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Direito_CivilIV_Bimestre 1 (1)

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Direito Civil IV – Direitos Reais
Aula 1
Noções introdutórias sobre direitos reais
Sentidos da expressão “Direitos Reais” : (direito das coisas) – relação entre o sujeito (possuidor, usufrutuário...) de direitos e uma coisa com valor econômico
Direitos reais: direitos patrimoniais
Como Disciplina: É o ramo do direito civil que estuda as relações jurídicas entre sujeitos de direitos (pessoas e entes despersonalizados) e coisas.
Como direito subjetivo: é o poder “poder jurídico direto e imediato (não depende de outras pessoas para ser efetivo) de um de um sujeito sobre uma coisa, com exclusividade e contra todos”
Direito subjetivo – direito individualizado (individual)
Uma relação jurídica de direito real é exclusiva, sempre! Apenas um sujeito de direitos com exclusividade sobre a coisa. Ou seja, um titular.
Mesmo que a coisa estiver em condomínio, haverá uma exclusividade sobre a coisa, mesmo que seja uma parte do bem.
A eficácia dos direitos reais é Erga Omnes. A coisa é protegida em face de todos.
Expressões “Bem e coisa” 
Para Orlando Gomes e Caio Mário, “Bem é gênero e “coisa” é espécie.
Coisa = bens materiais ou imateriais = propriedade intelectual
Para Maria Helena Diniz e Sílvio Venosa, “coisa” é gênero e “bem” é espécie.
Bem= é tudo aquilo que tenha utilidade jurídica e possa ser objeto de direito real
O objeto de direito real tem de ter conteúdo econômico, portanto a honra a dignidade não podem ser consideradas objeto de direito real. 
Bem e coisa são sinônimos de acordo com Washington de Barros e a interpretação do Código Civil
Patrimônio=
OBS: lembrar que os direitos reais, assim como os direitos de crédito são considerados direitos patrimoniais. Patrimônio pode ser definido como uma universalidade de direito que engloba todas as relações jurídicas com expressão econômica de um sujeito de direitos, sejam elas reais ou pessoais.
Sujeito ativo = titular (proprietário, possuidor, usufrutuário, credor hipotecário..) tem o poder jurídico direito e imediato sobre a coisa
Sujeito passivo= não é uma pessoa identificada, mas ele existe, é a coletividade, ou seja é um sujeito passivo indeterminado
Elemento objetivo= objeto da relação jurídica de direito real, é a coisa, que tem de ter conteúdo econômico, pois é necessário valorar, traduzir em valor econômico, não podendo ser considerada coisa o bem jurídico que não pode ser valorado, tal como, a dignidade, a honra, a moral, etc. Nem todo bem jurídico pode ser objeto de direito real. Aspectos da personalidade podem ser explorados economicamente, desde que não seja ferida a dignidade da pessoa humana. Os bens ou coisas devem ser identificados, portanto, bens abundantes que não podem ser mensurados, identificados, não podem ser considerados.
Elemento Imaterial= vínculo jurídico formado entre sujeito (titular) de direito e a coisa (bem jurídico).
Elementos da relação jurídica de direito real:
Elemento subjetivo ou pessoal
É formado pelo sujeito ativo (titular do direito) que é sempre identificado, e pelo sujeito passivo (coletividade, que é sempre indeterminado)
Elemento objetivo ou material
É a coisa que deve ter valor econômico, podendo ser material ou imaterial, sendo excluídos os elementos em abundância na natureza, tais como: luz solar, ar atmosférico, etc.
Bem – pode ser dividido em : gênero, quantidade e qualidade 
Elemento imaterial
É o vínculo jurídico exclusivo do sujeito de direitos sobre a coisa
Aula 02
Características e classificação dos Direitos Reais
Características
Absolutismo: princípio que determina a eficácia “erga omnes” dos direitos reais
Taxatividade: princípio que determina que os direitos reais têm previsão “numerus clausus” =número fechado (art 1225 CC + posse).
Sequela: também chamada “ jus persequendi”= direito de perseguir, autoriza que o titular busque a coisa em face de quem quer que seja.
Direito de Preferência: determina a prioridade do crédito garantido por um direito real.
Aderência: determina que o vínculo de direito real de uma coisa não pode ser transferido para outra, pois a relação é sempre exclusiva entre o sujeito e o objeto. 
Perpetuidade: significa que a satisfação de um direito real não extingue esse direito
Absolutismo não quer dizer absoluto, pois nenhum direito é absoluto, e sim quer dizer que o direito real é erga omnes – em face de todos.
