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Bioquímica ———————— Metabolismo ———————— O que é metabolismo? Interconversão de compostos químicos no organismo, diferentes vias são utilizadas, a sua inter-relação e os mecanismos que regulam o fluxo dos metabólitos pelas vias, e sua ação fisiológica. • Atua na transformação dos compostos químicos • Fator principal ENZIMAS que promovem mudança química (removem, transformam, ou adicionam um ou mais átomos específicos, grupos funcionais ou moléculas). • Obtenção de energia química pela degradação dos nutrientes • Conversão das moléculas dos nutrientes em precursores monoméricos. • Polimerização dos precursores monoméricos em proteínas, lipídeos, polissacarídeos, ácidos nucléicos e outros componentes celulares (macromoléculas). • Síntese e degradação de biomoléculas para funções celulares especializadas. Metabolismo Intermediário: • Consumo superior a necessidade -> Armazenamento -> Formação de tecido adiposo (tecido inerte) • Consumo inferior a necessidade – “queima” de reservas. Estresse: Acelera o metabolismo Todos os nutrientes são metabolizados a um composto comum: Acetil CoA. Catabolismo: Onde ocorre degradação ou “quebra” de moléculas liberando energia (ATP - ligações químicas) - Tornar moléculas mais complexas em moléculas mais simples. Gera —> CO2, H2O e NH3 • Diminuição da síntese endógena • Quebra das moléculas • Processo de obtenção de energia • Problemas catabólicos de risco (uso das próprias reservas) —> Objetivo: LIBERAR ATP • Ciclo de krebs —> Formação de ATP • Reciclagem de oxalacetato Anabolismo: É a síntese, ou seja, formação do composto. Onde pode ou não ocorrer gasto de energia – consome ATP (estoque). Construção de moléculas mais complexas a partir de moléculas mais simples. Gera —> Polissacarídeos, proteínas, lipídeos e ácidos nucleicos. • Biossíntese de carboidratos | glicose (Organismo trabalha para manter glicose) • Para sintetizar glicose precisa de muita caloria (promove síntese de proteína em metabolismo integrado) • Pode ocorrer ou não gasto de energia • Varia de acordo com a demanda • Envelhecimento MENOR quantidade de células (idade | atividade iônica) • MENOR necessidade energética Carboidratos: Digestão: O início da digestão dos carboidratos acontece na boca. A enzima ptialina, também chamada de amilase salivar, é secretada pelas glândulas salivares. Esta enzima quebra as ligações alfa-1 → 4 entre as moléculas de glicose do amido e as hidrolisa até maltose e oligossacarídeos. A amilase salivar continua atuando até chegar no estômago, onde sua ação é inibida pelo pH ácido. Já no intestino delgado, a enzima amilase pancreática forma principalmente maltose, oligossacarídeos (dextrinas) e determinada quantidade de isomaltose. Esta digestão ocorre não só no lúmen, mas também na borda em escova do enterócito, onde a enzima maltase transforma a maltose em duas glicoses. Nessa superfície epitelial há as enzimas sacarase (quebra as ligações alfa e beta 1 → 2), lactase (fornece glicose) e isomaltase (quebra as ligações alfa 1 → 6 da isomaltose), que atuam na quebra até chegar aos monossacarídeos dos seguintes substratos: sacarose, lactose e isomaltose. Após todas as etapas da digestão, encontramos os seguintes monossacarídeos: glicose, frutose e galactose, que podem ser absorvidos pelo enterócito. Absorção: 3 situações: 1 | Organismo não precisa de glicose: glicose é armazenada na forma de glicogênio (glicogenogênese) (indivíduo comeu muito) 2 | Organismo está com elevado nível de glicose: glicose entra na glicólise e a acetil-CoA será convertida em AG que será armazenado no tecido adiposo (diabético) 3 | Organismo sem glicose: glicose entra na glicólise e depois no ciclo de Krebs para obtenção de energia (jejum ou fome) Glicólise: irreversíveis apenas as etapas 1,3,10 * (SALDO ENERGÉTICO: 8 ATP ) OBS: Passos são irreversíveis porque as enzimas são alostéricas. Após ocorrer a formação do piruvato no final da glicólise deve