas ECL, ativando a liberação de histamina e aumento da secreção acida. Só bloquear o receptor muscarinico não surte efeito pois não inibe a via da gastrina.
A célula parietal tem uma segunda via de ativação da bomba, que é cálcio dependente e é ativada por receptores M3 e por receptores de gastrina. 
Nas células parietais existem os receptores das prostaglandinas que quando ativados diminuem o AMPc (ligados a ptn Gi). 
O estresse diminui a produção de muco e não a produção de acido. 
A mucosa gastrica pode ser contaminada por H. pilori que coloniza o estomago e causa uma inflamação local que promove uma perda do controle de secreção de gastrina, aumentado a secreção de gastrica e aumentando a liberação de histamina e consequente aumento na liberação de acido. O tratamento é feito por antibiótico mais o inibidor de bomba ou antagonista H2. 
Inibidores de bomba 
Protótipo: omeprazol
Formulação gastroresistente com liberação no intestino. 
Quando o omeprazol chega na célula parietal e atravessa para o lúmen estomacal, ele sai de um pH fisiológico e encontra um pH extremamente ácido. Nesse momento o omeprazol sofre um rearranjo estrutural e se ioniza, então sua capacidade em atravessar a membrana fosfolipidica fica baixa e ele fica sequestrado nos canalículos e interage com a bomba que está inserida na membrana plasmática. Quando omeprazol muda sua estrutura após se ionizar ele forma a sulfenamida. Essa sulfenamida tem na sua estrutura uma molécula de enxofre que interage com a face extracelular da bomba, com o resíduo de cisteina fazendo uma ligação dissulfeto. Então, esta inibição é dita irreversível pois a ligação dissulfeto é permanente. O omeprazol é um pro-farmaco. Primeiro ele sofre a absorção no intestino. Se o comprimido gastroresistente for destruído e ingerido, o fármaco encontrara o pH ácido do estomago e será ionizado sofrendo o rearranjo estrutural, mas o muco não deixa ele alcançar a bomba por isso ele deve ser liberado e absorvido no intestino pra depois ser distribuído e chegar no tecido alvo.
Usos clínicos: uso em jejum e aplicação no tratamento da ulcera gástrica ou duodenal, em quadros leves como a gastrite, para pacientes que fazem uso crônico de AINES, tratamento de H. pilori, refluxo gastresofágico. 
Efeitos adversos: Náuseas, dor abdominal, diminuição da absorção da vitamina B12. Em mulheres e com uso crônico está associado em aparecimento de osteoporose. 
Efeitos mais rápidos, duração de tratamento mais curta pois já vai direto na bomba e tem efeito irreversível.
Antagonistas H2
Todos são antagonistas competitivos. Cimetidina, ranitidina...
Cimetidina: fármaco menos potente, dose maior, chance de efeitos adversos também maior. Protótipo. Inibe o sistema de metabolismo hepatico (como o omeprazol) também, passiva de sofrer interações medicamentosas importantes.
Estão disponíveis para administração oral, parenteral e por via nasogastrica (pacientes internados que não conseguem se alimentar) se necessário. 
Terão a mesma aplicação clinica dos inibidores de bomba. 
Efeitos adversos: se usado em altas doses e por tempo prolongado pode causar inibição do metabolismo hepático de fármacos e hormônios (cimetidina), no caso do homem a cimeidina em altas doses bloqueia receptores androgênicos impedindo a liberação de testosterona. 
Contraindicações: insuficiência hepática e insuficiência renal.
Antiácidos
Família dos carbonatos (carbonato de sódio e de cálcio), e família dos hidróxidos.
Efeito de neutralizar a acidez. Utilizados para respostas pontuais
Os carbonatos tem efeito de neutralização mais rápida, mas tem como produto de reação o dióxido de carbono tendo como efeito aumento da flatulência. O carbonato também fornece uma alta carga de sódio, aumentando a pressão arterial. No caso dos hidróxidos não tem aumento de sódio e não formam dióxido de carbono, mas o hidróxido de magnésio pode atuar como uma substancia laxativa e o alumínio tem um papel constipante.
Geralmente são associados com a cimeticona ou dimeticona. 
Fármacos antieméticos - Todos antagonistas
Emese: estimulação do vomito.
Principais estímulos da emese: estímulos químicos (fármacos, álcool).
Toda vez que há lesão na mucosa gástrica há a liberação de serotonina (presente nas células neuroendócrinas) que há o estimulo para náuseas e vomito. O outro fenômeno é a distenção do tubo digestório. 
A serotonina se liga nos seus receptores 5-HT3, mandando sinal pro SNC para o centro emético e ativando o centro emético (Antagonista do 5-HT3 – inibição).
Escopolamina e antagonista H1: utilizada na cinetose e labirintite.
Quimioterapia: Antagonista 5-HT3, pode fazer associação.
Antagonistas D2, muscarinicos, 5-HT3, H1.
Antagonistas H1
Mais lipofílicos, fármacos de primeira geração, efeitos muscarinicos. Atravessam bem a barreira hematoencefalica causando sedação. Associado com álcool a sedação será ainda maior.
Efeitos adversos: sedação, boca seca devido antagonismo muscarinico.
Antagonistas D2 (receptores D2 presentes no SNC) - metaclorpramida
O bloqueio de D2 pode causar efeitos adversos.
Metaclorpramida: muitas formulações. E para exercer o efeito atravessa a barreira hematoencefálica, atingindo D2 central, e atravessa a barreira placentária (contraindicado na gravidez).
Antagonista 5-HT3 – andracetona
Andracetona é seletiva para 5-HT3. O tempode meia vida é pequeno.
Deve ser administrado antes do estimulo emetogênico, para dar tempo de o fármaco alcançar os receptores. 
Estão disponíveis por via oral, alguns estão para Iv também. Metabolismo hepático e eliminação renal.

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