As prerrogativas da propriedade de: gozar, usar, dispor, fruir, reivindicar e o direito de seqüela, são FACULTATIVOS, pois o proprietário pode tê-los e não querer usar
Classificação dos direitos reais:
Direitos reais sobre coisa própria: são a propriedade e a posse indireta
Fruir = aproveitar economicamente a coisa
Reivindicar = vem do latim buscar a coisa reivindicari
Direitos reais sobre coisa alheia:
Direitos de gozo e fruição: posse direta, superfície, servidão, usufruto, uso, habitação e concessão de uso
Direitos reais de garantia: são a hipoteca (recai sobre bens imóveis), o penhor (recai sobre bens móveis) e a anticrese (recai sobre bens móveis e imóveis).
Direito real de aquisição: é o direito do promitente comprador (vai surgir exclusivamente na promessa de compra e venda de um imóvel)
Aula 3
Distinções entre direitos reais e obrigacionais
Os direitos reais recaem diretamente sobre uma coisa, já os direitos obrigacionais têm como objeto uma conduta.
Os Direitos Reais têm eficácia absoluta; já os diretos obrigacionais têm eficácia relativa.
Os Direitos Reais têm característica duradoura (permanente), já os direitos obrigacionais formam-se a partis de um vínculo transitório.
Cuidado: Apesar do caráter perene dos direitos reais, há diversos deles que têm limitação temporal (ex. usufruto – art. 1410, I e II do CC)
Posse Direta – Art. 1197 do CC, superfície art. 1498 e 1423 CC.
Imaterial = propriedade intelectual
Direitos reais sobre coisas imateriais= propriedade intelectual. /sim é possível, desde que a coisa imaterial seja propriedade intelectual.
Eficácia: Os direitos reais não são absolutos, não existe direito absoluto, e sim relativo.
Sujeito passivo do direito real = coletividade
Propriedade: usar/ fruir (produzir frutos, ex: aluguel, safra de uma fazenda, uso e fruição = a usufruto) /dispor/reivindicar
Posse direta Art 1197 do CC
Posse direta: não proprietário 
Posse indireta: proprietário
Os direitos reais podem gerar seqüela, ou seja, o titular do direito pode buscar a coisa em face de quem quiser que esteja com ela indevidamente.
A previsão dos direitos reais é taxativa “numerus lcausus” (art. 1196 e 1225 do CC). Já os direitos obrigacionais têm previsão exemplificativo “numerus abertus” (art. 425 do CC).
MHD – pg 317 e seguintes
Aula 27/08/2013
Direitos Reais
Da Posse:: Características Gerais
Definição de posse: é um direito real caracterizado pelo poder físico de um sujeito sobre uma coisa, com a intenção de tê-la para si ou de protegê-la.
Teorias sobre a posse
Teoria subjetiva: segundo savigny, a posse é a união de dois elementos – elemento objetivo ou “corpus”; e elemento subjetivo ou “animus”.
Atenção: assim, para a teoria subjetiva, a posse é a exteriorização intencional do domínio.
Teoria Objetiva: segundo Jhering, a posse é, tão somente, manifestada pelo “corpus”, independentemente da intenção do agente.
MHD – pgs 319 (Da Posse)
Art. 1196- teoria objetiva
Art. 1.201 – teoria subjetiva
A princípio, o Código Civil, segundo a literalidade do art. 1196, adotou a teoria objetiva quanto à posse. Contudo, a intenção daquele que tem o contato físico com a coisa é relevante para o nosso ordenamento jurídico. Assim o “ animus” será importante para distinguir a posse da detenção, bem como para estabelecer efeitos da posse de boa-fé ou de má-fé.
Fundamento jurídico da posse: tutela de situações de aparência que, embora não nos dêem certeza do Direito, são fundamentais para viabilizar atividade econômica e também para promover justiça social.
Objetos da posse: a princípio a posse recai sobre bens corpóreos. Contudo, admite-se, excepcionalmente, a posse sobre direitos,como acontece com as servidões e com o uso de linhas telefônicas.
Súmula 193 do STJ – usucapião de linha telefônica – posse do direito uso da linha telefônica 
Natureza jurídica da posse: trata-se de um direito real e, portanto, de um direito subjetivo, com conteúdo patrimonial.
Atenção: a posse não se confunde com a detenção.Enquanto na posse o titular do direito tem autonomia sobre a coisa, mesmo que restrita, na detenção, o sujeito apenas cumpre ordens de terceiro, que é o possuidor ou proprietário, em uma relação de subordinação. 