ocorrer a oxidação do piruvato que converte piruvato em acetil coa produzindo NADH e liberando dióxido de carbono, esse processo ocorre com envolvimento de 3 enzimas e 5 coenzimas. A acetil coa então segue para o ciclo de Krebs Ciclo de Krebs: SALDO 24 ATP piruvato —> acetil-CoA acetil-Coa + oxalacetato —> citrato citrato —> aconitato aconitato —> isocitrato isocitrato —> alfa cetoglutarato alfa- cetoglutarato —> succinil CoA succinil Coa —> succinato succinato —> fumarato fumarato —> malato malato —> oxalacetato Proteínas: Digestão: As proteínas começam a ser trituradas na boca, mas a digestão propriamente dita começa apenas no estômago com a secreção de gastrina, que estimula a produção de HCl pelas glândulas gástricas. A entrada de alimentos é o que estimula a mucosa gástrica a secretar a gastrina. Além disso, o pepsinogênio (secretado pelas células principais) é ativado e convertido em pepsina nesse ambiente ácido (pH 1,0 a 2,5). Conteúdo gástrico passa para o intestino delgado - secreção de secretina - e estimula o pâncreas a produzir bicarbonato no intestino delgado para neutralizar o HCl, aumentando o pH para 7,0. A entrada de aminoácidos na parte superior do intestino estimula a produção de colecistoquina, que por sua vez, estimula a produção de precursores como tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidases A e B(pH 7,0 e 8,0). Os aminoácidos são absorvidos pela mucosa intestinal. Essas biomoléculas não podem ser armazenadas e por isso, os aa’s têm suas estruturas separadas em grupamento amino (NH4+) e esqueletos de carbono, por meio da reação do AA com o alfa cetoglutarato, que forma glutamato e alfa cetoácido. Essas estruturas são enviadas para alguns caminhos, sendo eles: A | Biossíntese de aminoácidos, nucleotídeos e aminas biológicas (ou anabolismo), sendo o grupamento amino o responsável por essas reações de formação. B | Ciclo da uréia, para onde o grupamento amino é encaminhado em caso de excesso. C | Ciclo do ácido cítrico (ou ciclo de krebs), para onde os esqueletos de carbono são encaminhados, onde são convertidos em compostos intermediários do metabolismo de carboidrato e lipídios. Absorção: A oxidação dos aminoácidos não é feita por uma via única, mas há um padrão a ser seguido: primeiramente há a separação do grupo amino e depois a oxidação da cadeia carbônica. Nos mamíferos, o grupo amino se converte em uréia e as cadeias carbônicas em compostos intermediários do metabolismo de carboidratos e lipídios. Remoção do grupo amino do aminoácido: 1 | Transferência do grupo amino para o alfa cetoglutarato, dando origem ao glutamato, que pode seguir dois caminhos: uma transaminação ou uma desaminação. 2 | Transaminação: transferência do grupo amino do glutamato para o oxaloacetato, dando origem ao aspartato. 3 | Com a desaminação do glutamato há a liberação do grupo amino como NH3 (amônia), que posteriormente se converte em NH4+(íon amônio). O glutamato é um composto chave no metabolismo de PTN. Isso porque é o composto responsável pela separação do grupamento amino do restante da estrutura do aminoácido. Para que ocorra a obtenção do grupamento amino e dos esqueletos de carbono para manter a homeostase do organismo podem existir diversas vias, como: A | Uso da alanina oriunda do músculo, em casos de exercícios físicos vigorosos, para obtenção de energia. B | Uso da glutamina oriunda do músculo e de outros tecidos para o anabolismo e obtenção de energia, em casos de não ingestão de PTN Ciclo da Ureia: 1 | A enzima carbamoil-fosfato sintetase, presente na mitocôndria, catalisa a condensação da amônia com bicarbonato e forma carbamoilfosfato. Para essa reação há o consumo de duas moléculas de ATP. 2 | A condensação da ornitina, presente na mitocôndria, e do carbamoilfosfato gera citrulina, sob ação da enzima ornitina-transcarbamilase. 