Buscar

RESUMO - Letra de Câmbio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE
Dentre os principais títulos de crédito previstos na legislação brasileira, destacam-se 
quatro: a) letra de câmbio; b) nota promissória; c) cheque e d) duplicata. São títulos que 
possuem disciplina legal específica e que, por isso, são denominados comumente de títulos de 
crédito próprios ou típicos.
1. LETRA DE CÂMBIO
É um título de crédito que se estrutura como ordem de pagamento, dando origem, 
assim, a três situações jurídicas distintas: a) a do sacador, que emite a ordem; b) a do sacado, a 
quem a ordem é destinada; c) a do tomador, que é beneficiário da ordem.
Não precisam necessariamente, no entanto, estarem ocupadas esta três situações 
jurídicas por três pessoas distintas, admitindo a Lei Uniforme, no art. 3º, que a letra seja sacada:
a) à ordem do próprio sacador: o sacador e o tomador são a mesma pessoa (a letra é 
emitida por alguém em seu próprio benefício);
b) sobre o próprio sacador: o sacador e o sacado são a mesma pessoa (a letra é emitida 
pelo sacado contra ele mesmo);
c) por ordem e conta de terceiro: situação usual, em que as três situações jurídicas são 
ocupadas por sujeitos de direito distintos, ou seja, uma pessoa (sacador) ordena que 
alguém (sacado) pague a outrem (tomador).
• Requisitos essenciais para emissão da letra de câmbio (8):
1) a expressão “letra de câmbio” (cláusula cambiária);
2) uma ordem incondicional para pagamento de determinada quantia determinada (não 
pode estar sujeita a qualquer condição, suspensiva ou resolutiva e deve ser mencionada 
a moeda de pagamento);
3) o nome e identificação do sacado (feita com a menção ao número de sua carteira de 
identidade, de seu CPF, título de eleitor ou CTPS);
4) o nome do tomador;
5) a assinatura do sacador (pois ele é o codevedor ao garantir a aceitação e o pagamento 
da letra, podendo o tomador voltar-se contra ele se o sacado não aceitar a letra ou não 
pagá-la);
6) a data do saque;
7) o lugar do pagamento ou a menção de um lugar junto ao nome do sacado;
8) o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome do sacador.
Saque → diz-se de ordem de pagamento expedida por alguém contra outro ou contra banco, 
onde tem fundos disponíveis para a cobertura.
Fonte: GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Técnico Jurídico. 13. ed. São Paulo, 
Rideel, 2010.
Lei Uniforme, aprovada pelo Decreto nº 57.663, de 24 de janeiro de 1966.
Art. 1º. A letra contém: 
1 - A palavra "letra" inserta no próprio texto do título é expressa na língua empregada para a 
redação desse título;
2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 
3 - O nome daquele que deve pagar (sacado); 
4 - A época do pagamento; 
5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga; 
7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada; 
8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador). 
A jurisprudência admite, todavia, a emissão de letra de câmbio – e de qualquer outro 
título de crédito – em branco ou incompleta:
Súmula nº 387, STF: “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser 
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”.
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de 
conformidade com os ajustes realizados. 
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles 
participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o 
título, tiver agido de má-fé.
Por fim, caso não conste a época do pagamento do título, ela será considerada à vista 
(art. 2º, Lei Uniforme). 
• Aceite da letra
Emitida a letra de câmbio, ela será entregue ao tomador, que a levará ao sacado para 
que este a aceite (art. 25 da Lei Uniforme), o que deve ser feito no próprio título por meio da 
expressão “aceito” ou “aceitamos”, seguida da assinatura do sacado ou de procurador com 
poderes especiais para tanto. Se a letra foi emitida contra mais de um sacado, o tomador deve 
apresentá-la, inicialmente, ao primeiro nomeado no título, e depois sucessivamente.
Art. 25, Lei Uniforme → O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" 
ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a 
simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra. 
