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Parasitologia Completo
medicina veterinária (Centro Universitário Maurício de Nassau)
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Parasitologia Completo
medicina veterinária (Centro Universitário Maurício de Nassau)
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Parasitologia
Apostila com base nas anotações realizadas em
sala de aula e com os slides. O presente conteúdo
não é de minha autoria.
Maria Eduarda Cabral
Downloaded by Taís Sousa (taissousa168@gmail.com)
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PARASITOLOGIA 
INTRODUÇÃO 
O termo biologia foi empregado pela primeira vez em 1801, pelo 
naturalista francês LAMARCK (1744-1829), significando vida e 
estudo ou tratado. Considerando sua etimologia, pode-se definir 
como uma ciência que estuda os seres vivos. 
O ser vivo é um conjunto de matéria formado de uma mistura 
complexa de compostos químicos, que estão em permanente troca 
com o ambiente. Sendo assim, fica difícil de imaginar um ser vivo 
completamente sozinho no mundo, porque de certa forma, todos 
nós vivemos em relação uns como os outros. 
Os parasitas desenvolveram habilidades diversas para se hospedar 
e roubar alimentos de suas vítimas, chegando aos organismos de 
seus hospedeiros pela ingestão, sozinhos penetrando orifícios, pele 
ou por alguma lesão, por alimentos (carnes, vegetais ou água) ou 
através do aleitamento e útero materno. 
ORIGEM DO PARASITISMO 
Acredita-se que o parasitismo aconteceu por acaso, mas não há 
nada de concreto que prove tal suposição. No início era uma 
associação não prejudicial realizada por duas espécies diferentes, 
porém com o passar do tempo, uma delas passou a viver às custas 
da outra. A dependência foi tanta que o metabolismo de uma 
espécie estava completamente vinculado a outra, ou seja, para 
desenvolvimento e reprodução, o parasito necessitava do 
parasitado. 
Existem algumas curiosas adaptações parasitárias, que nos 
auxiliam para conhecermos a biologia da espécie do parasita, por 
exemplo: 
 O protozoário Toxoplasma gondii só consegue fazer 
reprodução sexuada no interior das células do intestino dos 
felídeos (gatos, leões, onças, etc.); 
 Os nematoides Ascaris lumbricoides, normalmente entram no 
organismo de seus hospedeiros via oral, quando os ovos 
infectantes dessa espécie são ingeridos, mas não tem 
habilidade para penetrar pela superfície corporal de seus 
hospedeiros; 
 Os trematoides da espécie Fasciola hepáticaparasitam o 
fígado, não sendo encontrado em outras regiões do organismo 
em sua fase adulta. 
Admite-se que os ectoparasitas devem ter tido uma evolução 
anterior as dos endoparasitos, pela adaptação em vida livre ser mais 
simples. Atrofia e desaparecimento de órgãos em parasitos durante 
a escala evolutiva é um grande indício da comprovação da origem 
do parasitismo. 
SISTEMÁTICA 
Pelo fato da gente existir em um mundo enriquecido por diferentes 
espécies, com características físicas, morfológicas e biológicas tão 
peculiares, é que os pesquisadores resolveram categorizá-los, 
construindo a SISTEMÁTICA. 
O termo Sistemática origina-se de sistema e foi 
empregado pela primeira vez por Lineu (1707-1778) em 
sua obra SystemaNaturae. O botânico Candolle (1813) 
usa o termo Taxionomia (gr.taxis, ordem; nomos, lei). 
A sistemática tem como objetivo identificar, denominar e 
classificar todos os seres vivos. Por isto, é importante, antes de 
começarmos a estudar os conceitos de parasitologia e as espécies 
em questão, saber como devemos referenciá-los. A maneira correta 
de escrevê-los foi determinada pelas Regras Internacionais de 
Nomenclatura Zoológica. 
A nomenclatura utilizada para as espécies de seres vivos é 
universal e segue as Regras Internacionais de Nomenclatura 
Zoológica. O sistema de nomenclatura de espécie é binominal, isto 
é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados. 
 O primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter inicial com 
letra maiúscula. Ex.: Ascaris 
 O segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com 
inicial minúscula. Ex.: lumbricoides 
 Os dois juntos formam o nome da espécie. Ex. Ascaris 
lumbricoides 
 Caso o nome seja composto por três palavras, quer dizer que a 
subespécie está inserida. Ex.: Hymenolepis nana fraterna 
 Caso o subgênero seja retratado, este deve estar escrito em 
parênteses, entre o nome genérico e o nome específico. 
Ex.: Damalinia (Bovicola) bovis 
Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada. Se 
digitalizados, devem apresentar o formato itálico, se manuscrito, 
devem ter um único traço embaixo do nome. 
 
TIPOS DE PARASITOS 
1 – EM RELAÇÃO AO TIPO DE HOSPEDEIRO 
 Definitivo (HD): é o hospedeiro que alberga o parasito em seu 
estágio adulto e onde alcança sua maturidade sexual. Ex.: 
homem para Taeniasolium 
 Intermediário (HI): é o hospedeiro que alberga o parasito em 
seu estágio larval. O parasito não alcança sua maturidade 
sexual nesse hospedeiro. 
Ex.: suíno para a Taeniasolium 
 Vetor: termo usado para artrópodes, moluscos ou outro 
qualquer veículo que transmite o parasito entre dois 
hospedeiros. São essenciais para a sobrevivência do parasito. 
 Vetores Mecânicos: transportadores. Não há 
desenvolvimento do parasito. 
 Ex.: ácaro Macrocheles usa um besouro para se transportar 
 Vetores Biológicos: ocorre desenvolvimento do parasito. Ex.: 
a mosca do berne ovipõe na mosca de estábulo e muda de ovo 
à larva 
 Reservatório: seres responsáveis pela sobrevivência do 
parasito. O parasito dificilmente causa doença nesse 
hospedeiro. Ex.: a capivara é um reservatório do T.evansi. 
 Portador: é o indivíduo infectado que não apresenta sinais, 
mas que pode transmitir a doença a outro hospedeiro. Ex.: 
bovino para Taeniasaginata. 
 Paratênico ou de transporte: é o ser vivo que serve de 
refúgio temporário para o parasito e atua como hospedeiro de 
transporte. É aquele que alberga o parasito. Entra no ciclo por 
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acidente. Ex.: ratos no ciclo de Toxocara canis ingerem ovos 
no ambiente e albergam as larvas em seus tecidos. Se o rato 
for ingerido por um cão (HD de T. canis) este adquire o 
parasito que se desenvolve no seu interior. 
2 – EM RELAÇÃO A MAIOR OU MENOR 
EXIGÊNCIA AO PARASITISMO 
 Obrigatório: são organismos que não conseguem sobreviver 
em vida livre. Precisa de um hospedeiro. Ex.: berne, 
gasterófilos, Toxoplasma 
 Facultativo: são aqueles que possuem fase de vida livre. E 
quando entra em contato com hospedeiro, começa sua vida de 
parasita. ConhecidoOs nematoides são vermes cilíndricos, que possuem boca, 
cavidade corporal e ânus. A maioria vive em liberdade na natureza 
e alguns são parasitos de plantas e animais. As espécies parasitas 
de animais são comumente filariformes e variam em tamanho, 
sendo encontradas espécies de um milímetro e outras de até 8 
metros. A maioria dos gêneros possui dimorfirsmo sexual, é 
ovípara e sua forma de infecção é pela ingestão de L3. 
Como conceitos básicos os nematelmintos apresentam: 
 Metazoários triploblásticos pseudocelomados (espaço do 
corpo compreendido entre o endo e mesoderma), de corpo 
cilíndrico, mais ou menos afilado nas duas extremidades; 
 Revestimento cuticular 
 Segmentação limitada à cutícula 
 Desprovidos de apêndices (cerdas, pelos ou escamas) 
 Tubo digestivo completo 
 Pseudoceloma limitado por revestimento músculo-cutâneo e 
encerrando o líquido pseudocelomático onde flutuam os 
órgãos dos aparelhos digestivo e reprodutor, ligados à parede 
do corpo por algumas fibras conjuntivas 
 Dióicos – sexos separados 
 Monóxenos – a grande maioria 
No quadro abaixo é apresentado um sistema de classificação dos 
nematoides de importância veterinária. Esta representação 
baseia-se nas dez superfamílias em que ocorrem nematoides 
parasitas, que se dividem em grupos com bolsa copuladora ou 
sem bolsa copuladora (Urquhart, et al., 1996). 
Quadro 1. Nematoides parasitas de importância veterinária: 
classificação simplificada: 
 
Os nematoides podem ser encontrados em diferentes meios. 
Muitos são parasitas dos homens e animais, outros são parasitos 
de plantas e muitos vivem livres no solo, na água doce, salobra ou 
marinha (Fortes, 2004). 
A maioria dos nematoides chega até o hospedeiro pela ingestão 
da larva L3 dentro do ovo ou livre. Alguns gêneros de parasitas 
podem penetrar ativamente a pele íntegra do hospedeiro e outros 
necessitam de artrópodes hematófagos para a sua dispersão. 
1 – MORFOLOGIA EXTERNA 
 
Na morfologia externa dos nematelmintos, observamos que as 
espécies podem ser encontradas por diferentes formas: cilíndrica, 
subcilíndrica, capilar, fusiforme ou esférica. As regiões do corpo 
são divididas em três: anterior (boca até poro excretor), média (do 
poro excretor até o ânus ou cloaca) e a posterior, também 
conhecida como região caudal (do ânus ou cloaca até final). 
A cor do corpo dos nematoides é esbranquiçada ou amarelada, 
portanto, espécies quando vivas, podem se apresentar vermelhas, 
devido à alimentação exclusiva à base de sangue (Fortes, 2004). 
A dimensão varia conforme a espécie e vai desde aquelas com 
menos de um milímetro de comprimento, como os Strongyloides, 
até as que atingem 100 cm de comprimento, como a Dioctophyma 
renale (Fortes, 2004). 
2 – MORFOLOGIA INTERNA 
Morfologia interna de nematelmintos. 
 
