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Co nh ec im en to s G er ai s d o M un ic íp io d e P et ró po lis -R J História. Formação Administrativa. Informações Socioeconômicas. . ............................................01 Turismo . .........................................................................................................................................24 Dados Estatísticos do Município. . .................................................................................................43 COMDEP-RJ Fundamental Incompleto Conhecimentos Gerais do Município de Petrópolis -RJ 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 1 História. Formação Administrativa. Informações Socioeconômicas 1822 INÍCIO COM A história da Petrópolis tem início em uma das viagens feitas por Dom Pedro I. No ano de 1822, duran- te uma travessia pelo tortuoso Caminho do Ouro, que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais, o impera- dor se hospedou na fazenda do Padre Correia. 1830 D. Pedro I comprou a Fazenda do Córrego Seco (Petrópolis) pela quantia de 20 contos de réis. 1843 Júlio Frederico Koeler idealiza o plano urbanístico de Petrópolis, extremamente moderno e com preo- cupações preservacionistas e ecológicas pouco comuns à época. 1853 Abertura da Cervejaria Bohemia, considerada a mais antiga fábrica de cerveja do Brasil. 1854 Inaugurada a primeira estrada de ferro do Brasil, em seu trecho inicial, ligando o Porto de Mauá a Fra- goso, no Rio de Janeiro, num trecho de 14,5 km, por iniciativa do Barão de Mauá 1857 Petrópolis é elevada à condição de cidade 1862 Lançada a pedra fundamental da Igreja Luterana. O mais antigo templo religioso da cidade. 1883 Inaugurada a primitiva Capela de Nossa Senhora do Rosário, construída em parte com doações cole- tadas por ex-escravos. 1884 Inaugurado o Palácio de Cristal 1889 Proclamação da República com o consequente banimento da família Imperial. 1903 Período Republicano: assinado, na cidade, o Tratado de Petrópolis, que incorporou o Acre ao Bra- sil. 1918 Santos Dumont constrói sua casa de veraneio em Petrópolis, “A Encantada”. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 2 1928 Foi construída a primeira rodovia asfaltada do país, que ligava o Rio a Petrópolis e que recebeu o nome de Washington Luiz, uma homenagem ao presidente que teve essa importante iniciativa para a vida da cidade. 1944 É inaugurado o Hotel Cassino Quitandinha, em Petrópolis (RJ), com um grande show para duas mil pessoas. No Brasil, era o tempo dos cassinos, dos shows e das vedetes. 1981 A APANDE se mobilizou e sensibilizou o presidente João Figueiredo, conseguindo que fosse assinado o Decreto 80, impedindo demolições e construções que descaracterizavam o Centro Histórico. E ele atribuiu à cidade o título de CIDADE IMPERIAL. História A Serra da Estrela, onde se encontra Petrópolis, era praticamente desconhecida pelos colonizadores portugueses nos primeiros 200 anos de colonização, salvo por alguma expedição exploratória para tomar posse de sesmarias. Isso, por causa do enorme paredão montanhoso de mais de 1000m de altura que tinha que ser vencido para se chegar até lá; e, também, pela presença dos bravios índios Coroados que habitavam serra acima. Ali não havia atividade econômica. Somente quando os bandeirantes paulistas descobriram ouro nas Minas Gerais é que foi aberto o Caminho Novo, em 1704, para facilitar a viagem até as vilas mineradoras. O caminho era “novo” porque havia um outro, o “velho”, desde meados dos anos 1600, muito longo e de difícil trânsito, aberto pelos próprios bandeirantes, constituído de trilhas e picadas até as minas de ouro. As primeiras sesmarias distribuídas no “sertão de serra acima do Inhomirim” pelo governo português datam de 1686 a algumas pessoas que, no momento, se destacavam na vida política e na segurança da Colônia. Mas devido à presença dos índios Coroados e das dificuldades de subir a serra, somente com o Caminho Novo e com a concessão de novas glebas a sesmeiros, a atividade econômica desenvolveu a região. Quando Petrópolis foi fundado 130 anos depois, já havia um grande número de fazendas e algu- ma atividade industrial entre a baia da Guanabara e Vila Rica, conforme descreve o Barão de Langsdorff no primeiro volume de seus diários. Assim, o trânsito pelo Caminho Novo era muito grande. A fundação da cidade de Petrópolis está intimamente ligada ao Imperador D. Pedro I e ao Pe. Cor- reia. Desde que o Imperador pernoitou na fazenda do padre, de passagem pelo Caminho do Ouro que o levaria às Minas Gerais, ficou encantado com a exuberância e amenidade do clima. Foi seu desejo então, adquirir a propriedade para seu uso e, em especial, para o tratamento de sua filha, Princesa Dona Paula Mariana de cinco anos, sempre muito doente e que se recuperou bem quando lá esteve. D Pedro adquiriu algumas propriedades na região com o intuito de construir um Palácio de Verão, po- rém, não conseguiu concretizar seu sonho, pois por questões políticas teve que abdicar do trono e retor- nar a Portugal. Com a abdicação e morte de seu pai em 1834, D. Pedro II herda essas terras, que passam por vários arrendamentos até que Paulo Barbosa da Silva, Mordomo da Casa Imperial, teve a iniciativa de retomar os planos de Pedro I, de construir um palácio de verão no alto da serra da Estrela. O Mordomo já tinha 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 3 mandado o engenheiro alemão Júlio Frederico Köeler construir a Estrada Normal da Serra da Estrela para tornar possível o acesso de carruagens à Fazenda do Córrego Seco, uma vez que o Caminho Novo era apenas para tropas de mulas. Paulo Barbosa e Köeler elaboraram um plano para fundar o que ele denominou “Povoação-Palácio de Petrópolis”, que compreendia a doação de terras da fazenda imperial a colonos livres, que iriam não só levantar a nova povoação, mas, também, seriam produtores agrícolas. Assim nasceu Petrópolis com a mentalidade de substituir o trabalho escravo pelo trabalho livre. (5, I, p. 13 e 14) No dia 16 de março de 1843, o Imperador, que estava com dezoito anos e recém-casado com Da. Te- resa Cristina assinou o Decreto Imperial nº 155 que arrendava as terras da fazenda do Córrego Seco ao Major Köeler para a fundação da “Povoação-Palácio de Petrópolis”, incluindo as seguintes exigências: 1- Projeto e construção do Palácio Imperial. 2- Urbanização de uma Vila Imperial com Quarteirões Imperiais. 3- Edificação de uma igreja em louvor a São Pedro de Alcântara. 4- Construção de um cemitério. 5- Cobrar foros imperiais dos colonos moradores. 6- Expulsar terceiros das terras ocupadas ilegalmente. Como todo povoado colonial, a cidade nasceu de um curato em 1845, subordinado a São José do Rio Preto e um ano depois, foi criada a Paróquia de São Pedro de Alcântara, vinculada à Vila da Estrela. Em 1857, onze anos após, foi elevado a município e cidade, sem passar pela condição de vila, o que era, na ocasião, inédito. Na primeira metade dos anos de 1800 começam a chegar os imigrantes alemães à Petrópolis que dei- xaram a Alemanha em busca de uma vida melhor na América. Depois destes, imigrantes de outras nacio- nalidades foram chegando e se instalaram na cidade executando diversas atividades econômicas. Formação Administrativa Freguesia criada com a denominação de São Pedro de Alcântara de Petrópolis, por força da Lei Pro- vincial n.° 397, de 20-05-1846 e também por Decretos Estaduais n.ºs 1 de 08-05-1892 e 1-A de 03-06- 1892. Elevado a categoria de vila com a denominação de Petrópolis, pela Lei Provincial nº 961, de 29-09- 1857, desmembrado de Niterói. Constituído de 5 distritos: Petrópolis, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e São José do Rio Preto. Instalado em 17-06-1859. Elevado à condição de cidade com a denominação de Petrópolis, pela Lei n.° 961, de 29-09-1857. Pelos Decretos Estaduais n.ºs 1, de 08-05-1892 e 1-A, de 03-06-1892, são criados os distritos de Cas- catinha Itaipava, Pedro do Rio e São José do Rio Preto,finais de semana e feriados, bem como monitoramento e comparativos mensais e anuais, além do envio aos meios de hospedagem, de informações sobre o desempenho mensal da taxa média por região; Levantamento mensal, em feriados e eventos do calendário da quantidade dos atendimentos do Dis- que Turismo e análise das informações solicitadas, bem como monitoramento e comparativos mensais e anuais; Levantamento mensal, em feriados e eventos do calendário da quantidade dos atendimentos dos Cen- tros de Informação Turística – Cits de Petrópolis e procedência dos visitantes nacionais e internacionais, bem como monitoramento e comparativos mensais e anuais; Levantamento e monitoramento da quantidade dos meios de hospedagem no município e sua capaci- dade (UHs e leitos), bem como monitoramento e comparativos anuais; Implementação e Gestão do Sistema de Gerenciamento da Taxa Média de Ocupação Hoteleira, num trabalho em parceria do Conselho Municipal de Turismo – COMTUR, Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Desenvolvimento, Petrópolis Convention & Visitors Bureau – PC&VB, Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares – SindPetrópolis e Asso- ciação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH (Região Serrana - Petrópolis) – Em implantação. O Turismo A Mata Atlântica encontra-se localizada sobre uma imensa cadeia montanhosa litorânea que corre ao longo do Oceano Atlântico, desde o Rio Grande do Sul até o Nordeste brasileiro. O município de Petrópo- lis está contido neste bioma, conhecido como Floresta Atlântica ou Mata Atlântica, na região da Serra do Mar. As árvores do andar superior alcançam, segundo as condições locais, entre 20m e 30m, com emer- gentes que podem atingir 40m. O gigante da floresta é o jequitibá rosa, que atinge 40m e pode ter até 5m de diâmetro. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 26 A Mata Atlântica encontra-se, infelizmente, em processo de extinção. Isto ocorre desde a chegada dos portugueses ao Brasil (1500), quando se iniciou a extração do pau-brasil, importante árvore da Mata Atlântica. Atualmente, a especulação imobiliária, o corte ilegal de árvores e a poluição ambiental são os principais fatores responsáveis pela extinção desta mata. As principais características da Mata Atlântica são: - presença de árvores de médio e grande porte formando uma floresta fechada e densa; - rica biodi- versidade, com presença de diversas espécies animais e vegetais; - árvores de grande porte que formam um microclima na mata, gerando sombra e umidade. - fauna rica, com presença de diversas espécies de mamíferos, anfíbios, aves, insetos, peixes e rép- teis. Levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que Petrópolis não registrou desmatamento na Mata Atlântica no período de 2012 a 2013. O município conta com uma área de 79.580 hectares, sendo 25.175 de vegetação natural. O estudo só identifica como desmatamento áreas acima de 3 hectares. Entre as cidades do Rio de Janeiro que mais desmataram, o levantamento aponta São Fidélis (4ha), Itaguaí (4ha) e Paraty (3ha). Cidades vizinhas a Petrópolis, como Areal, São José do Vale do Rio Preto, Três Rios e Paraíba do Sul também não registra- ram desmatamentos, segundo o Atlas dos municípios. O Palácio de Cristal Estrutura em aço, ferro, metal nobre precursor do moderno aço, foi transportado peça por peça da França para o Rio de Janeiro, o Museu Casa de Santos Dumont, a Avenida Koeler, ladeada por belos casarões, por onde se pode transitar de vitórias e onde se localiza o Palácio Rio Negro a Catedral São Pedro de Alcântara, construída em estilo neo‐ gótico, que abriga um dos maiores órgãos da América Latina e os mausoléus com os restos mortais do imperador Pedro II e D. Teresa Cristina, da Princesa Isabel, do Conde D’Eu, além das tumbas do príncipe Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança e sua esposa D. Elisabeth. PLANEJAMENTO Petrópolis é um notável exemplo dos esforços de imigração europeia para o Brasil no Segundo Reina- do. Concebida pelo major Júlio Frederico Koeler, é tida como a segunda cidade projetada do Brasil (de- pois de Recife, projetada na época dos holandeses), composta de um núcleo urbano - a cidade (hoje o Centro), onde se concentravam o palácio imperial, prédios públicos, comércio e serviços. O Centro seria rodeado por “quarteirões imperiais”, que receberiam famílias de agricultores, principalmente alemãs, que hoje compõem bairros do primeiro distrito. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 27 Outros estrangeiros, como açorianos e, posteriormente, italianos, viriam somar-se ao contingente de imigrantes, sobretudo para trabalhar nas indústrias de tecidos e comércio. O pitoresco do projeto de Koeler foi o fato de batizar os quarteirões com nomes de cidades e acidentes geográficos das regiões (Rheinland-Westphalen) de onde vinham os colonos alemães: Kastelaum (Castelânea), Mosel (Mosela), Bingen, Nassau, Ingelheim, Woerstadt, Darmstadt e Rheinland (Renânia). As terras foram arrendadas para Koeler e, através dele, aos imigrantes, resultando em um sistema de foro e laudêmio (enfiteuse) pago a alguns dos descendentes de Dom Pedro II até hoje. ARQUITETURA A cidade possui um conjunto arquitetônico sem igual, do qual o símbolo mais conhecido é o Palácio Imperial, hoje Museu Imperial. O palácio é a principal construção do chamado “centro histórico”, onde se destaca a Avenida Koeler, ladeada por casarões e palacetes do século XIX. A via é perpendicular à fachada da Catedral de São Pedro de Alcântara e, no outro sentido, à Praça Ruy Barbosa e à fachada da Universidade Católica - constituindo-se, assim, em um dos mais belos cenários da cidade. No chamado “centro histórico”, encontram-se, também, construções curiosas como a “Encantada” (casa de verão de Santos Dumont); o Palácio de Cristal; o Palácio Amarelo (Câmara de Vereadores); o Palácio Rio Negro, fronteiriço à sede da prefeitura (palácio Sergio Fadel) e construções curiosas, como o “castelinho” do autodenominado “Duque de Belfort”, na esquina da Koeler com a Praça Ruy Barbosa; ou ainda a antiga casa da família Rocha Miranda, na Avenida Ipiranga - mesmo endereço de outra residên- cia da mesma família, em estilo sessentista. Linhas modernas também estão presentes na casa de Lúcio Costa, no bairro de Samambaia. EVENTOS HISTÓRICOS Petrópolis foi palco de acontecimentos e episódios diversos da história do Brasil, como: - A inauguração da primeira rodovia pavimentada do Brasil, a União e Indústria (1861), ligando a cida- de a Juiz de Fora; - A primeira sessão de cinema (1897), com a exibição, através de “cinematógrapho”, dos primeiros filmes dos irmãos Lumière; - A assinatura do tratado que incorporou o Acre ao Brasil (1903); - A morte de Ruy Barbosa (1923); - O suicídio do escritor austríaco Stefan Zweig (1942). - Conferência Interamericana de 1946. Nas dependências do Palácio Quitandinha, ocorreu a assina- tura da declaração de guerra dos países americanos ao Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial. Rea- lizou-se também, em 1957, a 16ª Conferência Mundial de Bandeirantes, que contou com representantes de 23 países associados à World Association of Girl Guides and Girl Scouts. O Palácio Quitandinha ainda é conhecido como o maior e mais legítimo palácio do Brasil e, ao lado do Colón, no Uruguai, como o maior da América Latina. DISTRITOS A divisão territorial do Município de Petrópolis está regulamentada pela Lei estadual n.º 1255, de 15 de dezembro de 1987, onde consta a sua última alteração espacial, ficando decretado a sua divisão em cinco distritos são eles: Petrópolis, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e Posse. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 28 Primeiro distrito - PETRÓPOLIS No primeiro distrito concentra-se a maior parte da população da cidade e também a maior parte do comércio e indústrias. Sua divisão de bairrosé bem densa, pois grande parte deles se localiza no primei- ro distrito, inclusive o centro da cidade, onde encontramos a prefeitura, os edifícios principais, prédios antigos, comerciais e residenciais, grandes colégios, lindas avenidas e principalmente os museus. Segundo distrito – CASCATINHA Cascatinha era um vilarejo que surgiu às margens do Caminho Novo, estrada que ligava o Rio de Ja- neiro a Minas Gerais. Seu centro era a antiga fazenda Itamarati, que existia desde o início do século 18. Acredita-se tenha sido fundada nos anos de 1700.Quando o Imperador do Brasil - Dom Pedro II fundou a cidade de Petrópolis, o vilarejo de Cascatinha já existia. Seu nome é dado devido a uma cascata que há no local. Ali havia a COMPANHIA PETROPOLITANA, uma fábrica italiana que atraiu várias famílias para esse local, e que foi instituída por um decreto imperial em 17 de setembro de 1873, pelo Imperador. Segundo registros de 1906, a fábrica abrigava cerca de 1100 operários, todos moradores do vilarejo, com uma vida independente. Terceiro distrito – ITAIPAVA Itaipava é um dos mais procurados lugares da Serra do Rio de Janeiro. Famosa por seus shoppings, pousadas, hotéis, comércios, e por seu clima muito agradável, Itaipava é um lugar muito procurado não só pelos fluminenses, mas pelas pessoas do Brasil inteiro, desde cidadãos comuns até celebridades, que caracterizam o local como “lugar de estrelas”, seja de televisão, seja de música. Muita gente pensa que Itaipava é uma cidade por causa de seu desenvolvimento comercial e do movimento diário de pes- soas, mas Itaipava é apenas um dos vários distritos da Cidade de Petrópolis. Itaipava concentra várias indústrias em um condomínio industrial, hotéis e pousadas de muito luxo, e é claro, o Horto Municipal de Petrópolis, famoso pela diversidade de produtos caseiros. Além disso, estão em Itaipava o Parque Muni- cipal de Petrópolis, conhecido nacionalmente por suas Exposições Agropecuárias, que chegaram a mais de 27 edições, e também pelo Castelo do Barão de Itaipava, uma linda construção às margens da Estra- da União Indústria e da Br-040. É claro que não nos podemos esquecer da Feirinha de Itaipava, uma feirinha de malhas famosíssima, localizada na BR040. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 29 Quarto distrito - PEDRO DO RIO Pedro do Rio é um dos maiores distritos de Petrópolis. Pedro do Rio tem economia baseada na Agro- pecuária. Grande parte da economia vem da Cervejaria Petrópolis, que está entre as três maiores do país. Quinto distrito – POSSE Localizada a 46km do centro da cidade, a Posse é um distrito que tem muitas atrações, entre elas o Circuito Eco-Rural Caminhos do Brejal, um bairro com muitas variedades de atrações turísticas. A Posse é um distrito que possui 63km² de área e uma população de 10.000Hab, com uma densidade demográfi- ca de 158Hab/km². Os bens arquitetônicos OS PRÉDIOS ESCOLARES A maior universidade da cidade é a Universidade Católica de Petrópolis (UCP), que atualmente ofe- rece 28 cursos de graduação, além de cursos pós-graduação, mestrado e doutorado. Na cidade, ainda existem duas universidades públicas, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universi- dade Federal Fluminense (UFF), que oferecem respectivamente os cursos de Arquitetura e Engenharia de Produção. Há também na cidade uma unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), com os cursos de Licenciatura em Física, Bacharelado em Turismo e Engenharia da Computação. Além destas, a cidade conta com a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), a Faculdade Arthur Sá Earp Neto (UNIFASE), a Universidade Estácio de Sá, a Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), a Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faculdade Estadual do Rio de Janei- ro), que oferece os cursos de Tecnologia da Informação e Comunicação, entre outros. O município também possui um dos polos de ensino do Centro de Ensino à Distância do Estado do Rio de Janeiro, um consórcio formado pelas instituições públicas de ensino superior do estado do Rio de Janeiro. Este consórcio disponibiliza cursos de graduação gratuitos em Pedagogia, Matemática, Biologia e Segurança Pública. O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) oferece cursos de mes- trado e doutorado, gratuitos, nas áreas de Computação, Matemática, Biologia, Física e Engenharia. Segundo o IBGE, 96,7% da população de Petrópolis é alfabetizada, índice próximo à taxa de países como Austrália, Coreia do Sul e Israel. A média nacional é de 91,3%. No campo da educação básica, a rede municipal de ensino atingiu a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica para 2011 e teve sua nota acima das médias do estado e do país. Com a valorização do ecoturismo, Petrópolis oferece uma série de trilhas, em meio à mata atlântica; oportunidades de montanhismo; banhos de cachoeira; oferta de cavalgadas, rapel e outros esportes radicais, nos espaços do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Pedra do Açu, Cachoeira Véu da Noiva, Cachoeira Véu das Andorinhas, Pedra Maria Comprida, Gruta do Presidente e outras localidades. Anualmente, uma programação de eventos mensais atrai turistas do Rio de Janeiro, outros estados e do exterior: • Abril: Petrópolis Rural ‐ atividades agropecuárias, exposições, integração de produtores, leilões; • Maio: Semana Nacional dos Museus ‐ comemoração do Dia Internacional de Museus; 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 30 • Junho/Julho: Bauernfest (Festa do Colono Alemão) ‐ o segundo maior evento de sua categoria no Brasil; gastronomia típica, apresentações música e dança, desfiles. • Julho: Festivais de Inverno da Dellarte e do SESC ‐ festivais culturais com música, teatro, cinema, artes plásticas, literatura e gastronomia. • Agosto: Bunkasai Festival Japonês ‐ Serra Noivas – apresentações de profissionais de festas • Setembro: Serra Serata ‐ Festa Italiana com gastronomia típica e apresentações e Serra Wine Week – gastronomia • Outubro: Petrópolis Jazz & Blues Festival – festival musical • Novembro: Petrópolis Gourmet – gastronomia, oficinas, cursos, etc. e Festival de Cinema – exibições de filmes (foco em obras cinematográficas brasileiras) em diversos locais da cidade, oficinas, pales- tras. • Dezembro: Natal de Luz – corais, teatro, cinema, música e exposições em diversos pontos da cida- de, iluminação natalina nas principais ruas “O Plano Diretor de Turismo de Petrópolis, denominado Petró- polis Imperial 2010 – 2019, instituído pela LEI Nº 6771 de 20 de julho de 2010, é elaborado pela Funda- ção de Cultura e Turismo de Petrópolis, subsidiada pelo COMTUR –Conselho Municipal de Turismo. Além do turismo, a economia de Petrópolis também é baseada no setor de serviços, sobretudo nas áreas, têxtil, de vestuário e moveleira. É considerado o maior e mais tradicional polo de moda fluminen- se, com destaque para as 900 lojas da Rua Teresa, que atraem compradores (atacadistas e varejistas) de todo o país. O segmento têxtil representa 14% do PIB do município, e é composto hoje por 800 indús- trias formais que, juntas, produzem 100 milhões de peças por ano. O setor moveleiro conta com cerca de 200 empresas, oferecendo 1.100 empregos diretos. No que se refere à produção agrícola, a prioridade é a agricultura orgânica (cultivada sem agrotóxicos). Gastronomia Petrópolis e gastronomia combinam, e não é de hoje. Antes mesmo da fundação da cidade, a tradi- ção já se anunciava, pelas mãos laboriosas de nosso primeiro grande empreendedor: o Padre Corrêa. Em sua fazenda, localizada no atual distrito de Corrêas, o Padre criou um pomar com grande produção de frutos típicos de clima temperado, como cravos, figos, jabuticabas, uvas, pêssegos, maçãs e mar- melos. Também plantava café e milho. Muitas das mudas e sementes utilizadas vinham da Europa e se adaptaram bem ao nosso clima serrano. A produção da fazenda dos Corrêa era disputada na Corte: algo que surpreendia,naqueles primeiros anos do séc. XIX nos quais as distâncias eram multiplicadas pelas dificuldades de transporte e pela ausência das modernas tecnologias de conservação. Com a formação do perfil aristocrático da cidade, os nobres trouxeram consigo os hábitos da boa mesa: e do requinte ao receber. Petrópolis, com sua tranquilidade própria, convidava a chamar os ami- gos, à noite, para jantares animados e reconfortantes rodadas de café colonial e vinho, no inverno - ou para agradáveis recepções nos jardins e varandas, nas tardes claras de verão. Em todas estas oca- siões, a qualidade do serviço era enriquecida pelo apuro no preparo e pelos alimentos frescos, variados e de boa qualidade produzidos aqui mesmo, na região. Para tornar este caldo ainda mais enriquecido, a cidade logo se tornaria herdeira dos aromas e sabores de algumas das mais apreciadas culinárias inter- nacionais. À origem portuguesa e africana, customizada com nossos produtos regionais, somaram-se os acentos germânicos, cujos pioneiros trouxeram consigo a tradição dos embutidos e alimentos defu- mados, tortas, pães, geleias e outras conservas; e do preparo especial de peixes de água fria, como as 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 31 trutas, dentre outras iguarias. Como a região da Germânia de onde vieram nossos imigrantes veio a com- por, mais tarde, não apenas a atual Alemanha, mas também boa parte da França, também colocamos em nossa cozinha os queijos, temperos finos, a manteiga e o creme de leite, em suas variadas tentações. Da Itália, ganhamos a substanciosa nota das massas, carnes e molhos enriquecidos. E, logo depois, vieram os sabores exóticos da Arábia e da Ásia. Com tudo isso, acostumamo-nos a agregar ao nosso cotidiano muito do requinte delicado de cozinhas regionais e nacionais que, hoje, são indiscutivelmente considera- das as matrizes da alta gastronomia mundial. Os anos passaram; a vocação se instalou: e virou um gran- de negócio e um dos nossos principais atrativos. Diversidade, qualidade e um time de Chefs renomados fazem de Petrópolis o 5ª melhor pólo gastronômico do país. O clima privilegiado e o cultivo de produtos de primeira linha - hortaliças especiais, ervas finas, trutas, escargots, cogumelos, massas artesanais, doces, entre outros – acabaram por atrair profissionais que instalaram seus bistrôs e restaurantes na cidade. Logo, as regiões de Itaipava, Corrêas, Nogueira, Vale Florido, Araras e Vale das Videiras formaram o renomado “Vale dos Gourmets”: um lugar onde comer bem, num ambiente aconchegante e acompanhado de um excelente vinho também é, acima de tudo, um excelente programa turístico. A gastronomia também contribuiu para fazer, de Petrópolis, um dos 65 Municípios Indutores do Tu- rismo Regional, e para fazer com que o Ministério do Turismo escolhesse o município para ser um dos quatro do país a lançar o Programa “Caminhos do Sabor”. Por tudo isso, Petrópolis consta em dois dos mais importantes guias do setor: o internacional Michelin e o nacional Quatro Rodas. Nosso polo gastro- nômico está ganhando proporções tão significativas que a Associação Brasileira de Bares e Restauran- tes, a Abrasel, presente em 27 estados do país, instalou sua nova sede em Petrópolis. A motivação foi a oportunidade criada com o programa “Caminhos do Sabor”, do Ministério do Turismo, o que fez com que a Abrasel-Petrópolis já nasça com a missão de atuar em ações pró-turismo e gastronomia do Brasil, com um foco especial em nosso potencial. E não é para menos, se pensarmos que se trata de um setor que representa, atualmente 2,4% do PIB brasileiro. Além disso, como o hábito de alimentação fora de casa é crescente e corresponde a 26% dos gastos dos brasileiros com alimentos, a Abrasel-Petrópolis já envolveu, em abril de 2009, 14 restaurantes da região no IV Festival Brasil Sabor: dentre eles, o Solar Fazenda do Cedro, a Pousada Paraíso Açu, Don Bistrô, Tai Tai Restaurante, Tambo los Incas e o Oliveiras da Serra. Turismo nas antigas fazendas da região A Fazenda das Videiras, hoje transformada em pousada, mostra-nos a transição do século XVIII para o século XIX e, mais propriamente, testemunha a tentativa de transformar o Vale das Videiras em uma região produtora de uvas. No Brasil Colônia, e depois no Império, as terras do “Vale das Videiras” perten- ciam a Vassouras, hoje município limítrofe. Sem nenhuma importância econômica para aquela comarca, pois impróprias para a cultura intensiva de café, essa região tinha uma importância meramente geográ- fica, pois era uma das rotas à disposição dos viajantes que vinham ou iam para as fazendas e áreas urbanas de Vassouras, Paraíba do Sul, Três Rios, Juiz de Fora e, dali, para seguir para pontos mais distantes, como São João Del Rei, Ouro Preto e Diamantina. Já nos últimos anos do Império, houve uma tentativa mal sucedida de transformar a região em viníco- la, surgindo daí o nome “Vale das Videiras”. A iniciativa coube às famílias Imbeloni e Rispoli, imigrantes vindos do sul da Itália. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 32 Mesmo nos dias atuais, em pleno século XXI, os limites político-geográficos do Vale das Videiras continuam sem exata definição. O município de Petrópolis avançou em terras que o registro de imóveis aponta como pertencendo a Vassouras e que hoje seriam de Miguel Pereira e de Paty do Alferes. De qualquer forma, foi Petrópolis quem assumiu a iniciativa de levar asfalto até o centro do Vale das Videi- ras, bem como atender a região com coleta de lixo e transporte público. Atualmente a Fazenda Samambaia é a sede do Instituto Samambaia de Ciência Ambiental – ISCA e conta com algumas atividades como o Restaurante Taverna do Cônego, o Borboletário Cores da Samam- baia, exibição de animais e uma linda horta orgânica. A Capela dedicada a Santo Antônio possui altar em estilo barroco e fica na varanda da sede, totalmen- te preservada. Foi a primeira capela oficial da Cidade Imperial, tendo sido reconhecida pelo Vaticano, onde está catalogada. ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL A Área de Proteção Ambiental (APA) de Petrópolis, a primeira do país e a única localizada numa área urbana, possui 589,6 km2 de área, inclui do primeiro ao terceiro distritos do município de Petrópolis, além de parte dos municípios de Duque de Caxias, Magé e Guapimirim. Pelas suas características, a APA Petrópolis apresenta problemas e soluções únicos e que servem de modelo para outras unidades de conservação. Seu principal objetivo é a Preservação dos remanescentes de Mata Atlântica existentes na região. As terras de Petrópolis compõem a maior parte da APA Petrópolis e pertencem ao 1º Distrito em sua porção centro-sul e estão hoje urbanizadas e integrando os bairros Rocio, Duarte da Silveira, Mosela e Araras, limitando-se e integrando-se com a Rebio do Tinguá (Ibama) e a Reserva Biológica de Araras (IEF/RJ). Além desse distrito, a APA engloba também os distritos de Cascatinha (2º Distrito), Itaipava (3º Distrito) e Pedro do Rio (4º Distrito). Criada em 1982, a APA-Petrópolis abrange parte dos municípios de Petrópolis, Magé, Duque de Caxias e Guapimirim, num total de 59.049 hectares. Na prática, funciona como um tampão que impede a degradação dos recursos naturais, uma vez que 50% de sua área está coberta por Mata Atlântica. Além disso, é pioneira na gestão participativa. Seu Conselho Gestor, criado em 1997, é hoje formado por 78 entidades civis, cujos representantes se reúnem para planejar ações de educação e de recuperação am- biental, desenvolvimento sustentável e preservação do patrimônio. Para auxiliar esse trabalho, o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) trouxe para a APA-Petrópolis a mais alta tecnologia de gestão ambiental. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 33 O bairro do Cascatinha é o mais populoso de Petrópolis. A região guarda a Reserva Biológica da Al- cobaça, onde está o manancial de água que abastecea comunidade. Há mais de 20 anos os moradores fazem aceiro ao redor da reserva para protegê-las das queimadas, uma ameaça às espécies, principal- mente nesta época do ano. UM PROJETO URBANÍSTICO PREOCUPADO COM O MEIO AMBIENTE O plano urbanístico de Koeler apresentava claras indicações de zoneamento, hierarquização do sis- tema viário, normas de parcelamento da terra, de ocupação e construção, sistemas de abastecimento d’água e esgotamento sanitário. Pela primeira vez no Brasil, os rios correm na frente e não nos fundos das residências, como era usual no padrão colonial português. Koeler rejeitava, assim, o antigo concei- to de que os cursos d’água seriam naturais coletores de dejetos. Os rios passam a ser vistos como um complemento de arquitetura urbana, a exemplo do que se fazia na Europa. Pela escritura de arrendamento de 26 de julho de 1843, obrigava-se Koeler “a levantar a planta da futura Petrópolis e do palácio e suas dependências gratuitamente”. Nas palavras de Alcindo Sodré, “Pe- trópolis nasceu com a construção do Palácio Imperial”. De fato, foi em torno do palácio que a povoação começou a delinear-se. Em suas vizinhanças, ficavam as residências nobres, os edifícios públicos, os edifícios comerciais, a igreja matriz. TIPOS DE TURISMO Vamos conhecer alguns tipos de turismos praticados principalmente no Brasil. Nosso país tem muito a oferecer, sendo necessário o investimento em infraestrutura e marketing para que ele se desenvolva em toda sua enorme potencialidade na atividade turística. Turismo de sol e praia: caracteriza-se pelas atividades turísticas relacionadas à recreação, entreteni- mento ou descanso em praias por causa da presença de água, sol e calor. Turismo náutico: caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas como meio ou como finali- dade da movimentação turística, e pode ser classificado em turismo fluvial, turismo em represa, turismo lacustre e turismo marítimo. Turismo cultural: como fenômeno social, produto da experiência humana, cuja prática aproxima e fortalece as relações sociais e o processo de interação entre indivíduos e seus grupos sociais, ou de culturas diferentes. Está relacionado “à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura”. Turismo de estudos e intercâmbios: constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivência para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de de- senvolvimento pessoal e profissional. Turismo cívico: caracterizado por deslocamentos motivados pelo conhecimento de monumentos, fatos, observação e participação em eventos cívicos, que representem a situação presente ou a memória políti- ca e histórica de determinado local. Turismo de negócios e eventos: compreende as atividades turísticas decorrentes das relações de interesses profissionais, associativos, institucionais de caráter comercial, técnico-científico, promocional e social. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 34 Turismo de esportes: a definição adotada pelo Ministério do Turismo estabelece que esse tipo de turis- mo compreende as atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento ou observação de alguma modalidade esportiva. Turismo de aventura: compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo. É importante destacar que se consideram atividades de aventura aquelas cujo prêmio é a superação de seus limites pessoais, caracterizadas como atividades de recreação e não de competição. Este tipo de turismo, quando organizado ou intermediado por prestado- res de serviços e operadores de agências de turismo, está submetido a normas e regulamentos de segu- rança, elaborados pelo Ministério do Turismo, que orientam o processo de certificação dos serviços. Turismo de saúde: É aquele praticado por pessoas que se deslocam em busca de climas ou estações de tratamento onde possam recuperar a saúde física e/ou mental (EMBRATUR, 1992). Também pode ser chamado de turismo de tratamento ou terápico, destacando-se para esse fim o termalismo, em razão da valorização dos agentes naturais de cura (EMBRATUR, sem data). Turismo religioso: caracteriza-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prá- tica religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas. Essa atividade turísti- ca está relacionada às religiões institucionalizadas, tais como as afro-brasileiras, espíritas, católicas e protestantes, compostas de dogmas, hierarquias, estruturas, templos, rituais e sacerdócio. Podem ser citados, como exemplos dessas atividades, as peregrinações e romarias, retiros espirituais, visitação a espaços e edificações religiosas, dentre outras. Turismo rural: é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade. Turismo místico e esotérico: são atividades turísticas relacionadas às práticas, crenças e rituais alter- nativos, que ocorrem em função da busca da espiritualidade. Caminhadas de cunho espiritual e místico, práticas esotéricas, técnicas de meditação e de energização, dentre outras, são exemplos deste tipo de atividade turística. Ecoturismo: a definição deste tipo turismo vigora desde 1994, quando a EMBRATUR e o Ministério do Meio Ambiente assim estabeleceram na publicação Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo: “(...) segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpre- tação do ambiente, promovendo o bem-estar da população”. A mesma definição é, ainda hoje, adotada pelo Ministério do Turismo. Turismo de pesca: compreende as atividades turísticas decorrentes da pesca amadora, entendida como atividade de pesca praticada por brasileiros ou estrangeiros com finalidade de lazer, turismo ou desporto, sem finalidade comercial. Turismo social: caracteriza-se pela forma de conduzir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade de oportunidade, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 35 UM PROJETO URBANISTICO PREOCUPADO COM O MEIO AMBIENTE Koeler era bastante preocupado com o meio ambiente, o que fica patenteado no art. 6º das Instruções para execução do Decreto Imperial nº 155, estabelecendo a reserva, no alto das montanhas e colinas, das matas necessárias à conservação das águas. Pretendia, assim, evitar não só o esgotamento dos recursos hídricos, como o deslizamento das encostas, visto que a tênue capa arborizada de muitos ter- renos íngremes e rochosos os tornava predispostos à erosão quando submetidos às chuvas torrenciais de verão. O §3º do art. 15 obriga os foreiros “a velar pela conservação das árvores destinadas ao assom- bramento das estradas, ruas, caminhos e praças e das matas reservadas para construção sitas em sua frente ou fundos.” O desmatamento aliado à impermeabilização do solo consequente dos loteamentos indiscriminados – muitos deles clandestinos – tem sido a causa determinante do transbordamento dos cursos d’água por ocasião das chuvas torrenciais. Koeler não se opunha ao crescimento vertical moderado, desde que limitada a altura das construções em função da largura dos logradouros. Essa norma, então, foi totalmente “atropelada”. O zoneamento concebido por Koeler foi o primeiro, no Brasil, determinado a prior”, em harmonia com o conjunto do pla- no. O que nos impressiona é a sua visão extraordinária ao estabelecer normas de indiscutível validade ainda nos dias de hoje. CACHOEIRAS, POÇOS E TRILHAS TRILHA DO MEU CASTELO (CASTELINHO)Localização: Morin. No cume, temos uma bela paisagem de toda a Baía de Guanabara e Baixada Fluminense. TRILHA DO CORTIÇO Localização: São Sebastião. Linda vista da Serra Velha de Petrópolis, Morro do Meu Castelo, Morro dos Vândalos, Cobiçado, Tape- ra, vista parcial da Baía de Guanabara e Rio de Janeiro. TRILHA DO COBIÇADO Localização: São Sebastião. Vista da cidade de Petrópolis, cadeia de montanhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos – Par- naso, parcial do Rio de Janeiro, Rebio Tinguá e Apa Araras. TRILHA DO BONNET Localização: Itaipava. Belíssima vista da Rebio Tinguá, Serra de Petrópolis, vista parcial da cidade, vista do Parque Nacional da Serra dos Órgãos – Parnaso sede Petrópolis e Caminho do Imperador. TRILHA DA PEDRA DE ITAIPAVA Localização: Itaipava. Visão total de Itaipava, parte do Vale do Paraíba, em dias de amplitude de visão, conseguimos avistar a cadeia de montanhas da Serra da Mantiqueira. TRILHA DO MORRO DA VENTANIA Localização: Caxambú. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 36 Vista do Parque Nacional da Serra dos Órgãos – Parnaso, Santo Aleixo (Magé) e parcial de Petrópo- lis. TRILHA DA PEDRA DO ALCOBAÇA Localização: Corrêas/Bonfim. Cume relativamente pequeno, mas com uma visão belíssima da cadeia de montanhas da Rebio Tin- guá, bairros altos da cidade de Petrópolis, Cindacta, Parque Nacional da Serra dos Órgãos – Parnaso, bairros de Cascatinha e Samambaia. CACHOEIRA DO VÉU DA NOIVA Localização: Parque Nacional da Serra dos Órgãos – Parnaso – Corrêas/Bonfim. Possui trechos íngremes, é possível praticar o rapel, pois são 32 metros de altura de queda d’água e tem um visual imperdível. Para acessar, é necessário adquirir o ingresso na bilheteria do parque. CIRCUITO DAS BROMÉLIAS Localização: Parque Nacional da Serra dos Órgãos – Parnaso – Corrêas/Bonfim. São várias quedas d’água nesse circuito que engloba o Poço do Paraíso, o Poço das Bromélias e o Poço da Ducha, perfeito para registros fotográficos incríveis e banhos refrescantes em águas cristali- nas. CACHOEIRA DO JACÓ (CACHOEIRA DA MACUMBA OU CACHOEIRA DOS TREZE) Localização: BR 495 – Estrada Petrópolis Teresópolis. Belíssima cachoeira com vários poços e duas grandes quedas d’água, uma delas, com aproximada- mente 25 metros de altura e uma piscina de água cristalina. Fácil acesso e trilha curta de menos de 15 minutos até a grande queda. POÇO NEGRO Localização: Rócio. Grande poço de água límpida e refrescante. Uma pequena queda d’água ao fundo. Acesso muito fácil e uma descida de menos de 10 minutos. CACHOEIRA DA ROCINHA Localização: Secretário. Possui duas quedas d’água e vários poços, além de praias de rios, que dão conforto aos visitantes. Acesso fácil com trilha em descida de 5 minutos da rua. CACHOEIRA DA REPRESA Localização: Caxambú (Santa Isabel). Fica no final da rua que dá acesso ao reservatório da Águas do Imperador, após as plantações de hor- taliças e flores, queda d’água em declive suave e grande poço para banho em águas límpidas. POÇO DO PINHEIRAL (POÇO DO TCHÊ) Localização: Pinheiral (Bonfim). Caminho que leva ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos – Parnaso, fica um pouco antes da entra- da principal do parque, acesso fácil. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 37 CACHOEIRA DA PONTE FUNDA Localização: Vale das Videiras. Fica a apenas 3 minutos da beira da estrada principal, acesso fácil e tranquilo. Possui queda d’água de 20 metros de altura. POÇO SÃO PEDRO Localização: Vale das Videiras. Águas límpidas e geladas, mas possui um visual incrível. O acesso é por uma propriedade particular na beira da estrada principal e por conta disso, cobram um valor para ajudar na conservação do local. PARQUES E PIQUENIQUES PARQUE NATURAL MUNICIPAL PADRE QUINHA O Parque Natural Municipal Padre Quinha é um espaço de lazer e contemplação da natureza em ple- no Centro Histórico. Conta com área de 16,7 hectares com estágio avançado de Mata Atlântica. O local disponibiliza duas trilhas para caminhada de dificuldades baixa e moderada, com extensões de 800m e 830m, respectivamente, no trajeto de ida e volta. Além disso, oferece um amplo espaço de ar puro, tran- quilidade, com mesas e bancos disponíveis para refeições e outras atividades. PARQUE CRÉMERIE Antiga Crémerie Buisson, fábrica de queijos de Jules Buisson, fundada em 1845, cujos produtos eram conhecidos em todo Brasil graças à sua excelente qualidade. Mais tarde, a Crémerie foi adquirida pela família Sixel, transformada em hotel e posteriormente em área pública municipal, com área acima de 40 mil metros quadrados. Local de lazer desde os verões da sociedade da belle époque até os dias atuais. Possui quadras de esportes, piscina, lago com pedalinhos, área verde e espaços para piquenique. PARQUE MUNICIPAL PREFEITO PAULO RATTES O parque possui ampla área de lazer ao ar livre, que agrada a todas as idades. Possui quadras de esporte, ciclovia, aluguel de bicicletas, pista para caminhada, área para piquenique, lanchonete, pica- deiro de areia, local para shows e festas populares. Dentro do parque ainda pode-se encontrar o Horto Municipal Chico Mendes e a Capela São Cristovão, assim como uma sala de exposições, sala de leitura e Centro de Informação Turística. PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ÓRGÃOS O Parque Nacional da Serra dos Órgãos está situado no Vale do Bonfim, em Corrêas. Possui uma ex- tensa área de 20 mil hectares que abrange os municípios de Petrópolis, Magé, Teresópolis e Guapimirim. A maior área do parque localiza-se em Petrópolis. Além da paisagem deslumbrante, o ParNaSO possui diversas opções de lazer. Os banhos de cachoeira e as caminhadas para apreciar a exuberante vegeta- ção e a fauna da Mata Atlântica são imperdíveis. Outra opção é a Travessia Petrópolis-Teresópolis, feita em dois ou três dias, percorrendo 42km de trilhas. Para sua segurança, contrate o serviço de guia espe- cializado em ecoturismo. Acesso por Corrêas. É permitida a entrada com alimentos, porém não há local para piquenique. Acesso com garrafas de vidro e bebidas alcoólicas não é permitido. A SEDE PETRÓPOLIS, após autorização da Prefeitura Municipal, abre seus atrativos da PARTE BAIXA. A partir do dia 22/02 o bate e volta no Açu com entrada das 6h às 10h e saída até as 15:30 está liberado. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 38 EMBAIXADORES DO PARNASO Para divulgar o parque aos moradores e turistas, um grupo de empresários de Petrópolis e Teresópolis – os Embaixadores do Parnaso – oferece opções de hospedagem e entretenimento no entorno do par- que. São pousadas, hotel fazenda, albergues, campo de aventura e guias que oferecem diversas opções de lazer, tais como caminhadas, trilhas ecológicas, esportes radicais, atividades pedagógicas e muitas outras atrações para toda a família. PROBLEMAS AMBIENTAIS E A OCUPAÇÃO DESORDENADA A difícil ocupação racional do solo, devido à sua topografia totalmente irregular, característica das regiões de serras e maciços rochosos foi agravada pelo intenso fluxo migratório das últimas décadas. Em virtude desse crescimento demográfico e, fundamentalmente, pela falta, ao longo dos anos, de um planejamento urbano que permitisse o acesso à moradia para todas as camadas econômicas existentes, iniciou-se um processo de ocupação desordenada do solo. Tal processo desencadeou profunda degradação ambiental, que resultou em um relevante aumento de erosões de encostas, com significativa descaracterização da mata e grande perda de volume d’água potável pelo ressecamento ou contaminação dos mananciais e nascentes d’água. Estima-se que o município de Petrópolis possui, hoje, pelo menos, 150 (cento e cinquenta) aglomera- dos residenciais urbanos com populações de baixa renda, sendo que a quase totalidade destas comuni- dades encontrasse estabelecida em áreas de encostas ou beira de rios, com ocupações desordenadas, que descaracterizaram radicalmente o ambiente natural. Tal fato, aliado ao precário sistemaurbanístico existente nestes locais, acelera o processo erosivo do solo, resultando em centenas de pontos com risco de escorregamento de terra e/ou desprendimento de rochas. Os deslizamentos de encostas são fenômenos naturais, que podem ocorrer em qualquer área de alta declividade por ocasião de chuvas intensas e prolongadas. No entanto, a remoção da vegetação original e a ocupação urbana tendem a tornar mais frágil o equilíbrio naturalmente precário Poluição do Rio Piabanha em Petrópolis O rio de Petrópolis está cada vez mais poluído. A necessidade de atenção e cuidado com o meio ambiente é cada vez maior. A região de Petrópolis, assim como ocorre com a maioria das cidades brasi- leiras, sofre com as consequências da poluição hídrica. Avalia-se que boa parte da população da cidade não tenha água encanada ou mesmo sistema de coleta de esgoto. O rio mais famoso de Petrópolis tem seu nome em homenagem a uma espécie de peixe que já não sobrevive mais em suas águas. No passa- do, quando o Piabanha não sofria com a poluição, o peixe era facilmente encontrado. O rio apresenta um elevado índice de poluição. Esgotos, rejeitos químicos de indústrias instaladas em suas margens, sem falar nos rios Palatino e Quitandinha, extremamente poluídos, que desembocam no Piabanha, acabam facilitando o aumento de contaminação. Dentre os problemas ambientais que afetam a qualidade das águas da região, destacam-se, predomi- nantemente, a poluição industrial e o esgotamento sanitário das residências. Meio Ambiente – Parque Fluvial O Parque Fluvial representará uma área protegida, pois pretende, por meio de ações de recuperação da integridade ecológica das margens e do canal do rio, criar oportunidades para recreação e aprendi- zado da população local e dos visitantes, assegurando o uso público adequado e a valorização do rio e das bacias hidrográficas como patrimônio ambiental a ser preservado. O projeto faz parte do conjunto de 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 39 ações da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) para