Quando se trate de uma letra pagável a certo termo de vista, ou quem deva ser 
apresentada ao aceite dentro de um prazo determinado por estipulação especial, o aceite deve 
ser datado do dia em que foi dado, salvo se o portador exigir que a data seja a da apresentação. 
A falta de data, o portador, para conservar os seus direitos de recurso contra os endossantes e 
contra o sacador, deve fazer constatar essa omissão por um protesto feito em tempo útil. 
Notas de aula (05/09/2013) → Aceite
É colocado, por regra, no anverso, e quando no verso deve ter a palavra 
“aceito” ou equivalente.
Quando o sacado coloca sua assinatura na cambial, ele se compromete com a 
dívida nela imposta (princípio da literalidade).
Com o aceite, os demais coobrigados desvinculam-se da responsabilidade 
como devedores principais.
O aceite, na letra de câmbio, é facultativo, porém irretratável. O sacado pode simplesmente 
recusá-lo, sem dar qualquer justificativa para tanto. A recusa do aceite, no entanto, provoca o 
vencimento antecipado do título, podendo o tomador exigir do sacador – codevedor da letra – o 
seu pronto pagamento.
O sacado pode, ainda, aceitar parcialmente a letra, também ocorrendo o vencimento 
antecipado do título, podendo o tomador cobrar a totalidade do título contra o sacador.
Notas de aula (10/09/2013) → Vencimento antecipado da letra de câmbio
Pode ocorrer a antecipação do vencimento da letra de câmbio por dois 
motivos:
a) a falta ou recusa do aceite ou o aceite parcial;
b) pela falência do aceitante.
Art. 43, Lei Uniforme → O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra 
os endossantes, sacador e outros coobrigados: 
(...) 
Mesmo antes do vencimento: 
1- Se houve recusa total ou parcial de aceite; 
2- Nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite, quer não, de suspensão de 
pagamentos do mesmo, ainda que não constatada por sentença, ou de ter sido promovida, sem
resultado, execução dos seus bens. 
3- Nos casos de falência do sacador de uma letra não aceitável. 
Há duas espécies de aceite parcial: a) aceite-limitativo → o sacado aceita apenas parte do valor 
do título; b) aceite-modificativo: o sacado altera alguma condição de pagamento do título, como 
o vencimento, por exemplo.
O sacador dispõe, no entanto, de uma forma específica de se prevenir quanto ao 
vencimento antecipado da letra: colocando no título a cláusula não aceitável, que impõe ao 
tomador a obrigação de só procurar o sacado para o aceite na data do vencimento. 
Existe ainda uma pequena variante da cláusula não aceitável, por meio do qual o 
sacador estipula uma data certa a partir da qual a letra pode ser levada a aceite, sendo vedada, 
portanto, a apresentação do título para aceite do sacado antes dessa data. 
Obs.: a cláusula não aceitável não é admitida nas letras de câmbio a certo termo da vista, uma 
vez que nestas o prazo de vencimento somente se inicia a partir do aceite.
• Vencimento da letra
Emitida a letra e realizado o aceite pelo sacado, o título se torna exigível a partir do seu 
vencimento, podendo-se distinguir quatro espécies de letra de câmbio, quanto a este aspecto:
1) letra com dia certo → vence em data preestabelecida pelo sacador.
2) letra à vista → tem o vencimento no dia da apresentação do título ao sacado.
3) letra a certo termo da vista → vence após determinadoprazo, estipulado pelo sacador 
quando de sua emissão, que começa a correr a partir da vista (aceite) do título.
4) letra a certo termo da data → também vence após um determinado prazo estipulado 
pelo sacador, mas que começa a correr a partir da própria emissão (saque) do título.
• Prazo de apresentação e pagamento da letra
Na letra a certo termo da vista, o tomador deverá apresentá-la para aceite no prazo 
estabelecido no título, ou, caso não tenha sido estabelecido prazo algum, dentro de um ano, 
contado de sua emissão.
Art. 23, Lei Uniforme → As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite 
dentro do prazo de um ano das suas datas. 
O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um prazo maior. 
Esses prazos podem ser reduzidos pelos endossantes. 