Detentor: Fâmulo da posse (vem do latim fâmulos= escravo)
Art. 1198 do CC
Possessio naturalis = posse natural = detenção
Modos de aquisição da posse
Modos originários: a aquisição realiza-se independentemente da anuência ou do exercício do possuidor anterior, não havendo relação de causalidade entre posse antiga e posse atual. Ex. Se uma pessoa furta uma bicicleta para um determinado fim e a abandona em um lugar qualquer, aquele que achar a bicicleta será um possuidor sem vício, ou seja, a posse se dará sem vício, uma vez que este nada sabe a respeito da situação anterior.
Característica dos modos originários
Fulminam (extinguem-se) os vícios, obstáculos ou gravames que marcaram a posse anterior.
Não ocorram por translatividade. Não ocorre negócio jurídico translativo. Não há nenhum negócio jurídico que transfere a posse. (ex. testamento, comodato, etc.)
São unilaterais, ou seja, tem apenas uma manifestação de vontade do novo possuidor. Não há anuência, contrato.
Modos originários da posse: MHD pg 323
Apreensão: A aquisição dá-se sobre uma “Res Nullus” (coisa sem dono) ou “Res Derelicta”(coisa abandonada).
Exercício de direito: a aquisição dá-se pela utilização ostensiva de um direito sobre o bem (art.1204). Ex. Posse do direito de uso da linha telefônica. 
Exercício da passagem por um imóvel vizinho (servidão).
2- Modos Derivados da posse:
A aquisição realiza-se a partir da concordância do antigo possuidor, ou a partir de prévia disposição legal, sempre com relação de causa e efeito entre posse antiga e posse atual.
Características dos modos derivados:
Transferem os vícios obstáculos, ou gravames que caracterizam a posse anterior;
Ocorrem por translatividade, havendo geralmente, um negócio jurídico. (quando se herda a posse, sem testamento, não acontece por um negócio jurídico.);
São, via de regra, bilaterais.
Modos Derivados de aquisição da posse:
Tradição: é a entrega ou restituição do bem, que pode se dar por 4 formas:
a.1 Tradição Real: é a entrega efetiva do bem em sua integralidade
a.2 Tradição simbólica: é realização de atos que representam a transferência, mesmo sem a entrega do bem na sua integralidade. (Ex. entregar a chaves de um apartamento)
a.3 “Traditio brevi manu”: é a entrega de um bem a quem já o possuía como não proprietário, mas que passa a sê-lo a partir de um contrato. 
Constituto possessório: também chamado de tradição ficta, é uma situação em que o proprietário do bem aliena-o, mas permanece na posse a partir de um contrato.
Art. 1267 CC traditio breve manu e ficta.
Sucessões: geram aquisição derivada de posse, mas serão estudadas oportunamente.
Aula 03/09/2013
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Quanto à exteriorização
Posse Direta: é a posse física, imediata, temporária e derivada (decorre de um negócio jurídico, os possuidores passaram a ter a posse através de um negócio jurídico), de titularidade daquele que recebe o bem para usá-lo, gozá-lo ou conservá-lo. (locatário, usufrutuário, etc.). 
Posse indireta: é a posse fictícia daquele que cede o uso, o gozo ou a conservação, mantendo, contudo a possibilidade de proteção do bem. (o proprietário sempre tem a posse indireta)
Atenção: as posses diretas e indiretas, chamadas paralelas, podem conviver harmonicamente, sem anulação de uma à outra. (art. 1.197)
A posse paralela sempre gera posse direita e indireta. -> posse direta + Posse indireta = posse paralela (sempre temporária).
Locador: possuidor indireto
Quanto aos vícios: (é considerar a posse a partir de um critério objetivo)
Posse injusta: é aquela marcada por violência, clandestinidade ou precariedade. Não é a mesma coisa que posse de má-fé.
Um destes quesitos já configura a posse injusta, não é necessário que todas estejam presentes.
Violência à coisa = força (direcionada a coisa ou à pessoa)
Posse clandestina= obtida ou mantida de forma sorrateira, oculta, ocultação.
Precariedade= manutenção ou aquisição, pela negativa de restituição. (não devolução)
Posse Justa: é aquela que não é maculada por violência, clandestinidade ou precariedade, mesmo que haja má-fé. 
A justiça ou injustiça da posse não passam pelo exame da intenção.
