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Normas em drogarias e farmácias sem manipulação Neste conteúdo, iremos abordar os principais instrumentos jurídicos que norteiam as práticas em drogarias e farmácias sem manipulação. As atividades realizadas nesses locais carecem de conhecimento prévio sobre a legislação sanitária farmacêutica e suas nuances. A partir de tais conhecimentos, ao inserir-se em campo, o profissional poderá vivenciar a prática em consonância com a legislação vigente. Prof. Eduardo Corsino Freire 1. Itens iniciais Preparação Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha à mão um dicionário de Termos Técnicos em Saúde para entender termos específicos da área. Objetivos Descrever a profissão farmacêutica e seu Código de Ética. Reconhecer as atribuições clínicas do farmacêutico e a sua fiscalização. Identificar as Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário em farmácias e drogarias. Descrever as boas práticas de distribuição e armazenamento, além da gestão dos resíduos. Introdução O conhecimento das boas práticas farmacêuticas é indispensável não apenas para assegurar o compromisso com o ciclo da assistência farmacêutica (seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação), mas também para garantir tratamentos farmacológicos eficazes e seguros aos pacientes atendidos. O cumprimento das boas práticas colabora ainda com a responsabilidade do farmacêutico em seguir as regulamentações que têm por objetivo proteger a integridade dos medicamentos e insumos, começando com a sua produção e percorrendo todas as etapas até a dispensação. Muito além das atribuições da cadeia de suprimentos, os farmacêuticos desempenham atividades clínicas ao realizarem suas práticas centradas no cuidado aos pacientes. Podemos destacar as atividades educativas, nas quais o farmacêutico fornece orientações personalizadas e individualizadas sobre a utilização dos medicamentos, garantindo seu uso adequado. Para realizar essa prática, além do aprofundamento na legislação, o farmacêutico deve compreender a farmacologia e suas nuances, favorecendo o êxito dos tratamentos de forma assertiva e com alta qualidade. Por fim, o conhecimento e compromisso com o código de ética da profissão é fundamental para a garantia das práticas de forma íntegra. O código, além de fornecer claramente comportamento esperado dos farmacêuticos, cumpre o papel de orientar os profissionais diante de dilemas éticos que surgem ao longo da sua prática. Cumprindo-o com afinco, aumentamos a credibilidade conquistada por gerações anteriores e promovemos a manutenção do bem-estar dos pacientes atendidos. • • • • 1. A ética na atuação profissional farmacêutica Evolução da profissão farmacêutica Neste vídeo, vamos abordar a evolução da profissão farmacêutica, as características atuais da profissão, do código de ética, além da importância dos princípios de autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Quando falamos da ética farmacêutica, não podemos deixar de abordar o seu processo histórico. De acordo com a literatura, podemos separar esse processo em dois momentos importantes: O profissionalismo na farmácia sempre foi uma questão polêmica, criando um debate contínuo entre os profissionais da saúde sobre o status da farmácia. A reivindicação histórica da farmácia pelos farmacêuticos é como um manipulador de medicamentos. O farmacêutico, tradicionalmente, desempenhava o papel de boticário, cujas funções incluíam: Século X Início da profissão como a conhecemos, com as boticas, quando a medicina e a farmácia eram uma única profissão. Século XVIII Divisão das profissões e criação de critérios de conduta para cada uma delas. Produção de medicamentos Preparação de medicamentos Avaliação de medicamentos Gradualmente, o papel do farmacêutico foi se transformando, e os boticários foram sendo substituídos, à medida que a industrialização se tornou prática na produção de medicamentos. Com essa transformação de cenário, as farmácias adquiriram características comerciais mais marcantes, focadas na distribuição de medicamentos, cabendo ao farmacêutico uma maior preocupação com a contabilidade e as vendas de commodities produzidas em massa. Commodities São insumos de origem agropecuária ou de extração mineral, desenvolvidos em produções de larga escala e destinados à exportação. Com a industrialização, houve migração dos profissionais farmacêuticos para as indústrias, deixando espaço nas farmácias para que leigos e comerciantes se apropriassem desses locais de trabalho. Sendo assim, é imprescindível que o farmacêutico entenda o passado para compreender o presente. A palavra “ética” deriva do grego ethos que significa caráter, disposição, costume, hábito, podendo ser correlacionada com a “moral”, do latim mor ou mores (que também significa costume, hábito). A ética farmacêutica descreve a respeito da moral e a conduta mantida perante o Conselho Federal de Farmácia, de forma que sua não observância é passível de penalidades. Curiosidade Em 1936, vários movimentos de reivindicações por todo o país pediam a criação de um órgão profissional de farmácia. Isso só ocorreu em 1960, com a Lei nº 3.820, criando o Conselho Federal de Farmácia e os Conselhos Regionais de Farmácia, responsáveis por fiscalizar e cuidar da ética da classe farmacêutica. O farmacêutico é um profissional da saúde, o que, invariavelmente, o compromete com a vida e o bem-estar das pessoas. Isso impõe a todos os farmacêuticos a não causar prejuízo a si mesmo, à profissão e à sociedade, sem a motivação de lucro e realizações pessoais. Nessa ótica, um código de conduta é necessário para que se possa garantir à sociedade atuação com conhecimento técnico e dentro de uma prática ética. Visto isso, torna-se clara a importância do código de ética farmacêutica para nortear as condutas profissionais. O código de ética farmacêutica descreve as normas para os farmacêuticos e os demais inscritos nos Conselhos Regionais de Farmácia, mesmo em atividades de ensino, pesquisa e administração, além de quaisquer outras atividades em que utilize os conhecimentos farmacêuticos, principalmente, em drogarias e farmácias comunitárias. Drogarias e farmácias comunitárias São estabelecimentos farmacêuticos que não estão em hospitais ou em serviços ambulatoriais, como as farmácias e drogarias de bairros e centros urbanos que atendem à comunidade. Comentário Desde muito tempo, a profissão de farmacêutico tem a particularidade de ter orientação profissional e comercial. Hoje, além dessa característica única, há uma forte mudança na farmácia em direção a um maior envolvimento nos cuidados de saúde centrados no paciente e mais ênfase no melhor interesse e na autonomia do paciente, dentro de uma estrutura conhecida como "bioética" – veremos melhor adiante. Com a mudança de foco profissional, envolvendo-se mais nos cuidados de saúde centrados no paciente, há um nível elevado de responsabilidade devido ao aumento das expectativas do paciente e mais envolvimento na saúde e na tomada de decisões em um nível pessoal com o paciente. Há, portanto, inerente a esse maior envolvimento, mais propensão para o surgimento de problemas éticos. Farmacêutica atendendo um cliente. Atualmente, os códigos de ética farmacêuticas enfatizam a dignidade e o bem-estar dos pacientes, cabendo aos farmacêuticos zelar por esses parâmetros, evitando que fatores puramente comerciais e financeiros influenciem e controlem sua conduta. Códigos de ética profissionais ao longo dos séculos têm servido como referências publicamente proclamadas para os padrões de conduta profissional, acima e além das mínimas expectativas legais e sociais. Esses códigos também serviram para exercer uma força positiva e coesa sobre os membros individuais de uma profissão. Como produtos de associações profissionais, eles refletem o consenso de uma gama de opiniões de praticantes sobre dilemas contemporâneos, reais ou potenciais na prática. Paraou prevenção. A alternativa C está correta. Segundo as diretrizes da RDC nº 430/2020, é recomendado o registro e a investigação de não conformidades para compreender suas causas e aplicar ações corretivas e preventivas, essenciais para manter a segurança e eficácia dos medicamentos.. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) Neste vídeo, vamos trazer os principais pontos da RDC 222/2018, abordar os diferentes grupos de resíduos, os mais prováveis de serem encontrados em farmácias sem manipulação e drogarias e a importância do descarte adequado para os diferentes resíduos. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. RDC Nº 222/2018 Resíduos de serviços de saúde são quaisquer resíduos resultantes do atendimento ao paciente, em casa ou na rede pública e em instituições privadas. No Brasil, 149.000 toneladas de resíduos domésticos e comerciais são produzidas a cada dia, e 1 a 3% são RSS e de natureza heterogênea. A implementação e a melhoria dos processos de segregação, na origem e durante a geração dos diferentes tipos de resíduos, permitem a minimização de resíduos, especialmente para aqueles que requerem tratamento especial. É necessário classificar a segregação diferenciada desses resíduos de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional do Meio Ambiente e da ANVISA. A gestão dos RSS, desde a sua geração até a sua disponibilização final, é da responsabilidade do estabelecimento saúde (no nosso caso, farmácias e drogarias comunitárias, de acordo com a Lei nº 13.012/2014). A dispersão inadequada desses resíduos de saúde pode contribuir para impactos na natureza e saúde pública. Entre os RSS, os medicamentos são classificados como resíduos do Grupo B, que engloba substâncias químicas que podem representar riscos devido às suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Os medicamentos são considerados “micropoluentes especiais” por serem introduzidos no meio ambiente em pequenas quantidades e possuírem características físico-químicas e biológicas que os tornam contaminantes diferenciados de outros compostos químicos industriais. Descarte incorreto de medicamentos em vaso sanitário. A degradação desses produtos farmacêuticos é capaz de gerar metabólitos desconhecidos, que podem contaminar o meio ambiente. O uso irracional de medicamentos – inclusive a automedicação –, bem como a falta de conscientização da população quanto ao seu descarte, não é um problema apenas no Brasil. De acordo com a OMS, pequenas concentrações de antibióticos (de uso humano e animal) foram encontradas em amostras de efluentes de tratamento de esgoto em centros urbanos em todo o mundo. Veja alguns exemplos de resíduos em farmácias e drogarias comunitárias: Grupo A Infectantes Quem são: Resíduos que apresentam risco de infecção em razão da possível presença de agentes biológicos. Exemplos: Culturas e estoques de microrganismos, resíduos de fabricação de produtos