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1°semestre - 2011 1 MINERAISMINERAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO E METABOLISMO MineraisMinerais Apresentam diversas funções no organismo: • Estrutural � formação de ossos e dentes • Funcional � ritmo cardíaco, contratilidade muscular, condução nervosa, equilíbrio hídrico, manutenção do equilíbrio ácido-básico, etc • Regulação � metabolismo celular (enzimas e hormônios) Minerais são elementos com funções orgânicas essenciais que atuam tanto na Minerais são elementos com funções orgânicas essenciais que atuam tanto na forma iônica quanto como constituintes de compostos (enzimas, hormônios, forma iônica quanto como constituintes de compostos (enzimas, hormônios, secreções e proteínas do tecido orgânico).secreções e proteínas do tecido orgânico). Minerais Minerais Macroelementos: minerais recomendados para adultos em níveis acima de 100mg/dia. Cálcio, Fósforo, Magnésio, Sódio, Potássio, Cloro e EnxofreCálcio, Fósforo, Magnésio, Sódio, Potássio, Cloro e Enxofre Microelementos: podem ser divididos em: - Oligoelementos: requeridos em quantidades que variam de 1 a 100mg/dia - Elementos ultratraço: requeridos em doses inferiores a µg/dia Zinco, Ferro, Manganês, Cobre e FlúorZinco, Ferro, Manganês, Cobre e Flúor Selênio, Molibdênio, iodo, cromo, boro, cobaltoSelênio, Molibdênio, iodo, cromo, boro, cobalto Existem algumas evidências dos benefícios de outros minerais, como arsênico, níquel, vanádio e sílica, mas a essencialidade ao organismo humano ainda não está comprovada Minerais nutricionalmente importantes:Minerais nutricionalmente importantes: quantidade no organismoquantidade no organismo 4% peso corporal Minerais em alimentosMinerais em alimentos � Encontrados em todos os grupos de alimentos (pirâmide) � Mais prontamente biodisponíveis em alimentos de origem animal � Componentes dos alimentos podem influenciar na biodisponibilidade: - Oxalato, espinafre e tomate, reduz biodisponibildadedo Ca - Fitato, contém fósforo e é altamente polar, formando complexos insolúveis com vários íons (Ca, Fe, Zn) -Vitamina C, promove a biodisponibilidadedo ferro Grupos alimentares que têm contribuições relevantes na ingestão de adultos Minerais Fontes alimentares Cálcio� Leite e queijo, cereais, vegetais verdes escuros Magnésio � Cereais, vegetais e batata, bebidas (cerveja e café), leite e derivados Fósforo � Cereais, carne e derivados, leite e derivados Potássio � Vegetais, tubérculos, banana, cereais, leite e derivados, carne e derivados Sódio � Carne e derivados, pão e cereais matinais, leite e derivados Ferro � Cereais, carne e derivados cárneos, vegetais Cobre � Carne e derivados, cereais, vegetais e batatas Zinco � Carne e derivados, cereais, leite e derivados Iodo � Leite e derivados, bebidas (incluindo cerveja), cereais, pescados Fonte: MAFF (1994) 1°semestre - 2011 2 �A maioria dos minerais tem uma faixa ampla de cobertura - Abaixo do mínimo: sinais de deficiência - Acima do máximo: sinais de toxicidade �A toxidade e deficiência podem levar tempo para aparecer - O tempo usa os estoques do organismo �O teor de minerais do solo influencia no teor encontrado no alimento, sendo que a forma de preparo deste também deve ser considerada Deficiências e excessosDeficiências e excessos Cálcio: mineral mais abundante no organismo! �� MineralMineral divalentedivalente maismais abundanteabundante nono corpocorpo humano,humano, contribuindocontribuindo comcom cercacerca dede 11,,55%% dodo pesopeso corporalcorporal totaltotal.. �� PapelPapel maismais óbvioóbvio dodo cálciocálcio →→ estruturalestrutural ouou mecânicomecânico →→ massa,massa, durezadureza ee forçaforça aosaos ossosossos ee dentesdentes.. -- 9999%% nosnos ossosossos (reserva(reserva orgânica)orgânica) ee dentesdentes.. --11%% nono sanguesangue ee fluidosfluidos extracelularesextracelulares ee nasnas célulascélulas dede todostodos osos tecidostecidos �� 4040-- 4545%% dodo cálciocálcio sanguíneo,sanguíneo, estáestá ligadoligado aa proteínasproteínas plasmáticasplasmáticas ee 4545--5050%% dissociadodissociado nana formaforma livrelivre.. Metabolismo - Absorção O cálcio é usualmente liberado dos complexos na dieta durante a digestão e é lançado em solução em forma ionizável para absorção. Absorção se dá por 2 mecanismos: • Transporte transcelular Transporte ativo, ocorre na porção proximal do duodeno, é dependente de vit. D e da calbindina (ptn. ligante de cálcio). É saturável. Em � [Cálcio] TT contribui com 50% do total de cálcio absorvido Envolve 3 etapas sequenciais: entrada na célula (via canais de Cálcio) difusão intracelular (necessária a Calbindina) extrusão (saída pela membrana basolateral – CaATPase) • Transporte paracelular Dá-se a favor de um gradiente de concentração entre as estreitas junções dos enterócitos (maior em jejuno e íleo). Não saturável. Principal forma de absorção quando o consumo é adequado ou alto. Metabolismo - Absorção Metabolismo - Absorção • Absorção no cólon: ocorre no ceco e cólon ascendente. • 11% via paracelular. • Contém calbindina (via transcelular). • Dietas ricas em Cálcio � < absorção • Em ratos: 10% da absorção do cálcio é no cólon. 