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Insônia Rafael Mariano da Rocha Renan Gustavo Kunst Definição Insônia é a dificuldade de iniciar o sono, mantê-lo ou de dormir o tempo necessário, bem como prejuízo na qualidade do sono, causando sofrimento e prejuízo funcional. Diagnóstico A. Queixas de insatisfação predominantes com a quantidade ou a qualidade do sono associadas a um (ou mais) dos seguintes sintomas: 1. Dificuldade para iniciar o sono (em crianças, pode se manifestar como dificuldade para iniciar o sono sem intervenção de cuidadores). 2. Dificuldade para manter o sono, que se caracteriza por despertares frequentes ou por problemas para retornar ao sono depois de cada despertar (em crianças, pode se manifestar como dificuldade para retornar ao sono sem intervenção de cuidadores). 3. Despertar antes do horário habitual com incapacidade de retornar ao sono. B. A perturbação do sono causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional, educacional, acadêmico, comportamental ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. As dificuldades relacionadas ao sono ocorrem pelo menos três noites por semana. D. As dificuldades relacionadas ao sono permanecem durante pelo menos três meses. E. As dificuldades relacionadas ao sono ocorrem a despeito de oportunidades adequadas para dormir. F. A insônia não é mais bem explicada ou não ocorre exclusivamente durante o curso de outro transtorno do sono-vigília (p. ex., narcolepsia, transtorno do sono relacionado à respiração, transtorno do sono-vigília do ritmo circadiano, parassonia). Tipos de insônia Inicial: demora mais de 30 minutos para dormir Intermediária: acorda no meio da noite Terminal: acorda no final da noite Aguda: duração menor que um mês Crônica: duração de mais de um mês Intermitente: duração de menor de 1 semana Sintomas Dificuldade no sono, tanto para iniciar, manter ou acordar antes do horário habitual Prejuízo funcional, com cognição e desempenho profissional e social prejudicados Sono não reparador: cansaço mesmo que tenha dormido horas suficientes Causas Uso de estimulantes Parada de uso de benzodiazepínicos Hábitos de sono erráticos Doença cardíaca Síndrome das pernas inquietas Mudanças hormonais Eventos estressantes Doenças mentais Fatores de risco Temperamentais Ambientais Idade avançada Sexo feminino Disposição familiar Modificadores de sono, como hábitos irregulares Prevalência 1/3 dos adultos têm algum sintoma 10 a 15% tem prejuízo diurno associado 6 a 10% atendem o critério diagnóstico 40 a 50% deles tem alguma comorbidade mental História natural da doença Início geralmente em adultos jovens, mas comum também na menopausa e na velhice, com problemas de saúde Pode ser ocasional, persistente, recorrente ou episódica Alta taxa de cronicidade (45 a 75%) Marcadores Diagnósticos Prejuízo na continuidade do sono na polissonografia e possível diminuição do sono profundo Aumento excitação cortical eletroencefalogramas Aumento excitação fisiológica e níveis de cortisol Diagnósticos Diferenciais Variações no sono normal Insônia situacional Transtornos ritmo circadiano Síndrome das pernas inquietas Problemas de respiração Narcolepsia Parassonias Uso de medicamentos Tratamento da Insônia A insônia era inicialmente vista como um distúrbio secudário a outras patologias, acreditando-se que ocorreria a melhora com o tratamento da comorbidade associada. Atualmente é reconhecida como uma doença potencialmente independente. Uma vez que a insônia pode precipitar, agravar ou prolongar condições comórbidas, o tratamento eficaz da insônia pode melhorar as comorbidades. O tratamento inicialmente deve ser orientado a um possível fator causal, como condição médica, abuso de substâncias, doença psiquiátrica ou distúrbio do sono. O tratamento da insônia consiste em: Terapias comportamentais Terapia medicamentosa Terapia Comportamental Higiene do Sono Dormir pelo tempo necessário para sentir-se descansado Manter uma consistência nos horarios de dormir e despertar Não tentar forçar o sono Evitar