biológicos, descarte de vacinas, resíduos com microrganismos de alto risco de transmissibilidade, resíduos que devem ser destinados para sepultamento, cremação, incineração. Gerenciamento: Sacos de lixo vermelho ou branco leitoso com simbologia de resíduo infectante, preenchidos até 2/3 de sua capacidade. Grupo B Resíduos químicos Quem são: Resíduos que apresentam riscos químicos, como inflamabilidade, corrosividade, reatividade entre outros. Exemplos: Medicamentos e outros produtos/insumos farmacêuticos, reveladores e fixadores usados em radiologia, resíduos contendo metais pesados. Gerenciamento: Barricas de papelão com simbologia de resíduos químicos. Grupo C Material radioativo Quem são: Resíduos que apresentam riscos radiológico, sendo identificados com símbolo internacional de presença de radiação, bem como com os dizeres: "material radioativo", "rejeito radioativo" ou "radioativo". Exemplos: Radiofármacos e seus frascos, rejeitos radioativos de laboratórios de pesquisa e diagnóstico, serviços de medicina nuclear e radioterapia. Gerenciamento: Seguir as normas impostas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para proteção radiológica. Grupo D Extraordinário ou comum Quem são: Resíduos comuns, sem periculosidade individual ou coletiva. Exemplos: Resíduos de alimentos; de varrição e poda; de escritório; de papel higiênico e papel toalha usados; de papel, papelão e folha carbonada; de copos plásticos, garrafas, latas e embalagens. Gerenciamento: Lixeira comum com tampa e pedal; sacos de lixo pretos com simbologia de resíduo comum. Grupo E Perfurocortantes Quem são: Resíduos com potencial cortante, perfurante ou escarificante, capazes de promover lesões físicas nos indivíduos. Exemplos: Seringas e agulhas; perfuradores de orelha; lancetas de testes de glicemia capilar e, lâminas, entre outros. Gerenciamento: Caixa de perfurocortante descartável; saco de lixo amarelo com simbologia de resíduo infectante, preenchidas até o limite de 3/4 de sua capacidade. Resíduos de serviços de saúde do Grupo C são os rejeitos radioativos, que não são encontrados nas farmácias e drogarias comunitárias. Legislação brasileira sobre resíduos do Grupo B Veja abaixo como a legislação brasileira evoluiu através dos anos. 1993 Foi publicada a Resolução CONAMA nº 5, que classificou os RSS em quatro grupos: A, B, C e D. Os resíduos ou produtos químicos do Grupo B foram definidos como substâncias químicas que podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, com base em suas características; e os medicamentos estão incluídos nesse grupo. 2001 A Resolução CONAMA nº 283 estabeleceu que o tutor legal, o gerador de resíduos, era o responsável por isso, desde a geração até a disposição final. 2004 Como um complemento às resoluções acima, a ANVISA publicou a RDC nº 306, que implementou um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde apenas para estabelecimentos de serviços de saúde. Deve-se observar que todas as resoluções se referem aos estabelecimentos geradores, fiscalizados pelos referidos órgãos fiscalizadores. 2009 Somente a partir desse ano, quando foi publicada a RDC nº 44 da ANVISA sobre as boas práticas farmacêuticas aplicadas à operação de farmácias e drogarias, que esses estabelecimentos foram autorizados a participar de programas de coleta de medicamentos para descarte comunitário, a fim de preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente. 2018 Surgiu a RDC nº 222, publicada em 28 de março, que substituiu a Resolução nº 306, que regulamentou e estabeleceu as melhores práticas na gestão de resíduos, nos serviços de saúde. O artigo nº 59 estabeleceu que resíduos de medicamentos contendo hormônios e produtos antimicrobianos, imunossupressores antineoplásicos citostáticos, digitálicos, imunomoduladores e antirretrovirais devem ser submetidos a tratamento ou descarte como classe I (resíduos perigosos), quando descartados ou apreendidos em serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidoras de medicamentos. Fique atento aos principais pontos abordados pela RDC nº 222/2018: 1 Artigo 36 O abrigo externo dos RSS do Grupo B deve: I. Respeitar a segregação das categorias de RSS químicos e incompatibilidade química, conforme os Anexos III e IV desta Resolução. II. Estar identificado com a simbologia de risco associado à periculosidade do RSS químico, conforme Anexo II desta Resolução. III. Possuir caixa de retenção a montante das canaletas para o armazenamento de RSS líquidos ou outra forma de contenção validada. 2 Artigo 56 O gerenciamento dos RSS do Grupo B deve observar a periculosidade das substâncias presentes, decorrentes das características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. 3 Artigo 57 Os RSS do Grupo B, no estado sólido e com características de periculosidade, sempre que considerados rejeitos, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos – Classe I. 4 Artigo 58 Os RSS do Grupo B com características de periculosidade, no estado líquido, devem ser submetidos a tratamento antesda disposição final ambientalmente adequada. 5Artigo 59 Os resíduos de medicamentos contendo produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos, imunomoduladores; antirretrovirais, quando descartados por serviços assistenciais de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos, devem ser submetidos a tratamento ou dispostos em aterro de resíduos perigosos – Classe I. 6 Artigo 62 As embalagens secundárias de medicamentos não contaminadas devem ser descaracterizadas quanto às informações de rotulagem, podendo ser encaminhadas para reciclagem. 7 Artigo 65 Os resíduos de produtos e insumos farmacêuticos sujeitos a controle especial devem atender à regulamentação sanitária em vigor. Atividade 2 Cristiane iniciou seu estágio em uma drogaria de médio porte em sua cidade. Dentre suas atribuições, todas realizadas de forma supervisionada, se encontravam a gestão de resíduos. A estagiária foi prontamente treinada, sobretudo acerca dos requisitos da RDC nº 222, de 28 de março de 2018, que dispõe sobre a gestão de resíduos em serviços de saúde. Certo dia, durante suas atividades na salas de aplicação de injetáveis, Cristiane verificou que o coletor de perfurocortantes estava cheio, a ponto de não conseguir fechá-lo. Cristiane relatou o fato a sua supervisão e se propôs a realizar treinamento à equipe. Segundo a Resolução 222/2018, esse tipo de coletor pode ser preenchido até A 50% de sua capacidade. B 2/3 de sua capacidade. C 3/4 de sua capacidade. D 90% de sua capacidade. E 100% de sua capacidade. A alternativa C está correta. Segundo consta na RDC nº 222/2018, os coletores de resíduos perfurocortantes possuem como limite para preenchimento até 3/4 de sua capacidade total. Cristiane estava correta ao relatar o equívoco. Tal volume deve ser respeitado para garantir o manuseio e transporte dos coletores com segurança. 5. Conclusão Considerações finais O que você aprendeu neste conteúdo? Instrumentos jurídicos que norteiam as práticas de estágio em drogarias e farmácias sem manipulação. Evolução da profissão farmacêutica. Bioética: definição e princípios. Código de ética, código de processo ético, sanções ético-disciplinares, atuação profissional dos farmacêuticos, com seus direitos e deveres. Atribuições clínicas do farmacêutico. Prescrição farmacêutica. Exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas (Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014). Boas práticas e logística da distribuição de medicamentos (RDC nº 430, de 26 de outubro de 2020). Descarte de resíduos de serviços de saúde (RDC nº 222, de 28 de março de 2018). Explore + Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, leia o código de ética comentado do CRF-SP, disponível em seu próprio portal. Visite também: O site da ANVISA e se aprofunde na legislação sanitária disponível no portal. O site do CFF e pesquise a legislação sobre a profissão farmacêutica. O site da CONAMA e entenda melhor a legislação sobre resíduos em serviços de saúde. Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 430, de 26 de outubro de 2020. Dispõe sobre as Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e de Transporte de Medicamentos. Brasília: Anvisa, 2020. AQUINO, S.; SPINA, G. A.; ZAJAC, M. A. L.; LOPES, E. L. Reverse logistics of post-consumer medicines: The roles and knowledge of pharmacists in the municipality of São Paulo, Brazil. In: Sustainability, 2018. Consultado na internet em: 13 fev. 2025. • • • • • • • • • • • • BHASKARAN, J.; VENKATESH, M. P. Good Storage and Distribution practices for Pharmaceuticals in European Union. In: J. Pharm. Sci. & Res. v. 11. 2019. Consultado na internet em: 13 fev. 2025. BISSON, M. P. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. São Paulo: Manole, 2021. BRASIL, CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585, 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. CFF, 2021. Consultado na internet em: 13 fev. 2025. BRASIL. Lei nº 13021, de 8 de agosto de 2014. Exercício e fiscalização das atividades farmacêuticas. Brasília: Diário Oficial da União, 2014. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITARIA. Portaria nº 802, de 8 de outubro de 1998. ANVISA, 2021. Consultado na internet em: 13 fev. 2025. CHAAR, B.; BRIEN, J.; KRASS, I. Professional ethics in pharmacy: The Australian experience. In: International Journal of Pharmacy Practice, 2005. 