recuperação dos principais cursos de água do Estado do Rio de Janeiro, dentre os quais se inscreve, além do Piabanha e Santo Antônio, os rios Guan- du, Macacu e Guapiaçu, Caceribu, Macaé, São João, Dois Rios, Macabu e Estrela, dentre outros.Com a implantação do parque, das ações de reflorestamento ribeirinho e das intervenções complementares será possível a recuperação das margens e dos canais do Rio Piabanha (26 km) e Santo Antônio (6 km). Águas Subterrâneas em Petrópolis O aquífero principal da região ocupa o conjunto de solos arenosos e rochas fraturadas e se encon- tra localizado no vale do rio Piabanha, aparecendo sob a forma de nascentes (olhos d’água). As fontes de água mineral exploradas na região são de excelente paladar, leves, cristalinas e radioativas. Apesar disso, o município vem, de maneira significativa, perdendo o seu grande patrimônio aqüífero, seja pelo ressecamento ocasionado pelo avanço indiscriminado da descaracterização natural através de desmata- mentos, seja pela sua contaminação, pela deposição de esgoto sanitário ou ainda pelo chorume resultan- te da dissolução de despejos sólidos e líquidos. PRINCIPAIS ATRATIVOS TURÍSTICOS Museu Imperial O Museu mais visitado do Brasil foi eleito, em 2007, uma das sete maravilhas do Rio de Janeiro. Lo- calizado no antigo Palácio Imperial, a residência de verão de D. Pedro II teve sua construção iniciada em 1845 e dado por concluída em 1864. Museu Casa Santos Dumont O pequeno chalé em estilo alpino que se destaca na Rua do Encanto, Centro Histórico de Petrópolis, é o segundo museu mais visitado da cidade: mensalmente, cerca de nove mil pessoas vêm conhecer um pouco mais sobre o modo de vida e a personalidade do inventor que passou à História como o Pai da Aviação. O Chalé todo planejado para atender às necessidades de Santos Dumont possui espaços pequenos multiuso e escadas íngremes, essenciais para que os turistas passem pelos três andares da residência, como a principal, onde a pessoa é obrigada a subir com o pé direito – um traço marcante da personalida- de supersticiosa do inventor. Para dar acessibilidade aos portadores de deficiência, está em andamento a construção do Centro Cultural 14 Bis. Assim que as obras forem finalizadas, o local começará a ser preparado para receber maquete tátil interna e externa, DVD em libras, catálogo em braile, réplicas de dependências do museu como o banheiro de Santos Dumont, rampa e plataforma eletrônica enclausurada para que pessoas com algum tipo de deficiência seja ela física, visual ou auditiva possam conhecer a história do Pai da Avia- ção. O espaço vai contar também com oficinas pedagógicas, café temático, salas multimídia e de expo- sições, além de sala de convivência, e ainda será realizada capacitação de pessoal. Para não haver quebra do testemunho histórico, alguns pontos, como o passadiço para o banheiro, não serão e nem poderão ser alterados, respeitando as limitações do ponto turístico. O acesso ao laboratório fotográfico, onde funciona a bilheteria, não será possível porque a realização de obras nessa parte da casa desca- racterizaria a arquitetura. A fachada também não será modificada. Será criado um elevador de acesso ao Centro Cultural, seguindo sempre a lei de acessibilidade. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 40 Palácio de Cristal Londres, 1879. Em visita ao pavilhão onde se realizara a Exposição Industrial de 1851, o Conde D`Eu, marido da Princesa Isabel, se encanta com a pureza das linhas do prédio construído em aço e ferro pudlado, metal então nobre e precursor do moderno aço. “Parente próximo” de outra construção que também se transformaria em um ícone - a Torre Eiffel – o Crystal Palace londrino era um símbolo da nas- cente Revolução Industrial, que então flertava com os prédios pré-fabricados, sonhando aproveitar a luz solar para iluminar, naturalmente, os ambientes de trabalho. Foi a partir daí que surgiu a ideia de construir uma réplica em Petrópolis, em menor escala, para outra função: ao olhar do homem cuja mulher amava botânica, dentro daquela privilegiada estrutura não de- veriam existir máquinas pesadas. Mas, sim, um permanente jardim. Encomendando à S. A. Saint-Sau- ver-Les-Arras, o Palácio de Cristal foi transportado em navio, peça por peça, da França ao Rio de Janei- ro. Depois da cuidadosa viagem até Petrópolis, operários da cidade ajudaram o engenheiro Bonjean a remontar o delicado “quebra-cabeças”. Primeira construção préfabricada do país, o palácio foi destinado a ser a sede da Associação Agrícola e Hortícola de Petrópolis. E foi palco de inúmeras exposições de plantas e de eventos musicais, além de sediar uma prévia da Lei Áurea: foi ali que, em 1o abril de 1888, a própria Princesa Isabel conferiu Títulos de Alforria aos 103 últimos escravos de Petrópolis. Catedral São Pedro de Alcântara Em estilo neogótico francês, o simples ato de entrar na Catedral São Pedro de Alcântara já é, por si, uma experiência de contato com uma obra monumental que consumiu a dedicação de gerações de artífi- ces, engenheiros e artesãos. A porta de entrada, metalizada, foi executada pela escola de Aprendizes de São Paulo segundo desenho de Glash Veiga: cada folha pesa nada menos que 2.400 kg. Chegar à torre, porém, é uma vivência inesquecível. Na balaustrada, que abriga o coro, somos recebidos pelo órgão, atualmente em restauração: um dos maiores da América Latina, com 2.227 tubos, 33 registros e três teclados manuais. Chegando à torre, com o Centro Histórico aos nossos pés, é possível apreciar os cinco sinos de bron- ze, fundidos em Passau, na Alemanha, que pesam, em conjunto, nove toneladas. O maior deles, o “S. Pedro de Alcântara”, pesa quatro toneladas e tem uma vibração particularmente preciosa, que alcança 200 segundos. E isso não é tudo. Escadas abaixo, a nave de mais de 70m de extensão, com quase 20m de altura na abóbada central, também estárepleta de obras de arte dignas de cuidadosa apreciação. O corpo original da construção foi todo executado em pedra aparelhada, com cantaria em granito. A cruz central, de gra- nito negro, coroa o altar em bronze patinado, ônix e mármore Chiampo Pérola. É ali que estão guardadas as relíquias de três Santos Mártires – Santa Tecla, São Magno e Santa Aurélia – trazidas de Roma pelo Cardeal D. Sebastião Leme. O Cristo e os dois anjos que o ladeiam são de bronze, assim como as armas do Império do Brasil, que estão no paleoto. Sobre o altar, a inscrição “Et In Terra Pax”. O batistério preserva a memória da primeira igreja da povoação, através da pia batismal transferida para o novo endereço, antes da demolição. Um capítulo a parte são os vitrais, executados por Champ- neulle (Paris, de 1928 a 1932) e por S. Sargenicht, de São Paulo. São eles que inspiram, com seus re- cortes de luz e cor, aqueles que caminham pela nave em forma de ogiva e sustentada por colunas, entre as quais estão dispostas as “Estações da Via Sacra” assinadas por G. Berner e que vieram de Paris, em 1928. Muitas esculturas em mármore de Carrara estão prontas para fascinar o visitante, com destaque 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 41 para a de 2,80m de altura que representa o padroeiro. Obra do escultor francês Jean Magrou, também são de sua autoria as imagens da Sagrada Família e de Cristo, dos altares laterais, e o conjunto de qua- se três toneladas com as imagens jacentes do Imperador Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina. O mausoléu foi inaugurado por Getúlio Vargas em 1939, após o traslado dos restos mortais dos im- peradores que estavam, desde 1921, na Catedral Metropolitana, no Rio de Janeiro. Lateralmente e ao fundo, no mesmo local, estão as imagens jacentes da Princesa Isabel e do Conde D´Eu, guardando o local onde a Família Imperial do Brasil encontrou seu descanso definitivo. Palácio Rio Negro 1913 Os salões estão arrumados com requinte: afinal, é ali que acontecerá o casamento do Presidente da República, Mal. Hermes da Fonseca, com a polêmica Nair de Tefé. Anos mais tarde, Getúlio Vargas se hospedaria em seus aposentos em todos os verões de seu longuíssimo governo: mandou até construir, no subsolo, uma enorme banheira, no mais puro estilo romano. JK, por sua vez, aceitou a sugestão da esposa, Sara, de modernizar parte da decoração. Estamos falando do Palácio Rio Negro, residência de verão de nada menos que 13 presidentes, que conta uma história que muita gente desconhece: a da Petrópolis Republicana. De fato, a cidade não perdeu o status de preferida dos poderosos depois da Proclamação de República. Na época, o temor do estigma era grande: dos 49 anos do Segundo Reinado, D. Pedro II passou pelo menos 40 temporadas na cidade, algumas, de cinco meses. Toda a Corte era “transportada”, serra acima. Assim, depois de 1889, a campanha para mostrar a adesão ao novo estado republicano foi tão intensa que até mesmo leis foram aprovadas, às pressas, para que os “compromete- dores” nomes das ruas que faziam alusão à nobreza fossem mudados. Mas a providência era desneces- sária: os mandatários da República, em última análise, também estavam acostumados a ter, na cidade, uma referência de conforto, arte, cultura e glamour. Tanto foi assim, que ela continuou a ser a residência de grande parte dos diplomatas enviados ao Brasil até a transferência da capital federal para Brasília. E, de 1894 a 1903, tornou-se até mesmo capital do estado do Rio, em função dos tumultos decorrentes da Revolta da Armada que tornaram o Rio de Janeiro e Niterói, subitamente, inseguros. Em 2006, porém, a administração do prédio retornou ao Governo Federal, depois de 11 anos de utili- zação pela Prefeitura. Atualmente, o Palácio está sendo submetido a obras de recuperação promovidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Palácio Amarelo Quem observa a Praça Visconde de Mauá, defronte ao Museu Imperial, não pode deixar de notar a im- ponente construção que abriga a Câmara dos Vereadores. Conhecido como Palácio Amarelo, o prédio foi construído entre 1894 e 1897, no prazo de terra que pertencera ao Barão de Guaraciaba e que era consi- derado uma das áreas mais nobres da povoação. A ideia inicial, de aproveitar e ampliar a bela residência existente no local foi descartada pelo arquiteto Harald Bodtker, porque o madeiramento e os barrotes do antigo prédio não teriam condições de suportar a nova estrutura: sendo assim, um novo projeto foi con- cebido, com a configuração atual. Casa da Ipiranga Construída em 1884 pelo financista José Tavares Guerra, a Casa da Ipiranga sempre despertou curio- sidade entre os turistas e moradores de Petrópolis. Com 125 anos, a propriedade continua praticamen- te intacta – está entre as quatro casas privadas em estado original do século XIX no Brasil, segundo o Ministério da Cultura - guardando entre suas paredes uma bela história de amor. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 42 Theatro D. Pedro Com a antiga grafia que preservava o “h” após o T inicial – abriu suas portas às 15h30m de 02 de janeiro de 1933. Desde a primeira matinê, já se caracterizava como exemplo de uma tendência que marcou época: a entrada, nas tradicionais salas de espetáculo, das telas do cinematógrafo, a mais nova febre do mundo do entretenimento. No entanto, foi concebido para ser, desde sempre, um teatro, pelo desejo expresso de seu idealizador, Giovanni D´Ângelo. O conjunto pertencia à Empresa D`Ângelo e Cia., que lançou conjuntamente um luxuoso prédio de apartamentos: o Edifício D´Ângelo. Os jornais da época destacam a festa de inauguração, acontecimento marcante em uma Petrópolis que, em plena República Velha, ainda mantinha o status de polo cultural, herdado do Período Imperial. Trono de Fátima Idealizado pelo Frei João José – mentor do movimento Mariano em Petrópolis – o Trono de Fátima foi inaugurado em 1947 e está entre os mais bonitos atrativos turísticos da cidade. Localizado no ponto mais alto do bairro Valparaíso, oferece ao visitante uma visão panorâmica única da Cidade Imperial. O projeto arquitetônico é de Heitor da Silva Costa, que tem como sua obra mais famosa o Cristo Redentor. Igreja do Sagrado Coração de Jesus Inaugurada em 1874, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus nasceu da vontade dos colonos alemães católicos de possuir um templo próprio. A construção só foi possível com a chegada do padre Teodoro Esch que fundou, na época, uma escola para filhos de alemães católicos e uma sociedade de canto para adultos, a Lierdetafel. Foi ele o responsável por angariar fundos para a construção e por conseguir a autorização do uso do terreno localizado na rua Montecaseros, que pertencia à Câmara Municipal. A ini- ciativa do padre foi totalmente apoiada não só pelos alemães, mas também por portugueses, entre outros imigrantes, tendo recebido, inclusive, doações da Família Imperial. Sesc Quitandinha Construído em 1944 por Joaquim Rolla, para ser o maior cassino hotel da América do Sul, é em estilo normando, apresentando em seu interior o estilo “Hollywoodiano”. O estilo normando é característico dos cassinos europeus que faziam sucesso na Normandia, antes da Segunda Guerra Mundial, e o interior lembra cenários de filmes americanos, daí o estilo no Brasil. Os ambientes foram decorados por Doroth Draper, cenógrafa dos filmes famosos de Hollywood. Casa do Colono É uma casa simples, de pau-apique, teto de zinco e segura com ripas de coqueiro verde. Mas guarda entre suas paredes a história do imigrante alemão em Petrópolis. Localizada no Quarteirão Castelânea - cujo nome faz referência à cidade de Kastellaum na região germânica de Hunsruck, onde se originaram várias famílias que imigraram para Petrópolis - a Casa do Colono guarda, em seu acervo, utensílios do- mésticos, fotografias e objetos pessoais usados pelos pioneiros que construíram a cidade. Os cômodos que chamam mais atenção são a oficinae a cozinha com seu fogão a lenha, o batedor de manteiga, as fôrmas para a feitura do famoso pão alemão, a máquina manual para fazer chucrute, entre outras precio- sidades. A construção data de 1847 e foi erigida no então Caminho Colonial (atual Rua Cristóvão Colom- bo), por Johan Gottlieb Kaiser. Transformada em Museu em 1976, a Casa do Colono nos remete à adaptação vivida pelo imigrante para viver em terras brasileiras. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 43 Avenida Koeler Num dos endereços mais charmosos de Petrópolis, estão presentes alguns belos e importantes ca- sarões do século XIX, da Cidade Imperial. Tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico, a Avenida Koeler é passagem obrigatória para os turistas. Lá estão o Palácio Rio Negro; o suntuoso Hotel Solar do Império, antigo Solar D. Afonso; o Palácio Sérgio Fadel, sede da Prefeitura; a Casa da Princesa Isabel, entre outras preciosidades, que fazem da avenida uma verdadeira joia arquitetônica por possuir, em sua extensão, todos os estilos da época. Situada entre dois pontos turísticos importantes - a Praça da Liberdade e a Catedral São Pedro de Alcântara - a avenida margeia o Rio Quitandinha que torna o local uma das mais belas vistas urbano-pai- sagísticas de Petrópolis. Dados Estatísticos do Município DADOS IBGE POPULAÇÃO População estimada [2021] 307.144 pessoas População no último censo [2010] 295.917 pessoas Densidade demográfica [2010] 371,85 hab/km² TRABALHO E RENDIMENTO Em 2020, o salário médio mensal era de 2.2 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 25.9%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 24 de 92 e 19 de 92, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 1177 de 5570 e 782 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 30.6% da população nessas condições, o que o colocava na posição 89 de 92 dentre as cidades do estado e na posição 4562 de 5570 dentre as cidades do Brasil. Salário médio mensal dos trabalhadores formais [2020] 2,2 salários mínimos Pessoal ocupado [2020] 79.461 pessoas População ocupada [2020] 25,9 % Percentual da população com rendimento nomi- nal mensal per capita de até 1/2 salário mínimo [2010] 30,6 % 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 44 EDUCAÇÃO Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade [2010] 97,4 % IDEB – Anos iniciais do ensino fundamental (Rede pública) [2021] 5,2 IDEB – Anos finais do ensino fundamental (Rede pública) [2021] 4,6 Matrículas no ensino fundamental [2021] 36.414 matrículas Matrículas no ensino médio [2021] 8.701 matrículas Docentes no ensino fundamental [2021] 1.640 docentes Docentes no ensino médio [2021] 800 docentes Número de estabelecimentos de ensino funda- mental [2021] 159 escolas Número de estabelecimentos de ensino médio [2021] 41 escolas ECONOMIA PIB per capita [2019] 44.559,04 R$ Percentual das receitas oriundas de fontes ex- ternas [2015] 62,3 % Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) [2010] 0,745 Total de receitas realizadas [2017] 997.314,72 R$ (×1000) Total de despesas empenhadas [2017] 972.655,14 R$ (×1000) SAÚDE A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 13.59 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 0 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 31 de 92 e 82 de 92, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 1968 de 5570 e 5076 de 5570, respectivamente. Mortalidade Infantil [2020] 13,59 óbitos por mil nascidos vivos Internações por diarreia [2016] 0 internações por mil habitantes Estabelecimentos de Saúde SUS [2009] 79 estabelecimentos TERRITÓRIO E AMBIENTE Área da unidade territorial [2021] 791,144 km² Área urbanizada [2019] 81,78 km² Esgotamento sanitário adequado [2010] 82,1 % Arborização de vias públicas [2010] 38 % Urbanização de vias públicas [2010] 44,3 % População exposta ao risco [2010] 72.070 pessoas 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 45 Bioma [2019] Mata Atlântica Sistema Costeiro-Marinho [2019] Não pertence Hierarquia urbana [2018] Capital Regional C (2C) - Município integrante do Arranjo Populacional de Petrópolis/RJ Região de Influência [2018] Arranjo Populacional do Rio de Janeiro/RJ - Me- trópole Nacional (1B) Região intermediária [2021] Petrópolis Região imediata [2021] Petrópolis Mesorregião [2021] Metropolitana do Rio de Janeiro Microrregião [2021] Serrana Fontes: www.petrópolis.rj.gov.br www.cidades.ibge.gov.br 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDAe anexados ao município de Petrópolis. Pela Lei Estadual n.