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A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS AMBIENTALMENTE PROTEGIDAS NAS CIDADES

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A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS AMBIENTALMENTE 
PROTEGIDAS NAS CIDADES 
 Liza Maria Souza de Andrade1 
Marta Adriana Bustos Romero2 
1. INTRODUÇÃO 
A proteção dos mananciais é uma preocupação constante nas questões de 
sustentabilidade que visa não só a sobrevivência dos assentamentos urbanos como também a 
possibilidade de expansão urbana. 
A política estratégica de criação de novas áreas protegidas como as Unidades de 
Conservação nada mais é que reconhecer a presença de padrões urbanos não sustentáveis, uma 
vez que nem mesmo os princípios básicos de sustentabilidade ambiental como o respeito aos 
limites impostos pelo Código Florestal para a ocupação urbana nas margens de rios - as Áreas 
de Preservação Permanentes (APPs), não tem sido respeitados pela lógica imobiliária. 
Na maioria das cidades brasileiras, as margens dos rios são ocupadas por populações de 
baixa renda representada por assentamentos informais em função de sua exclusão de áreas 
urbanizadas. Isto ocorre não por falta de normas ou critérios que disciplinem o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, pois a Legislação Ambiental brasileira é bastante rigorosa em 
suas normas. Entretanto, na maioria dos casos permanece inaplicável pela capacidade precária 
de fiscalização dos agentes públicos, pela omissão desses agentes, às vezes por atitudes 
corruptíveis, e pela inviabilidade de ações diante de situações sociais incontroláveis. 
As iniciativas de regularização urbanística geram um procedimento administrativo de 
 
1 Mestranda do Programa de Pós-graduação da FAU da Universidade de Brasília: lizaandrade@uol.com.br 
 
2 Prof. Doutora do Programa de Pós-graduação da FAU da Universidade de Brasília: romero@unb.br 
 
 
 
licenciamento ambiental, incluindo a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental - EIA-
RIMA. No entanto, esses estudos não possuem soluções alternativas para tais intervenções 
urbanísticas como idéias práticas ou padrões e princípios de desenho que respeitem a 
legislação ambiental para a reurbanização desses assentamentos em áreas ambientalmente 
protegidas. 
Para fins desta pesquisa, que se insere na disciplina de Desenho Urbano, será abordada a 
seguir um pouco da estrutura da legislação ambiental brasileira e seus instrumentos no âmbito 
da gestão ambiental urbana para entendimento dos conflitos que são gerados entre os órgãos 
de planejamento urbano e ambiental em função da má utilização das leis e de seus 
instrumentos. Em seguida será analisada a importância das Áreas de Proteção Permanente nas 
cidades para a drenagem urbana sob a ótica da gestão ecológica do ciclo da água. 
2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL URBANA 
No âmbito da gestão ambiental urbana, as leis federais3 que disciplinam a proteção e o 
uso do meio ambiente que interessam diretamente aos planejadores e desenhistas urbanos são 
representadas pelo Código Florestal (Lei 4771/65), pela Lei de Parcelamento Territorial 
Urbano (Lei 6766/79), pela Lei da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA (Lei 
6938/81), pela Lei da Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei 9433/97), pela Lei do 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei 9985/2000) e pelo Estatuto das 
Cidades (Lei 10257/01). Contudo todas essas leis estão hierarquicamente disciplinadas pela 
Constituição Federal (CF) que funciona como base para todas as normas. 
No parágrafo primeiro do artigo 225 da CF de 1988 que trata do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, vem especificado o que exatamente deve fazer o Poder Público 
para tornar esse direito realidade. Determina que uma vez definido os espaços territoriais 
especialmente protegidos, a alteração e a supressão só serão permitidas através de lei, sendo 
vetada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção. Além disso, esse artigo exige o Estudo Prévio de Impacto Ambiental para instalação 
de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. 
 
3 A Legislação Ambiental brasileira é o conjunto de normas jurídicas produzidas pelos poderes representativos (executivo, 
legislativo e judiciário), e constituem a base para a determinação do contexto legal que permite o adequado manejo do meio 
ambiente e a utilização criteriosa de seus recursos. 
 
 2
 
 
De acordo com Santos (2004), A Lei 6938/81 que representa a Política Nacional do 
Meio Ambiente funciona como a espinha dorsal do art. 225 da CF do que fazer, quem vai 
fazer e quais os instrumentos utilizados para fazê-lo. Nos seus artigos 2o e 4o cabe aqui 
ressaltar os princípios a serem seguidos na concretização de seus objetivos que são: “o uso 
racional do solo, do subsolo, do ar e da água, o planejamento e fiscalização do uso dos 
recursos ambientais, controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras e acompanhamento do estado da qualidade ambiental.” 
Por meio dessas normas torna-se possível estabelecer os limites e a legitimidade das 
ações de proteção e de conservação ambiental e da avaliação dos impactos provocados pelas 
atividades humanas, aplicando-se os instrumentos destinados ao seu controle. No artigo 9o são 
estabelecidos esses instrumentos que terão de ser utilizados pelo Poder Público e pela 
sociedade para a realização prática da PNMA4: Zoneamento Ambiental ou Ecológico-
Econômico, Plano de Manejo, AIA (EIA-RIMA), Licenciamento Ambiental, Monitoramento 
Ambiental, Auditoria Ambiental e a criação de espaços territoriais especialmente protegidos 
pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal. 
2.1 Os Instrumentos da Gestão Ambiental Urbana no âmbito do 
planejamento e desenho urbano 
2.1.1 Zoneamentos e Planos 
Conforme a área que se pretende gerir, há vários tipos de Zoneamento que podem ser 
combinados de acordo com as necessidades práticas e as exigências legais. Santos (2004, p.18) 
define o zoneamento na legislação ambiental como: “... um instrumento de gestão do 
território, elaborado por técnicos e cientistas especializados, provenientes do Estado ou de 
organizações da sociedade civil, sob a coordenação do mesmo Estado na figura dos órgãos 
responsáveis pela gestão do território e dos recursos naturais”. 
Tem como função definir os usos possíveis de zonas territoriais específicas nas esferas 
urbanas, rurais e especialmente protegidas do ponto de vista ambiental, artístico, cultural e 
paisagístico a partir de critérios técnicos e legais e da participação ativa e organizada da 
comunidade que habita o espaço a que ele se destina. Portanto, é um instrumento norteador 
 
4 A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo: “...a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança 
nacional e à proteção da dignidade da vida humana.” (Lei 6938/81). 
 3
 
 
 4
 
 
 4
 
 
para os planos ou pelo menos deveria ser. 
Na visão deste mesmo autor a política de ocupação urbana funciona como um tripé 
formado pelo Zoneamento que integrará um Plano de Uso do Espaço que por sua vez será 
gerido por um Conselho formado por membros da sociedade civil, Poder Público e 
empreendedores com fins econômicos ou não. 
 
