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Relatorio 2- com DQO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS ÁGUAS DO RIO ARIPUANÃ – MT
(Demanda Bioquímica de Oxigênio, Óleos e Graxas, Sólidos e Demanda Química de Oxigênio)
CHRISTIANO NEVES CARDOSO NETO
LUIZA TIMO MANFIO
NICOLLE KALIX PAES DE BARROS
RAFAELA ARAUJO COSTA
THAIANA TODESCHINI
Cuiabá - MT, Fevereiro de 2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
CHRISTIANO NEVES CARDOSO NETO
LUIZA TIMO MANFIO
NICOLLE KALIX PAES DE BARROS
RAFAELA ARAUJO COSTA
THAIANA TODESCHINI
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS ÁGUAS DO RIO ARIPUANÃ – MT
(Demanda Bioquímica de Oxigênio, Óleos e Graxas, Sólidos e Demanda Química de Oxigênio)
Relatório apresentado como avaliação da disciplina de Qualidade das Águas Residuárias, ministradas pela Profª Me. Amanda Finger do Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso.
Cuiabá - MT, Fevereiro de 2015.
INTRODUÇÃO
 PROBLEMÁTICA
A disponibilidade de água é primordial a qualidade de vida de qualquer indivíduo (população, comunidade, Nação), assim como para o desenvolvimento econômico e ambiental (RIBEIRO & ROOKE, 2010). Vale lembrar antiga região Mesopotâmia, localizada entre os Rios Tigres e Eufrates, que fora o berço das primeiras civilizações, atraídas pela terra fértil e abundância de água (COTRIM, 2003). Sendo assim, são diversos os segmentos da sociedade que desfrutam do bem hídrico (setores primário, secundário e terciário). Alguns, ainda, em maior quantidade que outros.
Neste sentido, devido as mais diversas agressões provocadas pela humanidade em busca do progresso, sustentado pelo potencial hídrico, não houve uma preocupação com os possíveis impactos ambientais que viriam à tona no decorrer dos tempos. A degradação atingiu uma dimensão irreparável. Os efeitos globais, como mudanças de temperaturas, poluição dos corpos hídricos e dos solos, maximização da geração de resíduos, exploração negativa dos recursos naturais, passaram a ter destaque na comunidade científica ambiental (MENEZES, 1994). Nessa certeza, a utilização adversa da água, catalisada pela ausência de reflexão ambiental, corroborou para uma gama de impactos sobre o ambiente hídrico, ameaçando a escassez dos recursos necessários à sobrevivência humana (RAISKI & LANESKO, 2008), assim como a de outros seres vivos.
É importante frisar, também, que qualidade da água, é dependente do manejo de outros recursos naturais, como a conservação do solo e vegetação (BERTONI & NETO, 2010). Isto revela que as atividades impactantes dos corpos d’água, são catalisadas pela degradação de outros recursos naturais. Fato que sugere uma gestão integrada a outros aspectos naturais.
Dessa forma, a preocupação com o meio ambiente corroborou para diversas medidas que contemplassem melhor o desfruto dos bens naturais, principalmente dos recursos hídricos, obviamente, a água. Pois, como enfatizado aqui, a água representa um bem universal potencialmente utilizado. 
Sendo verdade, a utilização da água, em seus usos múltiplos, necessitou de Norteamentos Legais e específicos, que a protegesse de possíveis impactos antrópico. 
Partindo do artigo 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988, o qual se principia nos dos Direitos Humanos Fundamentais de 3ª dimensão (Fraternidade), considera o ambiente ecologicamente equilibrado, um direito transindividual, ou seja, de todos. Portanto, o direito a qualidade da água, é um bem inviolável. 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (Caput, artigo 225, capítulo VI, título VIII, CF/88, Brasil)
Observando que as atividades antrópicas expressam uma grande potencialidade poluidora, na resolução nº 001 de 1986, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, em seu artigo 1º, tem-se tem definição (geral) de impacto ambiental como:
“Qualquer alteração das propriedades, físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, diretamente ou indiretamente afetam:
I – a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;
IV – as condições estéticas e sanitárias do ambiente;
V – a qualidade estética dos recursos ambientais.
(Resolução nº 01/86 – Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, Brasil)
Observa-se na resolução anterior, a qual tem-se o princípio da Ubiquidade, que qualquer alteração (física, química e biológica) dos corpos hídricos, advinda da atividade humana, é considerada impacto.