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A figura ao lado representa a morfologia interna dos 
nematelmintos. Na sua maioria, os órgãos internos são 
filamentosos e ficam suspensos na cavidade corpórea cheia de 
líquido. O sistema digestivo é tubular. A boca de muitos 
nematoides é um simples orifício, que pode ser rodeado por dois 
ou três lábios, indo diretamente ao esôfago. Em outros parasitas, 
como nos estrongilídeos, é grande e se abre numa cápsula bucal, 
que pode conter dentes; estes parasitas, ao se alimentar, 
removem um tampão de mucosa para a cápsula bucal, onde é 
digerido pela ação de enzimas secretadas para a cápsula pelas 
glândulas adjacentes, também podem secretar anticoagulante, e 
pequenos vasos, rompidos na digestão do pedaço de mucosa, 
podem continuar a sangrar por alguns minutos depois do verme 
ter se movido para outro lugar (Urquhart, et al., 1996). 
O sistema excretor é muito primitivo, constituído de um canal em 
cada cordão lateral unindo-se no poro excretor na região 
esofágica. Os sistemas reprodutores consistem em tubos 
filamentosos. Os órgãos femininos compreendem o ovário, 
oviduto e útero, que podem ser pares, terminando numa curta 
vagina comum que se abre na vulva. Os órgãos masculinos são 
constituídos de um único testículo contínuo e um canal deferente 
terminando num ducto ejaculador na cloaca (Urquhart, et al., 
1996). 
3 – TIPOS DE OVOS 
 
Os ovos de nematelmintos podem ser redondos, ovais, em forma 
de bastão, subglobulares, ter os lados diferentes, a superfície 
pode ser lisa, rugosa com perfurações, podem possuir filamento 
(Monteiro, 2016). 
Tipos de ovos mais comuns: 
 Simples: casca lisa sem protuberâncias 
 Operculados: com uma protuberância em uma das 
extremidades 
 Bioperculados: com duas protuberâncias, uma em cada 
extremidade 
 Larvado: com uma larva no interior 
A casca pode apresentar três camadas (Monteiro, 2016): 
 Membrana lipídica: responsável pela impermeabilidade do 
ovo. É a parte mais interna 
 Membrana quitinosa: responsável pela rigidez do ovo. 
 Membrana proteica: só aparece em alguns helmintos e esses 
ficam mais resistentes às condições ambientais (como os 
ascarídeos). Deixa o ovo mais espesso e viscoso. É secretado 
pelo útero da fêmea. 
 
 
4 – BIOLOGIA GERAL DOS NEMATOIDES 
 
A maioria dos parasitos desenvolve seus primeiros estádios larvais 
(L1, L2) no interior do bolo fecal, alimentando-se de micro-
organismos e matéria orgânica. Os nematoides parasitas de 
animais, para prosseguirem seu desenvolvimento, necessitam, na 
fase de L3, encontrar um hospedeiro. Essa larva (L3) é muito ativa 
nas horas mais frescas do dia, subindo nas pastagens em 
movimentos de serpente, desde que haja temperatura e umidade 
favoráveis (precisa de uma fina película de água sobre a planta 
para conseguir subir). Se as condições climáticas não estão 
adequadas, as larvas permanecem escondidas na bainha das 
folhas ou subsolo. São muito sensíveis ao calor do sol. O 
parasitismo das L3 quase sempre é feito por via oral, porém 
algumas larvas podem penetrar ativamente na pele. 
5 – ALGUNS EXEMPLOS DE NEMATELMINTOS DE 
IMPORTÂNCIA NA MEDICINA VETERINÁRIA 
5.1 GÊNERO TRICHURIS 
A espécie Trichuris vulpis faz parte do gênero Trichuris, família 
Trichuridae e ordem Enoplida. Como hospedeiros definitivos têm 
os cães e raposas. Acometem mais animais jovens e eliminam 
diariamente uma grande quantidade de ovos. Só com intenso 
parasitismo que causam sinais clínicos, com aparecimento de 
prolapso de reto. A principal prevenção são as instalações serem 
arejadas e secas e uso de antiparasitários. 
 
5.2 GÊNERO HAEMONCHUS 
A espécie Haemonchus contortus, faz parte da família 
Trichostrongylidae, ordem Strongylida. Os hospedeiros são 
pequenos ruminantes (ovinos e caprinos) e em bovinos é 
encontrada a espécie H.placei. A localização é no abomaso, por 
isto é bem conhecida como gastrite parasitária de ruminantes. 
Ocorre mais em animais jovens e causa anemia. 
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5.3 GÊNERO HABRONEMA E DRASCHIA 
 
Conhecida como ferida de verão, a espécie Habronema 
muscae tem como hospedeiro definitivo os equinos, e as moscas 
da espécie Musca domestica como hospedeiros intermediários. A 
localização é no estômago e causam feridas difíceis de serem 
cicatrizadas. Habronema majus também tem como hospedeiro 
definitivo os equinos, e as moscas da espécie Stomoxys 
calcitrans que são responsáveis pela inoculação do parasita. A 
espécie Draschia megastoma que tem como hospedeiro definitivo 
os equinos, e as moscas da espécie Musca domestica como 
hospedeiros intermediários, causa principalmente problemas no 
estômago, pois as larvas criam nódulos ao serem ingeridas. A 
diferença é que nos casos de Habronema, a mosca inocula o 
parasita na ferida e ele produz estas feridas, pode ainda aparecer 
no pulmão e nos olhos. Os casos de Draschia são acometidos com 
equinos com problemas estomacais, pois as moscas são 
deglutidas de forma não intencional e acaba que estes parasitas 
são liberados no estômago. O controle de moscas e 
antiparasitários são a melhor forma de prevenção.Downloaded by Taís Sousa (taissousa168@gmail.com)
lOMoARcPSD|58927757como fase de vida livre e fase parasitária 
de um organismo. Ex.: moscas são atraídas pelo exsudato das 
lesões nas quais fazem a postura de ovos ou de larvas. As 
larvas nutrem-se do tecido necrosado, não atacando o tecido 
vivo. Embora não considerados parasitos, causam uma ação 
irritativa. 
 Acidental: entra em contato com hospedeiro por acidente, mas 
não evolui nele. São espontaneamente eliminadas pelas fezes 
porque o ambiente não é propício para sua vida. Ex.: larvas 
saprozóicas de moscas (bichos das frutas), quando ingeridas 
acidentalmente com alimentos pelo homem ou animais são 
espontaneamente eliminadas vivas com as fezes, podendo 
causar leves perturbações gastrintestinais. 
3 – EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE HOSPEDEIROS 
 Monoxeno ou Direto: é o parasito que necessita de apenas um 
hospedeiro para completar o seu ciclo de vida. Pode ser 
parasito tanto na fase larval como na fase adulta. Ex.: berne 
(larva da Dermatobia), Haemonchus, Ascaris, etc. 
 Heteroxeno ou Indireto: é o parasito que necessita de mais 
de um hospedeiro para completar o seu ciclo de vida. O 
parasito utiliza um hospedeiro para sua fase larval e outro para 
a sua fase adulta. Ex.: Babesiabigemina, Fasciola 
hepática,Dioctophymarenale, etc. 
4 – EM RELAÇÃO AO TEMPO DE PERMANÊNCIA 
NO HOSPEDEIRO 
 Temporário: uma ou mais formas evolutivas do parasito 
procuram o hospedeiro somente para se alimentar. Ex.: 
pulgas e mosquitos 
 Permanente: permanece no hospedeiro durante todas as 
fases da sua vida. Ex.: Babesia, cestódeos, trematódeos e 
nematódeos. 
 Periódico: em apenas uma fase de sua vida alimenta-se no 
hospedeiro. Ex.: pulga (adulto). 
 5 – EM RELAÇÃO AO PERÍODO DE PARASITISMO 
 Período Pré-patente (PPP): ocorre do momento da infecção 
até a maturidade sexual, quando inicia a eliminação de ovos, 
cistos, oocistos ou larvas. Corresponde ao período de 
incubação da doença no animal 
 Período Patente (PP): ocorre da fase adulta até o fim da vida 
dos parasitos ou fim da infecção. É o período em que os 
parasitos são facilmente diagnosticados através dos seus ovos, 
cistos, oocistos e larvas. Termina quando as fases citadas não 
são mais encontradas. 
 Período Subpatente (PSP): é aquele que não é possível 
revelar a presença do parasito através de seus ovos, cistos ou 
outro estado do seu ciclo evolutivo. 
6 – EM RELAÇÃO A AÇÃO DO PARASITO SOBRE O 
HOSPEDEIRO 
 Ação mecânica: é a que, sem lesar diretamente o órgão, se 
manifesta por obstrução (formação de bolos de vermes no 
intestino e obstrui, ex. Toxocara), compressão (conforme o 
verme vai crescendo, vai comprimindo o cérebro, causando 
perturbações neurológicas, ex. Coenuruscerebralis) e 
traumatismo. 
 Ação espoliadora: é ocasionada por parasitos que se nutrem 
de líquidos e nutrientes do hospedeiro. Ex.: Haemonchus. 
 Ação inflamatória/Irritante: ocorre pela penetração ativa de 
larvas na pele (Ex.: Strongyloidespapillosus) ou pela presença 
constante de parasitos nos órgãos dos hospedeiros 
(ex.:Toxocara) 
 Ação de transmissão: hospedeiros transmitem agente 
patogênicos. Ex.: carrapato transmitindo Babesia. 
7 – EM RELAÇÃO A ADAPTAÇÃO DOS PARASITOS 
MORFOLÓGICAS 
 Armadura bucal dos insetos: pode ser mastigador, picador, 
sugador e lambedor 
 Locomotor: nas pulgas há desenvolvimento muscular, saltam 
até um metro de altura 
 Aparelho digestivo: existem espécies com aparelho digestivo 
atrofiado, onde a alimentação se dá por osmose, outros 
hipertrofiados, para melhor absorção alimentar 
 Aparelho reprodutor: quanto mais intenso o parasitismo 
mais desenvolvido é o aparelho reprodutor. 
ECTOPARASITAS – CLASSE INSECTA 
FILO ARTHROPODA 
Contém mais de 80% de todas as espécies animais conhecidas e é 
constituído de invertebrados, caracterizado pelo exoesqueleto 
quitinoso rígido, corpo segmentado e membros articulados. As 
classes mais importantes são Insecta e Arachnida, com 
características gerais. 
INSECTA: possuem três pares de pernas, cabeça, tórax e abdome 
distintos e podem ter um único par de antenas; 
ARACHNIDA: os adultos possuem quatro pares de pernas, o 
corpo divide-se em cefalotórax e abdome e não existem antenas. 
CLASSE INSECTA 
Os insetos possuem cabeça, tórax e abdome e ainda, asas e patas 
que ficam inseridas no segmento abdominal. Possuem vários 
componentes e, frequentemente, são encontrados novos, descritos 
e catalogados. Há uma grande variedade de insetos, a maioria não 
é parasita, além de existirem insetos com funções benéficas ao 
meio ambiente, como exemplo as abelhas, responsáveis pelos 
processos de polinização. 
MORFOLOGIA EXTERNA 
 Cabeça, tórax e abdome; 
 Três pares de pernas (hexápodes); 
 Adultos, geralmente apresentam um ou dois pares de asas; 
 Respiração traqueal; 
 Orifício genital situado na extremidade posterior do abdômen; 
 Corpo com simetria bilateral; 
 Par de antenas divididas em escapo (parte articulada da 
cabeça), pedicelo e flagelo (um a dez segmentos); 
 Olhos compostos (omátides), são formados por centenas de 
omatídeos que tornam a visão dos insetos bastante ampla; 
 Aparelho bucal é constituído por um par de mandíbulas, um 
par de maxilas, um labro dorsal, um lábio ventral e uma 
hipofaringe; 
 Na extremidade da probóscida existe um par de labelas, que 
variam de tamanho com o tipo de aparelho bucal (mastigador: 
mandíbulas desenvolvidas ou picador: estiletes perfurantes); 
 Tórax dividido em três segmentos: protórax, mesototórax e 
metatórax; 
 Cada par de patas é inserido em um segmento torácico; 
 A pata é dividida em coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarsos. 
MORFOLOGIA INTERNA 
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 Músculos: apresentam-se em feixes individuais de fibras 
estriadas que se inserem na parte interna dos metâmeros ou em 
apófises denominadas de apódemas; 
 Celoma: o celoma, que é a cavidade geral, é constituído de 
líquido, hemolinfa (hemocele); 
 Tubo digestivo: completo. Boca para mastigação ou sucção. 
Tubo digestivo composto de intestino anterior, quitinizado, 
abertura oral, faringe, esôfago, papo e proventrículo, intestino 
médio, estômago (digestão dos alimentos), intestino posterior 
e ânus terminal; 
 Circulação: aberta (lacunar) nos grupos inferiores. A 
hemolinfa (líquido sanguíneo) é transparente. Nos artrópodes 
superiores existe um órgão propulsor – o coração; 
 Respiração: pode ser cutânea (ácaros), branquial (artrópodes 
aquáticos). Nos terrestres, os órgãos respiratórios são 
divertículos internos quitinosos, sempre cheios de ar, as 
traquéias; 
 Excreção: realizada através dos tubos de Malpighi, em 
número de dois ou mais, existentes na hemocele e que abrem 
na junção do intestino médio como o posterior; 
 Sistema nervoso: formado por um complexo ganglionar 
cerebroide ou supra-esofagiano, anterior à boca e por um 
complexo ganglionar infraesofagiano, posterior à boca; 
 Sistema sensorial: os órgãos do sentido são formados por 
células ectodérmicas sensitivas, recobertas por quitinas ou 
acompanhadas de pelos ou cerdas. Possuem olfato, tato, 
audição, gosto e visão, cada um com sua particularidade; 
 Reprodução: sexuada. Os sexos são separados (dioicos). 
Fecundação interna. 
PULGAS 
ORDEM: SIPHONAPTERA 
 Possuem um tipo de sifão que serve para sugar o sangue do 
hospedeiro (hematófago); 
 Não possuem asas; 
 Pernas longas, principalmente as posteriores, adaptadas para o 
salto; 
 Machos menores que fêmeas e com a parte do corpo posterior 
elevada; 
 Fêmeas com a parte posterior do corpo arredondada. 
Já foram descritas mais de 15 famílias e mais de 3.000 espécies de 
pulgas. Das oito famílias de pulgas existentes no Brasil, apenas 3 
apresentam importância médica ou veterinária (em negrito com os 
gêneros): 
 Ceratophyllidae 
 Ctenophthalmidae 
 Ischnopsyllidae 
 Stephanocircidae 
 Leptopsyllidae 
 Pulicidae – gêneros Pulex,Xenopsylla, Ctenocephalides 
 Tungidae – gêneros Tunga, Rhynchopsyllus e Hectopsylla 
 Rhopalopsyllidae – gêneros Polygenis 
 Família Pulicidae(Gêneros Pulex, Xenopsylla, 
Ctenocephalides) 
 Pulexirritans – pulga típica da espécie humana, tem cor 
marrom-clara e é relativamente grande em relação a 
outras pulgas que podem atingir o homem. Já foram 
relatadas em várias espécies animais (canídeos, felinos, 
aves e roedores); 
 Xenopsyllacheops – tem como hospedeiros principais os 
roedores, mas gostam de sangue humano também. Como 
são bem adaptados ao parasitismo em pessoas e roedores, 
transmitem a bactéria do tipo Yersinia pestes, causadora 
da peste bulbônica (peste negra);Ctenocephalides canis e 
Ctenocephalidesfelis – é a pulga mais comum em todo o 
mundo, encontrada em cães e gatos. São menos exigentes 
em relação ao tipo de sangue a ser ingerido e são capazes 
de povoar diferentes tipos de habitat 
 Família Tungidae (Gênero Tunga, Rhynchopsyllus e 
Hectopsylla); 
 Tunga penetrans – são vulgarmente conhecidos como 
bicho-de-pé. Preferem o homem e o suíno, mas há relatos 
em bovinos, caninos, felinos, tatus e roedores. Penetram 
na pele, deixando apenas a extremidade posterior do corpo 
para fora do hospedeiro. Causam uma coceira intensa no 
local da lesão; 
 Rhynchopsylluspulex – são parasitas obrigatórios de 
morcegos. Causam uma reação inflamatória ao se inserir 
na pele. Não há informações sobre transmissão de doenças 
ou infestação dessa pulga em humanos. 
 
