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INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 1 
 
INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A 
CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ABORDAGENS 
MULTIDISCIPLINARES E RESULTADOS CLÍNICOS. 
 
Francisca Araújo da Silva 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Juliana Balta Ferreira 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
Giane Demo 
Cintia Aparecida Nogueira dos Santos 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) representa um desafio significativo no desenvolvimento 
infantil, exigindo intervenções terapêuticas personalizadas e integradas que envolvam diferentes áreas 
do conhecimento. A atuação conjunta de profissionais como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, 
psicólogos, educadores e médicos tem se mostrado essencial para proporcionar avanços no 
desenvolvimento da criança, conforme apontado por Bernabé et al. (2023) e pela diretriz do Ministério 
da Saúde (BRASIL, 2015). Uma das principais abordagens terapêuticas utilizadas é a terapia 
comportamental, especialmente a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que foca no 
desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas, além da redução de comportamentos 
desafiadores (Brito et al., 2021; Ung et al., 2015). A terapia ocupacional, por sua vez, é fundamental 
para desenvolver habilidades motoras, sensoriais e de autocuidado, promovendo a autonomia da 
criança no cotidiano (Bhat, Landa e Galloway, 2011; Bhat, 2020). A fonoaudiologia atua na 
estimulação da comunicação verbal e não verbal, na alimentação e deglutição, aspectos essenciais para 
o convívio social (Bernabé et al., 2023). A integração sensorial, por meio da terapia sensorial, é 
relevante para crianças com TEA, que geralmente apresentam dificuldades na regulação dos estímulos 
do ambiente (Yu et al., 2018). Intervenções complementares como a equoterapia e a musicoterapia têm 
mostrado benefícios no desenvolvimento emocional e social (Caetano et al., 2020; Drumond 
Ischkanian, 2023). A literatura evidencia que quanto mais precoce for à intervenção, melhores os 
resultados clínicos. Intervenções iniciadas nos primeiros anos de vida promovem melhor adaptação e 
desenvolvimento global da criança (Evêncio, Menezes e Fernandes, 2019). A inclusão escolar, por sua 
vez, é um aspecto importante, sendo necessária a adaptação do ambiente educacional para atender às 
especificidades do aluno com TEA, conforme discutido por Drumond Ischkanian (2020; 2023). Artigo 
de caráter bibliográfico documental destaca que os resultados clínicos observados a partir dessas 
práticas incluem melhora na comunicação, no comportamento, nas habilidades motoras e de 
autocuidado, aumento da independência e participação social, além de impactos positivos na qualidade 
de vida (Chaim et al., 2020; Wang et al., 2023). A qualidade de vida das famílias também tende a 
melhorar quando há suporte terapêutico adequado (Damasceno et al., 2021; Gardiner e Iarocci, 2012). 
A colaboração entre os profissionais da saúde, da educação e a família é um componente essencial no 
processo terapêutico. A legislação brasileira, por meio da Lei nº 12.764/2012, reconhece o direito à 
proteção integral e à atenção multidisciplinar às pessoas com TEA (BRASIL, 2012). Essa política 
reforça a importância da formação contínua de profissionais e da atuação conjunta com os cuidadores 
(Da Silva e De Sousa, 2021). As intervenções terapêuticas integrativas, aliadas à abordagem 
multidisciplinar e ao envolvimento familiar, promovem melhorias significativas no desenvolvimento e 
na qualidade de vida de crianças com TEA. O planejamento terapêutico individualizado e o apoio das 
políticas públicas são determinantes para o sucesso desse processo. 
Palavras-chave: TEA; intervenção multidisciplinar; autismo infantil; qualidade de vida; terapias 
integrativas. 
 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 2 
 
INTEGRATIVE THERAPEUTIC INTERVENTIONS IN THE CARE OF CHILDREN 
WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER: MULTIDISCIPLINARY APPROACHES AND 
CLINICAL OUTCOMES 
Francisca Araújo da Silva 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Juliana Balta Ferreira 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
Giane Demo 
Cintia Aparecida Nogueira dos Santos 
Autism Spectrum Disorder (ASD) represents a significant challenge in child development, 
requiring personalized and integrative therapeutic interventions that encompass various areas of 
knowledge. The joint work of professionals such as occupational therapists, speech-language 
pathologists, psychologists, educators, and physicians has proven essential for fostering 
developmental progress in children, as highlighted by Bernabé et al. (2023) and the guidelines 
from the Brazilian Ministry of Health (BRASIL, 2015). One of the primary therapeutic approaches 
used is behavioral therapy, particularly Applied Behavior Analysis (ABA), which focuses on the 
development of social and communication skills, as well as the reduction of challenging behaviors 
(Brito et al., 2021; Ung et al., 2015). Occupational therapy, in turn, plays a fundamental role in 
developing motor, sensory, and self-care skills, promoting autonomy in the child’s daily life 
(Bhat, Landa, & Galloway, 2011; Bhat, 2020). Speech-language therapy contributes by 
stimulating both verbal and nonverbal communication, as well as addressing feeding and 
swallowing—critical aspects for social interaction (Bernabé et al., 2023). Sensory integration, 
through sensory-based therapy, is relevant for children with ASD who often face difficulties in 
regulating environmental stimuli (Yu et al., 2018). Complementary interventions such as equine-
assisted therapy (hippotherapy) and music therapy have shown benefits in emotional and social 
development (Caetano et al., 2020; Drumond Ischkanian, 2023). Literature indicates that the 
earlier the intervention begins, the better the clinical outcomes. Interventions initiated in the early 
years of life contribute to better adaptation and global development of the child (Evêncio, 
Menezes, & Fernandes, 2019). School inclusion is also a critical aspect, requiring educational 
environments to be adapted to meet the specific needs of students with ASD, as discussed by 
Drumond Ischkanian (2020; 2023). This documentary and bibliographic article highlights that 
clinical outcomes resulting from these practices include improvements in communication, 
behavior, motor and self-care skills, increased independence, and social participation, in addition 
to positive impacts on overall quality of life (Chaim et al., 2020; Wang et al., 2023). Family 
quality of life also tends to improve when appropriate therapeutic support is provided (Damasceno 
et al., 2021; Gardiner & Iarocci, 2012). Collaboration among health professionals, educators, and 
families is an essential component of the therapeutic process. Brazilian legislation, through Law 
No. 12.764/2012, recognizes the right to comprehensive protection and multidisciplinary care for 
individuals with ASD (BRASIL, 2012). This policy underscores the importance of ongoing 
professional training and joint action with caregivers (Da Silva & De Sousa, 2021). Integrative 
therapeutic interventions, combined with a multidisciplinary approach and family involvement, 
lead to significant improvements in the development and quality of life of children with ASD. 
Individualized therapeutic planning and support from public policies are key to the success of this 
process. 
Keywords: ASD; multidisciplinary intervention; childhood autism; quality of life; integrative 
therapies. 
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INTERVENCIONES TERAPÉUTICAS INTEGRATIVAS EN LA ATENCIÓN A NIÑOS 
CON TRASTORNO DEL ESPECTRO AUTISTA: ENFOQUES MULTIDISCIPLINARIOS 
Y RESULTADOS CLÍNICOS 
Francisca Araújo da Silva 
Simone Helenprática terapêutica complementar que tem mostrado resultados 
promissores no desenvolvimento motor e afetivo de indivíduos com TEA. Por meio da interação 
com o cavalo, o paciente experimenta um estímulo multissensorial que favorece a coordenação 
motora, o equilíbrio, o fortalecimento muscular e, sobretudo, o vínculo afetivo. A cavalaria atua 
como facilitadora da comunicação não verbal, promovendo um ambiente lúdico e acolhedor. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 25 
 
Segundo Da Silva e Sousa (2021), a equoterapia promove a autoestima, a confiança e o 
desenvolvimento emocional, aspectos essenciais para o progresso dos indivíduos autistas. 
Além dos benefícios físicos, a interação com o cavalo proporciona uma melhora 
significativa na capacidade de atenção e concentração, importantes para o aprendizado e a 
socialização. Damasceno et al. (2021) destacam que a experiência de cuidado e contato com o 
animal contribui para a empatia e a redução dos níveis de ansiedade, além de incentivar a 
autonomia e a expressão afetiva. A Equoterapia, portanto, integra o desenvolvimento motor e 
emocional, oferecendo uma alternativa complementar eficaz e prazerosa no atendimento ao TEA. 
 
2.4.3 Musicoterapia 
A Musicoterapia configura-se como uma terapia complementar que utiliza a música e 
seus elementos (som, ritmo, melodia, harmonia) para estimular a expressão emocional e a 
comunicação alternativa em indivíduos com TEA. Através da música, esses pacientes conseguem 
externalizar sentimentos, melhorar a capacidade de interação social e desenvolver habilidades 
comunicativas que, muitas vezes, são comprometidas pelo transtorno. Conforme ressaltam Da 
Silva e Sousa (2021), a Musicoterapia oferece um canal de comunicação não verbal que pode ser 
essencial para indivíduos com limitações na fala ou com dificuldades em se expressar 
verbalmente. 
Essa terapia envolve atividades como cantar, tocar instrumentos, escutar e criar músicas, 
o que favorece a atenção, a concentração e a memorização. Além disso, a Musicoterapia pode 
reduzir comportamentos estereotipados e crises de ansiedade, criando um ambiente seguro e 
acolhedor para a expressão dos sentimentos. Damasceno et al. (2021) enfatizam que a participação 
em sessões de Musicoterapia também contribui para o fortalecimento dos vínculos afetivos entre o 
paciente e seus familiares ou terapeutas, ampliando a rede de apoio e o desenvolvimento social. 
 
2.4.4 Outras Práticas Complementares 
Diversas outras práticas complementares vêm sendo incorporadas ao atendimento de 
indivíduos com TEA, entre elas destacam-se a Arteterapia, Hidroterapia e Yoga Infantil. A 
Arteterapia, por exemplo, utiliza a expressão artística como meio de comunicação e 
autoexploração, permitindo que o paciente expresse emoções e vivências que muitas vezes não 
conseguem ser verbalizadas. Conforme Da Silva e Sousa (2021), essa terapia favorece o 
desenvolvimento cognitivo, emocional e social, estimulando a criatividade e a autonomia. 
A Hidroterapia, por sua vez, utiliza a água como ambiente terapêutico para promover o 
desenvolvimento motor, o equilíbrio e a coordenação. O meio aquático proporciona uma sensação 
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de leveza e segurança, facilitando os movimentos e a interação social. Damasceno et al. (2021) 
ressaltam que a Hidroterapia pode reduzir o estresse e a ansiedade, promovendo relaxamento e 
bem-estar. 
Já a Yoga Infantil é uma prática que incorpora exercícios de respiração, posturas e 
meditação adaptados para crianças com TEA, contribuindo para a melhora da concentração, 
controle emocional e regulação do estresse. Segundo Damasceno et al. (2021), a Yoga oferece um 
espaço para o desenvolvimento da consciência corporal e da autoaceitação, além de fortalecer a 
conexão entre mente e corpo, aspectos muitas vezes fragilizados no espectro autista. 
 
2.4.5 Integração das Terapias Complementares 
A combinação dessas terapias complementares no atendimento ao TEA oferece um 
tratamento multidimensional, atendendo não apenas os sintomas clínicos, mas também as 
necessidades emocionais, sociais e cognitivas dos pacientes. Da Silva e Sousa (2021) ressaltam 
que essa abordagem integrada potencializa os efeitos terapêuticos, promovendo o 
desenvolvimento global do indivíduo. 
Damasceno et al. (2021) enfatizam a importância da personalização das intervenções, 
levando em conta as particularidades de cada paciente e seu contexto familiar, social e cultural. 
Assim, a escolha das terapias complementares deve considerar os interesses, habilidades e 
desafios do indivíduo, buscando um equilíbrio entre o estímulo sensorial, o desenvolvimento 
motor e o suporte emocional. 
 
2.4.6 Papel dos Cuidadores e Profissionais 
A efetividade das terapias complementares está diretamente ligada à participação ativa 
dos cuidadores e profissionais envolvidos no cuidado do paciente com TEA. Da Silva e Sousa 
(2021) destacam que o engajamento familiar é fundamental para que as práticas sejam 
incorporadas no cotidiano, garantindo a continuidade e a maximização dos benefícios. 
A atuação multidisciplinar dos profissionais — que inclui terapeutas ocupacionais, 
fisioterapeutas, psicólogos, musicoterapeutas, entre outros — é essencial para o planejamento, 
execução e avaliação das intervenções, assegurando que cada abordagem seja aplicada de forma 
adequada e eficiente, conforme as necessidades individuais. Damasceno et al. (2021) apontam que 
a formação e capacitação desses profissionais são imprescindíveis para garantir um atendimento 
de qualidade, embasado em evidências e boas práticas. 
 