° 50, de 30-01-1894, a capital do estado foi transladada para Petrópolis, verifican- do-se a instalação em 20-02-1894. A Lei Estadual n.° 89 de 01-10-1894, declarou Petrópolis capital do estado do Rio de Janeiro. Pela Lei Estadual n.° 542, de 4-08-1902, perdeu a condição de capital do estado. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 4 Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 5 distritos: Petrópo- lis, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e São José do Rio Preto. Assim permencendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo Decreto-lei Estadual nº 392-A, de 31-03-1938, o distrito de São José do Rio Preto passou a deno- minar-se São José. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído é constituído de 5 distritos: Petrópolis, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e São José (ex-São José do Rio Preto). Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.056, de 31-12-1943, o distrito de São José passou a denominar-se Paranaúna. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 5 distritos: Petró- polis, Cascatinha, Itaipava, Paranaúma (ex-São José) e Pedro do Rio. Por Ato das Disposições Constitucionais Transitórias promulgado em 20-06-1947, o distrito de Para- naúna voltou a denominar-se São José do Rio Preto. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 5 distritos: Petrópolis, Cascati- nha, Itaipava, Pedro do Rio e São José do Rio Preto (ex-Paranaúma). Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela Lei Estadual n.º 5.388, de 23-09-1964, é criado o distrito de Posse, com partes do distrito de Pe- dro do Rio e São José do Rio Preto e anexado ao município de Petrópolis. Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 6 distritos: Petrópolis, Casca- tinha, Itaipava, Pedro do Rio, Posse, São José do Rio Preto. Pela Lei Estadual n.º 1.255, de 15-12-1987, desmembra do município de Petrópolis o distrito de São José do Vale do Rio Preto. Elevado à categoria de município. Em Síntese de 31-XII-1994, o município é constituído de 5 distritos: Petrópolis, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e Posse. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. Antecedentes históricos A fundação da cidade de Petrópolis está intimamente ligada ao Imperador D. Pedro I e ao Pe. Correia. Desde que o Imperador pernoitou na fazenda do padre, de passagem pelo Caminho do Ouro que o le- varia às Minas Gerais, ficou encantado com a exuberância e amenidade do clima. Foi seu desejo, então, adquirir a propriedade para seu uso e, em especial, para o tratamento de sua filha, Princesa Dona Paula Mariana, de cinco anos, sempre muito doente e que se recuperou bem quando lá esteve. Dom Pedro I sentia a necessidade de construir um palácio fora do Rio de Janeiro, pois recebia muitas visitas da Europa não habituadas ao calor tropical. Construir um palácio na fazenda do Padre Correia se- ria muito oportuno pelo excelente clima da região, que agradaria aos visitantes estrangeiros. Incomodava também ao Imperador a existência de residências muito mais luxuosas que os seus palácios, todos eles muito simples. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 5 Um palácio de verão serra acima poderia ser mais qualificado para a sua condição imperial. Além disso, sua filha, a princesinha Da. Paula, que tinha sérios problemas de saúde, vindo a falecer prematu- ramente aos dez anos, passou um verão na Fazenda do Padre Correia e se sentiu muito bem, repetindo a estadia muitas vezes. Em 1828, D. Pedro I, agora com sua segunda esposa, D. Amélia, continuava a frequentar a fazenda com Da Paula. A comitiva imperial nunca tinha menos de cinquenta pessoas e Da. Amélia sentiu que visitas tão avantajadas estavam trazendo muitos problemas para Da. Arcângela, irmã e herdeira do padre. Pediu então a Dom Pedro que comprasse a Fazenda. O Imperador se entusiasmou com a ideia, mas Da. Arcângela, alegando questões familiares de herança, não concordou com a venda. Ela mesma, talvez querendo se ver livre das incômodas e frequentes visitas reais, indicou a Dom Pedro I uma fazenda vizinha que estava à venda, a do Córrego Seco, pertencente ao Sargento-Mór José Vieira Afonso. Assim D. Pedro comprou o Córrego Seco por vinte contos de réis, preço considerado muito alto para o valor real da fazenda. A escritura de compra foi assinada em 1830. D. Pedro I ainda adquiriu outras propriedades no entorno, no Alto da Serra, em Quitandinha e no Retiro, ampliando a área de sua fazenda. Ele poderia afinal realizar seu sonho de 1822, construindo um Palácio de Verão. Como enfrentava dificuldades políticas na capital, desejando que reinasse paz entre a Nação e o Trono, passou a chamar o seu Córrego Seco de Fazenda da Concórdia, onde pretendia cons- truir um palácio. Encarregou o arquiteto real Pedro José Pezerat e o engenheiro francês Pierre Taulois de um projeto que denominou Palácio da Concórdia, simbolizando a harmonia que tanto desejava entre a Nação e o ramo brasileiro da Casa dos Bragança. Mas a obra não foi realizada, pois no dia 07 de abril de 1831, o Imperador foi obrigado a abdicar para retornar a Portugal. AS SESMARIAS E ANTIGAS FAZENDAS DA REGIÃO As primeiras sesmarias distribuídas no “sertão de serra acima do Inhomirim” pelo governo português datam de 1686 a algumas pessoas que, no momento, se destacavam na vida política e na segurança da Colônia. Mas devido à presença dos índios Coroados e das dificuldades de subir a serra, somente com o Caminho Novo e com a concessão de novas glebas a sesmeiros, a atividade econômica desenvolveu a região. Quando Petrópolis foi fundado 130 anos depois, já havia um grande número de fazendas e algu- ma atividade industrial entre a baia da Guanabara e Vila Rica, conforme descreve o Barão de Langsdorff no primeiro volume de seus diários. Assim, o trânsito pelo Caminho Novo era muito grande. Na região onde seria fundado Petrópolis, as fazendas mais importantes eram: · Fazenda do Rio da Cidade, na Estrada do Contorno. · Fazenda do Pe. Correia, em Corrêas. · Fazenda do Córrego Seco, cuja sede era onde hoje está o Ed. Pio XII (Rua Marechal Deodoro, no Centro Histórico). · Fazendas Quitandinha, Samambaia, Retiro de São Tomás e São Luiz, Itamaraty, Secretário, que de- pois deram seus nomes aos bairros da cidade e dos distritos. · Fazenda da Engenhoca, onde hoje está a Estação de Transbordo de Corrêas. · Fazenda Mangalarga e Fazenda das Arcas, em Itaipava. · Fazenda Sumidouro, em Pedro do Rio. · Fazenda Santo Antônio, na estrada Philúvio Cerqueira (Petrópolis – Teresópolis). · Fazenda das Pedras, na Serra das Araras. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 6 A FAZENDA DO Pe. CORREIA e D. PEDRO I Antônio Tomás de Aquino Correia, filho de Manuel Correia da Silva, nasceu no Rio da Cidade em 1759, estudou na Universidade de Coimbra e foi ordenado em 1783, passando a ser conhecido como o Padre Correia. Transformou sua propriedade na mais progressiva fazenda da Variante do Caminho Novo, citada por todos os viajantes estrangeiros que por ali passaram quando o Brasil abriu seus portos ao comércio internacional. Em 1829, o viajante inglês Robert Walsh cita em seus diários que lá tomou um excelente suco de pêssego. Refere-se também a plantações de café, mostrando dessa forma a importân- cia da fazenda. A casa grande da fazenda era enorme, com varanda na frente e muito bonita. Havia uma capela consagrada a Nossa Senhora do Amor Divino, cuja imagem está atualmente na igreja de Corrêas. Esse conjunto arquitetônico está preservado até hoje como um dos mais antigos e valiosos monumentos coloniais petropolitanos. O Padre Correia criava gado mais para corte do que para o aproveitamento de leite. Como o clima era propício havia o cultivo de cravos, figos, jabuticabas, uvas,pêssegos, marmelos, milho e maçãs e outras frutas de origem europeia. Mas a principal atividade do Padre Correia era cultivo de milho e a fabricação de ferraduras para atender à enorme demanda exigida pelas dezenas de tropas diárias que pernoitavam na Fazenda. Lá também, existiam muitos escravos. O Padre Correia foi um dos grandes senhores de terra da região petropolitana. D. Pedro I esteve na fazenda em março de 1822 e retornou várias vezes passando a ter grande admiração por aquele local. O Padre Correia faleceu em 1824, com 65 anos, de morte repentina, provavelmente problemas cardíacos, tendo Da. Arcângela Joaquina da Silva, sua irmã, herdado a fazenda. A fundação de Petrópolis Com a abdicação e morte de seu pai em 1834, D. Pedro II herda essas terras, que passam por vários arrendamentos, até que Paulo Barbosa da Silva, Mordomo da Casa Imperial, teve a iniciativa de reto- mar os planos de Pedro I, de construir um palácio de verão no alto da serra da Estrela. Era uma vultosa empreitada que iria consumir consideráveis investimentos públicos e privados nos anos seguintes, mas o Império, na década 1840-50, estava em boa condição financeira, com o afastamento dos ingleses da nossa economia, com a proibição do tráfego negreiro, que liberava capitais para investir e, principal- mente, com o “boom” do café. O Mordomo já tinha mandado o engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler construir a Estrada Normal da Serra da Estrela para tornar possível o acesso de carruagens à Fazenda do Córrego Seco, uma vez que o Caminho Novo era apenas para tropas de mulas. Paulo Barbosa e Koeler elaboraram um plano para fundar o que ele denominou “Povoação-Palácio de Petrópolis”, que compreendia a doação de terras da fazenda imperial a colonos livres, que iriam não só levantar a nova povoação, mas, também, seriam produtores agrícolas. Assim nasceu Petrópolis, com a mentalidade de substituir o trabalho escravo pelo trabalho livre. No dia 16 de março de 1843, o Imperador, que estava com dezoito anos e recém-casado com Da. Te- resa Cristina, assinou o Decreto Imperial nº 155, que arrendava as terras da fazenda do Córrego Seco ao Major Koeler para a fundação da “Povoação-Palácio de Petrópolis”, incluindo as seguintes exigências: 1- Projeto e construção do Palácio Imperial. 2- Urbanização de uma Vila Imperial com Quarteirões Imperiais. 3- Edificação de uma igreja em louvor a São Pedro de Alcântara. 4- Construção de um cemitério. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 7 5- Cobrar foros imperiais dos colonos moradores. 6- Expulsar terceiros das terras ocupadas ilegalmente. O Major Koeler fez a planta geral da povoação-palácio, o projeto do Palácio Imperial e, em janeiro de 1845, colocou na Bolsa de Valores as ações da Companhia de Petrópolis, criada por ele, para a execu- ção de seus planos e projetos. As ações da Companhia foram vendidas em quatro meses e dois meses após, a 29 de junho, começaram a chegar os imigrantes alemães para se instalarem e começar o traba- lho. Com recursos financeiros e mão-de-obra livre, a construção da povoação-palácio estava assegurada. Além disso, os governos provinciais de Caldas Vianna, em 1843, e Aureliano Coutinho, em 1845, deram integral apoio ao plano traçado pelo Mordomo Imperial e por Koeler. O palácio de verão era uma tradição das monarquias europeias. A Casa de Bragança, em Portugal, veraneava no Paço Real e no Palácio da Pena, ambos em Sintra. No Brasil, desde de Dom João VI, a Família Imperial passava seus verões no Convento Jesuíta de Sta Cruz, no Rio de Janeiro, tentando, sem muito sucesso, se livrar do calor do clima de São Cristóvão. Dom Pedro II não tinha muita simpatia nem pelo Convento, nem pela Fazenda de Sta. Cruz. Em 1850, Dom Afonso, primeiro filho do Imperador, tinha dois anos e a Família Imperial estava desde o Natal em Sta Cruz, quando, sem motivo aparente, o menino apareceu morto no seu berço. O monarca ficou desolado e tomou horror pelo Convento, decidin- do nunca mais ali voltar, passando a se interessar pelo projeto do seu mordomo. Ele conheceu a Serra da Estrela em 1844, quando esteve na Fábrica de Pólvora. Em 1845, esteve hospedado com a imperatriz na casa-grande do Córrego Seco, especialmente preparada desde outubro de 1843 para recebê-lo. O MORDOMO-REAL PAULO BARBOSA DA SILVA (1790-1868) Paulo Barbosa nasceu em Sabará, MG. Aos quatorze anos era cadete e, em 1810, foi promovido a alferes. Como capitão, foi transferido para o Imperial Corpo de Engenheiros. No ano de 1825, embarcou para a Europa em viagens de estudos. Com a queda de José Bonifácio, tutor do imperador, o coronel Paulo Barbosa da Silva passou a ser, por intermédio de uma nomeação, o Mordomo da Casa Imperial, função que ia desempenhar com grande desenvoltura. O mordomo Paulo Barbosa, com seu espírito liberal e ecumênico, era contra a escravidão e prestou relevantes serviços ao Império. A sua participação na fundação de Petrópolis foi decisiva quando mobili- zou o seu companheiro de arma, o engenheiro Major Júlio Frederico Köeler. Além disso, foi Ministro Plenipotenciário na Rússia, na Alemanha, na Áustria e na França, onde, em 1851, foi demitido de sua função diplomática. Retornou ao Brasil a chamado de D. Pedro II, em 1854, novamente como Mordomo da Casa Imperial, falecendo em 1868. O MAJOR JÚLIO FREDERICO KÖELER (1804-1847) Júlio Frederico Köeler era germânico da Mogúncia, no vale do rio Reno, dominada na época pela França de Napoleão, com suas instituições que valorizavam o mérito e a riqueza em lugar das conven- ções e privilégios. Os hábitos e o refinamento franceses marcaram profundamente o temperamento do Mj Köeler e orientaram a sua atuação nos primeiros anos da fundação de Petrópolis. Ainda jovem, ingressou no Exército prussiano, chegando a alferes. Em 1828, foi contratado para servir no Exército Imperial, depois de prestar rigorosos exames perante a Academia Militar do Rio de Janeiro. Casou-se, em 1830, na catedral de Niterói, com D. Maria do Carmo Rebelo de Lamare. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 8 Afastado do Exército por questões políticas quando foram demitidos todos os oficiais estrangeiros não naturalizados, Köeler foi contratado como engenheiro civil na Província do Rio de Janeiro. Em 1831, já naturalizado cidadão brasileiro, retornou ao Exército e, nos doze anos seguintes, realizou importantes obras públicas na província, uma delas a construção da Estrada Normal da Estrela, que dava acesso a Petrópolis. Em 1843, arrendou a Fazenda Imperial e iniciou o seu trabalho na região. O plano urbanístico para Petrópolis era complexo porque a cidade deveria ser levantada entre monta- nhas, aproveitando o curso dos rios. Ele inverteu o antigo estilo colonial português de construir as casas com o fundo para os rios que eram utilizados apenas como esgoto, como na maioria das nossas cidades. Passou a aproveitar os cursos de água para traçar pelas suas margens as avenidas e as ruas que davam acesso aos bairros. Outro aspecto relevante no plano foi a preocupação com a preservação da natureza, determinada pelo seu código de posturas municipais. Köeler faleceu num trágico acidente durante um torneio de tiro ao alvo, na Chácara da Terra Santa, de sua propriedade. Sua curta administração frente à colônia de Petrópolis foi decisiva para o que foi reali- zado nos anos posteriores. Evolução do povoado Como todo povoado colonial, a cidade nasceu de um curato em 1845, subordinado a São José do Rio Preto e, um ano depois, foi criada a Paróquia de São Pedro de Alcântara, vinculada à Vila da Estrela. Em 1857, onze anos após, foi elevado a município e cidade, sem passar pela condição de vila, o que era, na ocasião, inédito. Mas o Imperador não desejava essa mudança de status para sua Petrópolis, pois sabia que nessa condição haveria uma administração municipal interferindo nas suas relações com a cidade. O Coronel Amaro Emílio da Veiga, deputado na Assembleia Provincial,depois de duas tentativas sem sucesso por interferência do próprio Imperador, conseguiu aprovar o seu projeto “...elevando a povoação de Petró- polis à categoria de cidade, revogando-se as leis em contrário.” D. Pedro II ficou enfurecido e retaliou, determinando que o Cel. Veiga retornasse ao Exército, impedindo que ele assumisse a presidência da Assembleia Legislativa de Petrópolis, para a qual tinha sido o candidato mais votado nas primeiras elei- ções municipais. Desgostoso, o Cel. Veiga pediu a reforma do Exército, afastando-se da vida pública, mas continuou morando em Petrópolis até falecer, alguns anos depois. Hoje, ele dá nome a uma impor- tante rua da cidade. A COLONIZAÇÃO ALEMÃ Na primeira metade dos anos 1800, as consequências sociais e econômicas da Revolução France- sa e da Revolução Industrial resultaram numa difícil condição de vida para os povos de língua alemã. A população estava politicamente desiludida e havia discórdia por toda a parte. Ricos e pobres endivida- dos, o desemprego era grande no Rhur, o coração do aço alemão, com muitos problemas nas minas de carvão. Salvo os que viviam da vinicultura, uma parte da população que, movida pela esperança de vida melhor, deixou tudo e partiu para as Américas. A maioria dos colonos que chegou a Petrópolis era natural de aldeias localizadas nos bispados de Treves e Mogúncia, na Renânia e Westphália, (Grão-Ducado de Hesse-Darmstadt e no Ducado de Nassau), região atualmente conhecida pelo nome de Hunsrück, locali- zada na confluência dos rios Reno e Mosel. Em 1837, aportou no Rio de Janeiro o navio Justine com 238 imigrantes alemães em viagem para a Austrália. Devido aos maus tratos sofridos a bordo, eles resolveram não seguir viagem, permanecendo no Rio de Janeiro. O Mj Koeler soube da ocorrência e se entendeu com a Sociedade Colonizadora do 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 9 Rio de Janeiro para trazer os imigrantes para trabalhar na abertura da Estrada Normal da Estrela, pagan- do uma indenização ao capitão do navio. Assim, foi dada permissão aos colonos de desembarcarem no Rio de Janeiro. Estes, sob as ordens de Koeler, estiveram primeiramente trabalhando no Meio da Serra, depois foram para o Itamarati. A segunda leva de colonos foi planejada pelos presidentes da província João Caldas Viana e Aureliano Coutinho para trabalhar em obras na província, mas eles acabaram em Petrópolis, locando no terreno do plano urbanístico traçado por Koeler. Foram 600 casais de colonos alemães contratados em 1844, exigin- do-se que fossem artífices e artesãos com experiência. Treze navios deixaram Dunquerque com 2.338 imigrantes, o primeiro deles chegando ao porto de Ni- terói em 13 de junho e o último em 7 de novembro de 1845, sendo os imigrantes alojados em barracões ao lado da igreja matriz. Acertados os trâmites legais, eles foram transferidos para o Arsenal de Guerra do Rio, onde se acha hoje instalado o Museu Histórico Nacional, ficando por lá alguns dias e, então, se- guiram viagem pela baía da Guanabara e pelo rio Inhomirim até o Porto da Estrela. De lá, para o Córre- go Seco, foram a pé ou a cavalo, com escalas na Fábrica de Pólvora e no Meio da Serra, onde existiam ranchos para os viajantes. Muitos dos colonos que deixaram Dunquerque não chegaram a Petrópolis em conseqüência do mau passadio a bordo e do surto de febres nos depósitos. Outros, especialmente crianças, não resistiram à penosa subida da serra e foram enterrados pelo caminho. O diplomata belga, Auguste Ponthoz, em seu livro “Avaliação sobre o Brasil”, afirma que 252 imigrantes morreram, sendo 56 nos portos ou na viagem para Petrópolis. Vieram muito mais alemães católicos do que protestantes. No dia 19 de outubro de 1845, na praça Koblenz, dia de São Pedro de Alcântara, num altar ornamentado com flores silvestres, o Padre Luís Gon- çalves Dias Correia celebrou uma missa para os católicos e o pastor Frederico Ave-Lallemant professou um culto para os protestantes. O Presidente da Província, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, com- pareceu a essa solenidade, tendo feito um grande elogio ao trabalho dos colonos. Foram muitas as dificuldades iniciais. Logo que aqui chegaram, foi necessária a compra de 200 ca- bras para alimentar as crianças, já que suas mães não tinham leite, devido às agruras da viagem. Köeler planejou uma colônia agrícola em Petrópolis sem estudo prévio da geologia do terreno, o que resultou no fracasso do empreendimento. Os colonos abriram estradas, derrubaram matas para a construção de residências e semearam suas hortas para consumo e foram utilizados nas obras públicas, retificando os rios, drenando os lodaçais e construindo os prédios da povoação. Para tornar mais fácil a adaptação dos colonos alemães à nova terra, Koeler nomeou os quarteirões de Petrópolis com o nome de suas regiões de origem, como Mosela, Palatinato, Renânia, Nassau, Bin- gen, Ingelheim, Simeria, Castelânia, Westphalia. Ele também homenageou a Família Imperial em dois quarteirões, Vila Imperial e Vila Teresa. Em 1854, Otto Reimarus, que continuou o trabalho de Koeler, criou os quarteirões de Darmstadt, Woerstadt, Worms e outros. Também prestou homenagem às várias nacionalidades de imigrantes de Petrópolis, nomeando outros quarteirões: Quarteirão Francês, Quartei- rão Suíço, Quarteirão Inglês e mais tarde o Quarteirão Italiano. Para os brasileiros que ajudaram a cons- trur Petrópolis, dedicou o Quarteirão Brasileiro e o Quarteirão Mineiro. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 10 Hoje, os descendentes dos colonos estão por toda a cidade e seus nomes de família podem ser encontrados no Obelisco do centro da cidade, nos guias telefônicos e dão nomes a ruas e praças. O progresso dos colonos alemães dinamizou Petrópolis, contribuindo para o seu desenvolvimento. O seu trabalho e a sua lembrança fazem parte da cidade. OUTROS IMIGRANTES COLONIZADORES Os portugueses, principalmente açorianos, alguns antes mesmos dos alemães, vieram para trabalhar na construção da Estrada da Serra da Estrela, em pedras de cantaria e comércio. Surgiram, em torno da cidade, comunidades portuguesas de floricultores. Os franceses não vieram todos juntos, foram chegando aos poucos e se dedicaram à alimentação, à educação, à jardinagem e à confecção de peças de serralheria. Os italianos, no início, trabalharam na Companhia Petropolitana de Tecidos, formando uma comunida- de com vida própria, quase independente da cidade. Aos poucos foram se aproximando de outros gru- pos. Atuaram também em panificação, distribuição de jornais e diversas outras. Já os ingleses se destacaram em hotelaria e transportes. Também merecem destaque os imigrantes suíços, belgas e libaneses, completando a formação cosmopolita do petropolitano. Tempos Imperiais Durante todo o 2° Reinado, a presença de D. Pedro II em Petrópolis se destacou, acima de qualquer outra personalidade, por sua influência, pela constância da sua presença e do seu amor à cidade. “Fa- le-me de Petrópolis”, pedia a quem o visitava no exílio, pouco antes de falecer. Na colonização, os ale- mães, que receberam toda a proteção e simpatia do Imperador, sempre lhe prestaram as maiores home- nagens, chamando-o de “Unser Kaiser” (Nosso Imperador). A temporada de verão na Serra da Estrela durava até seis meses, de novembro a maio, quando então a tutela imperial era transferida para Petrópo- lis. Desde 1848, somente nos anos difíceis da Guerra do Paraguai, a vilegiatura serrana do imperador foi interrompida. Nos dois últimos anos do Império, sua saúde se deteriorou com a diabetes, a ponto de ele se retirar de um espetáculo a que assistia no Hotel Bragança. Os médicos e sua família procuraram man- tê-lo em Petrópolis. Com o Imperador na cidade, ela se tornava a capital do Império e centro da atenção nacional. Proclamada a República, foi em Petrópolis que ele recebeu a notícia de seu exílio. A cidade se desenvolvia rapidamente, com forte tendência aristocrática,por força da presença do Imperador e de sua corte nas temporadas do verão petropolitano. Nobres, políticos, diplomatas, grandes senhores e toda seu “entourage”, ricos negociantes e a intelectualidade da época se transferia para Pe- trópolis, durante um semestre a cada ano. Palacetes eram construídos para morada dessa gente abona- da. Quem não tinha moradia se hospedava em hotéis e casas de família. E a cidade assumia um aspecto elegante. Muitos desses palacetes hoje fazem parte do patrimônio arquitetônico do Centro Histórico da cidade, cuja preservação é imprescindível para o desenvolvimento turístico e cultural de Petrópolis. Mas o protocolo da serra era simples, podendo o Imperador ser encontrado circulando pela cidade de vitória ou mesmo a pé. Eventualmente, entrava na sala de aula de uma escola e passava a fazer pergun- tas aos espantados alunos. Carolina Nabuco contava que sua mãe viu certa vez a princesa Isabel saindo de sua casa, em frente à Catedral, recomendando ao Conde d’Eu: “Gaston, não esqueça a chave do portão!” Sem perder suas características de veraneio, a cidade se modernizava, acompanhando a tendência geral da segunda metade dos anos 1800. Alguns sinais dessa modernidade são descritos a seguir. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 11 O renomado ensino de respeitados colégios como o Kopke, o Calógeras, o de Frederico Stroele, o NS de Sion, o Santa Isabel e as escolas de educadoras francesas, como as de Mme Dienes, Mme Taulois e Mme Geslin. A construção do Hospital Santa Teresa, inaugurado em 1876, com participação ativa de Dom Pedro II. Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, criou a a linha de barcos a vapor e a estrada de ferro que ligava Petrópolis ao Rio de Janeiro. Essa viagem começava no Cais dos Mineiros do Rio e ia até o Porto de Mauá, no fundo da Baía da Guanabara, em pequenos vapores muito confortáveis, com orques- tra e sala de refeições; do Porto de Mauá até a Raiz da Serra usava-se a primeira estrada de ferro do Brasil, em 1854, e daí, em diligências até Petrópolis pela Estrada Normal da Estrela. Em 1883, foi inau- gurada a Estrada de Ferro do Príncipe Grão-Pará, vencendo a Serra da Estrela em cremalheira, notável obra de engenharia na época, que substituía as diligências serra acima. Hotéis para veranistas e visitantes ilustres foram inaugurados. O Hotel Bragança, que funcionou por quase 80 anos e foi derrubado para a abertura da rua Alencar Lima tinha noventa e dois quartos, salões de festas, de bailes e um teatro. Mas havia outros, como o Hotel Suíço, o João Meyer, ponto de reunião de colonos, o Hotel Europa, que hospedou o Imperador Maximiliano do México, em 1848, e o Orleans, onde hoje funciona a Universidade Católica de Petrópolis, na Rua Barão do Amazonas. A indústria de tecidos encontrou fatores favoráveis na cidade, como o clima úmido, a energia hidráuli- ca e a mão-de-obra qualificada. A Imperial Fábrica de São Pedro de Alcântara, a Companhia Petropolita- na, a Aurora, a Werner, a Santa Helena, a Da. Isabel e a Cometa faziam de Petrópolis o mais importante polo têxtil do país. A construção de modernas estradas de rodagem facilitava o acesso à cidade. Entre elas, a Estrada para Paty do Alferes, a Estrada Normal da Estrela, que vinha do Porto da Estrela até Petrópolis (1843), e a União e Indústria, que ia de Petrópolis para Juiz de Fora (1856). Assim, com sua animada vida social, Petrópolis competia com o Rio de Janeiro durante todo um se- mestre por ano, levando a grande vantagem de oferecer um clima ameno aos seus visitantes. Em conse- quência, a cidade ostentava um grande número de primeiros lugares no Brasil, como a Estrada Normal da Estrela, a primeira estrada de rodagem de montanha, a União e Indústria, a primeira estrada macada- mizada, a primeira cidade totalmente planejada antes de ser iniciada a sua construção e o primeiro trem a subir uma montanha. IMPORTÂNCIA HISTÓRICA E TURÍSTICA DO MUSEU IMPERIAL O Museu Imperial foi construído com recursos oriundos da dotação pessoal do imperador. O prédio teve o projeto original elaborado pelo próprio Koeler e, após seu falecimento, foi modificado por Cristófo- ro Bonini, que acrescentou o pórtico de granito ao corpo central. Para concluir a obra, foram contratados importantes arquitetos ligados à Academia Imperial de Belas Artes: Joaquim Cândido Guillobel e José Maria Jacinto Rebelo, com a colaboração de Manuel Araújo Porto Alegre na decoração. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 12 O complexo foi enriquecido, ainda na década de 1850, com o jardim planejado e executado pelo paisagista Jean-Baptiste Binot, sob orientação do jovem imperador. O piso do vestíbulo, em mármore de Carrara e mármore preto originário da Bélgica, foi colocado em 1854, destacando-se também os assoa- lhos e as esquadrias em madeiras de lei, como o jacarandá, o cedro, o pau-cetim, o paurosa e o vinhá- tico, procedentes das diversas províncias do Império. Os estuques das salas de jantar, de música, de visitas da imperatriz, de Estado e do quarto de dormir de suas majestades contribuem para dar graça e beleza aos ambientes do Palácio, um dos mais importantes monumentos arquitetônicos do Brasil. D. Pedro II adorava a sua residência de verão e a cidade que se formou ao redor. Suas prolongadas temporadas em Petrópolis criaram uma atmosfera favorável para a prática de veraneio ou vilegiatura, como se dizia à época, iniciada pelo próprio monarca e pela aristocracia do Império, seguida pelos presi- dentes e políticos da República e cultivada por muitos até hoje. Com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, houve o banimento da família imperial, que se exilou na Europa. Em dezembro do mesmo ano, a imperatriz d. Teresa Cristina faleceu em Portugal e, dois anos depois, em 1891, d. Pedro II faleceria em Paris. Entre 1893 e 1908, a princesa Isabel, como única herdeira – sua irmã, a princesa Leopoldina, havia falecido em 1871 –, alugou o Palácio de Petrópolis para o Educandário Notre Dame de Sion. Em seguida, entre 1909 e 1939, o Colégio São Vicente de Paulo funcionou no prédio. Nesse perío- do, grande parte do mobiliário e demais objetos foram transferidos de local e de propriedade. Com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, houve o banimento da família impe- rial, que se exilou na Europa. Em dezembro do mesmo ano, a imperatriz d. Teresa Cristina faleceu em Portugal e, dois anos depois, em 1891, d. Pedro II faleceria em Paris. Entre 1893 e 1908, a princesa Isa- bel, como única herdeira – sua irmã, a princesa Leopoldina, havia falecido em 1871 –, alugou o Palácio 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 13 de Petrópolis para o Educandário Notre Dame de Sion. Em seguida, entre 1909 e 1939, o Colégio São Vicente de Paulo funcionou no prédio. Nesse período, grande parte do mobiliário e demais objetos foram transferidos de local e de propriedade. No Colégio São Vicente de Paulo, estudava um apaixonado por História: Alcindo de Azevedo Sodré. Graças a ele, que sonhava com a transformação