PIOLHOS 
ORDEM: PHTHIRAPTERA. 
 Parasitos de aves e mamíferos; 
 Podem ser classificados em piolhos mastigadores (malófagos) 
ou sugadores (hematófagos); 
 Ovos são chamados de lêndeas e são presos por uma 
substância cimentante aos pelos, cabelos ou penas; 
A maneira mais fácil de diferenciar um piolho 
mastigador de um piolho sugador é pelo tamanho 
da cabeça. Os piolhos mastigadores possuem a 
cabeça mais larga que o tórax. Os piolhos 
sugadores possuem a cabeça mais estreita que o 
tórax. 
São divididos em quatro subordens: 
I. Amblycera: piolhos mastigadores com 
antenas escondidas; 
II. Ischnocera: piolhos mastigadores com antenas livres; 
III. Anoplura: piolhos sugadores; 
Os piolhos da subordem Anoplura são aqueles que se alimentam de 
sague dos seus hospedeiros. Seguem seu trajeto preferencial de 
parasitismo no homem: cabeça, corpo e região púbica. São 
parasitos associados às condições de pobreza pela falta de higiene 
e grande aglomeração de pessoas. São hematófagos, com ciclo de 
vida de 45 dias. Os ovos de piolhos ou lêndeas são aderidos a pelos 
ou cabelos e eclodem num período de 6 a 9 dias. 
Os piolhos da subordem Amblycera, do gênero Menopon tem 
como hospedeiros as aves, com preferência pelas penas de peito, 
ao longo das hastes. Já do gênero Menacanthus tem como 
preferência região de cloaca, algumas espécies preferem região da 
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cabeça. Ainda desta subordem, a família Boopidae tem como 
hospedeiro o cão. 
Os piolhos da subordem Ischnocera, do gênero Trichodectes tem 
como hospedeiro o cão. 
O gênero Bovicola tem como hospedeiro ruminantes e equinos e 
gênero Felicola tem como hospedeiro felinos. O gênero Goniodes 
tem como hospedeiros aves e gênero Lipeurus, as galinhas. 
Os piolhos hematófagos podem causar prurido e erupções na pele 
através das picadas e ocasionar problemas por invasores 
secundários. Não se desenvolve em animais, sendo um problema 
restrito a humanos. Porém, os piolhos mastigadores provocam em 
animais coceira, má aparência, queda de peso e produtividade. 
Os piolhos mastigadores de animais não causam lesões no homem. 
MOSCAS, MUTUCA, MOSQUITOS 
ORDEM: DIPTERA. 
 Caracterizam-se por um único par de asas membranosas e um 
par de halteres; 
 Algumas são importantes como ectoparasitas, enquanto outras 
as larvas parasitam os tecidos do hospedeiro; 
 Importantes vetores de doenças. 
A ordem Diptera é uma das 
ordens mais numerosas em 
relação a famílias e espécies, 
possuindo parasitas e vetores 
de doenças. 
Pode ser convenientemente 
dividida em três subordens: 
I. Cyclorrhapha 
(moscas) 
II. Brachycera (mutucas) 
III. Nematocera (mosquitos) 
Subordem Brachycera 
São muscídeos grandes, com 
antenas grossas, constituídas 
de três segmentos. As fêmeas 
nutrem-se de sangue utilizando 
as peças bucais cortantes e 
sugadoras e os ovos são postos 
em vegetação suspensa sobre a 
lama ou água rasa. 
As fêmeas são transmissoras 
de patógenos, sua picada é dolorosa, servindo como porta de 
entrada para infecções bacterianas secundárias e miíases. 
Transmite várias doenças de forma mecânica (picada), como 
anaplasmose, anemia infecciosa equina, estomatite vesicular, 
encefalite, leucose bovina, peste suína e tripanossomíase em 
equinos, bovinos, suínos e cães. Também são transportadores de 
microrganismos. 
Subordem Nematocera 
Família Ceratopogonidae, os 
dípteros são muito 
pequenos, conhecidos como 
“mosquitos-pólvora”. As 
fêmeas se alimentam de 
homem e animais e podem 
transmitir vírus, 
protozoários e helmintos. 
Os dípteros da família Psychodidae são conhecidos como 
“mosquitos-palha”, porém em algumas regiões do mundo, o termo 
“mosquito-palha” inclui alguns mosquitos pólvora e borrachudos, 
assim uma denominação mais adequada seria a de flebotomíneos. 
Nesta subordem, há seis subfamílias: Bruchomyinae, Horaiellinae, 
Sycoracinae, Trichomyinae e Psychodinae, que são espécies não 
picadoras, porém a subfamília Phlebotominae são picadoras e 
sugadoras de sangue, espoliam sangue e também inoculam saliva 
no local da picada, podendo causar reações alérgicas ou transmitir 
agente infecciosos. 
Os flebotomíneos são mosquitos transmissores de protozoários, 
bactérias e vírus. A leishmaniose (estudaremos mais adiante) é 
uma doença de importância zoonótica transmitida pelos 
flebótomos, com destaque para a Lutzomyialongipalpis, 
conhecido popularmente por mosquitos palha, birigui, asa dura, 
asa branca e tatuquira. 
Transmitem também muitos vírus, como a febre papatase, 
conhecida na Europa e o vírus da estomatite vesicular, doença 
séria em bovinos, cavalos e suínos. 
INSETOS “BARBEIROS” E PERCEVEJOS 
 