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2.5. Importância da Intervenção Precoce 
A intervenção precoce tem se mostrado um dos pilares mais relevantes no atendimento ao 
Transtorno do Espectro Autista (TEA), principalmente diante dos avanços da neurociência e da 
compreensão do desenvolvimento infantil. Estudos evidenciam que o início de intervenções em 
fases iniciais da infância pode alterar significativamente o curso do desenvolvimento, promovendo 
ganhos expressivos em áreas como linguagem, cognição, habilidades sociais e comportamento 
adaptativo. Isso se deve, em grande parte, à maior plasticidade cerebral nos primeiros anos de 
vida, uma característica que permite ao cérebro se reorganizar e formar novas conexões neurais 
com mais facilidade do que em fases posteriores do desenvolvimento. De acordo com Fleury et al. 
(2013, p. 249), essa janela de neuroplasticidade representa uma oportunidade crítica para 
maximizar os efeitos das intervenções terapêuticas, o que justifica o esforço em estabelecer 
diagnósticos precoces e planos terapêuticos individualizados desde os primeiros sinais do 
transtorno. 
Intervenções iniciadas em idade pré-escolar têm se mostrado eficazes na diminuição dos 
sintomas nucleares do autismo, como os déficits na comunicação social e os comportamentos 
repetitivos e restritivos. Tais intervenções geralmente incluem abordagens comportamentais, 
terapias ocupacionais, fonoaudiologia e apoio psicopedagógico, muitas vezes em formatos 
intensivos e estruturados. A literatura aponta que crianças que recebem esse tipo de suporte antes 
dos três anos apresentam melhores resultados em comparação com aquelas que iniciam os 
cuidados após essa fase. Fleury et al. (2013, p. 252), ao analisar padrões motores repetitivos em 
crianças com TEA, demonstram que a repetição motora está ligada à regulação neurológica e 
comportamental, e que intervenções precoces podem atenuar esses padrões ao oferecer 
alternativas mais funcionais de expressão e exploração do ambiente. 
A plasticidade neural durante os primeiros anos de vida está diretamente associada ao 
ambiente e à qualidade dos estímulos recebidos. Esse período, consideradouma janela crítica para 
o desenvolvimento neurológico, é caracterizado por uma intensa formação e reorganização das 
conexões sinápticas, permitindo ao cérebro adaptar-se rapidamente a novas experiências. Quando 
a criança é exposta precocemente a experiências enriquecedoras, estruturadas e afetivamente 
significativas, o cérebro responde de maneira dinâmica com a criação e fortalecimento de redes 
neurais funcionais, o que facilita a aquisição de habilidades cognitivas, linguísticas, sociais e 
motoras. Esses estímulos, que podem ocorrer por meio de interações familiares responsivas, 
brincadeiras dirigidas, terapias especializadas e ambientes educativos apropriados, contribuem 
para o amadurecimento de funções executivas e reguladoras do comportamento. 
 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 28 
 
Tabela 2: Plasticidade Neural em Crianças com TEA. 
Fundamento Atividades 
Recomendadas 
Tipo de 
Estímulo 
Progressão 
Esperada 
Fundamentação (2025) 
 
Neuroplasticida
de intensa na 
primeira 
infância 
 
Intervenções 
precoces 
multidisciplinares 
(fonoaudiologia, 
TO, 
psicopedagogia) 
 
 
Cognitivo, 
motor, sensorial 
e afetivo 
 
Melhora na 
comunicação, 
socialização e 
regulação 
emocional 
Francisca Araújo da Silva 
afirma que a plasticidade 
neural é maior nos primeiros 
anos de vida, e que 
intervenções precoces 
ampliam o potencial 
adaptativo da criança com 
TEA. 
 
Integração 
sensorial como 
base para o 
processamento 
neurológico 
Sessões de 
integração 
sensorial com 
terapeuta 
ocupacional, 
ambientes 
multissensoriais 
estruturados 
 
Estímulos táteis, 
visuais, 
auditivos, 
proprioceptivos e 
vestibulares 
 
Regulação 
sensorial, 
atenção e 
redução de 
comportamentos 
disfuncionais 
Simone Helen Drumond 
Ischkanian destaca que o 
cérebro em desenvolvimento 
responde positivamente à 
organização sensorial, 
favorecendo conexões neurais 
eficazes. 
 
Ambiente 
afetivo e 
interações 
responsivas 
Brincadeiras 
mediadas por 
adultos, leitura 
com entonação 
emocional, jogos 
sociais 
cooperativos 
 
Estímulo 
emocional, 
interpessoal e 
simbólico 
 
Vínculo seguro, 
empatia 
e 
desenvolvimento 
socioemocional 
Gladys Nogueira Cabral 
enfatiza que relações afetivas 
consistentes geram 
experiências neuroafetivas 
que fortalecem o 
desenvolvimento emocional e 
cognitivo. 
 
Mediação e 
engajamento na 
comunicação 
social 
Musicoterapia, 
jogos de turno, 
histórias sociais e 
comunicação 
aumentativa 
 
Estímulo social, 
pragmático e 
linguístico 
Melhora na 
linguagem 
expressiva e na 
reciprocidade 
social 
Priscilla Nayane Magalhães 
Ribeiro dos Santos 
argumenta que a estimulação 
comunicativa precoce 
favorece áreas cerebrais 
ligadas à linguagem e à 
cognição social. 
 
Movimento 
como via de 
organização 
neural 
Atividades 
psicomotoras, 
equoterapia, jogos 
motores adaptados 
 
Estímulo motor 
global e fino 
Aumento da 
integração 
sensório-
motora e da 
autonomia 
funcional 
Giane Demo ressalta que o 
movimento corporal é um 
pilar essencial no processo de 
aprendizagem e organização 
do comportamento infantil. 
Estrutura e 
previsibilidade 
como 
suporte 
neurológico 
Planejamento 
visual de rotinas, 
quadros de 
atividades, pistas 
visuais para 
transições 
 
Estímulo 
executivo e 
comportamental 
 
Redução da 
ansiedade e 
aumento da 
autorregulação 
Cíntia Aparecida Nogueira 
dos Santos defende que 
ambientes organizados e 
previsíveis facilitam a 
internalização de padrões e a 
adaptação cerebral ao 
contexto. 
 
Afeto, mediação 
educativa e 
vínculo 
familiar 
Participação ativa 
da família em 
contextos 
terapêuticos e 
educacionais 
 
Estímulo afetivo 
e educativo 
 
Estabilidade 
emocional e 
segurança para 
exploração e 
aprendizagem 
Juliana Balta Ferreira 
aponta que a participação 
familiar fortalece os circuitos 
de apego e segurança, 
essenciais para o 
desenvolvimento 
neuroafetivo. 
Fonte: SILVA, Francisca Araújo da; DRUMOND ISCHKANIAN, Simone Helen; CABRAL, Gladys 
Nogueira; FERREIRA, Juliana Balta; RIBEIRO DOS SANTOS, Priscilla Nayane Magalhães; 
DEMO, Giane; SANTOS, Cintia Aparecida Nogueira dos. 2025. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 29 
 
Em contrapartida, a ausência de estímulo adequado ou o início tardio de intervenções 
pode comprometer o aproveitamento dessa fase de maior receptividade neural, resultando em 
atrasos no desenvolvimento e na consolidação de padrões comportamentais desadaptativos. 
Quando a intervenção ocorre após o fechamento dessa janela crítica, o cérebro apresenta menor 
flexibilidade para reorganização funcional, tornando os avanços mais lentos e restritos. A 
negligência nesse período pode impactar profundamente a autonomia futura da criança, sua 
capacidade de aprendizagem e sua inclusão social. A atuação precoce é vista não apenas como 
uma estratégia terapêutica, mas como uma medida preventiva, capaz de reduzir os efeitos 
negativos do transtorno ao atuar antes da consolidação de déficits. 
Nesse sentido, Gardiner e Iarocci (2012, p. 2180) destacam que o impacto da deficiência 
do desenvolvimento sobre a qualidade de vida das famílias é atenuado quando há suporte precoce 
e contínuo, o que reduz o estresse parental e melhora a adaptação da família à condição do filho. 
Isso ocorre porque, ao receberem orientação desde o início, os cuidadores tornam-se mais 
preparados para lidar com os desafios do cotidiano, compreendendo melhor os sinais da criança e 
respondendo de forma mais assertiva às suas necessidades. A construção de um ambiente familiar 
estruturado, afetivo e previsível, aliado ao apoio profissional, contribui não apenas para o 
progresso da criança, mas também para o fortalecimento dos vínculos familiares e para o bem-
estar coletivo. 
A intervenção precoce também possui efeitos indiretos, beneficiando o núcleo familiar 
como um todo. A redução da sobrecarga emocional dos pais, a melhora da comunicação 
intrafamiliar, a sensação de competência parental e o sentimento de pertencimento a uma rede de 
apoio contribuem significativamente para que a família se sinta fortalecida diante do diagnóstico. 
Quando a criança é assistida desde cedo, toda a estrutura ao seu redor é convidada a se reorganizar 
de maneira mais saudável e funcional, promovendo, assim, um ambiente propício ao seu pleno 
desenvolvimento. 
Ao invés de corrigir comportamentos já cristalizados, a abordagem precoce trabalha de 
forma preventiva, ensinando habilidades alternativas e mais funcionais desde o início. Por 
exemplo, crianças que demonstram sinais de dificuldades na comunicação podem aprender a usar 
recursos alternativos, como sistemas de comunicação aumentativa, antes que frustrações e crises 
de comportamento se tornem rotineiras. Assim, além dos ganhos no desenvolvimento, a 
intervenção precoce pode evitar a emergência de problemas emocionais e comportamentais 
secundários, como ansiedade, agressividade ou isolamento social (Fleury et al., 2013, p. 250). 
Gardiner e Iarocci (2012, p. 2182) também ressaltam que a identificação precoce de sinais 
de TEA está fortemente relacionada à formação dos profissionais da saúde e da educação. Quanto 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 30 
 
mais capacitados estão os pediatras, psicólogos e educadores da primeira infância, maiores as 
chances de um diagnóstico ou encaminhamento precoce. No entanto, ainda há desafios quanto à 
equidade de acesso às intervenções em regiões com poucos recursos ou baixa cobertura de 
serviços especializados. Isso reforça a importância de políticas públicas que incentivem o 
rastreamento precoce, a formação continuada de profissionais e o suporte às famílias desde os 
primeirosanos. 
A atuação precoce também permite melhor acompanhamento da evolução do quadro 
clínico, o que facilita ajustes contínuos no plano terapêutico. Ao iniciar os cuidados desde cedo, é 
possível observar como o indivíduo responde a diferentes estratégias, permitindo personalizações 
ao longo do tempo. Isso é particularmente relevante no TEA, em que a heterogeneidade dos 
sintomas exige uma abordagem flexível e dinâmica. Conforme Fleury et al. (2013, p. 253), os 
padrões motores e comportamentais típicos do autismo variam entre os indivíduos e ao longo do 
tempo, sendo, portanto, fundamental um acompanhamento longitudinal baseado em observações 
clínicas e ajustes frequentes nas práticas terapêuticas. 
A intervenção precoce proporciona à família um tempo maior de adaptação e organização 
emocional. Ao receberem o diagnóstico ainda nos primeiros anos, os pais e cuidadores têm a 
oportunidade de buscar informação, suporte psicológico e orientação prática sobre como lidar com 
os desafios do dia a dia. Isso pode reduzir o impacto emocional e facilitar o estabelecimento de 
uma rotina estruturada que favoreça o desenvolvimento da criança. Gardiner e Iarocci (2012, 
p. 2184) apontam que famílias que recebem apoio desde o início do diagnóstico apresentam níveis 
mais altos de resiliência e satisfação com a trajetória de desenvolvimento dos filhos. 
A intervenção precoce facilita a inclusão da criança em ambientes coletivos, como 
escolas e espaços de convivência, desde os primeiros anos, o que contribui para a aquisição de 
habilidades sociais e de convivência. Quando inseridas em contextos sociais enriquecedores com o 
devido apoio, essas crianças aprendem a compartilhar, esperar, comunicar-se e adaptar-se às 
normas sociais de maneira mais eficaz. Isso também reduz o risco de isolamento social e promove 
uma trajetória mais positiva ao longo do desenvolvimento escolar (Gardiner; Iarocci, 2012, 
p. 2186). 
É necessário compreender que a intervenção precoce não significa apenas início imediato 
de terapias após o diagnóstico, mas sim uma abordagem integrada, sensível e centrada na criança e 
na família. Esse modelo valoriza as particularidades de cada caso e prioriza ações colaborativas 
entre diferentes profissionais e a família, garantindo que os cuidados não apenas iniciem cedo, 
mas também se mantenham consistentes e ajustados às necessidades emergentes. Fleury et al. 
(2013, p. 254) reforçam que essa abordagem contínua, quando iniciada em períodos críticos do 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 31 
 
desenvolvimento, pode promover mudanças substanciais na trajetória do autismo, tornando 
possível alcançar um maior grau de autonomia, bem-estar e inclusão social ao longo da vida. 
2.6. A Importância da Abordagem Multidisciplinar 
A abordagem multidisciplinar é amplamente reconhecida como um dos pilares 
fundamentais para o atendimento eficaz de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), 
uma vez que considera a complexidade e a heterogeneidade do transtorno em suas múltiplas 
dimensões – cognitivas, sensoriais, motoras, linguísticas, emocionais e sociais. 
O trabalho em equipe, envolvendo profissionais da saúde, da educação e a própria família 
da criança, permite uma articulação mais ampla dos saberes e práticas, potencializando os efeitos 
das intervenções terapêuticas. A integração entre esses setores proporciona uma visão mais 
holística do desenvolvimento infantil e possibilita que os atendimentos sejam complementares, 
coerentes e contextualizados à realidade cotidiana da criança. 
A articulação entre terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, 
educadores e familiares viabiliza não apenas um diagnóstico mais preciso e sensível às 
particularidades de cada criança, mas também a construção de estratégias de intervenção mais 
eficazes, individualizadas e ajustadas ao longo do tempo. Nesse sentido, o planejamento 
terapêutico deve ser contínuo e flexível, baseado em avaliações periódicas que orientem as metas 
de curto, médio e longo prazo, sempre com foco no desenvolvimento funcional da criança e na 
promoção da sua autonomia. 
Simone Helen Drumond Ischkanian (2020), ao abordar a relação entre autismo e 
educação, reforça a importância do diálogo constante entre os diferentes atores envolvidos no 
processo de ensino-aprendizagem e cuidado, destacando que ―a escola não deve atuar 
isoladamente, mas em estreita colaboração com os profissionais da saúde e com os familiares, 
respeitando as especificidades de cada criança‖ (Drumond Ischkanian, 2020). A autora salienta 
que essa cooperação efetiva é essencial para garantir a inclusão real e significativa dos estudantes 
com TEA no ambiente escolar, permitindo adaptações pedagógicas sensíveis às suas necessidades 
e estilos de aprendizagem. 
A autora enfatiza que o protagonismo da família deve ser reconhecido e valorizado como 
parte integrante do processo terapêutico e educativo, visto que são os cuidadores os que mais 
conhecem a criança e podem fornecer informações essenciais para a construção de um plano de 
apoio personalizado. Quando os profissionais compartilham objetivos comuns, mantêm canais de 
comunicação abertos e atuam de maneira coordenada, os resultados tendem a ser mais duradouros 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 32 
 
