Prévia do material em texto
Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) Autor: Nick Simonek Maluf Cavalcante 07 de Julho de 2025 1 SUMÁRIO 1) Reforma do Estado e o Papel das Agências Reguladoras........................................................ 3 2) Agências Reguladoras............................................................................................................... 10 3) Órgãos reguladores no Brasil................................................................................................... 21 4) Análise de Impacto Regulatório................................................................................................ 44 5) Decreto nº 10.411/2020............................................................................................................ 46 6) Questões comentadas...............................................................................................................57 7) Lista de questões.......................................................................................................................88 8) Gabarito....................................................................................................................................106 Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2 APRESENTAÇÃO Olá concurseiros e concurseiras! Primeiramente, não posso deixar de convidar você a se juntar ao nosso grupo de estudos no Telegram! Lá vamos ter um contato direto, onde será possível encaminhar dúvidas e um canal direto de interação. Segue o link: https://t.me/+YkskgxMwh8ZhMTEx É com enorme satisfação que estamos lançando este livro digital para o CNU. Inicialmente, gostaria de me apresentar. Meu nome é Nick Simonek, sou Procurador Federal, carreira pertencente aos quadros da Advocacia Geral da União – AGU e estou finalizando o mestrado na Fundação Getúlio Vargas – FGV em administração pública. Além disso, fui aprovado em outros concursos como advogado da Petrobrás e BNDES. Sou extremamente grato as oportunidades que o Estratégia Concursos tem me oferecido ao longo da minha trajetória como professor. Agora, mais um desafio! Na vida pessoal, tento conciliar a dedicação a minha família, especialmente a minha esposa Juliana e a minha filha Maria Antônia, e aos esportes, no tempo vago. Agora, vamos falar do nosso curso! O curso será composto por teoria, exercícios e vídeoaulas! As nossas aulas terão conteúdo suficiente para que você possa fazer a prova contendo teoria, jurisprudência judicial e administrativa e questões. Em caso de qualquer questionamento, não deixe de enviá-lo ao fórum de dúvidas que será prontamente respondido ao longo dos dias. Uma observação importante! A disciplina de direito econômico vem sendo cobrada em diversos concursos de forma escalonada com o passar do tempo. Assim, é importante que você faça a totalidade das questões, independente da banca examinadora. Vamos lá? Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 3 REFORMA DO ESTADO E O PAPEL DAS AGÊNCIAS REGULADORAS Noções Introdutórias Inicialmente, vale dizer que o Estado brasileiro antes da Constituição Federal de 1988 era reconhecidamente um Estado detentor de inúmeras atividades, inclusive econômicas, ou seja, tratava-se de um verdadeiro monopólio estatal de atividades sem grandes espaços ao empresariado. Com a constituição federal de 1988 e posteriormente com o advento da Lei 9.491/97, a qual revogou a Lei 8.031/90, houve a instituição de uma verdade reforma estatal com a previsão de novos procedimentos de desestatização. Perceba o seguinte: Em linhas gerais, o Estado transferiu a iniciativa privada a prestação de determinadas atividades que antes eram prestadas pelo Estado de maneira ineficiente passando a iniciativa privada a deter a execução de tais atividades. No entanto, manteve o Estado seu poder regulador. Mas afinal, o que é regulação e qual o papel das agências reguladoras? O que temos aqui é a função do Estado editando normas específicas para regular determinado nicho da economia, característica essa que, no cenário nacional, advém do art. 174, CF/88, senão vejamos: Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Conceito de Regulação Em relação ao conceito de regulação temos uma atividade estatal no campo econômico que objetiva justamente a criação de regras sobre determinados nichos econômicos a fim de evitar justamente o abuso do poder e garantir a defesa da concorrência. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 4 O ponto de referência para tal atividade estatal é justamente a garantia dos princípios e fundamentos da ordem econômica previstos no Art. 170, da CF/88. Trazendo para o campo doutrinário, vamos ao magistério em sequência1: Pode-se conceituar, objetivamente, a regulação como o conjunto de atos e medidas estatais que têm por fim, garantir a observância dos princípios norteadores da ordem econômica no mercado, bem como a devida e correta prestação de serviços públicos, além do incentivo e fomento para a implementação das políticas públicas respectivas para direcionamento de cada nicho da economia. Sob um aspecto subjetivo, pode-se conceituar a regulação como o processo estatal de normatização, de fiscalização, de incentivo, de planejamento e de mediação da atividade econômica dos particulares, conjugando os interesses privados destes com os interesses público e coletivo envolvidos no ciclo econômico do respectivo mercado. Assim, da junção dos dois aspectos conceituais acima delineados, a regulação se trata de toda medida estatal, envidada no sentido de garantir a prevalência dos princípios da ordem econômica, bem como do respectivo interesse coletivo, a fim de efetivar a observância das políticas públicas norteadoras do planejamento econômico estatal. Portanto, por regulação, temos a atividade estatal que busca justamente garantir os princípios e fundamentos da ordem econômica, através de ações objetivas por parte do Estado sobre os agentes econômicos, conjugando o interesse privado com o interesse coletivo. Dito isto, surgem as agências reguladoras, ou seja, autarquias de natureza especial com a nítida função de regular determinados nichos da economia. Falhas de Mercado, Atuação do Estado e Análise da concorrência A primeira indagação, antes mesmo de se iniciar o tema é a seguinte: Por que é necessária uma estrutura de regulação? 1 FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 11. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 5 A resposta é simples. Quando um determinado nicho da economia não está funcionando de forma efetiva é natural que sejam identificadas falhas de mercado. Por falhas de mercado temos situações de atipicidade de funcionamento em determinado setor da economia. Diante de tal quadro de anomalia é que, diante do interesse coletivo, se faz necessária a regulação daquele setor. Trata-se de situação de anormalidade do mercado com efeitos danosos ao processo competitivo. As respectivas falhas de mercado são: 1) Deficiência na Concorrência; 2) Deficiência na Distribuição de Bens Essenciais; 3) Externalidades Negativas; 4) Assimetriatais temas ao dispor sobre os planos bem definidos pela legislação: 1) de comunicação; 2) estratégico; 3) de gestão anual, além da agenda regulatória. Vamos repetir: A Agenda Regulatória é um instrumento de planejamento e transparência das ações normativas de uma agência reguladora. Mais uma vez os dispositivos da Lei de nº 13.848/2019: Art. 16. A agência reguladora deverá implementar, em cada exercício, plano de comunicação voltado à divulgação, com caráter informativo e educativo, de suas atividades e dos direitos dos usuários perante a agência reguladora e as empresas que compõem o setor regulado. Art. 17. A agência reguladora deverá elaborar, para cada período quadrienal, plano estratégico que conterá os objetivos, as metas e os resultados estratégicos esperados das ações da agência reguladora relativos a sua gestão e a suas competências regulatórias, fiscalizatórias e normativas, bem como a indicação dos fatores externos alheios ao controle da agência que poderão afetar significativamente o cumprimento do plano. Art. 18. O plano de gestão anual, alinhado às diretrizes estabelecidas no plano estratégico, será o instrumento anual do planejamento consolidado da agência reguladora e contemplará ações, resultados e metas relacionados aos processos finalísticos e de gestão. Art. 21. A agência reguladora implementará, no respectivo âmbito de atuação, a agenda regulatória, instrumento de planejamento da atividade normativa que conterá o conjunto dos temas prioritários a serem regulamentados pela agência durante sua vigência. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 35 § 1º A agenda regulatória deverá ser alinhada com os objetivos do plano estratégico e integrará o plano de gestão anual. § 2º A agenda regulatória será aprovada pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada e será disponibilizada na sede da agência e no respectivo sítio na internet O real objetivo da legislação é dar reforçar a legitimidade de atuação das agências reguladoras com a necessidade de edição de planos demonstrando transparência na gestão. Noções de Análise e Gerenciamento de Risco Sobre o tema, a lei 13.848/2019 dispõe da seguinte forma: Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. § 3º As agências reguladoras devem adotar práticas de gestão de riscos e de controle interno e elaborar e divulgar programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção. Vejamos como as agências tratam a questão: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 36 A gestão de riscos é um elemento central na gestão da estratégia de qualquer organização. É o processo por meio do qual as instituições buscam sistematicamente identificar antecipadamente possíveis eventos que poderiam impactar seus objetivos, seja de forma positiva ou negativa. A gestão de riscos deve ser integrada na cultura da organização, a partir de uma política eficaz e um programa conduzido pela alta direção, atribuindo responsabilidades para todos os níveis hierárquicos. Assim, a Gestão de Riscos dos Processos Organizacionais é definida como a identificação e mensuração dos riscos dos Processos de Negócio da ANAC e objetiva dotar a Agência de ferramentas que busquem fortalecer e aprimorar seus processos e subsidiar a tomada de decisão, como também tratar as incertezas e os riscos inerentes a praticamente todas as atividades, seja pelo seu contexto interno ou externo. Inclusive, a própria Lei 13.848/2019 dispõe sobre o principal elemento para análise de risco que é o plano estratégico: Art. 17. A agência reguladora deverá elaborar, para cada período quadrienal, plano estratégico que conterá os objetivos, as metas e os resultados estratégicos esperados das ações da agência reguladora relativos a sua gestão e a suas competências regulatórias, fiscalizatórias e normativas, bem como a indicação dos fatores externos alheios ao controle da agência que poderão afetar significativamente o cumprimento do plano. § 1º O plano estratégico será compatível com o disposto no Plano Plurianual (PPA) em vigência e será revisto, periodicamente, com vistas a sua permanente adequação. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 37 § 2º A agência reguladora, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contado da aprovação do plano estratégico pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada, disponibilizá-lo-á no respectivo sítio na internet. Fiscalização Responsiva e Processo Administrativo Sancionador Trata-se de um modelo de fiscalização em que se busca, ao invés de aplicar apenas sanções aos regulados de permitir que os regulados passem a atuar em conformidade com as regras e regulamentos de forma mais eficaz, utilizando uma combinação de ações educativas, preventivas e corretivas, em vez de depender exclusivamente de sanções. Ao invés de simplesmente punir infrações, a fiscalização responsiva busca entender as causas da não conformidade e trabalhar em conjunto com os fiscalizados para corrigir. A fiscalização responsiva marca a importância de ações educativas e preventivas para evitar a ocorrência de infrações, buscando esclarecer as regras e orientar os fiscalizados sobre como cumpri-las. Em suma, é aplicar sanções de maneira inteligente e em conversa com o ente regulado. Trata-se do uso inteligente e racional das sanções considerando a gravidade, o histórico do infrator dentre outros parâmetros. Vejamos uma notícia do governo federal nesse sentido: Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou no Diário Oficial da União (DOU) as Resoluções nº 761 e 762, de 18 de dezembro de de 2024, trazendo novas disposições que modernizam o processo sancionador e ampliam as estratégias de fiscalização e de promoção da conformidade regulatória no setor aéreo. Com a nova proposta, a ideia é privilegiar o diálogo com os regulados, o monitoramento contínuo, a atuação preventiva e educativa, a colaboração entre regulador e regulado e a adoção de mecanismos de incentivo à conformidade Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 38 regulatória e à adoção de melhores práticas, buscando ainda mitigar de forma proporcional os riscos identificados em eventuais sanções. Os normativos aprovados pela Agência são resultados do projeto Regulação Responsiva, lançado em 2020 com o objetivo de mudar a cultura regulatória e de articulação com entes regulados. A Anac realizou uma análise aprofundada dos mecanismos de incentivo à conformidade e à aplicação das melhores práticas pelos regulados, com foco na adoção de instrumentos de persuasão e dissuasão para garantir uma atuação mais ágil e efetiva para manter a qualidade e a segurança da aviação civil. Os estudos para estabelecer as novas regras tiveram o apoio da Universidade de Brasília (UnB). “O objetivo é mostrar que nosso trabalho de regulador não se limita simplesmente à edição de regras e normativos, mas sim de uma manutenção constante de diálogo com os agentes do setor, mantendo nosso fococonstante na segurança e na qualidade das atividades de aviação civil no país”, afirma o diretor da Anac Ricardo Catanant. Principais mudanças trazidas pelas novas regras Incentivos de cooperação entre os operadores e a Anac; Ampliação do leque de providências administrativas, com a inclusão de sanções como advertência e obrigação de fazer e obrigação de não fazer, inspiradas em experiências bem-sucedidas de outros órgãos reguladores; Valores das sanções mais adequados ao porte das operações e mais proporcionais às circunstâncias de cada caso; Incentivos à conformidade voluntária, com aplicação de descontos para reconhecimento da infração e renúncia ao recurso administrativo, promovendo soluções mais rápidas e reduzindo a litigiosidade; Revisão de procedimentos administrativos, alterando a contagem de prazo de dias corridos para dias úteis, com otimização das diligências e maior eficiência nas interações processuais. Com as novas disposições, a Anac busca tornar mais ágil a condução de processos administrativos sancionadores, aperfeiçoando a capacidade administrativa para atuação sistêmica e incisiva sobre o setor. Prazo para vigência As resoluções entram em vigor seis meses a partir da publicação no Diário Oficial da União. O prazo permitirá que regulados e áreas técnicas da Agência se preparem adequadamente para as mudanças e internalizem as novas disposições normativas com o suporte de capacitações, treinamentos e procedimentos de familiarização com os dispositivos. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 39 Com os novos normativos, a Anac reforça seu compromisso com a segurança, a qualidade e a conformidade no setor aéreo, agindo para fortalecer o diálogo com os regulados e aprimorar as ações de supervisão e fiscalização. Em relação ao processo administrativo sancionador, cada agência reguladora possui em sua lei de criação as competências e atribuições para definição de sanções a serem aplicadas aos agentes regulados. Trata-se de procedimento em que deve ser observada a garantia do contraditório e da ampla defesa para após ser avaliada qual sanção é cabível ao caso concreto, observando normativas técnicas e de acordo com o instituto da fiscalização responsiva. Perceba só: A teoria responsiva pressupõe que, usualmente, medidas menos gravosas são as mais adequadas, mas sem negar a importância de sanções mais severas. Um sistema regulatório responsivo tem que se adequar ao contexto no qual está inserido. No entanto, para que o sistema seja eficaz, é necessário existirem instrumentos sancionatórios capazes de modificar o comportamento dos regulados que resistem à regulação. Além disso, o contexto pode impor a adoção de medidas severas, tendo em vista a existência de grave risco a terceiros derivados de desconformidades. Desse modo, a pirâmide regulatória deve ser vista como um tipo ideal e não como um modelo estático a ser sempre seguido pelos reguladores. A teoria da regulação responsiva desenvolvida por Ayres e Braithwaite pressupõe a existência de uma flexibilidade na atuação do regulador. Essa flexibilidade depende das balizas conferidas pelo sistema normativo no qual a agência reguladora está inserida. Assim, cada agência reguladora tem seu normativo técnico sobre a aplicação de sanções aos regulados. Teoria da Captura Pela teoria da captura temos a situação em que o poder regulatório resta comprometido em razão da captura da agência reguladora ou de seus servidores por parte dos agentes econômicos ou mesmo do governo central através de influências político econômicas que comprometem a independência e tecnicidade da agência reguladora. É que o sistema das agências reguladoras lhe garante independência e autonomia para a edição de atos normativos e tomada de decisões específicas em cada caso, de forma que pela teoria em comento a agência seria capturada em razão de influências desmedidas seja por parte do governo central seja pelo agente econômico regulado. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 40 Nessa linha, é como se a agência tomasse decisões baseadas em relação promíscua com o agente regulado ou mesmo com o governo central, favorecendo-os em determinadas situações. Haveria verdadeira cooptação da agência reguladora e prejuízo das funções que lhes foram designadas. SENADO FEDERAL - FGV – 2022 Imagine que a Agência Reguladora Federal Alfa foi cooptada pelo setor empresarial regulado, diante do forte poderio econômico das empresas atuantes no mercado. Assim, a Agência Alfa acabou por abandonar a atuação imparcial e técnica que deveria ter e passou a operar em benefício dos próprios regulados, servindo de instrumento para proteção e benefício de interesses setoriais que deveriam ser fiscalizados. Essa situação hipotética é tratada pela doutrina de Direito Administrativo como teoria a) dos motivos determinantes. b) do risco administrativo. c) da captura. d) da aparência. e) do fato consumado. Resposta: C Doutrina Chenery Como visto anteriormente, goza a agência reguladora de capacidade técnica suficiente para edição de atos normativos e tomada de decisões em razão do fenômeno denominado de deslegificação, ou seja, a lei que cria a agência delega a esta a possibilidade de edição de atos normativos e tomadas de decisões dada a complexidade da matéria. Pois bem, acontece que os atos normativos e as decisões das agências estão sujeitas ao controle jurisdicional do Poder Judiciário, de forma que se questiona até que ponto o poder judiciário poderia ou não anular determinada conduta da agência se não gozaria de expertise técnica para tanto. É o que se denomina de doutrina chenery. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 41 A respectiva teoria, oriunda do direito americano, surge em dois casos emblemáticos que envolveram a companhia Chenery Corp. No primeiro caso, a companhia adquiriu ações específicas no mercado tendo a Security Exchange Comission - SEC anulado a operação. A partir daí a Chenery Corp ingressou na Suprema Corte Americana e obteve decisão revertendo a posição originária de anulação praticada pela SEC, tendo sido determinada a reavaliação da decisão anulatória. Posteriormente, a SEC reviu a decisão e manteve a anulação por afronta ao regulamento editado por esta. Após, a Suprema Corte Americana decidiu favoravelmente à SEC, entendendo que a decisão proferida se encontrava dentro do âmbito da função do órgão governamental, surgindo a partir daí a Doutrina Chenery. No Brasil, tal teoria foi abraçada pelo Superior Tribunal de Justiça2 no informativo 605, valendo a citação da decisão: Por seu turno, a doutrina leciona que o Judiciário esbarra na dificuldade de concluir se um ato administrativo cuja motivação alegadamente política seria concretizado, ou não, caso o órgão público tivesse se valido tão somente de metodologia técnica. De qualquer forma, essa discussão seria inócua, pois, segundo a doutrina Chenery - a qual reconheceu o caráter político da atuação da Administração Pública dos Estados Unidos da América -, as cortes judiciais estão impedidas de adotarem fundamentos diversos daqueles que o Poder Executivo abraçaria, notadamente nas questões técnicas e complexas, em que os tribunais não têm a expertise para concluir se os critérios adotados pela Administração são corretos. Por todos esses motivos - inclusive em razão da impossibilidade de se reconhecer, na presente via, que ocorreu aumento abusivo de tarifas, está demonstrada, repita-se, acentuada ofensa à ordem pública - o que legitima a decisão que cassoua tutela antecipada deferida nos autos da ação popular, até o trânsito em julgado da decisão de mérito. Portanto, em razão da tecnicidade do ato administrativo da agência reguladora, não caberia ao poder judiciário em qualquer situação analisar se os critérios adotados foram ou não corretos, ante a ausência de expertise. 2 Informativo 605, STJ Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 42 ✔ Resumindo ✔ 1) Normas Gerais: Definição das Agências reguladoras e suas características: ausência de subordinação hierárquica, autonomia em diferentes frentes, Práticas de gestão de risco e controle interno e divulgação de programas de integridade. ✔ 2) Regras de processo decisório: Em relação as regras de processo decisório, buscou o legislador trazer uniformidade, objetividade e a regra do colegiado para edição de atos normativos técnicos, sem prejuízo da análise de impacto regulatório já prevista na Lei de Liberdade Econômica. (audiências públicas e consultas públicas) ✔ 3) Prestação de contas e controle social: Quanto ao controle sobre as agências reguladoras, considerando a autonomia que lhe é atribuída, este será exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União. Cabem as agências editarem relatório anual circunstanciado de suas atividades, destacando o cumprimento da política do setor, definida pelos Poderes Legislativo e Executivo. Além disso, deverão editar os seguintes planos bem definidos pela legislação: 1) de comunicação; 2) estratégico; 3) de gestão anual. Deverá, também, editar a agenda regulatória. ✔ 4) Interação entre as Agências e o Órgão de Defesa da Concorrência: Prevenção e repressão de condutas que possam afetar a concorrência. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 43 ✔ 5) Articulação das Agências e os Órgãos de defesa do meio ambiente e do consumidor: Prevenção e repressão de condutas que causem danos aos bens jurídicos tutelados. ✔ 6) Articulação entre as Agências: Formação de atos administrativos em conjunto ✔ 7) Da interação entre as Agências Reguladoras de Diferentes Níveis Federativos: Troca de informações ✔ 8) Teoria da Captura: Pela teoria da captura temos a situação em que o poder regulatório resta comprometido em razão da captura da agência reguladora ou de seus servidores por parte dos agentes econômicos ou mesmo do governo central através de influências político econômicas que comprometem a independência e tecnicidade da agência reguladora. ✔ 9) Doutrina Chenery: Em razão da tecnicidade do ato administrativo da agência reguladora, não caberia ao poder judiciário em qualquer situação analisar se os critérios adotados foram ou não corretos, ante a ausência de expertis. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 44 ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO Iniciando, temos uma inovação que é justamente a análise de impacto regulatório sendo essa uma condição para alteração de atos normativos que tratem sobre o interesse geral de agentes econômicos ou de usuários de serviços prestados. A origem de tal concepção se deu com o efetivo surgimento da expressão custo regulatório, ou seja, determinadas atividades econômicas, a partir de uma regulação incisiva, passariam a se tornar efetivamente onerosas, fato que desaceleraria o estímulo a continuidade. Logo, a cada intervenção regulatória, caberia uma análise aprofundada sobre o real custo da edição de novos atos normativos técnicos. Frise-se que na outra ponta há a chamada revisão qualitativa de regulação que busca manter os esforços do Estado Regulador, de forma a editar novos atos normativos substituindo algo que já estaria superado. Nesse sentido, o que importa para fins de prova é que houve a implementação, a partir de recomendação da OCDE, do instituto da análise de impacto regulatório no cenário nacional. Em tese são 03 leis que preveem de forma expressa o instituto: 1) Decreto Lei de nº 4.657/42 (LINDB); 2) Lei de nº 13.848/2019 que trata sobre as agências reguladoras; 3) Lei de nº 13.874/2019 (Lei de Liberdade Econômica). Vejamos os dispositivos: Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. Art. 6º A adoção e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos termos de regulamento, precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo. (Regulamento) § 1º Regulamento disporá sobre o conteúdo e a metodologia da AIR, sobre os quesitos mínimos a serem objeto de exame, bem como sobre os casos em que será obrigatória sua realização e aqueles em que poderá ser dispensada. § 2º O regimento interno de cada agência disporá sobre a operacionalização da AIR em seu âmbito. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 45 § 3º O conselho diretor ou a diretoria colegiada manifestar-se-á, em relação ao relatório de AIR, sobre a adequação da proposta de ato normativo aos objetivos pretendidos, indicando se os impactos estimados recomendam sua adoção, e, quando for o caso, quais os complementos necessários. § 4º A manifestação de que trata o § 3º integrará, juntamente com o relatório de AIR, a documentação a ser disponibilizada aos interessados para a realização de consulta ou de audiência pública, caso o conselho diretor ou a diretoria colegiada decida pela continuidade do procedimento administrativo. § 5º Nos casos em que não for realizada a AIR, deverá ser disponibilizada, no mínimo, nota técnica ou documento equivalente que tenha fundamentado a proposta de decisão. Art. 5º As propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, editadas por órgão ou entidade da administração pública federal, incluídas as autarquias e as fundações públicas, serão precedidas da realização de análise de impacto regulatório, que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo para verificar a razoabilidade do seu impacto econômico. (Regulamento) Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a data de início da exigência de que trata o caput deste artigo e sobre o conteúdo, a metodologia da análise de impacto regulatório, os quesitos mínimos a serem objeto de exame, as hipóteses em que será obrigatória sua realização e as hipóteses em que poderá ser dispensada. Logo, o objetivo da análise de impacto regulatório é justamente verificar as consequências jurídicas e econômicas dos atos de regulação emanados, por exemplo, de agências reguladoras. Perceba que os dispositivos da Lei de nº 13.848/2019 que trata sobre as agências reguladoras e da Lei de nº 13.874/2019 (Lei de Liberdade Econômica), falam na disposição por regulamento. Para tanto, foi expedido o Decreto de nº 10.411/2020, a qual regulamenta ambas as leis nesse ponto. Vamos então ao Decreto! Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 46 DECRETO Nº 10.411/2020 Inicialmente, destaca-se, mais uma vez, que o decreto cuidou de regulamentar os dispositivos da Lei de nº 13.848/2019 que trata sobre as agênciasreguladoras e da Lei de nº 13.874/2019 (Lei de Liberdade Econômica). Vejamos: Art. 1º Este Decreto regulamenta a análise de impacto regulatório, de que tratam o art. 5º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, e o art. 6º da Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019, e dispõe sobre o seu conteúdo, os quesitos mínimos a serem objeto de exame, as hipóteses em que será obrigatória e as hipóteses em que poderá ser dispensada. § 1º O disposto neste Decreto se aplica aos órgãos e às entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, quando da proposição de atos normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, no âmbito de suas competências. § 2º O disposto neste Decreto aplica-se às propostas de atos normativos formuladas por colegiados por meio do órgão ou da entidade encarregado de lhe prestar apoio administrativo. § 3º O disposto neste Decreto não se aplica às propostas de edição de decreto ou aos atos normativos a serem submetidos ao Congresso Nacional.. Inicialmente, pelo primeiro dispositivo, há situações que a análise de impacto regulatório é obrigatória e outras que é dispensada. Grave isso! Em relação a aplicabilidade, trata-se de instituto aplicável a administração direta e indireta (autarquias e fundações públicas) desde que os efeitos do ato normativo ditado sejam de interesse geral dos agentes econômicos ou dos usuários de serviços públicos. Perceba, também, que as propostas de atos formuladas por colegiados também deverá passar pelo instituto e que não se aplica o decreto as propostas de edição de decreto ou aos atos normativos a serem submetidos ao Congresso Nacional. Prosseguindo, por análise de impacto regulatório temos um procedimento, a partir da definição de problema regulatório, de avaliação prévia à edição dos atos normativos, que conterá informações e dados sobre os seus prováveis efeitos, para verificar a razoabilidade do impacto e subsidiar a tomada de decisão. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 47 O decreto trata das situações de ato normativo de baixo impacto, sendo elas as que: 1) não provoquem aumento expressivo de custos para os agentes econômicos ou para os usuários dos serviços prestados; 2) não provoque aumento expressivo de despesa orçamentária ou financeira; 3) não repercuta de forma substancial nas políticas públicas de saúde, de segurança, ambientais, econômicas ou sociais. Ponto importante é que a análise de impacto regulatório é um procedimento. Somado a tal procedimento temos alguns outros institutos: 1) Avaliação de Resultado Regulatório; 2) Custos Regulatórios; 3) Relatório de Análise de Impacto Regulatório; 4) Atualização do estoque regulatório. Vejamos a definição legal: Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: III - avaliação de resultado regulatório - ARR - verificação dos efeitos decorrentes da edição de ato normativo, considerados o alcance dos objetivos originalmente pretendidos e os demais impactos observados sobre o mercado e a sociedade, em decorrência de sua implementação; IV - custos regulatórios - estimativa dos custos, diretos e indiretos, identificados com o emprego da metodologia específica escolhida para o caso concreto, que possam vir a ser incorridos pelos agentes econômicos, pelos usuários dos serviços prestados e, se for o caso, por outros órgãos ou entidades públicos, para estar em conformidade com as novas exigências e obrigações a serem estabelecidas pelo órgão ou pela entidade competente, além dos custos que devam ser incorridos pelo órgão ou pela entidade competente para monitorar e fiscalizar o cumprimento dessas novas exigências e obrigações por parte dos agentes econômicos e dos usuários dos serviços prestados; V - Relatório de AIR - ato de encerramento da AIR, que conterá os elementos que subsidiaram a escolha da alternativa mais adequada ao enfrentamento do problema regulatório identificado e, se for o caso, a minuta do ato normativo a ser editado; e VI - Atualização do estoque regulatório - exame periódico dos atos normativos de responsabilidade do órgão ou da entidade competente, com vistas a averiguar a pertinência de sua manutenção ou a necessidade de sua alteração ou revogação. Ponto importante é que a edição, a alteração ou a revogação de atos normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, por órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional será precedida de análise de impacto regulatório reforçando o caráter preventivo. Vale dizer que na seara tributária o decreto se aplica apenas a instituição ou modificação das obrigações acessórias. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 48 A análise de impacto regulatório não se aplica aos atos normativos: 1) de natureza administrativa, cujos efeitos sejam restritos ao âmbito interno do órgão ou da entidade; 2) de efeitos concretos, destinados a disciplinar situação específica, cujos destinatários sejam individualizados; 3) que disponham sobre execução orçamentária e financeira; 4) que disponham estritamente sobre política cambial e monetária; 5) que disponham sobre segurança nacional; e 5) que visem a consolidar outras normas sobre matérias específicas, sem alteração de mérito. Trata-se de pontos em que não é aplicável o instituto. Por outro lado, há situações que a análise de impacto regulatório é dispensada. Frise-se, hipóteses de dispensa: Art. 4º A AIR poderá ser dispensada, desde que haja decisão fundamentada do órgão ou da entidade competente, nas hipóteses de: I - urgência; II - ato normativo destinado a disciplinar direitos ou obrigações definidos em norma hierarquicamente superior que não permita, técnica ou juridicamente, diferentes alternativas regulatórias; III - ato normativo considerado de baixo impacto; IV - ato normativo que vise à atualização ou à revogação de normas consideradas obsoletas, sem alteração de mérito; V - ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez: a) dos mercados de seguro, de resseguro, de capitalização e de previdência complementar; b) dos mercados financeiros, de capitais e de câmbio; ou c) dos sistemas de pagamentos; VI - ato normativo que vise a manter a convergência a padrões internacionais; VII - ato normativo que reduza exigências, obrigações, restrições, requerimentos ou especificações com o objetivo de diminuir os custos regulatórios; e VIII - ato normativo que revise normas desatualizadas para adequá-las ao desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente, nos termos do disposto no Decreto nº 10.229, de 5 de fevereiro de 2020. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 49 § 1º Nas hipóteses de dispensa de AIR, será elaborada nota técnica ou documento equivalente que fundamente a proposta de edição ou de alteração do ato normativo. § 2º Na hipótese de dispensa de AIR em razão de urgência, a nota técnica ou o documento equivalente de que trata o § 1º deverá, obrigatoriamente, identificar o problema regulatório que se pretende solucionar e os objetivos que se pretende alcançar, de modo a subsidiar a elaboração da ARR, observado o disposto no art. 12. § 3º Ressalvadas informações com restrição de acesso, nos termos do disposto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, a nota técnica ou o documento equivalente de que tratam o § 1º e o § 2º serão disponibilizados no sítio eletrônico do órgão ou da entidade competente, conforme definido nas normas próprias.. Ponto importante é quena hipótese de dispensa em razão de urgência, cabe a elaboração de análise de resultado regulatório – ARR. Ainda assim, vale dizer que os atos normativos cuja AIR tenha sido dispensada em razão de urgência serão objeto de ARR no prazo de três anos, contado da data de sua entrada em vigor. SENADO FEDERA FGV 2023 Nos termos da Lei 13.874, de 20/09/2019, e do Decreto 10.411, de 30/06/2020, a análise de impacto regulatório seria indispensável no seguinte caso: a) Restrição ao tráfego de caminhões em rodovias federais. b) Decisão de investimento na construção de hospital público. c) Reajuste contratual das tarifas de energia elétrica. d) Liberalização do comércio de armas e munições. e) Mudança do sistema eleitoral. Resposta: A Prosseguindo, a análise de impacto regulatório será iniciada após a avaliação pelo órgão ou pela entidade competente quanto à obrigatoriedade ou à conveniência e à oportunidade para a resolução do problema regulatório identificado. Após todo o trâmite, a análise de impacto regulatório será concluída com relatório que contenha o seguinte: 1) sumário executivo objetivo e conciso, que deverá empregar linguagem simples e acessível ao público em geral; 2) identificação do problema regulatório que se pretende solucionar, com a apresentação de suas causas e sua extensão; 3) identificação dos agentes Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 50 econômicos, dos usuários dos serviços prestados e dos demais afetados pelo problema regulatório identificado; 4) identificação da fundamentação legal que ampara a ação do órgão ou da entidade quanto ao problema regulatório identificado; 5) definição dos objetivos a serem alcançados; 6) descrição das alternativas possíveis ao enfrentamento do problema regulatório identificado, consideradas as opções de não ação, de soluções normativas e de, sempre que possível, soluções não normativas; 7) exposição dos possíveis impactos das alternativas identificadas, inclusive quanto aos seus custos regulatórios; 8) os impactos sobre as microempresas e as empresas de pequeno porte; 9) considerações referentes às informações e às manifestações recebidas para a AIR em eventuais processos de participação social ou de outros processos de recebimento de subsídios de interessados na matéria em análise; 10) mapeamento da experiência internacional quanto às medidas adotadas para a resolução do problema regulatório identificado; 11) identificação e definição dos efeitos e riscos decorrentes da edição, da alteração ou da revogação do ato normativo; 12) comparação das alternativas consideradas para a resolução do problema regulatório identificado, acompanhada de análise fundamentada que contenha a metodologia específica escolhida para o caso concreto e a alternativa ou a combinação de alternativas sugerida, considerada mais adequada à resolução do problema regulatório e ao alcance dos objetivos pretendidos; e 13) descrição da estratégia para implementação da alternativa sugerida, acompanhada das formas de monitoramento e de avaliação a serem adotadas e, quando couber, avaliação quanto à necessidade de alteração ou de revogação de normas vigentes. O conteúdo do relatório de AIR deverá ser detalhado e complementado com elementos adicionais específicos do caso concreto, de acordo com o seu grau de complexidade, a abrangência e a repercussão da matéria em análise. O relatório de AIR incluirá a análise dos impactos sobre as microempresas e as empresas de pequeno porte e preverá as medidas que poderão ser adotadas para minimizar esses impactos. Ponto importante são as metodologias a serem utilizadas na análise de impacto regulatório. Vejamos: Art. 7º Na elaboração da AIR, será adotada uma das seguintes metodologias específicas para aferição da razoabilidade do impacto econômico, de que trata o art. 5º da Lei nº 13.874, de 2019: I - análise multicritério; II - análise de custo-benefício; III - análise de custo-efetividade; IV - análise de custo; V - análise de risco; ou Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 51 VI - análise risco-risco. § 1º A escolha da metodologia específica de que trata o caput deverá ser justificada e apresentar o comparativo entre as alternativas sugeridas. § 2º O órgão ou a entidade competente poderá escolher outra metodologia além daquelas mencionadas no caput, desde que justifique tratar-se da metodologia mais adequada para a resolução do caso concreto. Seguindo, o relatório de análise de impacto regulatório pode conter participação social que influencie a uma melhor alternativa para enfrentar o problema regulatório identificado e antes da elaboração de eventual minuta de ato normativo a ser editado. Veja que se trata de participação anterior a decisão a ser tomada. Ainda sobre a participação popular o decreto fez previsão sobre consultas e audiências públicas como forma de complementar a análise de impacto regulatório. Vejamos os dispositivos: Art. 9º Na hipótese de o órgão ou a entidade competente optar, após a conclusão da AIR, pela edição, alteração ou revogação de ato normativo para enfrentamento do problema regulatório identificado, o texto preliminar da proposta de ato normativo poderá ser objeto de consulta pública ou de consulta aos segmentos sociais diretamente afetados pela norma. (Vide Decreto nº 11.243, de 2022) Vigência (Vide Decreto nº 11.259, de 2022) Vigência Parágrafo único. A realização de consulta pública será obrigatória na hipótese do art. 9º da Lei nº 13.848, de 2019. (Vide Decreto nº 11.243, de 2022) Vigência Art. 10. O órgão ou a entidade competente poderá utilizar os meios e os canais que considerar adequados para realizar os procedimentos de participação social e de consulta pública de que tratam os art. 8º e 9º. Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput garantirão prazo para manifestação pública proporcional à complexidade do tema. Art. 11. A disponibilização do texto preliminar da proposta de ato normativo objeto de consulta pública ou de consulta aos segmentos sociais diretamente afetados não obriga a sua publicação ou condiciona o órgão ou a entidade a adotar os posicionamentos predominantes. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br ==13425b== 52 Sobre a análise de resultado regulatório – ARR, os órgãos e as entidades implementarão estratégias para integrar a ARR à atividade de elaboração normativa com vistas a, de forma isolada ou em conjunto, proceder à verificação dos efeitos obtidos pelos atos normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados. A ARR poderá ter caráter temático e ser realizada apenas quanto a partes específicas de um ou mais atos normativos. Ademais, os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, com competência para edição de atos normativos sujeitos à elaboração de AIR, deverão instituir agenda de ARR e nela incluirão, no mínimo, um ato normativo de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados de seu estoque regulatório. Logo, há a necessidade de instituição de uma agenda de resultados regulatórios que devem observar na escolha dos atos normativos, os seguintes critérios: 1) ampla repercussão na economia ou no País; 2) existência de problemas decorrentes da aplicação do referido ato normativo; 3) impacto significativo em organizações ou grupos específicos; 4) tratamento de matéria relevante para a agenda estratégica do órgão; ou 4) vigência há, no mínimo, cinco anos. Ainda sobre a agendade resultado regulatório, os órgãos e as entidades divulgarão, no primeiro ano de cada mandato presidencial, em seu sítio eletrônico, a agenda de ARR, que deverá ser concluída até o último ano daquele mandato e conter a relação de atos normativos submetidos à ARR, a justificativa para sua escolha e o seu cronograma para elaboração da ARR. Percebam que os atos normativos assim editados, agora, passam por uma análise de impacto regulatório de forma prévia e uma análise de resultado regulatório posterior, gerando um ambiente de segurança jurídica sobre o procedimento. O relatório constitui a peça final da análise de impacto regulatório, cabendo a autoridade competente prestar as informações sobre qual decisão foi tomada. Assim dispõe os arts. 14 e 15, do Decreto 10411/2020: Art. 14. Na hipótese de o órgão ou a entidade competente optar pela edição ou pela alteração de ato normativo como a alternativa mais adequada disponível ao enfrentamento do problema regulatório identificado, será registrado no relatório de AIR ou, na hipótese de que trata o § 1º do art. 4º, na nota técnica ou no documento equivalente, o prazo máximo para a sua verificação quanto à necessidade de atualização do estoque regulatório. Art. 15. A autoridade competente do órgão ou da entidade responsável pela elaboração do relatório de AIR deverá se manifestar quanto à sua adequação formal e aos objetivos pretendidos, de modo a demonstrar se a adoção das alternativas sugeridas, considerados os seus impactos estimados, é a mais adequada ao enfrentamento do problema regulatório identificado. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 53 § 1º O relatório de AIR tem o objetivo de subsidiar a tomada de decisão pela autoridade competente do órgão ou da entidade que o elabore. § 2º O relatório de AIR não vincula a tomada de decisão de que trata o § 1º e é facultado à autoridade competente do órgão ou da entidade decidir: I - pela adoção da alternativa ou da combinação de alternativas sugerida no relatório da AIR; II - pela necessidade de complementação da AIR; ou III - pela adoção de alternativa contrária àquela sugerida no relatório, inclusive quanto às opções de não ação ou de soluções não normativas. § 3º As decisões contrárias às alternativas sugeridas no relatório de AIR deverão ser fundamentadas pela autoridade competente do órgão ou da entidade. § 4º Concluído o procedimento de que trata este artigo ou, se for o caso, publicado o ato normativo de caráter geral, o relatório de AIR será publicado no sítio eletrônico do órgão ou da entidade competente, ressalvadas as informações com restrição de acesso nos termos da Lei nº 12.527, de 2011.. Dando sequência, obrigou a norma a publicidade pelas entidades a que estão sujeitas a divulgação em sítio eletrônico sobre os relatórios de análise de impacto regulatório, assim como a análise das informações e as manifestações recebidas no processo de consulta pública após a decisão final sobre a matéria. Vejamos os dispositivos: Art. 18. Os órgãos e as entidades manterão os seus relatórios de AIR disponíveis para consulta em seu sítio eletrônico e garantirão acesso fácil a sua localização e identificação de seu conteúdo ao público em geral, ressalvados aqueles com restrição de acesso nos termos do disposto na Lei nº 12.527, de 2011. Art. 19. O órgão ou a entidade disponibilizará em sítio eletrônico a análise das informações e as manifestações recebidas no processo de consulta pública após a decisão final sobre a matéria. Parágrafo único. O órgão ou entidade não está obrigado a comentar ou considerar individualmente as informações e manifestações recebidas e poderá agrupá-las por conexão ou eliminar as repetitivas e as de conteúdo não conexo ou irrelevante para a matéria em análise. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 54 Por último, duas regras devem ser observadas: 1) A inobservância do disposto no Decreto não constitui escusa válida para o descumprimento da norma editada e nem acarreta a invalidade da norma editada; 2) A obrigatoriedade de elaboração de AIR não se aplica às propostas de ato normativo que, na data de produção de efeitos do Decreto, já tenham sido submetidas à consulta pública ou a outro mecanismo de participação social. O que se está a dizer é que o ato normativo oriundo da administração direta e indireta deve ser cumprido, ainda que não observada a situação de análise de impacto regulatório, bem como que os atos normativos já publicados antes do decreto publicado permanecem válidos e devem ser cumpridos. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 55 ✔ Resumindo Análise de Impacto Regulatório: condição para alteração de atos normativos que tratem sobre o interesse geral de agentes econômicos ou de usuários de serviços prestados. A origem de tal concepção se deu com o efetivo surgimento da expressão custo regulatório, ou seja, determinadas atividades econômicas, a partir de uma regulação incisiva, passariam a se tornar efetivamente onerosas, fato que desaceleraria o estímulo a continuidade. Logo, a cada intervenção regulatória, caberia uma análise aprofundada sobre o real custo da edição de novos atos normativos técnicos. Custo Regulatório: Determinadas atividades econômicas, a partir de uma regulação incisiva, passariam a se tornar efetivamente onerosas, fato que desaceleraria o estímulo a continuidade. Logo, a cada intervenção regulatória, caberia uma análise aprofundada sobre o real custo da edição de novos atos normativos técnicos. Revisão Qualitativa Regulatória: Frise-se que na outra ponta há a chamada revisão qualitativa de regulação que busca manter os esforços do Estado Regulador, de forma a editar novos atos normativos substituindo algo que já estaria superado. Legislações: Decreto Lei de nº 4.657/42 (LINDB); 2) Lei de nº 13.848/2019 que trata sobre as agências reguladoras; 3) Lei de nº 13.874/2019 (Lei de Liberdade Econômica). Decreto 10.411/2020 Aplicabilidade: órgãos e às entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, quando da proposição de atos normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, no âmbito de suas competências. Propostas de atos formuladas por colegiados também deverá passar pelo instituto e que não se aplica o decreto as propostas de edição de decreto ou aos atos normativos a serem submetidos ao Congresso Nacional. Prosseguindo, por análise de impacto regulatório temos um procedimento, a partir da definição de problema regulatório, de avaliação prévia à edição dos atos normativos, que conterá informações e dados sobre os seus prováveis efeitos, para verificar a razoabilidade do impacto e subsidiar a tomada de decisão. O decreto trata das situações de ato normativo de baixo impacto, sendo elas as que: 1) não provoquem aumento expressivo de custos para os agentes econômicos ou para os usuários dos serviços prestados; 2) não provoque aumento expressivo de despesa orçamentária ou financeira; 3) não repercuta de forma substancial nas políticas públicas de saúde, de segurança, ambientais, econômicas ou sociais. Ponto importante é que a análise de impacto regulatório é um procedimento e como tal possui elementos que os compõe: 1) Avaliação de Resultado Regulatório; 2) Custos Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 56 Regulatórios; 3)Relatório de Análise de Impacto Regulatório; 4) Atualização do estoque regulatório. Gravar as situações de dispensa! Por último, duas regras devem ser observadas: 1) A inobservância do disposto no Decreto não constitui escusa válida para o descumprimento da norma editada e nem acarreta a invalidade da norma editada; 2) A obrigatoriedade de elaboração de AIR não se aplica às propostas de ato normativo que, na data de produção de efeitos do Decreto, já tenham sido submetidas à consulta pública ou a outro mecanismo de participação social. O que se está a dizer é que o ato normativo oriundo da administração direta e indireta deve ser cumprido, ainda que não observada a situação de análise de impacto regulatório, bem como que os atos normativos já publicados antes do decreto publicado permanecem válidos e devem ser cumpridos Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 57 QUESTÕES COMENTADAS 1. (FGV - SENADO – 2022) 2022 Imagine que a Agência Reguladora Federal Alfa foi cooptada pelo setor empresarial regulado, diante do forte poderio econômico das empresas atuantes no mercado. Assim, a Agência Alfa acabou por abandonar a atuação imparcial e técnica que deveria ter e passou a operar em benefício dos próprios regulados, servindo de instrumento para proteção e benefício de interesses setoriais que deveriam ser fiscalizados. Essa situação hipotética é tratada pela doutrina de Direito Administrativo como teoria a) dos motivos determinantes. b) do risco administrativo. c) da captura. d) da aparência. e) do fato consumado. Comentários: Pela teoria da captura o ente regulador passa a ser capturado pelos regulados ou pelo governo central, com a satisfação dos interesses dos grupos econômicos regulados em detrimento dos consumidores. Há o risco potencial de captura dos interesses (teoria da captura) pelos grupos economicamente mais fortes e politicamente mais influentes, em detrimento de consumidores e usuários de serviços públicos regulados. Gabarito: C 2. (FGV - SEFAZ BA – 2021) As agências reguladoras têm como características a autonomia funcional, decisória, financeira e administrativa. Apesar das prerrogativas previstas em lei, elas devem seguir algumas regras específicas. Assinale a opção que indica uma dessas regras. a) A elaboração de plano estratégico bienal, em consonância com as diretrizes decorrentes da subordinação hierárquica perante o ministério supervisor. b) A contratação de dirigentes por meio de procedimento idôneo e formal, respeitada arguição pública no Senado Federal, além de mandato fixo destituível apenas por condenação judicial transitada em julgado. c) A adoção de práticas de gestão de riscos e controles internos, bem como elaboração de programa de integridade visando o combate a fraudes e atos de corrupção. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 58 d) A qualificação como agência reguladora recebida por ministro da justiça, por ato vinculado, desde que apresentado plano de reestruturação e desenvolvimento para a melhoria da gestão. e) O estabelecimento de conselho fiscal e administração com composição paritária, constituído por agentes públicos e membros da sociedade civil, vedada remuneração. Comentários: De acordo com a Lei nº 13.848/2019, as agências reguladoras deverão adotar práticas de gestão de riscos e controles internos, bem como elaboração de programa de integridade visando o combate a fraudes e atos de corrupção. Vejamos: “Art. 2º. § 3º As agências reguladoras devem adotar práticas de gestão de riscos e de controle interno e elaborar e divulgar programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção”.. Gabarito: C 3. (FGV – TCU – 2021) As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desestatização, para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei, com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades. Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa, se classifica como: a) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu controle externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União; b) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vinculação orçamentária e financeira junto à c) autarquia territorial nacional, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio da Controladoria Geral da União; d) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério Público Federal, mediante o velamento de fundações; Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 59 e) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, possuindo autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com auxílio da Defensoria Pública da União. Comentários: A questão aborda a natureza jurídica das Agências Reguladoras, em especial a Lei Federal nº 13.848/2019. Primeiramente, diz o parágrafo único do artigo 2º da Lei: Art. 2º Consideram-se agências reguladoras, para os fins desta Lei e para os fins da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000 (...) Parágrafo único. Ressalvado o que dispuser a legislação específica, aplica-se o disposto nesta Lei às autarquias especiais caracterizadas, nos termos desta Lei, como agências reguladoras e criadas a partir de sua vigência. A Lei continua no seu artigo 3º: Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. Por fim, destaca-se o artigo 14: Art. 14. O controle externo das agências reguladoras será exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União. Gabarito: A 4. (Prefeitura Municipal de Salvador – FGV – 2019) No que concerne às Agências Reguladoras, importantes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços de determinados setores econômicos, assinale a afirmativa incorreta. a) As agências devem ter necessariamentepersonalidade jurídica de direito público, dotadas de independência administrativa e autonomia financeira. b) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, sendo estritamente vedada a possibilidade de exoneração ad nutum. c) As agências são autarquias ou fundações públicas que celebraram contrato de gestão com o Poder Público. d) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, no entanto, agir conforme suas finalidades específicas. e) As agências podem existir tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, desde que criadas por lei. Comentários: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 60 Segundo o art. 51 da Lei Federal nº 9.649/98, autarquias e fundações que celebraram contrato de gestão com o Poder Público são as agências executivas, e não reguladoras: Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor. Gabarito: C 5. (Prefeitura Municipal de Niterói – FGV – 2018) No processo de reestruturação do Estado, ocorrido no século passado, alguns serviços que eram exercidos pela administração pública foram transferidos para o setor privado. Com o intuito de regular essas atividades, objetivando garantir um padrão de qualidade, foram criadas as agências reguladoras para essa função. Em relação a essas agências e ao seu funcionamento, assinale a afirmativa correta. a) Possuem uma função meramente consultiva, não possuindo qualquer poder normativo. b) São dependentes e subordinadas ao Poder Legislativo, atuando em consonância com suas orientações. c) São instituídas por meio de contratos de gestão, podendo perder a qualificação caso ajam em desacordo com as normas previstas. d) Podem receber esse status apenas as autarquias enquadradas como agências executivas. e) Podem ser criadas no âmbito das três esferas do governo. Comentários: As Agências Reguladoras podem ser criadas por lei por QUALQUER ente federativo. Alguns Estados e Municípios podem ter suas Agências Reguladoras para regulamentar serviços locais que foram delegados para os particulares, como transporte e telecomunicações.. Gabarito: E 6. (MP-AL – FGV – 2018) As agências reguladoras são entidades criadas com o objetivo de fiscalizar e regular atividades de serviços público delegados à empresas privadas. Acerca da forma de criação das agências reguladoras, é correto afirmar que são criadas por a) descentralização. b) desconcentração. c) por permissão. d) por autorização. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 61 e) por concessão. Comentários: A criação das agências reguladores é um processo de descentralização, uma vez que as agências reguladoras são pessoas jurídicas de direito público interno, normalmente constituídas sob a forma de autarquia especial ou outro ente da administração indireta, cuja finalidade é regular e/ou fiscalizar a atividade de determinado setor da economia de um país. Os entes da administração indireta (autarquias, fundações, associações civis, sociedades de economia mista e empresas públicas) são decorrentes da descentralização. A descentralização é a transferência da prestação do serviço a ente da administração a Indireta ou para o particular. Há transferência para pessoa jurídica, que não fica subordinada à administração uma vez que inexiste hierarquia nessa relação. A administração direta exerce o controle ministerial/finalístico sobre o serviço descentralizado. Gabarito: A 7. (TJBA – FGV – 2014) Município e Estado, por meio de suas equipes técnicas das áreas de defesa do consumidor e de meio ambiente, realizaram fiscalização conjunta em determinado posto de combustível. As equipes verificaram a existência de diversas irregularidades, como danos ambientais por contaminação do solo, em razão de vazamento de óleo diesel, e danos ao consumidor por exposição à venda de combustível adulterado. Observado o devido processo legal, foram aplicadas as sanções administrativas cabíveis e comunicado o fato aos órgãos competentes para as demais providências legais. O poder administrativo que viabilizou a fiscalização em tela é o poder: a) normativo; b) disciplinar; c) regulador; d) sancionador; e) de polícia. Comentários: O Poder de Polícia decorre da Supremacia Geral da Administração Pública e da Supremacia do interesse público sobre o privado. Esse poder aplica-se a TODOS PARTICULARES, sem necessidade de vínculo especial. Dessa forma, por meio desse poder, a Administração privilegia o interesse coletivo em detrimento do privado, podendo restringir direitos e liberdades individuais. Logo, a fiscalização realizada no Posto de gasolina pelo Município e Estado caracteriza poder de polícia.. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 62 Gabarito: E 8. (TJAM – FGV – 2013) A administração pública possui dentro de sua estrutura várias pessoas jurídicas que se sujeitam a diferentes regimes jurídicos. Assinale a alternativa que contém uma pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública. a) Corporações públicas. b) Empresas públicas. c) Agências reguladoras. d) Autarquia fundacional. e) Autarquias de regime especial. Comentários: A única pessoa jurídica de direito privado constante das alternativas é a empresa pública valendo lembrar que as demais detém personalidade jurídica de direito público. Gabarito: B 9. (SENADO FEDERAL – FGV – 2008) Assinale a afirmativa incorreta. a) Empresas públicas são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado. b) As agências reguladoras foram criadas sob a forma de autarquias de regime especial. c) Os Ministérios são órgãos públicos e, portanto, destituídos de personalidade jurídica. d) Municípios não podem instituir sociedades de economia mista. e) Os processos que envolvam sociedades de economia mista federais são processados e julgados, em regra, na Justiça Estadual. Comentários: É sim possível a constituição por municípios de sociedades de economia mista, pessoas jurídicas de direito privado para prestação de atividades econômicas em sentido estrito ou prestação de serviços públicos. Gabarito: D 10. (PC – RO – CEBRASPE – 2022) Em relação a sua natureza jurídica, as agências reguladoras classificam-se como: a) órgãos da administração direta. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 63 b) fundações públicas. c) autarquias estaduais. d) fundações privadas. e) autarquias em regime especial. Comentários: As agências reguladoras são autarquias especiais, criadas por lei, que têm por objetivo normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação de serviços privados de interesse público, inseridos no campo da atividade econômica. Assim, as agências reguladoras são autarquias sob regime especial, uma vez que possuem algumas características distintivas das demais autarquias, concedendo-lhes maior autonomia em relação ao ente instituidor. Importante destacar que, de acordo com a Lei 13.848/19: Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentese estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. Gabarito: E 11. (TCEPB – 2022- CEBRASPE) Julgue o item que se segue, a respeito de temas contemporâneos da gestão pública brasileira. Agências reguladoras são exemplos de fundações públicas de direito privado. Certo. Errado. Comentários: As agências reguladoras são pessoas jurídicas de direito público, instituídas como autarquias sob regime especial, integrantes da administração indireta, com a função de regular um setor específico de atividade econômica ou um determinado serviço público, ou de intervir em certas relações jurídicas decorrentes dessas atividades. Gabarito: ERRADO 12. (SEFAZ-CE – 2021 – CEBRASPE) legislação pertinente e o entendimento do Supremo Tribunal Federal. As agências reguladoras exercem o poder normativo em ampla delegação do Poder Legislativo, podendo, no exercício dos seus misteres, inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações para o setor regulado. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 64 Certo. Errado. Comentários: A questão trata da organização político administrativa, especificamente sobre as agências reguladoras. Para responder à questão, era necessário o conhecimento de que o poder normativo concedido às agências reguladoras não pode extrapolar os limites da lei. Assim, depreende-se que a questão está errada, uma vez que as agências reguladoras exercem o poder normativo, mas não podem, no exercício dos seus misteres, inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações para o setor regulado. Gabarito: ERRADO 13. (MPAP – CEBRASPE – 2021) Assinale a opção que apresenta autarquias especiais que são criadas por lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo, cujos diretores por ele são nomeados após aprovação, em regra, pelo Poder Legislativo e que realizam, entre outras, as funções de fiscalização de serviços públicos concedidos à iniciativa privada. a) agências executivas b) fundações públicas c) fundações autárquicas d) agências reguladoras e) consórcios públicos Comentários: As agências reguladoras são autarquias especiais que são criadas por lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo, cujos diretores por ele são nomeados após aprovação, em regra, pelo Poder Legislativo e que realizam, entre outras, as funções de fiscalização de serviços públicos concedidos à iniciativa privada.. Gabarito: D 14. (CGE-CE – CEBRASPE – 2021) No Brasil, as agências reguladoras desenvolvem, entre outras, a atividade de impor limitações administrativas previstas em lei, além de fiscalizar e, se necessário, repreender atividades que sejam consideradas incompatíveis com o bem-estar social. Tais atribuições das agências reguladoras são exemplos de a) fomento a atividades privadas. b) uso do poder de polícia. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 65 c) fiscalização de atividades econômicas. d) normatização para exercício de atividade. e) concessão de serviços públicos. Comentários: O Poder de Polícia decorre da Supremacia Geral da Administração Pública e da Supremacia do interesse público sobre o privado. Esse poder aplica-se a TODOS PARTICULARES, sem necessidade de vínculo especial. Dessa forma, por meio desse poder, a Administração privilegia o interesse coletivo em detrimento do privado, podendo restringir direitos e liberdades individuais. Gabarito: B 15. (SEFAZ-RS – CEBRASPE - 2021) As agências reguladoras possuem a) poder normativo técnico, que consiste na possibilidade de editar atos regulamentares, desde que não criem obrigação nova. b) autonomia decisória, com a possibilidade de recursos hierárquicos próprios e impróprios. c) independência administrativa, mas são submetidas a supervisão ministerial. d) responsabilidade civil subjetiva com culpa presumida. e) regime especial de autarquias, mas também podem constituir-se em fundações de direito público. Comentários: Afirma a alternativa: "independência administrativa, mas são submetidas a supervisão ministerial". A supervisão ministerial ocorre entre a Administração Direta e as respectivas entidades da Administração Indireta, de maneira a garantir que estas atuem dentro dos limites da lei. Logo, assim como todas as entidades, as agências reguladoras possuem autonomia administrativa, mas estão sujeitas à supervisão ministerial.. Gabarito: C 16. Questão Inédita. Os bens públicos das agências reguladoras possuem os atributos da imprescritibilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade. Certo. Errado. Comentários: As agências reguladoras apresentam os mesmos atributos jurídicos das autarquias, sendo consideradas pela doutrina como autarquias em regime especial. Vale dizer que os bens das Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 66 autarquias são considerados bens públicos, vez que são de titularidade de uma pessoa jurídica de direito público (a autarquia, no caso). Os atributos dos bens públicos são os seguintes: inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade e não onerabilidade. Portanto, o regime de bens públicos aplicável às autarquias vale também para os bens das agências reguladoras. Gabarito: C 17. Questão Inédita. Dentro da organização administrativa brasileira, notamos a existência das agências reguladoras. Elas são definidas como autarquias em regime especial, uma vez que, além de possuírem todas as características das autarquias, possuem algumas particularidades em seu regime jurídico. Sobre essas entidades, assinale a alternativa correta: a) A Constituição Federal de 1988 não faz alusão a nenhum órgão regulador equiparável às agências reguladoras atualmente existentes. b) A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é um exemplo de agência reguladora. c) Uma de suas particularidades diz respeito aos dirigentes, que possuem mandatos fixos. d) As agências reguladoras não têm autonomia decisória e funcional, já que estão sujeitas à supervisão ministerial. e) Não há agências reguladoras que exercem poder de polícia, mas apenas aquelas que fiscalizam e disciplinam os serviços públicos concedidos. Comentários: A existência de mandato fixo (investidura a termo) vem a ser uma das características mais notáveis das agências reguladoras. Significa dizer que os dirigentes não ocupam cargos ad nutum, ou seja, não podem ser exonerados a qualquer tempo pelo Chefe do Poder Executivo. Eles possuem mandatos estáveis. Isso pode ser extraído do art. 3º da Lei Federal nº 13.848/19: Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. Gabarito: C 18. Questão Inédita. Uma agência reguladora, buscando completar a regulamentação legal, emitiu ato disciplinando normas de caráter eminentemente técnico sobre questões específicas de sua área de regulação. Com base nessa situação, podemos afirmar que o ato é: a) ilegal, visto que somente o Chefe do Executivo pode dispor sobre o assunto. b) legal, sendo exemplo de um decreto regulamentar. c) ilegal, pois a Constituição Federal exige a edição de lei para tratar do assunto. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital)www.estrategiaconcursos.com.br 67 d) legal, sendo aplicação do poder de polícia. e) legal, constituindo-se em regulamento autorizado. Comentários: A situação descrita na questão é exemplo de regulamento autorizado/delegado. Esse tipo de regulamento tem como objetivo suprir um vazio na lei deixado de forma intencional pelo legislador. Funciona da seguinte forma: o legislador irá dispor sobre as linhas gerais do tema, definindo diretrizes e autorizará, na própria lei, o Poder Executivo e disciplinar os assuntos não regulados na lei. É bastante comum a edição de regulamentos autorizados em matérias estritamente técnicas. Nesse caso, o legislador atribui aos órgãos técnicos do Poder Executivo a competência para disciplinar aspectos técnicos que não seriam atendidos pela capacidade do legislador, dada a especialização da matéria. Por meio do regulamento autorizado opera-se a chamada “deslegalização”. Gabarito: E 19. (ALSP – VUNESP – 2022) A respeito das Agências Reguladoras, de acordo com a legislação e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta. a) As propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos poderão ser precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório, cujos requisitos mínimos devem estar previstos na lei que instituiu a respectiva agência reguladora. b) A agência reguladora deverá implementar, em cada biênio, plano de comunicação voltado à divulgação, com caráter informativo e educativo, de suas atividades e dos direitos dos usuários perante a agência reguladora e as empresas que compõem o setor regulado. c) O movimento de constituição de agências reguladoras, no Brasil, deu-se no mesmo contexto histórico de formação das agências reguladoras norte-americanas, pois, em ambos os casos, a criação dessas entidades se deu com o objetivo de ampliar o controle do Estado sobre o domínio econômico. d) Em matérias de ordem técnica, o Poder Judiciário possui um dever de deferência em relação às decisões técnicas adotadas por entidades reguladoras. e) Os reajustes tarifários, definidos por agências reguladoras, devem ter como limite os índices oficiais de inflação. Comentários: No caso, trata-se da adoção da doutrina chenery a qual prevê que deve o poder judiciário se afastar do exame de questões técnicas que não possui expertise para tanto. Gabarito: D Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 68 20. (CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO LIMPO – VUNESP – 2018) Com o Programa Nacional de Desestatização e com o objetivo de reduzir o déficit público, passou-se à iniciativa privada atividades que eram dispendiosas para o Estado, transferindo a prestação de serviços a entidades privadas, com a intenção de reduzir gastos e buscar uma maior eficiência na execução das atividades, criando-se então, as a) autarquias profissionais. b) autarquias territoriais. c) fundações públicas. d) empresas públicas. e) agências reguladoras. Comentários: Paralelamente ao Programa Nacional de Desestatização, o Brasil se viu na obrigação de fortalecer e aprimorar o setor de regulação - por transferir ao setor privado determinadas prestações de serviços públicos, seria ainda necessária uma intervenção estatal mesmo que ainda de modo indireto - e, para tanto, criou as chamadas Agências Reguladoras que são uma das várias espécies de autarquias: as chamadas autarquias especiais, que atuam sob regime jurídico especial, com privilégios específicos bem como maior autonomia. Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANTT, etc.. Gabarito: E 21. (CÂMARA MUNICIPAL DE DE ITAQUAQUECETUBA (SP)– VUNESP – 2018) Assinale a alternativa correta a respeito das agências reguladoras. a) Possuem personalidade jurídica de direito privado. b) São entidades integrantes da Administração Pública Direta, vinculadas aos Ministérios Federais. c) Podem ser criadas em âmbitos Estadual e Federal, exceto Municipal. d) Seus dirigentes ocupam cargo em comissão por prazo indeterminado. e) A elas é atribuído o poder de arbitragem para compor conflitos que ocorram na sua esfera de atuação. Comentários: As agências reguladoras, sendo criadas como autarquias com regime especial, sujeitam-se às normas constitucionais que disciplinam esse tipo de entidade e, portanto, conforme dispõe o art. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 69 1º, § 1º da Lei 9307/96, que trata sobre a arbitragem, poderá ela utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Gabarito: E 22. (TJ (SP)– VUNESP – 2017) Sobre as agências reguladoras, é correto afirmar: a) embora possuam natureza jurídica de autarquia, são dotadas de regime especial, consistente em alto grau de autonomia, mandado fixo e estabilidade de seus dirigentes e poder de regulação mediante a edição de normas gerais e abstratas de natureza infralegal, em matérias de suas competências, e subordinada ao princípio da legalidade. b) possuem natureza jurídica de autarquia – o que impõe criação e extinção por lei – e desenvolvem, sob regime jurídico de direito público, atividades próprias do Estado e com certa autonomia em relação à administração central, não diferindo, portanto, de suas congêneres. c) por sua conformação constitucional distinta, não se subordinam ao modelo das autarquias, uma vez que possuem alto grau de autonomia que se expressa no mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e, no poder normativo, com possibilidade de inovar na ordem jurídica com edição de normas abstratas e gerais nas matérias de suas competências. d) são dotadas de autonomia administrativa e financeira e hierárquica em relação à Administração Direta, como os demais entes autárquicos, mas dotadas de regime especial que se expressa na previsão de mandatos fixos e estabilidade de seus dirigentes. Comentários: A questão exige conhecimento sobre as características definidores das Agências Reguladoras. As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, uma vez que possuem algumas características distintivas das demais autarquias, concedendo-lhes maior autonomia em relação ao ente instituidor. Para isso, uma de suas características mais importantes das agências reguladoras se refere ao mandato fixo de seus membros, conforme prazo disposto na Lei Geral das Agências Reguladoras. Assim, a aprovação e exoneração dos diretores não é flexível como nas demais autarquias, permitindo que eles atuem com maior autonomia em relação ao Chefe do Poder Executivo. Ainda, uma autarquia somente será considerada uma agência reguladora, quando possuírem competências regulatórias em um setor específico. Assim, exercem a regulação também pela a edição de normas gerais e abstratas de natureza infralegal, em matérias de suas competências, e subordinada ao princípio da legalidade.. Gabarito: A 23. (CAMARA MUNICIPAL DE SUMARE VUNESP – 2017) Suponha-se que o Prefeito de Sumaré submeta à Câmara Municipal projeto de lei visando instituir uma agência reguladora cuja competência seja fiscalizar os serviços prestados por concessionárias Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 70 de serviços públicos no âmbito da Municipalidade. O Presidente da Câmara, buscando obter subsídios para os debates do projeto na Casa, convida Procurador da Câmara para discutir o assunto. Considerando o instituto das agências reguladoras no sistema brasileiro, é correto o Procurador afirmar que a) a lei pode atribuir a competência para a agência resolver conflito entre os atores do setor regulado. b) a agência deverá se submeter aoInformativa; 5) Poderio e Desequilíbrio de Mercado. Começando pela deficiência na concorrência temos uma situação em que determinado nicho de mercado não está oferecendo condições favoráveis a uma disputa saudável, seja pela dominação por parte de um agente econômico seja por outras razões de ordem externa, prejudicando a livre disputa e consequentemente o consumo, cabendo ao Estado intervir de forma repressiva a determinadas condutas praticadas. Na deficiência da concorrência fica evidente que o ciclo de produção assim como o ciclo de consumo está prejudicado, de forma a trazer prejuízo aos interesses coletivos. Em relação à deficiência na distribuição de bens essenciais temos um prejuízo direto ao ciclo econômico que se inicia desde a produção e finaliza com o consumo. Um exemplo clássico foi a greve dos caminhoneiros em que o ciclo econômico fora interrompido gerando deficiência na distribuição de bens essenciais. Nesse caso, cabe ao Estado intervir de forma repressiva aplicando multas específicas para garantia do mínimo existencial da sociedade, como bem decidido e autorizado pelo STF na ADPF 519 quando da paralisação das rodovias no país. Seguindo, temos a situação de externalidades negativas que nada mais são do que práticas de mercado realizadas pelos agentes econômicos, consequências sobre a coletividade, tal como, a degradação ambiental. Há efetivo dano ao bem-estar social que devem ser evitadas a qualquer custo e repreendidas pelo Estado através de seu Poder de Polícia inerente à atividade regulatória. Dando sequência, temos a situação de assimetria informativa, que nada mais é do que o desconhecimento do consumidor ou do Estado de como determinado mercado opera ou ainda quando se detém informações assimétricas sobre o que está sendo comercializado, fato que facilita a prática de condutas abusivas. Por último temos a situação de poderio e desequilíbrio de mercado que aliado a uma das falhas de mercado acima gere repercussão negativa para sociedade, gerando inúmeros prejuízos. Uma vez consideradas as falhas de mercado, deve-se ter em mente que a função regulatória do Estado apenas se dá quando determinado mercado não é capaz de autorregular-se, ou seja, garantir um desenvolvimento econômico saudável em um nicho de economia em que há respeito à concorrência. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 6 Ademais, considerando o texto constitucional, cabe também o respeito às políticas públicas ali previstas, de forma a não existir qualquer tipo de incongruência ou falha de mercado. É que a regra deveria ser a intervenção no campo regulatório de forma repressiva, ou seja, desde que presente qualquer falha de mercado e não na situação preventiva, quando mesmo ausente qualquer falha de mercado, busca o Estado regular tal nicho econômico. Sobre a temática há uma divisão clara a depender do sistema político de cada nação entre autorregulação e heterorregulação ou também denominada de regulação pública. Na autorregulação temos o próprio mercado garantindo o respeito aos princípios estipulados no texto constitucional, mais especificamente sobre o capítulo que trata da ordem econômica. Nessa situação, toda a condução de cada nicho econômico é independente e se dá pelo uso de mecanismos de mercado praticados pelos próprios agentes econômicos. Não há aqui qualquer intervenção estatal já que o mercado é autônomo. Ok, Professor! Mas, que tal um exemplo? Um exemplo sobre autorregulação é justamente o mercado de competições esportivas em que a regulação se dá pelos próprios agentes de mercado. Veja, por exemplo, no futebol. Para que uma competição aconteça, há alguma interferência estatal? Via de regra a resposta é negativa. Tá bom professor. Gostei do exemplo. Mas em nenhum momento o Estado atuaria? Nesse tipo de regulação a atuação do Estado só se dá na análise das práticas de mercado que efetivamente tragam prejuízo à coletividade, como, por exemplo, atos que limitam a concorrência. Concernente à heterorregulação ou regulação pública temos a situação da efetiva atuação do Estado no campo econômico, garantindo os postulados constitucionais da ordem econômica. Aqui, no caso brasileiro, a regulação se dá por Agências Reguladoras, autarquias em regime especial, com poderes específicos para regular o mercado. A opção por agências reguladoras se deu em razão da técnica que deve ser observada nos nichos econômicos, considerando que a depender da matéria se torna impossível o legislador deter tal expertise, motivo pelo qual trabalhamos hoje com um poder normativo técnico oriundo do princípio da deslegalização, ou seja, confere-se a tais pessoas o poder de edição de normativas técnicas acerca de determinada matéria, considerando o nicho econômico em que regulam. E é dentro desse contexto que surge a análise da concorrência buscando garantir a eficiência e a justiça nos mercados. O que se pretende aqui é avaliar as estruturas de mercado, condutas das empresas e seus resultados, buscando identificar práticas que possam prejudicar a concorrência e o bem-estar do consumidor. Dentro desse contexto que surge a necessidade de regulação. Ainda nesse contexto de análise de concorrência que surge a Lei de nº 12.529/2011 com foco em três pilares principais: 1) Análise das infrações à ordem econômica; 2) Controle dos atos de concentração; 3) Promoção da cultura da concorrência. Por fim, vale dizer que o objetivo principal é a garantia a coletividade de um sistema concorrencial mais justo e garantidor dos princípios da ordem econômica. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 7 Teoria do Agente Principal e Teoria Econômica da Regulação Um dos trabalhos mais importantes de Teoria de Agência, que descreveu inicialmente suas bases conceituais, foi desenvolvido por Jensen e Meckling em 1976. A relação entre os agentes para os autores decorre de um suposto “contrato” estabelecido entre um indivíduo (ou grupo de indivíduos), denominado de principal, e outro indivíduo (ou grupo de indivíduos), conhecido por agente. Neste compromisso, o principal delega ao agente alguma autoridade para realizar atividades e tomar decisões de seu interesse. Toda vez que um indivíduo (agente) é contratado para executar funções e tomar decisões em benefício de outro (ou outros), conhecido por principal, tem-se estabelecida a relação de agência. Os agentes recebem remuneração do principal para tomar decisões que venham de encontro aos seus interesses. A Teoria de Agência é importante pela contribuição que oferece em explicar a relação contratual presente entre os principais e agentes, os conflitos que surgem entre as partes, e os custos decorrentes que causam perda de valor para a empresa. No conflito de agentes acionistas e administradores, os acionistas são identificados como os proprietários, aqueles que detêm o poder de mando da sociedade (os recursos econômicos); os administradores são os seus agentes. O fundamento da teoria de agência decorre da celebração de um contrato (relacionamento de agência) em que o principal contrata outra pessoa, o agente, para desenvolver determinados serviços e que envolva decisões e delegação de autoridade para o agente. Nessa relação de agência, o principal espera que o agente tome decisões que atendam seus interesses. O principal procura sempre maximizar sua função de utilidade. No entanto, as visões de negócios e riscos dos agentes nem sempre são coincidentes, podendo assumir diferentes objetivos e atitudes perante as diversas decisões empresariais. Ocorrendo pontos de discordância ou objetivos divergentes entre as partes (principal e agente), tem-se o que se denomina de conflito de agentes. No ambiente da empresacontrole hierárquico do Poder Executivo, em respeito ao princípio democrático. c) a agência somente pode ser constituída caso haja expressa permissão no texto da Lei Orgânica. d) é vedada a instituição de taxas regulatórias em favor da agência, uma vez que a sua autonomia acentuada em face do Poder Executivo não é recomendável. e) as agências adotam, no Brasil, a estrutura de pessoas jurídicas de direito privado ante a necessidade de flexibilidade para regular os setores. Comentários: Os Municípios podem criar suas próprias agências reguladoras, a fim de regular, controlar e fiscalizar o setor econômico, e dirimir conflitos neste.. Gabarito: A 24. (TRT PARANÁ - FCC – 2022) Ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira, investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos. A descrição acima corresponde às características legais das a) empresas públicas. b) fundações governamentais de direito privado. c) agências executivas. d) sociedades de economia mista. e) agências reguladoras. Comentários: Uma vez que a legislação que dispõe sobre as agências reguladoras traz justamente tais característica, nos termos do art. 3º da Lei nº 13.848/19: Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 71 dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. Já as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado são pessoas jurídicas de direito privado da administração indireta e possuem sim a tutela ministerial oriunda da vinculação, mas com ausência de hierarquia. Por sua vez, as agências executivas nada mais são do que autarquias ou fundações públicas que firmam contrato de gestão com o ministério supervisor, não sendo uma entidade específica mas sim uma qualificação concedida com a finalidade de uma maior eficiência, entretanto com autonomia mais restrita do que ocorre com as agências reguladoras. Gabarito: E 25. (FGV – EPE – 2024) A regulação econômica consiste na atuação indireta do Estado na economia, por meio de atos jurídico‐públicos, traduzida na supervisão, orientação e fiscalização dos agentes econômicos dos setores público, privado e cooperativo, de modo a garantir o equilíbrio do mercado e evitar impactos socialmente negativos na coletividade. Sobre as agências reguladoras, analise as afirmativas a seguir I. As agências reguladoras surgiram com o propósito de monitorar as atividades do setor privado no exercício de serviços públicos, sendo órgãos imprescindíveis no processo de descentralização patrocinado pelo Estado. II. As agências reguladoras produzem regras e normas que imputam custos às unidades reguladas, atraindo, complementando ou contrariando interesses privados e públicos. III. A agência reguladora é uma autarquia de regime especial criada por lei, com estrutura colegiada, caracterizada pelo poder de normatização dos serviços públicos apresentando uma maior independência técnica. A agência reguladora é subordinada hierarquicamente ao ente estatal que a criou, o qual exerce controle legal de correção finalística. Está correto o que se afirma em A) I, apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Comentários: Vamos analisar as afirmativas: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 72 I. Correta. As agências reguladoras realmente surgiram para monitorar e regular as atividades do setor privado em relação aos serviços públicos, especialmente no contexto da descentralização do Estado. II. Correta. As agências reguladoras, de fato, criam regras e normas que podem gerar custos para as unidades reguladas e, portanto, podem afetar tanto interesses privados quanto públicos. III. Incorreta. Embora as agências reguladoras sejam autarquias de regime especial e possuam uma certa independência técnica, a afirmação de que são "subordinadas hierarquicamente ao ente estatal que a criou" não é completamente precisa. As agências possuem uma autonomia em relação ao ente que as criou, embora existam mecanismos de controle e supervisão. Com isso, a análise fica assim: I: Correta II: Correta III: Incorreta Portanto, a resposta correta é B) I e II, apenas. Gabarito: B 26. (FGV – CAMARA DE FORTALEZA – 2024) As agências reguladoras são estruturas criadas pela Administração Pública destinadas a fiscalizar a execução de setores estratégicos e serviços públicos transferidos para a iniciativa privada. Com relação às agências reguladoras, é correto afirmar que A) seus dirigentes devem possuir estabilidade no cargo, dependendo de aprovação legislativa prévia para a sua investidura. B) seus funcionários devem seguir o regime de trabalho celetista, ainda que sejam contratados por meio de concurso público. C) devido ao vínculo de subordinação ao ministério instituidor, não gozam de autonomia administrativa ou financeira. D) devem ser previamente qualificadas pelo chefe do Poder Executivo, por meio de contrato de gestão, podendo, a qualquer tempo, perder a qualificação por irregularidades. E) são criadas por decreto presidencial, sendo regidas por normas do direito privado, em função possuírem personalidade jurídica própria. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 73 Comentários: A questão exige conhecimento sobre a denominada autonomia administrativa. No caso, a assertiva correta é a letra A que informa sobre a estabilidade com aprovação, por exemplo, do Senado Federal. Gabarito: A 27. (FGV – CAMARA DOS DEPUTADOS – 2024) Em matéria de organização administrativa da administração pública federal, considere as informações abaixo: A pessoa jurídica Alfa desenvolve atividade típica de estado, foi criada por lei, lhe sendo conferidos poderes normativos, seus dirigentes possuem mandato certo, possui privilégios processuais e fiscais; A pessoa jurídica Beta é sociedade limitada, teve sua criação autorizada por lei, possui capital unicamente público e explora atividade econômica, em regime não concorrencial. A pessoa jurídica Gama, sociedade anônima, teve sua criação autorizada por lei, possui capital misto, com a maioria do capital votante nas mãos do poder público e presta serviço público mediante delegação estatal. A pessoa jurídica Delta foi criada por lei e celebrou contrato de gestão com o Ministério supervisor, adquirindo vantagens especiais e, em troca, se comprometendo a cumprir plano de reestruturação definido no próprio contrato de gestão para se tornar mais eficiente. Nesse sentido, é possível dizer que as pessoas jurídicas acima mencionadas são respectivamente: A) agência reguladora, empresa pública, sociedade de economia mista e agência executiva; B) empresa pública, agência reguladora, agência executiva e sociedade de economia mista; C) sociedade de economia mista, agência executiva, empresa púbica e agência reguladora; D) agência reguladora, agência executiva, sociedade de economia mista e empresa pública; E) organização da sociedade civil, autarquia profissional, empresa pública e sociedade de economia mista. Comentários: Visando o aprendizado do aluno, vamos à análise pormenorizada de cada uma das assertivas: (i) A pessoa jurídicaAlfa desenvolve atividade típica de estado, foi criada por lei, lhe sendo conferidos poderes normativos, seus dirigentes possuem mandato certo, possui privilégios processuais e fiscais; Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 74 Pois bem, alunos, a primeira assertiva citou as características das agências reguladoras que, conforme dispõe o art. 3º da Lei n. 13.848/19, são autarquias criadas sob o regime especial "caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos [...]". Em regra, as agências reguladoras possuem as seguintes funções: a) edição de normas; b) implementação concreta das referidas normas; c) fiscalização do cumprimento das normas; d) Aplicação de sanções; e e) Solução de conflitos. (ii) A pessoa jurídica Beta é sociedade limitada, teve sua criação autorizada por lei, possui capital unicamente público e explora atividade econômica, em regime não concorrencial. As informações trazidas pela assertiva nos remete ao conceito de empresa pública que, segundo dispõe o art. 3º da Lei n. 13.303/2016 pode ser definida como sendo "a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios." (iii) A pessoa jurídica Gama, sociedade anônima, teve sua criação autorizada por lei, possui capital misto, com a maioria do capital votante nas mãos do poder público e presta serviço público mediante delegação estatal. Por sua vez, a pessoa jurídica Gama é uma sociedade de economia mista, que possui definição legal prevista no art. 4º da Lei n. 13.303/16, veja: "Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta." (iv) A pessoa jurídica Delta foi criada por lei e celebrou contrato de gestão com o Ministério supervisor, adquirindo vantagens especiais e, em troca, se comprometendo a cumprir plano de reestruturação definido no próprio contrato de gestão para se tornar mais eficiente. Por fim, a assertiva IV trouxe as características das agências executivas, que, assim como as agências reguladoras, não são uma nova espécie de entidade pública, mas, sim, espécies de autarquia ou fundação pública sob regime especial. Conforme assinalou a alternativa, o objetivo da qualificação jurídica das autarquias e fundações públicas como agência executiva é conferir maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira a essas entidades. Em contrapartida, as entidades qualificadas se submetem a um regime de controle sobre metas de desempenho e prazos. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 75 Assim, podemos concluir que está correta a alternativa que prevê as entidades na seguinte ordem: (i) agências reguladoras; (ii) empresas públicas; (iii) sociedades de economia mista; e (iv) agências executivas. Ante o exposto, o gabarito é "A". Gabarito: A 28. (FGV – CAMARA DOS DEPUTADOS – 2024) A Nova Lei das Agências Reguladoras e a Lei da Liberdade Econômica preveem que as propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de agentes econômicos, consumidores ou usuários de serviços prestados devem ser precedidas da realização de A) AIR. B) EIA. C) RIMA. D) EIA/RIMA E) EVTE. Comentários: Nos termos da Lei 13.848/19, quanto ao processo decisório das agências reguladoras: Art. 6º A adoção e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos termos de regulamento, precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo. Portanto, a alternativa correta é a letra A. Gabarito: A 29. (FGV – SENADO FEDERAL – 2022) Imagine que a Agência Reguladora Federal Alfa foi cooptada pelo setor empresarial regulado, diante do forte poderio econômico das empresas atuantes no mercado. Assim, a Agência Alfa acabou por abandonar a atuação imparcial e técnica que deveria ter e passou a operar em benefício dos próprios regulados, servindo de instrumento para proteção e benefício de interesses setoriais que deveriam ser fiscalizados. Essa situação hipotética é tratada pela doutrina de Direito Administrativo como teoria A) dos motivos determinantes B) do risco administrativo. C) da captura. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 76 D) da aparência. E) do fato consumado. Comentários: A teoria da captura é a captura da regulação pelos regulados, com a satisfação dos interesses dos grupos econômicos regulados em detrimento dos consumidores. Vejamos: “A forte autonomia e a concentração de poderes nas agências reguladoras colocam em risco a sua legitimidade democrática e a sua compatibilidade com o princípio da separação de poderes. Há o risco potencial de captura dos interesses (teoria da captura) pelos grupos economicamente mais fortes e politicamente mais influentes, em detrimento de consumidores e usuários de serviços públicos regulados”. (OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 9. ed. Rio de Janeiro: Método, 2021. P. 223) Logo, a alternativa está correta. Gabarito: C 30. (FGV – CAMARA DE TAUBATE – 2024) Suponha que determinado município sofra com problemas no fornecimento de água, seja por problemas de qualidade ou por interrupções recorrentes, e avalie como necessária a existência de uma entidade reguladora para fiscalizar esse serviço público no âmbito municipal. Com base no exposto, assinale a opção que apresenta corretamente as informações sobre essa intenção do município. A) É possível que o Poder Executivo qualifique agência executiva municipal como agência reguladora. B) Apenas com decreto da União poderá ser autorizada a criação de Agência Reguladora Federal para essa função. C) Não é viável a criação de agência reguladora além das previstas na Constituição Federal de 1988. D) A criação ou manutenção da existência de qualquer agência reguladora é vedado, pois violaria o princípio supremacia do interesse público . E) O próprio município pode criar agência reguladora por meio de lei específica. Comentários: GABARITO: ALTERNATIVA E. A questão pede o conhecimento sobre agência reguladora. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 77 Agência reguladora "é entidade da Administração Indireta, em regra autarquia de regime especial, com a função de regular a matéria que se insere em sua esfera de competência, outorgada por lei". Analisando as alternativas, temos que: A alternativa a está errada, porque as agências reguladoras são criadas por lei, não podendo haver qualificação. A alternativa b está errada, as agências reguladoras nos âmbitos federal, estadual e municipal ão criadas por lei e não por decreto. A alternativa c está errada, pois restringiu a criação da agências reguladora, e é sabido que existindo lei pode ser criada agência reguladora para executar atividades típicas da Administração Pública,que requeiram para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira. A alternativa d está errada, a criação ou manutenção de agência reguladora não é vedado e não viola o princípio da supremacia do interesse público, até porque ela tem como função fiscalizar, reprimir, aplicar sanções e impor outras limitações administrativas à empresas privadas que prestam serviços públicos. A alternativa e está certa, a agência reguladora é criada por lei. Agência reguladora "é entidade da Administração Indireta, em regra autarquia de regime especial, com a função de regular a matéria que se insere em sua esfera de competência, outorgada por lei". Logo, gabarito alternativa e. Gabarito: E 31. (FGV – TJGO – 2024) No processo de modernização da Administração Pública brasileira, marcado pela adoção de uma concepção neoliberal de política econômica voltada à redução do aparato estatal, a crescente transferência à iniciativa privada de atividades até então exercidas pelo Estado fez surgir a necessidade de fiscalização e controle das pessoas privadas que assumiam a incumbência da prestação de serviços públicos, em regra sob a forma de concessão ou permissão. Com inspiração no modelo norte-americano de regulação econômica e social, atribuiu-se às chamadas agências reguladoras o papel precípuo de controle da prestação de serviços públicos e do exercício de atividades econômicas, de modo a adequar a atuação desses atores privados aos fins colimados pela Administração, notadamente a proteção do consumidor. Dentre as peculiaridades das agências reguladoras, a doutrina especializada costuma destacar a natureza jurídica de: A) autarquia sob regime especial e a gestão por dirigentes estáveis exercentes de mandatos fixos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na edição de normas técnicas que ostentam status legal; Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 78 B) empresa pública sob regime especial e a gestão por dirigentes titulares de cargos efetivos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na competência para regulamentar as leis que disciplinam o respectivo setor; C) autarquia sob regime especial e a gestão por dirigentes titulares de cargos efetivos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na competência para regulamentar as leis que disciplinam o respectivo setor; D) autarquia sob regime especial e a gestão por dirigentes estáveis exercentes de mandatos fixos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na edição de normas técnicas capazes de integrar a legislação aplicável ao setor, sem criar ou extinguir direitos e obrigações; E) órgão público sob regime especial e a gestão por dirigentes exercentes de funções de confiança que garantem o alinhamento às diretrizes do Poder Executivo, além do poder normativo, consistente na edição de normas técnicas capazes de integrar a legislação aplicável ao setor, sem criar ou extinguir direitos e obrigações. Comentários: Trata-se do conceito de agência reguladora, ou seja, autarquia sob regime especial e a gestão por dirigentes estáveis exercentes de mandatos fixos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na edição de normas técnicas capazes de integrar a legislação aplicável ao setor, sem criar ou extinguir direitos e obrigações Gabarito: D 32. (FGV – SEFAZBA – 2022) As agências reguladoras têm como características a autonomia funcional, decisória, financeira e administrativa. Apesar das prerrogativas previstas em lei, elas devem seguir algumas regras específicas. Assinale a opção que indica uma dessas regras. A) A elaboração de plano estratégico bienal, em consonância com as diretrizes decorrentes da subordinação hierárquica perante o ministério supervisor. B) A contratação de dirigentes por meio de procedimento idôneo e formal, respeitada arguição pública no Senado Federal, além de mandato fixo destituível apenas por condenação judicial transitada em julgado. C) A adoção de práticas de gestão de riscos e controles internos, bem como elaboração de programa de integridade visando o combate a fraudes e atos de corrupção. D) A qualificação como agência reguladora recebida por ministro da justiça, por ato vinculado, desde que apresentado plano de reestruturação e desenvolvimento para a melhoria da gestão. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 79 E) O estabelecimento de conselho fiscal e administração com composição paritária, constituído por agentes públicos e membros da sociedade civil, vedada remuneração. Comentários: De acordo com a Lei nº 13.848/2019, as agências reguladoras deverão adotar práticas de gestão de riscos e controles internos, bem como elaboração de programa de integridade visando o combate a fraudes e atos de corrupção. Vejamos: “Art. 2º. § 3º As agências reguladoras devem adotar práticas de gestão de riscos e de controle interno e elaborar e divulgar programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção”. Logo, a alternativa está correta. Gabarito: C 33. (FGV – CGU – 2021) Pedro é presidente de associação nacional representativa de interesses trabalhistas ligados às atividades reguladas pela agência reguladora federal Alfa. Em razão de seu positivo destaque na defesa da categoria que representa, surgiu a possibilidade de Pedro ser indicado para a Diretoria Colegiada da agência reguladora federal Alfa. Consoante dispõe a Lei nº 9.986/2000 e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é: A) vedada a indicação de Pedro para o cargo pretendido, por expressa previsão legal, que é constitucional e visa prestigiar a atuação independente e tecnicamente justificada da Diretoria Colegiada imparcial, sendo os impedimentos previstos pelo legislador destinados à impessoalidade da gestão; B) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar o direito fundamental do livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; C) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar o direito fundamental no sentido de que é plena a liberdade de associação para fins lícitos, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; D) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar a garantia fundamental do servidor público civil ao direito à livre associação sindical, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; E) vedada a indicação de Pedro para o cargo pretendido, por analogia ao impedimento dos membros da Diretoria Colegiada de exercerem atividade ou de prestarem qualquer serviço no Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 80 setor regulado pela respectiva agência, por período de 12 meses, contados da exoneração ou do término de seus mandatos. Comentários: GABARITO: LETRA A. Consoante dispõe a Lei nº 9.986/2000 e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é vedada a indicação de Pedro para o cargo pretendido, por expressa previsão legal, que é constitucional e visaprestigiar a atuação independente e tecnicamente justificada da Diretoria Colegiada imparcial, sendo os impedimentos previstos pelo legislador destinados à impessoalidade da gestão: Lei 9.986/00 Art. 8º-A. É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada: (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência (...) III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência (...). Sobre o tema, entende o STF: A regulação tem como objetivo promover o interesse público, atingindo seu objetivo quando veicula um processo político eficiente acompanhado de atuação de agências reguladoras também eficientes. A atuação independente e tecnicamente justificada deve ser realizada por um Conselho Diretor ou Diretoria Colegiada imparcial, sendo os impedimentos previstos pelo legislador destinados à impessoalidade da gestão. A exigência de preenchimento de certos requisitos para a ocupação de cargos públicos, quando devidamente justificada e por meio legal, não implica discriminação inconstitucional. No caso, há a justificativa racional de preservar a atuação técnica e impessoal das agências. [ADI 6.276, rel. min. Edson Fachin, j. 20-9-2021, P, DJE de 27-9-2021.] Portanto, correta a alternativa A. Gabarito: A 34. (FGV – TCU – 2021) As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desestatização, para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei, com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades. Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa, se classifica como: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 81 A) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu controle externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União; B) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vinculação orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio do Tribunal de Contas da União; C) autarquia territorial nacional, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio da Controladoria Geral da União; D) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério Público Federal, mediante o velamento de fundações; E) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, possuindo autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com auxílio da Defensoria Pública da União. Comentários: GABARITO: LETRA A. A questão aborda a natureza jurídica das Agências Reguladoras, em especial a Lei Federal nº 13.848/2019. Primeiramente, diz o parágrafo único do artigo 2º da Lei: Art. 2º Consideram-se agências reguladoras, para os fins desta Lei e para os fins da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000: (...) Parágrafo único. Ressalvado o que dispuser a legislação específica, aplica-se o disposto nesta Lei às autarquias especiais caracterizadas, nos termos desta Lei, como agências reguladoras e criadas a partir de sua vigência. A Lei continua no seu artigo 3º: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 82 Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. Por fim, destaca-se o artigo 14: Art. 14. O controle externo das agências reguladoras será exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União. Nota-se que a banca basicamente juntou os três trechos da lei, parafraseando-os na alternativa A, que, por isso, é o gabarito! Gabarito: A 35. (FGV – CAMARA ARACAJU – 2021) Com relação às agências reguladoras, analise as afirmativas a seguir. I. Atuam com independência do Poder Executivo. II. São autarquias com regime jurídico especial. III. Exercem funções de regulação, fiscalização e controle. Está correto somente o que se afirma em: A) I; B) III; C) I e II; D) I e III; E) II e III. Comentários: Trata-se das características das autarquias em regime especial, no caso as agências reguladoras regidas pela Lei 13.848/2019. A alternativa correta, segundo a Banca Examinadora é a D. A alternativa III foi considerada incorreta em razão da função de controle. Gabarito: D Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 83 36. FGV – PREF BA – 2019 4000122235 No que concerne às Agências Reguladoras, importantes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços de determinados setores econômicos, assinale a afirmativa incorreta. A) As agências devem ter necessariamente personalidade jurídica de direito público, dotadas de independência administrativa e autonomia financeira. B) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, sendo estritamente vedada a possibilidade de exoneração ad nutum. C) As agências são autarquias ou fundações públicas que celebraram contrato de gestão com o Poder Público. D) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, no entanto, agir conforme suas finalidades específicas. E) As agências podem existir tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, desde que criadas por lei. Comentários: Alternativa C. Segundo o art. 51 da Lei Federal nº 9.649/98, autarquias e fundações que celebraram contrato de gestão com o Poder Público são as agências executivas, e não reguladoras: Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor. Gabarito: C 37. FGV – PREF NITEROI – 2021 No processo de reestruturação do Estado, ocorrido no século passado, alguns serviços que eram exercidos pela administração pública foram transferidos para o setor privado. Com o intuito de regular essas atividades, objetivando garantir um padrão de qualidade, foramcriadas as agências reguladoras para essa função. Em relação a essas agências e ao seu funcionamento, assinale a afirmativa correta. A) Possuem uma função meramente consultiva, não possuindo qualquer poder normativo. B) São dependentes e subordinadas ao Poder Legislativo, atuando em consonância com suas orientações. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 84 C) São instituídas por meio de contratos de gestão, podendo perder a qualificação caso ajam em desacordo com as normas previstas. D) Podem receber esse status apenas as autarquias enquadradas como agências executivas. E) Podem ser criadas no âmbito das três esferas do governo. Comentários: A questão abordará o tema das Agências Reguladoras. Tema importantíssimo no estudo de Organização da Administração Pública. Antes de analisarmos cada assertiva, vamos fazer uma breve revisão de introdução sobre este tema. O histórico de surgimento das Agências Reguladoras é do final da década de 90 com o Plano Nacional de Desestatização. Trata-se de tipo de Autarquia de Regime Especial. Gozam de algumas prerrogativas especiais que as autarquias comuns não possuem, como caso do poder de normatizar e regulamentar setores econômicos das atividades que irão regular. As Agências Reguladoras podem ser criadas por lei por QUALQUER ente federativo. Alguns Estados e Municípios podem ter suas Agências Reguladoras para regulamentar serviços locais que foram delegados para os particulares, como transporte e telecomunicações. Gabarito: E 38. (FGV – PREF NITEROI – 2021) Leia a notícia a seguir. “As empresas aéreas já podem cobrar uma taxa extra aos passageiros que quiserem despachar suas bagagens. Após uma polêmica intensa na Justiça, no dia 29 de abril, a 10ª Vara da Justiça Federal do Ceará derrubou a liminar que impedia a cobrança. Com a nova resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em vigor, além de outras alterações, as companhias poderão cobrar uma taxa extra dos passageiros que quiserem despachar suas bagagens.” Esse tipo de ação realizada pela ANAC, é resultado do modelo de Estado regulador, atualmente vigente no pais. A atuação da ANAC no caso acima, é um exemplo de A) ação liberalizante. B) intervenção indireta. C) avocação funcional. D) ação centralizadora. E) avocação subjetiva. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 85 Comentários: GABARITO: ALTERNATIVA "B". A questão requer do aluno o conhecimento acerca da atuação do Estado no domínio econômico e atuação das agências reguladoras. Nesse sentido, dispõe os arts. 173 e 174, ambos da CRFB: "Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado." Com efeito, infere-se dos dispositivos supra que o Estado, ora atua como Estado executor (art. 173) e, nesse caso, trata-se de INTERVENÇÃO DIRETA na ordem econômica, pois o Estado vai explorar diretamente a atividades econômicas em regime de livre concorrência, ora atua como Estado regulador (art. 174), INTERFERINDO INDIRETAMENTE no mercado, mediante ações fiscalizadoras, reguladoras, mediante a criação de normas de atuação, repressão do abuso de poder econômico, dentre outras funções. É nesse contexto que surgem as agências reguladoras, atuando ao lado do Estado em sua função regulatória, como forma de intervenção indireta no domínio econômico. Sobre os demais instrumentos citados, vejamos um breve conceito: Uma ação liberalizante nos remete ao Estado Liberal de Direito ou Estado Abstencionista, que prevaleceu a partir do final do século XVIII. Ao Estado não caberia a interferência nem a regulação da economia, limitando-se, em sua atividade, à função de observador da organização processada pelos indivíduos. Já a avocação funcional e subjetiva, no âmbito administrativo, está prevista no art. 15 da Lei n. 9.784/99 (Lei do processo administrativo federal) que dispõe que: "será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de Competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior." Por fim, a ação centralizadora ou centralização administrativa consiste na execução das tarefas administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos integrantes da Administração direta. Ante o exposto, o gabarito é "B". Gabarito: B Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 86 39. (FGV – ALERO – 2018) As agências reguladoras são entidades criadas pelo Estado com a finalidade de regular determinados setores da economia, visando assegurar o interesse público. Em relação aos dirigentes das Agências Reguladoras Federais, tem-se o entendimento de que A) são servidores efetivos em cargo de confiança. B) devem ser escolhidos pelo Presidente da República. C) são indicados pelo colegiado de servidores do órgão. D) podem ser exonerados ad nutun por ministros. E) adquirem vitaliciedade após dois anos de exercício. Comentários: Trata-se de uma das características das agências reguladoras em que a escolha dos dirigentes se dá pelo Presidente da República após aprovação do Senado Federal Gabarito: B 40. (FGV – SSPAM – 2015) Integra a Administração Pública Direta e exerce, de forma centralizada, atividade administrativa do Estado, uma: A) autarquia, que presta serviço público de guarda municipal para proteção de bens, serviços e instalações municipais; B) fundação pública, que presta serviço público de segurança e inteligência de pessoas e bens, no âmbito do Estado; C) empresa pública, que presta serviço relacionado à atividade econômica e o lucro é repassado ao poder público; D) delegacia de polícia civil, que presta serviço público de apuração de infrações penais; E) empresa concessionária de serviço, que presta serviço de transporte público coletivo intermunicipal. Comentários: A Administração indireta ou descentralizada é formada pelas entidades administrativas, ou seja, pelas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. As Delegacias são órgãos integrantes da Administração Direta. Gabarito: D Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 87 Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 88 LISTA DE QUESTÕES 1. (FGV - SENADO – 2022) 2022 Imagine que a Agência Reguladora Federal Alfa foi cooptada pelo setor empresarial regulado, diante do forte poderio econômico das empresas atuantes no mercado. Assim, a Agência Alfa acabou por abandonar a atuação imparcial e técnica que deveria ter e passou a operar em benefício dos próprios regulados, servindo de instrumento para proteção e benefício de interesses setoriais que deveriam ser fiscalizados. Essa situação hipotética é tratada pela doutrina de Direito Administrativo como teoria a) dos motivos determinantes. b) do risco administrativo. c) da captura.d) da aparência. e) do fato consumado. 2. (FGV - SEFAZ BA – 2021) As agências reguladoras têm como características a autonomia funcional, decisória, financeira e administrativa. Apesar das prerrogativas previstas em lei, elas devem seguir algumas regras específicas. Assinale a opção que indica uma dessas regras. a) A elaboração de plano estratégico bienal, em consonância com as diretrizes decorrentes da subordinação hierárquica perante o ministério supervisor. b) A contratação de dirigentes por meio de procedimento idôneo e formal, respeitada arguição pública no Senado Federal, além de mandato fixo destituível apenas por condenação judicial transitada em julgado. c) A adoção de práticas de gestão de riscos e controles internos, bem como elaboração de programa de integridade visando o combate a fraudes e atos de corrupção. d) A qualificação como agência reguladora recebida por ministro da justiça, por ato vinculado, desde que apresentado plano de reestruturação e desenvolvimento para a melhoria da gestão. e) O estabelecimento de conselho fiscal e administração com composição paritária, constituído por agentes públicos e membros da sociedade civil, vedada remuneração. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 89 3. (FGV – TCU – 2021) As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desestatização, para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei, com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades. Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa, se classifica como: a) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu controle externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União; b) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vinculação orçamentária e financeira junto à c) autarquia territorial nacional, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio da Controladoria Geral da União; d) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério Público Federal, mediante o velamento de fundações; e) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, possuindo autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com auxílio da Defensoria Pública da União. 4. (Prefeitura Municipal de Salvador – FGV – 2019) No que concerne às Agências Reguladoras, importantes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços de determinados setores econômicos, assinale a afirmativa incorreta. a) As agências devem ter necessariamente personalidade jurídica de direito público, dotadas de independência administrativa e autonomia financeira. b) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, sendo estritamente vedada a possibilidade de exoneração ad nutum. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 90 c) As agências são autarquias ou fundações públicas que celebraram contrato de gestão com o Poder Público. d) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, no entanto, agir conforme suas finalidades específicas. e) As agências podem existir tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, desde que criadas por lei. 5. (Prefeitura Municipal de Niterói – FGV – 2018) No processo de reestruturação do Estado, ocorrido no século passado, alguns serviços que eram exercidos pela administração pública foram transferidos para o setor privado. Com o intuito de regular essas atividades, objetivando garantir um padrão de qualidade, foram criadas as agências reguladoras para essa função. Em relação a essas agências e ao seu funcionamento, assinale a afirmativa correta. a) Possuem uma função meramente consultiva, não possuindo qualquer poder normativo. b) São dependentes e subordinadas ao Poder Legislativo, atuando em consonância com suas orientações. c) São instituídas por meio de contratos de gestão, podendo perder a qualificação caso ajam em desacordo com as normas previstas. d) Podem receber esse status apenas as autarquias enquadradas como agências executivas. e) Podem ser criadas no âmbito das três esferas do governo. 6. (MP-AL – FGV – 2018) As agências reguladoras são entidades criadas com o objetivo de fiscalizar e regular atividades de serviços público delegados à empresas privadas. Acerca da forma de criação das agências reguladoras, é correto afirmar que são criadas por a) descentralização. b) desconcentração. c) por permissão. d) por autorização. e) por concessão. 7. (TJBA – FGV – 2014) Município e Estado, por meio de suas equipes técnicas das áreas de defesa do consumidor e de meio ambiente, realizaram fiscalização conjunta em determinado posto de combustível. As equipes verificaram a existência de diversas irregularidades, como danos Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 91 ambientais por contaminação do solo, em razão de vazamento de óleo diesel, e danos ao consumidor por exposição à venda de combustível adulterado. Observado o devido processo legal, foram aplicadas as sanções administrativas cabíveis e comunicado o fato aos órgãos competentes para as demais providências legais. O poder administrativo que viabilizou a fiscalização em tela é o poder: a) normativo; b) disciplinar; c) regulador; d) sancionador; e) de polícia. 8. (TJAM – FGV – 2013) A administração pública possui dentro de sua estrutura várias pessoas jurídicas que se sujeitam a diferentes regimes jurídicos. Assinale a alternativa que contém uma pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública. a) Corporações públicas. b) Empresas públicas. c) Agências reguladoras. d) Autarquia fundacional. e) Autarquias de regime especial. 9. (SENADO FEDERAL – FGV – 2008) Assinale a afirmativa incorreta. a) Empresas públicas são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado. b) As agências reguladoras foram criadas sob a forma de autarquias de regime especial. c) Os Ministérios são órgãos públicos e, portanto, destituídos de personalidade jurídica. d) Municípios não podem instituir sociedades de economia mista. e) Os processos que envolvam sociedades de economia mista federais são processados e julgados, em regra, na Justiça Estadual. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 92 10. (PC – RO – CEBRASPE – 2022) Em relação a sua natureza jurídica, as agências reguladoras classificam-se como: a) órgãos da administração direta. b) fundações públicas. c) autarquias estaduais. d) fundações privadas. e) autarquias em regime especial. 11. (TCEPB – 2022- CEBRASPE) Julgue o item que se segue, a respeito de temas contemporâneos da gestão pública brasileira. Agências reguladoras são exemplos de fundações públicas de direito privado. Certo. Errado. 12. (SEFAZ-CE – 2021 – CEBRASPE) legislação pertinente e o entendimento do Supremo Tribunal Federal. As agências reguladoras exercem o poder normativo em ampla delegação do Poder Legislativo, podendo, no exercício dos seus misteres, inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações para o setor regulado. Certo. Errado. 13. (MPAP – CEBRASPE – 2021) Assinale a opção que apresenta autarquias especiais que são criadas por lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo, cujos diretores por ele são nomeados após aprovação, em regra, pelo Poder Legislativo e que realizam, entre outras, as funções de fiscalização de serviços públicos concedidos à iniciativa privada. a) agências executivas b) fundações públicas c) fundações autárquicas d) agências reguladoras Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 93 e) consórcios públicos 14. (CGE-CE – CEBRASPE – 2021) No Brasil, as agências reguladoras desenvolvem, entre outras, a atividade de impor limitações administrativas previstas em lei, além de fiscalizar e, se necessário, repreender atividades que sejam consideradas incompatíveis com o bem-estar social. Tais atribuições das agências reguladoras são exemplos de a) fomento a atividades privadas. b) uso do poder de polícia. c) fiscalização de atividades econômicas. d) normatização para exercício de atividade. e) concessão de serviços públicos. 15. (SEFAZ-RS – CEBRASPE - 2021) As agências reguladoras possuem a) poder normativo técnico, que consiste na possibilidade de editar atos regulamentares, desde que não criem obrigação nova. b) autonomia decisória, com a possibilidade de recursos hierárquicos próprios e impróprios. c) independência administrativa, mas são submetidas a supervisão ministerial. d) responsabilidade civil subjetiva com culpa presumida. e) regime especial de autarquias, mas também podem constituir-se em fundações de direito público. 16. Questão Inédita. Os bens públicos das agências reguladoras possuem os atributos da imprescritibilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade. Certo. Errado. 17. Questão Inédita. Dentro da organização administrativa brasileira, notamos a existência das agências reguladoras. Elas são definidas como autarquias em regime especial, uma vez que, além de possuírem todas as características das autarquias, possuem algumas particularidades em seu regime jurídico. Sobre essas entidades, assinale a alternativa correta: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 94 a) A Constituição Federal de 1988 não faz alusão a nenhum órgão regulador equiparável às agências reguladoras atualmente existentes. b) A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é um exemplo de agência reguladora. c) Uma de suas particularidades diz respeito aos dirigentes, que possuem mandatos fixos. d) As agências reguladoras não têm autonomia decisória e funcional, já que estão sujeitas à supervisão ministerial. e) Não há agências reguladoras que exercem poder de polícia, mas apenas aquelas que fiscalizam e disciplinam os serviços públicos concedidos. 18. Questão Inédita. Uma agência reguladora, buscando completar a regulamentação legal, emitiu ato disciplinando normas de caráter eminentemente técnico sobre questões específicas de sua área de regulação. Com base nessa situação, podemos afirmar que o ato é: a) ilegal, visto que somente o Chefe do Executivo pode dispor sobre o assunto. b) legal, sendo exemplo de um decreto regulamentar. c) ilegal, pois a Constituição Federal exige a edição de lei para tratar do assunto. d) legal, sendo aplicação do poder de polícia. e) legal, constituindo-se em regulamento autorizado. 19. (ALSP – VUNESP – 2022) A respeito das Agências Reguladoras, de acordo com a legislação e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta. a) As propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos poderão ser precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório, cujos requisitos mínimos devem estar previstos na lei que instituiu a respectiva agência reguladora. b) A agência reguladora deverá implementar, em cada biênio, plano de comunicação voltado à divulgação, com caráter informativo e educativo, de suas atividades e dos direitos dos usuários perante a agência reguladora e as empresas que compõem o setor regulado. c) O movimento de constituição de agências reguladoras, no Brasil, deu-se no mesmo contexto histórico de formação das agências reguladoras norte-americanas, pois, em ambos os casos, a criação dessas entidades se deu com o objetivo de ampliar o controle do Estado sobre o domínio econômico. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 95 d) Em matérias de ordem técnica, o Poder Judiciário possui um dever de deferência em relação às decisões técnicas adotadas por entidades reguladoras. e) Os reajustes tarifários, definidos por agências reguladoras, devem ter como limite os índices oficiais de inflação. 20. (CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO LIMPO – VUNESP – 2018) Com o Programa Nacional de Desestatização e com o objetivo de reduzir o déficit público, passou-se à iniciativa privada atividades que eram dispendiosas para o Estado, transferindo a prestação de serviços a entidades privadas, com a intenção de reduzir gastos e buscar uma maior eficiência na execução das atividades, criando-se então, as a) autarquias profissionais. b) autarquias territoriais. c) fundações públicas. d) empresas públicas. e) agências reguladoras. 21. (CÂMARA MUNICIPAL DE DE ITAQUAQUECETUBA (SP)– VUNESP – 2018) Assinale a alternativa correta a respeito das agências reguladoras. a) Possuem personalidade jurídica de direito privado. b) São entidades integrantes da Administração Pública Direta, vinculadas aos Ministérios Federais. c) Podem ser criadas em âmbitos Estadual e Federal, exceto Municipal. d) Seus dirigentes ocupam cargo em comissão por prazo indeterminado. e) A elas é atribuído o poder de arbitragem para compor conflitos que ocorram na sua esfera de atuação. 22. (TJ (SP)– VUNESP – 2017) Sobre as agências reguladoras, é correto afirmar: a) embora possuam natureza jurídica de autarquia, são dotadas de regime especial, consistente em alto grau de autonomia, mandado fixo e estabilidade de seus dirigentes e poder de regulação mediante a edição de normas gerais e abstratas de natureza infralegal, em matérias de suas competências, e subordinada ao princípio da legalidade. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 96 b) possuem natureza jurídica de autarquia – o que impõe criação e extinção por lei – e desenvolvem, sob regime jurídico de direito público, atividades próprias do Estado e com certa autonomia em relação à administração central, não diferindo, portanto, de suas congêneres. c) por sua conformaçãoconstitucional distinta, não se subordinam ao modelo das autarquias, uma vez que possuem alto grau de autonomia que se expressa no mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e, no poder normativo, com possibilidade de inovar na ordem jurídica com edição de normas abstratas e gerais nas matérias de suas competências. d) são dotadas de autonomia administrativa e financeira e hierárquica em relação à Administração Direta, como os demais entes autárquicos, mas dotadas de regime especial que se expressa na previsão de mandatos fixos e estabilidade de seus dirigentes. 23. (CAMARA MUNICIPAL DE SUMARE VUNESP – 2017) Suponha-se que o Prefeito de Sumaré submeta à Câmara Municipal projeto de lei visando instituir uma agência reguladora cuja competência seja fiscalizar os serviços prestados por concessionárias de serviços públicos no âmbito da Municipalidade. O Presidente da Câmara, buscando obter subsídios para os debates do projeto na Casa, convida Procurador da Câmara para discutir o assunto. Considerando o instituto das agências reguladoras no sistema brasileiro, é correto o Procurador afirmar que a) a lei pode atribuir a competência para a agência resolver conflito entre os atores do setor regulado. b) a agência deverá se submeter ao controle hierárquico do Poder Executivo, em respeito ao princípio democrático. c) a agência somente pode ser constituída caso haja expressa permissão no texto da Lei Orgânica. d) é vedada a instituição de taxas regulatórias em favor da agência, uma vez que a sua autonomia acentuada em face do Poder Executivo não é recomendável. e) as agências adotam, no Brasil, a estrutura de pessoas jurídicas de direito privado ante a necessidade de flexibilidade para regular os setores. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 97 24. (TRT PARANÁ - FCC – 2022) Ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira, investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos. A descrição acima corresponde às características legais das a) empresas públicas. b) fundações governamentais de direito privado. c) agências executivas. d) sociedades de economia mista. e) agências reguladoras. 25. (FGV – EPE – 2024) A regulação econômica consiste na atuação indireta do Estado na economia, por meio de atos jurídico‐públicos, traduzida na supervisão, orientação e fiscalização dos agentes econômicos dos setores público, privado e cooperativo, de modo a garantir o equilíbrio do mercado e evitar impactos socialmente negativos na coletividade. Sobre as agências reguladoras, analise as afirmativas a seguir I. As agências reguladoras surgiram com o propósito de monitorar as atividades do setor privado no exercício de serviços públicos, sendo órgãos imprescindíveis no processo de descentralização patrocinado pelo Estado. II. As agências reguladoras produzem regras e normas que imputam custos às unidades reguladas, atraindo, complementando ou contrariando interesses privados e públicos. III. A agência reguladora é uma autarquia de regime especial criada por lei, com estrutura colegiada, caracterizada pelo poder de normatização dos serviços públicos apresentando uma maior independência técnica. A agência reguladora é subordinada hierarquicamente ao ente estatal que a criou, o qual exerce controle legal de correção finalística. Está correto o que se afirma em A) I, apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 98 26. (FGV – CAMARA DE FORTALEZA – 2024) As agências reguladoras são estruturas criadas pela Administração Pública destinadas a fiscalizar a execução de setores estratégicos e serviços públicos transferidos para a iniciativa privada. Com relação às agências reguladoras, é correto afirmar que A) seus dirigentes devem possuir estabilidade no cargo, dependendo de aprovação legislativa prévia para a sua investidura. B) seus funcionários devem seguir o regime de trabalho celetista, ainda que sejam contratados por meio de concurso público. C) devido ao vínculo de subordinação ao ministério instituidor, não gozam de autonomia administrativa ou financeira. D) devem ser previamente qualificadas pelo chefe do Poder Executivo, por meio de contrato de gestão, podendo, a qualquer tempo, perder a qualificação por irregularidades. E) são criadas por decreto presidencial, sendo regidas por normas do direito privado, em função possuírem personalidade jurídica própria. 27. (FGV – CAMARA DOS DEPUTADOS – 2024) Em matéria de organização administrativa da administração pública federal, considere as informações abaixo: A pessoa jurídica Alfa desenvolve atividade típica de estado, foi criada por lei, lhe sendo conferidos poderes normativos, seus dirigentes possuem mandato certo, possui privilégios processuais e fiscais; A pessoa jurídica Beta é sociedade limitada, teve sua criação autorizada por lei, possui capital unicamente público e explora atividade econômica, em regime não concorrencial. A pessoa jurídica Gama, sociedade anônima, teve sua criação autorizada por lei, possui capital misto, com a maioria do capital votante nas mãos do poder público e presta serviço público mediante delegação estatal. A pessoa jurídica Delta foi criada por lei e celebrou contrato de gestão com o Ministério supervisor, adquirindo vantagens especiais e, em troca, se comprometendo a cumprir plano de reestruturação definido no próprio contrato de gestão para se tornar mais eficiente. Nesse sentido, é possível dizer que as pessoas jurídicas acima mencionadas são respectivamente: A) agência reguladora, empresa pública, sociedade de economia mista e agência executiva; B) empresa pública, agência reguladora, agência executiva e sociedade de economia mista; C) sociedade de economia mista, agência executiva, empresa púbica e agência reguladora; Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 99 D) agência reguladora, agência executiva, sociedade de economia mista e empresa pública; E) organização da sociedade civil, autarquia profissional, empresa pública e sociedade de economia mista. 28. (FGV – CAMARA DOS DEPUTADOS – 2024) A Nova Lei das Agências Reguladoras e a Lei da Liberdade Econômica preveem que as propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de agentes econômicos, consumidores ou usuários de serviços prestados devem ser precedidas da realização de A) AIR. B) EIA. C) RIMA. D) EIA/RIMA E) EVTE. 29. (FGV – SENADO FEDERAL – 2022) Imagine que a Agência Reguladora Federal Alfa foi cooptada pelo setor empresarial regulado, diante do forte poderio econômico das empresas atuantes no mercado. Assim, a Agência Alfa acabou por abandonar a atuação imparcial e técnica que deveria ter e passou a operar em benefício dos próprios regulados, servindo de instrumento para proteção e benefício de interesses setoriais que deveriam ser fiscalizados. Essa situação hipotética é tratada pela doutrina de Direito Administrativo como teoria A) dos motivos determinantes B) do risco administrativo. C) da captura. D) da aparência. E) do fato consumado. 30. (FGV – CAMARA DE TAUBATE – 2024) Suponha que determinado município sofra com problemas no fornecimento de água, seja por problemas de qualidade ou por interrupções recorrentes, e avalie como necessária a existência de uma entidade reguladora para fiscalizar esse serviço público no âmbito municipal. Com base no exposto, assinale a opção queapresenta corretamente as informações sobre essa intenção do município. A) É possível que o Poder Executivo qualifique agência executiva municipal como agência reguladora. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 100 B) Apenas com decreto da União poderá ser autorizada a criação de Agência Reguladora Federal para essa função. C) Não é viável a criação de agência reguladora além das previstas na Constituição Federal de 1988. D) A criação ou manutenção da existência de qualquer agência reguladora é vedado, pois violaria o princípio supremacia do interesse público . E) O próprio município pode criar agência reguladora por meio de lei específica. 31. (FGV – TJGO – 2024) No processo de modernização da Administração Pública brasileira, marcado pela adoção de uma concepção neoliberal de política econômica voltada à redução do aparato estatal, a crescente transferência à iniciativa privada de atividades até então exercidas pelo Estado fez surgir a necessidade de fiscalização e controle das pessoas privadas que assumiam a incumbência da prestação de serviços públicos, em regra sob a forma de concessão ou permissão. Com inspiração no modelo norte-americano de regulação econômica e social, atribuiu-se às chamadas agências reguladoras o papel precípuo de controle da prestação de serviços públicos e do exercício de atividades econômicas, de modo a adequar a atuação desses atores privados aos fins colimados pela Administração, notadamente a proteção do consumidor. Dentre as peculiaridades das agências reguladoras, a doutrina especializada costuma destacar a natureza jurídica de: A) autarquia sob regime especial e a gestão por dirigentes estáveis exercentes de mandatos fixos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na edição de normas técnicas que ostentam status legal; B) empresa pública sob regime especial e a gestão por dirigentes titulares de cargos efetivos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na competência para regulamentar as leis que disciplinam o respectivo setor; C) autarquia sob regime especial e a gestão por dirigentes titulares de cargos efetivos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na competência para regulamentar as leis que disciplinam o respectivo setor; D) autarquia sob regime especial e a gestão por dirigentes estáveis exercentes de mandatos fixos que asseguram certa independência em relação ao governo, além do poder normativo, consistente na edição de normas técnicas capazes de integrar a legislação aplicável ao setor, sem criar ou extinguir direitos e obrigações; E) órgão público sob regime especial e a gestão por dirigentes exercentes de funções de confiança que garantem o alinhamento às diretrizes do Poder Executivo, além do poder normativo, consistente na edição de normas técnicas capazes de integrar a legislação aplicável ao setor, sem criar ou extinguir direitos e obrigações. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 101 32. (FGV – SEFAZBA – 2022) As agências reguladoras têm como características a autonomia funcional, decisória, financeira e administrativa. Apesar das prerrogativas previstas em lei, elas devem seguir algumas regras específicas. Assinale a opção que indica uma dessas regras. A) A elaboração de plano estratégico bienal, em consonância com as diretrizes decorrentes da subordinação hierárquica perante o ministério supervisor. B) A contratação de dirigentes por meio de procedimento idôneo e formal, respeitada arguição pública no Senado Federal, além de mandato fixo destituível apenas por condenação judicial transitada em julgado. C) A adoção de práticas de gestão de riscos e controles internos, bem como elaboração de programa de integridade visando o combate a fraudes e atos de corrupção. D) A qualificação como agência reguladora recebida por ministro da justiça, por ato vinculado, desde que apresentado plano de reestruturação e desenvolvimento para a melhoria da gestão. E) O estabelecimento de conselho fiscal e administração com composição paritária, constituído por agentes públicos e membros da sociedade civil, vedada remuneração. 33. (FGV – CGU – 2021) Pedro é presidente de associação nacional representativa de interesses trabalhistas ligados às atividades reguladas pela agência reguladora federal Alfa. Em razão de seu positivo destaque na defesa da categoria que representa, surgiu a possibilidade de Pedro ser indicado para a Diretoria Colegiada da agência reguladora federal Alfa. Consoante dispõe a Lei nº 9.986/2000 e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é: A) vedada a indicação de Pedro para o cargo pretendido, por expressa previsão legal, que é constitucional e visa prestigiar a atuação independente e tecnicamente justificada da Diretoria Colegiada imparcial, sendo os impedimentos previstos pelo legislador destinados à impessoalidade da gestão; B) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar o direito fundamental do livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; C) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar o direito fundamental no sentido de que é plena a liberdade de associação para fins lícitos, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; D) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar a garantia fundamental do servidor público Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 102 civil ao direito à livre associação sindical, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; E) vedada a indicação de Pedro para o cargo pretendido, por analogia ao impedimento dos membros da Diretoria Colegiada de exercerem atividade ou de prestarem qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por período de 12 meses, contados da exoneração ou do término de seus mandatos. 34. (FGV – TCU – 2021) As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desestatização, para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei, com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades. Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa, se classifica como: A) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu controle externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União; B) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vinculação orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio do Tribunal de Contas da União; C) autarquia territorial nacional,que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio da Controladoria Geral da União; D) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério Público Federal, mediante o velamento de fundações; E) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, possuindo autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com auxílio da Defensoria Pública da União. 35. (FGV – CAMARA ARACAJU – 2021) Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 103 Com relação às agências reguladoras, analise as afirmativas a seguir. I. Atuam com independência do Poder Executivo. II. São autarquias com regime jurídico especial. III. Exercem funções de regulação, fiscalização e controle. Está correto somente o que se afirma em: A) I; B) III; C) I e II; D) I e III; E) II e III. 36. FGV – PREF BA – 2019 4000122235 No que concerne às Agências Reguladoras, importantes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços de determinados setores econômicos, assinale a afirmativa incorreta. A) As agências devem ter necessariamente personalidade jurídica de direito público, dotadas de independência administrativa e autonomia financeira. B) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, sendo estritamente vedada a possibilidade de exoneração ad nutum. C) As agências são autarquias ou fundações públicas que celebraram contrato de gestão com o Poder Público. D) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, no entanto, agir conforme suas finalidades específicas. E) As agências podem existir tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, desde que criadas por lei. 37. FGV – PREF NITEROI – 2021 No processo de reestruturação do Estado, ocorrido no século passado, alguns serviços que eram exercidos pela administração pública foram transferidos para o setor privado. Com o intuito de regular essas atividades, objetivando garantir um padrão de qualidade, foram criadas as agências reguladoras para essa função. Em relação a essas agências e ao seu funcionamento, assinale a afirmativa correta. A) Possuem uma função meramente consultiva, não possuindo qualquer poder normativo. B) São dependentes e subordinadas ao Poder Legislativo, atuando em consonância com suas orientações. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 104 C) São instituídas por meio de contratos de gestão, podendo perder a qualificação caso ajam em desacordo com as normas previstas. D) Podem receber esse status apenas as autarquias enquadradas como agências executivas. E) Podem ser criadas no âmbito das três esferas do governo. 38. (FGV – PREF NITEROI – 2021) Leia a notícia a seguir. “As empresas aéreas já podem cobrar uma taxa extra aos passageiros que quiserem despachar suas bagagens. Após uma polêmica intensa na Justiça, no dia 29 de abril, a 10ª Vara da Justiça Federal do Ceará derrubou a liminar que impedia a cobrança. Com a nova resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em vigor, além de outras alterações, as companhias poderão cobrar uma taxa extra dos passageiros que quiserem despachar suas bagagens.” Esse tipo de ação realizada pela ANAC, é resultado do modelo de Estado regulador, atualmente vigente no pais. A atuação da ANAC no caso acima, é um exemplo de A) ação liberalizante. B) intervenção indireta. C) avocação funcional. D) ação centralizadora. E) avocação subjetiva. 39. (FGV – ALERO – 2018) As agências reguladoras são entidades criadas pelo Estado com a finalidade de regular determinados setores da economia, visando assegurar o interesse público. Em relação aos dirigentes das Agências Reguladoras Federais, tem-se o entendimento de que A) são servidores efetivos em cargo de confiança. B) devem ser escolhidos pelo Presidente da República. C) são indicados pelo colegiado de servidores do órgão. D) podem ser exonerados ad nutun por ministros. E) adquirem vitaliciedade após dois anos de exercício. 