1°semestre - 2011 3 FATORES FISIOLÓGICOS QUE AFETAM FATORES FISIOLÓGICOS QUE AFETAM A ABSORÇÃO A ABSORÇÃO ↑↑↑↑ absorção • Adequação de vit. D • Deficiência de Ca • Deficiência de P • Crescimento • Gravidez • Lactação • Permeabilidade da mucosa ↓↓↓↓ absorção • Deficiência de 1,25 (OH)2D3 • Menopausa • Idade avançada • Redução da acidez gástrica • Aumento do trânsito intestinal •Ingestão excessiva de gorduras,fibras, fitatos, oxalato, fósforo Bilogicamente ativo. Melhor reflete a [ ] do íon Regulação orgânica das Regulação orgânica das concentrações de Cálcio concentrações de Cálcio Envolve 3 hormônios: ➜ Vitamina D3 ou calcitriol - Dos rins ➜ Hormônio paratireóide (PTH) - Da glândula paratireóide ➜ Calcitonina - Da glândula tireóide • PTH e Vitamina D3 atuam elevando o Ca do plasma, enquanto a calcitonina age reduzindo o Ca do plasma Cálcio sérico (8 a 12 mg/dL)Cálcio sérico (8 a 12 mg/dL) Regulação orgânica das Regulação orgânica das concentrações de Cálcio concentrações de Cálcio Glândula Paratireóide Osso Intestino ���� Cálcio sérico ���� PTH Calcitriol (1,25(OH)2D3) Calcitriol (1,25(OH)2D3) � Formação de calcitriol � Excreção de cálcio � Excreção de fósforo �Absorção de cálcio e fosforo na dieta Secreção de Ca e P – ativa osteoclasto Consequências: Restauração do nível normal de Ca no plasma P em excesso derivado do osso e TGI é eliminado na urina, uma vez que o PTH reduz a reabsorção tubular de P ���� Cálcio sérico (normaliza) Regulação orgânica das Regulação orgânica das concentrações de Cálcio concentrações de Cálcio Glândula Tireóide ���� Cálcio sérico Calcitonina Intestino Inibição do transporte de Ca intestinal Indução da absorção de Ca do osso ���� Cálcio sérico (normaliza) O balanço de cálcio é determinado por trocas entre o esqueleto, intestino e rins Relação Ca/P no osso é: 2,2/1,0 1°semestre - 2011 4 AÇÃO DE OUTROS HORMÔNIOS - Direta ou indireta- • Glicorticóides: ↓ atividade osteoblástica + ↓absorção Ca → hipocalcemia e ↑ PTH • Hormônio tireóideo: hipertireoidismo → ↑ reabsorção óssea • Hormônio do crescimento: estim. cresc. cartilagens e ossos → ↑ 1,25(OH)2D3 • Estrogênio: ↓ estrogênio → ↑ perda óssea → osteoporose pós-menopausa DESORDENS CLÍNICAS QUE ALTERAM A HOMEOSTASE • HIPOPARATIREOIDISMO ↓PHT – ↓ ativ. osteoclástica → ↓ reabs. óssea → ↓[Ca] sérico • HIPERPARATIREOIDISMO ↑PHT – ↑ ativ. Osteoclástica →hipercalcemia → fragilidade óssea • DESORDENS DISABSORTIVAS INTESTINAIS – resultam em baixa absorção de Ca e vitamina D. • DOENÇA RENAL CRÔNICA – reduzida síntese de 1,25(OH)2D3 e desenvolvimento secundário de hiperparatireoidismo. • DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA – baixaabsorção de Ca secundária à deficiência de vit. D. Excreção Excreção • Urinária: 100 - 200mg/dia • Fecal: 100 - 150mg/dia (inclui Ca não absorvido + excreção via secreções biliares, descamação das células mucosa) • Suor: 15mg/dia • Pele, cabelo, unha: 60mg/dia • Varia ao longo da vida, de acordo com o crescimento do esqueleto; • Na menopausa a excreção está aumentada; • Após os 65 anos diminui em função da diminuição das taxas de filtração glomerular; • Imobilidade: aumenta a excreção devido à falta de tensão nos músculos e ossos. Funções Funções � Manutenção do produto mineral normal, necessário para a mineralização óssea � Serve como co-fator na cascata de coagulação: � Envolvido na vasoconstrição e vasodilatação, na transmissão nervosa, na liberação de neurotransmissores e na secreção de hormônios (insulina) � Contração muscular – ligação com a troponina-C e calmodulina � Ativação enzimática - ativação da lipase lipoprotéica e de enzimas proteolíticas. Fontes alimentaresFontes alimentares Leite, queijo, sorvete, iogurte, tofu, salmão, sardinha com ossos, ostras, moluscos, folhas de nabo e de mostarda, brócoli, couve, leguminosas e frutas desidratadas. 1°semestre - 2011 5 Biodisponibilidade Biodisponibilidade Interações com nutrientes e outros componentes da dieta: • ↑ Na → ↑ excreção urinária de Ca (cada 1g de Na extra consumido /dia pode produzir uma taxa adicional de perda óssea de 1%/ ano). Na e Ca usam o mesmo sistema de transporte no túbulo proximal renal • ↑ PTN → ↑ excreção urinária de Ca • ↑ P → ↓ excreção urinária de Ca • ↑ lipídeos (esteatorréia) → ↑ excreção fecal de Ca • Lactose → ↑ absorção intestinal de Ca (efeito maior em crianças) • ↑ fibras e fitato → ↓ absorção intest. de Ca • ↑ cafeína → ↑ excreção urinária de Ca • Oxalato → ↓ absorção intest. de Ca Biodisponibilidade Biodisponibilidade Nurses Health Study (mulheres entre 55-59): • > risco de fratura do antebraço em mulheres que consumiam mais de 95g de proteína/dia, comparado com aquelas com consumo <65g/dia • > risco de fratura associado com a ingestão de proteína animal mas não com a ingestão de proteína vegetal. • Risco relativo: > em mulheres que consumiam carne vermelha >5x /semana. (Fonte: Feskanich, Am. J.Epidemiol., 1996). “Os resultados sugerem que o excesso de ptn, especialmente contendo aacs sulfurados, em dietas usuais pode elevar a excreção de Ca pela urina, no mínimo em idosos.” (Fonte: Itoh et al., AJCN, 1998) Hipótese: Há aumento na filtração glomerular devido à necessidade de excreção da uréia concomitante ao decréscimo na reabsorção de Ca. Biodisponibilidade Biodisponibilidade Deficiência Deficiência • Hipocalcemia – Ca sérico < 4,5mEq (9mg/dl). • Causas associadas: privação de Ca e vitamina D por má-absorção ou dietas inadequadas, IR avançada, diabetes, Síndrome do Intestino Curto, doença hepática, gastrectomia, hipertireoidismo, imobilização prolongada, terapia com diuréticos e menopausa. • Sinais e sintomas: convulsões, parestesias, diarréia, perda de peso, dores ósseas, tetania. • Osteomalácia – mineralização prejudicada, com diminuição do conteúdo mineral ósseo. Ocorre geralmente por deficiência de vitamina D e/ou desequilíbrios na ingestão cálcio-fósforo. “Raquitismo do Adulto”. Deficiência Deficiência • Osteoporose – perda de densidade óssea com enfraquecimento generalizado dos ossos. Ocorre diminuição da quantidade de massa óssea, mas sem mudanças na composição. • Raquitismo • Fraturas Quem está em risco de desenvolver osteoporose ? • Mulheres com deficiência de estrógeno (ex. menopausa precoce) • Sedentarismo – exercício moderado “estressa” o osso durante a infância e adolescência • Dieta pobre – baixa em cálcio e vitamina D • Tabagismo • Etilismo 1°semestre - 2011 6 • Manter adequada ingestão de Ca, P, vitamina D • Uso de suplementos? – Absorção? (Sais c/ citrato e malato é melhor absorvido) – Custo? – Risco de toxicidade? – Interação com outros nutrientes? – Regulação processo absortivo • Exercício de impacto • Suplementos de