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DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DO POTÁSSIO Liga Acadêmica de Endocrinologia e Metabologia de Sergipe Kaio Oliveira_ UFS Lagarto Sanni Parente_UFS Lagarto CONCEITOS EM FISIOLOGIA Distribuição de potássio no organismo/ Fatores que alteram a distribuição transcelular/ Excreção renal / Sistemas hormonais atuantes INTRODUÇÃO Cátion intracelular mais abundante; 90 (98)% intracelular e 10 (2)% extracelular; Extracelular: 3,5 a 5 mEq/L (3,9 A 4,7 mEq/L); Musculo esquelético. Função: Metabólica; Propriedades eletrofisiológicas; Potencial transmembrana; Condução nervosa > musculo > cardíaco Riella, M. C. INTERPRETAÇÃO DO POTÁSSIO PLASMÁTICO Capacidade total do potássio = soma de todos os ânions e outros grupos químicos fora do LEC e capazes de reter K ou ligarem-se a estes; Depleção de K: Perdas grastrintestinais ou renais, sem ingesta adequada. Excesso de K: Mais comum: diminuição da capacidade _ Insuficiência renal aguda Caquexia ou jejum prolongado. K total __________ Capacidade do K K total __________ Capacidade do K Riella, M. C. Potássio sérico Potássio total Considerações Normal ( 3,5 – 5 mEq/L) 55 mEq/ Kg (3500mEq) 2,5 – 3,5 mEq/L Redução 10%: 200-400mEq Assintomático/ reposição oral < 2,5 mEq/L Redução 15-20% ou mais: 400-700mEq Reposição mais agressiva <1,8-2 mEq/L Difícil prever > 4,5 -6 mEq/L > 200mEq INTERPRETAÇÃO DO POTÁSSIO PLASMÁTICO REGULAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO INTERNA DE POTÁSSIO INSULINA Entrada para as células; Correção da hipercalemia; Ativação da Na-K-ATPase; Ativação do cotransportador Na-H; Hipercalemia estimula liberação de insulina; TTO da cetoacidose diabética; DM: hipercalemia após as refeições; GLUCAGON Hipercalemia; Liberação de K pelo fígado; REGULAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO INTERNA DE POTÁSSIO CATECOLAMINAS Estímulo B2-adrenérgicos: Hipocalemia; Na-K-ATPase; Glicogenólise>hiperglicemia>insulina; Uso de B-bloq. > Hipercalemia Def. insulina; Insuf. Renal; Exercício; Adm KCl; Espironolactona (aldosterona). Epinefrina IV: hipercalemia aguda transitória; Estímulo a-adrenérgica: Hipercalemia; REGULAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO INTERNA DE POTÁSSIO ESTADO ÁCIDO-BÁSICO LISE CELULAR Lesões musculares / hemólise. Atividade física intensa; Raro: arritmia / morte súbita. OSMOLARIDADE DM: hiperglicemia> eleva osmolaridade E> desidratação celular > hipercalcemia. Riella, M. C. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. EXCREÇÃO RENAL 1. TFG K = TFG x [K]: Insuficiência renal; 2. Reabsorção: Túbulo Proxima / Pt. ascendente espessa da alça de Henle;; Cotransporte ativo (Na, Cl); 3. Secreção: Túbulos distais e coletores; 1/3; Células principais; Tardio : 6-8h GUYTON, A.C.; HALL, J.E. EXCREÇÃO RENAL GUYTON, A.C.; HALL, J.E. ALDOSTERONA GUYTON, A.C.; HALL, J.E. MEDCURSO, 2015. ALDOSTERONA GUYTON, A.C.; HALL, J.E. HIPOCALEMIA Causas/ Manifestações clínicas/ Diagnóstico/ Tratamento HIPOCALEMIA K < 3,5 mEq/L; 15-20% dos pacientes internados; 5% : GRAVE (<3 mEq/L); Frequentemente multifatorial; Baixa ingestão; Causas externas; Práticas (insulina, epinefrina, B2- adrenérgicos); CAUSAS 1. DESVIO TRANSCELULAR OU REDISTRIBUIÇÃO •Alteração estado ácido-básico; •Insulina; •Infusão de glicose; •B2-adrenérgicos; •Paralisia periódica hipocalêmica(raro); •Envenenamento por bário; •TTO anemias graves; •Hipotermia. 