CONSELHO GESTOR OU COMITÊ 
 
 
 ZONEAMENTO PLANO DE USO DO ESPAÇO 
 
No âmbito da gestão ambiental urbana deve-se atentar para três tipos de zoneamentos: 
urbano (incluindo o industrial), ambiental ou ecológico-econômico e hídrico (diagnóstico do 
regime hídrico das bacias). 
O primeiro,o zoneamento urbano5 tem como finalidade estipular regras quanto à 
ordenação do espaço territorial urbano incluindo o zoneamento industrial, priorizando a 
segurança sanitária de suas populações (como os planos higienistas após a Revolução 
Industrial), mas que hoje podem ser utilizados para disciplinar outras atuações humanas no 
desenvolvimento urbano. Uma vez mapeado o zoneamento urbano este integrará o Plano que 
por sua vez reproduz as potencialidades e restrições ao uso de ocupação do solo e não se 
vincula necessariamente aos condicionantes ambientais do território. 
Caso se trate de um macro-zoneamento um município deve se integrar ao Plano Diretor 
Local, sendo gerido por um Conselho de Planejamento Urbano. Os Planos Diretores Locais 
vem como uma decorrência da aprovação do macro-zoneamento e do Plano Diretor de 
Ordenamento Territorial para produzir o seu próprio Plano Diretor Local, onde deverão ser 
indicados os pontos mais importantes relativos ao processo de ocupação do solo naquela 
região. No entanto, somente a partir da aprovação do Estatuto das Cidades6 é que esses 
 
5 O zoneamento e o plano definido pelo urbanismo moderno na Carta de Atenas de 1933 estabelece quatro categorias de uso: 
trabalho, residencial, lazer e circulação. 
6 O Estatuto das Cidades (Lei Federal no. 10.257/2001) estabelece para o meio urbano instrumentos de gestão do espaço que 
integram programas e normas de planejamento do território (por exemplo, zoneamento ambiental e plano de manejo de uma 
APA ou o plano de Bacia Hidrográfica) tendo como ponto de partida o Plano Diretor do Município para a aplicação dos 
 
zoneamentos e planos locais começaram a ser desenvolvidos, portanto, não funcionam como 
instrumento norteador para o desenho urbano após várias intervenções urbanas. 
O segundo, o zoneamento ambiental hoje tratado como zoneamento ecológico-
econômico tem como objetivo orientar as políticas públicas para a execução das diretrizes 
constitucionais no que tange o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental. Divide o 
território em zonas de acordo com a necessidade de proteção, conservação e recuperação dos 
recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. 
No que se refere à Unidade de Conservação7, o zoneamento determina os setores ou 
zonas com objetivos de manejo e normas específicas para proporcionar o equilíbrio harmônico 
de seus objetivos. Por meio de um diagnóstico extrai-se as potencialidade e fragilidade, tanto 
físico-bióticas quanto sócio-econômicas que servem de base para discussão com os vários 
agentes sociais envolvidos e para a definição do Plano de Manejo que disciplinará as leis do 
espaço a ser gerido. Ele engloba tanto a unidade a ser especialmente protegida, como também 
seus corredores ecológicos8, zonas de amortecimento9 e áreas urbanas e rurais influentes nessa 
unidade além de determinar a forma de participação decisória e normatização das ações. 
As Unidades de Conservação de Uso Sustentável como uma Área de Proteção 
Ambiental – APA10 são instituídas, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, com objetivo 
de proteger valores ambientais significativos, assegurando o bem estar das populações 
humanas e melhorar as condições ecológicas locais. Não impede o desenvolvimento 
 
demais instrumentos previstos pelo Estatuto das Cidades. O Plano Diretor já era previsto na CF, mas agora ganha novo valor 
com possibilidades institucionais concretas. (Santos, 2004) 
7 A Lei 9985/2000 institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC - que disciplina as Unidades de 
Conservação (UC) em seu artigo 2ocomo sendo: “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivos de 
conservação e seus limites definidos sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias especiais de 
proteção”. O SNUC as agrupou em duas classes cada uma com categorias específicas: a primeira, as Unidades de Proteção 
Integral7 e a segunda, as de Uso Sustentável. Para fins desta pesquisa interessa a segunda que admitem o uso direto dos seus 
recursos e visam: “...compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais”. 
8 Corredores Ecológicos – “porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que 
possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de 
áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior 
do que aquela das unidades individuais”. Ver Lei do SNUC - 9985/2000. 
9 Zonas de Amortecimento ou Zona Tampão – “o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas 
estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.” Ver 
Lei do SNUC - 9985/2000. 
10 Uma APA é definida pelo SNUC (Lei 9985/2000) como: “... uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação 
humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e 
o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo 
de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais”. 
 5
 