do seu colégio em um museu histórico, o presidente Getúlio Vargas criou, em 29 de março de 1940, pelo Decreto-Lei n° 2.096, o Museu Imperial. A partir de então, uma equipe técnica liderada pelo próprio Sodré, que se tornaria o primeiro diretor do Museu, tratou de estudar a história da edificação e localizar peças pertencentes à família imperial em diferentes palácios para ilustrar o século XIX e o dia a dia de membros da dinastia dos Braganças. Im- portantes 94 colecionadores nacionais juntaram-se ao projeto, doando objetos de interesse histórico e artístico. Como resultado, o Museu Imperial foi inaugurado em 16 de março de 1943, com um significativo acervo de peças relativas ao período imperial brasileiro. Ao longo das últimas sete décadas, acumulou expressivos conjuntos documentais, bibliográficos e de objetos graças a generosas doações de centenas de cidadãos, totalizando um acervo dequase 300 mil itens. SANTOS-DUMONT E “A ENCANTADA” Já Alberto Santos Dumont empregou toda sua genialidade na construção, no centro do município, de uma casa de arquitetura única e extremamente funcional. Construída no antigo morro do Encanto em 1918, é um chalé tipo alpino francês. Foi desenhada e planejada por Alberto Santos Dumont para servir de residência de verão e devido à sua localização foi carinhosamente apelidada de “A Encantada”. Atual- mente, é importante ponto turístico de Petrópolis. INDUSTRIA A primeira fábrica de que se tem notícia foi a fábrica de papel do Barão de Capanema, situada no Meio da Serra, que, já no ano de 1859, “fornecia papel para o Mercantil e o Paraíba, os jornais da época. O primeiro jornal em Petrópolis foi o Mercantil, fundado por Bartolomeu Pereira Sudré. A fábrica de papel deu lugar a Fábrica de Tecidos Cometa, que possuía inclusive acesso ferroviário para transporte da sua produção. Hoje, suas ruínas se encontram na localidade de Meio da Serra. Fábrica São Pedro de Alcântara Situada à margem esquerda do Rio Quitandinha, a Imperial Fábrica de S. Pedro de Alcântara, de fia- ção e tecidos de algodão, era movida por água represada no mesmo rio. Os tecidos aí fabricados eram sacos para café, lona para velas, fazendas brancas para roupa de tra- balho e muitos outros que substituíam com vantagem os importados da Europa. A fábrica produzia dia- riamente 3.500 metros de tecidos e possuía era de 120 operários, entre meninos e meninas, mulheres e homens. Em 1867, um grande incêndio destruiu a Imperial Fábrica de S. Pedro de Alcântara. Companhia Petropolitana Nos anos de 1873 e 1874, foram fundadas a fábrica da Renânia, e a mesma S. Pedro de Alcântara - e a Companhia Petropolitana, em Cascatinha, que marcaram o rumo têxtil de Petrópolis. A Companhia Petropolitana tinha à frente um cubano, Sr. Bernardo Caymary. O capital era de mil con- tos - prodigioso para a época, e possuía 108 teares, 100 operários. Produzia 6.000 metros de pano por dia. Proporcionava assistência social, quando ainda não se falava disso. Atualmente seus galpões abri- gam diversas empresas. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 14 Fábrica de tecidos D. Isabel A Companhia Fábrica de Tecidos D. Isabel foi fundada em 1889. A fábrica recebeu o nome de D. Isa- bel em homenagem à então princesa Isabel. A fábrica está situada às margens do Rio Palatino, antigo Córrego Seco. Segundo o escritor Júlio Ambrósio, diferentemente dos estabelecimentos fabris anteriores, a Dona Isabel foi constituída por capitais petropolitanos, tendo imigrantes alemães de Petrópolis como acionistas até a década de 1930. Fábrica Santa Helena No início do século, a seda era fabricada pela Fábrica de Tecidos Santa Helena, localizada no bairro Morin. A unidade foi comprada pela Ikinha em 2001, mas o espaço foi fundado em 1894. Segundo o escritor e professor Norton Ribeiro, ao fim dos anos vinte, Petrópolis já contava com um significativo parque industrial voltado para a produção de tecidos, e alguma tradição com relação à orga- nização de associações. Por meio dos diversos movimentos, fossem estes grevistas ou não, os operários lutavam em favor da melhoria dos salários e de condições de trabalho. Fábrica Werner Localizada no bairro Bingen, foi fundada em 1904 por descendentes de alemães e desde então vem produzindo os tecidos mais nobres com a mais alta qualidade. A Werner possui máquinas importadas e as matérias primas utilizadas são rigorosamente seleciona- das. Somente são utilizados os melhores fios e corantes Evolução político-econômica A Câmara Municipal de Petrópolis tem uma rica história que se mistura com a própria história da cida- de. Ao longo de seus 162 anos de existência, desde sua instalação, no dia 17 de junho de 1859 – ainda no período imperial – a Câmara vem sendo o palco da discussão política do município, do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. Quando os movimentos para elevar a então freguesia à categoria de cidade sur- giram, Petrópolis não tinha nem bem doze anos de existência. Por insistência – entre outros – do tenen- te-coronel Amaro Emílio da Veiga, o ‘Coronel Veiga’, esse sonho fora concretizado, passando Petrópolis à categoria de cidade a partir de 29 de setembro de 1857, sem mesmo ter sido elevada antes à condição de vila. Contam os historiadores, que três eleições foram necessárias para que, de fato, se instalasse a pri- meira Câmara Municipal da história de Petrópolis, em 17 de junho de 1859. Em 22 de novembro de 1857 ocorrera a primeira eleição, anulada mais tarde em 2 de junho de 1858; a segunda eleição deu-se em 7 de setembro daquele mesmo 1858, essa também anulada, em 12 de janeiro de 1859. Finalmente, em 13 de março de 1859, ocorre a terceira eleição cujo resultado fora respeitado e assim tomariam posse, em 17 de junho de 1859, os primeiros vereadores, 9 dentre os quais, o Comendador Albino José de Siqueira, segundo vereador mais votado que assumira a presidência da Câmara, em substituição ao Coronel Amaro Emílio da Veiga que, por ser militar da ativa, não recebeu autorização do Ministro da Guerra para exercer o cargo para o qual fora eleito. Assim, os primeiros vereadores de Petrópolis eleitos e empossados foram Albino José de Siqueira, Au- gusto da Rocha Fragoso, Manoel Francisco de Paula, Manoel Cândido do Nascimento Brito, Ignácio José da Silva e João Baptista da Silva, conforme consta-se dos registros históricos. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 15 Já a eleição da primeira Câmara Municipal do período republicano foi em 30 de junho de 1892 por meio de voto popular. O vereador Antônio Antunes Freire – o mais velho à época –proferiu a frase históri- ca: “Declaro instalada a Câmara Municipal de Petrópolis”. Editada a Constituição Fluminense Republicana, em 9 de abril de 1892, a Lei Estadual número um, de 31 de maio seguinte, estabelece as regras para as eleições destinadas ao preenchimento das vagas de vereadores na Câmara Municipal de Petrópolis. À época, também ocorreram eleições diretas para a escolha de juízes de paz no município. No dia 16 de junho de 1892, na véspera da Câmara Municipal completar os seus 33 anos de existên- cia, ocorreram as primeiras eleições diretas para vereadores do período republicano. Vale ressaltar que, até 1916, quando foi criada a Prefeitura e Oswaldo Cruz foi nomeado o primeiro prefeito de Petrópolis, a Câmara Municipal fez o papel tanto de Poder Executivo quanto de Legislativo no município. Aquela primeira Câmara Municipal republicana era formada por sete vereadores gerais e cinco distritais (sendo um representante por distrito). Os sete mais votados foram os seguintes: Hermogênio Pereira da Silva, José Tavares Guerra, Francis- co Cunha e Souza, José da Cruz Loureiro Jr, José Christiano Ferdinando Finkennauer, Antônio Antunes Freire e José Henrique Tyne Land. Representando os distritos de Petrópolis, foram eleitos: Domingos Manoel Dias (1º Distrito), Gabriel José Pereira Bastos (2º Distrito), Zózimo da Silva Werneck (3º Distrito), Manoel Pinto da Rocha Cardozo (4º Distrito) e João Werneck (5º Distrito). Sobre o Palácio Amarelo A Câmara Municipal de Petrópolis funciona no Palácio Amarelo, patrimônio histórico da cidade de Pe- trópolis. Em meados do século XIX, a moda da corte imperial era construir casas de verão na cidade imperial. No planejamento da cidade, todos os terrenos do lado ímpar da atual Rua da Imperatriz (localização nobre, próximo ao Palácio Imperial), eram especialmente destinados pelo Imperador a fidalgos, nobres, altos membros do exército e pessoas de relação próxima. O último proprietário particular do Palácio Amarelo foi o Barão de Guaraciaba, negro, filho de mãe escrava. No entanto, com a Proclamação da República, todas as Câmaras do país são dissolvidas e são realizadas novas eleições, daí surgindo as primeiras Câmaras Republicanas. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 16Após passagem por quatro sedes alugadas, a municipalidade resolve comprar um imóvel para cons- truir sua Casa. O Palácio Amarelo parecia perfeito naquele momento, no entanto, o Barão de Guaraciaba não tinha interesse em vendê-lo. Depois que quatro anos de negociações frustradas, a Câmara ameaça desapropriar os jardins da frente do palácio para a construção de um mercado popular. Dessa maneira, em 1894, o Barão foi convencido a concretizar o negócio. Uma série de reformas foram feitas para adaptar e ampliar o palácio residencial às necessidades do legislativo petropolitano. Tetos de gesso, paredes em volta da escada, claraboia, entre outras melhorias, foram feitas em um primeiro momento. Projeto e execução foram feitos pelo engenheiro Harald Bodtker. Em torno de 1890 o Salão do Plenário foi construído. Já em 1896, a pintura artística dos tetos do Palácio Amarelo foi concluída. Primeiro, o escultor Henri- que Levy construiu o teto de estuque do salão onde são realizadas a sessões. Foram várias intervenções até transformar o paço em uma belíssima obra de arte, à altura da cidade e da qualidade da arquitetura do antigo solar. Credita-se a parte artística do solar ao Levy e ao escultor José Huss. Um pouco mais sobre as sedes alugadas: A partir da instalação da Câmara, que se deu em 17 de junho de 1859, o poder legislativo funcionou em quatro sedes provisórias diferentes - por quase 40 anos de sua existência, antes de adquirir do Barão de Guaraciaba o Palácio Amarelo. A Câmara teve passagens por casas nas atuais Ruas Paulo Barbosa, do Imperador e Nelson de Sá Earp. Segundo informações de Walter Bretz, em artigo publicado na “Tribuna de Petrópolis”, em 17 de junho de 1919, sabemos que a primeira legislatura funcionou em uma casa na Rua Paulo Barbosa nº12, onde se encontra hoje construído o edifício Rocha. Depois, a Câmara passou a funcionar no sobrado que existe até hoje na esquina das Ruas do Impera- dor e Nelson de Sá Earp. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 17 Em seguida, mudou-se para o antigo prédio da família Kallembach, no ponto mais central de Petrópo- lis, próximo ao Obelisco (informação apenas para efeitos de localização, pois o obelisco só foi construí- do, de fato, em 1957). Em razão, porém, das enchentes, a Câmara se mudava temporariamente para o sobrado anteriormen- te ocupado pela Farmácia Simas, na Rua do Imperador (à época, Avenida XV de novembro). 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 18 Depois de proclamada a República, a Câmara se instalou em sede própria, o Palácio Amarelo. A compra foi realizada pelo médico Dr. Hermogênio Silva, que foi Vereador e o responsável por finalizar a compra junto ao Barão de Guaraciaba. Por isso, o nome oficial do Palácio Amarelo é Paço Hermogênio Silva. História do Quitandinha O Hotel-Cassino Quitandinha começou a ser construído em 1941 e foi finalmente inaugurado em 1944. Num momento em que o mundo vivia a 2a Guerra Mundial e todas as suas consequências, causou muito espanto que um país como o Brasil - agrário e subdesenvolvido - se metesse a construir o maior hotel da América Latina. Idealizado por Joaquim Rolla, um empreendedor mineiro também proprietário de outros cassinos, acabou batizado como Quitandinha pois esse era o nome da fazenda que ocupava o terreno onde foi construído. Todos os números eram gigantes: na sua construção foram utilizados 2,6 milhões de toneladas de ferro e mais de 23 mil metros cúbicos de concreto, e cerca de 1500 operários trabalharam na obra. Ocu- pando uma área de 50 mil metros quadrados, o prédio tem seis andares, divididos em 440 apartamentos e 13 grandes salões com até 10 metros de altura. A cúpula do Salão Mauá é a maior cúpula em concreto do mundo, medindo 30 m de altura e 50 m de diâmetro. No entorno do hotel, uma área hoje considerada nobre da cidade, foram 4 milhões de metros quadrados urbanizados e criada uma rede própria de água e esgoto, de forma a suprir o imenso edifício e suas necessidades de lazer, esportes e entretenimento. E o lago em frente ao prédio? No formato de um mapa do Brasil, na sua construção foi utilizada uma quantidade considerável de areia da praia de Copacabana, trazida da cidade do Rio de Janeiro, e sua posição sugere que o Brasil estaria aos pés do Quitandinha. No mínimo pretensioso, não? Nos primeiros anos áureos após sua inauguração, inúmeras celebridades e personalidades da época passaram por seus salões - nomes como Walt Disney, Greta Garbo e Carmem Miranda se hospedaram no Quitandinha e aproveitaram de sua grandiosa estrutura. O hotel também sediou a Conferência Intera- mericana de 1947, com a participação do presidente norte-americano Harry Truman, de Evita Perón e do presidente Getúlio Vargas. Mas o grande percalço enfrentado pelo hotel-cassino foi a proibição do jogo no Brasil pelo então pre- sidente Gaspar Dutra em 1946. Sem o cassino para ajudar a sustentar sua imensa e luxuosa estrutura, o Quitandinha passou a perder hóspedes para outros hotéis tão luxuosos quanto ele, como o Copacabana Palace, e passou por um período de muitas dificuldades financeiras. Finalmente, no início da década de 60, o Quitandinha deixou de funcionar como hotel e passou a ser um condomínio de luxo, quando suas unidades foram separadas como apartamentos e vendidas. Toda a área de lazer passou a fazer parte do condomínio e bancada pelos próprios condôminos. Infelizmente, o número de condôminos não foi o suficiente para manter aquela imensa estrutura - a área de lazer funcionou como clube por alguns anos, mas as dificuldades financeiras eram muitas e o Quitandinha enfrentou um tempo de decadência. Quanto visitei o Quitandinha pela primeira vez, em 2003, deu pena de ver como o local estava mal cuidado e precisando urgente de reformas, embora conti- nuasse lindo. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 19 Mas a sorte do superlativo Palácio Quitandinha mudou mesmo em 2007. Com exceção dos aparta- mentos, que continuam pertencendo a particulares, toda a parte administrativa do prédio - incluindo os diversos salões e áreas de lazer – foi adquirida pelo SESC-Rio, que passou a promover atrações cultu- rais no local. Todo seu luxo estilo rococó hollywoodiano foi restaurado, e hoje é possível passear pelos seus largos corredores, imaginando todo o luxo que foi na época de sua construção. Como está o Quitandinha hoje Estivemos lá em 2019, ano em que o Quitandinha completou 75 anos, e pudemos ver na antiga Sala de Imprensa uma mostra fotográfica com imagens desde sua construção. As salas abertas à visitação fo- ram reformadas e todas contam com uma placa explicativa, em português e inglês, além de ser possível fazer a visita audioguiada ou guiada pessoalmente. A sensação da visita é de um mergulho no passado mesmo! Vale destacar alguns cômodos, que impressionam pela grandiosidade e pelo luxo. De longe a que mais me impressionou foi a piscina: no formato de um piano de cauda, a profundidade varia de 1 a 4 metros, e as pinturas das paredes foram inspiradas na obra Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne. Além de ser térmica, um luxo para a época! O teatro, que acomoda até 1100 pessoas, também é maravilhoso. Como estivemos lá no carnaval ha- via uma programação especial e pudemos assistir ali um show de mágica - os malinhas adoraram! O salão D. Pedro - que leva esse nome por causa do enorme retrato de D. Pedro na parede - era usa- do como sala de espera e utilizado para campeonatos de xadrez na época em que o Quitandinha ainda era cassino. Os corredores são deslumbrantes e cheios de detalhes primorosos. Até os banheiros foram reforma- dos de modo a se manter os detalhes da época da construção! Ah, e não podemos esquecer do boliche, cujo salão é todo temático e decorado com pinturas e objetos antigos. E é possível jogar, comprando o ingresso específico para acesso ao boliche. A programação cultural do SESC-Quitandinha é extensa e variada, com uma programaçãode quali- dade e preços acessíveis, de forma a atrair todos os tipos de público. O Quitandinha também sediou as últimas edições do famoso Festival de Inverno da região (com exceção desse ano de 2020, cuja progra- mação foi online por conta da pandemia). PERSONALIDADES DE PETRÓPOLIS REPUBLICANA A cidade que antes se transformava em capital do Império, agora se tornava capital da República com presença de expressivas personalidades como Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Santos Dumont, Conde Afonso Celso, Hermes da Fonseca e sua mulher Nair de Teffé, Pandiá Calógeras, Henrique Lage, Ruy Barbosa, Joaquim Murtinho, Stefan Zweig e tantas outras. Ficou preservado o seu ambiente culto, aristocrático e refinado. Artistas e intelectuais, por sua vez, transformaram Petrópolis em centro de criação. Ruy Barbosa es- creveu na cidade, por volta de 1920, sua “Oração aos Moços”. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 20 Também poderá pisar em lugares por onde passaram personalidades, como escritor austríaco Stefan Zweig. A antiga residência do autor alemão, onde viveu com sua esposa até 1942, foi transformada em museu. Stefan Zweig foi um dos mais importantes escritores da língua alemã de todos os tempos. No Brasil, na cidade de Petrópolis, passou os seus últimos cinco meses de vida. Foi no Brasil que Zweig escreveu uma de suas obras mais famosas, “A novela Xadrez”. Rui Barbosa foi um dos fundadores da República, tendo sido o primeiro Ministro da Fazenda. Pela sua notável participação na Conferência de Haia, ficou conhecido como o “Águia de Haia”. Célebre veranista de Petrópolis, veio a falecer em 1923, na sua residência localizada na atual Rua Ipiranga. Vinícius de Moraes passou parte de sua vida em Petrópolis, no anexo da casa do Barão de Mauá, onde, junto com Carlos Lira, compôs a peça “Pobre Menina Rica”. Djanira da Motta e Silva, famosa pintora brasileira, viveu os últimos anos de sua vida em sua residên- cia de Petrópolis, localizada no atual bairro da Samambaia. Gabriela Mistral, poetisa chilena, residia em Petrópolis quando foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura. MÍDIA A principal emissora de televisão a transmitir notícias relacionadas à cidade é a InterTV Serra+Mar, além de outras emissoras locais como o SBT Interior Rio (sediado em Nova Friburgo) e a Band Interior Rio (sediada em Barra Mansa), que apresentam notícias da região serrana fluminense, principalmente relacionadas a Petrópolis e Nova Friburgo. A cidade também possui redes de televisão locais com certa influência: Rede Petrópolis de Televisão, TV Vila Imperial e TV Cidade de Petrópolis, com sedes situadas no centro. O principal jornal escrito da cidade é a Tribuna de Petrópolis, um dos mais antigos do país, criado em 1909, publicado de terça a domingo, cuja sede se situa no centro. Também merece destaque o jornal Diá- rio de Petrópolis, publicado diariamente, de grande influência na cidade. As principais e mais escutadas estações de rádio com sede em Petrópolis são a Rádio Tribuna FM (88.5 MHz), Rádio UCP (106.3 MHz), Rádio Supernova FM (98.7 MHz) e Rádio Imperial (1550 AM). Além destas também são muito escutadas rádios com sede na cidade do Rio de Janeiro, como a Rádio Mix FM Rio, na qual já existiu um domínio exclusivo da Rádio MIX em Petrópolis, que posteriormente foi compra- do pela Rádio UCP. Nos últimos anos, a internet tem se mostrado um dos principais meios de comunicação para notícias. Em Petrópolis, os principais veículos são o G1 da Região Serrana, o portal on-line da Tribuna de Petró- polis e do Diário de Petrópolis, além do site Acontece em Petrópolis, o portal com transmissão ao vivo da TVC 16 (TV Cidade de Petrópolis) e o portal on-line da RPT (Rede Petrópolis de Televisão). PETER BRYAN MEDAWAR, O PETROPOLITANO “PRÊMIO NOBEL DE MEDICINA” Peter Brian Medawar nasceu em 28 de fevereiro de 1915 na cidade de Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, filho da britânica Edith Muriel Dowling e do libanês Nicholas Medawar, em- presário no ramo de pedras semipreciosas e dono da Ótica Inglesa, no Rio de Janeiro. Passou a infância em Copacabana, onde fez o curso primário. Peter tinha dupla cidadania. A britânica foi atribuída no nascimento. Quando Peter tinha 13 anos, foi mandado para a Inglaterra na companhia de sua irmã Pamela, para cursarem os estudos secundários. Pamela casou-se com Sir David Hunt, secretário particular de Winston Churchill e embaixador da Ingla- 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 21 terra no Brasil entre 1969 e 1973. Peter, na época de sua maioridade, recebia uma bolsa de estudos do governo britânico. Seu pai solicitou a intervenção de seu padrinho, o então ministro da Aeronáutica Salgado Filho, para obter isenção do serviço militar obrigatório no Brasil e não ter que interromper os estudos na Europa. Mas o Ministro da Guerra do governo Getúlio Vargas, Marechal Eurico Gaspar Dutra, não atendeu o pleito. Essa questão fez com que a sua cidadania fosse supostamente perdida e sua na- cionalidade brasileira nunca fosse vinculada ao laureado com o prêmio Nobel. Peter Medawar estudou biologia e zoologia no Marlborough College e depois no Magdalen College da Universidade de Oxford, onde se destacou pelas melhores notas da turma, graduando-se em 1935, aos 20 anos de idade. Na School of Pathology trabalhou como assistente de Howard Florey, Prêmio Nobel de 1945 por seus estudos sobre a penicilina. Com apenas 24 anos obteve o primeiro lugar em concurso para a cadeira de microbiologia em Oxford. As pesquisas iniciais de Peter Medawar foram dedicadas à cultura de células e à regeneração de ner- vos periféricos. Foi pioneiro no emprego de modelagem matemática em culturas de tecidos, aplicando-a na análise do crescimento, morfologia e desenvolvimento celular. Em 1960, juntamente com Frank Burnet, recebeu o Nobel de Fisiologia ou Medicina, pela descoberta que os enxertos de pele eram rejeitados por uma resposta do sistema imunológico. Era um cientista com múltiplos interesses, incluindo ópera, filosofia e cricket. Era alto (1,95m), robusto, de voz potente, espirituoso e sempre bem humorado. A Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro criou a medalha Peter Medawar como forma de homenagear o ilustre conterrâneo e perpetuar seu nome nos meios acadêmicos. Em 1990, a The Trans- plantation Society criou a o Prêmio Medawar , uma homenagem ao seu cofundador, considerado um dos maiores prêmios científicos mundiais, que já premiou as maiores expressões acadêmicas da imunologia e dos transplantes. Raul de Leoni Poeta brasileiro, Raul de Leoni Ramos, nascido a 30 de outubro de 1895, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e falecido a 21 de novembro de 1926, em Itaipava, também no Rio de Janeiro, movimentou-se entre as áreas do neoparnasianismo e, principalmente, do simbolismo. Raul de Leoni trabalhou também no corpo diplomático brasileiro e, em 1918, esteve destacado em Montevideu, no Uruguai, depois de ter recusado colocação idêntica no Vaticano. Antes, nesse mesmo ano, tinha sido nomeado secretário da Legação do Brasil em Cuba, mas nunca chegou a tomar posse do cargo. Permaneceu apenas três meses em Montevideu e quando regressou foi eleito deputado à Assem- bleia Fluminense. Em 1919, lançou o seu primeiro livro de poesia, Ode a Um Poeta Morto, uma homena- gem a Olavo Bilac, que foi sucedido, três anos mais tarde, por Luz Mediterrânea. Raul de Leoni nunca se associou abertamente a nenhuma escola literária, o que levou a que acabasse por ter uma carreira poética algo discreta em vida, apesar do seu talento ser reconhecido. Em finais do século XX, a sua obra, apesar de pequena, era alvo de aprofundados estudos e cativava inúmeros leitores. O poeta destacou-se ainda como desportista tendo ganho diversas provas de natação e remo em representação do clube Icaraí. Doente dos pulmões, Raul de Leoni isolou-se em 1923 dos amigos e família, deixou o trabalho de inspetor numacompanhia de seguros e foi viver para Itaipava, onde acabou por morrer. Raul de Leoni faleceu a 21 de novembro de 1926 e apenas cerca de 35 anos mais tarde foi editada uma antologia de poemas seus, intitulada Trechos Escolhidos. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 22 Geografia de Petrópolis Petrópolis está localizada no topo da Serra da Estrela, pertencente ao conjunto montanhoso da Serra dos Órgãos, a 845 metros de altitude média, com sua sede a 810 acima do nível do mar tomando como orientação o Obelisco dos Colonizadores Germânicos no centro da Rua do Imperador, Centro Histórico. Segundo os Decretos‐Lei nº 1.056/43 e 1.255/87, o Município tem como limites: ao Norte, São José do Vale do Rio Preto; a Leste, Teresópolis, Guapimirim e Magé; ao Sul, Duque de Caxias e Miguel Pereira; e a Oeste, Paty de Alferes, Paraíba do Sul e Areal. Petrópolis conta com duas importantes estradas federais, permitindo a sua ligação com os maiores centros consumidores do país: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. CLIMA Nas áreas serranas (C), o relevo atua como fator importante no aumento da turbulência do ar (ascen- dência orográfica), principalmente na passagem de frentes frias e linhas de instabilidade (B), quando o ar se eleva e perde temperatura(D), ocasionando fortes e prolongadas chuvas. A posição geográfica de proximidade com o trópico permite uma forte radiação solar, e a proximidade com a superfície oceânica (A), permite o processo de evaporação, favorecendo a formação de nuvens que irão provocar as precipi- tações sobre a Região. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 23 O Município de Petrópolis permanece a maior parte do ano sob o domínio da Massa Tropical Atlânti- ca, originada do Anticiclone Semifixo do Atlântico. Essa massa possui como características temperatura e umidades elevadas, e aspectos de homogeneidade e estabilidade em consequência de sua constante subsidência superior e inversão de temperatura. Sua atuação é constante por todo o ano. A distribuição das precipitações ao longo do ano (cerca de 2.200 mm anuais) está apresentada na figura a seguir, po- dendo se identificar o período chuvoso de novembro a março. Verifica-se que o mês mais seco é julho, e que as chuvas têm início no mês de agosto. A temperatura no Município é amena, com média anual em torno dos 19°C. No mês mais quente, a temperatura média pode atingir os 23°C e a média do mês mais frio é de 15°C. POPULAÇÃO População de 306.6787 habitantes (estimativa do IBGE para 2020). A maior parte da população está localizada no primeiro distrito. RELEVO / GEOMORFOLOGIA O relevo de Petrópolis seguiu a conformação do Vale da Serra da Estrela, seu entorno é marcado por um relevo rico onde se destacam encostas abruptas e montanhas de largas pedreiras. Além disso, Petró- polis abriga, em conjunto com os Municípios de Magé, Guapimirim e Teresópolis, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. O Município de Petrópolis faz parte da Região das Escarpas e Reversos da Serra do Mar, inserida em uma das quatro unidades que compõem esta região, a Unidade Geomorfológica da Serra dos Órgãos. As rochas encontradas na região são predominantemente pertencentes ao complexo granítico – gnáissico - migmatítico de idade Pré-Cambriana. Nessas rochas encontram-se frequentes fraturas e falhas de exten- são regional, com fortes consequências na topografia, pois toda região de abrangência destas unidades foi submetida aos mesmos eventos tectônicos, durante a era de sua formação. Essas estruturas geológicas regionais desempenham um importante papel na organização da rede de drenagem e na formação do relevo Municipal. VEGETAÇÃO A região de Serrana possui vegetação tropical de altitude e está cercada por 50% por Mata Atlântica. A vegetação remanescente abrange a totalidade de vegetação primária e secundária em estágio inicial, médio e avançado de regeneração. Segundo dados do Zoneamento da Área de Proteção Ambiental (APA) Petrópolis, os trechos da flores- ta mais preservados estão em sua maior parte restritos às áreas de relevo acidentado. Boa parte da mata original foi substituída por culturas e campos antrópicos. Nas áreas devastadas e depois abandonadas é comum a ocorrência de florestas secundárias em diversos estágios sucessionais. PRINCIPAIS ACIDENTES MONTANHOSOS Serras da Estrela, dos Órgãos e das Araras. O centro urbano de Petrópolis está localizado no alto da serra da Estrela, cujo nome foi dado pelos viajantes do Caminho do Ouro da Estrada Real, no século XVIII, graças à visão da estrela Vésper. icos Principais: - Açú: com 2.230m na divisa com Petrópolis e Magé. - Alcobaça: com 1.811m no bairro do mesmo nome, distrito de Cascatinha. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 24 - Maria Comprida: com 1.926m em Araras onde segundo a le nda local, vive o saci assustando aqueles que querem escalar a montanha. - Taquaril: com 1.869m na divisa de Pedro do Rio. RIOS O principal rio de Petrópolis é o rio Piabanha, com 74 km de extensão e pertencente à bacia do rio Paraíba do Sul, a maior do Estado do Rio de Janeiro. O rio Piabanha nasce no Retiro. Piabanha é uma palavra Tupi que significa:” o que é manchado”. Os rios Palatino e Quitandinha atingem o seu ponto de confluência na rua do Imperador, em frente ao Obelisco. Defronte ao Palácio de Cristal, os dois rios se fundem, passando a se chamar Piabanha.O rio Quitandinha nasce nas montanhas da antiga fazenda deste nome e desce para o centro da cidade.O rio Palatinato é o antigo Córrego Seco que dava nome a fazenda que existia aqui. Nasce no Morin e desce até o centro passando por trás da antiga Estação Ro- doviária, indo encontrar-se com o Quitandinha. Koeler planejou a povoação próximo aos rios tomando certa distância das margens dos rios para evi- tar a poluição das águas com o esgoto das casas. Turismo OBSERVATÓRIO REGIONAL DO TURISMO O município de Petrópolis foi destacado em 2007 como um dos 65 Destinos Indutores do Desenvol- vimento Turístico Regional no país pelo Ministério do Turismo. Desde então é avaliado anualmente pelo MTur, Fundação Getúlio Vargas e SEBRAE Nacional, segundo o Índice de Competitividade do Turismo Nacional em 13 dimensões, sendo uma delas o “Monitoramento”. 1738860 E-book gerado especialmente para ELAINE AMORIM ARRUDA 25 Percebendo a necessidade de conhecer, analisar, avaliar e monitorar os indicadores do desempenho do Turismo em Petrópolis para dar suporte ao planejamento, estruturação, captação de recursos, de investimentos e promoção do município como destino turístico, a Prefeitura de Petrópolis cria o Obser- vatório Regional do Turismo – ORT na estrutura administrativa da Diretoria de Turismo da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis – FCTP, através da Lei n° 6.769/10. O ORT foi instalado em novembro de 2013. Tem como objetivos monitorar o fluxo turístico do municí- pio e Região Serra Verde Imperial (além de Petrópolis, também Teresópolis, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu e Guapimirim), produzir e divulgar regularmente informações e indicadores estatísticos da atividade turística, promover a atualização do Inventário da Oferta Turística, realizar pesquisas para co- nhecer o perfil da demanda turística, além de avaliar os impactos econômicos, ambientais e sociais sobre a cadeia produtiva do turismo. É um instrumento decisivo para orientar as políticas de turismo, tomar decisão sobre investimentos e gerar a expansão e criação de novos negócios. Todas as informações e pesquisas produzidas pelo Ob- servatório servem de subsídio aos profissionais do “trade”, acadêmicos e agentes públicos e privados. Atualmente o ORT desenvolve as seguintes ações: Levantamento mensal, em feriados e eventos do calendário da visitação dos atrativos turísticos de Pe- trópolis e do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, bem como monitoramento e comparativos mensais e anuais; Levantamento da taxa média de ocupação hoteleira em Petrópolis nos