Art. 1200 CC
Art. 1208 CC
O art. 1208 - O ladrão que furta um bem, por exemplo, um carro, para terceiros ele terá a posse do bem e inclusive poderá defendê-lo, desde que não seja contra aqueles que visam à segurança e restituição do bem, tal como a polícia, o segurança.
Em face do antigo possuidor e do proprietário, os atos violentos ou clandestinos não gema posse, até que sejam cessados tais vícios.
Quanto ao Conhecimento dos vícios:
Posse de boa-fé: é a posse daquele que desconhece o vício ou o obstáculo para aquisição ou manutenção do bem. A boa-fé da posse é presumida nas situações de justo título. 
Princípios inovadores, norteadores do Código Civil, um deles é a eticidade (agir com ética, com boa-fé) – elemento subjetivo da conduta, a intenção do sujeito, do seu dolo ou possível culpa.
Justo título= uma justa causa, causa jurídica legítima que faz com que o sujeito esteja de boa-fé. Causa jurídica legítima para aquisição ou manutenção da posse.
Gera uma presunção de boa-fé, presunção esta relativa, ou seja, o sujeito a princípio está de boa-fé até que prove o contrário.
Presunção:
		Relativa – admite prova em contrário “Juris tantum”
		Absoluta – não admite prova em contrário “Juris et de Jure”
Posse de má-fé: é aquela em que o possuidor tem conhecimento da ilegitimidade da posse em razão de vício ou obstáculo parara a sua aquisição.
Quanto à duração da posse:
Posse nova: é aquela exercida até 1 ano e 1 dia
ATENÇÂO: a posse nova não gera necessariamente ação de força nova, que é aquela movida dentro do prazo de 1 ano e 1 dia contado da ocorrência da lesão à posse.
Posse velha: é aquela exercida por mais de 1 ano e 1 dia
ATENÇÂO: a posse velha não gera necessariamente ação de força velha, que é aquela movida fora do prazo de 1 ano e 1 dia contado da lesão à posse.
Ação de força nova= é aquela que é movida dentro do prazo de 1 ano e 1 dia a partir da lesão, tendo assim a possibilidade de entrar com uma ação com rito sumário. Concessão de liminar.
Ação de força velha= é aquela que é movida no prazo posterior, ação com rito ordinário e sem concessão de liminar.
Turbação = lesão parcial da posse – ação de manutenção
Conta-se o prazo a partir da turbação e não da data de aquisição
Esbulho = lesão total – ação de reintegração de posse
ATENÇÂO: a ação de força nova é regida por um procedimento especial e permite a concessão de medida liminar. Já a ação de força velha observa o rito ordinário e não autoriza a consessão da medida liminar. Art. 924 do CPC
Quanto à origem
Posse natural: (Ius Possessionis) é a posse fundada exclusivamente no poder físico.Ex. Locatário
Posse civil: (Ius Possidendi ou Possessio Civilis) trata-se da posse constituída por força de lei, independentemente de atos físicos. Ex. Locador
Quanto à natureza
Posse ad interdicta: é aquela que pode ser defendida pelos interditos possessórios, mas que não admite usucapião. Posse na vigência de um contrato não gera usucapião. Ex. empréstimo, locação, depósito.
Posse ad usucapionem: é aquela que permite a aquisição da propriedade pela usucapião, desde que seja contínua mansa e pacífica.
COMPOSSE
Conceito: trata-se do exercício simultâneo e físico de mais de um titular do direito sobre a coisa, desde que o uso seja harmônico e pacífico. Mais de uma pessoaé possuidora.
Ex. dois irmãos vão alugar um carro, os dois serão compossuidores.
Cuidado: a composse não se confunde com as posses paralelas: nessa, há posse direta e indireta; na composse, mais de um sujeito tem contato físico sobre o bem.
Classificação da Composse
Pro diviso: é o exercício da composse sobre partes distintas de um mesmo bem. Ex. uma fazenda, uma matrícula de imóvel, há uma cerca e uma casa distinta para cada irmão, ou seja, uma divisão fática dentro do mesmo terreno.
Pro indiviso: é a composse em que os titulares do direito exercem-no na integralidade do bem. Ex. Dois irmãos alugaram um carro, são compossuidores de uma coisa que não permite divisão. Ou seja, não se pode dividir o carro, onde um fica com os bancos da frente e o outro com os bancos de trás. 
Aula
10/09/2013
Efeitos da Posse 
(sempre levar em consideração o critério subjetivo do direito de posse, a intenção)
1 Percepção dos Frutos: O possuidor de boa-fé tem direito de propriedade pelos frutos colhidos (retirados) - (art. 1214, CC). 