40. (FGV – SSPAM – 2015) Integra a Administração Pública Direta e exerce, de forma centralizada, atividade administrativa do Estado, uma: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 105 A) autarquia, que presta serviço público de guarda municipal para proteção de bens, serviços e instalações municipais; B) fundação pública, que presta serviço público de segurança e inteligência de pessoas e bens, no âmbito do Estado; C) empresa pública, que presta serviço relacionado à atividade econômica e o lucro é repassado ao poder público; D) delegacia de polícia civil, que presta serviço público de apuração de infrações penais; E) empresa concessionária de serviço, que presta serviço de transporte público coletivo intermunicipal. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 106 GABARITO 1. C 2. C 3. A 4. C 5. E 6. A 7. E 8. B 9. D 10. E 11. ERRADO 12. ERRADO 13. D 14. B 15. C 16. C 17. C 18. E 19. D 20. E 21. E 22. A 23. A 24.E 25. B 26. A 27. A 28. A 29. C 30. E 31. D 32. C 33. A 34. A 35. D 36. C 37. E 38. B 39. B 40. D REFERÊNCIAS Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 107 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 34ª Ed. São Paulo: Atlas: 2020 FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 11. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. KEYNES, John Maynard. Teoria Geral do emprego, juro e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982 MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. 12ª. ED. Rio de Janeiro: Forense, 2022 SMITH, ADAM. A riqueza das nações, investigação sobre sua natureza e causas. São Paulo: Abril, 1983 SOUTO, Marcos Juruena Vilela. Desestatização, privatização, concessões, permissões, terceirizações e regulação. 4.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001 Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.brsão identificados uma grande quantidade de “contratos” estabelecidos entre os diversos agentes, de maneira formal, como o estabelecido entre credores e administradores, ou tácitos, como a relação entre a administração da empresa e a auditoria. Sempre que as partes – principal e agentes – atuem no sentido de maximizar suas utilidades pessoais, tem-se um potencial problema de conflito de agentes. O agente dificilmente irá atender plenamente ao interesse do principal. Em relação a teoria econômica da regulação temos um verdadeiro ramo da economia que estuda como o governo regula mercados e atividades econômicas. Trata-se das razões para que haja intervenção do Estado na economia através de sua atividade típica como a edição de normas para regular um nicho da economia. Trata-se então da principal teoria que justifica a atuação do estado na atividade regulatória. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 8 Vejamos como aparece em prova: (FGV – CAMARA – 2023) - Pela Teoria da Agência, um Diretor Financeiro de uma sociedade empresária constituída por ações e com fins lucrativos poderia atuar em desacordo com os interesses dos acionistas. No entanto, quando os Diretores Financeiros de uma sociedade empresária atuam alinhados aos interesses dos donos da empresa, eles devem buscar, acima de tudo a) maximizar o lucro do ano corrente. b) maximizar a riqueza dos acionistas. c) maximizar o patrimônio líquido contábil. d) minimizar o custo total de propriedade. e) minimizar o custo fixo. Comentários: Para resolução dessa questão é necessário lembrar que o objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza dos acionistas da empresa. E qual a função do administrador? O administrador financeiro é o principal responsável pela criação de valor e pela mitigação de riscos e, para isso, se envolve nos negócios como um todo. Gabarito: B (FGV – TRT – 2023) - Conforme sintetizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em seu referencial básico da governança, a governança pública compreende mecanismos postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução de políticas públicas de interesse da sociedade. Nesse contexto, evidencia-se como um dos objetivos da governança tratar adequadamente, no âmbito da Administração Pública, do problema conhecido como conflito principal-agente, que se relaciona com a) o risco de os representantes eleitos pelo sociedade agirem de acordo com interesses próprios e contrários aos do povo, detentor original dos poderes. b) a possibilidade de programas com orientação bottom-up inviabilizarem a participação social. c) a limitação de recursos disponibilizados para as políticas públicas de âmbito municipal, especialmente por causa da escassez arrecadatória. d) a capacidade de a assimetria de informações ser aumentada em decorrência do excesso de transparência das instituições públicas. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 9 e) o óbice à negociação independente, por intermediários afetados por externalidades, por medo ou excesso de custos de transação. Comentários: A questão pede o conhecimento da Teoria da Agência, especificamente do conflito principal- agente. Perceba que conforme trouxemos em aula a Teoria da agência estabelece "um sistema de compensação, quando um ator principal estabelece um contrato que motive o agente a agir conforme interesse do principal". Logo, a única alternativa correta é a letra A, a qual traz um exemplo de conflito principal-agente: quando os cidadãos (principal) delegam o poder político aos governantes (agentes) e esses comecem a agir buscando o interesse próprio, esquecendo do interesse do principal (povo). A alternativa b está errada, pois a orientação bottom-up se refere a abordagens que começam na base, envolvendo a participação da sociedade na tomada de decisões, não estando relacionada diretamente o conflito principal-agente. A alternativa c está errada, pois traz um desafio orçamentário e da governança, mas não é o conflito principal-agente. A alternativa d está errada, não diz respeito ao conflito principal-agente, vale salientar que a transparência é uma boa prática da governança. A alternativa e está errada, porque refere-se a questões de custos de transação e externalidades, que são conceitos diferentes do conflito principal-agente. Gabarito: A (CEBRASPE – TCDF– 2023) - O conceito de governança se fortaleceu na década de 90 do século passado, nos Estados Unidos da América, para o enfrentamento do chamado conflito de agência ou conflito agente-principal. Acerca desse assunto, julgue o item a seguir. A despeito de o conceito de governança ter surgido no âmbito da administração corporativa, é perfeitamente possível aplica-lo à administração pública, entendendo-se o conflito agente-principal como o conflito entre os gestores de determinado órgão (agente) e a autoridade máxima desse órgão (principal). Certo. Errado. Comentários: A questão pede o conhecimento da Teoria da Agência, especificamente do conflito principal- agente, conforme inclusive a questão anterior. Perceba que conforme trouxemos em aula a Teoria da agência estabelece "um sistema de compensação, quando um ator principal estabelece um contrato que motive o agente a agir conforme interesse do principal". Gabarito: ERRADA Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 10 AGÊNCIAS REGULADORAS Histórico, conceito, características, funções e controle Iniciando o tema, vale destacar que o Estado ao intervir na economia com função tipicamente regulatória, o faz via agências reguladoras, ou seja, autarquias componentes da administração indireta, com personalidade jurídica de direito público, estando sujeitas a um regime especial a que a elas é inerente, com vinculação ao ministério competente da atividade, tão somente para fins organizacionais. Não há, aqui, subordinação hierárquica. O que se tem aqui é a criação por meio de lei de agências que contenham tecnicidade sobre a regulação em determinado setor da economia, sem prejuízo do controle, também, das atividades prestadas via concessão ou permissão dos serviços públicos delegados. No ordenamento jurídico nacional, o surgimento de tais agências se deu com a Lei de nº 8.031/90, posteriormente revogada pela Lei de nº 9494/97, que institui o plano nacional de desestatização. Explique-se. Após a Constituição Federal de 1988, determinadas atividades, por opção governamental, passaram a iniciativa privada sob a justificativa de melhor prestação dos serviços e num verdadeiro programa de retirar da máquina pública atividade que não lhe competem. Para tanto, era necessária uma legislação que garantisse a legalidade da desestatização almejada, sendo a Lei de nº 8.031/90 o marco temporal para tal acontecimento. Dois dos principais objetivos eram a melhor prestação da atividade transferida e a redução do déficit público à época. Veja, o tamanho do Estado à época era incompatível com o que pretendeu o constituinte. Uma das formas de se operacionalizar tais atividades foi através da privatização das empresas estatais. Por privatização temos uma das formas de desestatização das atividades com a alienação dos ativos da empresa ao setor privado transferindo integralmente o poder de controle sobre a companhia vendida. No entanto, não bastava apenas privatizar e o particular, de acordo com seu livre arbítrio, exercer a atividade, sendo necessária, conforme exigência constitucional a regulação. Nessa linha, foram aprovadas as emendas constitucionais de nº 8/1995 e 09/1995, as quaisinseriram os seguintes dispositivos na Constituição Federal: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 11 Art. 21. Compete à União: XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) Art. 177. Constituem monopólio da União: § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995) III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; Assim, o objetivo das emendas constitucionais foi justamente garantir ao Estado o poder regulatório sobre as atividades transferidas por meio da desestatização. A partir daí surgiram a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, pela Lei de nº 9.427/96, a Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, pela Lei de nº 9.472/97, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, pela Lei de nº 9.872/99, dentre diversas outras. Frise-se, por fim, que nem sempre há a nomenclatura em tais pessoas jurídicas de agência, mas por exercerem atividades nitidamente similares, devem, também, ser consideradas como agências reguladoras, como por exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, agência reguladora com função específica de regular o mercado de valores mobiliários. Características das Agências Reguladoras Ponto de crucial importância para fins de concurso público são as características das agências reguladoras, para após entrarmos na disciplina normativa. Nessa linha e trazendo o máximo de características possíveis, podemos dividi-las em: 1) Personalidade Jurídica; 2) Capacidade Técnica; 3) Permeabilidade; 4) Independência; 5) Autonomia; 6) Regime Jurídico dos Servidores; 7) Disciplina Normativa; 8) Teoria da Captura; 9) Doutrina Chenery. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 12 Personalidade Jurídica Ponto de crucial importância para fins de concurso público é a personalidade jurídica das agências reguladoras. Em regra, se trata de autarquias, pessoas jurídicas de direito público, componentes da administração indireta. Trata-se do fenômeno da descentralização administrativa em que a pessoa jurídica de direito público é criada. Por possuírem regime jurídico especial em razão, por exemplo, do poder normativo técnico que lhes é conferido, sem prejuízo do microssistema legislativo que abarca tais agências, a Lei de nº 13.848/2019, é comum a citação como autarquias em regime especial. Logo, para fins de prova: 1) Autarquias em regime especial; 2) Pessoas Jurídicas de Direito Público; 3) Integrantes da Administração Indireta Capacidade Técnica e Permeabilidade Em relação a capacidade técnica, o que se tem são pessoas jurídicas com poder de editar atos normativos e normas técnicas que versem sobre determinado nicho da economia. A partir daí, surge a seguinte pergunta: A iniciativa para propor leis não foi definida especificamente pelo constituinte originário nos artigos da CF/88? A questão que é aqui colocada é o fenômeno jurídico denominado de deslegalização ou deslegificação, ou seja, a Lei que criou a agência reguladora lhe conferiu poderes específicos para edição de atos normativos técnicos em determinado ramo da economia a qual exerce a atividade regulatória. De qualquer forma, os atos normativos técnicos estão sujeitos a controle de legalidade na via judicial. O que deve se entender é que cabe as agências editarem atos normativos regulatórios gerais e técnicos e que incidam no nicho da economia a qual estão regulando. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 13 Sobre a permeabilidade, o que se tem é a necessidade de abertura de diálogo entre os agentes econômicos regulados e a agência reguladora responsável pelo bom funcionamento do mercado em níveis regulatórios. Como exemplo, a Lei de nº 13.848/2019 que trata especificamente sobre as agências reguladoras, trouxe em seu art. 10, trouxe um exemplo do que se tem por permeabilidade: Art. 10. A agência reguladora, por decisão colegiada, poderá convocar audiência pública para formação de juízo e tomada de decisão sobre matéria considerada relevante. Independência Por independência, temos a impossibilidade de intervenções externas ou mesmo internas no exercício das atividades da agência reguladora. É que as agências reguladoras não estão subordinadas ao governo central, tampouco a política administrativa ou econômica ali estabelecida. A revisão de seus atos só pode se dar na via judicial, em hipótese alguma por recurso hierárquico ao governo central, dado a questão técnica que é decidida nas agências. Essa é a regra de ouro das agências reguladoras, a autonomia técnica nos atos normativos expedidos e em suas decisões. Frise-se que há posicionamento doutrinário admitindo o recurso hierárquico impróprio, ou seja, recurso de uma decisão técnica ou de um ato normativo expedido pela agência reguladora, mas direcionado ao governo central para revisão. No entanto, esta não é a melhor alternativa para fins de concurso público. Inclusive, a própria Lei de nº 13.848/2019 que trata sobre agências reguladoras, não trouxe qualquer dispositivo que garanta a modalidade de recurso hierárquico impróprio de forma a pacificar de certa medida a questão. Logo, por independência, deve-se se entender como a ausência de influências políticas externas nas atividades realizadas pela agência reguladora. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14 MP AL – FGV – 2018 As agências reguladoras são entidades criadas com o objetivo de fiscalizar e regular atividades de serviços público delegados à empresas privadas. Acerca da forma de criação das agências reguladoras, é correto afirmar que são criadas por a) descentralização. b) desconcentração. c) por permissão. d) por autorização. e) por concessão. Resposta: A Autonomia Administrativa e Poder Normativo Técnico A autonomia das agências não deve ser confundida como independência para tomada de qualquer tipo de decisão, pois não vige aqui o princípio do livre convencimento motivado, mas sim o princípio da legalidade. Logo, independência quer dizer a ausência de pressões externas em sua atividade. Em relação a autonomia, o que se tem é a liberalidade, respeitado o princípio da legalidade, para: 1) decidir; 2) administrar; 3) ter recursos próprios. Logo, vamos a cada forma de autonomia. A primeira autonomia é a decisória, ou seja, a capacidade de decidir eventuais conflitos administrativos envolvendo os agentes econômicos regulados, os usuários dos serviços prestados, bem como de eventuais concessionários de serviço público. O que se está aqui a dizer é que eventuais disputas administrativas dependem de decisão técnica por parte da agência reguladora, respeitados os princípios administrativos, bem como as Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 15 condições impostas na Lei de nº 13.848/2019, as quais serão tratadas quando da disciplina normativa. Por autonomia administrativa temos a capacidade da agência de se organizar, sem prejuízo do fato de que seus diretores têm investidura a termo com prazo fixado em lei, sem qualquersubordinação após a nomeação. Trata-se de verdadeiros agentes administrativos que prestam serviço público, mas que são indicados por nomeação específica. Vejamos o art. 3º, da Lei de nº 13.848/2019: Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. § 1º Cada agência reguladora, bem como eventuais fundos a ela vinculados, deverá corresponder a um órgão setorial dos Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Pessoal Civil da Administração Federal, de Organização e Inovação Institucional, de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação e de Serviços Gerais. § 2º A autonomia administrativa da agência reguladora é caracterizada pelas seguintes competências: I - solicitar diretamente ao Ministério da Economia: a) autorização para a realização de concursos públicos; b) provimento dos cargos autorizados em lei para seu quadro de pessoal, observada a disponibilidade orçamentária; c) alterações no respectivo quadro de pessoal, fundamentadas em estudos de dimensionamento, bem como alterações nos planos de carreira de seus servidores II - conceder diárias e passagens em deslocamentos nacionais e internacionais e autorizar afastamentos do País a servidores da agência; III - celebrar contratos administrativos e prorrogar contratos em vigor relativos a atividades de custeio, independentemente do valor. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 16 Por fim, em relação a autonomia financeira, temos a situação de que tais pessoas jurídicas possuem recursos próprios e dotações orçamentárias específicas para gestão de seus órgãos, valendo como exemplo a instituição de taxas de fiscalização ou taxas de regulação sobre os serviços prestados. Companhia Pernambucana de Saneamento – FGV- 2016 As opções a seguir apresentam prerrogativas das agências reguladoras, à exceção de uma. Assinale-a. a) Autonomia decisória. b) Independência administrativa. c) Poder normativo técnico. d) Autonomia econômico-financeira. e) Competência tributária. Resposta: E Regime Jurídico dos Servidores Em relação aos servidores da autarquia estes são servidores públicos que prestaram concurso público, com vinculação estatutária e que estão sujeitas as regras da Lei de nº 8.112/91. Inicialmente, havia uma discussão trazida pela Lei de nº 9986/2000, incluindo tais servidores no regime da consolidação das leis trabalhistas, mas que posteriormente foi revogada pela Lei de nº 10.871/2000 a qual criou diversas carreiras específicas e organizou os respectivos quadros das agências reguladoras. Logo, atualmente, necessário o concurso público, nos termos do art. 37, II, da CF/88, para composição dos quadros das agências. Vale frisar que continuam vigentes os dispositivos da Lei de nº 9986/2000 relativos as regras para nomeação de diretores de agências reguladoras, com as inclusões feitas pela Lei de nº 13.848/2019. Vamos a eles: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 17 Art. 8º-A. É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada: (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019): I - de Ministro de Estado, Secretário de Estado, Secretário Municipal, dirigente estatutário de partido político e titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados dos cargos; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) II - de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência IV - de pessoa que tenha participação, direta ou indireta, em empresa ou entidade que atue no setor sujeito à regulação exercida pela agência reguladora em que atuaria, ou que tenha matéria ou ato submetido à apreciação dessa agência reguladora; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência V - de pessoa que se enquadre nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência VII - de membro de conselho ou de diretoria de associação, regional ou nacional, representativa de interesses patronais ou trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respectiva agência. (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência Parágrafo único. A vedação prevista no inciso I do caput estende-se também aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas. (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 18 CGU- FGV – 2021 Pedro é presidente de associação nacional representativa de interesses trabalhistas ligados às atividades reguladas pela agência reguladora federal Alfa. Em razão de seu positivo destaque na defesa da categoria que representa, surgiu a possibilidade de Pedro ser indicado para a Diretoria Colegiada da agência reguladora federal Alfa. Consoante dispõe a Lei nº 9.986/2000 e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é: a) vedada a indicação de Pedro para o cargo pretendido, por expressa previsão legal, que é constitucional e visa prestigiar a atuação independente e tecnicamente justificada da Diretoria Colegiada imparcial, sendo os impedimentos previstos pelo legislador destinados à impessoalidade da gestão; b) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar o direito fundamental do livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; c) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar o direito fundamental no sentido de que é plena a liberdade de associação para fins lícitos, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; d) permitida a indicação de Pedro para o cargo pretendido, haja vista que a expressa previsão legal que veda a indicação é inconstitucional por violar a garantia fundamental do servidor público civil ao direito à livre associação sindical, implicando discriminação flagrantemente inconstitucional; e) vedada a indicação de Pedro para o cargo pretendido, por analogia ao impedimento dos membros da Diretoria Colegiada de exercerem atividade ou de prestarem qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por período de 12 meses, contados da exoneração ou do término de seus mandatos. Resposta: A TCU – FGV – 2021 As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desestatização, para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei, com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br19 Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa, se classifica como: a) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu controle externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União; b) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vinculação orçamentária e financeira junto à c) autarquia territorial nacional, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio da Controladoria Geral da União; d) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério Público Federal, mediante o velamento de fundações; e) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, possuindo autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com auxílio da Defensoria Pública da União. Resposta: A Câmara Municipal de Aracaju – FGV – 2021 Com relação às agências reguladoras, analise as afirmativas a seguir. I. Atuam com independência do Poder Executivo. II. São autarquias com regime jurídico especial. III. Exercem funções de regulação, fiscalização e controle. Está correto somente o que se afirma em: a) I; b) III; Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 20 c) I e II; d) I e III; e) II e III. Resposta: C ✔ Resumindo ✔ Personalidade Jurídica: Em regra, se trata de autarquias, pessoas jurídicas de direito público, componentes da administração indireta. ✔ Capacidade Técnica e Permeabilidade: pessoas jurídicas com poder de editar atos normativos e normas técnicas que versem sobre determinado nicho da economia. Sobre a permeabilidade, o que se tem é a necessidade de abertura de diálogo entre os agentes econômicos regulados e a agência reguladora responsável pelo bom funcionamento do mercado em níveis regulatórios. ✔ Independência: por independência, deve-se se entender como a ausência de influências políticas externas nas atividades realizadas pela agência reguladora. ✔ Autonomia: Decisória x Administrativa x Financeira Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 21 ÓRGÃOS REGULADORES NO BRASIL Antes de iniciarmos o edital contém uma incongruência. Em seu edital consta o seguinte ponto: “Órgãos reguladores no Brasil: histórico e característica das autarquias.” No entanto, tecnicamente não se trata de órgãos e sim de agências reguladoras, pessoas jurídicas de direito público. Trataremos agora das entidades reguladoras federais no Brasil. Perceba o seguinte, cada agência reguladora é criada por Lei específica para tanto, compondo a administração indireta. No entanto, em 