 
econômico da região, portanto, não são necessárias desapropriações de terras que é abrangida 
pela APA, mas disciplina o uso racional dos recursos naturais. 
O Conselho Gestor de uma APA11 estabelece normas específicas regulamentando o uso 
dos recursos naturais e a ocupação. Contudo, a gestão das APAs é um pouco complexa pois 
são constituídas de terras públicas e privadas sendo que as privadas devem se submeter às 
restrições legais e às do Plano de Manejo, ressalvados os limites constitucionais. 
Por fim, o terceiro tipo de zoneamento trata de um espaço ainda pouco utilizado pelos 
arquitetos e urbanistas que é o zoneamento de uma unidade hidrográfica. Este zoneamento 
ou diagnóstico do regime hídrico será integrado ao Plano de Bacia e será gerido pelo Comitê 
de Bacia Hidrográfica. 
A Lei no. 9433/97 institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos e traz princípios 
que devem nortear a atuação dos entes da Federação em termos de recursos hídricos tais 
como: o da adoção da bacia hidrográfica12 como unidade de planejamento com o Plano de 
Recursos Hídricos, o dos usos múltiplos da água, segundo o qual põe todas as categorias que 
usam água em igualdade de acesso, o reconhecimento do valor econômico da água e o da 
gestão descentralizada e participativa. 
Os Planos de Recursos Hídricos nada mais são que planos diretores. Visam fundamentar 
e orientar a implementação da PNRH e o gerenciamento dos recursos hídricos, a partir de um 
diagnóstico da situação atual desses recursos, da análise de alternativas de crescimento 
demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de uso e 
ocupação do solo. Além disso, também faz um balanço entre disponibilidade futuras dos 
recursos hídricos em quantidade e qualidade com identificação de conflitos potenciais. Na 
visão de Tucci (2003), os Planos de Recursos Hídricos deveriam estabelecer metas às cidades 
para que os cursos d’água de uma bacia atinjam níveis ambientalmente adequados. 
No entanto, essa nova Política dos Recursos Hídricos necessita ainda ser discutida pela 
 
11 O Conselho Gestor da APA é composto pelos órgãos ambientais competentes, outros órgãos e instituições oficiais de 
pesquisaresponsáveis ou com projetos nas áreas, por membros representantes da comunidade que vivam na APA, por 
representantes de organizações da sociedade civil com objeto estatutário e experiência na gestão ou pesquisas ambientais. As 
Unidades de Conservação que tiverem sobrepostas, a gestão deverá ser feita com os Conselhos Gestores das unidades que os 
tenham, com o órgão competente pela administração da unidade (caso não possuam Conselho Gestor) e pelas instituições de 
pesquisa que atuem nas áreas. Respeitados os objetivos de cada unidade e seus Planos de Manejo, pode-se elaborar um plano 
conjunto para todo o mosaico de unidades. 
12 Bacia Hidrográfica entendida como unidade natural geográfica e hidrológica de um rio. “É definida pela área de captação 
da água de precipitação, demarcada por divisores topográficos onde toda água captada converge para um único ponto de 
saída, a foz.” (ANA, 2004). 
 
 6
 
 
sociedade e os centros de pesquisa, pois a lei em muitos pontos ainda é obscura no que se 
refere principalmente a sua compatibilização com o zoneamento urbano, pois em um plano 
diretor a ênfase ainda é dada ao tipo de uso do espaço e suas malhas viárias e não na 
capacidade de suporte do regime hídrico de cada região. Além disso, as ações de saneamento 
ambiental têm sido realizadas de forma desintegrada, atuando sempre sobre problemas 
pontuais e nunca desenvolvendo um planejamento preventivo ou sugestões de mudanças. 
Numa tentativa de compatibilizar as ações integradas de desenvolvimento urbano, o 
Ministério das Cidades - Programa de Modernização do Saneamento Ambiental - propõe uma 
Política Nacional de Drenagem Urbana que tem como objetivo geral promover a 
sustentabilidade ambiental e a melhoria da saúde e da qualidade de vida das populações 
urbanas brasileiras. Essas ações13 seriam integradas por meio da elaboração de um Plano 
Diretor de Drenagem Urbana, como componente de uma Estratégia de Desenvolvimento 
Urbano. 
A Política Nacional de Drenagem Urbana teria como principais princípios: promover a 
visão integrada das ações de esgotamento sanitário, drenagem urbana e gestão de resíduos 
sólidos no ambiente urbano; maior participação no pagamento dos custos das soluções de 
drenagem por parte dos responsáveis pelos impactos; a participação da sociedade no controle 
da gestão da drenagem urbana; e adoção de critérios ambientais na definição das soluções de 
drenagem. 
 Conforme foi analisado, os vários tipos de zoneamentos e seus planos respectivos são 
importantes para os quais se destinam, entretanto teriam que estar interligados e cada um tem 
seu conselho ou comitê gestor responsável. Torna-se importante estabelecer princípios que 
possam ser aplicados simultaneamente entre o planejamento e o desenho urbano que sejam 
capazes de integrar os diferentes tipos de zoneamento de forma sistêmica valorizando o bom 
funcionamento destes na política ambiental urbana. Neste caso, torna-se fundamental entrar 
em vigor a Política Nacional de Drenagem Urbana que visa uma gestão integrada dos 
recursos hídricos. 
2.1.2 Estudos de Impactos Ambientais 
Os Estudos de Impactos Ambientais - EIAs-RIMAs funcionam como um instrumento 
 
13 Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, gestão do resíduo sólido, drenagem urbana, controle de 
inundação ribeirinha, transporte e conservação ambiental com a ocupação e aproveitamento do solo urbano. 
 7
 