Frutos = (bens acessórios que se renovam periodicamente, ex. plantação que tem o fruto para colheita – não são só naturais, podem ser civis, como aluguel, juros, ou industriais como produtos de uma indústria)
Princípio da gravitação jurídica – o acessório segue a sorte do principal – exceção, poder destacar o acessório do principal, no caso de colher frutos de um pomar que faz parte do terreno.
O possuidor de boa-fé tem direito de propriedade e pode colher os frutos
Fruto pendente = aquele que não foi retirado, restituição.
Frutos colhidos com antecipação = mesmo estando de boa-fé terá de indenizar o proprietário. 
Não confundir com posse justa! Não violenta, não precária e não clandestina.
Precária= negativa de devolução
Clandestina=posse oculta, sorrateira, não pública
Violenta= uso de força sobre o possuidor ou sobre a coisa
Já o possuidor de má-fé não tem direito a nenhum fruto, respondendo por sua percepção (art. 1216, CC).
Tendo destacado ou não tendo destacado por culpa sua, tem de indenizar. Ex. se colher os frutos da árvore ou deixar apodrecer (se perder por culpa), tem de indenizar.
Indenização das benfeitorias (bens acessórios): em regra, o possuidor de boa-fé tem direito à indenização por todas benfeitorias.
Toda obra humana em um bem principal pode ser considerada benfeitoria.
Se for uma obra indispensável para conservação do bem = benfeitoria necessária
Benfeitoria útil = foi feita para aumentar o uso, exemplo, construir uma escada na frente da casa, piscina.
Benfeitoria voluptuária= embelezamento (ex. fazer pintura texturizada na parede)
 É necessário saber qual o tipo de benfeitoria para saber que tipo de indenização é cabível!
Atenção: somente tem direito de retenção pelas benfeitorias úteis ou necessárias. Quanto às voluptuárias, somente há direito de levantamento (art. 1219, CC)
Já o possuidor de má-fé somente tem direito à indenização pelas necessárias, mas sem direito de retenção (art. 1220, CC).
O não pagamento do aluguel não caracteriza posse de má-fé!
Direito de retenção: é a prerrogativa de o possuidor continuar na posse do bem até que haja o pagamento da indenização. Aplicável nas benfeitorias úteis ou necessária, pois só estas dão direito a retenção. Aplica-se somente ao possuidor de boa-fé.
Embargos de Retenção – mecanismo em q o possuidor pode se valer para se defender até que haja o pagamento da indenização.
Benfeitorias Voluptuárias – dão direito de levantamento
Direito de levantamento: é a possibilidade de retirada da benfeitoria, desde que não cause impacto significativo na estrutura do bem principal.
RESPONSABILIDADE PELAS DETERIORAÇÕES OU PERDA DO BEM 
Examinada a boa-fé do possuidor ele não responderá pela perda ou deterioração do bem, já o possuidor de má-fé responderá.
Caso o possuidor esteja de boa-fé não haverá sua responsabilidade pelos riscos de conservação da coisa, ou seja, não responde pela perda ou estrago do bem. (Art. 1217, CC).
A coisa, em regra,que vai sofrer com os riscos será o dono, a coisa vai perecer para o dono – res perit domino.
Mesmo que a coisa seja emprestada e o possuidor esteja de boa-fé, comodato, se a coisa se perder sem a culpa do possuidor, não precisará restituir o dono. Claro, desde que não esteja previsto em clausula contratual.
Se estiver de má-fé, o possuidor assume os riscos pela conservação do bem, podendo ser responsabilizado pela perda ou deterioração, mesmo que não causados diretamente por ele. A coisa não perecerá para o dono! Em caso fortuito ou força maior, se comprovado que a perda (deterioração) aconteceria estando ela na posse do proprietário. Art. 1218, CC.
DIREITO DE PROPRIEDADE
Não é um direito absoluto
Conceito de propriedade: Trata-se do direito real por excelência, do qual decorrem todos os demais direito reais, dando ao titular as prerrogativas de: usar, gozar, dispor e reivindicar. (Art. 1228 CC).
Usar: ter o contato físico com a coisa (ser proprietário de um bem significa que você vai usar, ou seja, ter o contato físico, levando em consideração o princípio da gravitação jurídica)
Fruir ou gozar: ligada ao aproveitamento econômico $$
Dispor: expressão super ampla que abarca diversas espécies, tais como: emprestar, alienar (vender, doar), colocar gravames - colocar restrições aos bens que passarão para os próximos proprietários(hipoteca, servidão, usufruto), consumir um bem e extinguir a existência do bem – destruir.