2019 fora editada a Lei 13.848/2019 trazendo um microssistema que envolve todas as agências reguladoras e é nesse sentido que será cobrado provavelmente em sua prova. Em 2019, fora editada a Lei de nº 13.848/2019 que trata especificamente sobre as agências reguladoras, legislação que pode ser dividida da seguinte forma: 1) Normas Gerais; 2) Regras de processo decisório; 3) Prestação de contas e controle social; 4) Interação entre as Agências e o Órgão de Defesa da Concorrência; 5) Articulação das Agências e os Órgãos de defesa do meio ambiente e do consumidor; 6) Articulação entre as Agências; 7) Da interação entre as Agências Reguladoras de Diferentes Níveis Federativos O que se pretendeu com a referida legislação foi, primeiro, trazer unificação de temas considerando as diversas agências reguladoras existentes com leis específicas para cada qual, bem como conferir segurança jurídica e transparência as atividades inerentes as agências. Passaremos a analisar a divisão aqui sugerida. Normas Gerais Em relação as normas gerais, a lei tem por objetivo dispor sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o controle social das agências reguladoras. Para tanto, inclui como agências reguladoras sujeitas a lei: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 22 Art. 2º Consideram-se agências reguladoras, para os fins desta Lei e para os fins da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000: I - a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); II - a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); III - a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); IV - a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); V - a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); VI - a Agência Nacional de Águas (ANA); VII - a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); VIII - a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); IX - a Agência Nacional do Cinema (Ancine); X - a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); XI - a Agência Nacional de Mineração (ANM). Parágrafo único. Ressalvado o que dispuser a legislação específica, aplica-se o disposto nesta Lei às autarquias especiais caracterizadas, nos termos desta Lei, como agências reguladoras e criadas a partir de sua vigência. Chama-se atenção pelo dispositivo acima que algumas agências que não possuem tal nomenclatura também estariam albergadas pelos ditames da lei, bastando ter características de autarquias especiais previstas na legislação correlata. Ademais, possui a lei efeito pro-futuro a partir do momento que também se aplica a agências reguladoras que venham a ser criadas no futuro. Tudo bem até aí? A partir do dispositivo acima, surge a seguinte dúvida: quais seriam as características necessárias para determinada autarquia ser considerada especial? A fim de sanar qualquer tipo de questionamento, o próprio art. 3º, da Lei de nº 13.848/2019, já trouxe tal conceito: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 23 Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. § 2º A autonomia administrativa da agência reguladora é caracterizada pelas seguintes competências: I - solicitar diretamente ao Ministério da Economia: a) autorização para a realização de concursos públicos; b) provimento dos cargos autorizados em lei para seu quadro de pessoal, observadaa disponibilidade orçamentária; c) alterações no respectivo quadro de pessoal, fundamentadas em estudos de dimensionamento, bem como alterações nos planos de carreira de seus servidores; II - conceder diárias e passagens em deslocamentos nacionais e internacionais e autorizar afastamentos do País a servidores da agência; III - celebrar contratos administrativos e prorrogar contratos em vigor relativos a atividades de custeio, independentemente do valor. § 3º As agências reguladoras devem adotar práticas de gestão de riscos e de controle interno e elaborar e divulgar programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção. Pelo texto, para ser considerada autarquia sob regime especial, necessário o preenchimento das seguintes características: 1) Ausência de subordinação hierárquica; 2) Autonomia em diferentes frentes; 3) Práticas de gestão de risco e controle interno e divulgação de programas de integridade. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 24 Regras de Processo Decisório Em relação as regras de processo decisório, buscou o legislador trazer uniformidade, objetividade e a regra do colegiado para edição de atos normativos técnicos, sem prejuízo da análise de impacto regulatório já prevista na Lei de Liberdade Econômica. Perceba que o intuito da legislação é justamente evitar que todo e qualquer ato normativo seja futuramente judicializado, considerando a capacidade técnica e a melhor decisão a determinado nicho da economia, garantindo eficiência e bom funcionamento do mercado regulado. Busca-se objetividade e normas que efetivamente sejam publicadas quando realmente necessárias. Vejamos os arts. 4º a 6º, da Lei de nº 13.848/2019, que podem aparecer em sua prova: Art. 4º A agência reguladora deverá observar, em suas atividades, a devida adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquela necessária ao atendimento do interesse público. Art. 5º A agência reguladora deverá indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem suas decisões, inclusive a respeito da edição ou não de atos normativos. Art. 6º A adoção e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos termos de regulamento, precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo. Ademais, todas as decisões da agência reguladora devem ser tomadas em caráter de colegiado, com caráter público e devidamente gravadas, corroborando a necessidade de tecnicidade da decisão. O que chama a atenção é a evolução da legislação ao prever consultas públicas no caso de alteração de normas técnicas já existentes ou audiência pública quando da tomada de decisões em matérias consideradas relevantes, sem prejuízo de outros meios de participação previstos em regimento interno. Vejamos: Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 25 Art. 9º Serão objeto de consulta pública, previamente à tomada de decisão pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada, as minutas e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados. § 1º A consulta pública é o instrumento de apoio à tomada de decisão por meio do qual a sociedade é consultada previamente, por meio do envio de críticas, sugestões e contribuições por quaisquer interessados, sobre proposta de norma regulatória aplicável ao setor de atuação da agência reguladora. Art. 10. A agência reguladora, por decisão colegiada, poderá convocar audiência pública para formação de juízo e tomada de decisão sobre matéria considerada relevante. § 1º A audiência pública é o instrumento de apoio à tomada de decisão por meio do qual é facultada a manifestação oral por quaisquer interessados em sessão pública previamente destinada a debater matéria relevante. Art. 11. A agência reguladora poderá estabelecer, em regimento interno, outros meios de participação de interessados em suas decisões, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas, aplicando-se o § 5º do art. 9º às contribuições recebidas. Boas práticas regulatórias: Prestação de Contas, Controle Social, análise de impacto regulatório e agenda regulatória Inicialmente, como boas práticas regulatórias temos princípios, procedimentos e instrumentos adotados para tornar a regulação mais eficiente, transparente, participativa e baseada em evidências. Os principais são: prestação de contas, controle social via audiências públicas e consulta pública e análise de impacto regulatório, sendo a última tratada em capítulo específico. Quanto ao controle sobre as agências reguladoras, considerando a autonomia que lhe é atribuída, este será exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União. Ademais, estão as agências obrigadas a elaborarem relatórios e planos específicos atendendo a finalidade de suas atividades. Nessa linha, cabem as agências editarem relatório anual Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 26 circunstanciado de suas atividades, destacando o cumprimento da política do setor, definida pelos Poderes Legislativo e Executivo. Além disso, deverá editar os seguintes planos bem definidos pela legislação: 1) de comunicação; 2) estratégico; 3) de gestão anual. Deverá, também, editar a agenda regulatória. A Agenda Regulatória é um instrumento de planejamento e transparência das ações normativas de uma agência reguladora. Trata-se de um documento público, geralmente com vigência anual, que lista os temas prioritários que serão objeto de análise, regulamentação, revisão ou aprimoramento durante aquele período. Vamos aos artigos correlatos na Lei de nº 13.848/2019: Art. 16. A agência reguladora deverá implementar, em cada exercício, plano de comunicação voltado à divulgação, com caráter informativo e educativo, de suas atividades e dos direitos dos usuários perante a agência reguladora e as empresas que compõem o setor regulado. Art. 17. A agência reguladora deverá elaborar, para cada período quadrienal, plano estratégico que conterá os objetivos, as metas e os resultados estratégicos esperados das ações da agência reguladora relativos a sua gestão e a suas competências regulatórias, fiscalizatórias e normativas, bem como a indicação dos fatores externos alheios ao controle da agência que poderão afetar significativamente o cumprimento do plano. Art. 18. O plano de gestão anual, alinhado às diretrizes estabelecidas no plano estratégico, será o instrumento anual do planejamento consolidado da agência reguladora e contemplará ações, resultados e metas relacionados aos processos finalísticos e de gestão. Art. 21. A agência reguladora implementará, no respectivo âmbito de atuação, a agenda regulatória, instrumento de planejamento da atividade normativa que conterá o conjunto dos temas prioritários a serem regulamentados pela agência durante sua vigência. § 1º A agenda regulatória deverá ser alinhada com os objetivos do plano estratégico e integrará o plano de gestão anual. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 27 § 2º A agenda regulatória será aprovada pelo conselho diretorou pela diretoria colegiada e será disponibilizada na sede da agência e no respectivo sítio na internet O real objetivo da legislação é dar reforçar a legitimidade de atuação das agências reguladoras com a necessidade de edição de planos demonstrando transparência na gestão. Sobre o controle social, a Lei de nº 13.848/2019, previu a necessidade de criação de ouvidoria específica por parte de cada agência reguladora em que o ouvidor atuará de forma independente sem qualquer tipo de pressão externa. Vejamos: Art. 22. Haverá, em cada agência reguladora, 1 (um) ouvidor, que atuará sem subordinação hierárquica e exercerá suas atribuições sem acumulação com outras funções. § 1º São atribuições do ouvidor: I - zelar pela qualidade e pela tempestividade dos serviços prestados pela agência; II - acompanhar o processo interno de apuração de denúncias e reclamações dos interessados contra a atuação da agência; III - elaborar relatório anual de ouvidoria sobre as atividades da agência. Vale dizer que a função de ouvidor depende de escolha pelo Presidente da República e por ele nomeado, após prévia aprovação do Senado Federal, devendo não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, e ter notório conhecimento em administração pública ou em regulação de setores econômicos, ou no campo específico de atuação da agência reguladora. O ouvidor terá mandato de 3 (três) anos, vedada a recondução, no curso do qual somente perderá o cargo em caso de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou condenação em processo administrativo disciplinar. Não pode o ouvidor ter participação, direta ou indireta, em empresa sob regulação da respectiva agência reguladora. Eventual processo administrativo contra o ouvidor somente poderá ser instaurado pelo titular do ministério ao qual a agência está vinculada, por iniciativa de seu ministro ou do Ministro de Estado Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 28 da Controladoria-Geral da União, em decorrência de representação promovida pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada da respectiva agência. SEFAZ BA FGV 2022 - As agências reguladoras têm como características a autonomia funcional, decisória, financeira e administrativa. Apesar das prerrogativas previstas em lei, elas devem seguir algumas regras específicas. Assinale a opção que indica uma dessas regras. a) A elaboração de plano estratégico bienal, em consonância com as diretrizes decorrentes da subordinação hierárquica perante o ministério supervisor. b) A contratação de dirigentes por meio de procedimento idôneo e formal, respeitada arguição pública no Senado Federal, além de mandato fixo destituível apenas por condenação judicial transitada em julgado. c) A adoção de práticas de gestão de riscos e controles internos, bem como elaboração de programa de integridade visando o combate a fraudes e atos de corrupção. d) A qualificação como agência reguladora recebida por ministro da justiça, por ato vinculado, desde que apresentado plano de reestruturação e desenvolvimento para a melhoria da gestão. e) O estabelecimento de conselho fiscal e administração com composição paritária, constituído por agentes públicos e membros da sociedade civil, vedada remuneração. Resposta: C. Interação das Agências Reguladoras com os Órgãos de Defesa da Concorrência Trata-se de verdadeira inovação trazida pela legislação baseada no princípio da cooperação que deve permear a atuação da administração pública. Isso porque, pretendeu o legislador garantir que as agências estejam atentas as práticas do mercado regulado e que eventuais condutas que Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 29 possam gerar conflito de natureza concorrencial sejam informadas aos órgãos de defesa da concorrência, quais sejam o Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE e a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, nos termos da Lei 12.529/2011, sem prejuízo de outros órgãos atuantes. A pretensão do legislador é justamente que a cultura de defesa da concorrência seja implementada nos diferentes setores da economia através do incentivo das outras agências reguladoras. Nesse sentido, os arts. 25 a 28, da Lei de nº 13.848/2019: Art. 25. Com vistas à promoção da concorrência e à eficácia na implementação da legislação de defesa da concorrência nos mercados regulados, as agências reguladoras e os órgãos de defesa da concorrência devem atuar em estreita cooperação, privilegiando a troca de experiências. Art. 26. No exercício de suas atribuições, incumbe às agências reguladoras monitorar e acompanhar as práticas de mercado dos agentes dos setores regulados, de forma a auxiliar os órgãos de defesa da concorrência na observância do cumprimento da legislação de defesa da concorrência, nos termos da Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011 (Lei de Defesa da Concorrência). Art. 27. Quando a agência reguladora, no exercício de suas atribuições, tomar conhecimento de fato que possa configurar infração à ordem econômica, deverá comunicá-lo imediatamente aos órgãos de defesa da concorrência para que esses adotem as providências cabíveis. Art. 28. Sem prejuízo de suas competências legais, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) notificará a agência reguladora do teor da decisão sobre condutas potencialmente anticompetitivas cometidas no exercício das atividades reguladas, bem como das decisões relativas a atos de concentração julgados por aquele órgão, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas após a publicação do respectivo acórdão, para que sejam adotadas as providências legais. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 30 Articulação das Agências Reguladoras com os Órgãos de Defesa do Meio Ambiente e do Consumidor Na mesma linha do que se escreveu sobre a defesa da concorrência, buscou o legislador constituir um microssistema de informações entre as agências reguladoras e os órgãos de defesa do meio ambiente e do consumidor, através do compartilhamento de dados, tudo em prol dos bens jurídicos tutelados. Prevê aqui, além da interação, a articulação entre as agências e os órgãos protetores dos bens jurídicos tutelados com possibilidade, inclusive de termos de ajustamento de condutas a serem celebrados. Vejamos os dispositivos autoexplicativos Lei de nº 13.848/2019: Art. 31. No exercício de suas atribuições, e em articulação com o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) e com o órgão de defesa do consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública, incumbe às agências reguladoras zelar pelo cumprimento da legislação de defesa do consumidor, monitorando e acompanhando as práticas de mercado dos agentes do setor regulado. Art. 32. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, as agências reguladoras são autorizadas a celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de ajustamento de conduta com pessoas físicas ou jurídicas sujeitas a sua competência regulatória, aplicando-se os requisitos do art. 4º-A da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997. § 1º Enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de ajustamento de conduta, ficará suspensa, em relação aos fatos que deram causa a sua celebração, a aplicação de sanções administrativas de competência da agência reguladora à pessoa física ou jurídica que o houver firmado. § 2º A agência reguladora deverá ser comunicada quando da celebração do termo de ajustamento de conduta a que se refere o § 6º do art.5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, caso o termo tenha por objeto matéria de natureza regulatória de sua competência. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 31 Art. 33. As agências reguladoras poderão articular-se com os órgãos de defesa do meio ambiente mediante a celebração de convênios e acordos de cooperação, visando ao intercâmbio de informações, à padronização de exigências e procedimentos, à celeridade na emissão de licenças ambientais e à maior eficiência nos processos de fiscalização. Articulação entre as Agências Reguladoras Pretendeu o legislador trazer a possibilidade de edição de atos normativos em conjunto entre diferentes agências, considerando a similaridade entre a matéria envolvida naquele nicho de mercado. É que em determinadas situações a atividade econômica pode estar sujeita a diferentes controles das agências o que faz com que seja necessária a atuação em conjunto, desde que respeitados os requisitos similares a edição de um ato em separado. Nesse sentido, os arts. 29 e 30 da Lei de nº 13.848/2019: Art. 29. No exercício de suas competências definidas em lei, duas ou mais agências reguladoras poderão editar atos normativos conjuntos dispondo sobre matéria cuja disciplina envolva agentes econômicos sujeitos a mais de uma regulação setorial. § 1º Os atos normativos conjuntos deverão ser aprovados pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada de cada agência reguladora envolvida, por procedimento idêntico ao de aprovação de ato normativo isolado, observando-se em cada agência as normas aplicáveis ao exercício da competência normativa previstas no respectivo regimento interno. § 2º Os atos normativos conjuntos deverão conter regras sobre a fiscalização de sua execução e prever mecanismos de solução de controvérsias decorrentes de sua aplicação, podendo admitir solução mediante mediação, nos termos da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015 (Lei da Mediação), ou mediante arbitragem por comissão integrada, entre outros, por representantes de todas as agências reguladoras envolvidas. Art. 30. As agências reguladoras poderão constituir comitês para o intercâmbio de experiências e informações entre si ou com os órgãos integrantes do Sistema Brasileiro Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 32 de Defesa da Concorrência (SBDC), visando a estabelecer orientações e procedimentos comuns para o exercício da regulação nas respectivas áreas e setores e a permitir a consulta recíproca quando da edição de normas que impliquem mudanças nas condições dos setores regulados. Interação entre as Agências Reguladoras de Diferentes Níveis Federativos Um primeiro ponto que deve ser explicitado é que o legislador tomou o devido cuidado ao não desrespeitar o princípio federativo. É que numa federação existem competências determinadas constitucionalmente para cada ente, de forma a não ser possível a violação das regras constitucionais. Nessa linha, é possível, mediante acordo entre as agências, promover a articulação de suas atividades com as de agências reguladoras ou órgãos de regulação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de competência, implementando, a seu critério e mediante acordo de cooperação, a descentralização de suas atividades fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais, exceto quanto a atividades do Sistema Único de Saúde (SUS), que observarão o disposto em legislação própria. O que não é possível é a delegação de competências normativas. Nesse sentido, vale a leitura dos arts. 34 e 35, da Lei 13.848/2019: Art. 34. As agências reguladoras de que trata esta Lei poderão promover a articulação de suas atividades com as de agências reguladoras ou órgãos de regulação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de competência, implementando, a seu critério e mediante acordo de cooperação, a descentralização de suas atividades fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais, exceto quanto a atividades do Sistema Único de Saúde (SUS), que observarão o disposto em legislação própria. § 1º É vedada a delegação de competências normativas. § 2º A descentralização de que trata o caput será instituída desde que a agência reguladora ou o órgão de regulação da unidade federativa interessada possua serviços técnicos e administrativos competentes devidamente organizados e aparelhados para Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 33 a execução das respectivas atividades, conforme condições estabelecidas em regimento interno da agência reguladora federal. § 3º A execução, por agência reguladora ou órgão de regulação estadual, distrital ou municipal, das atividades delegadas será permanentemente acompanhada e avaliada pela agência reguladora federal, nos termos do respectivo acordo. § 4º Na execução das atividades de fiscalização objeto de delegação, a agência reguladora ou o órgão regulador estadual, distrital ou municipal que receber a delegação observará as normas legais e regulamentares federais pertinentes. § 5º É vedado à agência reguladora ou ao órgão regulador estadual, distrital ou municipal conveniado, no exercício de competência fiscalizatória delegada, exigir de concessionária ou permissionária obrigação não prevista previamente em contrato. § 6º Além do disposto no § 2º deste artigo, a delegação de competências fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais somente poderá ser efetivada em favor de agência reguladora ou órgão de regulação estadual, distrital ou municipal que gozar de autonomia assegurada por regime jurídico compatível com o disposto nesta Lei. § 7º Havendo delegação de competência, a agência reguladora delegante permanecerá como instância superior e recursal das decisões tomadas no exercício da competência delegada. Art. 35. No caso da descentralização prevista no caput do art. 34, parte da receita arrecadada pela agência reguladora federal poderá ser repassada à agência reguladora ou ao órgão de regulação estadual, distrital ou municipal, para custeio de seus serviços, na forma do respectivo acordo de cooperação. Parágrafo único. O repasse referido no caput deste artigo deverá ser compatível com os custos da agência reguladora ou do órgão de regulação local para realizar as atividades delegadas. Boas práticas de Fiscalização Inicialmente, vale ressaltar que a Lei 13.848/2019 não trouxe capítulo explícito sobre o tema. Fato é que a fiscalização tem base no conceito do que efetivamente é o poder de polícia. Lembre-se: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Nick Simonek Maluf Cavalcante Aula 02 CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 34 Nessa linha, tanto em suas decisões como no seu poder fiscalizatório, cabe a agência reguladora, em suas atividades, a devida adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquela necessária ao atendimento do interesse público. Noções de gerenciamento, controle e garantia da qualidade. Auditoria da qualidade A lei 13.848/2019 trata