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Patients and public perspectives of community pharmacies in the UK: a systematic review. In: Health Expect., 2018. Consultado na internet em: 13 fev. 2025. HIPÓLITO JR. E.; HALILA, G. C.; CHRISTINI, W. et al. Quality indicators of pharmacists’ services in community pharmacies in Paraná state, Brazil. In: Braz J Pharm Sci., 2017. Consultado na internet em: 13 fev. 2025. Normas em drogarias e farmácias sem manipulação 1. Itens iniciais Preparação Objetivos Introdução 1. A ética na atuação profissional farmacêutica Evolução da profissão farmacêutica Conteúdo interativo Produção de medicamentos Preparação de medicamentos Avaliação de medicamentos Curiosidade Comentário Bioética Curiosidade Princípio da autonomia Princípio da beneficência Princípio da não maleficência Princípio da justiça Atenção Atividade 1 Código de ética farmacêutica Conteúdo interativo Código de ética (seção I) Responsabilidades do farmacêutico Atuação profissional dos farmacêuticos Direitos e deveres do farmacêutico O que diz a resolução sobre estágio Direitos e deveres Proibições Código de processo ético (Seção II) Infrações e regras de aplicação das sanções disciplinares (Seção III) I II III IV V Atividade 2 Aplicando o conhecimento Estudo de caso Conteúdo interativo 2. Atribuições do farmacêutico O farmacêutico na atenção primária à saúde Conteúdo interativo Comentário Atividade 1 Quais são as atribuições clínicas do farmacêutico? Conteúdo interativo Cura Manejo de sintomas Redução de progressão Prevenção de doenças ou sintomas Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013 – Atribuições clínicas Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013 – A prescrição farmacêutica Dica Atividade 2 Lei nº 13.021/2014 Conteúdo interativo Atenção Destaques da Lei nº 13.021/2014 Farmácia sem manipulação ou drogaria Farmácia com manipulação Atenção Atividade 3 3. Boas práticas farmacêuticas O papel dos farmacêuticos nas boas práticas Conteúdo interativo Curiosidade Documentação e infraestrutura necessária às farmácias e drogarias Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE ANVISA) expedida pela ANVISA Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão estadual ou municipal de Vigilância Sanitária, segundo legislação vigente Certidão de Regularidade Técnica emitida pelo Conselho Regional de Farmácia da respectiva jurisdição Manual de BoasPráticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente e as especificidades de cada estabelecimento Jaleco Óculos de proteção Luvas Máscara Touca hospitalar Protetor facial Atividade discursiva Atividade 1 Farmacêutico na dispensação e comercialização de produtos Conteúdo interativo Exemplo Documentos de boas práticas e garantia da qualidade Procedimentos operacionais padrão Outros documentos Atividade 2 Aplicando o conhecimento O que fazer nesses casos? Conteúdo interativo 4. Distribuição e gestão de resíduos Boas práticas e logística de distribuição de medicamentos Conteúdo interativo Atenção Principais pontos abordados pela RDC nº 304/2019 Artigo 42 Artigo 59 Artigo 63 Artigo 64 Atividade 1 Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) Conteúdo interativo RDC Nº 222/2018 Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Grupo E Legislação brasileira sobre resíduos do Grupo B 1993 2001 2004 2009 2018 Artigo 36 Artigo 56 Artigo 57 Artigo 58 Artigo 59 Artigo 62 Artigo 65 Atividade 2 5. Conclusão Considerações finais Explore + Referênciasfacilitar a mudança, os profissionais que buscavam redefinir sua profissão tentaram expressar e fortalecer a orientação comunitária de seu grupo, esforçando-se para construir ou reconstruir seus códigos de ética. Assim, à medida que a profissão farmacêutica se tornou mais focada no paciente, os códigos de ética farmacêuticos em muitos países, incluindo o Brasil, refletiram a mudança dos valores tradicionais para o cuidado centrado no paciente. No entanto, é preciso que o estudante de farmácia e os farmacêuticos se atentem às ambiguidades, à restrição de escopo e à fiscalização devido à própria natureza das idealizações e generalizações abstratas contidas no código de ética farmacêutica. Bioética De uma forma geral, define-se bioética como a ciência que indica os limites e os propósitos da intervenção humana sobre a vida, identificando valores e denunciando os riscos das eventuais implicações. Seu entendimento caminha em conjunto às abordagens interdisciplinares, pois envolve profissionais de diversas áreas (saúde, direito, educação, economia, sociologia, entre outras), com objetivo de elaborar os impactos das intervenções sobre a vida e contribuir para o avanço científico e tecnológico respeitando a integridade física e social dos indivíduos. Curiosidade A bioética, um campo contemporâneo de atividade acadêmica e profissional, emergiu e impactou a direção e o escopo dos códigos modernos de ética nas profissões da saúde, incluindo a farmácia. A bioética moderna surgiu como uma disciplina ainda na década de 1970. Na década de 1980, um conjunto de princípios foi identificado como relacionado especificamente à ética na saúde dentro do quadro de preocupações contemporâneas e desenvolvimentos em saúde, os quais eram frequentemente controversos. Devido à própria natureza do discurso em ética, o debate permanece aberto entre os bioeticistas quanto a outras teorias clássicas, como a ética da virtude, o utilitarismo ou a teoria deontológica. Isto é, podem explicar suficientemente o raciocínio moral em saúde. Os defensores de cada teoria da bioética afirmam: desde seus primórdios, a bioética tem sido uma mistura de disciplinas. Utilitarismo ou a teoria deontológic UtilitarismoDefende o bem maior para um grande número. Teoria deontológicaDefende a visão de que a ética é baseada no dever, independentemente da consequência. Por outro lado, a abordagem de quatro princípios na bioética resultou em um efeito profundo nos códigos de ética e no ensino da ética profissional, e tornou-se um conceito familiar entre os profissionais de saúde em todo o mundo. Os principais princípios são: Princípio da autonomia Reforça a importância de reconhecer as individualidades, respeitando sua dignidade e poder de escolha. Inclui o direito ao consentimento informado, a privacidade, a veracidade e a recusa de tratamentos ou intervenções. Princípio da beneficência Ressalta a obrigação moral de fazer o bem, com intuito de sempre promover saúde e bem-estar aos indivíduos, em todas as dimensões: física, social, psicológica e espiritual. Princípio da não maleficência Está relacionado à obrigação inicial de não causar danos, malefícios ou danos desnecessários aos indivíduos. Princípio da justiça Está relacionado à obrigação de sermos justos, guiados pela imparcialidade na distribuição de oportunidades, benefícios e recursos. Enquanto gerações anteriores de códigos de ética farmacêutica, tradicionalmente, concentraram-se em dois desses princípios: beneficência e não maleficência. Somente a partir do advento da bioética e do aumento da expectativa pública é que os dois princípios restantes, a autonomia e justiça, ganharam proeminência. Atenção A ética na profissão farmacêutica no Brasil é regida atualmente pela Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022 do Conselho Federal de Farmácia. Essa resolução especifica o código de ética farmacêutica, o código de processo ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Atividade 1 Em entrevista ao site do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, em 26/05/2022, a presidente Júnia Célia de Medeiros declarou: “Uma conquista da profissão que não só delimita os deveres e as proibições impostas, mas prevê os direitos dos profissionais. É por ele que é garantida a autonomia do profissional nas relações multidisciplinares e inclusive o direito de todo farmacêutico receber remuneração justa pelo seu trabalho”. (Fonte: COMUNICAÇÃO CRF/MG. Fique atento às atualizações do Código de Ética Farmacêutica. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 26 maio 2022. Consultado na internet em: 4 jun. 2024). Com base na leitura, a presidente Júnia Medeiros está se referindo A à Anvisa. B aos boticários. C à farmacopeia. D ao Código de Ética Farmacêutica. E ao Conselho Regional de Farmácia A alternativa D está correta. Conforme a presidente do Conselho afirmou, o Código de Ética Farmacêutica é um instrumento importante para a legitimação das condutas, garantia dos direitos e deveres dos profissionais farmacêuticos. Código de ética farmacêutica A profissão farmacêutica no Brasil, dada sua complexidade, é regida por um código de ética próprio. Esse código vem sendo lapidado e atualizado com o avanço das atribuições dos profissionais. O mais recente foi postulado pela Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022, do Conselho Federal de Farmácia. Neste vídeo, vamos entender os principais pontos do novo código de ética farmacêutica, trazendo sobre responsabilidades do farmacêutico, atuação profissional dos farmacêuticos, direitos e deveres do farmacêutico. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. A resolução traz em seus anexos o Código de Ética (Seção I), Código de Processo Ético (Seção II) e as sansões ético-disciplinares (Seção III). Vejamos brevemente alguns pontos. Código de ética (seção I) Destina-se a apresentar os princípios fundamentais, direitos, deveres, proibições, publicidade de trabalhos científicos, relações profissionais, relação com os Conselhos Regionais e Conselho Federal e das infrações e sanções disciplinares. Responsabilidades do farmacêutico O artigo 4º define: Todos os inscritos respondem individualmente ou, de forma (responsabilidade) solidária, na forma da lei, ainda que por omissão, pelos atos que praticarem, autorizarem ou delegarem no exercício da profissão. (Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022, do CFF) Os profissionais da área farmacêutica são responsáveis não apenas por suas ações diretas, mas também por aquelas que autorizam ou delegam a outros, bem como por eventuais omissões capazes de impactar negativamente a saúde e a segurança dos pacientes. Essa responsabilidade ampliada reflete a importância da conduta ética e do cuidado no exercício da profissão farmacêutica. Os profissionais devem estar cientes de que são responsáveis não apenas por suas ações individuais, mas também por supervisionar e garantir que as atividades realizadas sob sua autorização estejam em conformidade com as normas éticas e legais da profissão. Atuação profissional dos farmacêuticos Os arts. 8º e 9º fazem referência à atuação profissional dos farmacêuticos. Neles, estão dispostas as determinações de que os farmacêuticos devem, em qualquer área de atuação, exercer a profissão para fins de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Inclusive, jamais se pode exercer a profissão com fins comerciais. Além disso, fica clara a autonomia do farmacêutico, ou seja, nenhum outro profissional pode interferir em suas decisões de trabalho, muito menos por motivos de lucro, religiosos ou políticos. Direitos e deveres do farmacêutico Nos capítulos II e III, são apresentados os direitos e os deveres dos farmacêuticos, respectivamente. Esses importantes capítulos respaldam as ações dos profissionais, permitindo sua recusa em realizar tarefas não condizentes com o esperado para o exercício profissional, bem como norteiam as ações intrínsecas à profissão. Em linhas gerais, com o código de ética,o farmacêutico assume o posicionamento correto para a execução de suas atividades. O que diz a resolução sobre estágio Sobre as atividades que envolvem o estágio, o código de ética farmacêutica traz os seguintes apontamentos: 1 Direitos e deveres Receber estagiários, respeitando as normas e as legislações preconizadas para estágio supervisionado, bem como a capacidade de alocação da unidade ou estabelecimento farmacêutico. Informar ao CRF os estabelecimentos farmacêuticos que estejam recebendo estagiários de cursos de graduação em farmácia em desacordo com a legislação vigente. 