3 | A citrulina é transportada para o citosol, ocorrendogasto de uma molécula de ATP (e liberação de Pi) para formação do composto intermediário citruil-AMP, que reage com aspartato, liberando uma molécula de AMP e gerando argininosuccinato e fumarato. A enzima arginino-succinato sintetase catalisa a reação entre o composto intermediário e o aspartato. 4 | A enzima arginino-succinato liase catalisa a transformação do argininossuccinato em arginina, havendo a liberação de fumarato. 5 | Por fim, a enzima arginase catalisa a quebra da arginina, originando ureia e ornitina, utilizando uma molécula de água. A ornitina volta para a mitocôndria e reinicia o ciclo. Lipídeos: As são trituradas na boca e chegam até o intestino delgado (duodeno) onde são liberados os sais biliares (produzidos no fígado a partir do colesterol) para emulsificar os lipídios formando micelas. As lipases intestinais (pancreáticas) degradam os triacilgliceróis. Os AG’s (ácidos graxos) e outros produtos são absorvidos pela mucosa intestinal e convertidos em triacilgliceróis de novo. Esses triacilgliceróis são empacotados com o colesterol e apolipoproteínas formando os quilomícrons. Esses quilomícrons circulam pelos vasos sanguíneos e linfáticos até o tecido. A lipoproteína lipase é ativada pela apoproteína periférica no capilar, liberando AG e glicerol. Tais AG’s entram nas células e têm 2 caminhos, sendo eles: 1 | Armazenamento em tecido adiposo (em forma de triacilglicerol). 2 | Obtenção de energia a partir do AG por beta-oxidação gerando acetil-CoA e seguindo para o ciclo de krebs (108 ATP)\. Beta oxidação: A ß oxidação é um processo catabólico de ácidos graxos que consiste na sua oxidação mitocondrial. Eles sofrem remoção, por oxidação, de sucessivas unidades de dois átomos de carbono na forma de acetil-CoA. A ß oxidação é dividida em quatro reações sequenciais: 1 | Oxidação, na qual o acil-CoA é oxidado a enoil-CoA, com redução de FAD a FADH2. 2 | Hidratação, na qual uma dupla ligação é hidratada e ocorre a formação de 3-hidroxiacil-CoA. 3 | Oxidação de um grupo hidroxila a carbonila, tendo como resultado uma beta-cetoacil-CoA e NADH. 4 | Cisão, em que o ß-cetoacil-CoA reage com uma molécula de CoA formando um acetil-CoA e um acil-CoA que continua no ciclo até ser convertido a acetil-CoA. Esquema do funcionamento dos corpos cetônicos: Principais funções dos lipídios: Reserva energética: os lipídios são moléculas altamente energéticas, com o dobro (ou mais) de calorias do que os glicídios. Quando ocorre a “queima” de um grama de carboidrato ou de proteínas, são produzidos aproximadamente 4 kcal de energia. Já um grama de lipídio libera aproximadamente 9 kcal. Funcionam como isolante térmico sobre a epiderme de muitos animais. Por serem moléculas não hidratadas (sem água) e serem apolares, os lipídios evitam a perda de calor. Existe ainda um tipo de lipídio conhecido como cerídeos ou simplesmente ceras. Os cerídeos são constituídos por álcoois mais complexos do que o glicerol (monoálcoois superiores) e ajudam a evitar a desidratação de folhas e frutos. • Isolantes elétricos (os lipídeos compõem a bainha de mielina). • Carreadores de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). • Precursores de hormônios (prostaglandinas, substâncias sinalizadoras) Absorção: Na célula da mucosa intestinal, o destino dos ácidos graxos absorvidos é determinado pelo comprimento de suas cadeias carbonadas. Ácidos graxos de cadeia curta (2-10 átomos de carbono) são hidrossolúveis, sendo diretamente liberados para o sangue portal sem alterações e transportados ao fígado unidos à albumina. Os ácidos graxos de cadeia longa são convertidos novamente em triacilgliceróis e agrupados com o colesterol, fosfolipídeos e proteínas específicas (apolipoproteínas) que os tornam hidrossolúveis. Esses agregados lipoprotéicos são denominados quilomícrons e são liberados para os vasos linfáticos intestinais e a seguir para o sangue. A lipoproteína-lipase ligada à superfície endotelial dos capilares sangüíneos, converte os triacilgliceróis dos quilomícrons em ácidos graxos e glicerol. Esses