e significativos, promovendo ganhos não apenas no desenvolvimento da criança, mas também na 
qualidade de vida da família como um todo. 
A abordagem multidisciplinar ultrapassa a simples soma de intervenções isoladas, 
transformando-se em uma rede articulada de suporte, na qual cada profissional contribui com sua 
expertise para o fortalecimento de um plano terapêutico unificado, centrado na criança e adaptável 
às suas mudanças ao longo do tempo. Tal abordagem permite maior continuidade entre os 
ambientes (casa, escola, clínica) e reforça aprendizagens em múltiplos contextos, ampliando o 
alcance das terapias e promovendo generalização de habilidades. 
A importância da escuta ativa entre os membros da equipe, o registro sistemático de 
avanços e desafios e a definição conjunta de prioridades tornam-se elementos-chave para o êxito 
da proposta interdisciplinar. Em suma, a atuação conjunta entre saúde, educação e família 
representa não apenas uma estratégia metodológica, mas um compromisso ético e humanizado 
com o pleno desenvolvimento da criança com TEA. 
2.7. Resultados Clínicos e Impactos das Intervenções no TEA 
As intervenções clínicas destinadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm como 
objetivo principal a promoção do desenvolvimento global da criança, considerando seus aspectos 
sociais, motores, comunicacionais e emocionais. Ao abordar o autismo de maneira interdisciplinar 
e personalizada, as intervenções favorecem não apenas a aquisição de habilidades essenciais à 
vida cotidiana, mas também a redução de comportamentos desafiadores e a melhoria da qualidade 
de vida da criança e de sua família. O fortalecimento da autonomia e da participação social é uma 
das grandes metas dessas abordagens. 
As habilidades sociais estão entre as áreas mais sensíveis nas crianças com TEA, e a 
intervenção precoce tem se mostrado eficaz na promoção de competências comunicacionais e de 
interação com pares e adultos. O trabalho direcionado ao reconhecimento e à expressão de 
emoções, ao uso adequado da linguagem verbal e não verbal, assim como a participação em jogos 
e atividades coletivas, tem possibilitado ganhos significativos. 
Os resultados clínicos também apontam para melhorias evidentes nas habilidades 
motoras, principalmente quando são utilizadas estratégias como a terapia ocupacional, equoterapia 
e atividades físicas orientadas. Crianças com autismo frequentemente apresentam atrasos no 
desenvolvimento motor fino e grosso, o que impacta diretamente sua autonomia. A intervençãoao 
diagnóstico precoce, à atenção integral e multidisciplinar, à inclusão escolar, ao atendimento em 
serviços de saúde e à participação em políticas públicas de assistência social. Além disso, a lei 
determina que o autismo deve ser tratado como deficiência para todos os fins legais, o que garante 
à população autista o acesso a direitos previstos em legislação específica para pessoas com 
deficiência, como benefícios assistenciais, acessibilidade e inclusão social. 
Desde a promulgação da lei, diversas ações foram implementadas em níveis federal, 
estadual e municipal. No entanto, a efetivação dessas políticas públicas ainda enfrenta inúmeros 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 36 
 
desafios, entre os quais a falta de recursos humanos qualificados e a ausência de infraestrutura 
adequada para o atendimento especializado. Muitas vezes, as famílias encontram dificuldades para 
acessar serviços básicos, como diagnóstico e terapia, devido a deficiências na rede pública. 
Em 2015, o Ministério da Saúde lançou as Diretrizes para a Atenção à Reabilitação da 
Pessoa com TEA, com o intuito de organizar e fortalecer o sistema de atendimento integrado e 
intersetorial. Essas diretrizes orientam a atuação dos serviços de saúde, enfatizando a importância 
da atuação multiprofissional, do cuidado contínuo e da articulação entre diferentes setores, como 
saúde, educação e assistência social. 
A atuação intersetorial é considerada fundamental para o sucesso das intervenções, pois o 
TEA demanda um cuidado complexo que transcende o ambiente clínico. A rede deve garantir não 
apenas o atendimento terapêutico, mas também o suporte à família, o acompanhamento escolar e a 
inclusão social da pessoa com autismo. Para isso, é necessário que os profissionais estejam 
capacitados para trabalhar de forma colaborativa e integrada, respeitando as particularidades de 
cada indivíduo. 
Um dos grandes desafios enfrentados pelo sistema público é a capacitação de 
profissionais que atuam diretamente com pessoas com TEA. Médicos, psicólogos, terapeutas 
ocupacionais, fonoaudiólogos, educadores e assistentes sociais precisam estar preparados para 
identificar os sinais do transtorno, realizar intervenções baseadas em evidências e acompanhar o 
desenvolvimento da criança e do adolescente ao longo do tempo. 
A formação específica em autismo ainda é insuficiente em muitos cursos de graduação e 
especialização no Brasil. Isso contribui para a heterogeneidade do atendimento, a demora no 
diagnóstico e a baixa qualidade das intervenções oferecidas. Portanto, o investimento em 
programas de capacitação continuada é crucial para melhorar a assistência e garantir a efetividade 
das políticas públicas. 
A legislação prevê a criação de centros especializados de atendimento, que possam 
oferecer diagnóstico precoce, terapia multidisciplinar e acompanhamento contínuo. No entanto, 
em muitas regiões do país, especialmente nas áreas rurais e periferias urbanas, esses centros ainda 
são escassos ou inexistentes, o que limita o acesso das famílias aos serviços adequados. 
A lei assegura o direito à educação em escolas regulares, com adaptações e recursos que 
garantam a participação plena do aluno. Para isso, é fundamental que as escolas contem com 
profissionais capacitados, ambientes acessíveis e materiais pedagógicos adaptados às necessidades 
dos estudantes. 
A inclusão ainda é um desafio em muitos contextos. Falta preparo dos professores, 
recursos materiais e suporte institucional para garantir uma educação de qualidade para alunos 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 37 
 
com TEA. Muitas famílias relatam experiências de exclusão, preconceito e dificuldades para obter 
o atendimento adequado dentro do ambiente escolar. 
Políticas públicas também precisam contemplar o suporte à família, que desempenha 
papel central no desenvolvimento da criança com autismo. O acompanhamento psicossocial, 
grupos de apoio, orientações para manejo comportamental e acesso a informações são elementos 
fundamentais para reduzir o estresse e a sobrecarga dos cuidadores. 
No âmbito da saúde, a articulação entre serviços de atenção básica, especializada e 
reabilitação é essencial para oferecer um percurso terapêutico contínuo. O diagnóstico precoce 
deve ser seguido por intervenções eficazes, que envolvam a família e promovam o 
desenvolvimento global da criança. A inclusão social plena das pessoas com TEA depende da 
valorização da diversidade e do reconhecimento do direito à cidadania plena. 
Apesar dos avanços legislativos, muitas políticas permanecem no papel e não se traduzem 
em melhorias concretas para as famílias. A fiscalização, a alocação de recursos adequados e o 
monitoramento dos serviços são imprescindíveis para que as leis se efetivem na prática. 
Relatos de pais e profissionais apontam para uma realidade marcada por filas de espera, 
falta de serviços especializados e dificuldades no acesso a medicamentos e terapias. Essas 
barreiras comprometem o desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas com TEA e suas 
famílias. 
O Senado Federal tem destacado a necessidade de avançar na implementação das leis e 
políticas públicas para o autismo. Em debates recentes, parlamentares e especialistas reforçaram a 
importância de transformar os direitos garantidos em ações concretas e acessíveis a todos. 
A participação da sociedade civil, incluindo organizações de defesa dos direitos das 
pessoas com autismo, é fundamental para pressionar e colaborar com os governos na 
implementação de políticas eficazes. Essas entidades também desempenham papel importante na 
promoção da informação e do suporte às famílias.Sem investimentos adequados, é difícil garantir 
a qualidade e a continuidade do atendimento especializado. 
A utilização de tecnologias assistivas e recursos inovadores pode ampliar o alcance das 
intervenções, especialmente em contextos com escassez de profissionais especializados. 
Aplicativos, softwares educativos e dispositivos adaptados são exemplos de ferramentas que 
auxiliam na comunicação e no aprendizado. 
A legislação também prevê a oferta de programas de qualificação profissional para 
pessoas com TEA, visando sua inserção no mercado de trabalho e autonomia econômica. Esses 
programas ainda são pouco difundidos e precisam ser fortalecidos para promover a inclusão social 
plena. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 38 
 
A efetividade das políticas públicas depende ainda do desenvolvimento de pesquisas que 
subsidiem práticas baseadas em evidências. O acompanhamento sistemático dos resultados das 
intervenções é fundamental para aprimorar os modelos de atendimento. 
No cenário internacional, o Brasil tem buscado alinhar suas políticas com recomendações 
da Organização Mundial da Saúde e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 
da qual é signatário. Esse alinhamento contribui para a melhoria das práticas e para a valorização 
dos direitos humanos. 
A articulação entre os diferentes níveis de governo é crucial para evitar sobreposições, 
lacunas e garantir a universalidade do acesso aos serviços. A coordenação entre União, estados e 
municípios deve ser fortalecida para otimizar os recursos e ampliar a cobertura. 
É importante destacar o papel da educação inclusiva como vetor de transformação social. 
Garantir o direito à educação para crianças com TEA representa uma oportunidade de promover a 
diversidade e reduzir a discriminação. 
As políticas públicas também devem contemplar a transição para a vida adulta, 
oferecendo suporte para educação técnica, inserção no mercado de trabalho, moradia assistida e 
serviços de saúde mental voltados para adultos com TEA. 
O envelhecimento das pessoas com autismo é um tema pouco explorado, mas que 
demanda atenção crescente, pois as necessidadese desafios mudam ao longo do ciclo de vida. 
Além das ações públicas, a sociedade deve fomentar ambientes acolhedores e acessíveis, 
promovendo a convivência respeitosa e o empoderamento das pessoas com TEA. 
A pandemia de COVID-19 evidenciou ainda mais as fragilidades do sistema de 
atendimento e ressaltou a importância do uso de tecnologias para continuidade dos atendimentos e 
suporte às famílias. 
Programas de formação continuada para profissionais foram adaptados para o formato 
online, possibilitando maior alcance e flexibilidade, mas ainda há desafios para garantir qualidade 
e aplicação prática dos conteúdos. 
A busca por uma abordagem humanizada e centrada na pessoa deve orientar todas as 
políticas e práticas, valorizando as singularidades e promovendo a participação ativa das pessoas 
com TEA e suas famílias. 
É preciso reforçar a importância da comunicação acessível e da participação em decisões 
que dizem respeito às pessoas com TEA, respeitando seus direitos e promovendo sua autonomia. 
O combate ao preconceito e à discriminação deve ser uma prioridade, com campanhas 
educativas e ações afirmativas que valorizem a diversidade e a inclusão. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 39 
 
O fortalecimento das redes comunitárias e dos grupos de apoio contribui para a 
construção de um ambiente mais acolhedor e para a ampliação do acesso a informações e serviços. 
A implementação efetiva das políticas públicas depende da mobilização social, do 
compromisso político e da responsabilidade técnica de todos os envolvidos. 
Somente por meio de ações coordenadas, integradas e continuadas será possível garantir 
o pleno exercício dos direitos das pessoas com TEA e a construção de uma sociedade mais justa e 
inclusiva. 
2.9. Desafios e Perspectivas Futuras 
O acesso às terapias para crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
ainda enfrenta inúmeras barreiras que comprometem a efetividade do atendimento e o 
desenvolvimento pleno dos indivíduos no espectro. Essas dificuldades são multifacetadas, 
envolvendo questões econômicas, geográficas e estruturais que limitam a disponibilidade e a 
qualidade dos serviços especializados, principalmente para famílias em situação de 
vulnerabilidade social. 
Essas barreiras abrangem desde a escassez de serviços especializados em determinadas 
regiões até as dificuldades financeiras que muitas famílias enfrentam para custear tratamentos 
essenciais. Além disso, a complexidade do TEA exige um acompanhamento interdisciplinar, que 
nem sempre está disponível em todas as localidades, o que acarreta em atendimento fragmentado 
ou inexistente para muitas pessoas. 
A desigualdade regional é um fator crítico, pois enquanto grandes centros urbanos 
contam com maior oferta terapêutica e de profissionais qualificados, áreas rurais e periferias 
frequentemente permanecem desassistidas, ampliando o fosso no acesso aos cuidados. Essa 
disparidade não só limita o tratamento, mas também impacta diretamente na qualidade de vida das 
crianças, jovens e adultos com autismo. 
A falta de profissionais capacitados em determinadas localidades acentua o problema, 
evidenciando a necessidade urgente de formação e qualificação constantes e sistemáticas. Essa 
escassez contribui para que muitas famílias dependam de viagens longas e custosas em busca de 
atendimento, gerando sobrecarga emocional e financeira. 
À burocracia e aos entraves institucionais que dificultam o acesso aos direitos previstos 
em lei para as pessoas com TEA. Muitas vezes, as famílias encontram obstáculos em processos 
administrativos, falta de clareza nas informações e demora na concessão de benefícios, o que 
compromete o suporte necessário para o desenvolvimento dessas pessoas. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 40 
 
