Construção do Conceito de Intertextualidade na Literatura Comparada

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LITERATURA COMPARADA
Aula 4 - A construção do conceito de intertextualidade
De volta ao formalismo
 Formalistas – renovação da teoria da literatura no século XX. 
 Diversificação no Formalismo e não somente um – foi um movimento múltiplo. 
•	O "formalismo russo" dois movimentos distintos: o OPOJAZ - Sociedade para o Estudo da Linguagem Poética - de São Petersburgo;
•	Círculo Linguístico de Moscou – de Moscou;
Tema da Apresentação
De volta ao formalismo
 Os estudiosos do Círculo Linguístico de Moscou (formalistas russos) romperam com a análise concebida em termos de causalidade mecânica, de larga difusão no século XIX, que fazia intervir na investigação do literário o biografismo, o psicologismo, a história literária e a sociologia.
Amparavam seus estudos sobre a poética na teoria linguística de Ferdinand de Saussure. 
Tema da Apresentação
De volta ao formalismo
Iuri Tynianov - pertenceu ao Círculo Linguístico de Moscou.
Entre as diferentes contribuições, foram utilíssimas as noções de Iuri Tynianov sobre a evolução literária.
Importante para Tynianov:
Não separar a análise dos textos literários do estudo de outros fatos sociais;
Não perder de vista o que é próprio e único na literatura;
Não perder o dialogo da literatura com momento histórico a obra é produzida.
Tema da Apresentação
Tynianov começa a resgatar o interesse pelo estudo diacrônico, sem deixar de lado uma perspectiva sincrônica. 
Impossível o estudo de Literatura Comparada sem considerar a História.
A contribuição de Bakhtin
Mikhail Bakhtin não fez parte do movimento e não integrou os Círculos Linguísticos nascidos na Rússia no século XX. Bakhtin é na verdade um filósofo da linguagem.
Seu legado é rico e variado.
Tema da Apresentação
A contribuição de Bakhtin
Resgata o estudo das relações do Texto Literário com a História; 
Foge às concepções formalistas, fechadas na análise do texto, 
Destaca o diálogo inevitável de cada texto com seu tempo e com os padrões ideológicos de cada momento histórico.
O texto literário como um "mosaico", construção caleidoscópica e polifônica, estimulou a reflexão sobre a produção do texto, como ele se constrói, como absorve o que escuta. Levou-nos, enfim, a novas maneiras de ler o texto literário.
Tema da Apresentação
A contribuição de Bakhtin
O texto resulta de um diálogo realizado entre o autor e outros agentes sociais que compartilhem com ele do mesmo contexto social. 
Para Bakhtin, as ideologias estão presentes, sem pedir licença, em todos os discursos, em tudo o que falamos. Mesmo quando tentamos evitar reproduzir as noções dominantes em nossa época, não conseguimos evitar que elas estejam presentes. Por esse motivo, o exercício da crítica literária precisa existe uma atenção constante, um estado de alerta.
Tema da Apresentação
A contribuição de Bakhtin
O texto literário, para Bakhtin, é um campo que se abre ao debate. Nele, muitas vozes diferentes se manifestam e se interpenetram. Não há um só texto literário que não possua marcas da presença do diálogo com outros textos. Tanto um diálogo com uma tradição literária, ou seja, um diálogo com textos do passado, como também com textos que de sua mesma época. Assim, este processo dialógico possui tanto um plano diacrônico, como um sincrônico.
Tema da Apresentação
Julia Kristeva
"intertextualidade"- processo de produtividade do texto literário.
“todo texto é absorção e transformação de outro texto. Em lugar da noção de intersubjetividade, se instala a de intertextualidade, e a linguagem poética se lê, pelo menos, como dupla”. (Kristeva) 
O advento do conceito de intertextualidade
Tema da Apresentação
A linguagem poética resulta de um constante diálogo de textos. Não existe um só texto literário que não seja intertexto, que não esteja em conexão com outros textos. A partir do momento em que a crítica literária toma consciência deste processo, tem a oportunidade de encarar de outro modo a Literatura Comparada. Vemos que o antigo debate teórico em torno das influências, fontes e empréstimos pode ser retomado, mas agora com um novo vigor.
O advento do conceito de intertextualidade
Mantendo-se fiel à lição de Bakhtin, Julia Kristeva não perde de vista o fato de que a criação literária, como releitura de textos anteriores, também é um processo que não perde de vista a dimensão contextual. Ou seja, quando se reaproveita um conceito de um texto escrito em outra época, o novo autor está trazendo o elemento tomado para dialogar com o momento histórico atual. 
Tema da Apresentação
“Com licença poética” 
“Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.” (Adélia Prado -1970)
“Poema de sete faces”
“Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra” (Drummond)
Tema da Apresentação
“Com licença poética” 
“Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou. (Adélia Prado- 1970)
“Poema de sete faces”
“Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: “Vai Carlos! ser gauche na vida.” (Drummond)
Tema da Apresentação
Questão 2 – No caso do diálogo entre Dom Casmurro, de Machado de Assis e Otelo, de Shakespeare, podemos destacar que:
a) Cada obra propõe uma reflexão diferente acerca da problemática do ciúme, uma vez que são obras concebidas em momentos históricos diferentes.
b) As duas obras propõem reflexões semelhantes acerca da problemática do ciúme, apesar de concebidas em momentos históricos diferentes.
c) As duas obras propõem reflexões semelhantes acerca da problemática do ciúme pelo simples fato de Machado de Assis ter copiado as ideias centrais da peça do autor inglês.
d) Não existe a menor possibilidade de haver semelhança entre as ideias dos dois autores, uma vez que a questão do ciúme só era importante nos tempos de Shakespeare, ao passo que o que se discute em Machado é a questão do adultério.
e) Nenhuma das questões acima.
 
Tema da Apresentação
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