compostos são captados por vários tecidos, principalmente, o adiposo e o muscular. A lipoproteína-lipase é ativada por ligação a uma proteína componente dos quilomícrons, a apoproteína C−II. A concentração de ácidos graxos livres no organismo é baixa, pois suas moléculas são detergentes (formam micelas) e podem romper as membranas celulares. Após entrar nas células, provavelmente com o auxilia de proteínas, os ácidos graxos podem ser (1) oxidados para gerar energia, (2) armazenados como triacilgliceróis ou (3) usados para a síntese de membranas. OBS: Muitos ácidos graxos são empregados pelo fígado e células musculares, especialmente no músculo cardíaco, que prefere utilizar ácidos graxos mesmo quando houver disponibilidade de carboidratos. Absorção dos Ácidos Biliares: A absorção dos lipídios dietéticos já terá sido tipicamente completada quando essas substâncias alcançarem o jejuno médio, em contraste os ácidos biliares são absorvidos essencialmente na parte terminal do íleo. Lipólise. Mobilização dos Triacilgliceróis: O tecido adiposo é formado principalmente por triacilgliceróis. Durante o jejum, exercício vigoroso e em resposta ao estresse, os triacilgliceróis são hidrolisados (quebram suas ligações éster) em ácidos graxos e glicerol pela ação da lipase hormônio-sensível (HSL). Os hormônios adrenalina e glucagon (secretados em resposta a baixos teores de glicemia) ativam a adenilil−ciclase na membrana plasmática dos adipócitos. A adenilil− ciclase transforma ATP em AMPc (AMP cíclico). A proteína− cinase dependente de AMPc, fosforila e, assim, ativa a lipase. Os triacilgliceróis são hidrolisados em ácidos graxos e glicerol. Elevados teores de glicose e de insulina exercem atividades opostas, acumulando triacilgliceróis no tecido adiposo. No trato gastrointestinal, os lipídeos são emulsificados, digeridos por enzimas hidrolíticas e absorvidos pelas células da mucosa intestinal. Em razão da pouca solubilidade em meio aquoso, os lipídeos se agregam em grandes complexos dificultando a hidrólise enzimática e a absorção intestinal. Esses obstáculos são contornados pelo emprego de agentes emulsificantes que aumentam a interface lipídio-água permitindo a ação das enzimas intestinais hidrossolúveis, também como a “solubilização” dos produtos de hidrólise. Beta-oxidação (Oxidação dos ácidos graxos): Os ácidos graxos são degradados por oxidação em uma seqüência repetitiva de reações que produzem moléculas de acetil−CoA e liberam energia. O mecanismo é conhecido como β – oxidação na qual os ácidos graxos são degradados pela remoção de unidades de dois carbonos (acetil−CoA). Nas mitocôndrias, os ácidos graxos são degradados pela oxidação com a remoção sucessiva de fragmentos de dois carbonos na forma de acetil−CoA, posteriormente oxidada a CO2 no ciclo do ácido cítrico. Em cada ciclo da β−oxidação, forma-se um mol de acetil−CoA, um de FADH2 e um de NADH. No fígado, a energia liberada pela β-oxidação é empregada para dirigir a gliconeogênese. OBS: Durante o jejum prolongado, a maioria dos tecidos é capaz de utilizar os ácidos graxos como fonte de energia. O tecido nervoso e os eritrócitos não empregam os ácidos graxos como combustíveis. Produção de energia na oxidação dos ácidos graxos: Cada volta do ciclo de β−oxidação produz um NADH, um FADH2 e uma acetil−CoA. A oxidação do NADH e do FADH2 na cadeia mitocondrial transportadora de elétrons acoplada à fosforilação oxidativa, produz 2,5 e 1,5 ATP, respectivamente. Cada molécula de acetil−CoA proveniente da β−oxidação é metabolizada a CO2 e água no ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa, com a produção de 10 ATP. No entanto, na ativação do ácido graxo são consumidos dois equivalentes de ATP (um ATP é transformado em AMP + 2Pi). A produção de ATP a partir da β-oxidação do ácido palmítico pelo ciclo do ácido cítricoe da fosforilação oxidativa é resumida na tabela abaixo. Cetose (Formação de corpos cetônicos): Em certas condições metabólicas, tais