Reivindicar: vindicar = pleitear, buscar 
Elementos da propriedade
Jus utendi – é o direito de usar a coisa, ou seja, ter contato físico com ela, podendo excluir terceiros. Aquele que usa pode proteger o bem contra o uso de terceiros, desde que não seja um bem público. 
ATENÇÂO: embora o direito de propriedade estenda-se ao espaço aéreo e ao subsolo, o proprietário deve observar limites razoáveis de utilização, bem como respeitar a propriedade das riquezas do subsolo que são do poder público.
Arts. 1229/1230
Jus fruendi - é a prerrogativa de frui o bem, ou seja, retirar os frutos do bem principal ou explorá-lo economicamente. Art. 1232, CC
Jus abutendi – é a prerrogativa de dispor do bem que engloba o empréstimo, alienação, os gravames, a consunção, e, desde que permitido pelo direito, a destruição.
Art. 1228 §2º (são defesos = proibido)
Reivindicatio – é a prerrogativa de buscar a coisa em face de quem quer que esteja com ela injustamente. 
Aula
17/09/2013
Função social da propriedade 
Definição: é uma restrição legal ao exercício do direito de propriedade, em prol da coletividade (art. 5º, XXIII, art 170, caput, I, e II, DF, art. 1228, § 1º, CC.).
O exercício do direito a propriedade não é absoluto.
Não apresenta restrições a titularidade do direito, mas sim, se o seu exercício pode ser abusivo ou não.
Função social = imposição de limites que se forem ultrapassados são considerados abuso de direitos – sempre visando a coletividade. (os direitos e interesses metaindividuais, coletividade)
Propriedade = 1º geração (proteção do indivíduo) – direitos individuais 
A propriedade tem de atender, proteger direitos difusos, coletivos, direitos individuais homogêneos
Segundo Leon Duguit (precursor da idéia da função social), a propriedade é um ônus (direito atrelado a uma tarefa) social (encargos). A utilização abusiva da propriedade, segundo o autor, gera a extinção das prerrogativas sobre a coisa. (O descumprimento do ônus gera a perda do direito a propriedade)
Outras fontes doutrinárias da função social: doutrina social da igreja (ideais tomistas) é encíclica “ Rerum novarum” editada por leão XIII 1891
Função social sobre imóveis urbanos: é cumprida quando são observadas as normas do plano diretor, regido pelo estatuto das cidades (art 182, §2º, CF; art. 5º e art 39, estatuto das cidades). (se cumpre a função social de um imóvel urbano cumprindo o que está no plano diretor)
Estatuto das cidades 10257/01 (Lei Federal) (arts 5º, 39)
O não cumprimento da função social do imóvel urbanotraz como conseqüência a desapropriação (depois de aplicação de advertência, multa, IPTU progressivo (alíquota mais pesada), se nada disso funcionar, desapropriação)
ATENÇÂO: O descumprimento da função social da propriedade de um imóvel urbano acarreta sanções progressivas, tais como, a advertência, a multa, a tributação progressiva e em último caso a desapropriação por descumprimento da função social.
A indenização será paga em títulos da dívida pública art 8º caput e § 1º do estatuto das cidades
Função social sobre imóveis rurais: é cumprida desde que sejam atendidos 4 critérios:
Aproveitamento racional da terra
Utilização adequada dos recursos naturais e preservação ambiental
Observância das normas trabalhistas
Bem estar dos ocupantes
Art. 186 da CF e art. 2º do Estatuto da terra Lei 4504/64
ATENÇÃO: o descumprimento da função social da propriedade de um imóvel rural também pode acarretar, progressivamente, sanções como advertência, multa, tributação progressiva e, por fim, desapropriação para fins de reforma agrária. (disposições dos artigos 184 e 185 da CF e art 13 do estatuto da terra)
Só a União pode desapropriar para fins de reforma agrária – ITR tributo rural
Pequena e média propriedade rural e propriedade produtiva, não podem ser desapropriadas para fins de reforma agrária. (art. 185, I e II da CF) 
Haverá indenização da desapropriação para fins de reforma agrária, mas será paga em títulos da dívida agrária, resgatáveis em até 20 anos.