2Proibições Receber estagiário de curso de graduação em farmácia e/ou de pós-graduação sem o termo de compromisso de estágio (TCE), ou outro documento que vier a substituí-lo, para a instituição na qual trabalha. Código de processo ético (Seção II) Destina-se a apresentar como se dá a apuração ética por parte dos Conselhos Regionais de Farmácia, a partir da formação de comissões para tratativa de denúncias e montagem de processos ético-disciplinares. Um processo ético segue a seguinte ordem cronológica: Recebimento da denúncia. Instauração ou arquivamento do processo ético-disciplinar. Montagem do processo ético-disciplinar. Instalação dos trabalhos da Comissão de Ética. Conclusão da Comissão de Ética. Julgamento do processo ético-disciplinar. Interposição de recurso, se cabível. Execução das sanções, se houver. Revisão, se necessário. Essa sequência de etapas visa garantir a condução adequada do processo ético-disciplinar, respeitando os princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, além de assegurar a transparência e a imparcialidade na apuração de infrações éticas na prática farmacêutica. Princípios do contraditório, da ampla defesa Princípios do contraditórioGarante que o profissional acusado tenha a oportunidade de se defender, de apresentar sua versão dos fatos, de contestar as acusações e de participar ativamente de todas as etapas do processo. Isso inclui o direito de ser informado sobre as acusações, de ter acesso aos elementos probatórios, de apresentar sua defesa e de recorrer das decisões tomadas. Ampla defesaGarante ao profissional acusado o direito de ser informado sobre as acusações que pesam contra ele, de ter acesso a todas as provas e elementos probatórios apresentados, de apresentar sua versão dos fatos, de produzir provas em sua defesa e de contar com a assistência de um advogado ou defensor dativo, se assim desejar. A Comissão de Ética deve ser composta por no mínimo três farmacêuticos nomeados pela Diretoria do CRF e homologados pelo Plenário, com mandato igual ao da Diretoria. Cabe à Comissão de Ética escolher, entre os seus membros, o seu presidente. É vedada a participação de membros da Diretoria, conselheiros e empregados do CRF na Comissão de Ética, garantindo a independência e a imparcialidade no processo ético-disciplinar. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Infrações e regras de aplicação das sanções disciplinares (Seção III) Nesta seção, estão descritas as sanções disciplinares previstas na Lei Federal nº 3.820/60, que consistem em: Ser responsável técnico de um estabelecimento farmacêutico sem de fato comparecer ao trabalho. Praticar atos profissionais com imperícia, negligência ou imprudência. Divulgar informações inverídicas no âmbito farmacêutico sem base científica ou legal. Aceitar interferência de leigos em questões técnicas da profissão. Aceitar remuneração abaixo do piso salarial. Exercer simultaneamente a Medicina. O segundo título da resolução trata das relações profissionais, de forma que o descumprimento de suas determinações, além de prejudicar a imagem do farmacêutico perante os demais profissionais e a sociedade, pode ser tratado como crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação) previstos no Código Penal. Já o título III trata das relações com os Conselhos Federal e Regionais de Farmácia e o título IV trata das infrações, que consistem em: I Advertência, sem publicidade, mas com registro no prontuário. II Advertência, com ou sem o uso da palavra "censura", sem publicidade, mas com registro no prontuário. III Multa no valor de um a três salários mínimos regionais, que será elevada ao dobro em caso de reincidência. IV Suspensão do exercício profissional de 3 a 12 meses, nos casos de falta grave, de pronúncia criminal ou de prisão em virtude de sentença. V Eliminação. Cabe a você, estagiário de farmácia, realizar a leitura dessa importante Resolução previamente as suas atividades práticas de estágio, para que seja possível a reflexão crítica desse instrumento diante dos desafios da prática farmacêutica. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Atividade 2 Durante o exercício da profissão farmacêutica, é indispensável o seguimento das determinações impostas pelo código de ética farmacêutica, estando os infratores sujeitos a sanções disciplinares e penalidades. Vejamos! I. Advertência, sem publicidade, mas com registro no prontuário. II.Advertência, com ou sem o uso da palavra "censura", sem publicidade, mas com registro no prontuário. III. Multa no valor de um a três salários-mínimos regionais, que será elevada ao dobro em caso de reincidência. IV. Suspensão do exercício profissional de 3 a 12 meses, nos casos de falta grave, de pronúncia criminal ou de prisão em virtude de sentença. V. Suspensão do exercício profissional por 24 meses em caso de reincidência. VI. Eliminação. VII. Prisão preventiva. São sanções previstas pela Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022, o que se apresenta nos itens A I, II e VI. B I, II, III, IV e VII. C I, II, III, IV e VI. D II, III, IV, VI e VII. E I, III, IV, V, VI e VII. A alternativa C está correta. Apenas o que se apresenta nos itens I, II, III, IV e VI estão previstos na Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022. O item V não consta, logo não é considerado uma sansão disciplinar. Já o item VII não compete ao escopo da legislação sanitária, mas sim de outras esferas. Aplicando o conhecimento Você conhece as recomendações do código de ética da profissão farmacêutica? Saberia identificar práticas em acordo ou desacordo com o código? Vamos refletir com base no caso do farmacêutico João Silva. O farmacêutico João Silva, devidamente inscrito em seu Conselho Regional de Farmácia, foi protagonista de um caso que viola os preceitos éticos, mais especificamente no art. 18, inciso XXVII, do código de ética do Conselho Federal de Farmácia, que proíbe expressamente "utilizar-se de conhecimentos da profissão com a finalidade de cometer ou favorecer atos ilícitos de qualquer espécie". Dr. Silva, que atuava em uma farmácia comunitária no centro de uma grande capital brasileira, utilizou de sua posição, conhecimento e prestígio para desviar medicamentos controlados, favorecendo uma rede de distribuição ilegal de substâncias psicoativas. Tal esquema foi deflagrado pela vigilância sanitária em parceria com a polícia, após a verificação de discrepância nos registros de entrada e saída desses medicamentos. Após ser formalmente acusado e mediante processo ético-disciplinar conduzido pelo Conselho Regional de Farmácia, conforme estabelece o Código de Processo Ético, o Dr. Silva teve a oportunidade de apresentar sua defesa. No entanto, as evidências coletadas foram contundentes e demonstraram sua participação ativa no esquema ilícito. Estudo de caso Neste vídeo, você vai reconhecer as práticas em acordo ou desacordo com as recomendações do código de ética da profissão farmacêutica, com base no caso de João Silva. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Questão 1 Ao acusar Dr. Silva, foi correta a atitude do Conselho Regional de Farmácia? Explique. Chave de resposta Sim, a atitude do Conselho Regional de Farmácia foi correta ao aplicar sanções ao Dr. João Silva de acordo com o descrito no caso. A ação do Conselho está fundamentada no Código de Ética Farmacêutica, que estabelece as normas deconduta para os profissionais farmacêuticos, incluindo as proibições específicas relacionadas à utilização dos conhecimentos profissionais para cometer ou favorecer atos ilícitos de qualquer espécie. Questão 2 Com a leitura do caso, fica evidente que a atuação profissional farmacêutica deve seguir as recomendações descritas na legislação sanitária. Neste sentido, qual instrumento delimita o código de ética farmacêutica? Chave de resposta Na legislação brasileira, o instrumento que delimita o código de ética farmacêutica é a Resolução nº 724 de 29 de abril de 2022, publicada pelo Conselho Federal de Farmácia. Esse documento contém o Código de Ética, o Código de Processo Ético, e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções ético- disciplinares, servindo como um guia normativo para a conduta profissional dos farmacêuticos, delineando os princípios fundamentais, direitos, deveres, proibições, além das sanções aplicáveis em caso de infração ética. Questão 3 O Dr. João Silva recebeu uma sanção disciplinar devido à sua conduta antiética, que comprometeu a imagem da profissão farmacêutica e representou um risco à saúde pública. Qual foi a sanção aplicada ao profissional pela infração cometida? A Advertência verbal e suspensão do exercício profissional por seis meses. B Multa no valor de um salário-mínimo regional. C Suspensão do exercício profissional pelo período de um ano, sem multa adicional. D Eliminação do registro profissional no Conselho Regional de Farmácia. E Suspensão do exercício profissional pelo período de um ano, além de uma multa no valor de três saláriosmínimos regionais. A alternativa E está correta. Segundo a Resolução nº 724/2022, o farmacêutico deve ser suspenso do exercício profissional por um ano e receber uma multa de três salários-mínimos regionais. Essa penalidade está de acordo com o art. 24 do código de ética farmacêutica, que prevê diferentes níveis de sanção com base na gravidade da infração ética cometida. 2. Atribuições do farmacêutico O farmacêutico na atenção primária à saúde Uma vez que a maioria das prescrições de medicamentos ocorre na atenção primária, os farmacêuticos desempenham um papel importante no fornecimento de educação e informações sobre o uso adequado e seguro de medicamentos para pacientes, bem como a outros profissionais de saúde. Neste vídeo, vamos explicar qual o papel da atenção primária à saúde e a importância do farmacêutico nesse contexto, incluindo as atividades realizadas por ele. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Nas últimas duas décadas, o movimento para incluir farmacêuticos como membros essenciais da atenção primária ganhou força em vários países, incluindo Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Malásia e Brasil. Farmacêuticos integrados, globalmente, em programas interdisciplinares, demonstraram seu papel significativo em muitos cuidados diretos ao paciente, incluindo o gerenciamento de medicamentos, identificando o uso incorreto e as reações adversas aos medicamentos, bem como o aconselhamento sobre medicamentos e, efetivamente, otimizando a compreensão do paciente sobre seus próprios regimes de medicação para melhorar a qualidade de vida geral. Na atenção primária à saúde, os farmacêuticos desempenham diversas atividades, como: Consultas farmacêuticas com os usuários. Dispensação de medicamentos. Orientação farmacêutica. Acompanhamento farmacoterapêutico. Promoção do uso racional de medicamentos (URM). Gestão dos serviços farmacêuticos (estoque, gestão de resíduos, planejamento). Organização dos serviços farmacêuticos no Sistema Único de Saúde. Participação em campanhas visando a prevenção de doenças e agravos. As organizações de saúde enfrentam novos desafios para acompanhar as crescentes demandas de saúde do público. Muitos desses desafios estão associados à melhoria dos resultados econômicos, humanos e clínicos para indivíduos com doenças crônicas. Essas demandas levaram os formuladores de políticas a buscar formas alternativas de otimizar o sistema de saúde e melhorar o atendimento ao paciente. • • • • • • • • Comentário Tem sido argumentado que, para os serviços de saúde serem utilizados de maneira mais eficiente, todos os membros da equipe de saúde precisam colaborar e reavaliar suas funções e contribuições. Uma melhor colaboração poderia reduzir os eventos adversos e melhorar os resultados do paciente combinando habilidades, experiência e recursos. As farmácias e drogarias, atualmente conhecidas como farmácias comunitárias, fazem parte do sistema de atenção primária, mas há ceticismo quanto à colaboração do farmacêutico com outros profissionais de saúde devido às suas funções isoladas e aos ambientes com características comerciais em que operam. Ainda assim, a importância da integração, especialmente com os médicos, tem sido reconhecida. Nas últimas décadas, o avanço da profissão farmacêutica viu um movimento de afastamento de uma função de abastecimento tradicional para atividades mais orientadas para a clínica. Farmácias comunitárias e drogarias são os serviços de saúde mais visitados pelos pacientes, levando os formuladores de políticas a reconhecer a importância de estender as funções dos farmacêuticos comunitários para atender à crescente demanda do público. No Brasil, a evolução e a modernização da profissão farmacêutica têm favorecido as atividades clínicas, o que tem levado a uma mudança também nos estabelecimentos como farmácias e drogarias. A atuação dos farmacêuticos nesses estabelecimentos tem se voltado para a atuação clínica, ao passo que a legislação vai se atualizando e permitindo cada vez mais a atuação clínica do farmacêutico. Atividade 1 Em muitos centros de atenção primária à saúde, são encontrados programas focados na promoção, prevenção e tratamento de diferentes condições de saúde com ênfase na comunidade, como tuberculose, HIV/AIDS, hipertensão e diabetes. Assinale a alternativa que destaca uma importante atividade realizada por farmacêuticos considerada prioritária na garantia do acesso adequado aos tratamentos farmacológicos. A Participação em consultas médicas. B Elaboração de planos nutricionais. C Gestão de estoque de medicamentos. D Elaboração de planos de atividades físicas. E Monitoramento de redes sociais. A alternativa C está correta. A gestão dos estoque de medicamentos e outros insumos é uma atividade complexa e se destaca como atribuição dos farmacêuticos na atenção primária à saúde. Sua realização é indispensável na garantia do acesso adequado aos pacientes, evitando desabastecimento e descontinuação das terapêuticas. Quais são as atribuições clínicas do farmacêutico? As atribuições clínicas do farmacêutico são pautadas na missão de promover a saúde, prevenir doenças e garantir o uso apropriado de medicamentos, seja em nível individual ou comunitário. Neste vídeo, vamos apresentar as atribuições clínicas dos farmacêuticos, as resoluções que as contêm e seus principais pontos. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Você, estagiário de farmácia, muitas vezes irá enfrentar situações no ambiente de estágio em que colocará em prática os cuidados farmacêuticos. Esses cuidados afastam o farmacêutico da visão clássica do profissional de medicamentos e apresentam à sociedade o farmacêutico como profissional da saúde. Através dos cuidados farmacêuticos, esses profissionais adquirem senso de responsabilidade sobre demandas específicas de saúde dos indivíduos em tratamento, não estando somente concentrados na utilização dos medicamentos. Médico e farmacêutica conversando. Cuidar implica ter atenção às queixas dos pacientes e buscar sempre resultados que melhorem suas condições de saúde. Para desenvolvê- lo, é preciso ter o paciente como foco; entretanto, é indispensável a comunicação com a equipe de profissionais a qual faz parte da rede de cuidados, pois todos participam das atividades que envolvem os medicamentos. Seja o médicoresponsável pela prescrição ou os profissionais de enfermagem responsáveis por administrá-la ou mesmo os cuidadores e/ou familiares que desempenham uma importante função na busca por melhores desfechos para os tratamentos propostos: todos, individual ou coletivamente, são destinatários dos cuidados farmacêuticos. E qual seria a definição de cuidados farmacêuticos? A missão principal do farmacêutico é prover a atenção farmacêutica, que é a provisão responsável de cuidados relacionados a medicamentos com o propósito de conseguir resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. (Hepler; Strand, 1990) As atribuições clínicas dos farmacêuticos terão como objetivo principal promover maior bem-estar aos pacientes, o que pode ser evidenciado ao se alcançar os seguintes objetivos: 1 Cura Sempre que possível, os cuidados farmacêuticos devem buscar a cura das enfermidades, envolvendo além da promoção do uso racional de medicamentos, o acompanhamento de outras propostas terapêuticas. 2 Manejo de sintomas Muitas vezes, principalmente diante de quadros crônicos e/ou doenças incuráveis, as atribuições clínicas dos farmacêuticos terão por objetivo a redução das queixas apresentadas pelos indivíduos. 3 Redução de progressão É bastante pertinente, também, as estratégias adotadas por profissionais farmacêuticos capazes de reduzir a progressão dos quatros clínicos, evitando pioras das patologias. 4 Prevenção de doenças ou sintomas Dentro das expertises farmacêuticas, pode se destacar também a atuação clínica dos farmacêuticos como estratégia de prevenir doenças ou reduzir a possibilidade de apresentação de sintomas pelos pacientes. Em sua prática de estágio, certamente tais objetivos serão evidenciados. E além de prestar as primorosas orientações acerca do utilização dos medicamentos, monitorar o uso dos pacientes e esclarecer as dúvidas relacionadas a esse processo, você compreenderá que as estratégias não farmacológicas também são extremamente importantes. Farmacêutico conversando com paciente. Muitas vezes, os cuidados farmacêuticos estarão focados em orientar sobre hábitos de vida, como melhorar a hidratação oral, buscar padrões de alimentação mais saudáveis, promover a cessação do tabagismo, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, adoção de estilos de vida com práticas de exercícios físicos, entre outros. O farmacêutico tem por missão orientar sobre a importância desses parâmetros, entretanto, é indispensável que seja feito o encaminhamento dos pacientes aos profissionais responsáveis por cada segmento de interesse. No Brasil, a legislação sanitária delimita quais atribuições os farmacêuticos desempenham nas práticas clínicas. Veja duas importantes resoluções do Conselho Federal de Farmácia que versam sobre essa temática. Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013 – Atribuições clínicas O objetivo principal é regulamentar as atribuições clínicas do farmacêutico, caracterizando seus direitos, atribuições e competências, especialmente quanto à prestação de serviços farmacêuticos e de cuidado voltados ao paciente. Segundo a Resolução, destacamos as seguintes atribuições: Integrar o planejamento e a avaliação da farmacoterapia. Atuar com intervenções farmacêuticas e elaborações de pareceres. Realizar consulta farmacêutica. Prescrever exames laboratoriais. Monitorar níveis de concentração de medicamentos nos pacientes por meio de exames. Verificar os parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente. Prescrever medicamentos, conforme legislação vigente. Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013 – A prescrição farmacêutica O objetivo aqui é elaborar as atribuições clínicas do farmacêutico na prescrição, realizadas de acordo com as necessidades de saúde dos indivíduos, com base em concisas evidências científicas e amparadas por fortes princípios éticos e conformidade com a legislação vigente. A prescrição farmacêutica tem alguns objetivos específicos, como: Ampliar a cobertura dos serviços de saúde, especialmente em locais mais afastados, com menor densidade de profissionais médicos. Solucionar prontamente as demandas de saúde dos indivíduos. Reduzir custos diretos e indiretos relacionados à minimização de agravos. Obter melhores resultados terapêuticos para os pacientes. Aprimorar a percepção da sociedade sobre a atuação do farmacêutico como profissional de saúde. Essas resoluções contribuem para que para os farmacêuticos se destaquem nos cuidados em saúde da sociedade. Você, estagiário de farmácia, aproveite esta enorme oportunidade de acompanhar tais atividades, que certamente serão o diferencial em sua formação. Dica Lembre-se que a interação entre paciente e farmacêutico deve ser colaborativa, uma condição essencial para o sucesso dos resultados desejados com o cuidado. Desenvolver um elo com os pacientes é fundamental, e fazê-lo através da comunicação clara e objetiva é essencial para gestão eficaz dos tratamentos. A confiança adquirida no farmacêutico como cuidador fortalece o engajamento do paciente com seu próprio cuidado, incentivando-o a compartilhar suas dúvidas e anseios e permitindo que o profissional realize um monitoramento mais efetivo e personalizado dos tratamentos farmacológicos. Além disso, estimula a percepção da sociedade sobre a importância e o papel dos farmacêutico. • • • • • • • 1. 2. 3. 4. 5. Atividade 2 De acordo com a Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013, qual é um dos principais objetivos das atribuições clínicas do farmacêutico? A Desenvolver atividades de cuidados centradas apenas nos pacientes. B Contribuir para a geração de novos conhecimentos em saúde. C Desenvolver atividades exclusivamente em serviços privados de saúde. D Exercer apenas a dispensação de medicamentos. E Desenvolver apenas ações de prevenção de doenças. A alternativa B está correta. Segundo a Resolução nº 585/2013, as atribuições clínicas do farmacêutico possuem o dever de contribuir para a geração, difusão e aplicação de novos conhecimentos que promovam a saúde e o bem-estar do paciente, da família e da comunidade. Lei nº 13.021/2014 A legislação sanitária brasileira possui seus marcos, e certamente a Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, é um deles. Essa importante lei tem por objetivo regular o exercício e fiscalizar as atividades farmacêuticas. Neste vídeo, vamos apresentar os principais pontos da legislação e sua importância para o profissional farmacêutico, falando sobre as diretrizes para o exercício da profissão farmacêutica no Brasil e definindo a farmácia como uma unidade de prestação de serviços destinados à assistência farmacêutica, à assistência à saúde e à orientação sanitária individual e coletiva. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Por meio desse instrumento jurídico, ficam estabelecidas as normas para a assistência farmacêutica (e todo o conjunto de etapas que a compõem), seja em estabelecimentos públicos ou privados. Além disso, essa lei busca garantir a disponibilidade de medicamentos, a presença obrigatória de farmacêuticos em farmácias durante todo o funcionamento dos estabelecimentos, fomentar o uso racional de medicamentos e a promoção da saúde por meio da assistência terapêutica integral. A implantação dos serviços de farmácia clínica em farmácias e drogarias ainda é recente no Brasil. A profissão farmacêutica passou por mudanças importantes nas últimas décadas no Brasil, principalmente em relação às farmácias comunitárias, com mudanças de funções e foco na prestação de serviços clínicos aos pacientes. Farmácia. A farmácia, como estabelecimento de saúde, tem evoluído significativamente, com avanços regulatórios, como a publicação da Lei nº 13.021/14. Esta inverte a lógica do lucro ao definir a farmácia como entidade assistencial voltada para a prestação de serviço farmacêutico e assistência técnica e clínica para promover a melhor assistência à saúde dos pacientes. O termo serviço refere-se a um conjunto de atividades organizadasem um processo de trabalho. Em uma definição ampla, os serviços farmacêuticos representam qualquer serviço particular prestado por farmacêuticos e podem ser clínicos ou não. A assistência farmacêutica inclui uma gama de serviços clínicos, que vão desde os referenciais até o próprio monitoramento farmacoterapêutico. No Brasil, apesar dos avanços recentes, a assistência farmacêutica ainda está em desenvolvimento, em termos de cuidados farmacêuticos em farmácias e drogarias. As iniciativas são independentes e descoordenadas e existem inúmeras discrepâncias entre as diferentes regiões no que se refere ao perfil dos profissionais e aos processos de trabalho adotados. Atenção Considerando que o panorama da atividade farmacêutica brasileira tem se voltado para as atividades clínicas, foi publicada a Lei nº 13.021/2014, que hoje é tida como um marco no comércio varejista farmacêutico. Isso porque atribui à farmácia o status de estabelecimento de saúde e confere autonomia técnica ao profissional farmacêutico. Podemos destacar que essa lei retornou o farmacêutico como foco principal nas farmácias. Destaques da Lei nº 13.021/2014 A Lei nº 13.021/2014 é a legislação que materializa o anseio dos farmacêuticos de anos. Ela estabelece que as farmácias e drogarias são estabelecimentos de saúde e não estabelecimentos comerciais. No seu art. 3º, promove-se a farmácia à categoria de estabelecimento de saúde e, dessa forma, deixa de ser um simples comércio, devendo prestar, portanto, assistência farmacêutica. Torna-se um estabelecimento para a prestação de assistência à saúde, com foco nos cuidados aos pacientes pelos acompanhamentos, adesão ao tratamento, avaliação de interações medicamentosas e promoção do uso racional do medicamento. A mesma lei também determina apenas dois tipos de farmácias, conforme descrito a seguir: 1 Farmácia sem manipulação ou drogaria Vale lembrar que estes estabelecimentos são denominados hoje como farmácias comunitárias, e são estabelecimentos de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais. 2Farmácia com manipulação Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica. Estão abarcadas aqui as farmácias de manipulação de atendimento à comunidade e as farmácias hospitalares. Quanto às responsabilidades, a lei descreve que o farmacêutico e o proprietário dos estabelecimentos devem ser solidários para garantir o uso racional do medicamento. Atenção Você deve ter sempre em mente o art. 11º dessa lei, que diz que o farmacêutico não pode ser desautorizado em suas decisões e orientações técnicas por ninguém, nem mesmo pelo dono do estabelecimento. Fique atento a esse artigo, pois o descumprimento é uma infração a uma lei federal! Apesar de a Lei nº 13.021/2014 ser bem clara quanto às responsabilidades dos farmacêuticos e dos proprietários de farmácias e drogarias, ainda é preciso que os profissionais farmacêuticos se coloquem em posição de garantir a execução dos estipulados pelos artigos 10º e 11º. Além das responsabilidades, a lei também descreve a obrigatoriedade de algumas atividades farmacêuticas no seu art. 13º, como as descritas a seguir: Realizar farmacovigilância, notificando aos órgãos competentes os eventos adversos aos medicamentos, bem como a dependência. Possuir cadastro organizado dos dados científicos dos produtos farmacêuticos dispensados no estabelecimento. Realizar o acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes. Estabelecer protocolos de farmacovigilância. Estabelecer o perfil farmacoterapêutico dos pacientes. Prestar orientação farmacêutica, para a promoção do uso racional e seguro dos medicamentos e produtos correlatos. Atividade 3 Ana Cláudia, farmacêutica responsável técnica por uma farmácia de bairro no interior de Sergipe, identifica durante o atendimento a um cliente uma interação medicamentosa em sua prescrição. A farmacêutica orientou o cliente, entretanto, o proprietário da farmácia estava próximo e contradisse sua recomendação, insistindo na venda do medicamento para minimizar a perda financeira da instituição. Ana Cláudia insistiu em sua conduta, uma vez que está amparada pela legislação, por meio da 1. 2. 3. 4. 5. 6. A Resolução , de 29 de agosto de 2013. B Resolução , de 29 de agosto de 2013. C Lei , de 8 de agosto de 2014 . D Lei , de 13 de julho de 1990 . E Lei , de 27 de setembro de 2006. A alternativa C está correta. A Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, prevê que o farmacêutico não pode ser desautorizado em suas decisões e orientações técnicas por ninguém, nem mesmo pelo proprietário do estabelecimento, conforme estabelecido no art. 11º. Sendo assim, Ana Cláudia agiu conforme a lei ao sustentar sua conduta em critérios técnicos que promovem a segurança do paciente, mesmo sentindo-se pressionada pelo dono da Farmácia. 3. Boas práticas farmacêuticas O papel dos farmacêuticos nas boas práticas O papel do farmacêutico está em constante evolução e mudou da aquisição e distribuição de medicamentos para fornecer informações sobre medicamentos e cuidados com o paciente. Neste vídeo, vamos abordar o papel do farmacêutico nas boas práticas, os documentos e requisitos legais mínimos para funcionamento de farmácia e drogarias, além dos EPIs e a situação em que cada um deles é utilizada. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Todo esse escopo de serviços centrados no paciente foi descrito como cuidados farmacêuticos, uma revolução na prática farmacêutica. Todos os farmacêuticos devem garantir que o serviço prestado a cada paciente seja de qualidade adequada. As boas práticas em farmácia incluem os princípios dos cuidados farmacêuticos e são consideradas um meio de cumprir e garantir essas obrigações. A iniciativa de estabelecer diretrizes de boas práticas em farmácia para farmacêuticos comunitários foi baseada em vários elementos da necessidade de adequação às novas demandas da sociedade. A população em geral espera mais dos farmacêuticos comunitários, porém nem sempre seus serviços estão disponíveis de maneira adequada. Além disso, poucos farmacêuticos comunitários realmente estão preparados e qualificados para disponibilizarem serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Por esse motivo, foi preciso uma estrutura regulatória para a melhoria da qualidade dos serviços da farmácia comunitária (e drogarias). Curiosidade No Brasil, a RDC nº 44/2009 da ANVISA é a legislação que regulamenta as boas práticas farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Documentação e infraestrutura necessária às farmácias e drogarias Em seu capítulo II, a resolução detalha os documentos necessários às farmácias e drogarias. São eles: Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE ANVISA) expedida pela ANVISA É o documento que toda farmácia ou drogaria deve possuir. É o documento da ANVISA que permite ao estabelecimento funcionar. Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável É o documento expedido pela ANVISA que permite o exercício de atividades que envolvam insumos farmacêuticos, medicamentos e substâncias sujeitas a controle especial. Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão estadual ou municipal de Vigilância Sanitária, segundo legislação vigente É o documento expedido pelo órgão sanitário local que permite o funcionamento dos estabelecimentos sujeitos ao controle sanitário, como as farmácias e drogarias. Certidão de Regularidade Técnica emitida pelo Conselho Regional de Farmácia da respectiva jurisdição É o documento expedido pelo CRF que garante que a farmácia ou drogaria está devidamente registrada no Conselho eque possui farmacêutico responsável técnico. Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente e as especificidades de cada estabelecimento É documento que descreve as atividades realizadas pelo estabelecimento, demonstrando os padrões mínimos aceitáveis pela empresa, obedecendo à legislação vigente. Ainda no mesmo capítulo, a legislação relata a obrigatoriedade da presença de um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento, além da responsabilidade de o estabelecimento garantir o uso racional de medicamentos. No capítulo III, a legislação trata das condições gerais de infraestrutura, determinando as áreas mínimas que o estabelecimento deve possuir e as condições de higienização e limpeza. Na imagem a seguir, você verá um exemplo de planta com a infraestrutura mínima necessária para que uma farmácia ou drogaria possa funcionar. Em destaque, estão as áreas obrigatórias. Planta de uma farmácia ou drogaria comunitária. Na sessão II do mesmo capítulo, são descritas as condições para a prestação dos cuidados farmacêuticos, bem como as condições de limpeza e de móveis e utensílios, destacando a necessidade de ambiente privativo. O capítulo IV trata dos recursos humanos, e os pontos principais a serem destacados são a obrigatoriedade de vestimenta que possa diferenciar o farmacêutico dos demais profissionais do estabelecimento e a obrigatoriedade que os estabelecimentos têm em disponibilizar proteção aos funcionários e usuários do estabelecimento, incluindo equipamentos de proteção individuais (EPI). Veja alguns exemplos de EPI: Jaleco Óculos de proteção Luvas Máscara Touca hospitalar Protetor facial Você saberia distinguir quais dos EPIs vistos devem ser usados por um farmacêutico ao desempenhar certas atividades? Descubra ao responder as questões a seguir. Atividade discursiva Atividade Discursiva 1 Qual dos EPIs vistos deve ser utilizado para aferição de pressão arterial? Chave de resposta Para aferição de pressão arterial, o farmacêutico precisa estar paramentado apenas com o seu jaleco, que deve estar sempre