Muitos familiares ainda desconhecem os recursos disponíveis ou enfrentam resistência 
social e preconceitos que dificultam a busca por ajuda adequada. O estigma em torno do autismo e 
a falta de informação correta perpetuam a exclusão e dificultam o reconhecimento das 
necessidades específicas de cada indivíduo. 
Diante desse cenário complexo, torna-se evidente a necessidade de políticas públicas 
mais abrangentes, que ultrapassem as iniciativas pontuais e garantam a universalização do 
atendimento especializado e humanizado para pessoas com TEA em todo o país. Políticas efetivas 
devem contemplar desde a prevenção e diagnóstico precoce até o suporte contínuo em todas as 
fases da vida. 
Essas políticas precisam integrar os diversos setores envolvidos, como saúde, educação, 
assistência social e direitos humanos, assegurando uma abordagem interdisciplinar, integrada e 
contínua. A coordenação entre esses setores é fundamental para garantir que as intervenções sejam 
coerentes e atendam às necessidades reais das pessoas com autismo e de suas famílias. 
A legislação brasileira, especialmente a Lei nº 12.764/2012, representa um avanço 
significativo no reconhecimento dos direitos das pessoas com TEA, mas sua implementação 
prática ainda exige reforço e monitoramento eficaz para que os benefícios previstos sejam 
realmente acessados e aplicados de forma adequada. 
Para que as políticas públicas sejam efetivas, é imprescindível a participação ativa da 
comunidade, das famílias e das próprias pessoas com TEA nos processos decisórios e de 
planejamento das ações que impactam suas vidas. O empoderamento desses atores sociais 
fortalece o controle social e a adequação das medidas implementadas. 
A formação de profissionais, tanto da saúde quanto da educação, precisa ser sistemática, 
contínua e atualizada, contemplando as novas descobertas científicas, as melhores práticas 
terapêuticas e as demandas específicas do cuidado ao autismo, para que possam oferecer 
atendimento de qualidade e humanizado. 
Simone Helen Drumond Ischkanian, em seu estudo sobre autismo e adaptação na 
educação infantil, destaca a importância de adaptar os ambientes escolares às necessidades 
específicas das crianças com TEA, promovendo uma inclusão que seja real, respeitosa e que 
valorize as singularidades de cada criança, contribuindo para o seu desenvolvimento integral. 
Ela ressalta que a educação deve ser um espaço de desenvolvimento multidimensional, 
onde o reconhecimento das particularidades das crianças com TEA não só promova sua inclusão 
social, mas também fortaleça sua autonomia, autoestima e participação ativa no processo de 
aprendizagem e na vida comunitária. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 41 
 
O desafio da inclusão educacional passa necessariamente pela capacitação de professores, 
educadores e demais profissionais envolvidos, bem como pelo desenvolvimento e implementação 
de estratégias pedagógicas que atendam às múltiplas formas de aprendizagem e comunicação 
presentes no espectro autista. 
A tecnologia tem se revelado uma importante aliada na superação de muitas dessas 
barreiras, oferecendo recursos que podem ampliar o acesso, personalizar as intervenções e facilitar 
a comunicação, possibilitando que as crianças e jovens com TEA participem de forma mais efetiva 
nos ambientes educacionais e sociais. 
Pesquisas futuras apontam para a incorporação crescente de ferramentas digitais, como 
aplicativos de comunicação aumentativa, plataformas virtuais para terapia a distância e recursos 
interativos que podem ser utilizados tanto em casa quanto na escola, democratizando o acesso e 
ampliando as possibilidades de tratamento. 
Francisca Araújo da Silva destaca que, apesar dos avanços recentes, as barreiras no 
acesso às terapias continuam sendo um obstáculo significativo para muitas famílias, especialmente 
em regiões periféricas e rurais, ressaltando a urgência de políticas públicas mais abrangentes e 
integradas que considerem as especificidades locais eé um fator decisivo para potencializar o desenvolvimento e minimizar os impactos dos 
desafios relacionados ao TEA. A atuação integrada possibilita a construção de um ambiente 
terapêutico mais acolhedor, personalizado e efetivo, que respeita as particularidades de cada 
criança e promove sua autonomia. 
A abordagem multidisciplinar reforça a importância do envolvimento ativo da família, da 
escola e da comunidade no processo terapêutico, ampliando as possibilidades de generalização dos 
aprendizados para diferentes contextos da vida da criança. O compromisso com a inclusão social e 
educacional é fundamental para garantir que as crianças com TEA tenham acesso às oportunidades 
necessárias para seu crescimento pleno e participação cidadã. 
É imprescindível que as políticas públicas acompanhem esse avanço científico e clínico, 
promovendo a capacitação profissional contínua, a ampliação do acesso às terapias integrativas e o 
fortalecimento das redes de suporte familiar e comunitário. Somente com uma atuação conjunta, 
interdisciplinar e comprometida será possível construir um cenário que respeite a diversidade, 
assegure direitos e promova o desenvolvimento integral das pessoas com TEA. 
O investimento em intervenções integrativas e precoces representa não apenas uma 
estratégia clínica eficaz, mas um compromisso ético e social para que cada criança com TEA 
possa alcançar seu potencial máximo, vivendo com autonomia, dignidade e inclusão plena na 
sociedade. 
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Gladys Nogueira Cabral 
Juliana Balta Ferreira 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
Giane Demo 
Cintia Aparecida Nogueira dos Santos 
El Trastorno del Espectro Autista (TEA) representa un desafío significativo en el desarrollo infantil, lo 
que requiere intervenciones terapéuticas personalizadas e integrativas que involucren diversas áreas 
del conocimiento. El trabajo conjunto de profesionales como terapeutas ocupacionales, 
fonoaudiólogos, psicólogos, educadores y médicos ha demostrado ser esencial para favorecer avances 
en el desarrollo del niño, como señalan Bernabé et al. (2023) y las directrices del Ministerio de Salud 
(BRASIL, 2015). Una de las principales estrategias terapéuticas empleadas es la terapia conductual, en 
particular el Análisis Conductual Aplicado (ABA), que se centra en el desarrollo de habilidades 
sociales y comunicativas, así como en la reducción de comportamientos desafiantes (Brito et al., 2021; 
Ung et al., 2015). Por su parte, la terapia ocupacional es fundamental para desarrollar habilidades 
motoras, sensoriales y de autocuidado, promoviendo la autonomía del niño en su vida cotidiana (Bhat, 
Landa y Galloway, 2011; Bhat, 2020). La fonoaudiología actúa en la estimulación de la comunicación 
verbal y no verbal, en la alimentación y deglución, aspectos esenciales para la convivencia social 
(Bernabé et al., 2023). La integración sensorial, mediante la terapia sensorial, es relevante para los 
niños con TEA, quienes generalmente presentan dificultades para regular los estímulos del entorno 
(Yu et al., 2018). Intervenciones complementarias como la equinoterapia y la musicoterapia han 
mostrado beneficios en el desarrollo emocional y social (Caetano et al., 2020; Drumond Ischkanian, 
2023). La literatura demuestra que cuanto más precoz sea la intervención, mejores serán los resultados 
clínicos. Las intervenciones iniciadas en los primeros años de vida favorecen una mejor adaptación y 
desarrollo global del niño (Evêncio, Menezes y Fernandes, 2019). La inclusión escolar, a su vez, es un 
aspecto relevante, siendo necesaria la adaptación del entorno educativo para responder a las 
especificidades del alumno con TEA, como discuten Drumond Ischkanian (2020; 2023). Este artículo 
de carácter documental y bibliográfico destaca que los resultados clínicos observados a partir de estas 
prácticas incluyen mejoras en la comunicación, el comportamiento, las habilidades motoras y de 
autocuidado, mayor independencia y participación social, además de impactos positivos en la calidad 
de vida (Chaim et al., 2020; Wang et al., 2023). La calidad de vida de las familias también tiende a 
mejorar cuando se ofrece un adecuado soporte terapéutico (Damasceno et al., 2021; Gardiner e Iarocci, 
2012). La colaboración entre profesionales de la salud, la educación y la familia es un componente 
esencial en el proceso terapéutico. La legislación brasileña, a través de la Ley nº 12.764/2012, 
reconoce el derecho a la protección integral y a la atención multidisciplinaria para las personas con 
TEA (BRASIL, 2012). Esta política refuerza la importancia de la formación continua de los 
profesionales y de la actuación conjunta con los cuidadores (Da Silva y De Sousa, 2021). Las 
intervenciones terapéuticas integrativas, aliadas al enfoque multidisciplinario y a la participación 
familiar, promueven mejoras significativas en el desarrollo y la calidad de vida de los niños con TEA. 
La planificación terapéutica individualizada y el respaldo de las políticas públicas son determinantes 
para el éxito de este proceso. 
Palabras clave: TEA; intervención multidisciplinaria; autismo infantil; calidad de vida; terapias 
integrativas. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 4 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) representa um dos mais complexos desafios 
para o desenvolvimento infantil, exigindo uma abordagem terapêutica ampla e diversificada, com 
a integração de várias áreas do conhecimento. A crescente prevalência do TEA e a sua 
manifestação heterogênea impulsionam a necessidade de intervenções personalizadas, 
especialmente aquelas que incluem a participação de equipes multidisciplinares, as quais 
proporcionam uma resposta mais eficaz às necessidades individuais das crianças acometidas por 
esse transtorno. 
Neste contexto, destaca-se a relevância da presente pesquisa documental e bibliográfica, a 
qual se propõe a aprofundar questões transformadoras no cuidado de crianças com TEA, 
enfocando as intervenções terapêuticas integrativas e os resultados clínicos obtidos. A análise de 
estudos nacionais e internacionais evidencia que, para além da tradicional terapia comportamental, 
outras práticas terapêuticas complementares e colaborativas têm demonstrado impacto positivo no 
desenvolvimento global dessas crianças. 
As abordagens multidisciplinares ganham destaque por promoverem um cuidado integral, 
que considera as dimensões biológicas, psicológicas e sociais do indivíduo. Equipes formadas por 
terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, educadores e profissionais da medicina 
atuam de forma coordenada, respeitando as especificidades de cada criança. De acordo com 
Bernabé et al. (2023, p. 7655), ―a atuação conjunta de diferentes especialidades é essencial para o 
sucesso das terapias voltadas ao público pediátrico com TEA‖. 
A abordagem terapêutica comportamental, notadamente a Análise do Comportamento 
Aplicada (ABA – Applied Behavior Analysis), é amplamente reconhecida por seus efeitos 
positivos no desenvolvimento das habilidades sociais, comunicativas, cognitivas e adaptativas de 
crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de atuar significativamente na redução 
de comportamentos inadequados ou disfuncionais. Trata-se de uma intervenção baseada em 
evidências, com forte sustentação empírica, considerada um dos métodos mais eficazes e 
recomendados internacionalmente no tratamento de pessoas com autismo, especialmente quando 
iniciada precocemente e de forma intensiva. 
A ABA fundamenta-se nos princípios da análise experimental do comportamento, 
desenvolvidos inicialmente por B. F. Skinner. Seu objetivo é promover mudanças duradouras por 
meio da identificação de relações funcionais entre estímulos ambientais e comportamentos 
observáveis. Um dos pilares dessa abordagem é o uso sistemático do reforço positivo, técnica que 
visa aumentar a frequência de comportamentos desejáveis ao associá-los a consequências 
reforçadoras, como elogios, recompensas simbólicas, acesso a brinquedos ou atividades 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 5 
 
