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VETORES INTRODUÇÃO No módulo anterior vimos que as grandezas físicas podem ser escalares e vetoriais. Escalares são aquelas que ficam perfeitamente definidas quando expressas por um número e um significado físico: massa (2 kg), tempo (5 h), volume (6L). etc. Vetoriais são aquelas que ficam perfeitamente definidas quando expressas através de um número, um significado tísico e uma orientação: força (3 newtons de baixo para cima) velocidade (4 km/h para leste), etc. Para representar grandezas vetoriais utilizam-se vetores. O vetor é representado peio sina! . VETOR Com as noções apresentadas, é possível, de maneira simplificada, conceituar-se o que é vetor: Cada um destes vetores deve ser caracterizado por urna direção, um sentido e um módulo. Sejam os vetores V1 e V2 apresentados a seguir: u u u u u u u u r a) Módulo do Vetor O vetor tem 3 unidades e o vetor tem 5 unidades. Isso significa que, se o vetor representar força, serão 3 unidades de força; se representar velocidade, serão 3 unidades de velocidade; se representar outra grandeza vetorial, serão 3 unidades da grandeza representada. Ao número de unidades do vetor chamamos módulo ou intensidade do vetor, que é a primeira característica de um vetor. Vetor: ente matemático determinado por segmentos orientados, caracterizando a direção, o sentido e o módulo. V2 V1 V1 V2 V1 Vetor d (deslocamento) d Vetor a (aceleração) a Vetor f (força) F b) Direção do Vetor Como segunda característica, observe que os vetores estão sobre uma mesma reta horizontal r. Esta reta, chamada reta suporte do vetor, determina a dIreção do vetor . c) Sentido do Vetor Finalmente, observemos que um dos vetores ( ) aponta para a esquerda e o outro ( ) para a direita. Dizemos, então, que sobre a mesma direção temos dois sentidos possíveis. Observação Diremos, que dois vetores são eqüipolentes quando têm o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido. Se, entretanto, os vetores tiverem a mesma direção e o mesmo módulo, porém sentidos opostos, diremos que os vetores são simétricos. Exercícios Dê as características dos vetores do quadro seguinte: V1 V2 N O L S u u u u u u u u u u u u u u Vetores eqüipolentes Vetores simétricos módulo direção sentido u u u a) módulo direção sentido u b) u módulo direção sentido c) u u u módulo direção sentido d) Processo gráfico da adição vetorial Sejam os vetores e : Para traçar o vetor soma, podemos utilizar dois processos, que podem ser aplicados indistintamente, obtendo-se o mesmo resultado. Processo do triângulo Processo do paralelogramo Traça-se um vetor eqüipolente a . Na extremidade de , traça-se um vetor eqüipolente a . O vetor soma liga a origem de com a extremidade de . ( - ) Constrói-se um paralelogramo cujos lados sejam vetores eqüipolentes aos vetores apresentados. A diagonal do paralelogramo, traçada a partir da origem dos vetores, é o vetor soma. ( - ) Segmento Orientado Segmento de reta para o qual é escolhido um sentido de orientação. A AB B r Origem Extremidade A BA B r Extremidade Origem ou u u u V1 V2 u u u u V1 V2 V1 V2 V2 V2 V1 V1 V2 V2 V1 V2 V1 V2 V1 a b a b a b a b SOMA DE VETORES Sejam dois vetores-parcela e formando entre si um ângulo α com 0º ≤ α ≥ 180º. O vetor-soma, também chamado de vetor-resultante, aqui representado por R, é indicado por: = + (indicação vetorial) Aplicação Numérica: Considerando os módulos dos vetores-parcela I | = 4 e | | = 3 (ou a = 4 e b = 3), tem-se a seguir o módulo do vetor-soma para os seguintes casos particulares: a) α = 0º Os vetores e tem a mesma direção e o mesmo sentido. O módulo resultante é igual a soma dos módulos das parcelas. Ex.: R = a + b R = 4 + 3 R = 7 b) α = 180º Os vetores e tem a mesma direção, porém sentidos opostos. R a b R = a + b R = a - b Graficamente a b a b R Graficamente a b a b R a b a b O módulo resultante é igual à diferença dos módulos das parcelas. Ex.: R = a - b R = 4 - 3 R = 1 c) α = 90º Os vetores e formam um ângulo reto.. d) 0º < α <180º Os vetores e formam um ângulo qualquer, diferentes dos anteriores: R2 = a2 – b2 Graficamente a b α = 90º a b R R Regra do Paralelogramo Consiste em juntar as origens dos vetores- parcela e fechar um paralelogramo. O vetor-soma é a diagonal do paralelogramo cuja origem é a mesma dos vetores parcela. Nota: O retângulo é um caso particular de paralelogramo R2 = a2 + b2 + 2.a.b.cos α Graficamente a b a b Ex.: R2 = a2 + b2 + 2.a.b.cos α R2 = 42 + 32 + 2.4.3.0,5 R = 6,1 Exercícios: 1. Complete as lacunas: As grandezas vetoriais são representadas por ....................................................... Vetor é um ............................................................................................................. As três características de um vetor são ................................................................. Aplica-se num objeto uma força de 10 N na vertical, de baixo, para cima. As três características dessa força são: módulo = .............................................................................................................. direção = .............................................................................................................. sentido = .............................................................................................................. Adicionando-se um vetor de 6 unidades para norte, com um vetor de 4 unidades para sul, obtém-se um vetor de ........................................................................... unidades para ....................................................................................................... Um deslocamento de 10 km para leste, seguido de um deslocamento de 6 km para oeste, equivale a um único deslocamento de ............................................... km para. ................................................................................................................ 2. Os indivíduos da mesma figura que caminham na mesma calçada retilínea estão: a) na mesma direção e no mesmo sentido. b) na mesma direção e em sentidos opostos. c) em direções opostas e no mesmosentido. d) em direções opostas e em sentidos opostos. e) em direções e sentidos indefInidos. a b 3. Uma pessoa caminha em um passeio, num dia de Domingo, 180 m do sul para o norte. A seguir, desloca-se 240 m do oeste para o leste. Qual o valor do deslocamento final desta pessoa? a) 420 m b) 240 m. c) 300 m. d) 324 m. e) NRC 4. Determine o módulo da resultante dos vetores e em cada caso a seguir: a) a = 12 b = 7 b) a = 15 b = 5 c) a = 12 b = 5 d) a = 4 b = 8 a b a b a b b a 120º e) a = b = 7 f) a = 3 b = 4 c = 5 d = 7 g) a = b = c = 8 5. Ache o módulo da força resultante dos sistemas das figuras: b a 120º b a d c b a 120º 120º 120º c 3N 2N 5N 6N 60º 6. (Fuvest-SP) Num vagão ferroviário, que se move com velocidade VO = 3 m/s em relação aos trilhos, estão dois meninos, A e B, que correm um em direção ao outro, cada um com velocidade V = 3 m/s em relação ao vagão. As velocidades dos meninos A e B em relação aos trilhos serão respectivamente: a) 6 m/s e O m/s b) O m/s e 9 m/s c) O m/s e 6 m/s d) 3 m/s e 3 m/s e) 9 m/s e O m/s 8N 6N 7N 5N 3N 2N 6N 4N 4N 7. Num dia sem vento, a chuva cai verticalmente em relação ao solo com velocidade de 10 m/s.Um carro se desloca horizontalmente com 20 m/s em relação ao solo. Determine o módulo da velocidade da chuva em relação ao carro. 