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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO 
DA 
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARATY 
 
 
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
 
 
 
 
 
Dezembro/2011 
 
 
 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 FACULDADE DE OCEANOGRAFIA 
 
 
 
ÍNDICE 
 
1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 1 
2. BREVE HISTÓRICO ................................................................................................................. 1 
3. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL .................................................................................. 3 
3.1. População Atual e Quantidade de Resíduos Gerados ..................................................... 3 
3.2. Procedimento Atual da Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ...................... 4 
3.2.1.Varrição dos logradouros e coleta do lixo ................................................................ 4 
3.2.2.Transbordo, transporte e disposição final dos resíduos .......................................... 5 
3.2.3.Limpeza dos pontos turísticos ................................................................................. 6 
3.2.4.Coleta do lixo de origem insular............................................................................... 7 
3.2.5.Coleta e disposição dos resíduos dos serviços de saúde ....................................... 7 
3.2.6.Coleta e disposição de entulhos .............................................................................. 8 
3.2.7.Coleta Seletiva e Reciclagem do lixo ...................................................................... 8 
4. PROGNÓSTICOS DO MANEJO DO LIXO ATÉ 2030 ........................................................... 10 
4.1. Projeção da População e Quantidade de Resíduos Gerados ........................................ 10 
4.2. Prognósticos para os Serviços de Limpeza, Coleta e Disposição Final......................... 11 
4.2.1.Disposição final no município (Solução A) ............................................................ 14 
4.2.2.Disposição final fora do município (Solução B) ..................................................... 17 
4.2.3.Disposição final consorciada (Solução C) ............................................................. 19 
4.2.4.Comparação entre as alternativas consideradas .................................................. 22 
5. PROGRAMAS E AÇÕES EM ANDAMENTO ......................................................................... 24 
6. POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS FINANCEIROS ........................................................ 24 
6.1. Ministério do Meio Ambiente ........................................................................................... 25 
6.2. Ministério das Cidades – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) ....... 25 
6.3. Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) ...................................................................... 26 
6.4. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ............................ 26 
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 26 
8. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 27 
ANEXO 1 – Demonstrativo de Custos 
 
 
 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 FACULDADE DE OCEANOGRAFIA 
 
 
 
1
1. APRESENTAÇÃO 
 
Depois de um longo período sem um marco regulatório para os serviços de saneamento 
básico foi aprovada, em 5 de janeiro de 2007, a Lei de Saneamento Básico (Lei Nº 
11.445). Com esta Lei o país passa a contar com um marco regulatório para o setor de 
saneamento básico, atual, quanto aos seus fundamentos e princípios de organização na 
estrutura federativa do Estado brasileiro, e integrada à Política Nacional de 
Gerenciamento dos Recursos Hídricos. 
 
A Lei estabelece diretrizes nacionais para o setor de saneamento básico, alterando a Lei 
No 6.766, de 19 de dezembro de 1979, a Lei No 8.036, de 11 de maio de 1990, a Lei No 
8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei No 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a 
Lei No 6.528, de 11 de maio de 1978. 
 
A Lei considera como saneamento básico os serviços de abastecimento público de água 
potável; os serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos 
esgotos sanitários; os serviços de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino 
final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias 
públicas; os serviços de drenagem e manejo das águas pluviais drenadas nas áreas 
urbanas, considerando o transporte, detenção ou retenção, para o amortecimento de 
vazões de cheias, o tratamento e a disposição final dessas águas. 
 
Dessa forma, o presente Relatório foi desenvolvido em conformidade com as diretrizes 
estabelecidas na supracitada Lei de Saneamento. Os itens apresentados a seguir 
detalham os estudos realizados e integram o Plano Municipal de Saneamento Básico da 
Prefeitura Municipal de Paraty. 
 
2. BREVE HISTÓRICO 
 
Com o final ciclo do ouro por volta de 1800 teve início o ciclo do café que perdurou 
aproximadamente até 1870, período em que o porto de Paraty foi muito utilizado para 
escoar o café produzido no Vale do Paraíba. Com a desativação gradual das lavoras do 
Vale do Paraíba e o conseqüente término do ciclo do café, Paraty, por se caracterizar 
como uma cidade de passagem dedicada exclusivamente ao comércio, entrou em franca 
decadência e isolamento até pelo menos 1960. Essa situação só viria a mudar com a 
abertura da estrada ligando Paraty à Cunha, na década de 1950 e, principalmente, com a 
construção da rodovia BR-101, ligando as cidades do Rio de Janeiro e Santos, aberta ao 
tráfego na década de 1970, dando início ao desenvolvimento turístico de Paraty. 
 
O isolamento e esvaziamento econômico foi de tal intensidade que nas primeiras 
décadas do século passado chegou mesmo a ocorrer “um êxodo populacional, 
especialmente de homens a procura de trabalho nas cidades vizinhas. Os 
estabelecimentos comerciais fecharam e viraram residências. Havia superávit residencial 
e muitas casas ruíram por falta de manutenção” (PARATY TUR - 2011). Em 1940 a 
população não atingia 4.000 habitantes, saltando para cerca de 12.000 habitantes já em 
1960 com a construção da estrada Paraty-Cunha. 
 
Especificamente em relação aos resíduos sólidos, informações colhidas no município 
indicam que a partir de meados dos anos 60, com o crescimento da cidade e a abertura 
da BR-101, os resíduos sólidos passaram a ser jogados na encosta íngreme de um 
talvegue existente na margem esquerda da rodovia Rio – Santos (sentido Santos) a cerca 
 
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 FACULDADE DE OCEANOGRAFIA 
 
 
 
2
de 4 quilômetros ao sul do centro urbano de Paraty, em local conhecido por Boa Vista. A 
disposição dos resíduos nesse local perdurou por alguns poucos anos sendo transferido 
para outro local conhecido como Olaria, também próximo à BR-101. De Olaria, o lixo 
passou a ser jogado durante cerca de um ano na região de Caboclo, pouco ao norte do 
núcleo central de Paraty e sempre próximo à BR-101. De Caboclo passou a ser disposto 
durante poucos meses próximo à entrada do atual bairro de Jabaquara onde, por 
imposição veemente dos moradores das proximidades, foi mais uma vez transferido, 
dessa vez para Taquari, na localidade denominada Iriri. Em Iriri o lixão funcionou por 
cerca de um ano, voltando a sua origem em Boa Vista, onde perdurou até recentemente. 
 
A disposição final em Boa Vista durante tantos anos, mesmo excetuando-se os períodosem que foi feita em outros locais, resultou na formação de um enorme lixão que, a título 
de estimativa, acumula aproximadamente 80 mil toneladas de resíduos. 
 
Apesar desse lixão se situar no interior da APA do Cairuçu, a destinação irregular 
perdurou até recentemente, quando a administração municipal resolveu dar uma solução 
adequada ao problema. 
 
No passado houve, todavia, pelo menos uma tentativa de equacionamento do problema. 
Por ocasião da realização da Conferência Mundial para o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento - Rio 92, o Governo Federal lançou o programa “Projeto Natural em 
Núcleo Urbano (PNNH)”, tendo por finalidade a promoção da preservação do meio 
ambiente, especificamente em três municípios brasileiros: Paraty (RJ), Tiradentes (MG) e 
Goiás Velho (GO). 
 
Em Paraty os recursos foram destinados à busca do equacionamento dos problemas 
gerados pelos resíduos sólidos através da identificação de uma área adequada à 
instalação de um aterro sanitário associado à implantação de usina de reciclagem e 
compostagem. Para fazer face à implementação das instalações o município habilitou-se 
a um empréstimo de 600 mil dólares junto ao Banco Mundial. 
 
A comissão municipal constituída para lidar com o tema fez, segundo relato verbal recente 
de um de seus ex-membros, extensa pesquisa de áreas adequadas à instalação da usina e 
do aterro, resultando na escolha, com o assessoramento da FEEMA, de uma área situada 
na bacia do rio Pequeno, entre os núcleos urbanos de Graúna e Barra Grande. 
 
Segundo informações levantadas, o local foi aprovado pela FEEMA após a vistoria de 
dois técnicos. Foi elaborado o EIA-RIMA da alternativa escolhida, solicitada a Licença 
prévia (LP) e até iniciado o processo de desapropriação. Como não houve acordo com o 
proprietário da área, um depósito judicial de R$ 50 mil reais chegou a ser feito (e 
posteriormente recuperado). Todavia, como na época a Prefeitura tinha débitos com a 
União o projeto foi inviabilizado pela impossibilidade da Prefeitura conseguir o 
financiamento pretendido. 
 
Além da tentativa de eliminação do lixão, ainda com recursos do PNNH, foram 
compradas dezenas de lixeiras plásticas para instalação nos logradouros públicos, uma 
prensa hidráulica para latas, plásticos e papelão e até mesmo um caminhão com 
carroceria tipo caçamba para a coleta seletiva de lixo. Como a prefeitura passava por 
dificuldades financeiras, o caminhão foi cedido à Secretaria de Obras e os equipamentos 
ficaram por muito tempo inoperantes. 
 
 
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3
Posteriormente foi feito um contrato de comodato com uma pessoa física (Sr. Calixto), 
que passou a efetuar uma precária coleta seletiva e a operar a prensa. Isso possibilitou 
uma pequena redução da quantidade de resíduos secos e ainda pequena renda para as 
pessoas envolvidas com os serviços. 
 