cafeína após o meio dia Evitar bebida alcoólica antes de deitar Evitar fumar próximo da hora de deitar Ajustar o ambiente para reduzir estímulos (TV, rádio, luz) Evitar uso prolongado de dispositivos com telas iluminadas antes de deitar (TV, computador, celular) Resolver problemas e preocupações antes de deitar Exercitar-se regularmente Evitar dormir durante o dia Controle de Estímulos Pacientes com insônia podem associar a sua cama com a ansiedade de não conseguir dormir, ao invés da antecipação do prazer de deitar-se. Quanto mais tempo o indivíduo fica na cama insistindo no sono, mais forte essa associação se torna, o que perpetua a dificuldade de dormir. Estratégia Não deitar sem sono Não usar a cama para fins além de dormir e sexo Não ficar mais de 20 minutos deitado acordado Não realizar atividades prazerozas durante um despertar noturno Não retornar para a cama sem sono Relaxamento Deve ser realizado antes de cada período de sono Estratégias Relaxamento muscular progressivo: o indivíduo deve concentrar-se em relaxar um grupo muscular de cada vez, até que o corpo inteiro esteja relaxado. Resposta de relaxamento: o indivíduo deve assumir posição confortável e concentrar-se em relaxar o corpo inteiro, realizando respiração abdominal e neutralizando pensamentos que possam gerar tensão. Terapia de Restrição de Sono Consiste em limitar o tempo que o indivído pode passar na cama, a fim de aumentar o drive para dormir. Essa técnica melhora a eficiência do sono (porcentagem do tempo na cama em que o indivíduo está dormindo). Terapia Cognitiva Pacientes insones se preocupam com baixo rendimento no dia seguinte devido ao pequendo período de sono. Essa preocupação pode exacerbar a dificuldade de pegar no sono, criando um ciclo vicioso de insônia e preocupação com a própria insônia. O indivíduo pode começar a culpar a insônia por todos os eventos negativos que ocorrem. Durante a terapia cognitiva, o paciente é conduzido a lidar com a ansiedade e pensamentos catastróficos, estabelecendo um pensamento realista quanto à insônia e à necessidade de dormir. TCC Combinação das terapias anteriores, com um número de sessões pré-designado para cada abordagem. Particularmente recomendado para pacientes com contraindicação de medicação. Terapia Medicamentosa Pacientes tratados com medicação relatam melhora significativa no funcionamento diurno, melhor qualidade de vida e menos comorbidades. Os riscos associados à medicação incluem os efeitos adversos das drogas bem como dependência física e psíquica a alguns agentes. Gravidez – risco de malformações Alcoolismo – risco de sedação excessiva e depressão respiratória Doença renal ou hepática Doença pulmonar ou apneia do sono – hipoventilação Trabalhadores noturnos – déficit de julgamento Idosos – quedas, delirium... Escolha do fármaco: Tipo de insônia Inicial – ação rápida e meia vida curta Média – meia vida longa, zolpidem sublingual* Terminal – meia vida longa Efeitos Adversos Preço Benzodiazepínicos Reduzem o tempo para pegar no sono Prolonga o tempo de sono Reduz ansiedade Ação curta – Triazolam, Alprazolam, Oxazepam Ação intermediária – Lorazepam, Estazolam Ação Longa – Clonazepam, Clordiazepóxido, Diazepam Drogas Z Menos efeito ansiolítico e anticonvulsivante que os Benzodiazepínicos Efeitos adversos mais brandos que os benzodiazepínicos, porém semelhantes Zaleplona – meia vida muito curta, indicado para insônia inicial, sonolência residual mínima, não é indicado para uso prolongado. Zolpidem – meia vida curta, indicado para insônia inicial, não indicado para uso prolongado. Zolpidem de Liberação Lenta – pode ser usado por tempo prolongado. Eszopiclona – Meia vida longa, indicado para indução e manutenção do sono. Outros Agentes: Agonistas do receptor de melatonina Ramelteon Antagonistas do receptor de orexina Suvorexant Antidepressivos Doxepina, Amitriptilina, Trazodona Antihistamínicos Dimenidrinatro, Difenidramina Antipsicóticos Barbitúricos Bibliografia DSM V Medscape Uptodate
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