Atentando-se para a Política Nacional dos Recursos Hídricos e para a Política Nacional do Meio Ambiente, observa-se que ambas, elucidam a preocupação com a integridade hídrica:
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de.
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; 
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; 
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
(Lei nº 9.433/97 – Dispõe sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, Brasil)
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
 I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
 II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
As Leis anteriores verificam-se a efetividade do princípio do Desenvolvimento Sustentável, o qual fora semeado na Conferência de Estocolmo. Ainda, na Política Nacional do Meio Ambiente, no artigo 3º, inciso V, observa-se o enquadramento da água como recurso ambiental:
A lei nº 9605 de 1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas, para condutas lesivas ao meio ambiente. Assim, para os corpos d’água, de acordo com o artigo 54, seção III, inciso III:
III – causar poluição hídrica que tome necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
(Lei nº 9605 de 1998, Brasil).
 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Adquirir conhecimento sobre a segurança praticada em laboratórios, a fim de se aprender também a realizar análises de amostras de águas residuárias, podendo por fim determinar seus parâmetros de qualidade.
OBJETIVO ESPECÍFICO
Este trabalho tem como objetivo expor os dados obtidos com a análise das amostras coletadas ressaltando as concentrações dos parâmetros demanda bioquímica de oxigênio, óleos e graxas, sólidos e demanda química de oxigênio, os quais nos permitem qualificar uma água de acordo com os padrões de potabilidade baseados na legislação.
REVISÃO DA LITERATURA
 QUALIDADE DA ÁGUA
Na natureza é difícil
encontrar a água como substância pura. A sua composição é influenciada por outras moléculas (polares e apolares) que compõem o ambiente. Na litosfera, as rochas, por exemplo, que também participam do processo de formação dos solos (Pedogênese), quando solubilizadas pela água, dissociam-se no meio aquoso dispersando minerais e íons. Na atmosfera, certos gases reagem com o vapor de água, descaracterizando a substância, formando até as chamadas chuvas ácidas. Além da influência natural, tem-se também a humana, que introduz no meio aquoso, substâncias poluidoras (metais pesados, óleos, micro-organismos) derivadas de despejos domésticos, industriais, agropecuários entre outras atividades antrópicas.
Por este fato ser inevitável, houve-se a necessidade de padronizar a qualidade da água em prol da segurança do seu consumo. Pois, sabe-se que muitas das causas de internações hospitalares dão-se devido às doenças causadas por veiculação hídrica (MERTEN & MINELLA, 2002).
Neste sentido, a qualidade da água corresponde aos valores de determinados parâmetros. Os quais estabelecem o seu enquadramento (Resolução n°357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA), assim como qualidade para consumo e padrão de potabilidade (Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde).
Iniciando pelo IQA (Índice de Qualidade das Águas), é um método desenvolvido pela National Sanitation Foundation, dos Estados Unidos da América, indicado para corpos d’águas lóticas, como reservatório, mananciais, lagos, corpos hídricos de baixo fluxo de água (meioambiente.pr.gov.br, 2014). A qualidade da água é expressa por uma medida de escala que varia entre 0 a 100 (Tabela 1).
Tabela 1 – Classificação do Índice de Qualidade da Água.
	IQA
	QUALIDADE DA ÁGUA
	COR
	91 – 100
	Ótima
	Azul
	71 – 90
	Boa
	Verde
	51 – 70
	Aceitável
	Amarelo
	26 – 50
	Ruim (imprópria para tratamento convencional)
	Vermelho
	0 – 25
	Péssima (imprópria para o consumo humano)
	Preto
*Adaptado do Panorama da Qualidade das Águas Superficiais no Brasil 1 (ANA, 2005, pg 19).
Os parâmetros e seus respectivos pesos que são utilizados no norteamento do IQA referem-se a: oxigênio dissolvido (w= 0,17), potencial Hidrogeniônico (w= 0,12), Temperatura (w= 0,10), Coliformes termotolerantes (w= 0,15), nitrogênio total (w= 0,10), fósforo total (w= 0,10), resíduo total (w= 0,08), Turbidez (w= 0,08) e Demanda Bioquímica de Oxigênio (w= 0,10). Estes, também, são classificados em químicos, físicos e biológicos. Todavia, sabe-se que há outras variáveis que auxiliam na classificação da qualidade da água, como as Climatológicas, Hidrobiológicas e Eco-toxicológicas. Portanto o nível de severidade para a classificação da qualidade da água dependerá da pretensão almejada pelo ente gestor.