ORDEM: HEMIPTERA; 
Família Reduviidae e à subfamília Triatominae. 
São hospedeiros intermediários, transmissores dos protozoários 
parasitas do gênero Trypanosoma cruzi. 
São insetos que variam de tamanho (poucos milímetros até 10 cm 
de comprimento) e são achatados dorso ventralmente. Podem ser 
hematófagos ou fitófagos (alimentam de seiva vegetal). 
Os nomes populares para esses insetos transmissores da doença de 
Chagas são: chupança, bicudo, chupão e bicho barbeiro. 
São espécies adaptadas a regiões de domicílio, gostando de viver 
em fendas e frestas próximas aos seus hospedeiros. Picam e sugam 
sangue de pessoas e animais, principalmente durante à noite. 
Apenas algumas espécies transmitem o Trypanosoma cruzi, pois 
para serem transmissoras devem ter capacidade de domicialização, 
eliminar grande quantidade de formas metacíclicas de T. cruzi, 
formar grandes colônias de insetos e defecar rapidamente após se 
alimentarem. 
ORDEM: HEMIPTERA. 
Gênero: Cimex. 
 Percevejos parasitas, denominados de “percevejos de cama”; 
 São espécies hematófagas. 
 Estas espécies são encontradas em locais próximos a 
hospedeiros durante o dia, em cabeceiras de cama, estrados, 
dobras de colchões e cobertas. 
 São parasitas associados em regiões com poucas condições 
sanitárias, pelas manchas marrons ou negras das fezes em 
roupas de cama, pijamas e paredes. 
 A picada por estas espécies causa irritação e incomoda homens 
e animais. Podem provocar anemia. 
 Já foram isolados desses insetos vários micro-organismos, 
como bactérias, rickéttsias, protozoários e vírus, mas não há 
relato de transmissão natural destes agentes para homens e 
animais.Downloaded by Taís Sousa (taissousa168@gmail.com)
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PARASITOLOGIA 
ECTOPARASITAS - CLASSE ARACHNIDA 
CLASSE ARACHNIDA 
Nesta aula falaremos sobre os carrapatos e ácaros causadores de 
sarnas de importância na medicina veterinária. Também fazem 
parte desta classe aranhas e escorpiões. Acredito que já tenha 
ouvido falar deles! Bom, relembrando o que foi falado na aula 2, 
a classe Arachnida são representados por adultos que possuem 
quatro pares de pernas, o corpo divide-se em cefalotórax, abdome 
e não contém antenas. 
1 – CARRAPATOS 
Os carrapatos são parasitas hematófagos e transmitem doenças 
infecciosas para humanos e animais, causam irritação no local da 
picada, provocando processos inflamatórios, toxicoses e paralisias 
através da saliva que injetam. Alguns hospedeiros apresentam 
reações de hipersensibilidade e lesam a pele, abrindo caminhos 
para infecções bacterianas secundárias. São seres muito 
resistentes à ausência, suportando jejuns prolongados à espera de 
hospedeiros para se alimentarem (Rocha, 2013). 
A família Ixodidae é conhecida como carrapato duro, por causa da 
presença de um rígido escudo quitinoso que cobre toda a 
superfície dorsal do macho adulto, e na fêmea adulta, na larva e 
na ninfa, ele se estende apenas por uma pequena área, 
permitindo a dilatação do abdome após a alimentação. A 
família Argasidae é conhecida como carrapato mole, ou seja, não 
possuem o escudo rígido (Urquhart et al, 1996). 
FAMÍLIA IXODIDADE 
Dentre as espécies de maior importância para a medicina 
veterinária, vamos destacar alguns e conhecer a sua morfologia: 
1.1 – AMBLYOMA CAJENNENSE 
 
Os nomes vulgares para esta espécie são: carrapatos estrela, 
carrapatos do cavalo, carrapatos pólvora e micuins. As fêmeas 
(letra A na imagem) e os machos (letra B na imagem) se alimentam 
de sangue durante toda a vida e embora prefiram o sangue de 
equinos, se alimentam de qualquer hospedeiro. Sobem e descem 
em vários hospedeiros durante a vida, por isto são grandes 
transmissores de doenças (Rocha, 2013). 
As características morfológicas do gênero Amblyoma são o 
gnatossoma mais longo do que largo e presença de olhos no 
escudo. Geralmente com escudo ornamentado. Festões 
presentes, placas adanais ausentes no macho e presença de 
estigmas em forma de vírgula ou triângulo. Existem cerca de 33 
espécies de Amblyoma no Brasil, os mais comuns são Amblyoma 
cajennense, A. tigrinum, A. ovale e A. aureolatum. 
Podem transmitir agente patogênicos como Borrelia (agente da 
doença de Lyme) e Rickettsia rickettsi (agente causador da febre 
maculosa) e sua picada é dolorosa com ferimentos de cura 
prolongadas (Monteiro, 2016). 
1.2 – RIPICEPHALUSSANGUINEUS 
 
São carrapatos que parasitam cães, na maioria das vezes, porém 
já foram encontrados casos na espécie humana. Popularmente 
conhecido como carrapato vermelho ou carrapato marrom do 
cão. Causam uma irritação no local da penetração, além de 
transmitirem doenças (Rocha, 2013). 
Esta espécie possui um estigma em forma de vírgula bastante 
acentuado no macho e pouco acentuado na fêmea, olhos e 
festões presentes. Além de um escudo sem ornamentação 
(Monteiro, 2016). 
Grandes infestações podem causar anemia. Atacam qualquer 
região do corpo, porém é mais frequente nos membros anteriores 
e nas orelhas. Considerado como o principal vetor da babesiose 
canina, além de transmitir vírus e bactérias e atacar o homem, 
causando dermatites (Monteiro, 2016). 
1.3 – RIPICEPHALUS(BOOPHILUS) MICROPLUS 
 Após sequenciamento genético, o gênero Boophilus passou a ser 
subgênero de Ripicephalus, por isto esta espécie de carrapato 
começou a ser chamado de Ripicephalus (Boophilus) 
microplus (Monteiro, 2016). 
Este carrapato é mais adaptado aos bovinos, mas em épocas de 
grandes infestações podem ser encontrados em ovinos, caprinos, 
veados, cavalo e no homem. Alimentam-se de sangue, podendo 
transmitir doenças e também causam irritações e alergias. 
Apresentam como características morfológicas (Monteiro, 2016): 
 Base do gnatossoma hexagonal com rostro e palpos curtos, 
achatados, rugosos lateral e dorsalmente; 
 Escudo sem ornamentação. 
 Olhos presentes 
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 Festões ausentes 
 Estigmas arredondados ou ovais 
 Machos com dois pares de placas adanais desenvolvidas e 
geralmente prolongamento caudal 
Na medicina veterinária é importante conhecermos sua 
morfológica para diferenciarmos de outras espécies, e ainda a 
lesão causada pela picada do carrapato provoca irritação local e 
perda de sangue que favorece a formação de miíases no local. 
Além disto, a pele irritada serve como via de acesso para infecções 
secundárias. Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5mL de 
sangue, o que provoca no hospedeiro anemia e queda na 
produtividade. Há um esforço do animal para compensar danos 
causados pelo carrapato, o que representa um desvio de energia 
que seria convertida para a produção (Monteiro, 2016). 
1.4 –ARGAS 
 
Espécie mais conhecida é Argas miniatus ou conhecido como 
carrapato da galinha. Suas características morfológicas incluem a 
face dorsal separada da ventral por um bordo lateral nítido, corpo 
achatado dorso ventralmente, aparelho bucal na face ventral. 
A maioria das espécies parasita aves como galinhas, perus, 
pombos e aves silvestres. Muito comum em galinheiros. Sua ação 
espoliadora faz com que as aves tenham anemia e mortalidade, 
principalmente as mais jovens. A alimentação do carrapato 
produz lesões em pele e as aves se irritam muito com as picadas, 
bicando a pele e diminuindo a produção. Há desenvolvimento 
problemático e ainda transmite doenças como a borreliose. 
1.5 – ORNITHODOROS 
 
São carrapatos parasitas de uma ampla gama de hospedeiros, 
como aves, répteis, mamíferos e o homem. Alimentam-se durante 
a noite e são encontrados em ocos de troncos de árvores, 
cavernas, ninhos, tocas, abrigos de animais silvestres e também 
em currais. Sua picada é muito dolorosa, e estão relacionados a 
transmissão de agentes infecciosos como Borrelia 
brasilienses e Rickettsia rickettsi (Rocha, 2013). 
Suas características morfológicas apresentam sem limitação das 
faces dorsal e ventral, formato do corpo suboval com margens 
arredondadas, hipostômio bem desenvolvido, as larvas possuem 
placa dorsal, cujo formato é importante para diagnóstico. Os ovos 
são escuros e isolados (Monteiro, 2016). 
Agente transmissor da Borrelia (doença de Lyme), são 
hematófagos e provocam grande irritação no hospedeiro 
(Monteiro, 2016). 
1.6 – OTOBIUS 
 
São carrapatos com tegumento granuloso no estágio adulto, com 
olhos ausentes, nas ninfas o tegumento é estriado e possui vários 
espinhos e possui hipostômio bem desenvolvido na ninfa e 
vestigial nos adultos. A espécie mais comum é Otobius 
megnini (Monteiro, 2016). 
Os hospedeiros são equinos, ruminantes, suínos, caninos e 
homem. Vivem nas orelhas dos hospedeiros quando nos estágios 
larvais e ninfais. Os adultos não são parasitas. Por isto, o homem 
e os animais podem sofrer grave irritação no canal auditivo. Os 
animais de produção perdem peso, ficam irritados, 
movimentando a cabeça constantemente. Podem ser vetores de 
doenças como a Q-febre e tularemia (Monteiro, 2016). 
ÁCAROS PRODUTORES DE SARNAS 
Da ordem Sarcoptiformes ou Astigmata, as sarnas são problemas 
muito comuns na medicina veterinária. Vários agentes causam 
estas moléstias e é de grande importância o conhecimento de 
todas elas para um melhor tratamento e prevenção. 
FAMÍLIA SARCOPTIDAE: ESCAVADORES 
Esta família de parasito é conhecida como escavadores por 
escavarem a pele (intradérmicas) nas quais penetram na pele do 
hospedeiro provocando espessamento de pele. Suas 
características principais são de corpo globoso; rostro curto e 
largo; patas curtas e grossas; patas posteriores encaixadas total 
ou parcialmente no idiossoma (corpo do ácaro), machos sem 
ventosas copuladoras adanais. São conhecidos dois gêneros: 
Sarcoptese Notoedres (Monteiro, 2016). 
 