Após o falecimento do Sr Calixto, seu filho e a viúva, com apoio da Prefeitura e também 
da Fundação SOS Mata Atlântica, continuaram, por algum tempo, a gestão do negócio. 
Era efetuada a coleta seletiva semanal no Centro Histórico e nos bairros de Patitiba, 
Pontal, Penha, Chácara, Caborê, Portal e no condomínio Mexerica, e em outros com 
frequência quinzenal. Todavia, o negócio não prosperou e acabou trocando de mãos, 
passando a ser operado diretamente no lixão Boa Vista por um ex-colaborador do Sr. 
Calixto. Esse tema será abordado mais detalhadamente no item 3.2.7. 
 
Houve outra iniciativa de coleta seletiva na Ilha do Araújo que funcionou por 
aproximadamente 10 anos. A coleta era efetuada pela Associação de Moradores com o 
apoio da SOS Mata Atlântica e da Harmonia Global. Os materiais recicláveis eram 
coletados e enviados para o continente com recursos próprios da Associação. Todavia, 
com a coleta do lixo passando a ser feita de forma sistemática através de barcos 
contratados pela Prefeitura, a coleta seletiva deixou de ser feita. 
 
3. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL 
 
3.1. População Atual e Quantidade de Resíduos Gerados 
 
O Censo de 2010 do IBGE identificou uma população em Paraty de 37.533 habitantes. 
Esse número de habitantes refere-se à população fixa, residente, incluindo todos os 
moradores do município. Por outro lado, não inclui a população flutuante, freqüentadora 
eventual do município, quer como turistas ou participantes dos inúmeros eventos 
turísticos e culturais que ocorrem durante todo o ano. 
 
Os estudos aqui efetuados, em especial aqueles referentes ao tratamento e disposição final 
dos resíduos gerados no município serão calcados basicamente na população fixa e no seu 
crescimento até 2030, conforme estimado no estudo da evolução populacional elaborado no 
âmbito do Plano de Saneamento Básico de Paraty (Relatório: Abastecimento de Água e 
Esgotamento Sanitário, Setembro/2011). A população flutuante será considerada 
indiretamente através da taxa per capita de geração de lixo adotada nesse estudo. 
 
Os resíduos sólidos de Paraty são coletados atualmente pela empresa Locanty Comércio 
e Serviços Ltda e dispostos no aterro de Ariró, situado no município de Angra dos Reis. A 
empresa não forneceu os dados solicitados sobre os registros diários de lixo que chega 
ao aterro, alegando problemas técnicos na balança recentemente instalada. 
 
A Locanty, todavia, estimou em 60 toneladas diárias o lixo produzido em Paraty. Este 
valor é extremamente alto, pois representa uma taxa per capita de geração de lixo de 
1,56 kg/hab.dia considerando a população atual de 38.000 habitantes. Sobre esse 
aspecto cabe observar que na amostragem da produção de lixo conduzida pela 
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais 
(ABRELPE), envolvendo 142 municípios da região sudeste do País, apenas o município 
do Rio de Janeiro apresentou uma taxa superior à informada pela Locanty, 
correspondendo a 1,86 kg/hab.dia1 (ABRELPE, 2010). 
 
1
 Curitiba e São Paulo produzem 1,22 kg/hab.dia e Belo Horizonte 1,26 kg/hab.dia (ABRELPE 2010) 
 
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4
Dessa forma, optou-se por considerar como referência para Paraty a produção média 
diária dos 36 municípios amostrados da região sudeste com população situada no 
intervalo entre 20 mil e 60 mil habitantes, uma vez que a população de Paraty situa-se 
em uma posição aproximadamente mediana do intervalo. Ao valor encontrado de 0,688 
kg/hab.dia2 agregou-se o percentual de 8%3 em face da população flutuante, resultando 
na taxa de 0,74 kg/hab.dia que será empregada neste estudo. Com essa taxa a produção 
diária atual de resíduos sólidos urbanos em Paraty é de aproximadamente 28 toneladas. 
Já os resíduos dos serviços de saúde provenientes do distrito sede e dos núcleos 
urbanos isolados, produzidos por hospitais, clínicas, farmácias, etc., são pesados na 
coleta e totalizam cerca de 300 kg/semana. 
 
Por não existirem indústrias de transformação no município, não são produzidos resíduos 
de origem industrial. 
 
3.2. Procedimento Atual da Limpeza Urbana e Manejo dos 
Resíduos Sólidos 
 
Observa-se que os procedimentos empregados na limpeza dos logradouros públicos e na 
coleta e disposição dos resíduos sólidos estão sendo conduzidos com eficácia, uma vez 
que não só o distrito sede como os núcleos urbanos isolados encontram-se 
adequadamente limpos, mesmo durante ou imediatamente após a realização dos 
inúmeros eventos realizados em Paraty, até mesmo os mais expressivos e que mobilizam 
grande contingente de pessoas como a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). 
 
Os serviços de limpeza, coleta e disposição final são executados por empresas 
especializadas,cada uma delas efetuando serviços específicos como descrito nos 
subitens seguintes. Dos cinco contratos em vigor, quatro são geridos pela Secretaria 
Municipal de Obras e um, relativo à coleta e tratamento dos resíduos dos serviços de 
saúde, pela Secretaria Municipal de Saúde. Os contratos são todos do tipo empreitada 
por preço global e custam ao município R$ 862.617,00 mensais. 
 
3.2.1. Varrição dos logradouros e coleta do lixo 
 
Os serviços de varrição dos logradouros públicos, coleta domiciliar, transporte e destinação 
final do lixo são executados pela empresa Locanty Comércio e Serviços Ltda, mediante 
contrato sob a forma de empreitada global, com início em 23 de dezembro de 2010. 
 
Na sede do município os serviços de varrição contam com uma varredeira mecânica que 
atua em áreas onde o desempenho do equipamento é eficiente e também com 79 garis 
que executam a varrição manualmente. Todos trabalham uniformizados e usam EPI. 
 
Os varredores trabalham normalmente em 2 turnos (das 7h às 15h e das 15h às 22h) 
limpando diariamente as ruas do Centro Histórico e também a Av. Roberto Silveira, a 
mais importante da cidade. As demais ruas são varridas em dias alternados ou quando a 
necessidade é indicada por inspeção, continuamente realizada pelos encarregados da 
prefeitura ou da própria empresa. 
 
2
 O INEA considera para Paraty a taxa de 0,65 kg/hab.dia 
3
 O IBGE quantificou uma população flutuante em Paraty da ordem de 21.432 hab. Neste estudo adotou-se um percentual 
de 15% desse montante, ou seja, 8% da população total estando de forma permanente no município. Vale mencionar que 
em 2011 foram programados 42 eventos turísticos-culturais em Paraty, ocupando 179 dias do calendário (Fonte: Secretaria 
de Turismo e Cultura). 
 
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5
Em dias de eventos expressivos pelo menos 7 varredores são destacados, estendendo o 
segundo turno até a meia noite nos logradouros do Centro Histórico e em parte da Av. 
Roberto Silveira. 
 
Os núcleos urbanos isolados contam com um total de 11 varredores permanentes sendo 
que cada núcleo conta com 1 ou 2 varredores em função do porte. Os serviços são feitos 
em apenas um turno. 
 
Os serviços de coleta são feitos com o emprego de 5 caminhões compactadores novos e 
2 com caçamba basculante, esses últimos terceirizados. Cada compactador, com 
capacidade para 12 toneladas, é operado por motorista e três coletores. Na sede 
municipal a coleta é feita diariamente, chegando a ser realizada duas vezes ao dia em 
alguns logradouros, como na Av. Roberto Silveira. 
 
Nos núcleos urbanos isolados o lixo é depositado por moradores e varredores em 
containeres de 1m3. Esses containeres, todos disponibilizados pela Locanty, são 
coletados pelos caminhões compactadores 3 vezes por semana com exceção do núcleo 
Chapéu do Sol, onde a coleta é semanal, e dos núcleos de Paraty Mirim e Pedras Azuis, 
onde a coleta é feita 2 vezes por semana. Já no Condomínio Laranjeiras e na Vila 
Oratório a coleta é diária. A Vila Residencial de Mambucaba, onde moram os operadores 
da usina nuclear de Angra dos Reis, embora situada no município de Paraty, destina o 
lixo diretamente e com recursos próprios para o Aterro Sanitário de Ariró, em Angra dos 
Reis. 
 
Não existem informações precisas sobre o percentual da população atendida pelos 
serviços de coleta, mas é possível inferir que se aproxime da totalidade da população 
urbana, uma vez que mesmos os núcleos mais distantes e isolados são atendidos. Nas 
visitas a esses núcleos pôde-se constatar que a coleta é efetuada mesmo nos seus 
pontos mais afastados, situados já nos contrafortes da Serra da Bocaina. 
 
Os caminhões compactadores descarregam o lixo coletado no lixão de Boa Vista de onde 
é transferido para caminhões caçamba, trucados, com capacidade de 15 toneladas, e 
levado para o aterro sanitário de Ariró. 
 
Constatou-se nas visitas realizadas ao município, em diferentes dias e períodos, que os 
serviços de varrição e coleta são eficazes, uma vez que os logradouros públicos da sede 
municipal e dos outros núcleos urbanos estão sempre limpos. Entretanto, segundo 
informação da própria Secretaria de Obras, ainda ocorrem reclamações eventuais de 
moradores. 
 
3.2.2. Transbordo, transporte e disposição final dos resíduos 
 
Se por um lado os serviços de limpeza e coleta vêm sendo executados corretamente, por 
outro lado, o mesmo não ocorre em relação à operação de transbordo do lixo dos 
caminhões compactadores para os caminhões utilizados no transporte para o aterro 
sanitário de Ariró, situado em Angra dos Reis e de propriedade da própria Locanty. 
 
A operação de transbordo é feita em uma pequena área situada no próprio lixão Boa 
Vista. Nesse local não existe uma estação de transferência propriamente dita, de forma 
que o transbordo do lixo ocorre de forma totalmente inadequada. Os caminhões 
compactadores descarregam o lixo no local de transferência, para dali, em uma operação 
subsequente, ser transferido por uma pá carregadeira para os caminhões trucados, que o 
 
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6
 
 
Foto 1: Vista parcial do Lixão Boa Vista. Na 
área à esquerda da foto é feito o transbordo 
do lixo 
transportarão até o Aterro de Ariró. Como a operação descrita leva certo tempo para ser 
concluída, torna viável a atuação de catadores. 
 
Essa situação precisa de uma solução urgente. No lixão (foto abaixo) trabalham cerca de 
25 pessoas, em uma estrutura de trabalho hierárquica 
comandada por uma delas. Desse grupo de trabalhadores 
informais cerca de 20 são catadores cuja função consiste em 
revolver o lixo descarregado, selecionando os materiais de 
interesse. Os outros cinco, mais “especializados”, preparam 
os fardos de recicláveis com auxílio de duas prensas 
hidráulicas. 
 
As condições de trabalho são das mais degradantes como 
em todos os lixões e mesmo os operadores das prensas 
trabalham em local igualmente insalubre e em condições sub-
humanas. Observou-se que apesar da informalidade existe 
uma estrutura “organizada”, comandada por um “empresário” 
que efetua a seleção e o enfardamento dos materiais 
recicláveis para a venda no comércio local. 
 
Cabe observar que o contrato vigente entre a Prefeitura e a Locanty para a coleta e 
manejo do lixo do município veda qualquer trabalho de catadores no lixão, com claro 
descumprimento desta cláusula contratual. 
 
No que se refere ao lixão propriamente, a Secretaria de Obras informa que o projeto de 
seu fechamento está em fase de conclusão. O projeto prevê a implantação de uma 
estrutura de contenção no pé do aterro e de um dispositivo para a coleta do chorume e 
sua recirculação para o decaimento das cargas de DBO e DQO. Também está previsto a 
execução de drenos no corpo do aterro para a dispersão do gás metano. 
 
O material de empréstimo para o fechamento do aterro virá de um talude situado próximo 
ao trevo da BR-101. Concomitantemente à retirada do material serão realizadas obras de 
terraplenagem, estabilização e acabamentos. 
 
O transporte dos resíduos do lixão Boa Vista para o aterro sanitário de Ariró envolve um 
percurso de ida e volta de cerca de 170 quilômetros, realizado por dois caminhões 
trucados, com capacidade de 15 toneladas. São realizadas diariamente até 4 viagens por 
dia. Esses dois caminhões substituíram a carreta com capacidade de 30 toneladas 
prevista no contrato, possivelmente por conveniência operacional. 
 
O valor mensal pago à Locanty pelos serviços de limpeza, manejo dos resíduos sólidos e 
disposição final no Aterro de Ariró somaR$ 674.314,00. 
 
3.2.3. Limpeza dos pontos turísticos 
 
Além dos serviços de varrição, coleta e destinação final prestados pela Locanty, a 
Prefeitura mantém contrato com a empresa Construtora Aquino Paraty Ltda. (CAP), 
desde 08/12/2009, para a limpeza de praias, cachoeiras e outros pontos turísticos, capina 
e roçada onde necessário, poda de árvores e serviços de manutenção de parques e 
jardins, pintura de meios-fios e serviços correlatos. 
 
 
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7
Os produtos decorrentes da limpeza dos pontos turísticos são normalmente destinados 
ao lixão Boa Vista, enquanto os provenientes da capina ou poda, quando não destinados 
ao lixão, são depositados em um horto privado, situado próximo ao trevo de acesso ao 
centro de Paraty, que os utiliza como insumo para a produção de adubo. 
 
A CAP utiliza na realização dos seus serviços 40 empregados, todos uniformizados e 
munidos de EPI, dois caminhões de carroceria e uma camioneta tipo Saveiro. 
 
O serviços prestados pela CAP, incluindo aqueles não necessariamente vinculados 
diretamente à limpeza urbana, custam à Prefeitura R$ 60.920,00 mensal. 
 
3.2.4. Coleta do lixo de origem insular 
 
A coleta do lixo de origem insular é feita pela empresa Cargo Marine Transporte Marítimo 
(Cargo) através de contrato de prestação de serviço a preço global, firmado em 
21/7/2010, administrado pela Secretaria Municipal de Obras. O lixo das ilhas é 
acondicionado pelos moradores em sacos plásticos e recolhido pela Cargo, conforme 
programação semanal apresentada abaixo. A empresa emprega nos serviços dois 
caminhões caçambas e três barcos tipo traineira. 
• Recolhimento do lixo das Ilhas Algodão e do Araújo e da Praia Vermelha e Ponta 
Grossa: segundas e quintas-feiras. 
• Recolhimento do lixo da Ilha de Joatinga e as localidades de Pouso da Cajaíba, 
Calhaus, Mamanguá Direito e Mamanguá Esquerdo: terças e sextas-feiras. 
 
O lixo recolhido nesses locais é transferido dos barcos para os caminhões e então 
levados para o lixão Boa Vista, de onde são transportados para o Aterro de Ariró. Não 
existe controle de peso do lixo recolhido. 
 
O serviço custa ao município R$ 90.833,00 mensais. 
 
3.2.5. Coleta e disposição dos resíduos dos serviços de saúde 
 
Os resíduos do sistema de saúde são recolhidos pela empresa Locanty Comércio e 
Serviços Ltda, a mesma que efetua a limpeza e manejo dos resíduos urbanos, porém, sob 
administração da Secretaria Municipal de Saúde, por meio de contrato assinado em 29 de 
junho de 2011. Como os demais contratos, este também é de empreitada a preço global. 
 
Os serviços consistem na coleta semanal dos resíduos do sistema de saúde em 4 pontos 
de coleta4 e coleta quinzenal5 em outros 14 pontos. A coleta é feita com um veículo novo, 
tipo camioneta, com carroceria em baú fechado. Os tripulantes do veículo usam uniforme 
e EPI. O material recolhido é levado para a cidade de Suzano-SP onde é incinerado pela 
empresa Pioneira Saneamento e Limpeza Urbana Ltda. São produzidos entre 1,0 a 1,2 
toneladas de resíduos por mês. 
 
Os serviços de coleta e disposição dos resíduos dos serviços de saúde, incluindo todas 
as suas fases (coleta, transporte e incineração) custam ao município R$ 7.000,00 
mensais. 
 
4
 Hospital Municipal de São Pedro de Alcântara, Centro Integrado de Saúde da Patiba, Unidade de Saúde da Ilha das 
Cobras e Unidade de Saúde da Mangueira 
5
 Unidades de Saúde de: Patrimônio, Paraty Mirim, Pedras Azuis, Cabral, Campinho, Trindade, Vila Oratória, Pantanal, 
Corisco, Barra Grande, Tarituba, São Gonçalo, Taquari e Mambucaba 
 
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8
 
3.2.6. Coleta e disposição de entulhos 
 
Embora a coleta e a destinação final de entulhos de obras e demais resíduos 
assemelhados sejam, de acordo com a legislação, responsabilidade de quem gerou, a 
Prefeitura de Paraty disponibiliza um serviço gratuito de coleta e disposição. Esses 
serviços são executados pela empresa Santa Clara Serviços e Transportes de Paraty 
Ltda, por meio de contrato administrado pela Secretaria de Obras do município. 
 
O contrato, firmado em 27 de abril do corrente ano, estabelece a locação de 50 
caçambas estacionárias para o recolhimento de entulho e outros resíduos, que deverão 
estar distribuídas pela sede do município e nos núcleos urbanos isolados. Cabe à 
empresa a remoção das caçambas, sua descarga e recolocação nos locais necessários. 
 
Como Paraty está em processo de expansão imobiliária, sobretudo em áreas de baixada, 
que requerem aterro, os entulhos são vendidos pela empresa ao preço entre R$50,00 a 
R$80,00 por caçamba, dependendo da localização do despejo. 
Esse serviço custa à Prefeitura R$29.550,00 mensais. 
 
3.2.7. Coleta Seletiva e Reciclagem do lixo 
 
A Prefeitura de Paraty, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio 
Ambiente (SDUMA), está buscando implantar, juntamente com alguns parceiros externos, 
em especial a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da COPPE/ 
UFRJ, o Projeto Paraty Recicla, que prevê a implantação de uma Coleta Seletiva 
Solidária, cujos materiais recicláveis serão destinados a uma Cooperativa de Catadores a 
ser constituída. 
 
A primeira linha de ação do Projeto é a construção do Centro de Triagem de Matérias 
Recicláveis no bairro Portão Vermelho, em uma área desapropriada para implantação da 
futura estação de tratamento de esgotos sanitários. Segundo informações da SDUMA, o 
instituto que realizará o projeto do Centro de Triagem já está contratado. Todo o 
programa vem sendo acompanhado pela área de educação ambiental do INEA. 
 
Além disso, está sendo desenvolvido, também pela ITCP, o projeto Cataforte, que prevê 
a capacitação de catadores objetivando sua integração à economia formal por meio de 
cooperativa. À época estavam sendo capacitados 18 catadores. 
 
A implementação da coleta seletiva traria inegáveis benefícios ambientais, 
proporcionados pela reciclagem de materiais, a diminuição do volume de lixo depositado 
no aterro, aumentando sua vida útil e, principalmente, a geração de trabalho e renda em 
condições dignas. A coleta seletiva se realizada adequadamente também habilitará a 
prefeitura a participar do programa “Compra de Lixo Tratado” da Secretaria Estadual de 
Ambiente. 
 
Este programa, operado com recursos do FECAM, conforme Deliberação Executiva n.º 
289, de 16/12/2010, transfere ao município R$20,00 por tonelada de lixo disposto 
adequadamente, mediante cumprimento de metas de eficiência. A prefeitura de Paraty 
apesar de já ter se candidatado ao programa terá que promover alterações nos 
procedimentos propostos de forma a adequar-se às exigências da SEA. 
 
 
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Conforme referido no item 3.2.2, cerca de 25 catadores trabalham no lixão Boa Vista, 
capitaneadas por um “empresário” proprietário de duas prensas hidráulicas, um pequeno 
caminhão e uma camionete usados no transporte dos recicláveis coletados. Alem dessas 
duas prensas ele possui uma terceira que opera em um depósito situado no centro 
urbano. 
 
As condições de trabalho no lixão são insalubres e destituídas de contrato formal e 
seguridade social. Nessas condições é desenvolvido um trabalho apreciável de catação, 
enfardamento e venda de recicláveis. 
 
A comercialização dos recicláveis, em geral feita em cidades do Vale do rio Paraíba do 
Sul, gera uma renda bruta da ordem de R$ 25 mil. Esse valor, dependendo da época doano e dos eventos realizados em Paraty, pode chegar a pouco mais de R$ 30 mil 
mensais. O valor médio do frete fica em torno de R$ 1.000,00 por viagem. 
 
Os principais materiais recicláveis e seu preço de venda constam do quadro 1. Vale notar 
que as informações que constam do quadro foram obtidas diretamente com o 
responsável pelo serviço. Como inexiste qualquer tipo de controle formal, os quantitativos 
foram estimados por ele em função do número de caminhões carregados e despachados 
por mês. Já os preços unitários de venda são referentes aos praticados no mês de 
agosto de 2011. 
 
Quadro 1 – Recicláveis Separados no Lixão Boa Vista 
Material Preço Unitário (R$/kg) 
Quantidade 
(t/mês) Destino 
Ferro (Sucata) 0,25 5 a 10 Caraguatatuba/SP 
Papelão 0,18 8 a 15 Aparecida/SP 
PEAD 1,30 10 Jacarei/SP 
PET 1,10 6 a 10 Lorena/SP 
Plástico Mole Branco 0,80 6 a 10 Canas/SP 
Plástico Mole Colorido 0,40 6 a 10 Canas/SP 
 
Além da equipe de coleta no lixão, atua também no mercado de recicláveis a empresa 
Lolô Compra e Venda de Sucatas, estabelecida no centro urbano de Paraty6 e operando 
exclusivamente com recicláveis limpos, ou seja, com materiais que não tiveram contato 
com a matéria orgânica constante do lixo domiciliar. 
 
Essa empresa, segundo informações diretas de seu gestor, está formalmente constituída, 
tem 8 empregados com carteira assinada e trabalha com grande número de catadores 
“autônomos” que vão diretamente às fontes geradoras dos recicláveis (supermercados, 
comércio em geral, condomínios, domicílios, etc.) os recolhe e vende para a empresa. 
Para auxiliar a sua movimentação de carga, a empresa possui 3 caminhões e um trator 
de pneus com retro-elevador para facilitar o carregamento dos caminhões destinados à 
entrega das mercadorias. 
 
Os quantitativos de recicláveis movimentados pela empresa constam do quadro 2 abaixo, 
valendo notar que representam valores médios mensais decorrentes de dados 
informatizados mantidos pela própria empresa. Os preços unitários indicados são os 
 
6
 Depósito localizado na Rua Jesuíno Castro Rubens, próximo ao número 13 (em frente à praça João Heleno) no Bairro 
Chácara da Saudade 
 
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praticados em agosto/2011 e incluem uma margem de lucro da ordem de 50 a 100% do 
preço de compra pago aos catadores. Cabe observar que nos quantitativos apresentados 
uma pequena parte dor resíduos, da ordem de apenas 5% a 7%, provem de outro 
depósito da própria empresa situado na localidade de Perequê, pertencente à Angra dos 
Reis, mas fronteiriço ao território de Paraty. 
 
O faturamento médio da empresa é da ordem de R$ 60,00 mil mensais. Entretanto, esse 
faturamento chega a aumentar cerca de 40% quando ocorrem eventos turísticos/culturais 
em Paraty. 
 
Além da relação de materiais apresentada, a empresa também atua na compra e venda 
de outros recicláveis incluindo motores de geladeira, baterias automotivas e até lixo 
eletrônico. 
 
Além desses dois grupos atuantes na seleção de recicláveis ainda existe um terceiro 
“empresário” atuando em Paraty, mas atualmente com participação pouco expressiva. 
 
Quadro 2 
Recicláveis Coletados Diretamente Nas Fontes Geradoras 
 
Material Preço Unitário (R$/kg) 
Quantidade 
(t/mês) Destino 
Cobre 12,00 0,4 Não informado 
Ferro Sucata 0,18 20 Não informado 
Latinha de Alumínio 3,00 10 Volta Redonda/RJ 
Papelão 0,18 40 Piracicaba/SP 
PEAD 1,30 1,5 Volta Redonda/RJ Guarulhos/SP 
PET 1,10 8 Volta Redonda/RJ Taubate/SP 
PVC 0,15 12 Guarulhos/SP 
Vidro 0,15 4 S. J. dos Campos/SP 
 
4. PROGNÓSTICOS DO MANEJO DO LIXO ATÉ 2030 
 
4.1. Projeção da População e Quantidade de Resíduos Gerados 
 
O relatório que trata dos estudos populacionais (Relatório: Abastecimento de Água e 
Esgotamento Sanitário, Setembro/2011) mostra a projeção do crescimento populacional 
de Paraty até o ano de 2030, com base nos dados censitários do IBGE dos anos de 
1991, 1996, 2000, 2007 e 2010. 
 
Os dados do IBGE mostram que nos últimos 19 anos a população de Paraty teve um 
incremento anual médio de 2,39%. No entanto, é provável que até o ano de 2030, 
horizonte do Plano, a curva real de crescimento populacional apresente alguma inflexão. 
Contra esta possibilidade existe, porém, o fato de que a abertura da Rodovia Paraty-
Cunha irá facilitará o fluxo de pessoas oriundas das cidades do Vale do Paraíba, 
estabelecendo um novo vetor de expansão demográfica. 
 
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y = 24,584x2 + 126,1x + 24.607
R2 = 0,9976
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
70.000
75.000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
H
A
B
IT
A
N
TE
S 
(1990) (2000) (2010) (2020) (2030) (2040)
ANOS
EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DE PARATY (1991 A 2030)
 
 
Partindo-se da premissa de que o crescimento populacional se manterá conforme 
projetado, que a atual taxa de geração per capita de resíduos se manterá estável e, que 
não haverá aumento do nível de atendimento dos serviços de coleta, atingir-se-á, em 
2030, um volume diário de coleta de resíduos da ordem de 52 toneladas, para uma 
população de 70.000 habitantes (gráfico acima). 
 
No que se refere à manutenção da taxa de geração per capita, não se espera sua 
redução de forma significativa, mesmo com a implementação da coleta seletiva formal. 
Como visto anteriormente, mesmo com toda a precariedade do sistema atual, a 
reciclagem já responde por uma parcela de cerca de 10% do lixo gerado no município, 
sem considerar a sucata de ferro e as latinhas de alumínio. No que se refere ao sistema 
de coleta, a expectativa é a manutenção do padrão atual uma vez que está já possui 
grande capilaridade Recomenda-se, apenas a melhoria do atendimento aos domicílios 
isolados, sobretudo aqueles localizados em zonas rurais. 
 
4.2. Prognósticos para os Serviços de Limpeza, Coleta e 
Disposição Final 
 
Como visto no item 3. “Diagnóstico da Situação Atual”, os serviços de limpeza urbana de 
Paraty estão bem estruturados e conduzidos com eficácia pela administração municipal. 
Com a evolução da população, passando dos atuais 38 mil habitantes para cerca de 
70.000 em 2030, mantida a atual qualidade dos serviços de coleta e limpeza urbana, não 
há modificações a propor. Bastará aumentar, gradativamente, e à medida que a 
população for crescendo, o contingente de trabalhadores, veículos e demais 
equipamentos envolvidos, de forma a manter o atual padrão de qualidade. 
 
Contudo, o mesmo não pode ser dito em relação à disposição final dos resíduos. 
Atualmente, como visto o lixo é disposto no município de Angra dos Reis em um aterro 
sanitário licenciado e de propriedade da empresa Locanty e por ela operado. Essa 
empresa é a mesma que executa os serviços de limpeza, coleta e disposição final do seu 
lixo. 
 
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12
 
Além dos aspectos expostos acima, é necessário considerar a hipótese do munícipio de 
Angra dos Reis vir a embargar a disposição do lixo de Paraty em seu território. Isso 
geraria um problema ambiental e de saúde pública que poderia exigir solução pela via 
judicial. Problema de natureza semelhante já ocorreu em Nova Iguaçu, cujo aterro 
sanitário explorado pela iniciativa privada foi proibido pela Prefeitura Municipal de receber 
resíduos provenientes de municípios vizinhos.A quantidade total de lixo a ser gerada pelo município de Paraty no período de 2014 
(quando encerra o contrato com a Locanty) até o ano de 2030 (horizonte de planejamento 
do Plano de Saneamento) será da ordem de 176 mil toneladas, montante este calculado 
a partir da equação da curva de evolução demográfica empregando-se a taxa de geração 
per capita de 0,74 kg/pessoa.dia, segundo a fórmula indicada abaixo: 
 
( )dx 24,607 + x 126,1 + x 24,584 . A 365 = Q 40 
24=x 
2
∫ 
onde: 
Q = Quantidade acumulada de lixo gerado entre 2014 e 2030, igual a 176 mil toneladas; 
A = Taxa per capita, igual a 0,74 kg/hab.dia; 
x = ano calendário, sendo x = 24, correspondente ao ano de 2014, e x = 40, 
correspondente ao ano de 2030. 
 
A quantidade de lixo calculada pela fórmula resulta em um volume da ordem de 238 mil 
m3, considerando-se uma densidade média de 0,7t/m3. 
 
Nesses termos, é necessário que o município busque soluções alternativas para em 
futuro próximo efetuar com segurança a disposição de seus resíduos sólidos. Para tal, 
três caminhos podem ser trilhados: buscar o licenciamento de um aterro sanitário no 
âmbito do próprio município; buscar exportar o lixo gerado para aterros já licenciados em 
outros municípios, ou ainda; buscar uma solução consorciada com outros municípios 
para a solução compartilhada do problema. 
 
A solução via consórcio já foi tentada em passado recente com o apoio da Secretaria 
Estadual de Ambiente. Na ocasião tentou-se formar o Consórcio Costa Verde, 
congregando os municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Paraty para 
compartilhamento das instalações de um aterro sanitário que ficaria situado no território 
de Angra dos Reis. Infelizmente essa solução não prosperou, pois a Câmara Legislativa 
de Angra dos Reis vetou a iniciativa. 
 
Apesar do fracasso dessa iniciativa, a solução “consórcio” não pode ser desconsiderada 
como possibilidade futura. Estudos sobre experiências de consorciamento municipal 
voltadas para a disposição final de resíduos sólidos no país têm demonstrado as 
vantagens desses arranjos institucionais quando comparados com soluções isoladas, 
sobretudo em ganhos de escala, que chegam a ultrapassar 50% de redução de custos 
(FGV-ABETRE – 2009). 
 
Não foi por outra razão que a recente Lei Federal No 12.305/2010 privilegiou soluções 
compartilhadas, inclusive através de incentivos e preferência creditícia na concessão de 
financiamentos aos municípios que adotarem a disposição final do lixo em aterro sanitário 
operado em consórcio. O governo do Estado do Rio de Janeiro também tem apoiado e 
 
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13
incentivado a formação de consórcios intermunicipais para a instalação de aterros 
sanitários. Hoje já estão em operação 5 consórcios, congregando 30 municípios7. Outros 
se encontram em estudo e estruturação institucional com o apoio da Secretaria de Estado 
de Ambiente (SEA). 
 
Dessa forma, embora descartada pela Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, não há 
como não considerar a alternativa “consórcio” no Plano Municipal de Saneamento Básico 
de Paraty. 
 
As três possibilidades de solução apresentadas são discutidas nos itens seguintes. Os 
serviços de limpeza e coleta não serão objeto de avaliação tendo em vista que foram 
considerados satisfatórios no diagnóstico. As comparações econômicas-financeiras serão 
limitadas aos serviços de transporte e disposição final e ainda de transbordo, quando for 
o caso. O trevo da BR 101 de acesso a Paraty será o ponto comum a partir do qual as 
alternativas de solução serão comparadas. Tal comparação será feita através do 
confronto do valor presente de cada uma das alternativas consideradas. 
 
As premissas básicas empregadas nas comparações serão: 
• Como o contrato com a empresa Locanty expira no final de 2013, todos os 
investimentos iniciais (desapropriações, construções, instalações, etc.) foram 
considerados realizados em 2 anos, no período 2012/2013, tendo seu “baricentro” 
no meio do período. A partir de 2014 ocorrerão apenas os custos de transporte, 
manutenção e operação do aterro e demais instalações, quando for o caso. Todos 
os custos serão alocados para o início do período considerado; 
• O valor presente (VP) está referenciado ao início de 2012 
• A taxa per capita de geração de lixo se manterá constante ao longo do horizonte 
do projeto, ou seja, a quantidade de lixo irá aumentar de forma proporcional ao 
crescimento populacional. O mesmo critério foi adotado para os custos de 
transporte, manutenção e operação do aterro, quando for o caso; 
• A taxa de desconto empregada nas avaliações econômicas serão líquidas, não 
incorporando, portanto, qualquer inflação; 
 
Em nenhuma das alternativas foi considerada a instalação e operação de uma estação 
de triagem de recicláveis, tendo em vista já estar prevista pela Secretaria de 
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. 
 
Também não foi prevista a implantação de usinas de compostagem, pois o volume de lixo 
gerado no município não viabilizaria economicamente sua operação. Sobre esse aspecto 
cabe mencionar que das 62 usinas de triagem e compostagem implantadas no Estado, 
42 operam apenas com a triagem de recicláveis. Nas demais, a compostagem, quando 
realizada, é feita de forma inadequada e quase sempre subsidiada pelo município. O 
mesmo acontece com inúmeros municípios mineiros de pequeno porte, em especial 
aqueles situados no vale do Paraíba do Sul. 
 
 
7
 Consórcio Serrana 1: constituído por Teresópolis, Carmo, Sumidouro e S. José do Vale do Rio Preto. Este consórcio, já 
em pleno funcionamento, está ultimando a sua formalização legal; 
Consórcio Serrana 2: constituído por Três Rios, Petrópolis Paraíba do Sul, Levi Gasparian, Areal e Sapucaia; 
Consórcios Noroeste 1 e Noroeste 2. Hoje os dois consórcios operam de forma conjunta, com 2 aterros sanitários, um em 
Itaperuna e outro em S. Fidelis. Integram os consórcios os municípios de Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Miracema, 
Natividade, Porciúncula, Varre e Sai, S. José de Ubá, Laje do Muriaé, S. Fidelis, Itaocara, Italva, Cambuci, Cardoso 
Moreira, Aperibé e S. Antonio de Pádua. 
Consórcio Centro Sul: Constituído por Mendes, Paracambi, Eng. Paulo de Frontin, Japeri e Queimados 
 
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14
4.2.1. Disposição final no município (Solução A) 
 
O município de Paraty caracteriza-se por ter praticamente dois terços de seu território 
inserido em áreas de preservação ambiental e, por conseguinte, ter grande superfície de 
seu solo sujeito às restrições legais de uso e ocupação do solo. A parte mais a oeste do 
município é tomada por uma larga faixa ocupada pelo Parque Nacional da Serra da 
Bocaina e pelos extensos manguezais ao longo da orla. Ao sul da sede municipal a 
quase totalidade da área é ocupada pela APA de Cairuçu. Dessa forma, as áreas 
disponíveis e com alguma possibilidade de receber um aterro sanitário são aquelas 
situadas na estreita faixa ao sul da divisa com o município de Angra dos Reis e limitadas 
ao leste pela BR-101 e a oeste pelos primeiros contrafortes da Serra da Bocaina. 
 
Essa situação particular dificulta a identificação de áreas adequadas para a instalação de 
aterro sanitário com capacidade de receber resíduos, ao menos até o ano de 2030, e que 
não esbarre em restrições legais, socioeconômicas e ambientais. 
 
Como mencionado anteriormente, em meados da década de 1990 foi escolhida uma área 
para a instalação de um aterro sanitário, próxima aos núcleos urbanos de Graúna e Barra 
Grande. Esse aterro, por fatores diversos, não chegou aser implantado. 
 
A pesquisa feita neste estudo consistiu na vistoria às áreas pré-selecionadas em 1994/95, 
com o objetivo de avaliar áreas propicias para a instalação de um aterro sanitário, 
considerando as novas exigências para o licenciamento ambiental. Também foram avaliados 
locais próximos aos primeiros contrafortes da Serra da Bocaina. Foram visitadas as 
localidades de Condado, Pantanal, Graúna (2 locais), Rio Pequeno, Serraria e Barra Grande. 
 
Com exceção de dois locais em Graúna e outro em Rio Pequeno, todos os demais se 
mostraram inviáveis, quer pela limitação de espaço, quer pela proximidade de áreas com 
razoável adensamento demográfico. 
 
Os três locais avaliados, denominados aqui como Aterro Graúna 1, Aterro Graúna 2 e Aterro 
Rio Pequeno, são mostradas na figura 1, elaborada sobre imagem do Google Earth. 
 
 
Figura 1: Localizações pesquisadas para a instalação do Aterro Sanitário 
 
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15
 
Foto 2: Vista do local Rio Pequeno. O aterro 
seria construído junto ao morro e usando 
seu solo para recobrimento 
O local Graúna 1, situado nas proximidades do núcleo urbano de Graúna, tem uma boa 
área disponível e disponibilidade de solo de empréstimo para o recobrimento dos 
resíduos. 
 
O local Graúna 2 tem características físicas semelhantes, mas com a vantagem de estar 
um pouco mais distante do núcleo urbano de Graúna. 
 
O local Rio Pequeno, visto na foto 2, foi o local escolhido nos anos de 1994/95. Esse 
local permaneceu praticamente sem alterações até o presente. 
 
Os parâmetros usualmente empregados na pré-seleção de 
áreas para implantação de aterro sanitário serviram de base 
para a elaboração do quadro 3 apresentado abaixo. Os 
requisitos listados devem ser entendidos apenas como 
orientadores para uma seleção preliminar de locais com ou 
sem condições adequadas para a localização de aterro. A 
escolha definitiva deverá ser feita em etapa posterior, com 
base em estudos técnicos especializados. 
 
Cabe observar que foi acrescido mais um parâmetro de 
análise, relativo à “visibilidade da área”, ou seja, o quanto a 
construção e operação de um futuro aterro sanitário poderá 
interferir com a paisagem local. 
 
Esse aspecto da “visibilidade”, de modo geral pouco considerado no passado, vem 
assumindo importância na avaliação de ações que impliquem algum comprometimento 
paisagístico, sobretudo, em áreas urbanas. Sobre esse tema, o Instituto de Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) preparou uma minuta de Portaria, sujeita à 
consulta pública, que visa regulamentar a implementação de intervenções em Paraty 
“objetivando a preservação do patrimônio... paisagístico, arqueológico, ambiental...” do 
município. Essa portaria, se publicada, poderá criar algum nível de dificuldade para a 
implantação de um futuro aterro em Paraty. 
 
Sem entrar no mérito da constitucionalidade dessa Portaria, que em princípio choca com 
outras definições legais, tal iniciativa não deixa de expressar uma crescente preocupação 
com a preservação da “qualidade paisagística” das cidades, sobretudo quando se trata 
de locais com expressivo patrimônio histórico. Portanto, esse aspecto não pode ser 
desconsiderado quando da escolha de local para se implantar um futuro aterro sanitário. 
Um aterro sanitário, mesmo seguindo normas rigorosas de operação, sempre terá 
resíduos ainda não cobertos expostos e áreas de empréstimo com solo desprovido de 
cobertura vegetal, comprometendo a qualidade da paisagem. 
 
 
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Quadro 3 
Avaliação Preliminar de Locais para o Aterro Sanitário 
 
Parâmetros Analisados Graúna 1 Graúna 2 Rio Pequeno 
Capacidade de suportar o volume de resíduos gerados 
pelo município nos próximos 20 anos Sim 
Necessita 
análise 
mais 
detalhada 
Sim, com 
limitadas 
possibilida
des de 
expansão 
além de 
2030 
Disponibilidade de solo para empréstimo com 
características adequadas à cobertura do aterro Sim Sim Sim 
Distância em relação à sede municipal 19 km 19 km 20 km 
Área sem restrições impostas pelo zoneamento ambiental Sim Sim Sim 
Baixa densidade populacional Sim Sim Sim 
Vetor de crescimento Médio Mínimo Mínimo 
Menor valorização da terra Média Sim Sim 
Distâncias aos cursos d’água >200m <200m >200m 
Facilidade de acesso Sim Sim Sim 
Disponibilidade de energia Sim Sim Sim 
“Visibilidade da Área” Grande Média Grande 
 
Com base nos critérios apresentados no quadro 3 sugere-se descartar in limine o local 
Graúna 1, pois é o que apresenta mais inconvenientes em comparação às duas outras 
alternativas. 
 
O local Rio Pequeno, escolhido no passado, 
com anuência da FEEMA, tem como 
vantagem em relação ao local Graúna 2, o 
fato de estar mais afastado de cursos d’água 
e possuir uma área quase plana em cota 
mais elevada (12 a 15m de altitude) em 
relação à baixada que a circunda (cota da 
ordem de 5m). Como desvantagem tem a 
exposição visual para os usuários da BR-
101. Esse aspecto pode ser remediado 
mediante o plantio de um cinturão verde com 
espécies altas e frondosas de Mata Atlântica 
(ver figura 2). 
 
O local Graúna 2 situa-se relativamente 
próximo a um córrego, mas dispõe de uma 
área “plana” elevada, porém menor que a do Rio Pequeno, colocando-a como uma 
segunda opção. Este aspecto deve ser melhor analisado em estudos posteriores. Cabe 
destacar que o local Graúna 2 tem como vantagem em relação aos demais o fato de 
estar em uma posição pouco visível do núcleo urbano de Graúna e da BR - 101. 
 
As demais condições, ou seja, facilidade de acesso, disponibilidade de energia, solo para 
empréstimo, etc., são equivalentes. 
 
Estudos posteriores de viabilidade técnica e seleção de local de disposição dos resíduos 
sólidos devem ter abrangência multidisciplinar e considerar parâmetros relacionados ao 
 
Figura 2: Área para implantação do Aterro 
 
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17
meio físico (espessura do solo, disponibilidade de solo para empréstimo, profundidade do 
lençol freático, etc.) ao meio biológico (condicionantes ambientais) e ainda aspectos 
socioeconômicos (questões fundiárias, valor da terra, interferências em núcleos urbanos 
e comunidades rurais, etc.). A área que vier a ser selecionada deverá ser objeto de 
estudos de impacto ambiental (EIA - RIMA) e submetidas, como parte do processo de 
licenciamento, à audiência pública. 
 
Como as áreas têm características semelhantes e são próximas, a avaliação do Valor 
Presente (VP) será feita para apenas para uma única situação, sem distinguir um local do 
outro. Além das premissas consideradas nas soluções anteriores, para a alternativa de 
aterro municipal, serão consideradas: 
• Não haverá transbordo do lixo. Os caminhões compactadores descarregarão 
diretamente no aterro; 
• O percursos total de uma viagem do caminhão compactador será de 40 km (ida e volta 
do trevo da BR-101 ao aterro). 
 
O Valor Presente desta Solução A (VPA) será dado pela aplicação da seguinte fórmula: ( ) ( )
( ) t 
t 
c
18 = t
2 = t
1A
 i+ 1 
c + 1 T + Z
 + ) i + 1 (
I C
 = VP ∑ 
onde: 
VPA = Valor Presente da Solução A para o ano 2012 
CI = Custo inicial de desapropriação da área mais a implantação do aterro = 
R$ 2.665.002,00 
Z = Custo anual de operação e manutenção do aterro = R$ 740.439,00 
TC = Custo anual do transporte em caminhão compactador (40 km ida e volta) = 
R$ 593.548,00 
c = Taxa de crescimento demográfico, constante e igual a 2,39%aa. 
i = Taxa de desconto anual, considerada igual a 5,5% aa (Selic menos inflação) 
t = tempo decorrido, em anos, sendo t = 2 correspondente ao inicio de 2014 e t = 18 
correspondente ao início de 2030 
Valor Presente da Solução A para o ano 2012: 
 
VPA = R$ 19.520.525,11 
 
4.2.2. Disposição final fora do município (Solução B) 
 
Esta solução pressupõe que todo o lixo gerado em Paraty será transportado e disposto 
em um aterro sanitário localizado fora do município e, também, fora do território de Angra 
dos Reis. 
 
Para atender a essa premissa a alternativa mais plausível, ou seja, a de provável menor 
custo, será considerar a disposição final no aterro sanitário de Seropédica. Qualquer 
alternativa diferente dessa implicará o uso de algum aterro localizado no vale do Paraíba 
do Sul, fora da faixa litorânea. Isso resultará em maiores distâncias de transporte, 
associada, ainda, à subida da Serra do Mar, quer via Caraguatatuba (SP), quer via Serra 
 
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18
das Araras, visto que as estradas Lídice/Angra dos Reis e Paraty/Cunha possuem 
restrições ao trafego de carretas devido as suas características geométricas. 
 
O uso de um aterro sanitário de propriedade e operado pela iniciativa privada implicará o 
pagamento de um determinado valor por tonelada de lixo disposto. Esse mercado de 
“venda de espaço” para a disposição do lixo é recente e ganha força com a iniciativa do 
governo estadual de erradicar todos os lixões do Estado, gerando interesse de empresas 
privadas nessa modalidade de serviço. 
 
Nesse momento ainda não há um “preço de mercado” estabelecido que sirva como 
referência de custo para a “compra de espaço” em aterro sanitário. Fala-se, 
informalmente, em valores que variam de R$30,00 à R$ 100,00 por tonelada de lixo 
disposto8. Neste estudo será utilizado o valor de R$ 50,00/t disposta. 
 
Para a avaliação do Valor Presente dessa solução serão adotadas as seguintes 
premissas: 
• Construção e operação de uma estação de transferência na área do atual lixão Boa 
Vista, visando o transbordo dos resíduos dos caminhões compactadores provenientes 
da coleta para as carretas que farão o percurso de Boa Vista até Seropédica, local da 
disposição final; 
• Estimou-se em 8 km o percurso dos caminhões compactadores (ida e volta do trevo 
da BR-101 ao lixão Boa Vista); 
• O percursos das carretas foi estimado em 460km (ida e volta de Boa Vista a 
Seropédica); 
• Custo da disposição de R$ 50,00/t. 
 
O Valor Presente desta Solução B (VPB) será dado pela aplicação da seguinte fórmula: 
 
( )
( )( )
( )∑
18 = t
2 = t
t
t
TCT
1
T
B
 i + 1
c + 1 D+T + T + CA
 + 
i + 1
CI
 = VP 
 
Onde: 
 
VPB = Valor Presente da Solução B para o ano 2012 
CIT = Custo inicial de implantação da estação de transferência = R$ 729.982,00 
CAT = Custo anual de operação da estação de transferência = R$ 156.979,00 
TC = Custo anual do transporte em caminhão compactador (8km ida e volta) = 
R$ 118.709,60 
TT = Custo anual do transporte em carreta (460km ida e volta) = R$ 2.644.384,00 
D 
= Custo anual da disposição = R$ 511.000,00 
c 
= Taxa de crescimento demográfico constante e igual a 2,39% aa. 
i 
= Taxa de desconto anual de 5,5% aa (Selic menos inflação) 
t 
= tempo decorrido em anos, sendo t = 2, correspondente ao inicio de 2014 e t = 18, 
correspondente ao início de 2030 
 
8
 A disposição do lixo de Niterói no município de Itaboraí custa entre R$40,00 a R$60,00 por tonelada disposta (Fonte: 
Jornal O Globo, de 11/09/2011) 
 
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19
Valor Presente da Solução B para o ano de 2012: 
 
VPB = R$ 45.029.460,58 
 
4.2.3. Disposição final consorciada (Solução C) 
 
A Lei Federal 11.107 de 06/04/205, regulamentada pelo Decreto 6.017 de 17/01/2007 
dispõe sobre normas gerais para a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios 
constituírem consórcios públicos para a realização de objetivos comuns. 
 
Os consórcios municipais constituídos antes dessa Lei não tinha respaldo jurídico para a 
tomada de decisão, sobretudo para a alocação de recursos em ações situadas em outro 
município. 
 
O fracasso da tentativa anterior não inviabiliza uma nova proposta, até mesmo porque 
ocorrerão mudanças nas administrações municipais e nas câmaras de vereadores. 
Ademais, dos quatro municípios envolvidos na iniciativa anterior, Mangaratiba já está 
dispondo seu lixo no aterro de Seropédica e Rio Claro, possivelmente, irá integrar um 
outro consórcio intermunicipal no vale do Paraíba do Sul9. 
 
Dessa forma, restam apenas os municípios de Paraty e Angra dos Reis. Hoje o lixo de 
Paraty é disposto em Angra dos Reis, no aterro de Ariró, sem que este último seja 
beneficiado com um maior quinhão do ICMS Verde, por sediar em seu território um aterro 
sanitário de caráter regional. 
 
O Governo Estadual está empenhado em apoiar as administrações municipais no 
equacionamento e solução de seus problemas na área de saneamento básico. 
Especificamente no que se refere aos lixões, a meta é eliminá-los completamente até 2014 e, 
para isso, prevê a estruturação de consórcios intermunicipais que permitam racionalização e 
ganho de escala na disposição final dos resíduos sólidos. A SAE, fundamentada na Lei 
Federal no 11.107, está elaborando uma minuta de Projeto de Lei, a ser submetido à 
Assembléia Estadual, facultando sua participação em consórcios municipais, de modo a 
facilitar o equacionamento dos problemas de saneamento básico no Estado. 
 
Segundo a própria SAE, a idéia é que a participação do Estado nos consórcios não se 
limite ao apoio à sua estruturação legal e fortalecimento institucional, possibilitando, 
também, sua participação nos custos de implementação da solução ou, até mesmo, no 
próprio contrato de rateio dos custos operacionais envolvidos. 
 
Caso o Estado venha a participar de um futuro consórcio para a disposição final dos 
resíduos sólidos de Paraty e Angra dos Reis, a operação do aterro deverá submeter-se à 
regulação da Agencia Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de 
Janeiro (AGENERSA), com a finalidade de acompanhar, controlar e fiscalizar as 
concessões e permissões de serviços públicos concedidos. Eventualmente a 
AGENERSA deverá também participar da regulação da operação do aterro, mesmo sem 
a participação do Estado no consórcio, caso eles desejem se habilitar ao Programa 
Compra de Lixo Tratado. 
 
 
 
9
 Possivelmente congregando os municípios de Rio Claro, Volta Redonda, Piraí e Pinheiral 
 
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20
Essa solução de disposição final consorciada comporta a avaliação de duas alternativas. 
A primeira refere-se à possibilidade do consórcio licenciar e implantar um novo aterro 
sanitário, independentemente da existência do aterro privado de Ariró, já licenciado e em 
operação em Angra dos Reis e com bom horizonte de vida útil. A segunda alternativa, 
mais realista, consiste na possibilidade do consórcio usar o aterro de Ariró mediante o 
pagamento pelo quantitativo do lixo efetivamente disposto, atendendo às condições 
contratuais previamente negociadas entre as partes intervenientes e reguladas pela 
AGENERSA. 
 
Apesar da segunda alternativa se impor como a mais conveniente, pois a rigor carece de 
sentido implantar um novo aterro sanitário já existindo um aterro licenciado, a título de 
comparaçãoserão avaliadas a seguir as duas possibilidades. 
 
� Alternativa C1 (Novo Aterro Sanitário) 
 
Nos estudos e avaliações aqui efetuados, dentro de uma visão mais pessimista, não será 
considerada a participação do Estado no consócio e, portanto, não será considerado 
qualquer benefício advindo dessa participação. Dessa forma, os custos envolvidos serão 
rateados na mesma proporção dos quantitativos de lixo gerados em cada município em 
relação ao global produzido. Admitindo que Angra dos Reis produz a mesma taxa per 
capita de lixo de Paraty, tem-se que a proporção de rateio será proporcional as 
populações urbanas informadas pelo Censo do IBGE de 2010. Dessa forma, têm-se as 
seguintes percentagens de rateio em números inteiros: Paraty 19% e Angra dos Reis 
81%. 
 
Para a avaliação do Valor Presente dessa solução foram adotadas as seguintes 
premissas: 
• Será construída uma estação de transferência na área do atual lixão Boa Vista, 
visando o transbordo dos resíduos dos caminhões compactadores provenientes da 
coleta para as carretas que farão o percurso de Boa Vista até o aterro do consórcio, 
em Angra dos Reis; 
• O percurso dos caminhões compactadores foi estimado em 8 km (ida e volta do trevo 
da BR-101 ao lixão Boa Vista); 
• O percurso das carretas foi estimado em 180 km (ida e volta de Boa Vista até o aterro 
do consórcio, em Angra dos Reis); 
• Os custos de desapropriação, instalação e operação do aterro do consórcio em Angra 
dos Reis serão repartidos na proporção de 19% para Paraty e 81% para Angra dos 
Reis. 
 
O Valor Presente da Alternativa C1 (VPC1) será dado pela fórmula: 
 
( )
( )( )
( )
t18 = t
2 = t
t
TCT
1
T
C
i+1
c + 1 T + T + Z + CA
 + 
i + 1
CI + CI
 = VP ∑ 
Onde: 
 
VPC1 
= Valor Presente da Alternativa C1 para o ano 2012 
CI 
= Custo inicial de desapropriação da área mais da implantação do aterro (somente 
a parcela de Paraty) = 1.094.603,00 
 
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21
CIT 
= Custo inicial de implantação da estação de transferência = R$729.892,00 
CAT 
= Custo anual de operação da estação de transferência = R$ 156.979,00 
Z 
= Custo anual de operação e manutenção do aterro (somente a parcela de Paraty) 
= R$568.323,00 
TC 
= Custo anual do transporte em caminhão compactador (8 km ida e volta) = R$ 
118.709,00 
TT 
= Custo anual (do transporte em carreta (180 km ida e volta) = R$ 1.035.848,00 
c 
= Taxa de crescimento demográfico, constante e igual a 2,39% aa. 
i 
= Taxa de desconto anual, considerada igual a 5,5% aa (Selic menos inflação) 
t 
= tempo decorrido em anos, sendo t = 2 correspondente ao inicio de 2014 e t = 18 
correspondente ao início de 2030 
 
Com a fórmula e os valores acima, cujas justificativas são encontradas no Anexo 1, 
chegou-se ao seguinte valor para o Valor Presente da Solução C, para o ano 2012: 
 
VPC1 = R$ 25.678.111,00 
 
� Alternativa C2 (Uso do Aterro de Ariró) 
 
Esta alternativa assemelha-se, quanto à sua estrutura de custo, à Solução B, exposta 
anteriormente. Nela foi apenas modificada a distância de transporte da estação de 
transferência de Paraty ao aterro de Ariró, em Angra dos Reis. 
 
Cabe mencionar que hoje a Prefeitura de Paraty deposita seu lixo no Aterro da Locanty 
em Ariró sem pagar diretamente pela disposição final. Na prática, o custo da disposição 
encontra-se diluído nos demais serviços de limpeza urbana (varrição, coleta e 
transportes) prestados pela Locanty à Prefeitura. Caso seja escolhida a Alternativa C2, 
mantendo-se a prestação dos serviços prestados pela Locanty, os custos dos serviços de 
varrição, coleta e transportes teriam que ser reduzidos com o início do pagamento pela 
disposição, ou, alternativamente, a Prefeitura de Paraty não pagaria pela disposição 
enquanto a Locanty permanecesse prestadora dos serviços de varrição, coleta e 
transportes dos resíduos. 
 
Para a avaliação do Valor Presente dessa alternativa foram adotadas as seguintes 
premissas: 
• Construção e operação de uma estação de transferência no local do atual lixão Boa 
Vista, visando o transbordo dos resíduos dos caminhões compactadores para as 
carretas que farão o percurso de Boa Vista até o aterro de Ariró; 
• Estimou-se o percurso dos caminhões compactadores em 8 km (ida e volta do trevo 
da BR-101 ao lixão Boa Vista); 
• Estimou-se o percurso das carretas em 170 km (ida e volta de Boa Vista até Ariró); 
• Preço da disposição igual a R$ 50,00/t (como na Solução B). 
 
O Valor Presente desta Alternativa C2 (VPC2) é: 
 
 
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22
( )
( )( )
( )∑
18 = t
2 = t
t
t
TCT
1
T
2C
 i + 1
c + 1 D+T + T + CA
 + 
i + 1
CI
 = VP 
Onde: 
VPC2 = Valor Presente da Alternativa C2 para o ano 2012 
CIT = Custo inicial de implantação da estação de transferência = R$ 729.982,00 
CAT = Custo anual de operação da estação de transferência = R$ 156.979,00 
TC = Custo anual do transporte em caminhão compactador (8 km ida e volta) = 
R$ 118.709,60 
TT 
= Custo anual do transporte em carreta (170 km ida e volta) = R$ 976.907,90 
D 
= Custo anual da disposição = R$ 511.000,00 
c 
= Taxa de crescimento demográfico constante e igual a 2,39% aa. 
i 
= Taxa de desconto anual igual a 5,5% aa (Selic menos inflação) 
t 
= tempo decorrido em anos, sendo t = 2, correspondente ao inicio de 2014 e t = 
18, correspondente ao início de 2030 
 
O Valor Presente da Alternativa C2, para o ano 2012 é: 
 
VPC2 = R$ 23.841.864,31 
 
4.2.4. Comparação entre as alternativas consideradas 
 
Os resultados obtidos indicam que a solução de implantação de um aterro sanitário no 
próprio município é a mais vantajosa economicamente, principalmente a Solução C, 
conforme apresentado a seguir: 
• Solução A: Disposição final no município VPA = R$ 19.520.525,11 
• Solução B: Disposição final fora do município VPB = R$ 45.029.460,58 
• Solução C1: Disposição consorciada (novo aterro 
sanitário) 
VPC1 = R$ 25.678.111,00 
• Solução C2: Disposição consorciada (aterro de Ariró) VPC2 = R$ 23.841.864,31 
 
Da análise dos dados de custos empregados nas avaliações do Valor Presente (ver 
anexo 1), observa-se que nas soluções A e C1, que envolvem a implantação de novos 
aterros, os custos de implantação e de operação e manutenção são menores na Solução 
C1, o que já era esperado visto a economia de escala obtida na solução em consórcio. 
 
Observa-se, também, que os VPs das Soluções C1 e C2 (R$ 25,6 e R$ 23,8 milhões, 
respectivamente) são bastante próximos, apesar de terem sido calculados por métodos 
distintos. Essa proximidade de valores, de certa forma, valida os cálculos apresentados, 
visto que as soluções são materialmente iguais – ambas com disposição final em Angra 
dos Reis – justificando a equivalência de custos. A pequena diferença encontrada pode 
ser explicada não só pela natural imprecisão dos custos paramétricos empregados, mas 
também, pelo valor unitário da disposição empregado (R$50,00/t) que é, na realidade, um 
dado resultante de negociação comercial e, portanto, impreciso. 
 
 
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23
Cabe mencionar que em análises de custos, onde não se dispõe de detalhamentos do 
projeto, são normalmente usados custos paramétricos médios decorrentes de estudos ou 
projetos semelhantes encontrados na literatura técnica especializada. Dessa forma, como 
muitas vezes esses custos médios não expressam necessariamente determinadas 
condições particularesdo projeto em análise, é conveniente que se faça uma análise da 
sensibilidade dos valores de VPs encontrados para alguns dos parâmetros empregados. 
 
No caso em tela foram efetuadas duas diferentes verificações do Valor Presente (VP) das 
Soluções A e C2. 
 
A primeira verificação foi efetuada para variações da taxa de desconto líquidas no 
intervalo de 1 a 10% a.a. Neste caso, observou-se que a curva de VP da Solução C2 
manteve-se sempre acima da curva da Solução A em todo o intervalo analisado, o que 
confirma a validade da Solução A como a melhor opção econômica, mesmo 
considerando um amplo espectro de variação da taxa de desconto. 
 
A segunda verificação foi para variações do custo de disposição no intervalo de zero a 
R$100,00/tonelada. 
 
Nessa verificação, que pode ser melhor visualizada no gráfica abaixo, tem-se que para 
custos de disposição inferiores a R$ 17,78/t a solução C2 é, economicamente, a melhor. 
Cabe mencionar, como referido anteriormente, que no caso da estruturação de um 
consórcio com Angra dos Reis na forma da solução C2 e na eventualidade da 
manutenção das atuais condições contratuais com a Locanty, caberia à Prefeitura de 
Paraty negociar o não pagamento da disposição em Ariró, reforçando a Solução C2 como 
a melhor opção econômica. 
VARIAÇÃO DO VALOR PRESENTE
y = -3E-14x2 + 134,15x + 17134
R2 = 1
y = 19.520
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
0 20 40 60 80 100 120
Custo da Disposição (R$/t)
Va
lo
r 
re
se
n
te
 
(R
$ 1
.
00
0)
Solução A
Solução C2
R$ 17,78
 
 
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24
Finalmente, cabe também observar que além dos aspectos econômicos, outros fatores 
igualmente importantes, já comentados anteriormente, devem ser considerados na 
escolha final da solução. Se no passado o local Rio Pequeno foi eleito para receber a 
instalação de um aterro sanitário associado a uma usina de triagem e compostagem, a 
aceitação hoje desse mesmo local pelas organizações sociais e pelo órgão licenciador 
não é tão certa. 
 
No mais, as restrições já apresentadas para o local Rio Pequeno, em especial a sua 
limitação para expansões futuras além do horizonte de 2030, tornam a Solução A menos 
atrativa que a Solução C2 a despeito da pequena vantagem econômica apresentada pela 
primeira. 
 
5. PROGRAMAS E AÇÕES EM ANDAMENTO 
 
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente vem desenvolvendo, no 
âmbito do Projeto Paraty Recicla, os programas necessários à implementação da coleta 
seletiva, abrangendo de forma sintética os seguintes pontos: 
a) programa de capacitação dos grupos interessados, em especial de catadores de 
materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, hoje 
atuantes no lixão Boa Vista (projeto Cataforte). Estão sendo capacitadas 18 pessoas. 
Vem sendo conduzido pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares 
(ITCP), da COPPE/UFRJ; 
b) implantação da estação de triagem na área da futura Estação de Tratamento de 
Esgoto (ETE) no bairro Portão Vermelho. O projeto vem sendo desenvolvido pelo 
Instituto Colibri e deverá estar concluído em novembro de 2011; 
c) estruturação institucional da Cooperativa de Reciclagem, que vem sendo conduzida 
pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), da COPPE/ UFRJ; 
d) programa de responsabilidade socioambiental visando fomentar iniciativas para o 
consumo consciente. 
 
6. POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS FINANCEIROS 
 
A título de contribuição para o mapeamento de potenciais fontes de recursos financeiros 
complementares às fontes estaduais, como o FECAM, foi realizado um levantamento dos 
principais programas em nível Federal que eventualmente possam apoiar o 
financiamento das ações vinculadas ao manejo dos resíduos sólidos em Paraty. 
 
Cabe observar que o mapeamento limitou-se a indicação das potencias fontes uma vez 
que as condições de elegibilidade, bem como suas condições operacionais, são 
facilmente encontradas nos sites das entidades responsáveis. 
 
 
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25
6.1. Ministério do Meio Ambiente 
 
6.1.1. Programa “Brasil Joga Limpo": Tem como objetivo geral promover a 
melhoria da qualidade ambiental nos assentamentos humanos e incrementar a 
capacidade de gestão ambiental integrada no meio urbano e rural. Na gestão ambiental 
urbana busca-se reduzir a geração de resíduos, sua reciclagem, o gerenciamento 
integrado e a disposição final adequada, por meio da implementação de Plano de 
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. 
 
6.1.2. Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) 
 
O FNMA disponibiliza recursos para ações que contribuam para a implementação da 
Política Nacional do Meio Ambiente, que constam do Plano Plurianual. Tais ações estão 
distribuídas entre seis Coordenadorias de Núcleos Temáticos das quais a de Qualidade 
Ambiental apóia projetos que incentivam o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos e 
que contribuam efetivamente para implementação de políticas municipais pautadas no 
desenvolvimento sustentável, bem como busquem soluções ambientalmente seguras 
para os problemas decorrentes da geração de resíduos sólidos. 
 
6.1.3. Fomento a Projetos de Gerenciamento e Disposição Adequada 
de Resíduos Sólidos: Seu objetivo é apoiar projetos municipais, voltados para a 
implantação de Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, obras de 
disposição final, unidades de tratamento e coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos. 
 
6.2. Ministério das Cidades – Secretaria Nacional de 
Saneamento Ambiental (SNSA) 
 
6.2.1. Programa Pró-Saneamento: O objetivo é promover a melhoria das 
condições de saúde e da qualidade de vida da população por intermédio de ações de 
saneamento, integradas e articuladas com outras políticas setoriais, através de 
empreendimentos destinados ao aumento da cobertura de serviços de abastecimento 
d’água, esgoto sanitário, drenagem urbana, desenvolvimento institucional e tratamento e 
disposição final de resíduos sólidos. 
 
6.2.2. Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS): O 
Programa objetiva a promoção do reordenamento institucional do Setor, por meio (i) da 
indução do aumento da eficiência e da capacidade de investimentos, (ii) do apoio ao 
estabelecimento de novos modelos para a prestação dos serviços, ampliando a 
participação do setor privado e (iii) da proposição de instrumentos de regulação e 
controle. 
 
Os recursos são destinados, prioritariamente, a ações de recuperação e otimização da 
infraestrutura existente, assim como de reforma institucional e desenvolvimento 
operacional do prestador que impliquem a melhoria geral de sua eficiência. 
 
 
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26
6.2.3. Projeto de Assistência Técnica ao Programa de Saneamento 
para Populações em Áreas de Baixa Renda (PAT 
PROSANEAR/BIRD) 
 
É um Projeto de Assistência Técnica ao PROSANEAR que visa apoiar técnica e 
financeiramente os estados e municípios na elaboração de Projetos de Saneamento 
Integrado (PSI) e Planos de Desenvolvimento Local Integrado (PDLI), desde que 
assegurado os recursos para a realização das obras (FGTS, outras fontes públicas ou 
privadas). 
 
6.2.4. Programa Resíduos Sólidos Urbanos: Tem como objetivo contemplar 
intervenções que visem proporcionar à população acesso aos serviços de limpeza urbana 
e destinação final adequada de resíduos sólidos urbanos, voltados à salubridade 
ambiental, à eliminação de lixões e à inserção social de

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