limpo. Atividade Discursiva 2 Quais são os EPIs necessários para realização do teste rápido para covid-19? Chave de resposta Jalecos descartáveis, protetor facial ou óculos de proteção, touca, luvas descartáveis e máscara cirúrgica ou N95 são indispensáveis para a realização desse procedimento. Com eles, o farmacêutico garante a sua proteção individual e a do paciente. Ainda no capítulo IV, a legislação tratará das atribuições dos farmacêuticos e demais profissionais. As atribuições do farmacêutico responsável técnico devem seguir o que for estabelecido pelos Conselhos Federal e Regional de Farmácia, observada a legislação sanitária vigente para farmácias e drogarias. Um ponto a se destacar na legislação são as responsabilidades legais, como prover recursos e condições necessários para o funcionamento do estabelecimento, garantir uso racional do medicamento e treinamentos. Atividade 1 Atestar a conformidade com as exigências legais e regulamentares, garantindo que o estabelecimento opere dentro dos padrões de segurança e qualidade estabelecidos pelos órgãos competente é indispensável aos serviços de saúde. Neste sentido, assinale a alternativa correspondente à certidão de regularidade técnica. A É documento que descreve as atividades realizadas pelo estabelecimento, demonstrando os padrões mínimos aceitáveis pela empresa, obedecendo a legislação vigente. B É o documento expedido pelo CRF que garante que a farmácia ou drogaria está devidamente registrada neste Conselho e possui farmacêutico responsável técnico. C É o documento expedido pelo órgão sanitário local que permite o funcionamento dos estabelecimentos sujeitos ao controle sanitário, como as farmácias e drogarias. D É o documento expedido pela ANVISA que permite o exercício de atividades que envolvam insumos farmacêuticos, medicamentos e substâncias sujeitas a controle especial. E É o documento que toda farmácia ou drogaria deve possuir. É o documento da ANVISA que permite o estabelecimento funcionar. A alternativa B está correta. A Certidão de Regularidade Técnica (CRT), documento emitido pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF), comprova que a farmácia ou drogaria está devidamente registrada no Conselho e possui um farmacêutico responsável técnico. Esse documento atesta a conformidade do estabelecimento com as exigências legais e regulamentares, garantindo sua operabilidade dentro dos padrões de segurança e qualidade estabelecidos pelos órgãos competentes. As outras alternativas descrevem documentos diferentes ou não correspondem especificamente à CRT. Farmacêutico na dispensação e comercialização de produtos No capítulo V, você encontrará as orientações quanto à comercialização e dispensação de produtos. Acompanhe, neste vídeo, as atribuições do farmacêutico na dispensação e comercialização de medicamentos e os documentos mínimos que os estabelecimentos devem possuir. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Sobre a dispensação de medicamentos, você encontrará a seguinte descrição quanto aos procedimentos do farmacêutico referente aos requisitos da prescrição (receita) dos medicamentos: Letra legível, sem rasuras ou emendas Paciente identificado Nome do medicamento, bem como concentração, dose, forma farmacêutica e quantidade Forma de usar (posologia) Tempo de tratamento Data e local de emissão da receita Assinatura e número de registro do prescritor (geralmente o carimbo) Ainda quanto à dispensação e à comercialização de medicamentos, a RDC nº 44/2009 faz diversos apontamentos importantes, que você encontra a seguir: Art. 29: Além de medicamentos, o comércio e a dispensação de determinados correlatos poderão ser extensivos às farmácias e drogarias em todo território nacional, conforme relação, requisitos e condições estabelecidos em legislação sanitária especifica. Art. 30: Somente podem ser adquiridos produtos regularizados junto à ANVISA, conforme legislação vigente. Art. 35: Todos os produtos devem ser armazenados de forma ordenada, seguindo as especificações do fabricante e sob condições que garantam a manutenção de sua identidade, integridade, qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade. Art. 40: Os produtos de dispensação e comercialização permitidos em farmácias e drogarias nos termos da legislação vigente devem ser organizados em área de circulação comum ou em área de 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. • • • • circulação restrita aos funcionários, conforme tipo e a categoria do produto. Art. 40 : Os medicamentos deverão permanecer em área de circulação restrita aos funcionários, não sendo permitida sua exposição direta ao alcance dos usuários do estabelecimento. Art. 42: O estabelecimento farmacêutico deve assegurar ao usuário o direito à informação e orientação quanto ao uso de medicamentos. Art. 45: Não podem ser dispensados medicamentos cujas receitas estiverem ilegiveis ou que possam induzir ao erro ou à confusão. Art. 47: A dispensação de medicamentos genéricos, no que tange à intercambialidade, deve ser feita de acordo com o disposto na legislação especifica. Art. 52: Somente farmácias e drogarias abertas ao público, com farmacêutico responsável presente durante todo o horário de funcionamento, podem realizar a dispensação de medicamentos solicitados por meio remoto, como telefone, fac-simile (fax) e internet. Art. 60: O usuário dos produtos comercializados em farmácias e drogarias, conforme legislação vigente, tem o direito a obter informações acerca do uso correto e seguro, assim como orientações sobre as condições ideais de armazenamento. O capítulo VI trata dos serviços farmacêuticos permitidos em farmácias comunitárias e drogarias. A RDC nº 44/09 especifica que poderão ser realizados serviços como atenção farmacêutica (atenção farmacêutica domiciliar, aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos e administração de medicamentos) e perfuração do lóbuloda orelha para colocação de brinco. A referida legislação também proíbe a realização de serviços que não estejam descritos nesta regulamentação. Exemplo São proibidas as atividades como uso de espaço no estabelecimento como consultório médico, consultório dentário, lanchonete e outras atividades alheias às atividades farmacêuticas. Documentos de boas práticas e garantia da qualidade O capítulo VII trata das documentações mínimas que os estabelecimentos devem possuir: • • • • • • 1 Procedimentos operacionais padrão Os POPs mínimos exigidos, de acordo com o Manual de Boas Práticas, são: I. Manutenção das condições higiênicas e sanitárias adequadas a cada ambiente da farmácia ou drogaria II. Aquisição, recebimento e armazenamento dos produtos de comercialização permitida III. Exposição e organização dos produtos para comercialização IV. Dispensação de medicamentos V. Destino dos produtos com prazos de validade vencidos VI. Destinação dos produtos próximos ao vencimento VII. Prestação de serviços farmacêuticos permitidos, quando houver VIII. Utilização de materiais descartáveis e sua destinação após o uso IX. Outros já exigidos nesta Resolução 2 Outros documentos Além dos POP, as farmácias comunitárias e drogarias devem manter registros de: I. Treinamento de pessoal II. Serviço farmacêutico prestado, quando houver III. Divulgação do conteúdo dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) aos funcionários, de acordo com as atividades por eles realizadas IV. Execução de programa de combate a insetos e roedores V. Manutenção e calibração de aparelhos ou equipamentos, quando exigido VI. Outros já exigidos nesta Resolução O capítulo VIII trata das disposições finais desta RDC. Neste capítulo, destaca-se a permissão para a participação das farmácias comunitárias em campanhas de promoção da saúde do Poder Público e na coleta de medicamentos para descarte, desde que a farmácia apresente um plano de gerenciamento de resíduos. É importante destacar que o descumprimento do que é descrito nessa legislação pode ser considerado uma infração sanitária! Atividade 2 Assinale a alternativa que representa uma boa prática em farmácias comunitárias sem manipulação e drogarias. A O estabelecimento farmacêutico deve assegurar ao usuário o direito à informação e à orientação quanto ao uso de medicamentos. B O estabelecimento deve assegurar a estabilidade das preparações extemporâneas dispensadas. C O farmacêutico deve avaliar a prescrição quanto à compatibilidade físico-química dos excipientes da formulação magistral. D O estabelecimento deve manter registro de todas as receitas dispensadas. E O farmacêutico deve realizar orientação farmacoterapêutica apenas dos pacientes que solicitarem. A alternativa A está correta. As orientações sobre os medicamentos adquiridos no estabelecimento farmacêutico devem ser garantidas a todos os pacientes, uma vez que tecnicamente não se deve dissociar a dispensação da orientação aos pacientes, assim como essa prática é determinada pela legislação vigente, incluindo a Lei de Defesa do Consumidor. Aplicando o conhecimento Você compreende o processo de dispensação de medicamentos a partir do recebimento de prescrições em uma farmácia? Vamos pensar na importância do cumprimento das normativas de prescrição para dispensação de medicamento com base neste estudo de caso. Em uma cidade pequena de interior, duas pacientes, Ana e Claudia, se dirigem à farmácia do bairro, após atendimento médico, com suas prescrições para o tratamento de suas condições crônicas. O farmacêutico, Sr. Daniel, conhecido por seu trabalho junto à comunidade, recebe as prescrições de ambas as pacientes para que possa fazer as devidas conferências e iniciar o processo de prescrição, se pertinente. Cenário 1: A primeira prescrição analisada pelo farmacêutico foi a da paciente Ana, cadastrada no programa de diabetes do município. Em sua prescrição, foram identificados os seguintes parâmetros: Prescrição manuscrita, de forma legível, sem rasuras ou emendas. Identificação completa de Ana como paciente. Medicamento prescrito: metformina, 500mg, em comprimidos. Posologia: dois comprimidos diários, um no café da manhã e outro no jantar, por trinta dias. Prescrição com data e local de emissão claramente indicados, bem como assinada e carimbada pelo prescritor, com o seu devido número de registro. O farmacêutico confere a prescrição, identifica a paciente Ana e realiza a dispensação do medicamento. Neste momento, realiza as atividades de atenção farmacêutica e orienta Ana sobre a importância da adesão ao tratamento e os possíveis efeitos adversos da terapêutica. • • • • • Cenário 2: A segunda prescrição analisada foi a da paciente Claudia, cadastrada no programa de hipertensão arterial do mesmo município. Em sua prescrição, foram identificados os seguintes parâmetros: Prescrição manuscrita, de forma legível em algumas partes, sem emendas. Identificação da paciente Claudia apenas com o primeiro nome. Medicamento prescrito: Enalapril 10mg, em comprimidos, substituindo Enalapril 5mg, que se encontrava riscado da prescrição. Posologia: dois comprimidos diários, sem especificação de horários ou intervalo entre doses e sem descrição de tempo de tratamento. Prescrição sem data, porém apresentando o local de emissão, bem como assinada e carimbada pelo prescritor, como seu devido número de registro. Sr. Daniel enfrenta um dilema ético e profissional, decidindo por não dispensar o medicamento imediatamente à Sra. Cláudia, apresentando a paciente as justificativas para sua conduta e aconselhando-a a buscar seu médico para obter uma nova prescrição que cumpra com os requisitos necessários. O que fazer nesses casos? Vamos analisar o processo de dispensação de medicamentos em uma abordagem prática, a partir do recebimento de prescrições de duas pacientes por um farmacêutico de uma cidade pequena de interior. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Atividade Discursiva 1 Considerando as boas práticas na dispensação de medicamentos, a conduta do farmacêutico foi correta em ambos os cenários? Por quê? Chave de resposta Sim. Em ambos os cenários, a conduta do farmacêutico Daniel foi correta e seguiu as normas para dispensação de medicamentos. Ele verificou na prescrição de Ana e garantiu que todos os parâmetros necessários estavam corretos. Já na prescrição de Cláudia, ao identificar seus erros (prescrição incompleta e com erros), ele optou, corretamente, por não dispensar o medicamento, aconselhando seu retorno ao médico. No caso de Ana, a prescrição segue às diretrizes e garante que a dispensação realizada por Sr. Daniel seja segura e eficaz. Já a prescrição de Cláudia destaca os riscos associados à falta de conformidade com as diretrizes, podendo gerar erros na utilização dos medicamentos. Em conclusão, a conduta do farmacêutico correta destaca papel crucial do profissional na saúde e bem-estar dos pacientes. Atividade Discursiva 2 Quais os principais equívocos encontrados na prescrição da paciente Claudia que levaram o farmacêutico a não dispensar o medicamento? Chave de resposta • • • • • Identificação incompleta, mencionando apenas seu primeiro nome; rasura na dose do medicamento prescrito, que pode gerar dúvidas quanto à dose correta; posologia incompleta, sem especificação de horários ou intervalos entre as doses, bem como ausência de tempo de tratamento; ausência de data de emissão, o que não permite ao farmacêutico certificar-se da validade da prescrição. Atividade Discursiva 3 Considerando os equívocos encontrados, que riscos a paciente Claudia correria caso o farmacêutico fizesse a dispensação equivocadamente? Chave de resposta Utilização de dose incorreta do medicamento, aumentando a possibilidade de complicações cardiovasculares; utilização do medicamento por período equivocado (mais ou menos tempo de uso); a ausência de data poderia significar que a prescrição é antiga e não reflete o tratamentoatual. 4. Distribuição e gestão de resíduos Boas práticas e logística de distribuição de medicamentos Quando falamos em logística e distribuição de medicamentos, estamos nos referindo ao conjunto de atividades e de processos relacionados na movimentação, na estocagem, na armazenagem e no transporte de produtos farmacêuticos. Todas essas atividades possuem um enorme objetivo em comum: garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos ao longo de toda a cadeia de suprimentos. Neste vídeo, vamos explicar as boas práticas envolvidas na logística de distribuição de medicamentos e a RDC envolvida nesse processo. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Atualmente, sabemos que distribuir medicamentos é uma atividade complexa e envolve as boas práticas de distribuição de medicamentos. Sua implementação é de suma importância para a segurança do paciente, pois a cadeia de suprimentos global está se tornando complexa e fragmentada. A Organização Mundial da Saúde (2010) define as boas práticas de distribuição como: Uma ferramenta essencial para proteger o sistema de distribuição de produtos farmacêuticos falsificados, não aprovados, importados ilegalmente, roubados, falsificados, abaixo do padrão, adulterados e/ou com marca incorreta. (OMS, 2010) No Brasil, as boas práticas estão descritas na RDC nº 430, de 8 de outubro de 2020. Essa resolução define os parâmetros necessários para garantia da segurança e qualidade tão necessárias aos medicamentos, por meio de ações como: Implementação de sistemas de gestão da qualidade (para produtos e serviços). Definição de responsabilidades organizacionais (indústria, distribuidoras e varejo). Adoção de medidas para prevenir desvios de qualidade (inspeções e registros). Garantia da rastreabilidade dos produtos (documentação). Realização de ações corretivas e preventivas (tratamento das não conformidades). Cumprimento de requisitos específicos para cada etapa do processo logístico. O não cumprimento das diretrizes em qualquer ponto da cadeia de abastecimento, incluindo todos os pontos intermediários de armazenamento e transporte, pode ter sério impacto na qualidade do produto. As boas práticas de distribuição e armazenamento podem se aplicar a todas as organizações e indivíduos envolvidos em qualquer aspecto do armazenamento e da distribuição de todos os medicamentos. • • • • • • O armazenamento e a distribuição podem envolver o movimento complexo de produtos em todo o mundo, diferenças em documentos e lidar com requisitos e comunicação entre várias entidades na cadeia de abastecimento. O bom armazenamento e as práticas de distribuição facilitam o movimento do medicamento em toda a cadeia de abastecimento, que é controlada, medida e analisada para contínuas melhorias, devendo manter a integridade do medicamento em sua embalagem durante o armazenamento e a distribuição. A distribuição de medicamentos é uma importante atividade na gestão integrada da cadeia de suprimentos. A atual rede de distribuição de medicamentos é cada vez mais complexa e envolve muitos atores. A legislação estabelece ferramentas adequadas para auxiliar distribuidores na condução de suas atividades e para prevenir a entrada de medicamentos falsificados na cadeia de abastecimento legal. Atenção Segundo a RDC nº 430/2020, toda não conformidade identificada no processo de armazenagem e distribuição deve ser tratada por meio do registro, realizada a investigação do ocorrido, para proposição e realização de ações corretivas, bem como preventivas. Somente assim a empresa responsável é capaz garantir a segurança e qualidade dos produtos. A legislação determina como requisitos mínimos para o exercício da atividade de armazenagem de medicamentos algumas orientações quanto à infraestrutura física das distribuidoras. Você pode verificar algumas áreas necessárias para o funcionamento das distribuidoras na imagem a seguir: Áreas de funcionamento de uma distribuidora. Principais pontos abordados pela RDC nº 304/2019 Verifique agora alguns pontos importantes da RDC nº 304/2019. 1 Artigo 42 O exercício da atividade de armazenagem de medicamentos requer, no mínimo: I. Áreas de recebimento e expedição de medicamentos separadas entre si. II. Área de armazenagem geral de medicamentos. III. Área ou local de armazenagem de medicamentos devolvidos. IV. Área ou local de armazenagem de medicamentos reprovados, vencidos, recolhidos, suspeitos de falsificação ou falsificados. V. Área ou local com tranca para armazenagem de medicamentos sujeitos ao regime especial de controle, quando aplicável. VI. Área ou local de armazenagem de medicamentos em quarentena, quando aplicável. VII. Área de armazenagem de medicamentos com radionuclídeos, quando aplicável. VIII. Área de depósito de materiais de limpeza. IX. Área de administração. X. Área de cantinas ou refeitórios, quando existentes, e de vestiários, sanitários e lavatórios, sem comunicação direta com as áreas de armazenagem. 2Artigo 59 Os arquivos eletrônicos relacionados à expedição devem incluir, pelo menos, as seguintes informações: I. Data da expedição ou do recebimento. II. Razão social, endereço e CNPJ do transportador. III. Nome completo e documento de identificação do motorista. IV. Razão social, endereço e CNPJ do destinatário. V. Descrição dos medicamentos, incluindo nome e apresentação. VI. Quantidade, números de lote e data de validade. VII. Condições de transporte e armazenagem aplicáveis, incluindo a identificação do veículo responsável pelo transporte e número de série do instrumento utilizado para monitoramento das condições ambientais, quando aplicável. VIII. Número único para permitir a identificação da ordem de entrega. IX. Número da nota fiscal. 3 Artigo 63 São obrigações dos contratantes dos serviços de transporte de medicamentos: I. Qualificar os transportadores. II. Prestar orientação e assistência técnica para os casos de acidentes envolvendo os medicamentos sob transporte, juntamente com o Responsável Técnico da empresa contratada. 4Artigo 64 São obrigações das empresas que realizam o transporte de medicamentos: I. Dispor do manifesto de carga transportada com a previsão de desembarque a bordo do veículo transportador. II. Monitorar as condições de transporte relacionadas às especificações de temperatura, acondicionamento, armazenagem e umidade do medicamento utilizando instrumentos calibrados. III. Aplicar os sistemas passivos ou ativos de controle de temperatura e umidade que sejam necessários à manutenção das condições requeridas pelo registro sanitário ou outras especificações aplicáveis. IV. Fornecer ao contratante todos os dados relativos às condições de conservação durante o transporte, bem como durante a armazenagem em trânsito. V. Prover acesso restrito aos medicamentos. VI. Receber e entregar medicamentos somente às empresas devidamente autorizadas e licenciadas para as atividades relacionadas. Atividade 1 A armazenagem e a distribuição adequadas de medicamentos são cruciais para manutenção de sua integridade e eficácia. Quando realizadas conforme as diretrizes, é garantido aos pacientes que recebam medicamentos de qualidade, uma vez que foram conservados em condições ideais. Segundo a RDC nº 430/2020, caso seja identificada uma não conformidade nesses processos, qual o procedimento correto a ser seguido? A Ignorar a não conformidade, pois pequenos erros não afetam a segurança e a qualidade dos produtos. B Realizar somente ações corretivas imediatas, sem necessidade de registro ou investigação posterior do ocorrido. C Registrar a não conformidade e investigar o ocorrido, mas limitar as ações apenas às corretivas, sem considerar medidas preventivas. D Registrar e investigar a não conformidade, seguido pela implementação de ações corretivas e preventivas, assegurando a segurança e a qualidade dos produtos. E Comunicar a não conformidade exclusivamente às autoridades regulatórias, sem realizar ações internas de correção