8. Num bairro onde todos os quarteirões são quadrados e as ruas paralelas distam 100 m uma da outra, um transeunte faz o percurso de P a Q pela trajetória representada no esquema abaixo. O deslocamento vetorial desse transeunte tem módulo, em metros, é igual a: a) 300 b) 350 c) 400 d) 500 e) 700 9. Um barco está com o motor funcionando em regime constante; sua velocidade em relação à água tem módulo igual a 5 m/s. A correnteza do rio movimenta-se em relação às margens com 2 m/s, constante. Determine o módulo da velocidade do barco em relação às margens em quatro situações distintas: a) o barco navega paralelo à correnteza e no seu próprio sentido (rio abaixo); b) o barco navega paralelo à correnteza e em sentido contrário (rio acima); c) o barco movimenta-se mantendo seu eixo numa direção perpendicular à margem; d) o barco movimenta-se indo de um ponto a outro situado exatamente em frente, na margem oposta (60º). P Q 100m 100m 10. Um barco atravessa um rio perpendicularmente à correnteza. Sabendo que os módulos das velocidades do barco e da correnteza do rio são, respectivamente, VB = 4,0 m/s e VC= 3,0 m/s, determine o módulo da velocidade resultante. 11. Sobre o bloco da figura abaixo atuam as forças F1, F2, F3 e F4 de módulos F1 = 20 N, F2 = 30 N, F3 = 25 N e F4 = 35 N. Determine o módulo da força resultante que atua sobre o bloco. 12. Os sucessivos deslocamentos efetuados por um, veículo, quando se movimenta de um ponto A para outro B, são: 40 km para o norte, 40 km para o leste e 10 km para o sul. Determine a menor distância a ser percorrida para ele retomar de B até A. VB VC F1 F2 F3 F4 Θ + COMPOSIÇÃO DE MOVIMENTOS INTRODUÇÃO Se uma formiga caminhar no sentido oeste-leste sobre um tapete em repouso sobre o piso, ela terá exatamente a mesma velocidade em relação ao piso. Mas, se o tapete for puxado e entrar em movimento no mesmo sentido (também para leste), a formiga, em relação ao piso, terá outra velocidade, maior do que antes! Numericamente, se a formiga anda a 1 cm/s sobre o tapete e este é arrastado a 2 cm/s (na mesma direção e no mesmo sentido), então a formiga desloca-se a 3 cm/s (1 cm/s + 2cm/s) em relação ao piso. Isso é o que se denomina composição de movimentos. Neste capítulo, movimentos de direções diferentes também serão compostos e analisados numericamente. S L O N F = formiga T = tapete P = piso F VFT = VTP MOVIMENTO RESULTANTE Considere o movimento de um corpo A em relação a um referencial B (com velocidade VAB) e um segundo movimento, o do referencial B em relação a outro referencial C (com velocidade VBC). Compondo os dois movimentos apresentados, resulta o movimento do corpo A em relação ao referencial C, cuja a velocidade resultante VBC é determinada pela soma vetorial: É possível andar e, mesmo assim, permanecer parado? V > Ve você sobe V = Ve você fica em repouso em relação ao prédio V < Ve você desce Esse exemplo, que acabamos de ver, é bastante fácil e auxilia a análise a respeito da composição de movimentos. Aproveitando: o que acontece se caminharmos no mesmo sentido do movimento da escada? Isto é: se andarmos para baixo numa escada rolante que desce, ou se andarmos para cima numa escada que sobe? Fácil responder, não é mesmo? Se você andar para cima, sobre uma escada rolante que desce, poderá acontecer um dos seguintes casos: Sua velocidade sobre a escala (v) Em relação à , velocidade da escada rolante (Ve) VAC = VAB + VBC Esquematicamente Movimento resultante AC Mov. AB Mov. BC A B C Por exemplo, um barco que navega num rio apresenta a velocidade relativa VBA (do barco em relação à água) e a velocidade resultante VBT (do barco em relação à Terra); para relacioná-las é preciso que se considere também a velocidade de arrastamento VAT (da água em relação à Terra ). Então: VBT = VBA + VAT ou Vr = Vrel + Varr Vr = velocidade resultante Vrel = velocidade relativa Varr = velocidade de arrastamento A seguir, as principais situações de um barco