estrógeno ou fitoestrógenos? Prevenção é a soluçãoPrevenção é a solução Excesso e toxicidade Excesso e toxicidade • Nenhum efeito adverso foi observado em adultos consumindo até 2500mg Ca/dia (RDA, 1989). • Ingestões excessivas estão frequentemente associadas a hipercalciúria, hipercalcemia e deterioração da função renal HIPERCALCEMIA: • letargia, sonolência, coma; • Falta de coordenação motora; • sede, náuseas, paladar amargo, constipação; • poliúria; • bradicardia, hipotensão; fraqueza muscular; • formação de cálculo renal; insuficiência renal. Fósforo Fósforo FósforoFósforo �Segundo mineral mais abundante no organismo humano �85% forma cristalina no osso �15% fluídos extracelulares na forma de P inorgânico �Sangue 70% orgânico - fosfolipideos 30% inorgânico 85% livre ou complexado ao Na, Ca e Mg 15% ligado a proteínas A fração de P de significado clínico é a concentração de P inorgânico no plasma (ligado a proteínas, complexado com Ca ou Mg e a maioria é encontrada como diidrogenofosfato (H2PO4-) e hidrogenofosfato (HPO4-2). Absorção Absorção �Fosfato nos alimentos: mistura de P orgânico e inorgânico �Absorção: 55-70% do presente na dieta �Fosfatases intestinais hidrolisam a forma orgânica, e assim a maior parte da absorção ocorre como fósforo inorgânico Absorção: �Duodeno – Transporte ativo dependente do Sódio. É � pela 1,25 (OH)2D3 �Jejuno e íleo – Transporte passivo �Fosfatases intestinais hidrolisam a forma orgânica, e assim a maior parte da absorção ocorre como fósforo inorgânico �O meio ácido do estômago (pH=2) e da porção proximal do intestino delgado (pH=5) desempenha importante papel na manutenção da solubilidade e biodisponibilidade do fósforo inorgânico. Absorção reduzida na deficiência de 1.25(OH)2 D3 (IRC)Absorção reduzida na deficiência de 1.25(OH)2 D3 (IRC) ↑ nível de fosfato no plasma 1°semestre - 2011 7 Excreção Renal de FósforoExcreção Renal de Fósforo � Fósforo sérico normal = 2.5 a 4.5 mg/dl Excreção urinária de 25mmol/d -12,5 % do filtrado é excretado na urina - 85% da reabsorção ocorre no túbulo proximal transcelular e dependente da concentração Em geral, boas fontes de proteínas (carnes, leite, ovos e cereais) são também ricas em P. Nos cereais, a maior parte do fósforo se encontra na forma de ácido fítico e de compostos organofosfatos. Fontes alimentares Biodisponibilidade • Produtos vegetais: Existe preocupação a respeito da biodisponibilidade de P em grãos, devido ao fato de este ser encontrado, na maior parte, na forma de ácido fítico (fosfato de inositol) e compostos organofosfatos. • Interações com Minerais: O alto conteúdo de P em fórmulas infantis usadas para garantir o crescimento de prematuros pode reduzir a absorção de magnésio. O fósforo pode reduzir a absorção de chumbo em humanos. Cálcio em grande quantidades, reduz a absorção de P. • Menor Biodisponibilidade com uso de medicamentos que contenha alumínio (antiácidos) MagnésioMagnésio MagnésioMagnésio É o segundo elemento mais abundante no meio intracelular, depois do potássio. 1°semestre - 2011 8 AbsorçãoAbsorção � Absorção se dá sobretudo no íleo e cólon, mas pode ocorrer também no estômago. � A absorção ocorre por 2 mecanismos: - paracelular passivo (30-50%) – absorção � com o aumento da ingestão - transcelular Metabolismo extracelularMetabolismo extracelular SANGUESANGUE 55% ionizado 30% ligado a proteínas 14% complexado com citrato, fosfato ou outros íons Concentração influenciada pelo pH: � pH = � proporção ionizda MetabolismoMetabolismo Homeostase � absorção gastrointestinal e excreção renal ExcreçãoExcreção 95% do Mg filtrado é reabsorvido: túbulo proximal - 40% alça de Henle – 50%Até túbulo distal – 95% (rim sadio) FunçõesFunções �Co-fator de mais de 300 sistemas enzimáticos do metabolismo intermediário. �Indispensável na produção de energia na célula: > parte do Mg intracelular está associado ao ATP. �Constituinte dos ossos e dentes, membrana celular e cromossomos �Participa da síntese de DNA, RNA e enzimas para o metabolismo de CHO e lipídeos. �Transporte ativo de íons (Ca e K) através de membranas � impulso nervoso, contração muscular e ritmo cardíaco. �Sinalização (formação de cAMP) e migração celular Fontes alimentaresFontes alimentares • Sementes oleaginosas, cereais integrais, produtos do mar, carnes, leguminosas, hortaliças, produtos lácteos, frutas, folhas verdes. • O refinamento dos cereais remove quase todo o Mg presente no grão. • A cocção também reduz o teor de Mg. Teor de Mg em alguns Teor de Mg em alguns Alimentos (100g)Alimentos (100g) 1°semestre - 2011 9 • A lactose aumenta a absorção de Mg e é provável que outros carboidratos possam estimular a fermentação bacteriana no intestino e exercer o mesmo efeito. • Álcool e cafeína aumentam a excreção urinária de Mg, mas não há evidências de que isso possa resultar em deficiência de Mg. Biodisponibilidade DeficiênciaDeficiência Rara, manifesta-se clinicamente por: tremores, espasmos musculares, anorexia, náuseas, vômitos, em alguns casos convulsões, falta de memória, perda de concentração, apatia, depressão, confusão, alucinações, idéias paranóicas, sintomas neuromusculares (dormência, formigamento, câimbra, fraqueza muscular, tremor, ataxia, tetania, acesso e tremor nos olhos), anormalidades no eletrocardiograma, arritmias. PERDAS: Vômitos , diarréia, uso excessivo de diuréticos, alcoolismo, desnutrição protéica, acidose diabética. ToxicidadeToxicidade • Ocorrem quando há reduzida excreção urinária, decorrente de problemas renais e reduzida eliminação. • Sintomas: sonolência, respiração difícil, anormalidades no eletrocardiograma, hipotensão, cansaço, hipocalcemia, náusea, vômito e manifestações cutâneas. FerroFerro � O ferro é o 4º elemento mais abundante na natureza. �Aquisição de Ferro: É obtido de 2 fontes principais: Dieta e Reciclagem de hemácias senescentes (25 a 30mg/dia) � Nos alimentos pode ser encontrado nas formas Ferro férrico - Fe3+ Ferro ferroso -Fe2+ � Nos humanos, a quantidade total de ferro no organismo varia com o peso, a concentração de Hb, o sexo e o tamanho do compartimento de reserva: Homens: 50 mg Fe/kg ⇒ 4 g/ 80 kg Mulheres: 35 mg Fe/kg ⇒ 2,3 g/65 kg � Em média, um indivíduo adulto tem no seu organismo de 4 a 5 g de ferro, sendo que cerca de 2,5 g na forma de hemoglobina (Hb). Distribuição de Ferro no organismoDistribuição de Ferro no organismo • Ferro Funcional: a) Hemoglobina: 60 a 70% - transporte de O2 no sangue. b) Mioglobina: 3 a 10%. c) Enzimas heme: 1 a 3% (catalase, peroxidase, superóxido dismutase etc) d) Transferrina: 0,08% mg - transporte de Fe extracelular e intracelular • Ferro Armazenado: a) Constitui o Fe de resrvas= 15-35% do Fe b) Formas de armazenamento: - Ferritina: reserva solúvel de Fe; sintetizada no fígado, baço e TGI; estocada em maior quantidade no fígado, baço e medula óssea. Função: prevenir o acúmulo de Fe livre nos tecidos. Síntese é induzida pelo Fe Nível sangüíneo ����indicador das reservas de Fe (constantemente degradada e ressintetizada) - Hemossiderina: estoque hepático de Fe; forma insolúvel de ferritina, formada pela agregação desta. Predomina quando há � concentrações de Fe. Obs: A liberação de Fe dos estoques requer: substâncias redutoras – riboflavina, niacina, vitamina C. 1°semestre - 2011 10 Absorção do FerroAbsorção do Ferro �Absorção Intestinal de Ferro: Duodeno e Jejuno � + ácido � Taxa de absorção de ferro � controlada pela mucosa intestinal � dependente da forma em que o Fe se encontra, dos facilitadores e inibidores da absorção e das necessidades corporais (estoques) - Saúde: Taxa de absorção � 5 a 10% - Deficiência de Fe: Taxa de absorção � 10 a 20% Dieta normal: 13 a 18mg Ferro Taxa de Absorção: 1 a 2 mg Ferro (inorgânica ou heme) � Maior parte do Fe inorgânico: Fe +3 (Menos disponível) Fontes: vegetais e cereais � Fe heme: 1/3 do total de Fe da dieta Fontes: quebra da Hg e mioglobina (carnes) Ovos e laticínios: Menor quantidade Absorção do FerroAbsorção do Ferro Tipos de Transporte pela Mucosa Intestinal: - Paracelular (passivo – depende do gradiente de concentração). - Transcelular (ativo – mediado por carreadores que controlam a absorção). Ferro Heme: - Ingerido na forma de hemoglobina e mioglobina. - Heme pode ser absorvido intacto (como metaloporfirina), após remoção da globina. É feito pela Ptn transportadora de heme-1 (HCP-1) - Dentro do Enterócito: Fe é separado da porfirina pela hemeoxigenase ⇒ F+2 Lançado no sangue pela Ferroportina – Fe+2 Fe+3 Armazenado como Ferritina �O ferro heme não sofre ação de agentes facilitadores ou inibidores. Tecidos Transferrina Absorção do FerroAbsorção do Ferro Fe +2 Fe+3 Ceruloplasmina oxida o Fe Ferro+2 se torna mais solúvel e é absorvido. Ferro+3 → precipitação (não é absorvido). Estômago Duodeno (pH 7) Vilosidades Enterócitos Circulação Ferro+3 Ferro+2 * pH ácido +Mucina Transportador de metal divalente (DMT-1) Ferro Não-Heme: deve estar na forma solúvel. * - Solubilização: Ferro + Vit. C, açúcares e AA sulfurados. - Precipitação: Ferro + taninos, fitatos. Ferritina (armazenado) Fígado, Baço, Medula Óssea Outros tecidos Transferrina Ferro+3 Ferro+2 * ferroredutase Ferroportina Absorção do FerroAbsorção do Ferro Se a transferrina estiver saturada com Fe – este permanecerá no enterócito ligado a Ferritina até que a célula seja descamada (2 a 3 dias). Atenção! A maior parte do Fe no organismo está ligado a uma proteína, mas não na forma livre: protege o Fe da filtração glomerular e serve como mecanismo de defesa, uma vez que o Fe +2 reage prontamente com o peróxido de hidrogênio, gerando radicais livres. Absorção do Ferro do LMAbsorção do Ferro do LM Leite humano: lactoferrina, alta biodisponibilidade Absorção do FerroAbsorção do Ferro Figura 1. O enterócito e as proteínas envolvidas na absorção do Fe. Dcytb: ferroredutase; DMT-1: transportador de metal divalente-1; HCP-1: proteína transportadora do heme-1; Nu: núcleo; HFE: proteína da hemocromatose; TfR: receptor da transferrina. Grotto, HZW. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2008;30(5):390-397 Vegetais Cereais Carnes TfR= receptor de Transferrina HFE= ptn da hemocromatose Sangue sinalizam para o enterócito se há < ou > necessidade de absorção do Fe na luz intestinal. (ceruloplasmina) 1°semestre - 2011 11 Quem determina a quantidade de Quem determina a quantidade de Ferro absorvido??Ferro absorvido?? Deficiência ou � Necessidade do organismo: - Gestação, puberdade ou hemólise � Maior absorção de Ferro � Expressão das proteínas envolvidas nesse processo: Obs.: DMT-1= transporta Fe+2, Mn+2, Co+2, Cu+2, Zn+2 AbsorçãoAbsorção HCP-1 (Proteína tarnsportadora de heme) : Descrita recentemente Expressa na membrana apical das células do duodeno, Fígado e rins Regulação de acordo com nível de Ferro intracelular: Obs.: Hipóxia: Induz a síntese de HCP-1 � Facilitando a captação de heme quando há maior necessidade do organismo AbsorçãoAbsorção FPT (ferroportina): Principal exportador de Ferro da célula para o sangue Seletiva para Fe divalente Expressa nos enterócitos duodenais, hepatócitos, macrófagos e células placentárias Regulação de acordo com nível de Ferro intracelular: AbsorçãoAbsorção HFE (Proteína da hemocromatose) Relacionada à regulação da absorção intestinal de Fe Interage com TfR e detecta seu grau de saturação Sinaliza para o enterócito a necessidade de maior ou menor absorção de Fe na luz intestinal Obs.: Mutação no gene da HFE = Hemocromatose caracterizada pelo acúmulo de ferro no organismo decorrente da contínua absorção do ferro pelo intestino METABOLISMOMETABOLISMO A maioria do ferro circulante no plasma provém de: - Destruiçãodas hemoglobinas - Macrófagos do Sistema Reticuloendotelial ⇒ o Fe (90%) é reutilizado na eritropoiese e a porção porfirina é convertida em bilirrubina (sangue → fígado – bile). - Reservas de Ferro – ferritina (fígado) e hemossiderina (medula óssea). EXCREÇÃOEXCREÇÃO - Fezes (Fe não absorvido, bile e células esfoliadas do TG) - Suor - Esfoliação do cabelo e pele - Urina (quase nenhum) - Hemorragia BiodisponibilidadeBiodisponibilidade �������� absorçãoabsorção Fatores fisiológicos: defic. Ferro, hemocromatose, gravidez, eritropoiese aumentada (anemia ou hipoxia) Fatores dietéticos e intraluminais: ác. Ascórbico, ác. Citrico, açúcar, Aas sulfurados (cisteína), carne bovina e de aves, Supl. de Vitamina A tem efeito inibidor de fitatos e polifenóis ��AbsorçãoAbsorção Fatores fisiopatológicos Trânsito intestinal acelerado, sind. Má absorção, acloridria, gastrectomia Fatores dietéticos e intraluminais: precipitação por alcalinização, fosfatos, ác fitico, oxalatos, polifenóis (café, chá), fibras, Supl. de Cálcio (doses de até 300mg) reduz em 50 a 60% a absorção de Fe não-heme, ptn vegetal (soja), fosofproteínas (gema de ovo), 1°semestre - 2011 12 Efeito do Estado Nutricional de Ferro na Absorção do Fe Deficiência de ferro – Aumenta a produção de proteínas de transporte – Reduz a produção de ferritina (estoque) • Estado nutricional adequado – Reduz a produção de proteínas de transporte BiodisponibilidadeBiodisponibilidade -A biodisponibilidade do ferro é dividida em 3 categorias: Biodisponibilidade Baixa: dietas simples e monótonas à base de cereais, raízes e tubérculos, com quantidades insignificantes de carnes ou ácido ascórbico. Biodisponibilidade Intermediária: à base de cereais, raízes e tubérculos, porém incluem alguns alimentos de origem animal e fontes de ácido ascórbico. Biodisponibilidade Alta: dietas variadas, contendo quase sempre carnes e fontes de ácido ascórbico. Balanço diário de FerroBalanço diário de Ferro Perdas: Basal: 0,8-1mg/dia Mulheres - idade fértil: 1,4mg/dia (<2,4mg) Gestantes (2o e 3o trimestre): 5mg/dia Perdas adicionais: cirurgias Funções 1) Participa da proteína heme da hemoglobina e da mioglobina no transporte de oxigênio para os tecidos e músculos, respectivamente (Processo de respiração celular) 2) Essencial para função normal do sistema imunológico ( linfócitos T, NK, interleucinas) 3) Conversão de drogas insolúveis em substâncias solúveis, através do sistema citocromo P-450, no fígado (responsável pela detoxificação) � bile � fezes . 4) Atua como co-fator de várias enzimas heme (citocromos, catalase) e não- heme (metaloproteínas e Ferro-enxofre, importantes para o metabolismo oxidativo na produção de energia) 5) Síntese de purinas e neurotransmissores: Serotonina, dopamina e noraepinefrina Fontes alimentares * Principais: Alimentos de origem animal, carnes bovinas e vísceras (Fígado, rim, coração), aves e peixes * Fontes vegetais: espinafre, couve, beterraba e leguminosas Obs.: Ingestão > 30mg de ác. Ascórbico - � absorção do Fe vegetal * Fontes de boa absorção: Cenoura, batata, abóbora, brócolis, tomate, couve-flor, repolho, nabo � vegetais que possuem ác. málico, cítrico e ascórbico� Quelatos solúveis com o Fe •Outras fontes: gema de ovo (� absorção), frutas secas, •pães de grãos integrais e enriquecidos, vinho e cereais Deficiência A OMS estima que metade das crianças com idade inferior a 4 anos em países em desenvolvimento sofrem de anemia. Grupos de risco: �Bebês não alimentados corretamente �Crianças a partir dos 6 meses: ingestão insuficiente e requerimento elevado �Mulheres em idade reprodutiva, em especial adolescentes que apresentam alta demanda e podem estar em “regime” �Gestantes – em especial aquelas que iniciaram a gestação com baixos estoques de ferro �Indivíduos com dietas vegetarianas desbalanceadas �Idosos e pacientes gastrectomizados 1°semestre - 2011 13 Deficiência Estágios da Deficiência: 1- Depleção de Ferro ou Deficiência de Ferro Pré-Latente: Redução dos estoques de ferro sem redução dos níveis de Fe sérico. Sua detecção é feita usando técnica de biópsia ou medindo a ferritina sérica (<20µg/L) 2- Deficiência Latente de Ferro: Os estoques estão esgotados, mas os níveis de hemoglobina permanecem normais. (redução dos componentes do ferro de transporte, visualizado pela redução no Fe sérico – redução na saturação da transferina). Sua detecção é feita através da Saturação da Transferrina, Protoporfirina Eritrocítica Livre e Capacidade de Ligação do Ferro 3- Deficiência de Ferro Instalada – Anemia Ferropriva Pode-se observar as manifestações clínicas da deficiência (90% dos casos, redução na hemoglobina): Hb < 12mg/dL em mulheres Hb < 13mg/dL em homens Deficiência Sintomas: Cansaço, Fadiga, Palidez das mucosas, Diminuição da capacidade de trabalho físico, Alteração da termorregulação, Menor capacidade de concentração. Sintomas Gastrointestinais (falta de apetite, flatulência, incômodo epigástrico, náuseas, vômitos, constipação, diarréia) Na anemia grave pode-se observar: defeitos na estrutura e função dos tecidos epiteliais (especialmente línguas, unhas, boca e estômago). A anemia não tratada pode resultar em alterações cardiovasculares e respiratórias (insuficiência cardíaca). Deficiência - sinais Palidez de mucosas Manchas brancas na unha, quiloníquia Cansaço, fadiga, falta de apetite Deficiência Consequências: - Infância: • Redução do desenvolvimento mental e motor; • Alterações comportamentais e psicológicas; • Diminuição da atividade física; • Comprometimento do sistema digestivo e imunológico (NEUMAN, et al. 2000). - Gestação: • Risco aumentado de mortalidade materna, • Associada ao parto prematuro e ao baixo peso ao nascer, • Associada a mortalidade perinatal (ALLEN, 2000). Tratamento Medicamentoso: sulfato ferroso - tempo prologando, efeitos colaterais Alimentos fortificados com o metal - hábitos alimentares, uso prolongado, sem efeitos colaterais, interações nutricionais, custo Correção de hábitos alimentares inadequados – difícil, mas possível, efetividade PREVENÇÃO É A SOLUÇÃO! EDUCAÇÃO NUTRICIONAL É UMA FERRAMENTA. Mecanismo: Ferro Livre em Excesso Quelado por Compostos Celulares como