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II. Fisiologia Celular
Humanas / Sociais
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Cláudia Elizandra Lemke
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POLÍGRAFO DE FISIOLOGIA 1º BIMESTRE I. FISIOLOGIA CELULAR O entendimento das funções dos sistemas exige profundo conhecimento dos mecanismos celulares básicos. Embora haja diferenças entre os sistemas, eles são embasados por um conjunto comum de princípios fisiológicos. 1.1 VOLUME E COMPOSIÇÃO DOS LÍQUIDOS CORPORAIS No organismo humano, a água constitui uma alta proporção do peso corporal. A quantidade de água é denominada de água corpórea total (50% a 70% do peso corporal). Em geral a água corpórea se correlaciona inversamente com a gordura corporal. Assim, a água corpórea total corresponde a uma maior percentagem do peso corporal quando a gordura é pouca e a uma menor percentagem quando a gordura é muita. Devido às mulheres terem maior percentual de tecido adiposo que os homens, elas possuem menor quantidade de água corporal. A água corpórea total é dividida entre dois compartimentos orgânicos: líquido intracelular (LIC) e líquido extracelular (LEC). O LIC está contido dentro das células e corresponde a 2/3 da água corpórea total; o LEC está fora das células e corresponde a 1/3 da água corpórea total. O LIC e LEC estão separados pelas membranas celulares (citoplasmáticas). O LEC está dividido em dois compartimentos: o plasma (líquido circulante nos vasos sangüíneos) e o líquido intersticial, que banha as células. Eles são separados pela parede capilar. Devido à parede do capilar ser impermeável a grandes moléculas, como proteínas plasmáticas, o líquido intersticial contém pouca ou nenhuma proteína. A composição dos líquidos corporais não é uniforme. Apresentam concentrações amplamente diferentes dos vários solutos. Há também diferenças nas concentrações de solutos entre o plasma e o líquido intersticial, que ocorrem como resultado da exclusão da proteína do líquido intersticial. As quantidades de soluto são expressas em moles, equivalentes ou osmoles. Podem ser expressas em moles por litro (mol/L), equivalentes por litro (Eq/L) ou osmoles por litro (Osm/L). Nas soluções biológicas, as concentrações de soluto são geralmente muito baixas e expressas em milimoles por litro (mmol/L), miliequivalentes por litro (mEq/L) ou miliosmoles por litro (mOsm/L). Os compartimentos hídricos orgânicos devem obedecer ao princípio da eletroneutralidade; isto é, cada compartimento deve ter a mesma concentração em mEq/L de cargas positivas (cátions) e negativas (ânions). Mesmo quando há uma diferença de potencial através da membrana celular, o equilíbrio de cargas ainda é mantido nas partes principais das soluções. Fig. 1: Composição química dos líquidos extracelular e intracelular. O principal cátion do LEC é o sódio (Na+), e os ânions que o contrabalançam é o cloreto (Cl-) e o bicarbonato (HCO3-). Os principais cátions do LIC são o potássio (K+) e o magnésio (Mg2+), e os ânions que os contrabalançam são as proteínas e os fosfatos orgânicos. Outras diferenças notáveis são de Ca2+ e do pH. O LIC apresenta uma concentração muito baixa de Ca2+ ionizado, enquanto o LEC apresenta 4 vezes mais. O LIC é mais ácido (tem um pH mais baixo) do que o LEC. Apesar de todas as diferenças entre as concentrações individuais, a concentração total é mantida em equilíbrio devido ao fato da água fluir livremente através das membranas celulares. As diferenças de concentração através das membranas são mantidas por mecanismos de transporte que consomem energia, localizados nas membranas. O mais conhecido é o mecanismo de transporte Na+-K+- ATPase (bomba Na+-K+), que transporta Na+ do LIC para LEC e K+ do LEC para LIC, contra seus respectivos gradientes de concentração, utilizando energia (ATP). De modo semelhante, a concentração intracelular de cálcio é mantida num nível mais baixo do que a concentração extracelular. Essa