2. PERDAS GASTRINTESTINAIS Riella, M. C. CAUSAS 3. PERDAS RENAIS •Diuréticos (causa mais frequente na prática clínica); •Hiperaldosteronismo I (tumor ou hiperplasia adrenais) ou II (hipovolemia ou hipoperfusão renal); •Alterações tubulares (acidose tubular renal, síndrome de Fanconi, pielonefrite, fase poliúrica da necrose tubular aguda, etc); •Poliúria (diuréticos, DM, manitol); •Alterações genéticas (Síndrome de Bartter / Síndrome de Gitelman); •Ânions não reabsorvíveis (bicarbonato, penicilina); •Hipomagnesemia (diuréticos, diarreia) •Anfotericina B; 4. OUTRAS •Ingesta (<25mEq/dia); •Leucemia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Miócitos Cardíacos Arritmias Distúrbios de condução Músculo esquelético Paralisia hipocalêmica Músculo liso Íleo metabólico Nervos periféricos Parestesias Hiporreflexia Riella, M. C. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Sinais e sintomas mais comuns na aguda: oFraqueza muscular; oFadiga; oPalpitações; oDispneia; oParestesias, cãibras, hiporrreflexia; oConstipação, distensão abdominal. Forma crônica: oDiabetes insípido nefrogênico (polidipsia e poliúria); oNefropatia tubulointersticial (hipocalêmica); oNefropatia vacuolar (vacuolização das células epiteliais tubulares, fibrose intersticial e cistos medulares); oInsuficiência renal crônica; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Metabólicas : oAfeta metabolismo proteico > balanço nitrogenado; oMenor resposta das células beta do pâncreas à glicose > testes de tolerância à glicose alterados; oComprometimento da liberação de aldosterona e hormônio do crescimento; oAcidose intracelular e alcalose metabólica (H+); oHipocalcemia; Outras: oHipotensão arterial ortostática: SNA e diminuição da resistência vascular periférica; oTetania; oRabdomiólise; oEncefalopatia em portadores de doença hepática grave (NH3); oPielonefrite. HIPOCALEMIA _ ECG Riella, M. C. DIAGNÓSTICO 1) Redistribuição: Alcalose; Insulina; Aldosterona; Beta-adrenérgicos; 2) Déficit: Renal; Extra-renal. Gasometria venosa Cloro urinário 10mEq/dia Renina Aldosterona História clínica MEDCURSO, 2015. TRATAMENTO Leve/Moderada (K entre 3-3,5mEq/L) -Reposição EMPÍRICA de Cloreto de Potássio (KCl) entre 40-80mEq/dia -Preferência: Via oral Obs. Se o paciente estiver em dieta zero, enteral ou parenteral, a necessidade diária deve ser acrescentada à reposição TRATAMENTO Situações em que a Via Venosa é preferida: -Intolerância Gastrointestinal -Perdas Gastrointestinais -Hipocalemia grave TRATAMENTO Hipocalemia Grave (K < 3,0mEq/L) -Infusão de 10-20 mEq/h de KCl durante 8-12h (total de 120-160 mEq/) - RESPEITAR AS LIMITAÇÕES: não correr uma solução com mais de 40mEq/L numa veia periférica e nunca ultrapassar a velocidade de 40mEq/h TRATAMENTO Ao final da reposição, uma nova calemia deverá ser determinada Uma vez a calemia atingindo 3mEq/L, a reposição de manutenção será 40-80 mEq/dia, por via oral Se após 72h a calemia não melhorar com a reposição, deve-se suspeitar de depleção de magnésio Neste caso, indica-se a reposição de