 
da gestão ambiental urbana que integra em seus estudos os diagnósticos ambientais, dos 
recursos hídricos e de uso e ocupação do solo (zoneamentos e planos existentes). Funcionam 
como um elo entre o componente político social de execução das políticas ambientais e o 
componente técnico, científico e legal desses instrumentos. 
Segundo Luiz Beltrão do Ministério Público do DF, o EIA-RIMA tem como finalidade 
ter uma abordagem prévia e preventiva dos impactos ambientais, apresentar e analisar 
alternativas, ter fidelidade ao Termo de Referência14 (termo adquirido pelo empreendedor no 
órgão ambiental com os itens necessários a serem diagnosticados no EIA) e aos conteúdos da 
Resolução CONAMA 001/8615 e, por fim, obter a participação social. 
Entretanto, de acordo com Absy (1995), o processo de elaboração dos EIA-RIMAs não 
tem atendido a Resolução CONAMA 001/86. Os métodos utilizados não têm possibilitado a 
elaboração de estudos com objetividade e coerência entre suas diversas fases – do 
dimensionamento do problema a ser estudado à proposição de medidas de controle e 
mitigação de impactos. 
Em primeiro lugar, tem uma inserção tardia da variável ambiental no processo decisório 
e quando tem como prevenir danos há uma carência de propostas alternativas passando por 
justificador do empreendimento proposto por meio de um rol de medidas compensatórias ao 
invés de medidas que evitem ou minimizem os impactos. Isso evidencia um comprometimento 
da equipe multidisciplinar com a proposta do contratante. 
Em segundo lugar são trabalhadas escalas que são incapazes de diagnosticar com 
precisão o meio e há uma carência de dados primários. As equipes multidisciplinares 
encontram dificuldades em delimitar áreas de influência direta e indiretamente com base nos 
efeitos ambientais potenciais do projeto e de suas alternativas. 
Por fim, há uma falta de profissionais com competência analítica do órgão licenciador e 
a sua dependência política. Há um despreparo das equipes técnicas, restringindo-se na maioria 
 
14 O Termo de Referência tem como roteiro básico para EIA/RIMA e outros documentos técnicos exigidos para o 
licenciamento ambiental os seguintes itens: identificação do empreendedor, caracterização do empreendimento; métodos e 
técnicas utilizados para a realização dos estudos ambientais (EIA-RIMA no caso), delimitação da área de influência14; 
espacialização da análise e da apresentação dos resultados; diagnóstico ambiental da área de influência; prognóstico dos 
impactos ambientais do projeto; plano ou programa proposto e de suas alternativas; e por fim, controle ambiental do 
empreendimento (alternativas econômicas e tecnológicas para a mitigação dos danos potenciais sobre o ambiente). (Absy et 
al, 1995) 
15 A Resolução CONAMA 001/86 fornece orientação básica para a elaboração do EIA-RIMA, estabelecendo definições, 
responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como 
um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. (Absy et al, 1995) 
 8
 
 
das vezes a verificar se os estudos apresentados atendem às especificações do Termo de 
Referência e da legislação pertinente. As equipes têm dificuldades para analisar os resultados 
obtidos nos métodos e técnicas utilizadas na elaboração de EIA-RIMA, em especial quanto 
aos seus aspectos ecológicos, não levando em conta as inter-relações dos processos ambientais 
e o sinergismo dos efeitos das atividades humanas sobre o ambiente. 
Mesmo quando o projeto urbanístico tem a chance de ser desenvolvido em regiões que 
já foram estudadas por meio de EIA-RIMA, não se leva em consideração as informações 
obtidas para a formulação do desenho dos assentamentos, justamente por haver uma lacuna na 
análise desses dados e a incorporação de soluções alternativas. 
Era de se esperar que da interface de informações do meio físico, biótico e antrópicos 
obtidas na etapa do diagnóstico ambiental do EIA-RIMA surgissem estratégias sustentáveis de 
uso e ocupação do solo urbano, ou melhor, surgissem soluções alternativas para o espaço 
urbano em áreas protegidas. No entanto, o que se pode observar são proposições de 
tecnologias imediatistas tradicionais e restrições de uso. Conseqüentemente,não contribui para 
acelerar o processo de licenciamento ambiental de assentamentos urbanos ou diminuir os 
conflitos de interesses de profissionais da área de arquitetura e urbanismo ligados ao órgão 
municipal e de profissionais da área ambiental ligados ao órgão ambiental, principalmente se 
for no âmbito federal. 
2.1.3 Licenciamento Ambiental 
De acordo com Santos (2004), a licença ambiental também é um ato administrativo com 
finalidade específica de permitir sob certas regras legais e acordos entre comunidade, governo, 
comunidade científica e empreendedor o exercício de atividades que de algum modo 
modifiquem ou alterem o meio ambiente nos termos do art. 225 da CF, entre outros. 
O licenciamento ambiental é composto de três licenças16: Licença Prévia (LP), Licença 
de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). A LP só poderia ser concedida caso fosse uma 
continuação do EIA-RIMA, possibilitando testar os impactos do empreendimento e obter as 
informações complementares para a derradeira concessão ou não da licença ambiental, a 
instalação e operacionalização do empreendimento quando não suscitar impactos irreversíveis 
ao meio ambiente. No entanto, muitos projetos danosos ao meio ambiente são viabilizados por 
 
16 O Decreto 99.274/90 em seu art. 19 cria as licenças ambientais, mas é impreciso quanto às circunstâncias e objetivos de sua 
emissão. (Santos, 2004) 
 9
 
 
meio desta licença e os princípios ecológicos são totalmente violados. 
A LI autoriza o início da implantação em empreendimento urbanos de acordo com as 
restrições legais, as determinações do Zoneamento e Plano de Manejo da área, e de acordo 
com outros instrumentos de gestão do espaço como o zoneamento urbano. Entretanto, como já 
foi descrito anteriormente, se há uma ausência de integração dos zoneamentos, como firmar os 
acordos necessários entre a comunidade, instituição de pesquisa, governo e empreendedor e as 
determinações da AIA? Daí a necessidade de se estabelecer princípios de sustentabilidade 
ambiental que facilite a integração dos diferentes atores envolvidos e dos diferentes 
zoneamentos desenvolvidos em áreas ambientalmente protegidas no espaço urbano. 
A LO que tem como finalidade autorizar o início da atividade licenciada, por sua vez, 
não se aplica à dinâmica urbana, conforme analisada por Ribas (2003), uma vez que, ao 
implantar o loteamento (desmatamento, abertura de vias, implantação de infra-estrutura), já 
está se iniciando sua operação. 
Após a concessão das licenças exigidas para o empreendimento, instala-se um processo 
constante de acompanhamento pelo órgão ambiental e pelos demais agentes sociais que 
participaram da Avaliação de Impacto Ambiental do empreendimento denominado de 
Monitoramento Ambiental. No caso de ocupações urbanas torna-se obscuro esse 
monitoramento para impactos que só poderão ser medidos a longo prazo como o caso de 
projetos urbanísticos aprovados pelo órgão ambiental que não respeitam os princípios básicos 
de sustentabilidade para a ocupação de margens de rios, Áreas de Preservação Permanente – 
APPs, impostos pelo Código Florestal. 
2.2 As Áreas de Proteção Permanente – APPs nas cidades 
O regime de proteção das APPs17 é bastante rígido tendo como regra a intocabilidade, 
admitida excepcionalmente a retirada da vegetação apenas nos casos de utilidade pública ou 
interesse social legalmente previstos (Código Florestal e Medida Provisória no. 2166-
67/2001). 
Estas áreas tiveram seus parâmetros e limites definidos pela Resolução CONAMA18 no. 
 