Art. 184 da CF
Classificação da propriedade
Quanto à extensão dos direitos do titular
Propriedade plena: é aquele em que o titular concentra todas as prerrogativas, ou seja, não transfere os direitos de usar, fruir, dispor e reivindicar. Art. 1231 do CC.(parte do princípio de q toda propriedade é plena até q seja provado o contrário – presunção relativa porque admite prova em contrário) permite as 4 prerrogativas sem transferir a um terceiro.
Propriedade restrita: é aquela em que o titular transfere, pelo menos uma das quatro prerrogativas, a terceira, constituindo assim, um direito real sobre coisa alheia. Ex de pessoas que tem propriedade restrita: aquele que hipotecou o seu imóvel, comodante, locador, depositante, devedor hipotecário, usufruto.
Quanto à possibilidade de extinção
Propriedade perpétua: é aquela que não está submetida a um termo ou uma condição resolutiva. (perpétua não significa que é eterna, pois o direito de propriedade pode se extinguir)
Elementos essências do negócio jurídico: Sujeitos capazes e legitimados, objeto lícito, possível e determinado, forma prevista em lei ou não proibida.
Elementos essenciais: existência e validade
Elementos acidentais: eficácia (condição, termo, encargo)
Propriedade perpétua é aquela q não está submetida a um termo ou condição resolutiva que extinguem o efeito jurídico.
Condição – evento futuro e incerto - clausula contratual que pode retirar o efeito jurídico
Termo – evento futuro e certo (ex. prazo final do contrato) – clausula contratual que pode retirar o efeito jurídico
Propriedade resolúvel: é aquela em que há a previsão da possibilidade de extinção por um termo ou uma condição resolutiva, ou seja, pelo acontecimento de um evento futuro que extinguirá o direito de propriedade.
Exemplo1: retrovenda art 505 do CC.
Direito de retrovenda (clausula especial de um contrato de compra e venda, associada a bens imóveis, dá ao titular o direito de retrato que significa que o vendedor tem um prazo de 3 anos para retomar o imóvel. Direito de propriedade resolúvel. Passados os 3 anos, não há mais possibilidade do comprador retomar o imóvel, passando a ser perpétuo para o vendedor.
Direito potestativo: direito ao divórcio – direito de romper o casamento
Exemplo 2: Propriedade fiduciária (art 1361 do CC)
Trata-se de uma espécie de propriedade resolúvel sobre um bem infungível alienado pelo devedor (fiduciante) ao credor de uma dívida (fiduciário), como garantia da obrigação.
Resolver = extinguir
Condição resolutiva – que extingue
Exemplo 3: Substituição fideicomissária (fideicomisso) – sucessão 
Transferência de propriedade por um terceiro
Fideicomitente (titular do testamento, dono da propriedade) – fiduciário (terceiro de confiança que fica com o direito de propriedade) – fideicomissário (o neto que receberá a herança que ainda não nasceu)
Aula
24/09/213
Mauro Rodrigues – adicionar no face 
Calendário das provas
30/09 – Laboratório de prática jurídica e Direito Empresarial IV
01/10 – Direito Civil IV
02/10 – Direito Constitucional IV
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04/10 – Direito Penal IV
07/10 – Direito do trabalho II
09/10 – Direito Administrativo II
USUCAPIÃO DE IMÓVEIS
Definição: Também chamada prescrição aquisitiva, é um meio de aquisição originária da propriedade, e também de servidão, em decorrência de posse prolongada, mansa, pacífica e contínua, pelos prazos previstos em lei (art. 1241, CC)
ATENÇÂO: não são passíveis de usucapião os bens dos absolutamente incapazes (art. 198, I, CC), tampouco os bens públicos - incluindo terras devolutas (art. 102, CC) / menor de 18 anos, interditado, etc. 
Se a interdição ocorrer depois do prazo da usucapião, esta será possível.
Cuidado: Posse mansa e pacífica não é sinônimo de posse de boa-fé. Trata-se da posse que não sofreu oposição (durante todo o prazo de usucapião o proprietário não se manifestou). A manifestação pode ser inclusive por notificação extrajudicial!
ATENÇÃO: A posse para a usucapião não pode ter intervalos; deve ser ininterrupta (contínua).
Se a pessoa ficar no imóvel durante 14 anos e 6 meses e o proprietário se manifestar, não caberá usucapião. 
