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Como Nascem e Morrem as Células Ciclo Celular, Mitose, Meiose e Apoptose Fundação Universidade Federal de Rondônia- UNIR 2012 O início A vida celular começa a partir da formação do zigoto por duas células haplóides (espermatozóide e ovócito). Logo após essa formação, a nova célula entra em processo de divisão celular. Cada célula em divisão é chamada de célula-mãe, e seus descendentes, células- filhas. O ciclo celular é dividido em duas fases: Intérfase e fase M. A divisão celular propriamente dita, acontece na fase M e não na intérfase. Na intérfase acontece a replicação do DNA e então a célula entre em mitose onde acontece a duplicação celular. A fase M leva cerca de 30 a 60 minutos, enquanto a intérfase pode estender-se por horas, dias, semanas ou períodos ainda maiores. O Tempo de Vida de Uma Célula A longevididade de uma célula é muito variável conforme a espécie. No organismo humano, há células que duram muitos anos. Algumas têm a sua duração contada em dias. Outras acompanham o indivíduo por toda a vida, do nascimento à morte. Em função das variações do tempo de proliferação, as células animais podem ser divididas em 3 categorias: - Células que se dividem continuamente; - Células que ordinariamente não se dividem, mas que podem se dividir com estímulos; - Células terminalmente diferenciadas. Intérfase Fases G1, G0, S, G2 Controle Celular Fase G1 (inglês “gap” = intervalo): É a fase em que a célula aumenta gradativamente a sua massa. O DNA se encontra em forma de heterocromatina. Nesse período, a célula realiza suas funções vitais normalmente, como transcrição. As células que “saem” de G1 passam por períodos de crescimento, diferenciação e produção de substâncias. G0 (intervalo de tempo indeterminado):É o período em que a célula não recebe estímulo para realizar a próxima divisão, ficando somente para a atividade celular. As células que interromperam a divisão, quer seja temporariamente ou permanentemente, tanto no organismo como em cultura, estão presentes em um estágio que precede a síntese de DNA. Para que a célula saia de G0, ela precisa de estímulos citoplasmáticos. Exemplo de células que permaneceram em G0, são os neurônios. Fase S (inglês “synthesis” = Síntese): Estágio onde acontece a replicação do material genético. É tambem a fase em que a célula sintetiza as histonas adicionais que serão necessárias, uma vez que a célula duplica o número de nucleossomos nos seus cromossomos. Mesmo se duplicando, realiza suas funções metabólicas, e ao final dessa etapa, o material genético estará completamente duplicado. Fase G2 (2º intervalo): Ocorre o preparativo necessário para a próxima fase. São sintetizadas proteínas não-histônicas, que se associarão aos cromossomos. Acúmulo do complexo ciclina-Cdk. Acontece a duplicação dos centríolos (ficando com 2 pares) para a formação do fuso acromático na Mitose. Esse período exige gasto de energia, e por isso a produção de ATP aumenta. É o período em que acontece, também, a formação de organelas. Finalizando essa etapa, a célula entra em processo de divisão celular. Controle do Ciclo Celular Para a célula sair de uma fase para a outra, existem pontos de checagem da célula. São as proteínas ciclinas e Cdks, que trabalham associadas. A importância desse controle está em possíveis implicações na divisão celular, como no caso do câncer, no qual as células perdem a capacidade de regular sua própria divisão. Essas proteínas controlam a taxa de fosforilação das proteínas responsáveis por inúmeros fenômenos do ciclo celular. - Cdks (cinases dependentes de ciclina): Fosforilam proteínas-alvo; São expressas durante todo o ciclo (inativas); Ativas quando ligadas às ciclinas. - Ciclinas: Sintetizadas em fases específicas; Destruídas após exercerem sua função; Fosforilam Cdks. Fase M Mitose e Citocinese Mitose A mitose é um processo de divisão nuclear no qual as moléculas de DNA são igualmente divididas em dois núcleos. A mitose é usualmente acompanhada pela citocinese, que é a divisão do citoplasma em dois pacotes de material genético idêntico. Prófase: A transição da fase G2 para a fase M do ciclo celular não é um evento claramente definido. A cromatina, que está difusa na intérfase, vagarosamente condensa-se em cromossomos bem definidos, que se tornam visíveis ao microscópio óptico como filamentos finos. Ao final da prófase, os microtúbulos citoplasmáticos, que eram parte do citoesqueleto na intérfase, são desfeitos e reorganizados no fuso mitótico. O fuso inicialmente é montado fora do núcleo, entre os centrossomos em separação. Prometáfase: A dissolução do envelope nuclear marca o início dessa etapa, durante a qual a formação do fuso se completa e os cromossomos são movidos ao centro da célula. No início da prometáfase, os cromossomos compactados são espalhados através de todo o espaço onde existia a região nuclear. Metáfase: É quando os cromossomos se tornam alinhados no equador do fuso. O plano de alinhamento dos cromossomos em metáfase é referido como placa metafásica. O fuso mitótico contém um arranjo altamente organizado de microtúbulos idealmente adaptado para a tarefa de separação das cromátides duplicadas posicionadas no centro da célula, e portanto são divididas em três grupos: 1- Microtúbulos astrais 2- Microtúbulos cromossomais 3- Microtúbulos polares Célula do pulmão de Tritão Extrato de ovos de Xenopus Anáfase: Ativada por um sinal específico, a anáfase inicia abruptamente com a separação das cromátides irmãs (divisão longitudinal dos centrômeros), permitindo que cada cromátide (agora chamada cromossomo filho) seja lentamente movida em direção ao pólo do fuso a sua frente. Telófase: Na telófase, os cromossomos filhos estão presentes nos dois pólos da célula. Inicia-se a descompactação cromossômica, desmontagem do fuso e reorganização dos envoltórios nucleares ao redor dos cromossomos filhos. Durante a citocinese o citoplasma divide-se por um processo chamado clivagem. Na célula animal forma-se uma constrição na altura da região equatorial da célula-mãe, que vai progredindo e termina por dividir o citoplasma, levando à separação das duas células-filhas, cada uma delas recebendo partes iguais do conteúdo citoplasmático. A clivagem é alcançada pela contração de um fino anel composto por uma rede de filamentos de actina, interligados por mols de miosina II. Citocinese 21/10/12 É formado no início da anáfase por dentro da membrana e a ela ligado. A membrana da célula se invagina, que leva a separação das duas células-filhas. O anel é dissolvido totalmente no final da clivagem. Nas células vegetais a citocinese ocorre com a construção de uma nova parede celular, a Lâmina Celular. Meiose Meiose I: Prófase I, Metáfase I, Anáfase I, telófase I. Meiose II: Prófase II, Metáfase II, Anáfase II, Telófase II. A mitose produz células-filhas com o mesmo número de cromossomos da célula- mãe, a meiose (tipo de divisão celular que produz gametas nos animais) produz células com a metade dos cromossomos. O número de cromossomos da espécie é restaurado com a união dos gametas masculino e feminino. A sequência de eventos que levam a primeira divisão da meiose é chamada demeiose I ou reducional. A segunda sequência é dita meiose II ou equacional. Meiose I A meiose I é tembém chamada de reducional porque ao final dela são produzidas duas células com a metade do número de cromossomos da célula-mãe. Ou seja, já no final da meiose I as células serão haplóides. Por ser uma fase muito longa, a prófase foi dividida em 5 fases: Leptóteno Zigóteno Paquíteno Diplóteno Diacinese Prófase I Leptóteno: Nessa fase os cromossomos começam a se condensar. Zigóteno: Os cromossomos homólogos se juntam formando pares, processo conhecido como sinapse cromossômica. O que mantém juntos os cromossomos homólogos é uma substância proteica que funciona como se fosse uma cola. O nome dessa estrutura é complexo sinaptonêmico. Complexo sinaptonêmico Prófase I Paquíteno: O complexo sinaptonêmico já está formado. Como cada bivalente (pares homólogos) possui 4 cromátides, podemos chamar essas estruturas de tétrades. É nessa fase que acontece o crossing over ou permutação. Prófase I Diplóteno: Torna-se visível o cruzamente em X das cromátides homólogas que realizaram o crossing-over. O nome dessa estrutura em X é quiasma (pontos onde houve permutação). Por isso dizemos que no diplóteno ocorre a visualização dos quiasmas, e o complexo sinaptonêmico é desfeito. Prófase I Diacinese: O envoltório nuclear é desfeito e os cromossomos homólogos se separam, ocorrendo a terminação dos quiasmas. Metáfase I Sem o envoltório nuclear os cromossomos se ligam ao fuso acromático, que foi montado durante a prófase I. O fuso, assim como na mitose, dispõe os cromossomos no meio da célula, formando a placa equatorial. Aqui existe uma diferença muito importante em relação a mitose. Na meiose I os cromossomos homólogos ficam um do lado do outro. Anáfase I O par de cromossomo homólogo separa-se indo para cada pólo um cromossomo duplicado de cada par. Não acontece separação do centrômero, como acontece na anáfase da mitose. Ao final dessa etapa, tem-se na meiose I n cromossomos duplicados, em que duas cromátides-irmãs estão ligadas pelo centrômero, recebendo o nome de díades. Telófase I Produz menos mudanças do que na mitose. O envoltório nuclear pode ou não ser desfeito. Cromossomo se descondensam. O período entre as duas divisões meióticas é chamado de intercinese. Meiose II (segunda divisão meiótica) Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa a se desintegrar. Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que partem de ambos os pólos. Anáfase II – Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se (lembrando a mitose). Telófase II e citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa as quatro células-filhas haplóides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose. 21/10/12 Recombinação genética durante a meiose - Favorece a evolução das espécies; - Aumenta a variabilidade genética; - Segregação independente; - Sem a recombinação os alelos permaneceriam unidos geração após geração; A recombinação envolve quebra e reunião física do material cromossômico. 21/10/12 Morte celular Autofagia Mitose catastrófica Senescência Necrose e tipos Apoptose Autofagia Ocorre em resposta a um stress metabólico que resulta na degradação de componentes celulares. Durante a autofagia, porções do citoplasma são encapsuladas por membranas denominadas autofagossomos, que irão se fusionar com os lisossomos que é degradado pelas hidrolases lisossomais. Mitose catastrófica A mitose catastrófica envolve uma mitose aberrante, resultando em uma segregação cromossômica errônea.normalmente não é considerada uma morte celular, mas sim uma sinalização irreversível para tal fato. Senescência É um processo metabólico ativo essencial para o envelhecimento. Ocorre por meio de uma programação genética que envolve deterioração dos telômeros e ativação dos genes supressores tumorais. Em suma, as células perdem sua capacidade proliferativa após um determinado número de divisões celulares. Toda vez que a célula se duplica ela também duplica os cromossomos. Este processo, encurta os telômeros das células, portanto, teoricamente, pode-se definir com exatidão a expectativa de vida de um ser vivo analisando quantos telômeros ainda restam em suas células, ou seja, quantas vezes as células ainda poderão se duplicar antes de o indivíduo morrer. Assim, os telômeros podem ser considerados sofisticados Relógios Biológicos. A perda dos telômeros apenas correlaciona com a senescência celular, não sendo assim a causa determinante da mesma. Outros estímulos, além dos telômeros, também têm sido sugeridos como sendo indutores da senescência celular, dentre os quais podemos destacar a danificação do DNA e a ativação de oncogenes. Relação do Encurtamento dos Telômeros e o Envelhecimento Necrose É o tipo de morte celular na qual a célula recebe algum tipo de agressão, que resulta no aumento celular, agregação da cromatina, desorganização do citoplasma, perda da integridade da membrana plasmática e consequente ruptura celular. Necrose do tecido adiposo Necrose por liquefação É aquela em que a área necrosada adquire consistência mole, semifluida ou mesmo liquefeita. A liquefação é causada pela grande quantidade de enzimas lisossômicas. Nas inflamações purolentas, também acontece necrose por liquefação do tecido inflamado, produzido pela ação das enzimas lisossômicas liberadas pelos leucócitos exsudados (que escorreram). Esteatonecrose: São nódulos duros, arredondados e indolores que se criam a seguir a traumatismos da mama (ex. cinto de segurança). O traumatismo das células e a sua conseguinte morte habitualmente provoca o aparecimento de calcificações visíveis nas mamografias. Como é difícil distinguir entre esteatonecrose (ou necrose gorda) e o carcinoma recomenda-se a excisado cirúrgica ou a sua biópsia. Apoptose “Morte celular programada”, para designar uma morte celular não acidental. Ocorre nas mais diversas situações, como na reposição fisiológica de certos tecidos maduros, na atrofia dos órgãos, na resposta inflamatória e na eliminação de células após dano celular por agentes genotóxicos. Imagens de microscopia de varredura para mostrar o aspecto de células em apoptose. À E., célula normal com microvilosidades. À D., célula em apoptose, mostrando orifícios (crateras) na superfície celular. Apoptose - Retração da célula; - Perda de aderência com a matriz extra celular e com as células vizinhas; - Condensação da cromatina; - Fragmentação internucleossômica do DNA; - Formação dos corpos apoptóticos. Células normais (N) e células em apoptose (setas). Estas se fragmentam em glóbulos (corpos apoptóticos), que serão eliminados por outras células sem causarreação inflamatória Caspases Estão localizadas no citoplasma. São um grupo de proteases com importância fundamental no processo de apoptose. São elas que sinalizam para a apoptose e clivam esses substratos levando a condensação e fragmentação nuclear, externalização de fosfolipídios de membrana que irão sinalizar para estas células serem fagocitadas por macrófagos. Há dois tipos de caspases: iniciadoras e efetoras. As iniciadoras clivam as efetoras ativando-as, essas clivam outras proteínas resultando no processo apoptótico. Referências Bibliográficas - JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e Molecular. 8ª ed. Cap. IX. Rio de Janeiro Guanabara Koogan, 2005. - KARP, G. Biologia Celular e Molecular: Conceitos e Experimentos.Cap. XIV. Editora Manole, 2005. - ALBERTS, B.; BRAY, D.; LEWIS, J.; RAFF, M.; ROBERTS, K; WATSON, J. D. Biologia Molecular da Célula. 3ª ed. Cap. XVII, XVIII. Editora Artes Médicas. Porto Alegre, 1997. < http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_celular > < http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/ciclo-celular/index-ciclo-celular.php > < http://www.brasilescola.com/biologia/ciclo-celular.htm > < http://www.brasilescola.com/biologia/mitose.htm > < http://www.infoescola.com/biologia/mitose/ > < http://www.brasilescola.com/biologia/meiose.htm > < http://www.webciencia.com/11_03divisao.htm > < http://www.dbm.ufpb.br/~marques/animacoes.htm > < http://www.dbm.ufpb.br/~marques/Animacoes/Stages%20of%20Meiosis.swf > <http://www.dbm.ufpb.br/~marques/Animacoes/Comprarison%20of%20Meiosis%2 0and%20Mitosis.swf> < http://www.nobelprize.org/educational/medicine/2001/ > < http://www.johnkyrk.com/index.pt.html > < http://highered.mcgraw- hill.com/sites/0072437316/student_view0/chapter11/animations.html > Referências Webgráficas
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