Citrato ou Difosfatoadenosil (catalizadores de reações redoxi) Formação de Radicais Livres Altamente Tóxicos e Início de Peroxidação Lipídica. Toxicidade 1°semestre - 2011 14 Toxicidade Efeitos Adversos: - Efeito Agudo: principalmente resultante de overdoses de medicamentos de ferro. Primeiros sinais de intoxicação: vômitos e diarréia. Outros sinais: sistema cardiovascular e hematológico, sistema nervoso central, rins, fígado. Doses para manifestação dos sintomas: 20-60mg/kg. - Interação Zinco-Ferro Altas doses de ferro inibem a absorção do zinco. Toxicidade Efeitos Adversos: - Efeito Gastrointestinal: Constipação, náusea, vômito e diarréia. - Sobrecarga Secundária de Ferro: Ocorrem quando os estoques corporais de ferro são aumentados através de administração parenteral, transfusões sanguíneas repetidas ou desordens hematológicas que aumentam a absorção. - Doença Cardiovascular: muitos estudos sugerem que altas concentrações de ferritina associam a um maior risco de doença cardiovascular, mas os resultados ainda não são suficientes para assumir a existência ou não de uma relação causal. ZINCO Zinco Segundo elemento-traço mais abundante no corpo humano, sua essencialidade foi comprovada em 1869 por Raulin. Corpo humano tem 2 a 3 g de Zn: • 60% músculo esquelético [30 µg/g] • 30% ossos [100 a 200 µg/g] • 0,1% plasma • 4-6% pele • Coróide do olho, líquidos prostáticos, fígado, pâncreas, rins, pele, cabelo e unhas Absorção e metabolismo Maior parte absorvida no ID (jejuno); absorção mínima no estômago Dieta: Sais inorgânicos Ligadoa móleculas orgânicas Carreador específico Pouco Zinco Difusão Passiva Muito Zinco Muito Zn �absorção inibida – Zn se liga a metalotioneína e bloqueia sua absorção, sendo este eliminado pela descamaçãodos enterócitos. Transporte: Depleção de Zn, > velocidade e eficiência Metabolismo O Zn é levado pela albumina ao fígado pelo sistema porta No plasma Zn se liga à α -macroglobulina, aacs e ácidos orgânicos... As perdas variam de 1mg/dia (dieta ↓Zn) a 5 mg/dia (dieta ↑Zn) Excreção: Urinária: ~10% da excreção, varia conforme o catabolismo muscular Fezes: maior via de excreção Corpo: descamação de células epiteliais, suor, sêmen, cabelo e ciclo menstrual Inanição e catabolismo � as perdas de Zn nas fezes e urina 1°semestre - 2011 15 Biodisponibilidade – interferentes na absorção de Zn Fatores que aumentam a absorção de zinco: • ↑ [proteína] da dieta – formação de complexo com o Zn prevenindo sua precipitação, ou peptídeos ou Aas facilitam sua absorção ??? • ↓ [zinco] luminal • Glicose – auxilia na captação Fatores que diminuem a absorção de zinco: • Fitatos e fibras (fibra isolada não foi observado efeito). Algumas fibras podem elevar a absorção de Zn (Quitosana, amido resistente). - Hexafosfato de mio-inositol – Zn se liga aos seus fosfatos, formando complexos insolúveis. • Cádmio: pode se complexar com o Zn. Ambientes poluídos e hábito de fumar ↑ - necessidade de Zn • Alto teor de Fe - efeito só visto em altas concentrações de Fe. Biodisponibilidade - Doses de 600 mg de Cálcio - � 50% absorção do Zn - Administração de 30mg de Ferro - � absorção do Zn - Deficiência de Ferro (� ferritina) - Prejudica a absorção do Zn Recomenda-se: Proporção Fe:Zn = 4:1 - Suplementação de Zn - � absorção do Cu Biodisponibilidade de Zn: conclusões Cozzolino, 2007 Funções Estrutural: Determinante da forma e estabilização de proteínas que regulam a expressão gênica (forma estrutura semelhante a um “dedo”- dedos de zinco) Enzimática: aproximadamente 300 enzimas necessitam de Zn para sua ação catalítica (metaloenzimas zinco dependentes). Ex: Carboxipeptidases, superóxido dismutase (função antioxidante), malato desidrogenase, álcool desidrogenase etc. Reguladora: -É captado ativamente pelas vesículas sinápticas, atando na atividade neural - Necessário para síntese, metabolismo e ação de hormônios (prolactina, insulina, hormônios tireóideos, GHetc) - Influencia a apoptose -É imprescindível para o funcionamento adequado de linfócitos e fibroblastos, ativação de linfócitos T (função imunológica) Fontes alimentares * Principais: Carnes, aves, peixes, mariscos, leite e derivados, ostras, fígado � � biodisponibilidade pela presença de Lisina � Zn - Lisina (complexo solúvel) * Cereais integrais, feijões, soja e nozes � � biodisponibilidade pela presença de ác. Fítico (complexo insolúvel) * Fermentação de pão � � ác. Fítico � � biodisponibilidade Deficiência * Baixa estatura, hipogonadismo, hipogeusia (� paladar), � cicatrização, dermatite, alopécia, cegueira noturna e imunodeficiência * Acrodermatite Enteropática (dç autossômica recessiva): Má absorção de Zinco, co início na infância - alopécia, dermatite, diarréia Situações clínicas de alto risco para Deficiência de Zinco: gestação; envelhecimento; alcoolismo; DM; infecções crônicas ou trauma; Aids 1°semestre - 2011 16 Deficiência - acrodermatite Toxicidade * Dor epigástrica, diarréias, náusea e vômito, mal – estar, fadiga, lesão renal, � imunidade * Deficiência secundária de Cu - competição (anemia) Atenção! Contaminação de Fluidos de diálise pode levar a Sd tóxica (anemia, febre, distúrbios SNC) Cobre (Cu)- oligoelemento Cobre - importância nutricional � O corpo possui cerca de 100 mg de Cu, sendo encontrado em vários tecidos. � Locais: fígado (estoque), cérebro, coração e rim, músculo esquelético. �Cerca de 90% do Cu plasmático � Ceruloplasmina (ptn transp. de Cu); 10% ligado a albumina e outras proteínas. Funções � Constituinte de várias enzimas, especialmente das que possuem atividade de oxidação-redução. Ex: cobre-zinco superóxido dismutase, citocromo-c- oxidase, dopamina β-hidroxilase, ceruplasmina, lisil oxidase etc. � Faz parte da enzima SOD citossólica � ação Antioxidante. � Importante para o sistema imune: necessário para proliferação de céls T, que é estimulada pela IL-2, que depende de Cu para sua síntese � Oxidação de Fe pela Ferroxidase I (ceruloplasmina) para que ele possa ser transportado para os locais de eritropoiese - indispensável para maturação das células vermelhas e brancas do sangue. � Necessário para síntese da matriz de colágeno nos ossos: enzima lisil oxidase (contém Cu na sua estrutura) � Síntese de melanina e catecolaminas e formação da bainha de mielina Absorção � Absorção ocorre principalmente no duodeno, mas pode ocorrer também no estômago. �Eficiência de absorção de 30-60% (� na deficiência) CarreadorCarreador Transporte ativoTransporte ativo Cu excretadoCu excretado Muito Cu ���� absorção inibida – Cu se liga a metalotioneína e bloqueia sua absorção, sendo este eliminado pela descamação dos enterócitos. Depleção de Cu, > velocidade e eficiência Pool de Pool de CobreCobre Cu Cu + albumina Fígado Fígado (reserva)(reserva) SangueSangue Cu + ceruloplasmina (80%)Cu + ceruloplasmina (80%) 1°semestre - 2011 17 Metabolismo Excreção: Maior pelo TGI: fezes - bile Distribuição do Cu para os tecidos Fontes alimentares * Principais: Ostra, fígado, mariscos, castanhas, nozes, avelâ caju, semente de girassol, semente de abóbora, leguminosas, farelo e germe de cereais e chocolate Fatores que diminuem a biodisponibilidade Tratamento térmico – reação de Maillard Processamento de grãos – reduz em 45% o Cu Zn em excesso (> 50mg/dia): Compete com o mesmo sítio de absorção e induz síntese de metalotioneína (bloqueio do Cu) Ácido ascórbico: inibi absorção (reduz o Cu 2+ a Cu 1+ ; � atividade da ceruloplasmina (1500mg/dia) Suplementos de Cálcio: � pH intestinal – �solubilidade do Cu Fatores que aumentam a biodisponibilidade Ligação com Aa (ex: Histidina): � absorção (?) � Proteína na dieta � Concentração de Cu luminal Deficiência � É rara. � Observado em bebês prematuros, desnutridos e de baixo peso ao nascer; pacientes com Nutrição Parenteral Total. � � [ceruloplasmina] � anemia microcítica e hipocrômica (+ frequente), neutropenia, leucopenia e desmineralização. � Outras alterações: hemorragias, despigmentação de cabelos e peles e formação de elastina defeituosa, cardiopatias, dislipidemia (� HDL), transtorno neurológico e SNC. • Doença de Menkes � herança autossômica recessiva, onde há defeito na absorção de Cu, com captação defeituosa pelos tecidos � deficiência funcional grave. Caracterizada por � níveis séricos de Cu e ceruloplasmina, perda urinária aumentada e acúmulo de Cu na mucosa intestinal, músculo, baço e rim. • Doença de Wilson � herança autossômica recessiva, onde há defeito na excreção de Cu pela bile, levando a uma acumulação tóxica de Cu nos tecidos (fígado, córnea e SNC) Toxicidade * Causas: - Ingestão suplementos (200 a 500 x RDA) � cirrose hepática, hemorragias GI, náuseas, vômitos, diarréia, anemia hemolítica, icterícia, hemólise, coma. ManganêsManganês Manganês Manganês -- absorçãoabsorção � Amplamente distribuído no organismo (10-20g) – 43% no ossos � Absorção: - 5% (eficiência de absorção � com a baixa ingestão) - Ocorre no ID por transporte ativo ou passivo - Fatores que � absorção: quelação com histidina, citrato e álcool - Fatores que � absorção: Cálcio, Cobre, Ferro – competem pelo mesmo sítio de absorção. � Transporte: transferrina e albumina � Está em baixas concentrações no plasma. Nos tecidos: predomina em tecidos que ricos em mitocôndria (fígado, rim e pâncreas � Excreção: bile e suco pancreático 1°semestre - 2011 18 FunçõesFunções � Requerido por metaloenzimas e outras enzimas (glutamina sintetase, piruvato carboxilase e superóxido dismutase): – metabolismo de Lip e CHO – formação de cartilagem, ossos e pele � Crescimento e reprodução. � Síntese de Proteoglicana, necessária para formação óssea e manutenção de tecido conectivo e cartilagem. �Síntese de Protrombina (+ vit K) e regulação da coagulação � Necessáriaà síntese de Tiroxina � Síntese de dopamina e melanina �Antioxidante : Co-fator da SOD mitocondrial Fontes alimentaresFontes alimentares Cereais, nozes, hortaliças e frutas, grãos integrais, leguminosas, chá, alho Deficiência e toxicidadeDeficiência e toxicidade SelênioSelênio � Era considerado tóxico inicialmente � Em 1979 foi considerado essencial para os humanos �Altamente biodisponivel � Nos alimentos a forma predominante selenometionina e sua absorção é cerca de 90% � As formas químicas (selenato e selenito) utilizadas para fortificação e suplementação são menos biodisponíveis �A quantidade nos alimentos depende das condições do solo � Organismo: 3 a 15mg AbsorçãoAbsorção Absorção em geral é alta. 95-98% Selenito Selenato Transporte via albumina e β-lipoproteína VLD RESERVAS: Selenometionina - músculos, pâncreas, fígado, rins, cérebro, pele e mucosa gastrointestinal Glutationa Peroxidase (GSH) - Fígado Excreção FunçõesFunções � Antioxidante - Presente na enzima Glutationa Peroxidase (GPx) � � peróxidos celulares (Antioxidante), potencializa ação antioxidante da vit. E e � estresse oxidativo. � Presente nas iodotironinas Deiodinases (+ Zn): responsável pela formação do T3 a partir do T4. � Atividade antiviral: � linfócitos T, � atividade de céls Natural Killer, produz interferon gama, citocinas, imunoglobulinas e ubiquinona (Q-10). � Destoxificação de metais pesados 1°semestre - 2011 19 Fontes alimentaresFontes alimentares Depende do teor na água e no solo de cultivo * Principais: Castanha do Pará, peixes, fígado, rins, carnes e aves, atum, cereais integrais, alho, cebola, germe de trigo, pepino, repolho. Deficiência Deficiência - Em estudo ToxicidadeToxicidade * Selenose � perda e fragilidade de unhas e cabelo, anormalidades neurológicas; distúrbios GI; irritação * Consumo superior a 850 mcg/ dia IodoIodo IodoIodo � Iodo no organismo: 20 a 30 mg - Cerca de 75% � Tireóide e 25% � gl. Mamária lactante, mucosa gástrica e sangue. � A biodisponibilidade de iodo dos alimentos é relativamente alta, de forma que a deficiência ocorre, sobretudo, devido ao baixo consumo. � O aumento do consumo pela fortificação do sal com iodo, que é quase completamente absorvido, tem sido uma estratégia positiva na redução da incidência de deficiência de iodo. Função: � Síntese dos hormônios tireoidianos: T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) Obs.: Participação do Selênio (desiodase) Absorção, transporte e Absorção, transporte e metabolismometabolismo • O Iodo é absorvido principalmente pelo intestino delgado, independentemente da forma, sob a qual é ingerida. • Circula como iodeto inorgânico e iodo orgânico, porém só penetra na tireóide como iodeto – 98% do iodeto absorvido é fixado pela tireóide ou é excretado pela urina • Pequenas quantidades de iodeto são excretadas na bile e aparecem nas fezes. 1°semestre - 2011 20 Fontes alimentaresFontes alimentares Sal iodado e frutos do mar (peixes de água salgada +), hortaliças (dependem do solo). OBS: leite e ovos também são fontes de Iodo, desde que oriundos de animais que tenham pastado em solos ricos em Iodo ou que foram alimentados com rações que continham o nutriente. Cozimento reduz o conteúdo de iodo dos alimentos DeficiênciaDeficiência • Hipotireoidismo: produção insuficiente dos hormônios tireoidianos, podendo ocasionar cansaço, insônia, pele seca, intolerância à temperaturas frias, depressão, bradicardia, intestino preso, ganho de peso, aumento de colesterol no sangue, menstruação irregular (com parada de ovulação), dentre outros. • Em crianças pequenas, é causa de retardo mental e do crescimento pois os hormônios da tireóide são essenciais para o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso - CRETINISMO Bócio: ↓ horm. Tireóide - Hipertrofia da tireóide Sal iodadoSal iodado ToxicidadeToxicidade - O excesso crônico de ingestão (10 a 20 x necessidade diária) pode causar - volume da tireóide = Bócio - Doses superiores a 1g - Sintomas: dor abdominal, febre, náuseas, vômitos e diarréia - � risco de câncer na tireóide e tireoidite de Hashimoto - Causas: Hipertireoidismo devido à suplementação para corrigir a deficiência FlúorFlúor Flúor Flúor -- importânciaimportância � Flúor no organismo: 300 a 7000 µg/g de tecido seco. � Tem alta afinidade pelo cálcio � 99% está fortemente ligado aos tecidos calcificados. � Desempenha papel importante na prevenção e reversão do progresso das cáries dentárias. � Tem ainda a propriedade de estimular a formação óssea e, por isso, apresenta potencial na prevenção e tratamento da osteoporose – estimula osteoblastos 1°semestre - 2011 21 Absorção e excreçãoAbsorção e excreção • Em geral, mais de 80% do flúor ingerido na dieta é absorvido. • Absorção pode ser reduzida (50 a 70%) - presença de altas concentrações de cálcio e de outros cátions que formam compostos insolúveis com o flúor. • A maioria do flúor que deixa o estômago é absorvida na porção proximal do intestino delgado por difusão. • A principal via de excreção do flúor é através dos rins. FlúorFlúor Fontes: • Água potável fluoretada (0,7 a 1,2 mg/L), alimentos processados adicionados de água fluoretada, creme dental, peixes marinhos Deficiência: • Cáries dentárias Toxicidade: • Fluorose: o fluoreto acumula nos dentes (em especial nos permanentes) e ossos. Manchas brancas irregulares são formadas na superfície do esmalte, com o tempo podem ficar amarelas ou castanhas, aumenta a porosidade do dente. Cromo Cromo CromoCromo Absorção e excreção: �0,4 a 2,5% é absorvido. �O cromo absorvido é transportado pela transferrina �O cromo concentra-se principalmente no fígado, no baço, nos tecidos moles e nos ossos. �Excretada nas fezes e urina �Forma biologicamente ativa: Cr+3 Atenção! O Cromo Atenção! O Cromo sempre tem que ser sempre tem que ser administrado na forma de administrado na forma de CrCr+3+3 ��Baixa Toxicidade Baixa Toxicidade pela baixa absorçãopela baixa absorção -- As formas CrAs formas Cr+4+4 e Cre Cr+6+6 são altamente tóxicas!são altamente tóxicas! CrCr+4+4 ��Carcinogênico Carcinogênico humano, mutagênicohumano, mutagênico FunçõesFunções 1)Componente do FTG (fator de tolerância à glicose: Cr+3, niacina, glicina, ác. Glutâmico e cisteína) 2) Co-fator da insulina � Potencializa ação da insulina 3) Possível efeito benéfico sobre níveis séricos de Trigliceríceos em pacientes c/ DM2 e redução de peso (?) 4) Importante no metabolismo dos ác. Nucléicos, mantém a estrutura nuclear e regula a expressão do gene Fontes de Cromo: * Principais: Levedo de cerveja, ostras, fígado e batatas. •Médio teor: frutos do mar, grãos integrais, frango, carnes e farelos Deficiência de Cromo: * Resistência insulínica e anormalidades lipídicas * Intolerância à glicose - Causas: Hemocromatose, uso de antiácidos Obs.: Açúcar � � excreção de Cromo 1°semestre - 2011 22 ToxicidadeToxicidade * Improvável * Dermatite alérgica, úlceras de pele e carcinoma broncogênico * � consumo de Cromo pode levar ao aparecimento de rabdomiólise (caracterizada pela desintegração de fibras musculares estriadas com excreção de mioglobina) CuidadosCuidados nana SuplementaçãoSuplementação dede CromoCromo:: * Atenção aos horários de administração!! * Junto com carboidratos e pela manhã; para evitar hipoglicemia (Levina, A.; Lay, P.A., 2008) MolibdênioMolibdênio Absorção, metabolismo e excreção: • Altamente absorvido por um processo passivo. • Transportado no plasma por uma proteína ligante. • A principal via de excreção de molibdênio é na urina. Fontes Alimentares: • As leguminosas são as principais fontes de molibdênio, assim como grãos e nozes. Funções: • Co-fator para várias enzimas oxidantes – sulfito oxidase e xantina oxidase – Importante para detoxificação MolibdênioMolibdênio Deficiência e toxicidadeDeficiência e toxicidade - Geralmente genética – Taquicardia, cefaléia e cegueira noturna (corrigidas com a suplementação) - Relacionada à: nível sérico de uratos, sulfato urinário, xantina e hipoxantina urinárias Excessode Molibdênio = Hiperuricemia Chega né....Chega né....
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