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Histologia da Tireoide

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Morfofuncional II – Histologia
Tireoide 
A tireoide é uma glândula endócrina de origem endodérmica que se desenvolve precocemente na porção cefálica do tubo digestivo. Sua função é sintetizar os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que controlam a taxa de metabolismo do corpo. Situada na região cervical anterior á laringe, a glândula tireoide é constituída de dois lóbulos unidos por um istmo. 
A tireoide é composta de milhares de folículos tireoidianos, que são pequenas esferas medindo no homem de 0,2 a 0,9 mm de diâmetro. Os folículos são formados por epitélio simples e a sua cavidade contém uma substância gelatinosa chamada coloide. As células dos folículos variam de achatadas a colunares. A glândula é coberta por uma capsula de tecido conjuntivo frouxo que envia septos para o parênquima. Estes septos se tornam gradualmente mais delgados ao alcançar os folículos, que são separados entre si principalmente por fibras reticulares. A tireoide é um órgão extremamente vascularizado por uma extensa rede capilar sanguínea e linfática que cerca os folículos. As células endoteliais desses vasos capilares são fenestradas.
Em uma mesma glândula, encontramos folículos grandes, cheios de coloide e formados por epitélio cúbico ou pavimentoso ao lado de folículos menores, com epitélio colunar. Apesar desta variabilidade, quando a altura média do epitélio é baixa, a glândula é considerada hipoativa. Em contraposição, quando há muito hormônio tireotrópico circulante, há um aumento acentuado na altura do epitélio folicular e hiperatividade da glândula. Essa alteração é acompanhada por uma diminuição da quantidade de coloide e do diâmetro dos folículos.
As células epiteliais dos folículos tireoidianos se apoiam sobre uma lâmina basal. A porção basal das células é rica em RE granuloso e contém quantidade moderada de mitocôndrias. O núcleo é geralmente esférico e situado no centro da célula. Na porção supranuclear há uma zona de Golgi e grânulos de secreção cujo conteúdo é similar ao coloide folicular. Nesta região há também lisossomos e alguns vacúolos, geralmente grandes, de conteúdo claro. A membrana da região apical das células contém um número moderado de microvilos.
Outro tipo de célula, a célula parafolicular ou célula C, é encontrada na tireoide fazendo parte do epitélio folicular ou formando agrupamentos isolados entre os folículos tireoidianos. Elas têm uma pequena quantidade de RE granuloso, mitocôndrias alongadas e um grande complexo de Golgi. A característica mais notável destas células é a presença de numerosos grânulos que contêm o hormônio chamado calcitonina, cujo efeito principal é abaixar o nível de cálcio do plasma pela inibição da absorção do osso. A secreção de calcitonina é ativada por uma elevação da concentração de cálcio no plasma.
Controle da produção de hormônios tireoidianos
A tireoide acumula grande quantidade do seu produto de secreção no coloide. O coloide tireoidiano é constituído principalmente pela glicoproteína tireoglobulina. A coloração do coloide folicular varia muito, podendo ser acidófila ou basófila.
O principal mecanismo regulador do estado estrutural e funcional da glândula tireoide é o hormônio tireotrópico (TSH ou tireotropina) secretado pela pars distalis (adenohipófise) da hipófise. A membrana celular da porção basal das células foliculares é rica em receptores para tireotropina. O TSH estimula todas as etapas da produção de hormônios da tireoide. Os hormônios tireoidianos, por sua vez, inibem a síntese do TSH, estabelecendo-se um equilíbrio que mantém o organismo com quantidades adequadas de tiroxina e triiodotironina. A secreção de tireotropina aumenta por exposição ao frio e diminui no calor e em resposta ao estresse.
Síntese e acúmulo de hormônios nas células foliculares
A síntese e o acúmulo de hormônios tireoidianos ocorrem em quatro etapas:
1 – Síntese de tireoglobulina: a síntese da tireoglobulina (proteína) se dá no RE granuloso. No interior das cisternas do retículo e no complexo de Golgi é adicionado carboidrato à proteína e o produto final, a tireoglobulina, é liberado de vesículas existentes na porção apical da célula para o lúmen do folículo.