A usucapião não é propriamente um direito real, é um meio, um modo pelo qual se vai adquirir um direito real (aquisição da propriedade e aquisição de servidão). Também serve para bens móveis. Sempre pressupõe uma prévia posse. Também conhecida como prescrição aquisitiva = decurso de tempo que fará perder a aquisição. Aquisição unilateral, não há negócio jurídico
Menor prazo = 2 anos (varia entre 2, 5, 10 e 15 extraordinária)
O juiz reconhece a existência do usucapião a partir da sentença declaratória (efeito ex tunc)
Prescrição: perda do direito de exigir uma conduta de terceiro = pretensão
Decadência: perda do direito potestativo = perda do poder de influenciar na esfera jurídica de um direito
Sucessio Possessionis: É possível que um possuidor some o prazo da posse anterior de seu antecessor para fins de usucapião. Art. 1207 (soma das posses)
Sucessor singular – legatário – recebe uma parcela da herança
Sucessor universal – herdeiro
Causa mortis (para que a soma seja efetivada, é necessário que exista um testamento)
Fundamento jurídico da usucapião: buscar a justiça social, tutelando uma situação consolidada de aparência. 
Atrelado o conceito da função social.
Espécies de usucapião de imóveis
Posse mansa, pacífica, contínua e prolongada.
Usucapião extraordinária: é aquela que dispensa justo título ou boa-fé e que não depende das dimensões territoriais do imóvel (rural ou urbana, tanto faz o tamanho), desde que seja observado o prazo de 15 anos. (é o maior prazo de usucapião previsto no ordenamento jurídico) 
Este prazo cai para 10 anos se forem realizadas benfeitorias no imóvel ou se foi estabelecida a moradia nele. Art. 1238, parágrafo único, CC.
Usucapião ordinária: é aquela que depende de justo título e boa-fé e de um prazo de posse de 10 anos. (também não depende de localização, urbano e rural, tampouco das dimensões, ou seja, tamanho).
Este prazo pode cair para 5 anos nas situações em que o registro fora obtido, mas cancelado posteriormente, desde que haja o estabelecimento de moradia atual e a realização ou benfeitorias. Art. 1242, CC
Usucapião especial urbana: é aquela que depende da posse de uma área urbana de até 250m2, para fins de moradia, desde que o possuidor não seja proprietário de imóvel, com prazo de 5 anos. Art. 1240, CC/ art 183 da CF e art. 9 do estatuto das cidades.
Usucapião especialrural: também chamado prolabore, depende de posse de área rural de até 50 hectares, para fins de moradia, desde que o possuidor não seja proprietário de imóvel e desde que torne a terra produtiva, no prazo de 5 anos. Art. 1239, CC / 191 da CF.
Usucapião coletiva: é aquela que depende de uma posse de área urbana superior a 250m2, para fins de moradia, desde que os possuidores não sejam proprietários de imóvel e sejam pessoas de baixa renda, não sendo possível a identificação da porção ocupada por cada um, devendo ainda ser realizada alguma obra relevante, com prazo de 5 anos. Art. 1228, § 4º, CC e art. 10 do estatuto das cidades. (formação de um condomínio especial, não se divide o imóvel em várias matrículas)
ATENÇÂO: A usucapião especial coletiva gera um condomínio imposto por lei, sendo que o juiz, na sentença, atribuirá uma fração igual para cada possuidor, independentemente da parcela que efetivamente ocupe. Esse condomínio somente poderá ser extinto por manifestação favorável de 2/3 dos condôminos. Art. 10, § 4º do estatuto da cidade / lei 10257
Usucapião de imóvel de ex-conjuge ou ex-companheiro: depende da posse direta de área urbana de até 250m2 para fins de moradia, a partir do abandono de lar pelo outro condômino, desde que o beneficiário não seja proprietário de outro imóvel, comprazo de 2 anos. Art. 1240-A (é preciso estar legalmente divorciado)
Questões processuais sobre usucapião
Legitimidade ativa: a legitimidade ativa para ação é somente do titular da posse ad usucapionem (quando não há negócio jurídico entre proprietário e possuidor)
Legitimidade passiva: o proprietário inerte.
A sentença que declara a usucapião não tem eficácia constitutiva, pois somente reconhece um direito já constituído. Além disso a eficácia da sentença será retroativa.
ATENÇÃO: na ação de usucapião é obrigatória a intervenção do MP e a citação de todos os vizinhos.
Súmula STF – 237 (a usucapião pode ser argüido em defesa)
Caso prático (ação real competente e efeitos jurídicos)
+ 2 questões dissertativas conceitual (posse e propriedade)
10 testes (princípios, direito real e direito obrigacional, teorias sobre a posse)

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