17 Área de Preservação Permanente – APP - definida pelo Código Florestal – “ ... área protegida coberta ou não por 
vegetação nativa, com função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a 
biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e da flora, proteger o solo e assegurar o bem estr das populações humanas. 
18 Resoluções CONAMA 302 e 303. 
 10
 
 
303/2002 nos artigos 2o e 3o, como o caso das faixas de proteção ao longo dos cursos d’água. 
As larguras predeterminadas dependem das dimensões dos cursos d’água que prevêem o 
mínimo de 30m para aqueles até 10m de largura e o máximo de 500m para aqueles com mais 
de 600m de largura. Ao redor de nascentes ou olho d’água, ainda que intermitente, a lei prevê 
um raio mínimo de 50m de limite para a ocupação com a finalidade de proteger a bacia 
hidrográfica contribuinte e para o bom manejo do impacto da urbanização. 
No entanto, os empreendedores urbanos ocupam as APPs, com quadras urbanas ou áreas 
públicas diversas como uso institucional, sistemas de recreação e vias públicas. Argumentam 
como se na cidade não existissem mais florestas e, portanto, essa regulamentação não se 
aplicaria. 
De acordo com Araújo (2002), alguns autores afirmam que nas normas que regulam as 
APPs estão as interfaces mais mal trabalhadas entre a legislação ambiental federal e a questão 
urbana, visto que as falhas presentes na legislação são apontadas como um dos fatores que 
mais contribuem para o descumprimento dessas normas em áreas urbanas. 
Essa lei tem gerado algumas controvérsias para APPs em áreas urbanas em relação ao 
termo limites definidos por leis municipais que serão observadas nos respectivos planos 
diretores e leis de uso do solo as quais não poderão conter as mesmas quantidades numéricas 
contidas na lei federal, tratados como redundantes. Há quem sustente que os limites são limites 
máximos e na verdade são limites mínimos. 
Essa controvérsia se estende pelo entendimento da Lei 6766 de 1979 que disciplina a 
maneira possível e como deve se dar o parcelamento do solo urbano, desde que respeitados os 
limites e princípios estabelecidos pelo Código Florestal, ou seja, pode-se ampliar os limites, 
mas não reduzi-los. O grande problema se encontra no artigo 4o desta Lei que prevê uma faixa 
non edificante de 15 metros ao longo dos cursos d’água correntes e dormentes e no Código 
Florestal, prevê 30 metros. É importante ressaltar que a Lei 6766/79 diz, “salvo maiores 
exigências” que devem ser estabelecidas sobre legislação específica que é o caso da legislação 
das APPs.19 
Ora é curiosa esta discussão para áreas urbanas, pois se as cidades nascem e crescem a 
partir dos rios que dão suporte aos serviços essenciais, que incluem o abastecimento de água 
 
19 Para Register (2002), as distâncias entre as áreas edificadas e os córregos deveriam ser mais largas em áreas distantes do 
centro e mais estreitas nos centros, onde o custo da terra é de maior valor econômico. Quem sabe assim, os córregos não 
fossem enterrados e canalizados. 
 11
 
 
potável e eliminação dos efluentes sanitários e industriais, era de se esperar que ao longo 
desses rios ou lagos todas essas normas devessem ser observadas e os limites das APPs para 
cursos d’água devessem ser ainda mais importantes, mesmo existindo a dificuldade de 
aplicação dessas dimensões estabelecidas. 
De acordo com Francisco (2003) são fronteiras d’água, isto é, são espaços dinâmicos de 
terra e água demarcados hidro-geomorfologicamente e ricos em vegetação, com concentração 
arbórea quase sempre significativa, configurando lugares notáveis com rica configuração 
paisagística. 
As matas ciliares, por exemplo, têm como função, entre outras, manter o equilíbrio 
hidrológico por meio: da estabilização das ribanceiras do rio através da manutenção do 
emaranhado de raízes; do controle do aporte de nutrientes e de produtos químicos aos cursos 
d'água; da filtragem e do controle da alteração da temperatura para o ecossistema aquático; da 
formação de barreiras para o carreamentode sedimentos para os cursos d’água evitando o 
assoreamento das micro-bacias hidrográficas. São fundamentais para garantir a quantidade e 
qualidade da água em nossos rios, represas e lagos, além de proporcionar alimentação para os 
peixes e outros organismos vivos aquáticos. 
No entanto, têm sido ignoradas e se a legislação não for cumprida, a retirada da 
vegetação nesses limites comprometerão os corpos d’água o que implica em graves prejuízos 
ambientais como o assoreamento destes e tragédias para as populações humanas como 
enchentes e deslizamentos de encostas. 
Deveria, então, prevalecer o bom senso, principalmente após um diagnóstico da região 
como sua biota, seu regime hídrico, sua hidrologia e sua situação socioeconômica, partir de 
um plano de ocupação de bacia hidrográfica que incorporasse o papel e o potencial 
paisagístico das APPs como elemento fundamental para um desenho urbano mais sustentável. 
Segundo Santos (2004) e conforme foi analisado anteriormente o Código Florestal é 
peça fundamental na política dos recursos hídricos uma vez que define a APP como várias 
áreas próximas a fontes aqüíferas, rios, lagos, lagoas e a sua supressão ou alteração fica a 
cargo da autorização do órgão ambiental competente. 
 
 
3. QUESTÕES DE ORDEM PRÁTICA PARA O DESENHO 
 12
 
 
URBANO 
3.1 A importância das APPs nas cidades para a drenagem urbana 
A devastação ambiental ocorrida ao longo do século passado, a contaminação e o uso 
indiscriminado da água provocaram a contaminação e a redução dos mananciais. Neste sentido 
a escassez da água20 aponta para um dos mais graves e ameaçadores indicadores dos impactos 
da atividade humana sobre os recursos naturais e sua relação com os sistemas de produção. 
A água doce representa 0,01% da água do planeta e se encontra em circulação contínua: 
a chuva, a evaporação e o deslocamento de vapor. As águas residuais se integram a esse ciclo 
hidrológico por infiltração ou por retenção superficial e podem contaminar os receptores, 
destruir a vida aquática e converter-se em perigo para o homem por contato ou por 
contaminação da água potável. 
Esse ciclo é interrompido drasticamente pela impermeabilização dos solos aumentando o 
escoamento da água superficial, aumentando a poluição e o assoreamento dos rios e lagos 
causados pelo carreamento de detritos lançados nas ruas e ainda encurtando o seu tempo de 
concentração com graves reflexos nos cursos de drenagem natural. Conseqüentemente há uma 
redução nos aqüíferos que acentuam o contraste dos períodos chuvosos e os de estiagem. 
Convive-se ao mesmo tempo com enchentes e estiagem, abundância e racionamento de água. 
De acordo com Rueda (1999), os impactos causados pela ocupação urbana no ciclo da 
água são: aumento da velocidade da água, devido à impermeabilização de uma parte 
significante da bacia e a canalização dos leitos dos rios; redução de áreas de infiltração; 
distorções no movimento por gravidade da água, expansão urbana de baixas densidades 
(cidade dispersa) com jardins e piscinas supõem uma demanda de consumo de água 
significantemente maior que as tipologias de altas densidades (cidade compacta). 
Um dos grandes desafios para os planejadores do espaço urbano está em como conciliar 
a questão das densidades urbanas relacionadas com a questão do ciclo hidrológico, uma vez 
que áreas com altas densidade, modelo de cidade compacta, têm taxa de permeabilidade 
menor, menor capacidade de infiltração e menor porcentagem de evaporação de acordo com a 
figura da página seguinte. 
 
20 A expansão demográfica no planeta é maior do que o crescimento da oferta de água potável. Atualmente um terço da 
população mundial sofre com a carência de água; dois terços da população terão dificuldades em obter água no ano 2025. 
(PNUMA, apud Braun, 2003) 
 13
 
 
Entretanto, o modelo de cidade dispersa impermeabiliza uma parte significativa da 
unidade hidrográfica na qual está inserida, causando as distorções no movimento dos fluxos de 
água da bacia e a construção massiva de habitações unifamiliares com muito jardins e piscinas 
caracteriza um consumo maior do que as habitações coletivas. 
No Brasil, ainda temos que considerar a ocupação urbana desordenada em APPs como 
fundos de vale que implica no confinamento dos rios e aterros que por sua vez aumentam o 
desmatamento causando erosão das margens e redução do espaço natural destinado ao 
escoamento de vazões de enchentes21. A cada período de chuvas, os eventos críticos causados 
pela ocupação em áreas de risco se sucedem com vales inundáveis e encostas erodíveis, com o 
reinício de novos processos de ocupação e adensamento nessas mesmas áreas, agravando 
ainda mais o problema. 
De acordo com Tucci (2003), os custos de manutenção de medidas estruturadoras22 pela 
defesa civil acabam se tornando dispendiosas para as finanças municipais, portanto, não 
prioritárias. Os problemas ainda podem ser aumentados pela implementação de projetos de 
drenagem urbana inadequados como a adoção do princípio do escoamento da água precipitada 
o mais rápido possível da área em que ocorre a chuva aumentando a vazão máxima de 
escoamento, da freqüência e do nível de inundações a jusante, conseqüentemente, aumentando 
os impactos à medida que a cidade amplia e adensa sua área urbanizada. 
Continuando na visão de Tucci, há uma tendência da urbanização no sentido de jusante 
(foz) para montante (nascentes), exigindo-se apenas que o sistema de drenagem pluvial seja 
apenas eficiente no sentido de escoamento e não visando a ampliação da capacidade da 
macrodrenagem a jusante. A solução adotada, geralmente, de “canalização dos trechos 
críticos” é uma visão segmentada de um trecho da bacia, não se leva em conta as 
conseqüências para o restante da bacia, ou seja, transfere-se a inundação de um lugar para 
outro da bacia. 
A expansão da ocupação irregular ocorre muitas vezes, também, sobre as áreas de 
mananciais de abastecimento de água dentro de Unidades de Conservação que compromete a 
 
21 Segundo os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB – IBGE, 2000), dos 1.235 municípios ou 28% 
daqueles com rede de drenagem sofreram enchentes durante o período de 1998 a 2000. A pesquisa mostrou que 60,5% dos 
municípios apresentam problemas de assoreamento e 70,5% apresentam mais de 60% de ruas pavimentadas. 
22 No controle preventivo da drenagem urbana, a relação entre o planejamento não-estrutural dos controles com relação às 
obras estruturais futuras de contenção é de 1 para 500. (Tucci, 2003) 
 14
 
 
sustentabilidade hídrica das cidades e provoca prejuízos econômicos tais como: aumento nos 
custos de tratamento de água, busca de novas e distantes fontes para abastecimento. 
 15
 
 
Entretanto, infelizmente, no que tange a legislação ambiental para áreas urbanas, as 
APPs ainda são vistas como um entrave ao desenvolvimento urbano. O Código Florestal é tido 
como um limitador na produção imobiliária23 nas incorporações do parcelamento do solo pelos 
empresários e políticos ligados ao ramo da construção civil. 
As áreas verdes urbanas dentro dos limites das APPs são áreas permeáveis que 
apresentam potenciais capazes de proporcionar um microclima no ambiente urbano em relação 
a temperatura, a luminosidade, a manutenção de mananciais e outros parâmetros ao bem estar 
humano, mas além disso desempenha um papel ecológico importante como a estabilidade 
geomorfológica, a amenização da poluição e a manutenção das espécies nativas e da fauna 
existente como verdadeiros corredores ecológicos. A cobertura vegetal funciona como suporte 
para as cadeias tróficas e inúmeras interações entreos organismos vivos 
Não se leva em consideração que o está em jogo não é só a proteção das florestas, mas a 
manutenção da qualidade ambiental e da vida da população no meio urbano, principalmente 
quando se trata da proteção de mananciais de abastecimento público.24 
A grande questão é que o saneamento ambiental é uma tecnologia desconhecida para os 
arquitetos e urbanistas e não é incorporada nas estratégias de desenho urbano. De acordo com 
Andrade (2004), os indicadores ambientais existentes no Brasil estão relacionados ao sistema 
de abastecimento de água e ao sistema de esgotamento sanitário das populações atendidas e de 
quantidade e qualidade da água, não levam em consideração a capacidade de suporte da bacia. 
Na visão de Rueda (1999) os indicadores relacionados à água devem levar em 
consideração a intenção de diminuir a pressão sobre os ecossistemas que também demandam 
água por meio da redução da extração desse recurso e da diminuição da carga poluidora 
desprendida na bacia e da diminuição dos espaços impermeabilizados. Se esses indicadores 
 
23 Esse problema foi recentemente enfrentado pelas entidades ambientais e o Ministério do Meio Ambiente no polêmico 
projeto de lei (PL 2109 de 1999), artigo 64 do deputado federal de São Paulo Ricardo Izar para revogar a aplicação do Código 
Florestal em áreas urbanas. Com isto deixaria de existir a obrigação de se preservar as áreas situadas às margens dos rios, no 
entorno de represas e lagos, em declividades superiores a 45 graus, as dunas, as restingas, dentre outras, de alta relevância 
ambiental. Em função dos prejuízos concretos que a revogação do Código Florestal traria a qualidade de vida nas cidades e da 
pressão cidadã exercida pela sociedade brasileira, o Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva vetou o citado artigo 
dia 02/08/04. 
24 Dentro dessa visão, de acordo Suzana Alipaz, Assessora Técnica da Superintendência de Conservação da Água e Solo da 
ANA em trabalho apresentado no FOREST 2004, O Papel das Florestas na Conservação das Águas, as regiões do Brasil 
mais propensas a falta de água estão em locais onde a cobertura vegetal foi quase totalmente destruída, como a região Sudeste, 
por exemplo, com a extinção da Mata Atlântica. 
 
fossem mensurados de acordo com princípios da gestão ecológica da água, fatalmente as 
APPs desempenhariam um grande papel no espaço urbano para manter o equilíbrio de uma 
unidade hidrográfica. 
3.2 A Gestão Ecológica do Ciclo da Água: definição de princípios 
O novo paradigma para a concepção de sistema de drenagem é justamente o inverso do 
que se tem feito no Brasil: tentar reter o maior tempo possível a água, onde ocorre a 
precipitação, retardando a liberação para as áreas mais baixas ou favorecendo a infiltração no 
solo das águas da chuva. Neste sentido, a preservação dos limites para ocupações próximas 
aos cursos d’água torna-se imprescindível. 
A gestão ecológica do ciclo da água nas escalas urbanas requer um equilíbrio entre os 
espaços pavimentados e os espaços ajardinados. Nas cidades onde as superfícies pavimentadas 
ocupam a maior parte do solo é indispensável favorecer a evaporação das águas pluviais e sua 
infiltração natural. 
Nesta nova visão, o projeto dos espaços públicos (ruas, praças ou parques) deveria fazer 
parte de uma estratégia abrangente para melhorar a qualidade do ar, reaproveitar a água das 
chuvas, e conseqüentemente aumentar o conforto térmico de toda a cidade. De acordo com 
Spirn (1995), é tentar compreender as várias maneiras de como a água se move atrás da 
cidade, ou seja, entender seu ciclo hidrológico. 
Existem cidades que já trabalham com esta estratégia de drenagem da água, como por 
exemplo, a cidade nova de Woodlands no Texas onde bosques, lagoas e parques recreativos 
transformaram por completo a técnica de sistemas de drenagem tradicionais e abriram 
perspectivas de drenagem natural através de várzeas florestadas. Os ecossistemas foram 
estudados e agenciados por investigadores ecologistas que permitiram a purificação das águas 
dos rios e a recarga de águas subterrâneas. 
Sistemas alternativos, como drenagem natural, nada mais são do que uma forma de 
restabelecer o elo no ciclo hidrológico, retendo as águas pluviais e permitindo a infiltração no 
solo. A drenagem da água da terra é um processo intrínseco e uma parte integral do 
ecossistema e, em comunidades ecológicas, está relacionada ao princípio de convivência entre 
pessoas, além de melhorar o microclima do local. 
Este sistema permite, ainda, que sejam implantados condomínios com densidades 
maiores que o sistema tradicional, uma vez que os espaços públicos são valorizados. Além 
 16
 
 
disso, os empreendimentos com moradias agrupadas reduzem a quantidade de pavimentos e 
lugares antropizados comparados a empreendimentos com planejamento tradicional. 
Em alguns países desenvolvidos como a Alemanha que, já trabalha nesta direção. A 
gestão ecológica do ciclo da água é assegurada por leis e normas locais e federais tais como: 
uso econômico da água potável reservando-a para o estritamente necessário, gestão 
descentralizada da água da chuva, construção de poços e instalações, que favoreçam a 
infiltração da água por meio de projetos de ocupação do solo nos municípios, e 
reaproveitamento das águas pluviais em algumas normas para edificações. 
Segundo Gauzin-Müller (2002), os princípios que regem a gestão ecológica do ciclo da 
água são: proteger o lençol freático e as águas superficiais; reduzir o consumo de água potável 
e garantir sua qualidade; minimizar o volume de água residual para limitar os custos 
relacionados com seu tratamento, com o redimensionamento das redes existentes saturadas e, 
com a construção de novas estações de tratamento, garantir um tratamento ecológico das águas 
residuais, limitar a impermeabilização das superfícies para reduzir os riscos de inundações; 
criar bacias de captação integradas com os espaços verdes que melhorem simultaneamente a 
qualidade do ar e o clima social. 
Um bom exemplo da aplicação direta dessas normas ou princípios da gestão da água no 
espaço urbano é o projeto de revitalização de Potstamer Platz25 em Berlim de Renzo Piano, 
com o sistema de aproveitamento de águas da chuva para os espaços públicos desenvolvido 
por Herbert Dreiseitl. O sistema de manejo integrado da água tem como funções: armazenar a 
água com o objetivo de proteção contra inundações, reduzir os poluentes no canal 
circunvizinho (Landwehrkanal), serve de regulador de temperatura e ao mesmo tempo 
funciona como uma fonte de deleite urbano. 
 No Brasil, os futuros Planos Diretores de Drenagem Urbana – PDDUs, estabelece 
alguns critérios para a proposição de mediadas estruturais tais como: analisar levantamentos 
planialtimétricos e dados geotécnicos das diversas bacias e sub-bacias; aferir o desempenho 
existente de todo o sistema de drenagem; priorizar a instalação de pavimentos drenantes e de 
pequenas estruturas hidráulicas; priorizar a condução das águas pluviais em sistemas de 
escoamento a céu aberto; priorizar a construção de bacias de retenção distribuídas em toda a 
 
25 Potsdamer Platz está situada no centro de Berlim unificado, que há 8 anos não passava de uma porção de terra vazia na ex-
Berlim Oriental. O local era estratégico para unir uma zona cultural histórica da cidade com o novo centro comercial de 
Potsdamer Platz e de Leipziger Platz. (Holden, 2003) 
 17
 
 
extensão do sistema de drenagem associando a outros usos urbanos; formular metas p/ o 
desempenho dos sistemas para evitar problemas crônicos de situações de risco e por fim, 
discutir o PDDU em audiências públicas para futuramenteobter a aprovação no Legislativo 
Municipal 
Os PDDUs têm que ser coerentes com todas as normas urbanísticas em vigor – 
zoneamento do uso e ocupação do solo, código de obras e principalmente com os instrumentos 
de política urbana como os Planos Diretores Locais que podem viabilizar medidas não-
estruturais para o sistema de drenagem. As águas pluviais devem se consideradas, também, 
como fonte de contaminação da natureza uma vez que concentram produtos contaminantes 
atmosféricos como resíduos de óleos, hidrocarburetos e materiais em suspensão conduzidos 
através de canalizações. Volumes consideráveis de água não tratada pelas estações de 
tratamento caem direto sobre os cursos d’água produzindo uma contaminação a longo prazo. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A expansão da ocupação urbana irregular ocorre, muitas vezes, sobre as áreas de 
mananciais de abastecimento de água ou nas margens de córregos que funcionam como 
drenos, comprometendo a sustentabilidade hídrica das cidades com a poluição dos corpos 
d’água, o confinamento e assoreamento dos rios com a retirada da vegetação e 
conseqüentemente, a redução do escoamento para as vazões de enchentes. 
Os problemas relacionados à gestão dos recursos hídricos aumentam com a interrupção 
do ciclo hidrológico e a implementação de projetos de drenagem urbana inadequados como a 
adoção do princípio do escoamento da água precipitada o mais rápido possível da área em que 
ocorre a chuva aumentando a vazão máxima de escoamento. 
Numa tentativa de se evitar a ocupação urbana em áreas ambientalmente sensíveis, 
novas áreas protegidas são criadas na forma de Unidades de Conservação, uma vez que a 
lógica imobiliária não respeita nem mesmo os limites impostos pelo Código Florestal para a 
ocupação urbana nas margens de rios - as Áreas de Preservação Permanentes (APPs). 
O Código Florestal é peça fundamental na política dos recursos hídricos uma vez que 
define a APP como várias áreas próximas a fontes aqüíferas, rios, lagos, lagoas e a sua 
supressão ou alteração fica a cargo da autorização do órgão ambiental competente. 
Mesmo com a criação de Áreas de Proteção Ambiental – APA, delimitadas no ambiente 
 18
 
 
urbano, os instrumentos de gestão ambiental urbana como os zoneamentos (urbano, 
econômico-ecológico ou ambiental e do regime hídrico), que funcionam como instrumento 
norteador de gestão ambiental para os planos (diretores, de manejo e de recursos hídricos) que 
serão elaborados, seja no âmbito do espaço urbano, de uma Unidade de Conservação ou de 
uma bacia hidrográfica, não conseguem promover uma gestão integrada dos recursos hídricos. 
Cada um tem seu zoneamento e planos específicos coordenados por Conselhos Gestores 
ou Comitês, com informações desconectadas e escalas diferenciadas. No que tange a gestão 
dos recursos hídricos, as ações de saneamento ambiental, por sua vez, têm sido realizadas de 
forma pouco integradora, com um foco muito limitado sobre o conjunto da cidade. Torna-se 
importante estabelecer princípios que possam tangenciar os diferentes tipos de zoneamento de 
forma sistêmica. 
A Política Nacional de Drenagem Urbana, torna-se uma boa solução para a gestão 
integrada dos recursos hídricos com a implantação dos futuros Plano de Drenagem Urbana – 
PDDU para os municípios com ações integradas para drenagem, abastecimento de água, 
esgotamento sanitário, limpeza urbana, gestão de resíduos sólidos, transporte e legislação 
ambiental. 
Conforme foi analisado, o novo paradigma para a concepção de sistema de drenagem, 
como se tem feito com sucesso nos países desenvolvidos como a Alemanha, é tentar reter o 
maior tempo possível a água, mantendo o ciclo hidrológico com sistemas de drenagem natural. 
Neste sentido as Áreas de Proteção Permanente – APPs desempenham um papel fundamental 
para a política dos recursos hídricos, uma vez que são áreas permeáveis ricas em vegetação 
que apresentam potenciais capazes de proteger os mananciais como as matas ciliares que 
funcionam com verdadeiras áreas de drenagem naturais. 
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 19
 
 
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 20

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