preferidas. O reforço é cuidadosamente planejado de forma individualizada, respeitando o perfil 
de motivação de cada criança, o que contribui para a eficácia do processo terapêutico. 
A estruturação da ABA envolve a decomposição de habilidades complexas em 
componentes menores e mais simples, que são ensinados gradativamente por meio de repetição, 
reforço e generalização para diferentes contextos. Dessa forma, a criança é conduzida à aquisição 
de competências essenciais para sua autonomia e inclusão, como manter contato visual, seguir 
instruções, fazer pedidos verbais, lidar com frustrações, iniciar interações sociais ou desenvolver 
brincadeiras simbólicas. Além disso, a ABA é eficaz na análise e substituição de comportamentos 
inadequados, como automutilações, gritos, agressividade ou estereotipias, por comportamentos 
funcionalmente equivalentes, que cumpram a mesma função comunicativa ou sensorial, porém de 
forma mais apropriada ao convívio social. 
De acordo com Bhat (2020, p. 640), intervenções comportamentais baseadas em ABA 
apresentam resultados promissores quando integradas a práticas terapêuticas que considerem as 
dificuldades motoras frequentemente presentes em indivíduos com TEA, ampliandoo alcance do 
desenvolvimento global. A análise do comportamento aplicada tem sido empregada com sucesso 
para promover o desenvolvimento da linguagem, da interação social e da autorregulação 
emocional, elementos fundamentais para a inserção escolar e social da criança. 
A aplicação dos procedimentos é realizada por terapeutas especializados, sob supervisão 
contínua, e com a participação ativa dos pais e cuidadores, que também recebem treinamento para 
reforçar os ganhos terapêuticos no ambiente domiciliar. Este envolvimento familiar é crucial, pois 
amplia as oportunidades de aprendizagem ao longo do dia, favorecendo a generalização das 
habilidades adquiridas. 
A literatura científica tem evidenciado os efeitos benéficos da ABA em diferentes faixas 
etárias, embora sua eficácia seja particularmente acentuada na primeira infância. Programas com 
intensidade de 20 a 40 horas semanais, adaptados às necessidades individuais da criança, 
promovem melhorias consideráveis no desenvolvimento global, com impacto direto na qualidade 
de vida da criança e da família. Tais benefícios são ainda mais robustos quando a ABA é integrada 
a outras abordagens terapêuticas em um modelo multidisciplinar, como fonoaudiologia, terapia 
ocupacional, integração sensorial e psicopedagogia, conforme recomendado pelas diretrizes 
internacionais e nacionais (BRASIL, 2015). 
A ABA permite a mensuração objetiva dos progressos por meio do registro sistemático 
de dados, o que favorece o planejamento individualizado e a reavaliação contínua das estratégias 
empregadas. O rigor metodológico dessa abordagem contribui para a sua ampla aceitação em 
ambientes clínicos e educacionais. Contudo, é fundamental garantir que sua aplicação seja ética, 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 6 
 
centrada na pessoa e sensível às particularidades de cada indivíduo, evitando práticas mecânicas 
ou desumanizadas. 
A Análise do Comportamento Aplicada constitui um componente central nas 
intervenções terapêuticas integrativas voltadas ao TEA, promovendo avanços concretos, 
mensuráveis e funcionalmente relevantes para a vida da criança. Sua eficácia está amplamente 
documentada, sendo reforçada por estudos clínicos, meta-análises e revisões sistemáticas que 
atestam seu papel como ferramenta valiosa na construção da autonomia, inclusão social e bem-
estar dos indivíduos com autismo e suas famílias. 
Todavia, a inclusão de outras práticas, como a terapia ocupacional, fonoaudiologia, 
musicoterapia e integração sensorial, contribui significativamente para o avanço terapêutico das 
crianças. A terapia ocupacional, por exemplo, desempenha um papel central na promoção da 
autonomia, favorecendo o desenvolvimento de habilidades motoras finas e grossas, além de 
facilitar a aquisição de competências relacionadas ao autocuidado (Bhat; Landa; Galloway, 2011, 
p. 1119). 
A relevância da fonoaudiologia está diretamente ligada à estimulação das habilidades de 
comunicação, fundamentais para a interação social. Essa é uma das áreas frequentemente mais 
afetadas em crianças com TEA, tornando-se imprescindível uma intervenção especializada para 
promover a expressão oral, linguagem receptiva e habilidades pragmáticas. 
A integração sensorial, por sua vez, contribui para regular as respostas comportamentais 
aos estímulos ambientais, sendo essencial para crianças com hipersensibilidade ou 
hipossensibilidade sensorial. Como aponta Bhat (2020, p. 636), ―crianças com TEA 
frequentemente apresentam alterações no processamento sensorial, o que compromete sua 
capacidade de interagir com o ambiente de forma adequada‖. 
Outras abordagens terapêuticas complementares, como a equoterapia e a musicoterapia, 
têm se mostrado eficazes na promoção do bem-estar emocional e no fortalecimento dos vínculos 
afetivos. Essas práticas favorecem a regulação emocional e a autoestima, aspectos fundamentais 
para o progresso terapêutico. 
A importância das abordagens multidisciplinares também se manifesta nos resultados 
clínicos observados. Estudos indicam que a atuação integrada de vários profissionais melhora não 
apenas os aspectos comportamentais, mas também o desempenho motor, a comunicação e a 
participação social das crianças com TEA. Tais avanços contribuem para uma maior 
independência nas atividades da vida diária. 
Conforme a revisão sistemática conduzida por Aylward et al. (2021, p. e28196), ―os 
serviços de saúde que envolvem equipes multidisciplinares são mais eficazes na promoção do 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 7 
 
cuidado integral ao indivíduo com TEA‖. Tal constatação reforça a necessidade de se considerar 
os vários aspectos do desenvolvimento infantil ao se elaborar um plano terapêtico. 
Ainda nesse contexto, destaca-se a relevância do diagnóstico precoce e da intervenção 
nos primeiros anos de vida. Quanto mais cedo se iniciar o acompanhamento, melhores são os 
prognósticos clínicos e a adaptação da criança às demandas do ambiente. O suporte familiar 
também é fundamental nesse processo. 
A literatura aponta que o envolvimento dos cuidadores nas práticas terapêuticas favorece 
a continuidade das intervenções no contexto domiciliar, fortalecendo o vínculo entre a criança e os 
adultos de referência. Essa colaboração gera impactos positivos na qualidade de vida da família 
como um todo, além de reduzir o estresse parental. 
O presente estudo também analisa a influência das políticas públicas na efetivação das 
terapias integrativas e multidisciplinares. A Lei nº 12.764/2012, por exemplo, estabelece os 
direitos das pessoas com TEA, assegurando-lhes acesso a tratamentos especializados e 
atendimento humanizado. 
Observa-se que a integração entre diferentes saberes, aliada à escuta ativa das famílias e 
ao respeito às individualidades, contribui para um cuidado mais eficaz e significativo. A 
articulação entre teoria e prática, evidenciada na pesquisa documental, oferece um panorama 
consistente sobre os benefícios da atuação conjunta. 
A documentação bibliográfica consultada neste estudo permitiu explorar, com 
profundidade, questões transformadoras relacionadas ao cuidado terapêutico de crianças com 
TEA, fornecendo subsídios teóricos e práticos para o aperfeiçoamento das estratégias de 
intervenção. 
Ao enfatizar as experiências clínicas bem-sucedidas descritas na literatura científica, este 
trabalho busca contribuir para a construção de um conhecimento compartilhado e acessível, capaz 
de orientar profissionais e famílias em suas trajetórias terapêuticas. 
Ressalta-se a necessidade de formação continuada dos profissionais envolvidos, bem 
como a ampliação do acesso às terapias por meio de políticas públicas inclusivas. Somente assim 
será possível garantir um atendimento de qualidade e eficaz para as crianças com TEA. 
A análise da literatura revela que as intervenções terapêuticas integrativas, alicerçadas em 
uma abordagem multidisciplinar, são determinantes para o progresso clínico e o bem-estar das 
crianças com Transtorno do Espectro Autista. O desafio que se impõe é a implementação efetiva e 
equitativa dessas abordagens na prática cotidiana. 
O estudo ora apresentado reafirma, de maneira contundente, a urgência de se investir em 
conhecimento científico qualificado e em estratégias interdisciplinares que atendam às múltiplas 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 8 
 
dimensões do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A complexidade do autismo não permite 
respostas terapêuticas isoladas, fragmentadas ou unidimensionais; ao contrário, exige ações 
coordenadas que envolvam diferentes saberes e práticas profissionais atuando de forma sinérgica. 
A transformação concreta na vida das crianças com TEA está profundamente enraizada na 
qualidade, coerência, continuidade e, sobretudo, na integratividade das intervençõesterapêuticas 
oferecidas desde os primeiros anos de vida. 
Intervenções terapêuticas eficazes não devem se limitar a tratar sintomas isolados, mas 
sim considerar o indivíduo em sua totalidade — incluindo seus aspectos sensoriais, motores, 
cognitivos, emocionais, sociais e comunicacionais. Como apontam Bernabé et al. (2023), a 
eficácia clínica de novas abordagens terapêuticas depende não apenas da técnica utilizada, mas do 
modo como ela se articula ao contexto social, familiar e educacional da criança (p. 7656). Neste 
sentido, uma abordagem integrativa e interdisciplinar é não apenas desejável, mas necessária para 
proporcionar um atendimento centrado na pessoa, que respeite sua singularidade e promova o 
desenvolvimento de seu potencial pleno. 
Ao reunir áreas como a psicologia, a fonoaudiologia, a terapia ocupacional, a pedagogia, 
a medicina e o serviço social, a prática terapêutica ganha densidade e alcance, possibilitando uma 
visão holística do sujeito com TEA. A interdisciplinaridade não significa apenas a coexistência de 
múltiplas áreas, mas sim a construção conjunta de estratégias, planos de ação e avaliações, 
baseadas em objetivos comuns e complementares. O planejamento terapêutico, nesse modelo, 
torna-se mais eficiente, sensível às mudanças no quadro clínico e adaptável às diferentes fases do 
desenvolvimento da criança. 
A importância da integratividade está em garantir que as intervenções não operem em 
compartimentos estanques, mas dialoguem entre si, promovendo ganhos funcionais reais, como o 
aumento da autonomia, da capacidade de comunicação, da autorregulação emocional e da 
participação social. A qualidade dessas intervenções está diretamente ligada ao grau de preparação 
técnica dos profissionais, ao suporte das famílias e ao amparo das políticas públicas. Como 
evidenciam os achados de Aylward et al. (2021), a ausência de práticas integradas e especializadas 
na atenção primária compromete significativamente a continuidade do cuidado e a qualidade de 
vida dos indivíduos com TEA, mesmo na vida adulta (p. e28196). 
É fundamental destacar que a construção de conhecimento científico atualizado e 
socialmente comprometido deve ocupar papel central nas políticas públicas e nos programas de 
formação profissional. O autismo, sendo uma condição de espectro amplo, demanda constante 
atualização dos protocolos clínicos, pesquisas rigorosas que avaliem a eficácia das intervenções, e 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 9 
 
espaços de formação que capacitem os profissionais para a escuta qualificada, a observação clínica 
precisa e a atuação ética e empática. 
2. DESENVOLVIMENTO 
O investimento em ciência é o caminho para ampliar a rede de cuidado e consolidar 
práticas baseadas em evidências e em valores humanos. Reafirma-se que o impacto positivo das 
intervenções terapêuticas sobre o desenvolvimento global das crianças com TEA não pode ser 
desvinculado da qualidade do trabalho interdisciplinar e do comprometimento com o 
conhecimento científico. O atendimento integral deve ser compreendido como um direito, e sua 
efetivação depende da articulação entre ciência, prática clínica, educação e políticas públicas 
comprometidas com a inclusão, a equidade e o respeito à diversidade neurológica. 
2.1. Caracterização do Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental 
complexa, caracterizada por déficits persistentes na comunicação social e por padrões restritos e 
repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades. Segundo o DSM-5, seus critérios 
diagnósticos incluem déficits na reciprocidade social, no comportamento não verbal e no 
desenvolvimento de relacionamentos (Evêncio; Menezes; Fernandes, 2019, p. 235). 
A definição oficial do TEA contempla também critérios relacionados ao padrão de 
comportamentos repetitivos e interesses restritos, os quais devem estar presentes em múltiplos 
contextos e interferir significativamente no funcionamento social, ocupacional ou outras áreas 
relevantes da vida diária (Evêncio; Menezes; Fernandes, 2019, p. 236). 
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) exige um processo criterioso e 
detalhado, cuja responsabilidade deve recair sobre uma equipe multiprofissional devidamente 
qualificada e experiente. Esse grupo deve ser composto por profissionais de diferentes áreas do 
conhecimento, especialmente da saúde e da educação, garantindo uma abordagem ampla, integral 
e coerente com a complexidade clínica do transtorno. A avaliação multidisciplinar é fundamental 
para assegurar que os sinais e sintomas observados não sejam confundidos com outras condições 
neurológicas, psiquiátricas ou de desenvolvimento, o que pode comprometer a precisão 
diagnóstica e o planejamento terapêutico posterior. 
Essa equipe, geralmente formada por médicos (neuropediatras, psiquiatras, pediatras), 
psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos e educadores 
especializados, realiza uma análise clínica detalhada a partir da observação direta do 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 10 
 
comportamento da criança em múltiplos contextos, aliada à escuta qualificada dos cuidadores e 
familiares. 
São empregados instrumentos padronizados e validados cientificamente, os quais 
contribuem significativamente para a objetivação dos critérios diagnósticos do Transtorno do 
Espectro Autista (TEA), conforme estabelecido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais – DSM-5 e pela Classificação Internacional de Doenças – CID-11. Esses 
sistemas classificatórios internacionais são amplamente reconhecidos e utilizados tanto na prática 
clínica quanto na pesquisa científica, conferindo uniformidade e confiabilidade ao processo 
diagnóstico. O DSM-5, publicado pela American Psychiatric Association, define o TEA com base 
em déficits persistentes na comunicação e interação social, além de padrões restritivos e 
repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Já a CID-11, publicada pela Organização 
Mundial da Saúde, segue diretrizes semelhantes, mas com ênfase também nos aspectos funcionais 
e na necessidade de apoio para o desempenho das atividades da vida diária. 
Para garantir a precisão na identificação desses critérios, diversos instrumentos 
estruturados são incorporados à avaliação clínica. A Autism Diagnostic Observation Schedule – 
Second Edition (ADOS-2) é considerada o padrão-ouro internacional para a avaliação direta do 
comportamento social e comunicativo, sendo aplicada por profissionais treinados em sessões 
estruturadas e semi-estruturadas com a criança. Seu uso possibilita uma observação sistemática e 
padronizada das respostas comportamentais em situações que simulam interações cotidianas, 
possibilitando identificar sinais do espectro de forma sensível e específica. 
A Childhood Autism Rating Scale (CARS), que avalia quinze áreas comportamentais 
como relacionamento interpessoal, imitação, resposta emocional, uso corporal e verbal, entre 
outras. Essa escala oferece uma pontuação quantitativa que permite classificar a criança quanto ao 
nível de severidade do TEA, sendo útil tanto no diagnóstico inicial quanto no acompanhamento 
clínico. Por sua vez, o Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) é empregado 
especialmente em serviços de atenção primária para triagem precoce de sinais autísticos em 
crianças de 16 a 30 meses, possibilitando uma intervenção antecipada. Além dos instrumentos 
citados, também são utilizados questionários complementares, entrevistas clínicas padronizadas 
com os responsáveis e escalas funcionais que avaliam aspectos do desenvolvimento global, 
linguagem, cognição, autonomia e comportamentos adaptativos. 
A integração desses dados clínicos, observacionais e psicométricos permite que a equipe 
multiprofissionalelabore um diagnóstico mais preciso, minimizando os riscos de superdiagnóstico 
ou subnotificação. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 11 
 
Segundo Evêncio, Menezes e Fernandes (2019, p. 238), ―a utilização de protocolos 
validados cientificamente confere objetividade ao diagnóstico do autismo e favorece o 
planejamento de intervenções mais adequadas à realidade de cada criança‖. Isso significa que, ao 
utilizar ferramentas reconhecidas internacionalmente, os profissionais não apenas garantem maior 
segurança diagnóstica, mas também criam as bases para o desenvolvimento de estratégias 
terapêuticas consistentes, alinhadas ao perfil funcional e às necessidades específicas do indivíduo. 
É importante considerar que os instrumentos precisam ser aplicados de forma 
contextualizada e sensível às diversidades culturais, linguísticas e socioeconômicas da população 
avaliada. Por essa razão, a capacitação contínua dos profissionais e a adaptação dos protocolos à 
realidade local são medidas imprescindíveis para assegurar a equidade no acesso ao diagnóstico e 
ao cuidado em saúde. Como aponta Drumond Ischkanian (2020, p. 89), ―a complexidade do 
diagnóstico do autismo exige não apenas ferramentas objetivas, mas também uma escuta clínica 
refinada e comprometida com o reconhecimento da singularidade do sujeito‖. 
O uso de instrumentos padronizados e cientificamente validados, em consonância com os 
critérios do DSM-5 e da CID-11, representa um avanço crucial na abordagem diagnóstica do TEA. 
Ele fortalece o rigor metodológico, amplia a validade clínica e promove o acesso a intervenções 
mais eficazes e humanizadas, respeitando a individualidade da criança e promovendo sua inclusão 
em diferentes contextos sociais, educacionais e terapêuticos. 
Entre os instrumentos mais utilizados nesse processo, destaca-se a Autism Diagnostic 
Observation Schedule – Second Edition (ADOS-2), que oferece uma avaliação estruturada da 
comunicação, interação social, brincadeira e uso imaginativo de materiais. O Childhood Autism 
Rating Scale (CARS) também é amplamente adotado, especialmente por sua capacidade de 
quantificar a gravidade dos sintomas autísticos a partir de uma escala de pontuação. Para triagens 
iniciais, sobretudo em crianças muito pequenas, o Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-
CHAT) tem se mostrado eficaz para detectar sinais precoces, sendo utilizado principalmente na 
atenção primária à saúde. 
Essas ferramentas, contudo, não devem ser aplicadas de maneira isolada, mas sim 
adaptadas à realidade do indivíduo, respeitando sua faixa etária, perfil de desenvolvimento, 
contexto socioeconômico e histórico familiar. Segundo Evêncio, Menezes e Fernandes (2019, p. 
237), ―a identificação do autismo requer sensibilidade clínica e compreensão interdisciplinar, pois 
cada criança manifesta o transtorno de forma singular, com padrões de comportamento e 
desenvolvimento que desafiam os protocolos tradicionais‖. A escuta ativa dos cuidadores e a 
análise longitudinal do comportamento da criança são componentes igualmente indispensáveis no 
processo de diagnóstico. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 12 
 
Como defendido por Drumond Ischkanian (2020, p. 92), ―a participação da escola e dos 
professores no processo diagnóstico pode revelar aspectos importantes da interação social, da 
comunicação funcional e da autonomia da criança no cotidiano educacional‖. Assim, o ambiente 
escolar se torna um espaço estratégico para observação complementar, já que o comportamento da 
criança em grupo e sua resposta às exigências pedagógicas oferecem pistas valiosas para a 
confirmação diagnóstica. 
O diagnóstico do TEA é uma construção clínica cuidadosa, que demanda tempo, 
conhecimento técnico e sensibilidade humana. A atuação conjunta dos profissionais da saúde e da 
educação, com base em protocolos reconhecidos e adaptados à singularidade do sujeito, é 
essencial para garantir não apenas a precisão do diagnóstico, mas também o início precoce de 
intervenções terapêuticas efetivas e individualizadas, com vistas à promoção do desenvolvimento 
e da qualidade de vida da criança e de sua família. 
A prevalência mundial do TEA tem aumentado nas últimas décadas, com estimativas que 
variam entre 1% e 2% da população infantil em diversos países, refletindo tanto ampliação dos 
critérios diagnósticos quanto maior conscientização e acesso a serviços especializados. 
No Brasil, estudos epidemiológicos indicam prevalência aproximada de 1 em cada 59 
crianças, embora existam disparidades regionais e variações conforme o nível socioeconômico, o 
que evidencia a necessidade de políticas públicas eficientes para diagnóstico precoce e 
atendimento integrado. 
As características clínicas do TEA são bastante heterogêneas. Algumas crianças 
apresentam verbalização funcional, enquanto outras permanecem não verbais. A capacidade 
cognitiva varia de profunda deficiência intelectual a altas habilidades, o que exige avaliação 
individualizada do perfil de desenvolvimento. 
Crianças com TEA frequentemente manifestam dificuldades na troca de olhares, no uso 
de gestos ou expressões faciais para comunicação, dificultando a construção de vínculos afetivos e 
a participação em situações sociais comuns, como brincadeiras e conversas espontâneas. 
Nos comportamentos repetitivos e restritos, é comum observar estereotipias motoras 
(como balançar-se ou bater mãos), rítmicas ou sensoriais (como girar objetos), além de resistência 
à mudança na rotina ou apego a rotinas rígidas. 
Do ponto de vista sensorial, muitos indivíduos com TEA apresentam hipersensibilidade 
ou hipossensibilidade a estímulos táteis, auditivos ou visuais, o que interfere no comportamento 
adaptativo e nas atividades do cotidiano, incluindo alimentação, higiene e interação social. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 13 
 
Os impactos no desenvolvimento infantil são amplos: atrasos na linguagem, na 
coordenação motora grossa e fina, dificuldades no aprendizado escolar, isolamento social precoce 
e baixa autoconfiança podem ser observados já nos primeiros anos de vida. 
O TEA também se relaciona com comorbidades como transtorno de déficit de atenção 
com hiperatividade (TDAH), transtornos de ansiedade, distúrbios do sono e alterações 
gastrointestinais, demandando abordagem clínica integrada para manejo adequado. 
Intervenções precoces, iniciadas entre 18 e 36 meses, podem alterar significativamente o 
curso do desenvolvimento, promovendo ganhos em linguagem, socialização e comportamento 
adaptativo, sobretudo por meio de programas estruturados que envolvem familiares e escolas. 
Programas educacionais baseados em portfólios adaptados ao contexto escolar, como os 
propostos por Drumond Ischkanian (2020), representam uma proposta metodológica inovadora e 
humanizada que valoriza a singularidade de cada criança com Transtorno do Espectro Autista 
(TEA). Tais programas consistem na organização sistemática de registros que documentam o 
progresso individual dos alunos em diversas áreas do desenvolvimento, oferecendo uma visão 
longitudinal e qualitativa de suas conquistas, dificuldades e potencialidades. Essa metodologia é 
centrada na criança e busca adaptar-se às suas características, promovendo uma inclusão que vai 
além da presença física em sala de aula e alcança a participação efetiva nos processos de 
aprendizagem e socialização (Drumond Ischkanian, 2020, p. 41). 
O portfólio educacional, nesse sentido, funciona como uma ferramenta dinâmica que 
articula os objetivos pedagógicos e terapêuticos, permitindo o planejamento de intervenções com 
base em evidências do cotidiano escolar. Através dele, é possível registrar avanços em habilidades 
específicas, como comunicação verbal e não verbal, interação social, autonomia em atividadesde 
vida diária e engajamento em propostas lúdicas e pedagógicas. Esses registros são fundamentais 
não apenas para acompanhar o progresso da criança, mas também para subsidiar a tomada de 
decisão por parte dos professores, terapeutas e familiares, promovendo uma atuação conjunta e 
articulada (Drumond Ischkanian, 2020, p. 45). Além de documentar o desenvolvimento, o método 
favorece a criação de estratégias pedagógicas personalizadas que consideram o perfil funcional da 
criança, seus interesses, motivações, ritmo de aprendizagem e formas preferenciais de expressão. 
Isso amplia as possibilidades de sucesso escolar e inclusão significativa, criando um ambiente 
mais receptivo, estimulante e responsivo às necessidades específicas dos alunos com TEA. 
A proposta rompe com modelos homogêneos de ensino e valoriza a diversidade como 
princípio educativo, reconhecendo que o aprendizado pode ocorrer de diferentes formas, em 
diferentes tempos e com distintos recursos. Outro aspecto importante dessa metodologia é o 
fortalecimento do vínculo entre escola e família, pois o portfólio também serve como canal de 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 14 
 
comunicação entre os diversos agentes envolvidos no processo educacional. A participação da 
família é incentivada, sendo convidada a contribuir com registros, observações e sugestões, o que 
fortalece a parceria escola-casa e garante maior coerência entre os ambientes educacionais e 
familiares. Essa cooperação é essencial para a construção de um projeto educativo 
verdadeiramente inclusivo e eficaz. 
Drumond Ischkanian (2020, p. 47) ressalta que o portfólio não deve ser visto apenas 
como um instrumento avaliativo, mas como um recurso reflexivo e formativo, que estimula a 
prática docente baseada na observação atenta e no respeito às particularidades de cada criança. 
Isso implica também na necessidade de formação continuada dos professores e na valorização de 
sua escuta sensível e competência ética para lidar com a complexidade dos processos de inclusão 
escolar. 
A utilização de portfólios educacionais no atendimento de crianças com TEA contribui 
significativamente para a construção de práticas pedagógicas mais humanizadas, eficientes e 
comprometidas com a diversidade. Ao documentar os avanços individuais e permitir ajustes 
contínuos nas estratégias de ensino, essa abordagem promove não apenas a aprendizagem 
acadêmica, mas também o desenvolvimento integral e a inclusão plena da criança no ambiente 
escolar. Trata-se de uma ferramenta que evidencia, na prática, o compromisso da escola com uma 
educação que reconhece e valoriza as singularidades, favorecendo trajetórias escolares mais 
exitosas e significativas. 
A inclusão escolar efetiva depende não apenas da adaptação curricular, mas também da 
formação de professores e equipes de apoio, sensíveis à diversidade neurológica e capazes de 
implementar práticas pedagógicas baseadas em evidências, como as discutidas por Drumond 
Ischkanian (2020, p. 47). A atuação interdisciplinar entre saúde e educação é fundamental para 
garantir avaliação completa e acompanhamento contínuo, integrando relatórios clínicos, objetivos 
educacionais e metas terapêuticas personalizadas. 
Programas de Pharmaceutical care, como o descrito por Figueiredo et al. (2023), 
destacam a importância do manejo adequado de medicações e suplementações no contexto de 
TEA, assegurando segurança e eficácia no tratamento das comorbidades (Figueiredo et al., 2023, 
p. 3789). 
A atuação farmacêutica em TEA deve ser acompanhada de monitoramento de efeitos 
adversos e reavaliações periódicas, em consonância com a abordagem integrativa, na qual os 
medicamentos são parte do cuidado multidimensional, não substituindo intervenções 
comportamentais ou educacionais. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 15 
 