Em síntese, os parâmetros consistem em variáveis que, de forma qualitativa e quantitativa, demonstram as condições que se encontram o corpo de água (o ambiente). A quantidade de oxigênio dissolvido (oxigênio molecular) na água indica o grau de equilíbrio desta. O pH, que é expresso pela quantidade de íons H+ (consequentemente de OH-), influência nos processos fisiológicos. A temperatura, por sua vez, indica o grau de agitação das moléculas, ou seja, a quantidade de calor que estas possuem, neste caso, a água. Aspecto importante para observar o comportamento da fauna aquática. Os coliformes termotolerantes, antigamente denominados de coliformes fecais, revelam a presença de micro-organismos patogênicos. O nitrogênio total, assim como o fósforo total advém principalmente das atividades humanas (despejos de efluentes). Resíduo total refere-se as quantidades e qualidade de sólidos contidos no corpo hídrico. Estes sólidos interferem na passagem de luz na água, interferindo na zona fótica (região fotossintética), propiciando, também, para o fenômeno de turbidez. E por fim, tem-se a DBO (5, 20), que implica na quantia necessária de oxigênio dissolvido pelos sistemas vitais aeróbios para a mineralização da matéria orgânica.
O cálculo é expresso por (cetesb.sp.gov.br, 2014)
Onde:	
IQA: Índice de Qualidade da Água (expresso em uma magnitude entre 0 e 100.
q.i: Qualidade do i-ésimo parâmetro (obtido da curva média – figura 1- de variação de qualidade, em função de sua concentração ou medida).
wi: Peso relativo do i-ésimo parâmetro (um número entre 0 e 1, atribuído em função de sua importância para a conformação global de qualidade).
n:Número de variáveis que participam do cálculo do IQA.
CURVAS DE VARIAÇÃO
Figura 1 - Curvas Médias de Variação de Qualidade das Águas (CETESB, 2008).
A Resolução 357 dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, em como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. 
Neste sentido, verifica-se que para cada classe (especial, 1, 2 e 3) de água, há um valor máximo admissível dos parâmetros.
Já Lei 2914 no Ministério da Saúde (MS) dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para o consumo humano e seu padrão de qualidade.
 RIO ARIPUANÃ
A bacia do rio Aripuanã, com uma área de drenagem de aproximadamente 146.300 km , localiza-se na margem direita do rio Madeira, delimitada entre os paralelos 5º 10‘ e 12º 40‘ de latitude Sul e os meridianos 58º 30‘ e 61º 45‘ de longitude Oeste, abrangendo áreas dos estados do Mato Grosso (99.357 km), Rondônia (14.026 km) e Amazonas (32.874 km), totalizando aproximadamente 146.300 km² (figura 2).
Figura 2 - Mapa das Unidades de Relevo da Bacia do Rio Aripuanã.
O Rio Aripuanã é um rio do Brasil localizado na Amazônia, passando pelos municípios de Juína, Aripuanã, Colniza, Juruema, Castanheira, e Cotriguaçu. Sua nascente localiza-se em Mato Grosso e sua foz no Rio Madeira (Figura 3).
Figura 3 -Limitações com Municípios Mato-grossenses
A bacia do rio Aripuanã, com 146.257 km2 encontra-se, em grande parte, bem preservada, embora os impactos diretos e indiretos resultantes do avanço da expansão da fronteira agrícola já sejam visíveis em determinadas regiões.
 A pecuária e a extração de madeira são as atividades que predominam na bacia. Mesmo que o desmatamento esteja em expansão, as matas ciliares ainda são bem preservadas, e, associadas à ausência de efluentes domésticos e industriais, resultam em cursos d‘água relativamente bem preservados. No entanto, a presença de atividade garimpeira merece atenção quanto às interferências negativas nos cursos d ‘água (JENSEN, 2011).
Os bens minerais que merecem destaque na bacia do rio Aripuanã são diamante, ouro e cassiterita, garimpados principalmente nas aluviões, e nos solos de alteração das rochas mineralizadas. São explorados, também, areia, cascalho e argila para emprego na construção civil. Na porção sul da bacia existem muitos garimpos de diamante (JENSEN, 2011). 
Grandes áreas do território da área encontram-se ainda com vegetação em bom estado de preservação, mais de 90% da área é ocupada por vegetação nativa. No entanto, muitas vezes o corte seletivo de árvores de grande porte é esparso e não causa um desmatamento expressivo a ponto de ser assinalado por interpretações de imagens de satélite.