num rio: Neste exemplo, supõe-se : |VBA| = 12 m/s e |VAT| = 5 m/s. Para relacionar os módulos dos vetores-velocidade, analisam-se também a direção e o sentido desses vetores: Situação 1: descendo o rio, com VBA // VAT. Situação 2: subindo o rio, com VBA // VAT. Situação 3: atravessando o rio, com VBA ┴ VAT. Situação 4: atravessando o rio, com VBT ┴ VAT. PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DOS MOVIMENTOS SIMULTÂNEOS Na composição de movimentos, o princípio da simultaneidade de Galileu afirma que cada um dos movimentos componentes pode ser estudado independentemente, e mais: tAB = tBC = tAC, isto é, os intervalos de tempo medidos em cada um dos movimentos (A em relação a B, B em relação a C e A em relação a C) são iguais entre si, pois estes movimentos componentes e o resultante são simultâneos. Num movimento composto, cada um dos movimentos componentes ocorre simultaneamente com os demais e como se esses outrosnão existissem. |VBT| = |VBA| + |VBT| |VBT| = (12+5) m/s = 17 m/s |VBT| = |VBA| - |VAT| |VBT| = (12-5) m/s = 7 m/s |VBT| 2 = |VBA| 2 + |VAT| 2 |VBT| 2 = 122+52 |VBT| 2 = 13 m/s |VBA| 2 = |VBT| 2 + |VAT| 2 12 2 = |VBT| 2 +52 |VBT| 2 1,9 m/s Exercícios 1. Um rio, de 50 m de largura constante, é atravessado por um barco, cuja máxima velocidade própria (barco em relação a água) é de 0,8 m/s. A correnteza tem velocidade constante de 0,6 m/s. a) Determine o tempo mínimo de travessia. b) Em quantos segundos o barco é arrastado rio abaixo durante a travessia em tempo mínimo? c) Calcule a velocidade resultante (barco em relação à Terra), nas condições anteriores. d) Determine o deslocamento percorrida pelo barco rio abaixo. e) Determine a distância realmente percorrida pelo barco ao final da travessia. 2. Um barco atravessa um rio com velocidade própria de 10 m/s, perpendicular à correnteza. Sabendo-se que a largura do rio é de 800 metros e a velocidade da correnteza 5 m/s, determinar: a) o tempo gasto na travessia; b) o deslocamento do barco rio abaixo ao fim da travessia. c) a distância realmente percorrida pelo barco na travessia; d) a velocidade do barco em relação à terra. 3. Um barco navega em um rio cuja correnteza é constante e vale 5 km/h. Sabendo que a velocidade do barco e de 12 km/h, determine a velocidade resultante quando o barco: a) Sobe o rio b) Desce o rio c) Sai de A e chega em B Rio visto de cima A B C VC VB 4. Um barco navega por um rio desde uma cidade A até uma cidade B com velocidade de 36km/h e, em sentido contrário, com velocidade de 28,8 km/h. Determinar a velocidade da correnteza. 5. A figura representa uma corrente das águas de um rio que fluem com a velocidade de 3 km/h. No rio estão fixadas três balizas, A, B e C. Dois nadadores, capazes de desenvolver a velocidade constante de 5 km/h, iniciam, respectiva e simultaneamente, os percursos de A a B e de A a C, percorrendo-os em linha reta em ida e volta. Calcular a diferença entre os intervalos de tempo necessários para os nadadores completarem os respectivos percursos, dando a resposta em horas. A B Va Vb Vb Va A B 8 km C 8 km Corrente AC // corrente 6. Um pássaro parte em vôo retilíneo e horizontal do seu ninho para uma árvore distante 75 m e volta, sem interromper o vôo, sobre a mesma trajetória. Sabendo-se que sopra um vento de 5 m/s na direção e sentido da árvore para o ninho e que o pássaro mantém, em relação à massa de ar, uma velocidade constante de 10 m/s, determine, em segundos, o tempo gasto na trajetória de ida e volta. 7. O motor de um barco comunica-lhe uma velocidade de 18 km/h em águas paradas. O barco navega num rio cuja correnteza tem velocidade de 3 m/s. Calcule a distância percorrida pelo barco em 10 minutos, nos casos: a) rio abaixo; b) rio acima.
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