sulfalto de magnésio 2-3g/dia HIPERCALEMIA Causas/ Manifestações clínicas/ Diagnóstico/ Tratamento HIPERCALEMIA Identificada por um aumento da concentração plasmática de potássio acima dos valores normais (hipercalemia > 5,5 mEq/L) Retenção de Potássio HIPERCALEMIA Efluxo Celular HIPERCALEMIA - CAUSAS HIPERCALEMIA - CAUSAS HIPERCALEMIA – MANISFESTAÇÕES CLÍNICAS Frequentemente assintomáticas Podem variar individualmente, assim como podem ser influcienciadas por outros distúrbios eletrolíticos Neuromusculares: Elevações rápidas da calemia acima de 8mEq/L podem levar a paresia ou paralisia muscular HIPERCALEMIA – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Cardiovasculares: hipotensão,fibrilação ventricular, bradiarritmias e bloqueios, assistolia e parada cardíaca Principais alterações eletrocardiográficas: 1) Redução do Intervalo QT,com ondas T altas e apiculadas 2) Achatamento da onda P 3) Alargamento do QRS 4) Desaparecimento da onda P HIPERCALEMIA - DIAGNÓSTICO Aumento da concentração de K sem etiologia aparente e que não se repete em outras medidas – pseudo-hipercalemia Quando a dosagem alta se mantém em mais de uma amostra, deve-se investigar as causas de hipercalemia verdadeira e proceder as medidas terapêuticas HIPERCALEMIA - TRATAMENTO Hipercalemia Grave -K > 7,5 mEq/L -Qualquer calemia que provoque alterações eletrocardiográficas HIPERCALEMIA - TRATAMENTO Se ECG anormal: -Gluconato de Cálcio (não reduz a calemia, apenas estabiliza a eletrofisiologia cardíaca) -Pode ser administrado por via intravenosa, infudidos em 2-3 minutos -A dose inicial é de 1 ampola (10mL) de gluconato de cálcio a 10% -A dose pode ser repetida de 5-10min se não for observada resposta eletrocardiográfica -CONTRAINDICAÇÃO: intoxicação digitálica HIPERCALEMIA - TRATAMENTO Se ECG normal baixar os níveis de K -Glicoinsulinoterapia: Insulina Regular 10 U + glicose 50 g -Bicarbonato de Sódio (droga de escolha na parada cardiorespiratória por hipercalemia) -Beta-2-agonista inalatórios ( nebulizar com 10-20 gts fenoterol ou salbutramol) HIPERCALEMIA - TRATAMENTO Medidas definitivas: -Retirar toda a reposição de potássio, além de restringir o potássio da dieta; -Diurético de Alça (furosemida) -Resina de Troca (sorcal): promove a secreção de K em troca da absorção de Na ou Ca HIPERCALEMIA - TRATAMENTO Quando indicar a Diálise ? 1) Quando o paciente não estiver urinando (anúria ou oligoanúria) 2) Quando a hipercalcemia for refratária às medidas convencionais - Os dois tipos de diálise conseguem eliminar o excesso de potássio do plasma, porém a hemodiálise é mais rápida e eficaz REFERÊNCIAS EVORA PRB; REIS CL; FEREZ MA; CONTE DA & GARCIA LV. Distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico e do equilíbrio acidobásico – Uma revisão prática. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 451-469, out./dez. 1999. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006 RIELLA, Miguel Carlos. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos. Editora Guanabara, 2003. ROCHA, P.N; MENEZES, J.A.V; SUASSUNA, J.H.R. Avaliação Homodinêmica em pacientes criticamente enfermo. Salvador, 2010. http://sbn.org.br/utilidades/diretrizes-e-recomendacoes/
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