diferença é estabelecida, em parte, por uma Ca2+ ATPase de membrana celular, que bombeia Ca2+ contra seu gradiente eletroquímico, utilizando ATP como energia. Além dos transportes que usam diretamente ATP como fonte de energia, outros estabelecem diferenças de concentração através da membrana celular por utilizarem o gradiente transmembranar do Na+ (estabelecido pela bomba Na+-K+ ATPase) como fonte de energia. Esses transportadores criam gradientes de concentração para glicose, aminoácidos, Ca2+ e H+ sem utilização direta de ATP. As membranas celulares têm a maquinaria necessária para estabelecer gradientes grandes de concentração. Porém, se as membranas forem livremente permeáveis a todos os solutos, esses gradientes poder-se-iam rapidamente dissipar. Assim, é importante que as membranas celulares não sejam livremente permeáveis a todas as substâncias, e sim que tenham permeabilidade seletiva, que mantém os gradientes de concentração estabelecidos pelos processos de transporte consumidores de energia. De modo geral, as diferenças de concentração entre o LIC e LEC sustentam funções fisiológicas importantes. 1.2 ESTRUTURA CELULAR Embora existam diferentes células, em geral possuem semelhanças. A figura ilustra todos os componentes de uma célula típica. Cada célula especializada, como por exemplo, uma célula nervosa ou sangüínea, possuem alguma ou todas as propriedades de uma célula. A célula é envolvida por membrana e apresenta diversas estruturas com funções determinadas. Fig.2: Estrutura da célula * MEMBRANA CELULAR As membranas são componentes de todas as células. Todas as células são revestidas pela membrana plasmática, que as separa do ambiente extracelular. A membrana plasmática, como já mencionado, atua como uma barreira de permeabilidade. Contém enzimas, receptores e antígenos que desempenham papéis importantes na interação da célula com outras células e com hormônios e outros agentes reguladores do líquido extracelular. As membranas revestem organelas das células eucarióticas, que dividem a célula em compartimentos distintos, no interior dos quais realizam processos bioquímicos determinados. A maioria das membranas biológicas apresenta diversas características em comum. Porém, a composição e estrutura dessas membranas diferem de uma célula a outra e entre as membranas de uma mesma célula. Estrutura da Membrana Os constituintes mais abundantes das membranas celulares são proteínas e lipídios. O componente lipídico consiste de fosfolipídios, colesterol e glicolipídios e é responsável pela alta permeabilidade das membranas celulares a substâncias lipossolúveis (CO2, O2, ácidos graxos e hormônios esteróides) e baixa permeabilidade a substâncias hidrossolúveis (íons, glicose, aminoácidos). O componente protéico consiste em transportadores, enzimas, receptores de hormônios, antígenos de superfície e canais para íons e para água. • Composição Lipídica: • Fosfolipídios: consiste de um grupamento polar da cabeça (glicerol fosforilado) e por duas caudas não-polares (ácidos graxos). O grupamento polar é hidrofílico enquanto as caudas são hidrofóbicas. Em ambiente aquoso, os fosfolipídios se organizam com suas cadeias hidrofóbicas de ácidos graxos para longe do contato com a água, formando a bicamada lipídica. Fig.3: Estrutura da membrana celular e da bicamada lipídica. Os fosfolipídios mais abundantes dessas membranas são, com freqüência, os contendo colina (lecitinas e esfingomielinas). A seguir, em abundância, estão os aminofosfolipídios. Outros fosfolipídios são o fosfatidilglicerol, fosfatidilinositol e cardiolipina. Alguns estão em quantidade diminuta nas membranas e desempenham papel vital no processo de transdução celular de sinais. O fosfatidilinositol bifosfato, quando clivado por uma fosfolipase C ativada por receptor, libera o inositol trifosfato (IP3) e o diacilglicerol. O IP3 é liberado no citosol atuando nos receptores do retículo endoplasmático para promover a liberação das reservas