como, jejum prolongado, inanição e diabete melito, ocorre aumento na velocidade da β−oxidação, tornando necessário reciclar o excesso de acetil−CoA e liberar a CoA livre para novas β−oxidações. No fígado, o grupo acetil da acetil−CoA é transformado em corpos cetônicos em processo chamado cetogênese. Os corpos cetônicos consistem de 2 moléculas unidas de acetil e são utilizados como combustível hidrossolúvel pelos tecidos extra−hepáticos. A síntese de corpos cetônicos só ocorre no fígado e se dá a partir da β-oxidação. Parte do acetoacetato é reduzido a β−hidroxibutirato pela enzima β−hidroxibutirato−desidrogenase NAD+−dependente ligada à membrana mitocondrial interna.Em condições normais a formação de acetona é negligenciável, no entanto, em acúmulos patológicos de acetoacetato, a quantidade de acetona no sangue pode ser detectada no ar expirado pelo paciente. A presença aumentada de corpos cetônicos no sangue e na urina acompanhado de odor de acetona no ar expirado, é denominada cetose. Essa condição ocorre quando a velocidade de produção de corpos cetônicos pelo fígado excede a capacidade de sua utilização pelos tecidos periféricos, resultando em acúmulo no sangue (cetonemia). Ao ultrapassar o limiar renal, essas substâncias aparecem na urina (cetonúria). OBS: Os corpos cetônicos são os únicos lipídios que não necessitam ser carreados por uma proteína devido a serem hidrossolúveis. A cetogênese ocorre em três reações: 1 | Formação de acetoacetil−CoA. A primeira reação na formação do acetoacetato é a condensação de duas moléculas de acetil−CoA para gerar acetoacetil−CoA, catalisada pela acetil−CoA−acetiltransferase. 2 | Formação de HMG−CoA.A acetoacetil−CoA é convertida a HMG−CoA por condensação com uma terceira molécula de acetil−CoA pela ação da hidroximetilglutaril− CoA−sintase. 3 | Formação de acetoacetato e acetil−CoA.A clivagem da HMG−CoA fornece o acetoacetato livre pela enzima hidroxi−metilglutaril−CoA−liase. Em jejum prolongado e diabete melito, como conseqüência do direcionamento do oxaloacetato para a formação de glicose (gliconeogênese), ocorre limitação da operação do ciclo do ácido cítrico. Desse modo, a grande quantidade de acetil−CoA produzida pela β−oxidação dos ácidos graxos no fígado é canalizada para a síntese de corpos cetônicos. Quando a formação de corpos cetônicos atinge níveis acima da capacidade compensatória dos sistemas tampões fisiológicos, desenvolve-se cetoacidose. OBS: O acetil é o 2o substrato mais utilizado (1º lugar —> glicose) porque não necessita de proteínas para ser carreado (o acetil é hidrossolúvel). Vários tecidos, mais notadamente o músculo cardíaco e esquelético, empregam corpos cetônicos para gerar energia. O cérebro aumenta consideravelmente a utilização de corpos cetônicos como fonte de energia durante o período de jejum prolongado e inanição, economizando a glicose e reduzindo a degradação da proteína muscular para a gliconeogênese. O catabolismo dos corpos cetônicos ocorre da seguinte forma: 1 | Nos tecidos periféricos, o β−hidroxibutirato é oxidado a acetoacetato. 2 | A acetoacetato é então ativado pela ação de uma tioforase que emprega a succinil−CoA como fonte de CoA, formando acetoacetil−CoA. 3 | Esta última sofre clivagem pela tiolase, produzindo duas moléculas de acetil−CoA que entram no ciclo do ácido cítrico.Lipogênese Biossíntese de ácidos graxos: Alguns ácidos graxos insaturados, tais como, o linolênico e linoléico, não são supridos pela dieta, sendo denominados ácidos graxos essenciais. Esses ácidos graxos são abundantes em peixes e óleos vegetais. Os ácidos graxos são formados a partir de acetil−CoA proveniente de substratos lipogênicos (glicose da dieta, aminoácidos e etanol) A síntese ocorre principalmente no tecido adiposo, no fígado e nas glândulas mamárias de animais em lactação. Inicialmente é formado o ácido palmítico (cadeia linear saturada com 16 átomos de carbono), a partir do qual outros ácidos graxos são derivados. A