Na letra à vista, por sua vez, o tomador não precisa necessariamente levá-la para aceite 
do sacado, podendo optar por apresentá-la diretamente para pagamento, o que deve ser feito em 
um ano a partir da emissão do título.
Obs.: uma vez apresentada a letra para aceite, o sacado deverá devolvê-la de imediato, não 
podendo retê-la, sob pena, inclusive, de responsabilização penal pelo crime de apropriação 
indébita. Pode o sacado, todavia, requerer ao tomador que a letra lhe seja apresentada 
novamente no dia seguinte ao da primeira apresentação, ou seja, 24 horas depois. Trata-se do 
chamado “prazo de respiro”.
Art. 24, Lei Uniforme → O sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda 
vez no dia seguinte ao da primeira apresentação. Os interessados somente podem ser admitidos 
a pretender que não foi dada satisfação a este pedido no caso de ele figurar no protesto.
O portador não é obrigado a deixar nas mãos do aceitante a letra apresentada ao aceite.
Aceita a letra, caberá ao tomador aguardar a data do seu vencimento. Vencida a letra, 
ela se tornará exigível, devendo então ser apresentada ao aceitante para pagamento, que deve 
ser realizado, em princípio, por ele próprio, que é o devedor principal.
Em regra, ela deve ser apresentada para pagamento no dia do seu vencimento, salvo se 
esse recair em dia não útil, caso em que deve ser apresentada no dia útil seguinte. Vencido o 
título, caso o tomador não apresente a letra de câmbio para pagamento, começa a fluir o prazo 
para protesto, que na letra de câmbio deverá ser feito nos dois dias úteis seguintes ao 
vencimento.
Art. 44, Lei Uniforme → A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato
formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento). 
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao 
aceite. Se, no caso previsto na alínea 1 do artigo 24, a primeira apresentação da letra tiver sido 
feita no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto no dia seguinte. 
O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo 
de data ou de vista deve ser feito num dos dois dias úteis seguintes àquele em que a letra é 
pagável. Se se trata de uma letra pagável à vista, o protesto deve ser feito nas condições 
indicadas na alínea precedente para o protesto por falta de aceite. 
O protesto por falta de aceite dispensa a apresentação a pagamento e o protesto por 
falta de pagamento. 
No caso de suspensão de pagamentos do sacado, quer seja aceitante, quer não, ou no 
caso de lhe ter sido promovida, sem resultado, execução dos bens, o portador da letra só pode 
exercer o seu direito de ação após apresentação da mesma ao sacado para pagamento e depois 
de feito o protesto. 
No caso de falência declarada do sacado, quer seja aceitante, quer não, bem como no 
caso de falência declarada do sacador de uma letra não aceitável, a apresentação da sentença 
de declaração de falência é suficiente para que o portador da letra possa exercer o seu direito 
de ação. 
Notas de aula (10/09/2013) → Protesto
É a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou paga pagamento e 
nenhuma dessas providências foram atendidas pelo sacado.
O protesto será levado a efeito por (3):
a) falta ou recusa do aceite;
b) falta ou recusa do pagamento;
c) falta da devolução do título.
Ação Cambial
É cabível para o credor reaver o que deixou de receber pelo título de crédito, 
promovendo a ação judicial de execução contra qualquer devedor cambial. A Lei 
Uniforme estabelece os seguintes prazos:
- 6 meses para quem entrar com a ação judicial contra qualquer coobrigado;
- 1 ano contra o sacador, endossante ou avalista;
- 3 anos contra o devedor principal e seu avalista.
Art. 70, Lei Uniforme → Todas as ações contra ao aceitante relativas a letras prescrevem em 
três anos a contar do seu vencimento. 
As ações ao portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a 
contar da data do protesto feito em tempo útil ou da data do vencimento, se se trata de letra que 
contenha cláusula "sem despesas". 
As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em seis 
meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.
Aluna: Bárbara Macena de Lima – 6º período noturno: FDG
Fonte: RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 2. ed. São 
Paulo: Método, 2012.

Outros materiais