O entendimento de que o TEA é um espectro modifica o paradigma da intervenção: não 
se busca ―cura‖, mas maximização das potencialidades, promoção de autonomia e participação 
social ativa, considerando o indivíduo em seu contexto social e familiar. 
Estigmas sociais e preconceitos ainda limitam o acesso a diagnósticos e tratamentos 
adequados, especialmente em populações de baixa renda ou áreas remotas. A capacitação de 
profissionais e difusão de informações acessíveis são passos essenciais para reverter esse quadro. 
A falta de instrumentos padronizados e adaptações culturais adequadas continua sendo 
um obstáculo para a precisão diagnóstica, exigindo esforços de pesquisa e validação local dos 
métodos de avaliação utilizados em outros países. 
A avaliação das habilidades motoras, tema central analisado por Bhat (2020), evidencia 
que dificuldades motoras são frequentes em crianças com TEA, impactando sua capacidade de 
interação e participação em ambientes sociais e educacionais (Bhat, 2020, p. 638). 
Segundo Bhat (2020, p. 639), motor impairments often coexist with autistic traits, 
requiring intervenções específicas para melhorar a coordenação, o equilíbrio e a motricidade, o 
que evidencia a necessidade de integração entre terapia ocupacional, física e comportamental. 
Essa interrelação entre habilidades motoras e comportamentais reforça a importância de 
intervenções que considerem tanto a comunicação quanto a capacidade de autorregulação motora, 
compondo um tratamento verdadeiramente integrativo. 
A promoção de habilidades motoras adequadas, especialmente em atividades diárias e de 
jogo simbólico, contribui para a socialização, expressão emocional e construção de confiança, 
aspectos fundamentais para a inclusão plena. 
A caracterização do TEA como transtorno multifacetado evidencia que seu impacto vai 
além da linguagem, atingindo o desenvolvimento global. Diagnóstico preciso, intervenção precoce 
e abordagem interdisciplinar são chave para otimizar resultados. 
Os dados bibliográficos coletados apontam que intervenções integrativas nas fases 
iniciais geram efeitos duradouros no comportamento, na comunicação e na participação social, o 
que reforça a necessidade de políticas públicas de acesso universal e atendimento continuado. 
Esse contexto reforça a relevância do tema e justifica amplamente a pesquisa documental 
desenvolvida, que aprofundou questões transformadoras na interface entre educação, saúde e 
inclusão social. 
A caracterização do TEA, apoiada por autores como Drumond Ischkanian (2020), 
Evêncio et al. (2019) e Figueiredo et al. (2023), oferece base robusta para a compreensão da 
necessidade de intervenções terapêuticas integrativas e fundamenta o desenvolvimento de 
estratégias multidisciplinares centradas na pessoa com autismo. 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 16 
 
2.2. Fundamentação Teórica sobre Intervenções Terapêuticas Integrativas 
As intervenções terapêuticas integrativas e complementares vêm ganhando destaque no 
atendimento a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) por sua abordagem holística, 
que busca compreender o indivíduo em sua totalidade, integrando aspectos físicos, emocionais e 
sociais. Tais intervenções combinam práticas convencionais e alternativas, oferecendo um cuidado 
mais abrangente e personalizado, que tem se mostrado eficaz em melhorar a qualidade de vida dos 
pacientes (Wang et al., 2023, p. 5). 
As terapias integrativas são definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como 
práticas de saúde que complementam os tratamentos tradicionais, oferecendo recursos adicionais 
que potencializam os resultados clínicos. Em crianças com TEA, essas terapias incluem 
abordagens como musicoterapia, equoterapia, terapia ocupacional e intervenção comportamental, 
todas baseadas em evidências científicas que demonstram seu impacto positivo no 
desenvolvimento infantil (Wang et al., 2023, p. 7). 
A utilização de intervençõesmultidisciplinares no tratamento do TEA tem suas bases 
fundamentadas na complexidade do transtorno, que envolve múltiplos aspectos neurobiológicos e 
comportamentais. A integração de profissionais de diferentes áreas, como psicologia, 
fonoaudiologia, terapia ocupacional, medicina e educação, é crucial para promover um 
atendimento eficaz, visto que cada disciplina oferece ferramentas e estratégias complementares 
para o desenvolvimento da criança (Yu et al., 2018, p. 601). 
Wang et al. (2023, p. 8) destacam que as abordagens integrativas focam não apenas nos 
sintomas isolados, mas também nas causas neurodesenvolvimentais subjacentes do TEA. Isso 
implica uma atuação que considera fatores genéticos, ambientais e biológicos, oferecendo 
intervenções precisas que podem incluir desde o manejo medicamentoso até terapias de 
estimulação sensorial e motora, refletindo a necessidade de personalização do tratamento. 
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é um exemplo clássico de terapia baseada 
em princípios científicos rigorosos, que objetiva modificar comportamentos por meio de reforço 
positivo e estratégias sistemáticas. Essa abordagem tem se consolidado como um componente 
fundamental das intervenções multidisciplinares, sendo frequentemente combinada com outras 
terapias para potencializar o desenvolvimento social e comunicativo da criança (Wang et al., 2023, 
p. 9). 
Além da ABA, a terapia ocupacional tem papel indispensável no desenvolvimento de 
habilidades motoras finas e grossas, fundamentais para a autonomia da criança. Conforme Yu et 
al. (2018, p. 599), déficits motores são comuns em crianças com TEA e influenciam diretamente a 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 17 
 
capacidade de interação com o ambiente, reforçando a importância de intervenções que integrem 
aspectos motores, sensoriais e cognitivos. 
A fonoaudiologia também se destaca no contexto das intervenções integrativas, atuando 
na estimulação da comunicação verbal e não verbal, essencial para a inclusão social. Técnicas 
específicas para melhorar a alimentação e a deglutição são igualmente importantes, uma vez que 
muitas crianças com TEA apresentam dificuldades nessas áreas, o que pode impactar sua saúde 
geral e bem-estar. 
A integração sensorial é outra área crucial nas terapias para TEA. Muitas crianças 
apresentam hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos ambientais, o que interfere na 
regulação emocional e comportamental. A terapia sensorial busca modular essas respostas, 
auxiliando a criança a lidar melhor com seu entorno e promovendo maior equilíbrio emocional e 
adaptativo (Yu et al., 2018, p. 602). 
As intervenções integrativas não se limitam ao aspecto clínico, mas também promovem o 
desenvolvimento emocional e social da criança. Abordagens como a musicoterapia e a equoterapia 
têm sido associadas a melhorias significativas na capacidade de socialização, redução da 
ansiedade e aumento da autoestima, evidenciando o impacto positivo dessas práticas no bem-estar 
global dos pacientes (Wang et al., 2023, p. 12). 
A importância das abordagens multidisciplinares reside também na colaboração constante 
entre profissionais e familiares. A participação ativa da família no processo terapêutico é 
fundamental para garantir a continuidade das intervenções no ambiente domiciliar e escolar, 
ampliando a eficácia dos tratamentos e fortalecendo os vínculos afetivos, o que contribui para a 
melhoria da qualidade de vida da criança. 
Zablotsky e Anderson (2013, p. 17) discutem a relação entre os sintomas do TEA, o 
impacto na qualidade de vida da mãe e o risco de depressão materna, ressaltando que intervenções 
terapêuticas integrativas, quando eficazes, podem aliviar essa carga emocional, promovendo um 
ambiente familiar mais saudável e favorável ao desenvolvimento da criança. 
A literatura indica que intervenções iniciadas precocemente são determinantes para o 
sucesso terapêutico. O diagnóstico e o início do tratamento durante os primeiros anos de vida 
aumentam as chances de desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas e motoras, 
impactando diretamente nos resultados clínicos e na adaptação escolar e social. 
As terapias integrativas, ao considerarem o indivíduo como um todo, promovem uma 
visão ampliada do processo de desenvolvimento e tratamento do TEA. Essa perspectiva favorece a 
identificação de comorbidades frequentes, como transtornos de ansiedade, distúrbios do sono e 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 18 
 
problemas gastrointestinais, possibilitando intervenções mais abrangentes e eficazes (Wang et al., 
2023, p. 14). 
A abordagem interdisciplinar é essencial para enfrentar a heterogeneidade do TEA, que 
se manifesta de formas muito variadas entre as crianças. A flexibilidade e a personalização dos 
planos terapêuticos são possíveis graças à articulação entre profissionais que trazem diferentes 
saberes e técnicas, tornando o cuidado mais completo e adequado às necessidades individuais (Yu 
et al., 2018, p. 603). 
Wang et al. (2023, p. 15) destacam que a ciência moderna aponta para terapias de 
precisão, que combinam dados genéticos, neurofuncionais e comportamentais para estabelecer 
protocolos individualizados. Essas terapias integrativas, embasadas em evidências, representam o 
futuro do tratamento do TEA, promovendo intervenções mais eficazes e menos invasivas. 
No contexto das intervenções complementares, a equoterapia tem ganhado espaço por seu 
potencial em desenvolver a coordenação motora, o equilíbrio e as habilidades sociais, promovendo 
benefícios que extrapolam o âmbito físico e alcançam aspectos emocionais e relacionais da criança 
(Wang et al., 2023, p. 16). 
A musicoterapia, por sua vez, é reconhecida por estimular áreas cerebrais relacionadas à 
comunicação, à memória e à emoção, favorecendo o desenvolvimento de habilidades expressivas 
e a regulação afetiva. Essa terapia proporciona um ambiente motivador e acolhedor, facilitando a 
interação social e a participação ativa da criança (Wang et al., 2023, p. 17). 
A complementaridade entre as intervenções tradicionais e integrativas cria um modelo de 
atendimento mais eficiente e humanizado, que respeita a diversidade das manifestações do TEA e 
valoriza as potencialidades individuais. Essa visão integrada amplia o alcance terapêutico e 
promove avanços significativos no desenvolvimento infantil. 
O envolvimento da família é um dos pilares do sucesso das intervenções 
multidisciplinares. A orientação e o suporte aos cuidadores são essenciais para que possam 
colaborar efetivamente no processo terapêutico, implementando estratégias no cotidiano e criando 
um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança (Zablotsky e Anderson, 2013, p. 20). 
A educação inclusiva, apoiada em intervenções integrativas, é fundamental para garantir 
o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento pleno das crianças com TEA. A adaptação dos 
ambientes escolares e a formação continuada dos professores são componentes essenciais para o 
sucesso dessa inclusão (Wang et al., 2023, p. 19). 
As políticas públicas que incentivam a implementação de programas integrativos e 
multidisciplinares contribuem para a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade do 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 19 
 
atendimento às crianças com TEA, reconhecendo a complexidade do transtorno e a necessidade de 
respostas articuladas e abrangentes. 
O uso de tecnologias assistivas, aliadas às terapias integrativas, tem possibilitado novas 
formas de estímulo e comunicação, potencializando o desenvolvimento e a autonomia das crianças 
com TEA. Essas tecnologias ampliam as possibilidades de intervenção e oferecem recursos 
adaptados às necessidades específicas de cada indivíduo (Wang et al., 2023, p. 21). 
A integração de conhecimentosda neurociência, da psicologia e da educação tem 
proporcionado avanços significativos na compreensão do TEA e na elaboração de intervenções 
mais eficazes, baseadas em evidências científicas e na observação clínica detalhada (Wang et al., 
2023, p. 22). 
A avaliação contínua do progresso das crianças em intervenção integrativa é fundamental 
para ajustar as estratégias terapêuticas e garantir resultados positivos, permitindo uma resposta 
rápida às mudanças no perfil e nas necessidades da criança. 
A diversidade cultural e socioeconômica das famílias deve ser considerada na 
implementação das intervenções, garantindo que as estratégias sejam culturalmente sensíveis e 
acessíveis, ampliando a efetividade e a adesão ao tratamento (Wang et al., 2023, p. 24). 
O treinamento e a formação contínua dos profissionais envolvidos nas intervenções 
integrativas são essenciais para garantir a qualidade e a eficácia dos tratamentos, promovendo 
atualização constante e troca de saberes entre as diferentes áreas. 
A pesquisa científica é fundamental para a evolução das intervenções terapêuticas, 
possibilitando o desenvolvimento de novas técnicas e o refinamento das práticas existentes, 
sempre com foco na melhoria dos resultados clínicos e da qualidade de vida das crianças com 
TEA (Wang et al., 2023, p. 26). 
A colaboração entre instituições de saúde, educação e pesquisa fortalece a rede de 
atendimento e amplia as possibilidades de intervenção, criando um ambiente favorável à inovação 
e à aplicação de terapias integrativas multidisciplinares. 
É fundamental que as intervenções respeitem os direitos das crianças com TEA, 
promovendo sua autonomia, dignidade e inclusão social, alinhando as práticas terapêuticas aos 
princípios éticos e legais vigentes (Wang et al., 2023, p. 28). 
As intervenções terapêuticas integrativas, fundamentadas em abordagens 
multidisciplinares e personalizadas, representam um avanço significativo no atendimento às 
crianças com TEA, contribuindo para o desenvolvimento global, a inclusão social e a melhoria da 
qualidade de vida, em consonância com as evidências científicas mais recentes. 
 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 20 
 
2.3. Abordagens Terapêuticas Convencionais no TEA 
BRASIL (2015) enfatiza que o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
exige intervenções integradas e multidisciplinares que abordem as múltiplas necessidades da 
criança, incluindo aspectos sociais, comunicativos, motores e emocionais. Essas intervenções 
visam promover a melhoria do funcionamento e a inclusão social, respeitando as particularidades 
individuais de cada caso. 
Wang et al. (2023) ressaltam a importância das abordagens terapêuticas integrativas 
baseadas em evidências moleculares e neurobiológicas para o TEA. Os autores destacam que o 
avanço da neurociência contribui para a compreensão dos fatores de risco e dos mecanismos 
biológicos que influenciam o desenvolvimento do transtorno, permitindo o desenvolvimento de 
terapias mais precisas e personalizadas. Essa visão amplia o escopo das intervenções, unindo 
conhecimentos de diversas áreas para um tratamento mais eficaz. 
Yeargin Allsopp et al. (2003) apresentam dados epidemiológicos importantes sobre a 
prevalência do autismo, reforçando a necessidade de políticas públicas estruturadas e a 
capacitação de equipes multiprofissionais para o diagnóstico e intervenção precoces. Essa 
perspectiva ressalta o desafio de garantir acesso universal e equitativo aos serviços de saúde e 
educação para crianças com TEA, fator crucial para o sucesso das terapias. 
No que tange às habilidades motoras, Yu et al. (2018) indicam que discrepâncias 
cognitivas influenciam diretamente o desenvolvimento motor fino em crianças com TEA, 
sugerindo que o estímulo à motricidade deve ser adaptado ao perfil funcional de cada indivíduo. 
Esse conhecimento fundamenta a atuação da terapia ocupacional, que deve integrar estratégias de 
desenvolvimento motor com suporte cognitivo para promover a funcionalidade e a autonomia. 
Zablotsky & Anderson (2013) discutem a relação entre os sintomas do TEA, a qualidade 
de vida das mães e o risco de depressão materna, evidenciando a importância do suporte 
psicossocial às famílias. O impacto emocional e social do diagnóstico exige que as intervenções 
terapêuticas também considerem o contexto familiar, promovendo o bem-estar integral e a 
participação ativa dos cuidadores no processo terapêutico. 
A terapia comportamental, particularmente a Análise do Comportamento Aplicada 
(ABA), se destaca como abordagem tradicional eficaz para o desenvolvimento de habilidades 
sociais e comunicativas, além da diminuição de comportamentos desafiadores. Utilizando reforço 
positivo, essa metodologia promove aprendizagens graduais e adaptadas à criança, fortalecendo 
sua autonomia e inserção social. 
A terapia ocupacional, com base no estímulo à motricidade e na integração sensorial, tem 
papel fundamental na promoção da independência funcional da criança com TEA. O enfoque na 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 21 
 
regulação sensorial contribui para a redução de respostas exageradas ou inibidas aos estímulos 
ambientais, favorecendo uma melhor adaptação ao cotidiano. 
A fonoaudiologia direciona suas intervenções ao desenvolvimento da comunicação verbal 
e não verbal, fundamentais para o convívio social, além de tratar dificuldades alimentares 
associadas ao TEA. Essa área é crucial para o aprimoramento da qualidade de vida da criança, 
facilitando sua expressão e interação com o meio. 
A psicologia, por meio das intervenções cognitivo-comportamentais, apoia o 
desenvolvimento socioemocional da criança e oferece suporte às famílias. Técnicas específicas 
são aplicadas para o manejo da ansiedade, regulação emocional e construção de habilidades 
sociais, promovendo o equilíbrio psíquico e a funcionalidade. 
A educação especial e inclusiva tem papel estratégico na adaptação do ambiente escolar 
às necessidades da criança com TEA, por meio da implementação de adaptações curriculares e 
práticas pedagógicas específicas. O envolvimento dos profissionais da educação na equipe 
interdisciplinar fortalece a articulação entre as dimensões clínica e educacional, favorecendo a 
inclusão plena. 
A atuação multiprofissional permite uma visão integral da criança, contemplando 
aspectos físicos, cognitivos e emocionais. A colaboração entre terapeutas, educadores, psicólogos 
e familiares é fundamental para o planejamento e a execução de intervenções coerentes, que 
respeitem o ritmo e as potencialidades de cada criança. 
Os avanços científicos recentes, como os apontados por Wang et al. (2023), indicam que 
terapias de precisão, baseadas em biomarcadores e abordagens neurodesenvolvimentais, vêm 
complementando as práticas tradicionais, apontando para um futuro promissor no tratamento do 
TEA. 
Yeargin Allsopp et al. (2003) evidenciam que o aumento da prevalência do TEA em 
diferentes contextos urbanos reforça a necessidade de ampliar o acesso a serviços especializados, 
garantindo diagnóstico precoce e intervenções integradas. 
A complexidade do TEA demanda que as equipes multiprofissionais utilizem 
instrumentos padronizados e adaptados, tais como ADOS-2, CARS e M-CHAT, para garantir a 
precisão diagnóstica e o planejamento terapêutico adequado. 
Yu et al. (2018) demonstram que compreender as relações entre cognição e motricidade 
possibilita a criação de planos terapêuticos mais eficazes, com foco na melhora das funções 
motoras finas, essenciais para o desenvolvimento de habilidades cotidianas. 
 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 22 
 
Tabela 1: Abordagens terapêuticas convencionais no TEA. EA: 
Abordagem 
Terapêutica 
Objetivos Fundamentos 
Teóricos 
Autores (2025) 
 
 
Terapia 
ComportamentalABA 
Desenvolvimento de 
habilidades sociais, 
comunicação e 
redução de 
comportamentos 
inadequados. 
Baseada em 
princípios da análise 
do comportamento, 
reforço positivo e 
modelagem do 
comportamento 
adaptativo. 
“A Análise do Comportamento 
Aplicada constitui-se como uma 
das intervenções mais eficazes 
para a promoção de mudanças 
comportamentais significativas 
no TEA.” 
 Francisca Araújo da Silva 
 
 
Terapia 
Ocupacional 
Estimular 
motricidade, 
promover 
autocuidado e 
facilitar a integração 
sensorial. 
Foco na relação entre 
funções motoras, 
sensoriais e 
autonomia funcional 
para melhorar a 
participação diária. 
“O estímulo adequado à 
motricidade e à integração 
sensorial é essencial para a 
independência e qualidade de 
vida das crianças com TEA.” 
 Simone Helen Drumond 
Ischkanian 
 
 
Fonoaudiologia 
Desenvolvimento da 
comunicação, 
linguagem e suporte 
em dificuldades 
alimentares. 
Fundamentada no 
estudo da linguagem, 
processos 
comunicativos e 
aspectos orais-
motores. 
“A intervenção fonoaudiológica 
é primordial para o avanço das 
habilidades comunicativas, 
facilitando a interação social.” 
Gladys Nogueira Cabral 
 
Psicologia e 
Intervenções 
Cognitivo-
Comportamentais 
Regulação emocional, 
desenvolvimento 
social e suporte 
familiar. 
Aplicação de técnicas 
para manejo 
emocional, ansiedade 
e construção de 
habilidades sociais. 
“A psicologia cognitivo-
comportamental apoia a 
criança e a família na 
regulação emocional e na 
melhoria da qualidade de vida.” 
 Juliana Balta Ferreira 
 
Educação 
Especial e 
Inclusiva 
Adaptação curricular 
e práticas 
pedagógicas 
inclusivas para 
promover 
aprendizado efetivo. 
Teorias pedagógicas 
inclusivas, 
individualização do 
ensino e estratégias 
de suporte no 
ambiente escolar. 
“A inclusão escolar deve ser 
efetiva e adaptada, promovendo 
a participação plena da criança 
com TEA em todos os contextos 
educativos.” Priscilla Nayane 
Magalhães Ribeiro dos Santos 
 
Apoio Psicossocial 
e Familiar 
Fortalecimento das 
redes de suporte e 
orientação familiar 
para o enfrentamento 
do TEA. 
Importância da 
integração entre 
família, escola e 
profissionais para 
suporte integral da 
criança. 
“O suporte psicossocial é 
fundamental para que a família 
se sinta acolhida e preparada 
para as demandas do TEA.” 
Giane Demo 
 
Coordenação 
Multidisciplinar 
do Tratamento 
Organização e 
integração das 
intervenções para 
assegurar 
continuidade e 
qualidade 
assistencial. 
A atuação conjunta e 
integrada entre 
diversas áreas da 
saúde e educação 
favorece a eficácia do 
tratamento. 
“A coordenação entre os 
profissionais é a chave para o 
sucesso das intervenções e o 
desenvolvimento da criança.” 
Cintia Aparecida Nogueira dos 
Santos 
Fonte: SILVA, Francisca Araújo da; DRUMOND ISCHKANIAN, Simone Helen; CABRAL, Gladys 
Nogueira; FERREIRA, Juliana Balta; RIBEIRO DOS SANTOS, Priscilla Nayane Magalhães; 
DEMO, Giane; SANTOS, Cintia Aparecida Nogueira dos. 2025. 
 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 23 
 
A importância das intervenções precoces e contínuas é amplamente consensual, uma vez 
que quanto mais cedo iniciadas, maiores as chances de melhora no desenvolvimento global e 
adaptação social da criança com TEA. A personalização das intervenções, que respeita as 
características individuais e o contexto familiar, é essencial para potencializar os resultados e promover a 
autonomia da criança. 
O investimento em capacitação profissional é imprescindível para garantir que as práticas 
adotadas estejam atualizadas e alinhadas com as evidências científicas, assegurando maior 
qualidade no atendimento. A interdisciplinaridade fomenta a construção de um plano terapêutico 
integrado e coerente, no qual cada profissional contribui com sua expertise para um tratamento 
mais completo. 
A articulação entre saúde e educação deve ser constante, para que as estratégias sejam 
aplicadas de forma consistente em todos os ambientes em que a criança está inserida. A 
documentação sistemática do progresso terapêutico, com registros e avaliações periódicas, permite 
ajustes pontuais nas intervenções, otimizando o desenvolvimento. 
A inclusão escolar é reconhecida não apenas como direito, mas como ferramenta 
indispensável para a socialização e aprendizagem das crianças com TEA. 
O papel da família como co-terapeuta fortalece a continuidade das intervenções e 
promove o empoderamento dos cuidadores no manejo do transtorno. O contexto social e cultural 
deve ser considerado para a adequação das intervenções, tornando-as mais eficazes e respeitosas 
às diferenças. 
O impacto positivo das terapias convencionais na qualidade de vida da criança e da 
família está amplamente documentado, reforçando a necessidade de políticas públicas que 
garantam acesso universal a esses serviços. 
A perspectiva integrativa, combinando abordagens convencionais com terapias 
complementares, amplia o leque de possibilidades para o tratamento do TEA. 
A busca por resultados clínicos efetivos requer avaliação contínua e adaptação das 
estratégias terapêuticas conforme a evolução da criança. O compromisso com a humanização do 
atendimento, o respeito à singularidade e o trabalho em equipe são pilares fundamentais para o 
sucesso das intervenções no TEA. 
2.4. Terapias Complementares no Atendimento ao TEA 
O atendimento a indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem se ampliado 
para além do modelo tradicional focado apenas em intervenções clínicas convencionais, 
abrangendo um conjunto de terapias complementares que visam melhorar a qualidade de vida, o 
 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS INTEGRATIVAS NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM TEA. Página 24 
 
desenvolvimento e a integração social desses indivíduos. Essas práticas proporcionam benefícios 
que vão desde a regulação sensorial até a expressão emocional e a comunicação alternativa, 
oferecendo um suporte multidisciplinar e holístico. Segundo Da Silva e Sousa (2021), o 
tratamento não medicamentoso tem ganhado relevância justamente por favorecer habilidades e 
competências que o modelo medicamentoso isolado não alcança plenamente, principalmente em 
aspectos comportamentais e emocionais. 
 
2.4.1 Integração Sensorial 
A Integração Sensorial (IS) é uma das principais abordagens terapêuticas 
complementares aplicadas no atendimento ao TEA. Essa terapia se fundamenta na regulação 
sensorial, entendida como a capacidade do indivíduo de processar, organizar e responder 
adequadamente aos estímulos sensoriais do ambiente. Muitas crianças e adultos com autismo 
apresentam dificuldades nessa organização, o que pode gerar comportamentos desafiadores e 
dificuldades na interação social. Conforme destacam Da Silva e Sousa (2021), a IS atua 
promovendo o equilíbrio e a adaptação sensorial, o que reflete diretamente na organização do 
comportamento e na qualidade de vida dos pacientes. A intervenção busca estimular o sistema 
nervoso central para melhorar a modulação sensorial, facilitando assim a aprendizagem e a 
autonomia. 
A prática da Integração Sensorial envolve atividades específicas que estimulam os 
sentidos de maneira controlada e gradual, como o uso de bolas, balanços, texturas e sons, que 
auxiliam o indivíduo a processar essas informações de forma mais adequada. 
A adaptação dos estímulos às necessidades particulares do paciente é fundamental para o 
sucesso da terapia, já que o TEA apresenta uma heterogeneidade significativa entre os casos. 
Damasceno et al. (2021) ressaltam que a melhora na regulação sensorial contribui para a redução 
dos episódios de crise e para o fortalecimento da autoestima e do vínculo afetivo, pois o paciente 
torna-se mais receptivo e menos ansioso em relação ao ambiente ao seu redor. 
 
2.4.2 Equoterapia 
A Equoterapia é outraé um fator decisivo para potencializar o desenvolvimento e minimizar os impactos dos 
desafios relacionados ao TEA. A atuação integrada possibilita a construção de um ambiente 
terapêutico mais acolhedor, personalizado e efetivo, que respeita as particularidades de cada 
criança e promove sua autonomia. 
A abordagem multidisciplinar reforça a importância do envolvimento ativo da família, da 
escola e da comunidade no processo terapêutico, ampliando as possibilidades de generalização dos 
aprendizados para diferentes contextos da vida da criança. O compromisso com a inclusão social e 
educacional é fundamental para garantir que as crianças com TEA tenham acesso às oportunidades 
necessárias para seu crescimento pleno e participação cidadã. 
É imprescindível que as políticas públicas acompanhem esse avanço científico e clínico, 
promovendo a capacitação profissional contínua, a ampliação do acesso às terapias integrativas e o 
fortalecimento das redes de suporte familiar e comunitário. Somente com uma atuação conjunta, 
interdisciplinar e comprometida será possível construir um cenário que respeite a diversidade, 
assegure direitos e promova o desenvolvimento integral das pessoas com TEA. 
O investimento em intervenções integrativas e precoces representa não apenas uma 
estratégia clínica eficaz, mas um compromisso ético e social para que cada criança com TEA 
possa alcançar seu potencial máximo, vivendo com autonomia, dignidade e inclusão plena na 
sociedade. 
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