biossíntese dos ácidos graxos é um processo que ocorre exclusivamente no citosol. Contudo, a acetil−CoA gerada nas mitocôndrias não se difunde espontaneamente para o citosol; em lugar disso, atravessa a membrana mitocondrial interna sob a forma de citrato, produzido a partir da condensação do oxaloacetato e acetil−CoA no ciclo do ácido cítrico. Em concentrações elevadas, o ATP inibe a enzima isocitrato−desidrogenase no ciclo do ácido cítrico, provocando o acúmulo de citrato na mitocôndria; o excesso difunde-se livremente para o citosol pela membrana mitocondrial interna por meio do carreador do tricarboxilato. No citosol, a acetil−CoA é regenerada, a partir do citrato pela ação da enzima ATP−citrato−liase. OBS: Este processo também transfere o oxaloacetato da mitocôndria para o citosol.Síntese dos ácidos graxos saturados, o ácido palmítico. O ácido palmítico é sintetizado a partir de uma molécula de acetil−CoA e sete moléculas de malonil−CoA. Esta última é produzida pela carboxilação do acetil−CoA. Inicialmente, o CO2 (como bicarbonato, HCO3−) é “ativado” por ligação covalente à biotina com a conversão do ATP em ADP + Pi em reação catalisada pela biotina−carboxilase. A seguir, o grupo prostético carboxibiotina transfere o grupo carboxilato para o acetil−CoA para formar um composto de três carbonos, a malonil−CoA e regenerar a enzima. A reação total, catalisada pela acetil−CoA−carboxilase uma enzima composta de três enzimas (proteína transportadora de biotina, biotina−carboxilase e a transcarboxilase) em um único polipeptídeo multifuncional que requer biotina e Mn2+, é a etapa limitante de velocidade na síntese de ácidos graxos nos mamíferos. A acetil−CoA−carboxilase é uma enzima alostérica ativada pelo citrato e isocitrato e inibida por acil−CoA de cadeia longa, como o palmitoil−CoA. A biotina está ligada a um resíduo de lisina da enzima.Obs: A malonil−CoA é o doador das unidades acetil de dois carbonos para a construção de ácidos graxos. Síntese de triacilgliceróis: Os triacilgliceróis são sintetizados pela adição de acil-CoA graxo (biossintetizados ou supridos pela dieta) ao glicerol−3−fosfato ou à diidroxiacetona−fosfato. A síntese ocorre principalmente no fígado, intestino e tecido adiposo. O glicerol−3−fosfato é formado por duas vias: A partir da diidroxiacetona−fosfato gerada na glicólise ou formado a partir do glicerol pela ação da glicerol−cinase. A diidroxiacetona−fosfato é transformada em glicerol−3−fosfato em reação catalisada pela glicerol−3−fosfato−desidrogenase. No fígado, rim e intestino delgado ocorre a fosforilação do glicerol livre em presença de glicerol−cinase. Os adipócitos são desprovidos de glicerol−cinase e obtém o glicerol−3−fosfato exclusivamente pela reação da glicerol−3−fosfato−desidrogenase. O glicerol livre obtido na hidrólise dos triacilgliceróis nos adipócitos não é utilizado no próprio tecido e sim, é levado ao fígado onde é transformado em glicerol−3−fosfato pela glicerol−cinase. Os acil−CoA empregados na síntese dos triacilgliceróis são provenientes de ácidos graxos livres ativados pela ação das acil−CoA−sintetases:Ácido graxo + CoA + ATP → acil−CoA + AMP + PPi1. A primeira etapa na biossíntese dos triacilgliceróis é a acilação dos dois grupos hidroxila livres do glicerol−3−fosfato por duas moléculas de acil−CoA graxo para formar diacilglicerol−3−fosfato (fosfatidato ou ácido fosfatídico) em presença da glicerol−3−fosfato−aciltransferase.2. A enzima fosfatidato−fosfatase converte o diacilglicerol−3−fosfato (fosfatidato) em 1,2−diacilglicerol. O fosfatidato e o 1,2−diacilglicerol são precursores de triacilgliceróis e de glicerofosfolipídeos.3. Na etapa final da biossíntese de triacilgliceróis ocorre a acilação da posição sn−3 do 1,2−diacilglicerol por meio da diacilglicerol−aciltransferase.Regulaçãodo metabolismo Lipídico (controle entre a lipólise e a lipogênese): Ativadores da lipólise: Glucagon e a adrenalina (liberados quando as reservas energéticas estão baixas) estimulam a fosforilação de várias enzimas.