 
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NOTOEDRES CATI (A – FÊMEA / B – MACHO) 
 
A sarna causada por Sarcoptes scabiei também é conhecida como 
escabiose e é contagiosa por transmissão de contato direto. 
Animais como suínos, cães, equinos e bovinos são atacados por 
ácaros desta espécie, porém cada tipo de hospedeiro possui uma 
linhagem correspondente do seu parasita, não sendo comum uns 
se adaptarem bem aos outros (Rocha, 2013). Uma das 
características principais desta parasitose é o prurido que aparece 
à noite, quando um hospedeiro vai dormir. Nas lesões cutâneas 
iniciais observam-se áreas eritematosas, pápulas foliculares e 
vesículas. Em todos os animais atingidos a coceira é bastante 
grave e as lesões costumam aparecer inicialmente na cabeça, 
podendo atingir todo o corpo. Com o avançar da parasitose, há 
espessamento de pele e perda de pelo (Monteiro, 2016). 
A sarna causada pelo Notoedres cati é conhecida como a sarna da 
cabeça do gato. É uma dermatose pruriginosa e formadora de 
crostas nos gatos. O ácaro pode infestar cães e causar lesões 
transitórias nos seres humanos em contato com os animais 
infestados. É muito contagiosa e transmitida por contato direto. 
As lesões nos gatos são normalmente em cabeça e orelhas, porém 
pode se estender para outras partes do corpo. Caracterizada por 
intensa coceira e formação de crostas que podem extravasar 
sangue (Monteiro, 2016). 
FAMÍLIA PSOROPTIDAE: ÁCAROS NÃO ESCAVADORES 
Os ácaros não escavadores são ácaros superficiais, produzem 
formação de crostas espessas. Possuem corpo ovoide, face dorsal 
sem espinhos, rostro longo e cônico, machos com ventosas 
(copuladoras) adanais. Patas longas e espessas; o quarto par de 
patas nos machos é menor que o terceiro. 
Os gêneros que fazem parte desta família são os Psoroptes, 
Otodectes e Chorioptes. 
2.1 PSOROPTES 
 
São ácaros que acometem equinos, bovinos, ovinos, caprinos e 
coelhos. Possuem corpo ovoide, tamanho de 0,5 a 0,8 mm, patas 
longas e grossas, fêmeas e machos com ventosas nas patas. Os 
sintomas em bovinos e eqüinos incluem coceira intensa na 
cernelha, na base da cauda e pescoço. Ferimentos de pele podem 
aparecer na medida em que o ácaro se espalha. Em carneiros e 
ovelhas ocorre perda de qualidade do couro e da lã. Irritação 
grave, os animais costumam se coçar e morder (Monteiro, 2016). 
2.2 OTODECTES 
 
Este gênero é responsável pela sarna auricular de cães e gatos. A 
espécie Otodectes cynotisacomete cães, gatos,raposas, furões e 
outros carnívoros silvestres. Este ácaro tem o tamanho de 0,3 a 
0,5 mm, com ventosas e pedicelos curtos e simples, sem 
segmentação, corpo ovoide, os machos possuem tubérculos 
abdominais. A irritação se dá no conduto auditivo, alimentando-
se de fluidos tissulares na profundidade do canal auditivo para o 
tímpano. Da porção média do conduto auditivo para o tímpano 
podem aparecer crostas e hemorragias. Em parasitoses intensas, 
o animal pode apresentar sinais de distúrbios nervosos, se 
movendo em círculos ou sacudindo a cabeça. O fato dos animais 
coçarem muito a orelha pode levar a hematomas (Monteiro, 
2016). 
2.3 CHORIOPTES 
 
Este ácaro é observado na sarna das partes baixas dos ruminantes. 
Acomete equinos também. Possuem tamanho de 0,3 a 0,6 mm. 
Ataca pés e patas subindo para face interna da coxa, região 
escrotal dos machos e da mama nas fêmeas. As regiões 
parasitadas são recobertas por crostas e produzem prurido 
intenso. 
PROTOZOÁRIOS FLAGELADOS 
ORDEM TRICHOMONADIDA 
As informações das espécies serão dividias por cada ordem que 
cada parasito foi classificado. No geral, todas estas ordens fazem 
parte dos protozoários flagelados, que são organismos 
unicelulares eucariontes que possuem um ou mais flagelos, que 
são estruturas complexas de locomoção (Monteiro, 2016). 
Caracterizada pela presença de quatro a seis flagelos anteriores 
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FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE – GÊNERO 
TRITRICHOMONAS 
 
Caracterizados por apresentarem três flagelos anteriores e pelta 
ausente. Os hospedeiros são bovinos e doença é conhecida como 
TRICOMONOSE. A espécie de importância veterinária que 
acomete os animais é Tritrichomonas foetus. Sua localização é no 
prepúcio dos machos e vagina das fêmeas (Fortes, 2004). 
Estes protozoários não dependem de oxigênio para sobreviver 
(anaeróbicos), possuem núcleo bem organizado (eucarióticos). 
Possuem corpo piriforme, com um único núcleo, com axóstilo que 
sai da parte aguda posterior do corpo. Tem de três a cinco flagelos 
localizados anteriormente e uma membrana ondulante com um 
flagelo que facilita a sua movimentação (Rocha, 2013). 
A transmissão se dá através do coito, por isto com a inseminação 
artificial ela tem sido controlada. Pode levar ao aborto precoce, 
repetição de cio, vaginite, endometrite, piometra, infertilidade e 
consequentemente redução de produção (Monteiro, 2016). 
FAMÍLIA MONOCERCOMONADIDA – 
GÊNERO HISTOMONAS 
 
É um protozoário que acomete perus e galinhas, podendo 
aparecer em codornas, perdizes e faisões. A espécie é Histomonas 
meleagridis, que possui um hospedeiro intermediário no seu ciclo 
evolutivo, denominado de Heterakis gallinarum, um parasita 
nematóide que apresenta no seu interior as Histomonas 
(Monteiro, 2016). 
Possui uma estrutura pleomórfica, variando de acordo com sua 
localização e estágio evolutivo. É amebóide, arredondado ou 
alongado. Núcleo único, circular e piriforme. Mitocôndria 
ausente. Com um único flagelo fino, partindo do corpo parabasal 
próximo ao núcleo. Pelta, axóstilo e corpo parabasal em forma de 
“V” presentes. Sua localização é em cecos e fígado e aves são 
acometidas através da ingestão de um grande número de 
trofozoítos (Fortes, 2004). 
Sintomatologia clínica ocorre após oito dias de infecção, as aves 
tornam-se apáticas, com as penas arrepiadas e as fezes de 
coloração amarelo-enxofre. Se não forem tratadas, morrem em 
uma ou duas semanas (Urquhart, et al., 1996). 
FAMÍLIA HEXAMITIDAE – GÊNERO GIARDIA 
 
Possuem a forma trofozoíta, apresentando simetria bilateral e seis 
a oito flagelos. Os hospedeiros são cães, gatos, caprinos, bovinos 
e homem. Sua localização é intestino delgado (Monteiro, 2016). 
Este gênero apresenda um corpo piriforme, com extremidade 
anterior arredondada e a posterior afilada. Superfície dorsal 
convexa. Superfície ventral apresentando anteriormente um disco 
redondo, com um corte na parte inferior, que exerce função de 
ventosa. É através do disco que a Giardia se fixa à superfície das 
células intestinais. Possuem dois núcleos anteriores (veja a figura 
acima), dois axóstilos paralelos e medianos, oito flagelos sendo 
dois anteriores, dois medianos, dois ventrais e dois posteriores 
(Fortes, 2004) 
Giardia duodenalis também conhecida como Giardia 
intestinalis e Giardia lamblia, é um dos principais protozoários 
que causam diarréia nos animais e no homem. Conhecida como 
giardíase, os animais são vermifugados sempre pensando na 
prevenção desta doença (Rocha, 2013). Existem várias espécies de 
Giardia, como 
a G.lamblia (homem), G.canis (cão), G.duodenalis (coelho), G.bov
is (bovinos), G.cati (gato), G.caprae (caprinos) e G.equi (equinos). 
ORDEM KINETOPLASTIDA 
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE – GÊNERO 
TRYPANOSOMA 
 
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Os tripanossomas são divididos em seção Stercoraria 
(Trypanosoma cruzi), cuja transmissão é contaminativa, e seção 
Salivaria (Trypanosoma vivax, Tripanosoma evansi e Tripanosoma 
equiperdum), com transmissão inoculativa, mecânica ou direta 
(Monteiro, 2016). 
Trypanosoma cruzi tem bastante importância do ponto de vista 
clínico, pois causa a “Doença de Chagas” através da inoculação do 
parasita na pele de humanos e animais por insetos hemípteros 
hematófagos, conhecidos popularmente como barbeiros, bicho-
da-parede, bicudo, chupão, chupança (Rocha, 2013).Tripanosomatidae de aspecto foliáceo. Flagelo na margem da 
membrana ondulante. Núcleo único. Durante seu ciclo evolutivo 
pode apresentar formas estruturalmente distintas, denominadas 
estádios. Modernamente, os estádios tem a seguinte 
terminologia (Fortes, 2004): 
 amastigota: corpo arredondado, sem flagelo livre; 
 pró-mastigota: corpo alongado, com flagelo na extremidade 
anterior; 
 opistomatisgota: o flagelo é próximo e posterior ao núcleo e 
sai livremente, sem membrana ondulante; 
 epimastigota: o cinetossomo é próximo e anterior ao núcleo 
e o flagelo sai livremente, não havendo membrana 
ondulante; 
 tripomastigota: o cinetossomo está na extremidade posterior 
e o flagelo desloca-se para a extremidade oposta, a anterior, 
na borda da membrana ondulante. 
 
A transmissão do estádio infectante de um hospedeiro vertebrado 
a outro pode ser por meio inoculativo ou contaminativo, durante 
a alimentação de vetores invertebrados, pode ser por 
transferência mecânica por vetores ou por transmissão durante o 
coito (Fortes, 2004). 
As espécies existentes de Trypanosoma podem ser visualizadas na 
figura abaixo: 
 
O Trypanosoma cruzi causa sintomas clínicos mais graves em 
humanos, em animais podem afetar também, porém são tidos 
mais como reservatórios, principalmente os animais silvestres. 
O Trypanosoma evansi são mais relatados em períodos de chuvas, 
pois as moscas hematófgas se proliferam e carream a doença. Nos 
bovinos ponde gerar resposta imune reduzida, hemorragias e 
anemias. O Trypanosoma equiperdum causa em equinos uma 
doença venérea chamada “durina” na qual ocorre secreção 
excessiva na mucos genital e edema. Em casoso graves pode 
ocorrer aborto (Monteiro, 2016). 
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE – GÊNERO LEISHMANIA 
 
Segundo Rey (apud Monteiro, 2016), o gênero Leishmania é 
inserido em complexos fenotípicos agrupados em dois 
subgêneros: Viannia (complexo Leishmania braziliensis) 
e Leishmania (complexos Leishmania mexicana e Leishmania 
donovani). 
Algumas espécies são encontradas no Brasil: 
 Leishmania (Viannia) braziliensis: com ampla distribuição – 
leishmaniose cutânea acompanhada de lesão nasofaringiana 
destrutiva e desfigurante. 
 L. (Viannia) guyanensis: ulceração simples ou múltipla, não 
ataca a mucosa. 
 L. (Leishmania) amazonensis: complexo mexicana – 
raramente atinge o homem, quando acontece, produz lesões 
cutâneas únicas ou em pequeno número. É encontrada em 
pequenos roedeores silvestres. 
 L. (Leishmania) chagasi ou L. (L.) infantum – complexo 
Donovani: Leishmaniose visceral. 
Este gênero de protozoário pode se apresentar de duas formas: 
promastigota e amastigota (figura abaixo). A protomastigota 
caracteriza-se por ter um corpo alongado, com as duas 
extremidades afiladas, sendo a anterior mais larga, um núcleo e 
um cinetoplasto anterior, do qual parte o axonema e seguindo-se 
o flagelo. A promastigota é encontrada no intestino do hospedeiro 
invertebrado (intermediário). A forma amastigota é encontrada 
nas células do hospedeiro vertebrado (definitivo) e tem aspecto 
ovalado ou esférico, com núcleo e cinetoplasto do qual parte o 
anoxema, mas sem flagelo (Fortes, 2004). 
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Assim como no gênero Trypanosoma, a Leishmania tem em seu 
ciclo evolutivo um hospedeiro intermediário e outro definitivo. O 
hospedeiro intermediário são invertebrados, 
mosquitos Phlebotomus ou Lutzomia (termo mais atual), que 
ingere as formas amastigotas e transmitem para o hospedeiro 
definitivo (animais ou homem) através do regurgitamento em 
ocasião da picada (Fortes, 2004). De importância zoonótica, ou 
seja, a transmissão é feita entre animas e homens, hoje vemos 
bastante campanha de prevenção, já que para animais não há 
tratamento satisfatório, com eliminação do parasito. As 
regiões Este protozoário pode causar a Leishmaniose visceral e 
Leismaniose cutânea. Vou apresentar os dois através da tabela 
abaixo: 
 
Podem perceber na imagem que a diferença é bem pequena entre 
as duas espécies se vista em microscópico ótico. Porém, os 
tempos modernos de taxinomia nos evidenciam as diferenças 
atráves de obervações moleculares. Esta diferença é importante 
principalmente para prevenção da doença, já que o tratamento da 
Leismaniose é complicado em animais e muitas vezes o fato de 
ficarem assintomáticos por anos, representa perigo para a 
população e continuação da doença nas regiões existentes. 
 
 
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PARASITOLOGIA 
COCCIDEO - FILO APICOMPLEXA 
O filo Apicomplexa (Levine, 1970) tem como características 
parasitos intracelulares obrigatórios que se caracterizam por 
possuir na extremidade afilada do “zoíto” o complexo apical 
e ausência de cílios (imagem 1). Este complexo é composto 
por um conjunto de estruturas visíveis apenas em 
microscopia eletrônica e que são responsáveis pela 
penetração na célula do hospedeiro. Sua presença 
caracteriza então as formas infectantes dos protozoários, 
que nos coccídios são: esporozoíto, merozoíto, taquizoíto e 
bradizoíto. 
 
A classe Sporozoa também pode ser conhecida como 
Sporozoasida ou Coccidea (termo mais atual). 
 
CLASSE COCCIDEA OU SPOROZOASIDA 
 Arredondados ou ameboides 
 Conóide, quando presente, com a forma de um cone 
truncado 
 Pseudópodes, quando presentes, usados para nutrição e não 
para locomoção 
 Flagelos presentes somente em microgametas de alguns 
grupos 
 Locomoção por flexão e deslizamento 
 Reprodução assexuada e sexuada 
 Oocistos com esporozoítos infectantes originários de 
esporogonia 
 Monoxenos ou heteroxenos 
ORDEM EUCOCCIDIORIDA 
FAMÍLIA EIMERIIDAE 
a) Gênero Eimeria 
 
Este gênero pode acometer animais domésticos (aves, bovinos, 
ovinos, caprinos, suínos, equinos e coelhos), sendo as espécies, 
específicas por hospedeiro. Como exemplo tem-se E. tenella, E. 
necatris, E. maxima, E. mitis e E. acervulina, que acomete 
galinhas; E. zuernii, E. bovis, E. alabamensis, que acomete 
bovinos; E. leuckarti, que acomete equinos, dentre outros. 
Como característica principal, os oocistos do gênero Eimeria, 
quando chegam ao ambiente junto com as fezes (não 
esporulados), possuem o esporonte, cuja localização é central. 
Após a esporulação, apresentam quatro esporocistos, cada um 
com dois esporozoítos. 
O ciclo evolutivo divide-se em cinco fases: esporulação, infecção, 
esquizogonia, gametogonia e formação de oocisto. Na figura a 
seguir você consegue ver um esquema do ciclo evolutivo. 
 
A infecção é multiespecífica, como descrito anteriormente, 
sendo os animais jovens mais sensíveis. A patogenia depende da 
espécie de Eimeria, do número de oocistos ingeridos, da idade 
do hospedeiro, da presença e gravidade de outras doenças, da 
eficácia do coccidiostático e do estado nutricional do animal. Os 
coccídios destroem as células intestinais, causando diarreia 
sanguinolenta, acarretando perda de peso e predisposição à 
infecção secundária. Mortalidade pode chegar a 100% em aves e 
os animais assintomáticos podem ser contaminantes em 
potencial. 
b) Isospora 
 
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Para este gênero, a espécie Isospora belli é um parasita que 
necessita apenas de um hospedeiro para completar o seu ciclo 
(monoxeno), e todo o ciclo evolutivo ocorre nas células epiteliais 
do intestino delgado. Os esporozoítas livres invadem as células 
epiteliais, onde se desenvolvem por meio das fases assexuada e 
sexuada. 
O ciclo evolutivo das espécies de Isospora difere do ciclo das 
espécies de Eimeria em três aspectos: 
 O oocisto esporulado contém dois esporocistos, cada um com 
quatro esporozoítos 
 Os estágios extra-intestinais que ocorrem no baço, no fígado 
e nos linfonodos dos suínos, por exemplo, podem reinvadir a 
mucosa intestinal e causar sintomatologia clínica 
 Os roedores podem por ingestão de oocistos de cães e gatos, 
infectar-se com estágios assexuados e atuarcomo 
reservatórios 
As espécies de Isospora, que também são conhecidos 
como Cystoisospora, que mais acometem os animais 
são: I.suis (suínos), C.canis e C.ohioensis (cães), C.felis e C.rivolta (
gatos). Acometem mais filhotes, e adquirem a infecção pelo 
contato com as fezes da mãe ou de outros animais parasitados. 
Como os filhotes ainda não tem seu sistema imunológico 
completamente formado, desenvolvem rapidamente a infecção e 
em animais adultos é praticamente assintomático, a menos que 
apresentem a doença após estresse ou outra doença 
imunossupressora. 
É uma doença muito importante na medicina veterinária, porque 
apresentam patogenicidade variável e podem causar diarreia em 
filhotes e diminuição no desenvolvimento, porém a infecção é 
auto limitante, ou seja, que pode ser cessada sem tratamento, 
porém o hospedeiro continua eliminando no ambiente a doença. 
FAMÍLIA CRYPTOSPORIDIIDAE 
a) Gênero Cryptosporidium 
 
Em 1907 Tyzzer registrou um coccídeo nas células das glândulas 
gástricas do camundongo, designando-o de Cryptosporidium 
muris e, mais tarde, em 1911 constatou nas células do intestino 
delgado também de camundongo, um coccídeo menor, que 
chamou de Cryptosporidium parvum. Outras espécies já foram 
constatadas em diferentes animais e homem, e os pesquisadores 
verificaram com pesquisas a diminuta especificidade parasitária 
em relação aos hospedeiros, assim todas as espécies são 
consideradas com sinonímia de C.muris e C.parvum. 
Sendo assim, a identificação de algumas espécies é necessária a 
partir da caracterização morfológica, biológica e genética. Assim 
sendo algumas espécies são descritas como: C.parvum 
(mamíferos com vários genótipos), C. muris (mamíferos com 
vários genótipos), C. meleagridis (aves), C.baileyi (aves), C.felis 
(gatos), C. canis (cães), C.nasorum (peixes), C. serpentis (répteis). 
Como características morfológicas, os oocistos têm formato 
subesférico e são muito pequenos. Quando esporulados, contem 
quatro esporozoítos, sem apresentar esporocistos. Os 
microgametas são desprovidos de flagelos. A doença se 
caracteriza por anorexia e diarreia. 
a) Subfamília Toxoplasmatinae 
– Gênero Toxoplasma 
 
O gênero Toxoplasma tem somente uma espécie, T. gondii, um 
coccídeo intestinal presente em felinos domésticos. O ciclo 
evolutivo inclui uma fase sistêmica facultativa, que é uma causa 
importante de aborto em ovinos e pode gerar uma zoonose. As 
infecções humanas são particularmente graves se ocorreram 
durante a gravidez, levando o feto a ter alterações graves na visão 
ou até problemas no sistema nervoso central. 
Conhecida como toxoplasmose, esta doença traz como vilão o 
gato, porque é principal transmissor da doença. O ser humano é 
contaminado se ingere oocistos presentes nas fezes do animal, 
que esporulam e contaminam o ambiente e acabam presentes em 
verduras e legumes. 
A estrutura do T.gondii é um isosporóide que apresenta três 
estágios principais durante seu ciclo evolutivo: oocisto, taquizoíto 
e bradizoíto. 
a) Oocisto 
 
A evolução do zigoto origina o estádio de oocisto, caracterizando 
por apresentar a película composta de duas membranas e possuir, 
quando maduro, dois esporocistos, cada um contendo quatro 
esporozoítos. Oocistos não esporulados (imaturos) são 
subesféricos a esféricos. Oocistos esporulados (maduros) são 
subesféricos e elípticos. 
 
 
 
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b) Taquizoítos 
 
Os taquizoítos tem forma de meia lua e núcleo central. A 
extremidade anterior é pontiaguda e posterior arredondanda. 
Apresentam complexo apical. 
c) Bradizoítos e Cistos 
 
Os bradizoítos são semelhantes aos taquizoítos, diferindo por 
apresentarem núcleo próximo à extremidade posterior e serem 
de multiplicação lenta. Biologicamente, os bradizoítos são menos 
susceptíveis à destruição por enzimas proteolíticas do que os 
taquizoítos. Os cistos são encontrados nas vísceras, no cérebro, 
músculos esqueléticos e cardíaco. Nos casos crônicos, é 
encontrado um maior número de cistos e o hospedeiro adquire 
imunidade. 
Para a medicina veterinária, é importante sabermos que a 
toxoplasmose é assintomática e ocorrem poucos casos clínicos em 
animais. No hospedeiro intermediário podem ser observados na 
fase aguda da infecção febre, anorexia, prostração, adenopatias, 
fortes dores musculares, secreção ocular bilateral, distúrbios 
pulmonares e abortamento (mais ovinos e humanos). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os coccídeos são protozoários de grande importância na medicina 
veterinária, devem ser identificados e impedidos de serem 
transmitidos. Como vimos, os distúrbios intestinais são os fatores 
principais de ocorrência destes parasitos e eles podem ser de 
grande importância zoonótica. 
A toxoplasmose é uma doença comum nas pessoas grávidas, pois 
pode ocasionar danos irreversíveis ao feto. Por isto o controle com 
a eliminação das fezes do gato e a preocupação da água que 
usamos para lavar legumes e verduras deve ser um dos sinais de 
prevenção mais importante. 
PIROPLASMASIDA E RICKÉTTSIAS 
A erliquiose é uma doença emergente, de grande importância 
para o médico veterinário, pois acomete de forma grave os cães e 
a saúde pública. Este texto traz informações relevantes como as 
causas da doença, sinais clínicos, diagnósticos e profilaxia. 
PIROPLASMASIDA 
 CLASSE PIROPLASMASIDA 
 ORDEM PIROPLASMORIDA 
 FAMÍLIA BABESIDAE 
 GÊNERO BABESIA 
 
Na figura acima podemos observar o vetor da babesiose, que é o 
carrapato. Já conhecemos em aulas anteriores e sabemos que o 
seu controle é fundamental para impedirmos a disseminação 
desta doença. 
O gênero Babesia compreende protozoários parasitos de 
hemácias de diferentes animais, domésticos, silvestres e o 
homem. Este parasito foi reconhecido como o primeiro 
protozoário a ser transmitido por um artrópode, que possibilitou 
estudos posteriores em animais e seres humanos. 
São transmitidos por carrapatos, nos quais o protozoário passa 
por via transovariana, ou seja, através do ovo, de uma geração de 
carrapatos à geração seguinte. A doença, babesiose, é 
particularmente grave em animais que não tiveram contato prévio 
com o protozoário introduzidos em áreas endêmicas e constitui 
um considerável entrave ao desenvolvimento de criação animal 
em muitas partes do mundo. 
Levando em consideração o tamanho do protozoário dentro das 
hemácias, as babésias são divididas em pequenas (menores que 
3µm) ou grande babésias (maiores que 3µm). 
 
Observamos diferentes espécies de Babesia de bovinos em 
eritrócitos, Babesiabigemina, B.bovis e B.divergens. O exame de 
lâminas com esfregaços sanguíneos corados mostra os 
organismos dentro de eritrócitos, quase sempre isoladamente ou 
em pares, frequentemente dispostos num ângulo característico, 
com as extremidades estreitas opostas. São tipicamente 
piriformes, mas podem ser redondos, alongados ou em forma de 
charuto, como podemos observar na figura: 
 
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No hospedeiro vertebrado (homem ou animais) os parasitos 
penetram nos eritrócitos e se transformam em trofozoítos. A 
multiplicação é por divisão binária ou esquizogonia, e após a 
multiplicação apresentam tipicamente um formato piriforme, por 
isto são conhecidas como piroplasmas. 
Ainda, há espécies que acomete cães, Babesia canis, que são 
caracterizadas como grandes babesias, medindo de 3 a 5 µm, 
podem apresentar formas piriformes, redondas, ovais, alongadas 
ou ameboides. O carrapato transmissor da doença 
é Rhipicephalussanguineus. 
Tabela 1. Espécies de Babesia que podem acometer diferentes 
animais domésticos (Fortes, 2004) 
 
A babesiose causa um grande prejuízo à criação nacional, seja 
pelas perdas associadas à queda da produção de leite, 
diminuição do crescimento e morte dos animais, seja pelo custo 
do controle e tratamento das babesioses e seus vetores. E 
também aos animais domésticos, que pode causar uma anemia 
grave. 
ORDEM RICKETTSIALESOs organismos pertencentes a esta ordem foram inicialmente 
considerados como sendo protozoários, mas são um grupo 
separado de bactérias, por apresentarem aspectos comuns entre 
elas. Então, aluno, em alguns livros de parasitologia talvez você 
não a encontre. 
 
São bactérias com parasitismo intracelular obrigatório, e devido 
ao parasitismo obrigatório, são incluídos em parasitologia 
veterinária. Possuem estruturas semelhantes a bactérias Gram-
negativas, extremamente pequenas (0,3 x 1,5µm), 
formando cocobacilos, corados com Giemsa e fracamente 
corados por Gram. Podem estar agrupados em pares, em cadeias 
ou isoladamente. 
FILO PROTEOBACTERIAS 
CLASSE DAS ALPHAPROTEOBACTERIAS 
ORDEM RICKETTSIALES 
 Família Rickettsiaceae 
 Subfamília Rickettsiae 
 Gênero Rickettsia, CoxiellaeOrientia 
 Subfamília Ehrlichiae 
 Gênero EhrlichiaeNeoRickettsia 
 Família Anaplasmatacea 
 Gênero Anaplasma 
O gênero Rickettsia foi dividido em dois grupos: Grupo Tifo (GT) 
composto por R. prowazekiieR.typhi, associados à pulgas e 
piolhos vetores e o Grupo da Febre Maculosa (GFM) que inclui 
mais de 20 espécies associadas ao carrapato, exceto a R.akari 
que está associada aos ácaros e a R.felis associada às pulgas. 
Tabela 2. Distribuição mundial das rickéttsias patogênicas e 
respectivo nome vulgar da doença que causam (Monteiro, 2016) 
 
 Família Rickettsiaceae 
 Subfamília Ehrlichiae 
 Gênero Ehrlichia 
 
Ehrlichia em célula granulocítica 
Os membros deste gênero são encontrados nos leucócitos 
sanguíneos como inclusões intracitoplasmáticas e produzem 
caracteristicamente uma breve doença febril associada a 
leucopenia. As espécies mais importantes são E. phagocytophila, 
a causa da febre transmitida por carrapato em ovinos e bovinos. 
No Brasil foram encontradas as espécies E.canis, responsável 
pela erliquiosemonocítica canina; Anaplasmaphagocitophila, 
responsável pela erliquiose 
granulocítica equina, NeoRickettsiaristicii, responsável 
pela rickettsiose monocítica equina e A.bovis, causadora 
da febre petequial bovina. Considerada uma doença endêmica 
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principalmente nas áreas urbanas, onde existe o carrapato 
vetor Rhipicephalussanguineus. 
Hospedeiros vertebrados: canídeos, gatos (raro), equinos, 
ruminantes, espécies silvestres e homem. 
Hospedeiros invertebrados: carrapatos 
- Rhipicephalussanguineus, Dermacentorvariabilis, Ixodesscapula
ris e Amblyomaspp). 
Como característica morfológica, este gênero é uma bactéria 
gram-negativa, intracelulares obrigatórias dos leucócitos ou 
trombócitos. Pode apresentar a forma de mórulas, com grânulos 
corados em azul escuro no Giemsa; estruturas amorfas, de vários 
tamanhos e granulares. Os corpúsculos elementares são 
circundados por dupla membrana, enquanto as mórulas são 
estruturas intracitoplasmáticas, ovoides ou alongadas, limitadas 
por membrana trilaminar que envolve numerosos corpúsculos 
elementares. 
A importância veterinária da febre do carrapato é altíssima. 
Embora a doença seja transitória, em animais novos pode causar 
óbito, em animais adultos também por infecções secundárias, 
então a profilaxia contra o carrapato e o tratamento dos animais 
doentes é imprescindível. 
 Família Anaplasmatacea 
 Gênero Anaplasma 
 
Estes organismos, encontrados nos eritrócitos de bovinos, causam 
anaplasmose, uma doença caracterizada por febre, anemia e 
icterícia. A infecção é transmitida por carrapatos ou 
mecanicamente por insetos picadores ou mesmo por seringas 
hipodérmicas ou instrumentos cirúrgicos contaminados. 
Hospedeiros vertebrados: Ruminantes 
Hospedeiros invertebrados: carrapatos e moscas 
Em esfregaços de sangue corados com Giemsa, os micro-
organismos são vistos como pequenos corpúsculos de inclusão 
arredondados ou ovalados, medindo 0,3 a 1µm, de cor vermelho 
escuro, parasitando marginalmente ou perifericamente as 
hemácias. Frequentemente há apenas um micro-organismo 
parasitando uma hemácia na margem exterior, porém não é 
constante. 
Anaplasma produz uma reação febril aguda acompanhada por 
grave anemia hemolítica que podem destruir 70% dos eritrócitos 
sanguíneos em uma semana após o período de incubação. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Espero que tenha ficado claro que mesmo a Rickettsiasendo 
considerada de forma morfológica como uma bactéria, ela é um 
parasita intracelular obrigatório, por isto permanece nas 
informações de parasitologia veterinária. 
Babesia, Erlichia e Anaplasma são parasitas de grande 
importância veterinária, pois são os maiores causadores de 
perda econômica em propriedades. Nos animais de estimação 
causam febre com possibilidade de óbito, por isto o 
conhecimento do aspecto do parasita e suas causas clinicas são 
fundamentais para que possamos impedir transmissões entre os 
animais e também para o ser humano. 
 
 
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PARASITOLOGIA 
HELMINTOS – FILO PLATYHELMITHIES 
O filo platyhelminthes contém duas classes de vermes achatados 
parasitas, conhecidos como TREMATODA E CESTODA OU 
CESTOIDEA. 
CLASSE TREMATODA 
CLASSE TREMATODA - divide-se em duas subclasses 
principais: 
a) Monogenea – ciclo evolutivo direto (parasitas externos de 
peixes). 
 
b) Digenea – requer um hospedeiro intermediário (encontrados 
exclusivamente em vertebrados) 
 
Dentro da classe Trematoda, vamos somente trabalhar com os 
parasitas da subclasse DIGENEA. 
Como estrutura geral da subclasse Digenea, o adulto possui duas 
ventosas para fixação. A ventosa oral na extremidade anterior 
circunda a boca, e a ventral fica na superfície. A parte corpórea é 
um tegumento absorvente e frequentemente coberto de 
espinhos (URQUHART et al., 1996). 
O sistema digestivo é simples, com abertura oral desembocando 
na faringe, no esôfago e num par de cecos intestinais ramificados, 
que terminam cegamente. O alimento, que normalmente é 
sangue ou fragmentos tissulares, é ingerido e levado aos cecos, 
onde é digerido e absorvido. O metabolismo é anaeróbico. O 
sistema excretor é constituído de uma grande quantidade de 
células ativas ciliadas, que impulsionam os produtos metabólicos 
inúteis ao longo de um sistema de túbulos que abre para o 
exterior. O sistema nervoso é simples. Os trematódeos 
digenéticos são hermafroditas, podendo ocorrer tanto fertilização 
cruzada como autofertilização. (URQUHART et al., 1996). 
ORDEM ECHINOSTOMATIFORMES 
FAMÍLIA FASCIOLIDAE 
Gênero Fasciola 
A espécie Fasciola hepática (figura abaixo) possui como 
hospedeiros definitivos os ovinos, bovinos, bubalinos, caprinos, 
suínos e outros animais, inclusive silvestres. Acidentalmente pode 
parasitar o homem. Possui como nome vulgar “Baratinha do 
fígado” e “saguaipé” (Monteiro, 2016; Fortes, 2004). 
 
Como hospedeiros intermediários tem os moluscos aquáticos 
– Lymnaea columela, L.cubensis e L.viatrix (figura abaixo). 
 
A espécie Fasciola hepática possui como características 
morfológicas o corpo sendo foliáceo, onde apresenta uma 
projeção cônica anterior ou cone cefálico. Tegumento coberto de 
espinhos e acetábulo próximo da ventosa oral. Ovos amarelados. 
Mede até 30 mm de comprimento (Monteiro, 2016). 
Sua localização é normalmente nos canais biliares quando adulto, 
nos vasos sanguíneos, pulmões, baço, tecido muscular dos 
hospedeiros definitivos de forma errática. Estádios larvais podem 
ser encontrados nos sacos pulmonares e hepatopâncreas dos 
hospedeiros intermediários (Fortes, 2004). 
Os animais se infectam após ingerirem pasto contaminado com 
metacercárias, fase após cercaria (ciclo de evolução do parasita na 
figura abaixo). O quadro clínico depende da fasciolose, sendo 
aguda ou crônica. Na fase mais comum de se observar é edema 
submandibular, também conhecido como “papeira” ou “papo”. O 
combate ao molusco é a melhor forma de se evitar 
contaminações. 
 
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ORDEM STRIGEIFORMES 
FAMÍLIA SCHISTOSOMATIDAEGÊNERO SCHISTOSOMA 
A espécie Schistosoma mansoni (figura abaixo) tem como 
hospedeiros definitivos, homens e bovinos, embora tenha sido 
encontrado em vários hospedeiros silvestres, principalmente 
roedores (Monteiro, 2016). 
 
Como hospedeiros intermediários, moluscos aquáticos dos 
gêneros Biomphalaria (figura abaixo) e eventualmente em 
espécies de Helisoma e Lymnaea (Monteiro, 2016). 
 
A espécie Schistosoma mansoni possui como características 
morfológicas: alongados e dioicos. Ventosas pouco desenvolvidas. 
Cecos intestinais reunidos posteriormente para formarem um 
tubo que se prolonga até a extremidade posterior. Cercárias do 
tipo furcocercária que não encistam e penetram ativamente pela 
pele do hospedeiro. Parasitos do sistema porta de mamíferos e 
aves (Monteiro, 2016). 
Os ovos de Schistosoma mansoni são facilmente identificáveis 
pela presença dupla e espículo posterolateral. Apresentam a 
região anterior mais fina e alongada, enquanto a região posterior 
é mais volumosa. O ovo, quando lançado pela fêmea, está na sua 
forma imatura, e após uma semana, desenvolve o miracídio. 
 
 
 
O miracídio é uma das formas evolutivas que apresenta vida livre. 
Possui formato oval, revestido por numerosos cílios e apresenta 
estruturas especializadas e responsáveis pelo processo de adesão 
e penetração no molusco. 
Assim que o miracídio penetra no molusco sofre modificações, 
como perda das estruturas de adesão e penetração, além da 
alteração do epitélio e perda de cílios para, posteriormente, dar 
origem a um “saco” de células germinativas, chamadas de 
esporocistos. 
 A cercaria é considerada uma das formas evolutivas de vida 
livre. Formada por corpo cercariano e cauda. Apresenta 
estruturas de adesão e penetração que facilitam o processo de 
infecção no hospedeiro definitivo. A causa é bifurcada e tem 
importante papel no processo de locomoção parasitária no 
ambiente externo (Rocha, 2013). 
 
Após a penetração da cercaria no hospedeiro definitivo, ela perde 
a cauda e sofre alterações morfológicas que permitem sua 
adaptação e sobrevivência ao novo meio (Rocha, 2013). 
O conhecimento da esquistossomose na medicina veterinária é 
devido algumas espécies servirem como hospedeiro e aumentar o 
nível de transmissão. O tratamento de fontes de água natural é 
importante, pois é um meio de infeção para homens e animais e 
para os moluscos (HI) (Monteiro, 2016). 
CLASSE CESTODA OU CE STOIDEA 
A classe Cestoda ou Cestoidea que também faz parte do filo 
platyhelminthes, difere da Trematoda pelo corpo achatado sem 
canal digestivo. O corpo é segmentado, sendo cada segmento 
contendo, às vezes, dois conjuntos de órgãos reprodutores 
masculinos e femininos. Compreende duas subclasses (Monteiro, 
2016; Urquhart, et al., 1996): 
a) Cestodaria: composta por helmintos parasitos de anelídeos e 
peixes primitivos, sem muita importância para a medicina 
veterinária. 
b) Eucestoda: são conhecidos genericamente como tênias ou 
cestódeos e se caracterizam por serem segmentados e achatados 
dorsoventralmente com poucas ou centenas de proglótides. 
Na medicina veterinária, a subclasse Eucestoda tem maior 
importância e as duas ordens mais estudadas são a Cyclophyllidea 
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e Pseudophyllidea. Como características gerais destas ordens, a 
forma adulta habita o intestino delgado de mamíferos e aves. A 
forma larval ou metacestódeo localiza-se em diversos tecidos, 
músculos lisos, estriados, tecido subcutâneo e órgãos como 
fígado, pulmão, baço e sistema nervoso de mamíferos, aves, 
peixes e na cavidade geral dos artrópodes (Monteiro, 2016). 
O cestoide adulto é constituído de cabeça ou escólex com órgão 
de fixação, pescoço curto não segmentado e uma cadeia de 
segmentos. A cadeia é conhecida como estróbilo e cada 
segmento com proglote (Urquhart, et al., 1996). 
 
Os órgãos de fixação são quatro ventosas nos lados do escólex e 
podem conter ganchos. O escólex em geral apresenta 
anteriormente um cone projetável móvel ou rostelo em algumas 
espécies. Os proglotes desenvolvem-se continuamente da região 
do colo e se tornam sexualmente maduros na porção final do 
estróbilo. Cada proglote é hermafrodita, com um ou dois 
conjuntos de órgãos reprodutores, também podem ocorrer 
autofertilização ou fertilização cruzada entre as proglotes. O 
proglote “grávido” está preenchido por ovos e este segmento 
saem intactos dos estróbilos e são eliminados com as fezes. Os 
ovos possuem uma camada espessa, escura, fácil de serem 
observadas (figura abaixo) (Urquhart, et al., 1996). 
 
Ovo de Tenia. 
FAMÍLIA TAENIIDAE 
As espécies que fazem parte deste gênero são: Taenia solium, 
Taenia saginata, Taenia hydatigena, Taenia pisiformis, Taenia 
ovis. Taeniidae com escólex geralmente armado, com estróbilo 
formado por numerosas proglótides (Monteiro, 2016; Fortes, 
2004). 
 Taenia solium: escólex globoso, estróbilo com 700 a 1000 
proglótides, papilas genitais visíveis e dispostas 
alternadamente nas proglótides. Mede de 2 a 8m de 
comprimento por 5 a 8mm de largura. 
 Taenia saginata: escolex cuboide, estróbilo cresce de 9 a 12 
proglótides diariamente com 1200 a 2000 proglótides que 
contém até 80000 ovos. Tem de 2 a 12m de comprimento por 
5 a 7mm de largura. 
 
Diferenças no escólex de tênias. 
A Taenia solium é conhecida como tênia do porco e Taenia 
saginata como tênia do boi. Local habitual de parasitismo é 
intestino delgado (na fase adulta), tecido subcutâneo, muscular, 
cardíaco, cerebral ou ocular (fase larval). Estas espécies são 
responsáveis pela teníase, caracterizada pelos vermes adultos no 
intestino delgado. O aparecimento da larva ou cisticerco 
da Taenia solium nos tecidos é conhecida como cisticercose, uma 
enfermidade somática (Rocha, 2013). 
O homem participa como hospedeiro definitivo quando apresenta 
o parasita adulto no intestino, porém água e alimentos podem ser 
contaminadas por ovos de T.solium e a ingestão delas leva a 
cisticercose. Hospedeiros intermediários são os suínos (T.solium) 
e bovinos (T.saginata). A transmissão ocorre por ingestão de 
carne crua ou malcozida destes animais infectados (Rocha, 2013). 
CLASSE CESTODA OU CESTOIDEA 
GÊNERO DIPYLIDIUM 
A espécie representativa deste gênero é a Dipylidium 
caninum,que ocorre principalmente pela ingestão acidental 
de Pulex irritans, Ctenocephalides canis, C. felis (pulgas) 
e Trichodectes canis (piolhos mastigadores) (Monteiro, 2016). 
A morfologia deste parasito, como observada na figura acima, é 
representada por um escólex de rostro protrátil armado de várias 
coroas de acúleos com aspecto de espinho de roseira. Há cerca de 
300 testículos em cada proglótide. As cápsulas ovígeras com até 
30 ovos embrionados. Proglótides “grávidas” em forma de 
semente de pepino ou grão de arroz. 
Os hospedeiros definitivos são cães e felinos e acidentalmente 
homens. A localização do parasita é com adultos no intestino 
delgado de carnívoros. Estádio larval (cisticercóides) na cavidade 
geral dos hospedeiros intermediários (pulgas e piolhos 
mastigadores) (Fortes, 2004; Urquhart, et al., 1996). 
De grande importância em medicina veterinária e saúde pública, 
pois acomete animais jovens e crianças, geralmente de forma 
assintomática. Podem ocorrer cólicas e diarreia. A melhor forma 
é de tratamento é a prevenção. Porque eliminar o verme adulto 
não termina com a transmissão. Eliminar os ectoparasitas deve 
fazer parte esquema de controle. 
Nosso grande foco nos helmintos é a prevenção e controle dos 
hospedeiros intermediários, que são os principais carreadores 
desta classe de parasitos. 
HELMINTOS - FILO NEMATELMINTOS 
Olá aluno (a)! Estamos finalizando a nossa disciplina de 
Parasitologia! Para isto é necessário que conheçamos a Classe 
Nematoda, pertencente ao filo Nemathlemintos, para que 
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possamos evitar possíveis doenças parasitárias nos animais! 
Preparados? Vamos lá!

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