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LIGAÇÕES QUÍMICAS Profª. Cláudia Cunha ELÉTRONS DE VALÊNCIA Profª. Cláudia Cunha Os elétrons de um átomo podem ser divididos em dois grupos: 1) Elétrons da camada mais interna; 2) Elétrons de valência – são aqueles da camada mais externa de um átomo; eles determinam as propriedades químicas do átomo, porque as reações químicas resultam da perda, ganho ou rearranjo desses elétrons. ELÉTRONS DE VALÊNCIA Profª. Cláudia Cunha Elemento Grupo Periódico Elétrons Internos Elétrons de Valência Configuração Total Na (Z=11) 1 1s2 2s2 2p6 = [Ne] 3s1 [Ne] 3s1 Si (Z=14) 14 1s2 2s2 2p6 = [Ne] 3s2 3p2 [Ne] 3s2 3p2 As (Z=33) 15 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 = [Ar] 3d10 4s2 4p3 [Ar] 3d10 4s2 4p3 SIMBOLOS DE LEWIS G. N. Lewis (1875-1946) representou os elétrons na camada de valência de um átomo por pontos, colocados um de cada vez em torno do símbolo. Profª. Cláudia Cunha SIMBOLOS DE LEWIS O arranjo dos elétrons de valência em torno de um átomo em quatro grupos sugere que a camada de valência de um elemento principal do grupo pode acomodar um máximo de quatro pares de elétrons. Profª. Cláudia Cunha Como esse arranjo representa um total de oito elétrons, o chamamos de octeto de elétrons. FORMAÇÃO DE LIGAÇÕES QUÍMICAS Quando uma reação química ocorre entre dois átomos, seus elétrons de valência reorganizam-se de modo que uma força atrativa – ligação química – ocorra entre átomos. Há dois tipos gerais de ligação: - Iônica - Covalente Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO IÔNICA É formada quando um ou mais elétrons são transferidos de um átomo para outro, criando íons positivos e negativos. Ou seja, quando uma ligação iônica se forma, um átomo perde elétrons e outro os recebe até que ambos atinjam a configuração de um gás nobre. Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO IÔNICA Quando o sódio e o cloro reagem, um elétron é transferido de um átomo de sódio para um átomo de cloro para formar Na+ e Cl–. Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO IÔNICA Exemplo: Descreva a configuração dos elétrons de valência e a formação de compostos iônicos para NaCl. O Na muda de 1s2 2s2 2p6 3s1 para Na+ com a configuração 1s2 2s2 2p6, equivalente a configuração do [Ne]. O Cl muda de [Ne] 3s2 3p5 para Cl–, com a configuração [Ne] 3s2 3p5, equivalente a configuração do [Ar]. Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO DE COMPOSTOS IÔNICOS Se a energia de ionização experimental do sódio é 494 kJ.mol-1, logo para a reação abaixo teremos: Na(g) Na+(g) + e-(g) E= + 494 kJ.mol-1 A afinidade eletrônica dos átomos do cloro é 349 kJ.mol-1, logo: Cl(g) + e-(g) Cl-(g) E= - 349 kJ.mol-1 Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO DE COMPOSTOS IÔNICOS Quanto maiores forem as cargas dos íons, maior será a atração, de modo que a energia, para a formação do par de íons, tem um valor negativo maior. A atração entre os íons Ca2+ e O2-, por exemplo, será quatro vezes maior [(2+)x(2-)] do que a atração entre os íons Na+ e os íons Cl-, e a energia será mais negativa por um fator de aproximadamente 4. Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO DE COMPOSTOS IÔNICOS À medida que a distância entre os íons aumenta, a força de atração entre os íons declina e a energia fica menos negativa. Os elementos metálicos podem perder seus elétrons de valência para formar cátions. Os elementos não-metálicos acomodam os elétrons em suas camadas de valência e tornam-se ânions. Profª. Cláudia Cunha ENERGIA RETICULAR A energia reticular é uma medida da força da ligação iônica em compostos sólidos. Ou seja, é a energia de formação de 1 mol de um composto iônico cristalino sólido quando íons na fase gasosa combinam-se. Na+(g) + Cl-(g) NaCl(s) Eretículo= - 786 kJ.mol-1 Profª. Cláudia Cunha CALCULANDO A ENERGIA RETICULAR Na+(g) + Cl-(g) NaCl(s) Etapa 1a: Entalpia de formação de Cl(g) = +121,68 kJ/mol Etapa 1b: H para Cl(g) + e- Cl-(g) = -349 kJ/mol Etapa 2a: Entalpia de formação de Na(g) = +107,3 kJ/mol Etapa 2b: H para Na(g) Na+(g) + e- = +496 kJ/mol Sabendo que o calor padrão de formação de NaCl(s) é igual a -411,12 kJ/mol, a entalpia retícular é: Hretículo = -787 kJ/mol Profª. Cláudia Cunha CICLOS DE BORN-HABER Profª. Cláudia Cunha Os níveis de energia foram nomeados em homenagem a Max Born (1882-1970) e Fritz Haber (1868-1934). CICLOS DE BORN-HABER Profª. Cláudia Cunha Composto Hretículo (kJ/mol) LiF -1.037 LiCl -852 LiBr -815 LiI -761 NaF -926 NaCl -786 NaBr -752 NaI -702 KF -821 KCl -717 KBr -689 KI -649 LIGAÇÃO DE COMPOSTOS Observa-se que: - Moléculas e íons constituídos apenas de átomos de não metais, os átomos estão unidos por ligação covalente. - Já a presença de um metal em sua fórmula é sinal de que o composto é provavelmente iônico. Profª. Cláudia Cunha CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA DOS ÍONS Quando um átomo de um metal do bloco s forma um cátion, ele perde um ou mais elétrons até atingir a estrutura do gás nobre de seu caroço. Profª. Cláudia Cunha CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA DOS ÍONS Na = [Ne] 3s1 Na+ = [He] 2s2 2p6 Os íons Na+ não podem perder mais elétrons em uma reação química, porque as energias de ionização dos elétrons do caroço são altas demais. Li = [He] 2s1 Li+ = 1s2 Be = [He] 2s2 Be2+ = 1s2 Al = [Ne] 3s2 3p1 Na3+ = [He] 2s2 2p6 Profª. Cláudia Cunha CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA DOS ÍONS Os átomos dos metais perdem seus elétrons s e p e expõem um caroço de gás nobre rodeado por uma subcamada completa adicional de elétrons d. Ga = [Ar] 4s2 3d10 4p1 Ga3+ = [Ar] 3d10 Os elétrons d estão firmemente unidos ao núcleo e, na maioria dos casos, não podem ser perdidos. Os elétrons s são perdidos em primeiro lugar, seguindo-se um número variável de elétrons. Profª. Cláudia Cunha CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA DOS ÍONS Os não-metais raramente perdem elétrons em reações químicas porque suas energias de ionização são muito altas. Profª. Cláudia Cunha Entretanto eles podem adquirir elétrons suficientes para completar sua camada de valência e formar o octeto correspondente ao gás nobre posterior. CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA DOS ÍONS Profª. Cláudia Cunha A transferência de elétrons resulta na formação de um octeto de elétrons na camada de valência de cada átomo: os metais adquirem um octeto pela perda de elétrons, e os não metais pelo ganho de elétrons. LIGAÇÃO COVALENTE Envolve o compartilhamento de elétrons de valência entre átomos. Quando uma ligação covalente se forma, os átomos compartilham elétrons até atingir a configuração de um gás nobre (regra do octeto). Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO COVALENTE Exemplos: Nitrogênio – possui 5 elétrons de valência e utiliza mais 3 para completar seu octeto. Cloro – possui 7 elétrons de valência e utiliza mais 1 para completar seu octeto. Argônio – possui 8 elétrons de valência, ou seja possui seu octeto completo, e por isso, não compartilha elétrons. Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÃO COVALENTE Os elementos não metálicos compartilham elétrons para formar ligações covalentes entre si. Onde, o par de elétrons compartilhados é representado por linhas e os pares isolados, também chamados de elétrons não ligantes, por pares de pontos. Profª. Cláudia Cunha LIGAÇÕES COVALENTES Profª. Cláudia Cunha REGRA DO OCTETO Exemplo: Determine o arranjo de átomos do formaldeído (CH2O). 1º) O átomo central geralmente é aquele com afinidade eletrônica menos negativa. Carbono 2º) Determine o número total de valência na molécula, somando os elétrons de valência de cada átomo. 12 elétrons ou 6 pares de elétrons Profª.Cláudia Cunha REGRA DO OCTETO Exemplo: Determine o arranjo de átomos do formaldeído (CH2O). 3º) Coloque um par de elétrons entre cada par de átomos ligados para formar uma ligação simples Profª. Cláudia Cunha REGRA DO OCTETO Exemplo: Determine o arranjo de átomos do formaldeído (CH2O). 4º) Use todos os pares restantes como pares isolados em torno de cada átomo terminal (exceto H). Profª. Cláudia Cunha REGRA DO OCTETO Exemplo: Determine o arranjo de átomos do formaldeído (CH2O). 5º) Se o átomo central tiver menos de oito elétrons, mova um ou mais pares isolados dos átomos terminais para uma posição intermediária entre o átomo central e terminal para formar ligações múltiplas. Profª. Cláudia Cunha RESSONÂNCIA Profª. Cláudia Cunha Ocorre quando algumas moléculas têm estruturas que não podem ser expressas corretamente por uma única estrutura de Lewis. Deste modo, Linus Pauling propôs a teoria da ressonância para estes casos, para apresentar uma maneira de representar uma estrutura. RESSONÂNCIA Profª. Cláudia Cunha Pode-se desenhar três estruturas equivalentes para um íon, diferindo somente a posição da ligação dupla CO. Como as três ligações são idênticas, um modelo melhor para o íon carbonato (CO32-) é uma fusão das três estruturas. RESSONÂNCIA Profª. Cláudia Cunha Essa fusão de estruturas é chamada de ressonância e é indicada por setas de duas pontas (). A estrutura resultante da fusão é um híbrido de ressonância das estruturas de Lewis que contribuem. A molécula não oscila entre as três estruturas de Lewis diferentes: um híbrido de ressonância é a fusão de estruturas. No íon carbonato (CO32-), as três distâncias de ligação carbono–oxigênio são de 129 pm, valor intermediário entre a ligação simples C–O (143 pm) e a ligação dupla CO (122 pm). RESSONÂNCIA Profª. Cláudia Cunha Escreva as estruturas de Lewis que contribuem para o híbrido de ressonância do íon nitrato (NO3-). CARGAS FORMAIS Profª. Cláudia Cunha É a carga que o átomo ou íon teria se as ligações fossem perfeitamente covalentes e o átomo tivesse exatamente a metade dos elétrons compartilhados das ligações. Cálculo da carga formal = número do grupo do átomo – [EPI + ½(EL)] Onde: EPI: nº de elétrons em pares isolados no átomo EL: nº de elétrons de ligação ao redor de um átomo. CARGAS FORMAIS Profª. Cláudia Cunha Exemplo: OH- CARGAS FORMAIS Profª. Cláudia Cunha Exemplo: NO3- CARGAS FORMAIS Profª. Cláudia Cunha IMPORTANTE!!! Para verificar as cargas formais calculadas, observe se sua soma é igual a carga total da molécula ou íon. Por exemplo, para uma molécula eletricamente neutra, a soma das cargas formais é zero.
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