A população urbana total da Bacia é de aproximadamente 48.009 habitantes (IBGE, 2007) e o consumo de água desta população é de aproximadamente 83,45 (L.s-1).
O consumo de água para a população rural segue as estimativas de usos consultivos fornecido pelo Plano Nacional de Recursos Hídricos e pela ANA (Agencia Nacional das águas). Por esta estimativa, utiliza-se um consumo de 150 litros de água por habitante por dia.
 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DE QUALIDADE DA ÁGUA
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO – DBO
Conceitua-se pela quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia resultando em uma forma inorgânica estável. Normalmente é medida através da relação entre a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo a uma determinada temperatura de incubação
específica.
De acordo com a Resolução nº 357 do CONAMA, os valores máximos permitidos de DBO são: classe I – até 3 mg/L O2; classe II – até 5 mg/L O2; classe III – até 10 mg/L de O2 .
ÓLEOS E GRAXAS
Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal ou animal, e geralmente são hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São raramente encontrados em águas naturais, sendo normalmente oriundos de despejos e resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas mecânicas, postos de gasolina, estradas e vias públicas (CETESB, 2014). Este parâmetro consiste no conjunto de substâncias que um determinado solvente consegue extrair da amostra e que não se volatiliza durante a volatização desse solvente. De acordo com a legislação vigente, é recomendado que a presença de óleos e graxas seja virtualmente ausentes para corpos hídricos das classes 1, 2 e 3.
SÓLIDOS
TODOS OS SOLIDOS??? (TOTAIS, VOLATEIS, FIXOS...)
DEMANDA QUIMICA DE OXIGÊNIO
MATERIAIS E MÉTODOS
 LOCAL DE COLETA
A amostragem fora realizada em três pontos. Na nascente, na foz e um perímetro intermediário (Figura 4).
Flora
A caracterização da vegetação foi realizada com base no levantamento de dados secundários. Desta forma, foram consultados bancos de dados (Specieslink - //splink.cria.org.br) sobre coleções botânicas, relatórios técnicos (EIA do AHE Dardanelos), revistas especializadas, teses e outras publicações relevantes, além do Mapa de Vegetação e Uso do Solo elaborado pelo IBGE em convênio com o SIVAM no início dos anos 2000. A Bacia do rio Aripuanã apresenta uma complexidade de fisionomias, associadas aos Biomas Amazônicos e Cerrado, incluindo regiões de contatos/transição. Estas formações vegetais podem ser agrupadas em cinco categorias principais, cada uma com várias fitofisionomias. Assim, têm-se Floresta Estacional Semidecidual, Savanas, Contatos, Floresta Ombrófila Aberta e Floresta Ombrófila Densa. As Formações Pioneiras e Vegetação Secundária ocorrem em toda a área da Bacia, inseridas nas cinco categorias, com menor expressão espacial.
Fauna
A caracterização da fauna foi realizada com base em levantamento de dados secundários. O levantamento de vertebrados (exceto peixes) de provável ocorrência na bacia do rio Aripuanã indica uma região de alta diversidade, A lista de possibilidade de ocorrência de espécies de vertebrados terrestres evidenciaram a presença de comunidades tipicamente amazônicas, ainda que com incursões de espécies mais adaptadas às formações abertas das florestas estacionais, savanas e campos naturais
Pedologia
Em síntese os solos apresentam razoável potencialidade agrícola. Em geral são solos muito pobres do ponto de vista químico, ou seja, solos com baixa fertilidade natural, o que implica na necessidade de correções químicas para seu aproveitamento com lavouras. Mas por outro lado, uma boa porção deles apresenta características físicas favoráveis ao desenvolvimento de atividades agropastoris, o que resulta em uma região com bom potencial para agricultura tecnificada e capitalizada, com emprego substancial de insumos e maquinário e, portanto com bom potencial para atividades menos exigentes em solos, como é o caso de pecuária extensiva e reflorestamentos. Em linhas gerais, pode-se dividir a área em quatro grandes ambientes pedológicos distintos, considerando-se diferenciações básicas quanto à natureza dos principais solos ocorrentes: Argissolos, Neossolos Quartzarênicos, Latossolos Vermelhos e Vermelho-Amarelos e Latossolos Amarelos.
Canais Fluviais
A forma dos canais aluviais é determinada pelas propriedades do material do fundo e das margens bem como pelo tipo de material transportado e pelo modo de transporte, que se diferenciam em canais com carga de fundo, carga mista e carga em suspensão. Os tipos de carga dentrítica fornecida aos cursos de água são dependentes da composição litológica, do tipo de meteorização e dos processos morfogenéticos atuantes sobre as vertentes.
Dinâmica Superficial
A Dinâmica Superficial da Bacia do Rio Aripuanã é associada às condições de floresta tropical, caracterizada pelas altas temperatura e pluviosidade. Neste sentido, predominam os processos de intemperismo químico e bioquímico, responsáveis pelo desenvolvimento de um espesso manto de alteração. Devido ao papel protetor da floresta, a infiltração de água no solo é muito maior do que escoamento superficial, que atua apenas na remoção de colóides, humos e finos, favorecendo a concentração de elementos solúveis e de material em suspensão nas drenagens, resultando em um processo onde a pedogênese predomina sobre o processo de erosão e sedimentação. A restrita ação erosiva dos sedimentos nos canais favorece a manutenção de soleiras e a deposição de sedimentos argilosos e matéria orgânica formando as planícies fluviais.
 
Figura 4- Pontos de coleta.
 CARACATERÍSTICA HIDROLÓGICAS DA BACIA
A bacia hidrográfica do rio Aripuanã possui 146.300 km² localizados nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, integrando a bacia do rio Madeira, e compondo a região sudeste da Bacia Amazônica. As principais características físicas da bacia estão apresentadas na Tabela 2.
É interessante saliente que o Fator de Forma obtido indica um valor relativamente baixo, ou seja, a bacia em estudo é estreita e longa com menos possibilidade de ocorrência de chuvas intensas em toda a sua extensão. Em bacias com forma tendendo a circular (como a em estudo) a precipitação pode gerar enchentes, especialmente nas proximidades da exutória. Pode-se considerar que quanto menor for o fator de forma, menor será a tendência a enchentes. Indica o grau de desenvolvimento de um sistema de drenagem.
Tabela 2. Características Hidrológicas da Bacia do Rio Aripuanã
As normas, cuidados e análises empregados na coleta se basearam na NBR 9898, que dispõe sobre a preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores. Utilizaram-se também as terminologias indicadas pela NBR 9896 e as disposições sobre procedimentos e planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores descritos na NBR 9897. 
Com relação aos parâmetros físico-químicos, os frascos de coleta foram preservados e etiquetados em laboratório. As etiquetas dos frascos indicaram o parâmetro a ser analisado, o modo e o tipo de preservação empregada. Os tipos de frascos, o volume mínimo a ser coletado, o tipo de preservação e preservantes utilizados, assim como o prazo de análise para cada parâmetro seguiu as normas já especificadas. Ao chegar ao local da coleta no Rio Aripuanã, todo o aparato foi preparado para darmos início as coletas. Com uma proveta de 500 mL, foi retirada do rio uma amostra de 1 litro, ocasionando na repetição desse processo em cada ponto coletado. As amostras coletadas foram acondicionadas em frascos de vidros transparentes separadamente, devidamente etiquetados com o tipo de substrato e a identificação do ponto de coleta.
As análises das amostras foram feitas no laboratório de físico-química do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso.
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO
A DBO de uma amostra de água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável. A DBO é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo (cinco dias), em temperatura de 20°C, a DBO520. Utiliza-se de teste empírico no qual procedimentos padronizados de laboratório são usados para determinar a quantidade de O2 relativa em águas naturais, efluentes domésticos e industriais. Seu teste é empregado para determinar os níveis de poluição, para avaliar cargas poluidoras e eficiência de um determinado sistema de tratamento.
DETERMINAÇÃO DA DBO
O princípio do método consistiu no fato de que grande parte dos organismos vivos dependeriam, direta ou indiretamente, de oxigênio para manter
seus processos metabólicos que produziriam energia necessária para o seu crescimento e reprodução.
Chamou-se de organismos aeróbios àqueles que dependiam exclusivamente do oxigênio da forma livre para mineralização da matéria orgânica, o que resultou como produtos finais substâncias inorgânicas mais simples tais como o CO2, NH3, H2O, entre outros.
A matéria orgânica presente nas águas naturais e nos efluentes domésticos e industriais tendeu a ser mineralizada naturalmente pelos microrganismos aeróbios existentes, consumindo oxigênio dissolvido no meio aquoso. O teste de DBO teve por objetivo, determinar essa quantidade de oxigênio consumido, e assim, foi relacionado com a quantidade de matéria orgânica – biodegradável – presente na amostra.
O método usualmente empregado para a determinação da DBO foi o da diluição, incubação por um período de 5 dias a 20ºC, com a determinação dos níveis iniciais e finais de oxigênio.
Para garantir uma melhor eficiência no metabolismo dos microrganismos envolvidos no teste, foi adicionado ao frasco de incubação, soluções nutritivas e uma solução tampão, a fim de garantir um pH neutro de 6,5 a 7,5, chamada de Água de Diluição, sendo que durante os 5 dias do teste, as amostras ficaram num ambiente desprovido de luz, o que propiciou o não aparecimento de seres clorofilados fotossintéticos
ÓLEOS E GRAXAS
Óleos e Graxas, de acordo com o procedimento analítico empregado, consiste no conjunto de substâncias que um determinado solvente consegue extrair da amostra e que não se volatiliza durante a evaporação do solvente a 100°C. Estas substâncias ditas solúveis em n-hexano compreendem ácidos graxos, gorduras animais, sabões, graxas, óleos vegetais, ceras, óleos minerais, etc. Este parâmetro costuma ser identificado também por MSH – material solúvel em n-hexano.
DETERMINAÇÃO DE ÓLEOS E GRAXAS POR GRAVIMETRIA
A gravimetria é o método analítico em que o constituinte desejado é separado da amostra em uma forma pura, e então pesado. A separação dos constituintes determinados como óleos e graxas é feita por diferença de polaridade procedendo-se a extração com solvente orgânico (hexano) e separação em funil de separação. 
1 – Depois de homogeneizada, transferiu-se para funil de separação 100mL da amostra e 30mL do solvente hexano e aguardou o tempo necessário para a separação das duas fases;
2 – Desprezou-se a água e transferir para cápsula de porcelana previamente seca e pesada (P0) a fração hexano + óleos e graxas;
3 – Levou-se para a estufa a uma temperatura de 105ºC até peso constante. Deixou esfriar em dessecador e pesou-a novamente determinando o P1.
SÓLIDOS
DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO
A Demanda Química de Oxigênio, identificada pela sigla DQO, avalia a quantidade de oxigênio dissolvido (OD) consumido em meio ácido que leva à degradação de matéria orgânica, sendo essa biodegradável ou não. A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais e é muito útil quando utilizada conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de despejos. 
A DQO tem demonstrado ser um parâmetro bastante eficiente no controle de sistemas de tratamentos anaeróbios de esgotos sanitários e de efluentes industriais. Após o impulso que estes sistemas tiveram em seus desenvolvimentos a partir da década de 70, quando novos modelos de reatores foram criados e muitos estudos foram conduzidos, observa-se o uso prioritário da DQO para o controle das cargas aplicadas e das eficiências obtidas. 
Outro uso importante que se faz da DQO é para a previsão das diluições das amostras na análise de DBO. Como o valor da DQO é superior e o resultado pode ser obtido no mesmo dia da coleta, essa variável poderá ser utilizada para balizar as diluições
A Demanda Química de Oxigênio considerada aceitável em um corpo hídrico é definida de acordo com a classificação da água. A classificação das águas de acordo com suas características e utilização e seus respectivos valores para este parâmetro encontram-se na Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005.
DETERMINAÇÃO DA DQO
Segundo QUAGGIO (1979) os valores da DQO normalmente são maiores que os da DBO 5,20, sendo o teste realizado num prazo menor. O aumento da concentração de DQO num corpo d’água deve-se principalmente a despejos de origem industrial.
Como na DBO mede-se apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO significa que mais biodegradável será o efluente.
Para Rocha (1990) é comum aplicar-se tratamentos biológicos para efluentes com relações DQO/DBO 5,20 de 3/1, por exemplo. Mas valores muito elevados desta relação indicam grandes possibilidades de insucesso, uma vez que a fração biodegradável torna-se pequena, tendo-se ainda o tratamento biológico prejudicado pelo efeito tóxico sobre os microrganismos exercido pela fração não biodegradável. 
Primeiramente, antes de iniciar a avaliação é feito a rinsagem dos frascos de digestão e de suas tampas com solução de ácido sulfúrico 20% para prevenir contaminações. 
A amostra é homogeneizada no frasco de coleta e adiciona-se 1,5 mL da solução de digestão (dicromato de potássio e sulfato de mercúrio) ao tubo de DQO, com o auxílio do dispenser; 
É adicionado 3,5 mL da solução catalítica (ácido sulfúrico e sulfato de prata), também com o auxílio do dispenser; 
O tubo é mantido inclinado cerca de 45° enquanto a amostra é adicionada. Com auxílio de pipeta, é transferido 2,5 mL de amostra ao tubo de DQO, quando a DQO esperada for menor que 800 mg/L, senão promover a diluição necessária. Um branco é preparado utilizando 2,5 mL de água deionizada no lugar da amostra e é preparado cada amostra em triplicata; 
A tampa do tubo é apertada muito bem, para evitar que a água deionizada e a amostra evaporem quando estiverem no reator. 
 Colocar os tubos no reator pré-aquecido a 150± 2°C, e aquecer por 2 horas no reator HACH a temperatura de 150°C; 
É esperado que a temperatura dos tubos atinja 120ºC e retira-se do bloco de digestão. São invertidos com cuidado os tubos algumas vezes enquanto quentes. O tubo é guardado na estante ate que atinja a temperatura ambiente;
Colocar o branco no compartimento do espectrofotômetro e zerar. O display deverá mostrar 0,0 mg/L; 
10- Em seguida retirar o branco e efetuar a leitura das amostras; 
11- A escolha do comprimento de onde a ser utilizado (420 ou 600 nm) é função da faixa de concentração da DQO: a) na faixa de 0 a 90 mg O2 L-1 (baixa faixa de DQO) mede-se a coloração laranja remanescente do K2Cr2O7 na solução com o comprimento de onda de 620 nm; b) na faixa de 90 a 900 mg O2 L-1 (baixa alta de DQO) mede-se a coloração verde do íon Cr3+ na solução com o comprimento de onda de 620nm. 
Expressão do resultado: 
O resultado é expresso em mg O2 L-1 de e devem ser expressos em números inteiros.
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO
	Aliquoata da amostra
	Odi
	odf
	dbo
	5
	7,9
	6,9
	50
	10
	7,89
	6,95
	23,5
	15
	7,9
	6,95
	15,83333
	20
	7,98
	7,06
	11,5
	25
	7,97
	7,34
	6,3
	30
	7,93
	6,56
	11,41667
	35
	8,05
	5,4
	18,92857
	40
	7,98
	5,67
	14,4375
	45
	8,01
	6,6
	7,833333
	50
	8,16
	6,42
	8,7
	75
	8,13
	5,51
	8,733333
	85
	8,16
	6,04
	6,235294
	90
	8,15
	5,4
	7,638889
	100
	7,71
	6,05
	4,15
	105
	8,17
	5,9
	5,404762
	120
	8,3
	5,52
	5,791667
	150
	8,13
	4,22
	6,516667
Cálculos: 
Onde: ODf = concentração de oxigênio dissolvido (mg O2 L-1) medido com o oxímetro após 5 dias;
ODi = concentração de oxigênio dissolvido (mg O2 L-1) medido com o oxímetro inicial;
Volume da amostra = volume da amostra (semente) em mL.
	Tabela estimativa para diluição de DBO com base nos valores de DQO
	Alíquota para diluição (mL) 
	Faixa de DQO (mg L-1)
	300
	0-7
	100
	7-21
	50
	12-42
	20
	30-105
	10
	60-120
	5
	120-420
Tendo em base a tabela descrita acima, pode-se notar que os valores encontrados de
DBO não coincidem com os valores esperados, havendo possivelmente um erro de análise, o que compromete validade desses resultados. 
ÓLEOS E GRAXAS
Cálculos: 
Onde:
MSH = material solúvel em n-hexano.
P1= Peso final
P0= Peso inicial
SÓLIDOS
DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO
O resultado lido no espectofometro resultou em um média de 40 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONAMA, “Resolução no 357/2005”. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Brasília, 2005. 
BRANCO, S.M. (1986). Poluição das águas: definições, parâmetros de avaliação, monitoramento. In: Brasil. Ministério das Minas e Energia, ed. Curso de controle de poluição na mineração: alguns apectos. MME, Salvador, V. 1, p. 55 - 60.
CETESB/ASCETESB, Barcelona, 616 pp.TUNDISI, J.G.; BICUDO, C.E.M. &MATSUMURA-TUNDISI, T. 1995.

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