2 – Captação de iodeto circulante: é realizada por uma proteína situada na membrana basolateral das células foliculares que transporta simultaneamente sódio e iodeto, sendo chamada co-transportador (simporte) de Na/I. O iodo circulante tem um papel importante regulando a função da tireoide, pois baixos teores de iodo aumentam a quantidade de co-transportadores de Na/I, aumentando, assim, a sua captação e compensando a concentração mais baixa no plama.
3 – Oxidação do iodeto: uma peroxidase da tireoide realiza enzimaticamente a oxidação do iodeto que é, em seguida, transportado para a cavidade do folículo por um transportador de ânions chamado pendrina.
4 – Iodação dos radicais de tirosila: no interior do coloide, uma peroxidase da tireoide catalisa a iodação dos radicais de tirosila da tireoglobulina, sendo produzidos T3 e T4 que, não estando isolados, fazem parte da molécula de tireoglobulina.
Liberação de T3 e T4
Quando estimuladas por tireotropina, as células foliculares da tireoide captam coloide por meio de endocitose. O coloide é então digerido por enzimas lisossômicas, as ligações entre radicais iodinados e a molécula de tireoglobulina são quebradas por proteases e monoiodotirosina (MIT), diiodotirosina (DIT), triiodotirosina (T3) e tiroxina (T4) são liberadas no citoplasma. T3 e T4 cruzam livremente a membrana basolateral da célula e se difundem até os capilares sanguíneos. MIT e DIT não são secretados no sangue, porque o seu iodo é removido enzimaticamente no citoplasma e os produtos desta reação enzimática – iodo e tirosina – são usados de novo pelas células foliculares. T4 é mais abundante, constituindo cerca de 90% do hormônio circulante da tireoide, porém T3 exerce sua ação mais rapidamente e é mais potente. 
T3 e T4 aumentam o número de mitocôndrias e de suas cristas. Há também aumento da síntese e diminuição da degradação de proteínas mitocondriais. Os hormônios tireoidianos atuam sobre a taxa de metabolismo basal; eles aumentam a absorção intestinal de carboidratos e regulam o metabolismo de lipídios. Os hormônios tireoidianos também influenciam o crescimento do corpo e o desenvolvimento do sistema nervoso durante a vida fetal.
Disfunções tireoidianas
Uma dieta carente em iodo diminui a síntese de hormônios tireoidianos, causando hipotireoidismo. A menor taxa de T3 e T4 circulantes estimula a secreção de TSH, que causa hipertrofia da tireoide, chamada de bócio por deficiência de iodo (bócio endêmico), de ampla ocorrência em algumas regiões do mundo.
No hipotireoidismo no adulto, o mixedema pode ser o resultado de várias doenças da própria glândula tireoide ou pode ser secundário à deficiência da hipófise ou do hipotálamo. Doenças autoimunes da tireoide prejudicam a sua função, com consequente hipotireoidismo. Na tireoide de Hashimoto, que ocorre frequentemente em mulheres, é possível detectar anticorpos contra o tecido tireoidiano no sangue do paciente.
A deficiência tireoidiana em recém-nascidos pode levar a um hipotireoidismo chamado cretinismo, caracterizado por inadequado desenvolvimento físico e retardo mental.
Hipertireoidismo ou tireotoxicose tem como doença mais comum a doença de Graves ou bócio exoftálmico. Esta hiperfunção tireoidiana é devida a uma disfunção imunológica, com produção de imunoglobulina circulante que se liga aos receptores de tireotropina das células foliculares, e as consequências desta ligação se assemelham às causadas pela tireotropina. Pacientes com doença de Graves tem diminuição do peso corpóreo, nervosismo, protusão dos olhos, astenia e ritmo cardíaco acelerado.

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