· Fosforilação da lipase hormônio-sensível presente nos adipócitos, ativa a hidrólise de triacilglicerol. A liberação de noradrenalina dos neurônios no sistema nervoso simpático e do hormônio do crescimento da hipófise também ativa a lipase hormônio−sensível.Subseqüentemente, os ácidos graxos são liberados para o sangue.Os hormônios também regulam a utilização dos ácidos graxos pelos tecidos. Por exemplo: A acetil−CoA−carboxilase é inibida pelo glucagon. Baixas concentrações de malonil−CoA, a síntese de ácidos graxos é reduzida. Como a malonil−CoA inibe a atividade da carnitina−acil−transferase I, os ácidos graxos podem ser transportados para a mitocôndria, onde são degradados para gerar energia. Ativadores da lipogênese: O efeito da insulina sobre o metabolismo dos ácidos graxos é oposta aos dos hormônios glucagon e adrenalina. A secreção de insulina em resposta a elevados níveis de glicose sangüínea estimula a lipogênese. A insulina induz a síntese de ácidos graxos pela fosforilação da acetil−CoA−carboxilase por um processo independente do mecanismo da proteína-cinase dependente de AMPc. A lipólise simultânea é evitada pela insulina por inibição da ativação da proteína-cinase mediada por AMPc. O processo provoca a desfosforilação (portanto, a inativação) da lipase hormônio-sensível. Resumo do Metabolismo Lipídico: 1 | A acetil−CoA exerce papel central na maioria dos processos metabólicos relacionados aos lipídeos. Por exemplo, a acetil−CoA é usada na síntese dos ácidos graxos. Quando os ácidos graxos são degradados para gerar energia, o produto é a acetil−CoA. 2 | Dependendo das necessidades energéticas, as novas moléculas de gordura são empregadas para a geração de energia ou são armazenadas nos adipócitos. Quando as reservas de energia do organismos estão baixas, as gorduras armazenadas são mobilizadas em processo denominado lipólise. Na lipólise, os triacilgliceróis são hidrolisados em ácidos graxos e glicerol. O glicerol é transportado para o fígado, onde pode ser usado na síntese de lipídeos ou glicose. A maior parte dos ácidos graxos são degradados para formar acetil−CoA na mitocôndria em processo denominado β−oxidação. A β−oxidação nos peroxissomos encurtam os ácidos graxos muito longos. Outras reações degradam ácidos graxos de cadeia ímpar e insaturados. Quando o produto de degradação dos ácidos graxos (acetil−CoA) está presente em excesso, são produzidos corpos cetônicos. 3 | A síntese dos ácidos graxos inicia com a carboxilação da acetil−CoA para formar malonil−CoA. As demais reações da síntese dos ácidos graxos são realizadas pelo complexo ácido graxos sintase. Discuta: 1 - Caminhos possíveis das proteínas após a digestão e absorção: Após a digestão e absorção, o grupamento amino, dependendo de qual for, entrará em uma reação hepatocitária. 2- A explicação de metabolismo humano seguir as leis da termodinâmica tendendo a uma maior entropia: O metabolismo humano utiliza energia química para a realizar a transformação de compostos simples em complexos. Que podem ser reações exotérmicas onde ocorre a liberação de energia ou reações endotérmicas, ocorre a absorção de energia. Segundo a lei da termodinâmica a entropia está relacionada à ordem e desordem. Quanto mais desordenado o sistema, maior será sua entropia e a desorganização só tende a aumentar. O uso de energia no organismo leva a uma desordem. Depende da demanda, se o uso for grande ou pequeno de algo pode gerar um desequilíbrio . Os organismos vivos preservam sua energia interna pela retirada de energia livre dos nutrientes e devolvem para o ambiente uma quantidade igual de energia na forma de calor e entropia. Células obtém energia livre em uma forma química pelo metabolismo de moléculas de nutrientes e emprega essa energia para sintetizar ATP. Então se adequa ao princípio da conservação de energia ela tende a ser conservada, não pode ser destruída e sim transformada. Anotações: