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Visão Jurídica da Regulação e 
Melhores Práticas em Estruturação de Editais e 
Contratos de Concessões Comuns e PPPs
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Sumário
1. Regulação de infraestrutura:
– Regulação: definição
– Características dos setores de infraestrutura
– O tratamento jurídico dos setores de infraestrutura e a regulação
– Fórmulas para desenvolvimento econômico e as desestatizações
– Desestatizações e as garantias de longo prazo para investimentos: marco regulatório e agências reguladoras
– Limites e objetivos jurídicos da regulação
2. Melhores Práticas para Estruturação de Licitações e Contratos de 2. Melhores Práticas para Estruturação de Licitações e Contratos de 
Concessões e PPPs
– Uma palavra sobre conluio, barreiras de entrada, captura e competição
– Foco no investidor adequado
– Eficiência em licitações de concessão e PPP
– Pré-qualificação?
– Qualificação técnica em setores maduros e imaturos
– Qualificação financeira em setores maduros, imaturos ou com novos entrantes
– Cumulação de exigências de garantia de proposta, patrimônio líquido e capital social
– Nível de detalhamento dos estudos
– Obrigações de publicidade e transparência
– O que significa melhores práticas para efeito de modelagem do contrato?
– Distribuição de riscos e equilíbrio econômico-financeiro
– Seguros e garantia de cumprimento de contrato
– A proteção dos financiadores
– Situações de inadimplemento ou conflito: step in rights, intervenção, mediação e arbitragem
– A extinção do contrato de concessão e PPP
O que se chama de regulação?
• Conceito amplo
• Toda forma de regramento sobre a produção, circulação e consumo de bens 
(supostamente não alcança o cerne dos contratos : o preço)
• Vínculos de atribuição (Direito de propriedade e similares)
• Relações de troca (Direito das obrigações e contratual)
• Poder de Policia (saúde, segurança e ordem)
• Direito do consumidor e direito antitruste e concorrencial
• Direito econômico (tabelamento ou congelamento de preços, Plano Econômicos Heterodoxos, Plano Real etc.)• Direito econômico (tabelamento ou congelamento de preços, Plano Econômicos Heterodoxos, Plano Real etc.)
• Conceito estrito
• Regulação da infraestrutura e serviços básicos:
• Acesso (entrada)
• Preço
• Qualidade
• Quantidade
• Associada no Brasil à reforma do Estado havida a partir do final da década de 
1980, que levou a desestatização de negócios nos setores de infraestrutura e 
criação das agências reguladoras
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O Setor de Infraestrutura - definição
• Mais estrita: infra-estrutura econômica
• Transportes - portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias e eclusas, metropolitano e de 
massa (metro, VLT, terminais de ônibus/metro/ferroviario) etc.
• Comunicações (telefonia fixa, cabo, infra-estrutura satelital, “backbone de internet”, rede
submarina) 
• Energia (distribuição, geração e transmissão)
• Águas e Saneamento, processamento e tratamento de esgoto, infra-estrutura de irrigação, 
infra-estrutura de controle de inundações e alagamentos
• Distribuição de Gás
• Processamento e disposição de lixo
• Mais abrangente: engloba infra-estrutura social
• Aparelhos da rede escolar e de saúde
• Excluida: infra-estrutura militar e de turismo
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O Setor de Infraestrutura –
características econômicas
• Projetos e empreendimentos com característica 
de capital intensivo para provimento de serviços
básicos
• Serviços básicos e seu relacionamento com desenvolvimento e com os Direitos Humanos
• Novas definições de desenvolvimento e relacionamento com os Direitos Humanos• Novas definições de desenvolvimento e relacionamento com os Direitos Humanos
• Impacto sobre o crescimento do PIB, e PIB per capita
• Impacto sobre a redução do Gini
• O problema do acesso e capacidade de pagamento
• As conseqüências da intensidade do capital requerido
• Projetos com prazos longos para amortização
• Necessidade de estruturas contratuais e iinstitucionais adequadas
• Conveniência muitas vezes de ser operado por quem investe
• Em vista das potenciais externalidades positivas/negativas e das necessidade de grandes
montantes de capital, envolvimento dos Governos
• Construção da Infra-Estrutura
• Operação direta
• Regulação
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O Setor de Infraestrutura –
características econômicas
• A necessidade de universalidade do serviço, implicou em construção de rede para a sua 
prestação
• A rede muitas vezes é um recurso essencial para prestar o serviço 
• Nem sempre é economicamente viável substituí-la, reimplantar, ou duplicar
• Sua construção foi feita ao longo de vários anos
• Incorpora recursos técnicos e componentes de diversos estágios de evolução tecnológica
• Tecnologias mais recentes permitem muitas vezes• Tecnologias mais recentes permitem muitas vezes
• Aumentar a capacidade/eficiência do uso sem substituição da rede antiga
• Utilização da rede por múltiplos prestadores de serviço 
• Monopólio natural
• Devido a existência de economias de escala, muitas vezes é mais eficiente a prestação do serviço por
uma única empresa
• Mercados com grandes barreiras econômicas para acesso
• Inviável muitas vezes a competição no mercado, e por isso competição pelo mercado
• Necessidade de “yardstick regulation”
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Setor de Infra-Estrutura e a visão 
jurídica brasileira 
(uma amostragem)
Características
Econômicas
Vínculo Tratamento Jurídico
Serviços básicos Essencialidade •Serviço público
• Obrigação de prestação adequada, segurança e 
continuidade (art. 6, da Lei 8.987 e outros) 
•Obrigações de universalização•Obrigações de universalização
Capital intensivo Tipificação de vínculos
estáveis, como
concessões, PPP
• Transferência em conjunto das atribuições de fazer o 
projeto, financiamento, construção, manutenção e 
operação
•Contratos de longo prazo
• Garantias de pagamentos
Monopólio natural Regime da não
exclusividade da
prestação
•Princípio da “busca de competição” e “yardstick 
regulation” (art. 29, XI, da Lei 8.987/95) 
•No mercado (art. 16, da mesma Lei), 
•Pelo mercado (art. 2 e varios outros da Lei 8.987/95)
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Tratamento Constitucional
Estadocomo regulador da atividade
econômica, por lei
(Art. 174, da CF)
Estado é responsável pelo
provimento dos serviços (art. 175, da
CF)
Atividade sujeita a livre iniciativa Serviço público
Investimento e 
Operação Direta
Delegação e 
Regulação a ente
privado pela via 
Exceção
Estado como
Investimento e Operação Privada, 
art. 170, da CF
Operação Direta
do Estado
privado pela via 
contratual
Estado como
operador, nos casos
de mopólio legal, 
imperativos da 
segurança nacional ou 
a relevante interesse 
coletivo., art. 177 e 
173, da CF
Poder de Policia
Restrição de direitos individuais para ordem, segurança e saúde
Regramento geral de atribuição e circulação 
de bens e serviços
Rótulo de serviço público é 
utilizado:
• antes para permitir a regulação forte
pela via contratual
• que para permitir a operação pelo
Estado ou por suas controladas
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Dois percursos para a regulação: um lógico e outro
histórico
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
Atividade Econômica
Atividade Estatal
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Regras de atribuição e 
circulação de bens e 
serviços (Códigos Civil e 
Comercial)
Poder de Polícia
Atividade
GovernamentalAtividade Sujeita a 
Livre Iniciativa
Regras de Direito
Público para
organização das 
atividades estatais
�Serviços Públicos
�Monopólio Legal
�Atuação direta por relevante
interesse social ou segurança
nacional
Espaço da Regulação
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• Consenso de 
Washington original
• Privatização
• Proteção dos direitos de propriedade
• Disciplina Fiscal
•Consenso de 
Washington estendido
•Governança corporativa
•Combate à corrupção
•Flexibilização do mercado de trabalho
•Adesão à OMC
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
• Disciplina Fiscal
• Reorientação das despesas públicas
• Desregulação
• Reforma tributária
• Liberação da taxa de juros
• Taxa de câmbio unificada e flutuante
• Liberalização do comércio
• Abertura para investimento estrangeiro
•Adesão à OMC
•Abertura prudente da conta de capital
•Adesão a princípios financeiros 
internacionais
•Regimes cambiais não intermediários
•Independência do Banco Central e 
metas de inflação
•Redes de proteção social
•Foco na redução de pobreza
Source: Dani Rodrik, One Economics, Many Recipes – Globalization, Institutions and Economic Growth, Princeton University, 2007
• Entre a substituição do investimento 
público e as questões fiscais
– Como a prioridade eram as questões fiscais, 
promoção do investimento esteve em 
segundo plano
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
• Objetivos da Desestatização
• Primários
• Atração de investimentos privado, 
especialmente para os setores de infra-
estrutura
• Aumento da capacidade e eficiência da 
produção
– Em primeiro plano estava
• Geração de receitas
• A desoneração do Estado dos investimentos
• Transferência de dívidas
– Não foi possível estender desestatização para 
setores ou segmentos da rede em que era 
necessário o pagamento de subsídio público 
• Art. 17, da Lei 8.987/95
• Rodovias, ferrovias, água e saneamento, habitação 
popular
• Implantação de projetos com estrutura econômica das 
concessões e que não configuram serviço público 
• Redução da dívida pública, usando as 
receitas da privatização para tanto
• Secundários
• Concentrar os esforços do setor público 
em atividades que a sua presença seja 
essencial
• Contribuir para o fortalecimento do 
mercado de capitais
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Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
� Estrutura Econômica dos 
Contratos
� Investimento na implantação/melhoria da 
infra-estrutura pelo setor privado
� Amortização e remuneração pela 
� Exigências para o Marco Jurídico
� Proteção contra expropriação injusta (especialmente
desapropriação e encampação)
� Possibilidade de transferir para o concessionário a 
realização dos projetos, construção, financiamento, 
operação e transferência dos bens ao final para o Poder
Público
� Possibilidade de realizar contratos de longo prazo para
prestação de serviços
� Amortização e remuneração pela 
exploração da infra-estrutura
� Necessidade de contratos de longo prazo
� O serviço é operado por quem investe na 
infra-estrutura:
• Incentivo para aumento da 
eficiência
• Fiscalização sobre o “output”
prestação de serviços
� Garantia de equilíbrio econômico-financeiro, 
especialmente contra alterações oportunistas do 
contrato
� Flexibilidade para definir matriz de riscos e sistema de 
equilíbrio econômico-financeiro no contrato
� Proteção da dívida em caso de término do contrato
� Remuneração do concessionário poder ser realizada
pela cobrança de tarifa, pagamento público, ou
exploração de receitas extraordinárias
� Arbitragem para garantia de rapidez e solução técnica
de conflitos
� Possibilidade de transferir receitas futuras do 
concessionário para os financiadores
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Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
O que se fez
•Entre os anos de 1990 e 2007 mais de U$ 1 trilhão foi gerado
com desestatizações (receitas e investimentos) nos países em
desenvolvimento
•A América Latina e Caribe foi a região que mais gerou
receitas/investimentos por decorrência de desestatizações (na
ordem de U$ 450 bilhões)
• Estima-se que isso era ¼ a 1/3 do volume anual de 
Fonte: Banco Mundial e PPIAF, PPI Project Database. (http://ppi.worldbank.org) Acesso em: 15/08/2008 e Fundo Monetário internacional (FMI), World 
Economic Outlook Database: Nominal GDP list of countries. Abril de 2008. Dados para o ano de 2007. 
Mundo 1990-2007
Receitas + Investimentos
 
(Milhões/US$)
-
50,000.00
100,000.00
150,000.00
200,000.00
250,000.00
300,000.00
350,000.00
400,000.00
450,000.00
500,000.00
Leste
Asiático e
Pacífico
Europa e
Ásia Central
América
Latina e
Caribe
Oriente
Médio e
Norte da
África
Sudeste
Asiático
África
Subsariana
América Latina e Brasil 1990-2007
Receitas+ Investimentos 
(Milhões/US$)
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10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
1 9
9 0
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9 2
1 9
9 4
1 9
9 6
1 9
9 8
2 0
0 0
2 0
0 2
2 0
0 4
2 0
0 6
América Latina (restante)
Brasil
• Estima-se que isso era ¼ a 1/3 do volume anual de 
investimento necessário
•Na década de 90, o Brasil foi o país em desenvolvimento que
mais gerou investimentos/receitas com desestatizações
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Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
O que se fez no Brasil? 
•Entre 1996 e 2001, o Governo reduziu intensamente sua participação em alguns setores de infra-estrutura
• Telecom e Ferrovias são atualmente praticamente controlados pelo setor privado
• Nos maiores portos, os terminais operados por entes privados já movimentammais de 50% das cargas
• Mais de 2/3 da distribuição e mais de 2/5 da geração de energia são realizados por empresas privadas
• No setor de rodovias, algumas das principais rodovias estão sob operação privada (ainda menos de 20% da malha• No setor de rodovias, algumas das principais rodovias estão sob operação privada (ainda menos de 20% da malha
pavimentada) 
• No setor de águas saneamento, controle privado ainda é marginal (8% da população é atendida pela iniciativa privada)
Brasil: Receitas Governamentais 1990-2007
29884.72
46%
29404.9
45%
4510.3
7%
1593.3
2%
Energia
Telecomunicações
Transporte
Água e Saneamento
Brasil: Investimentos 1990-2007
32720.83
28%
62689.6
54%
18951.15
16%
2115.064
2%
Energia
Telecomunicações
Transporte
Água e Saneamento
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Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
INSTRUMENTO EXEMPLOS BRASIL
Public Supply & Operation British Hospitais públicos
Police (UK)
Prestação direta
Corporatization Cedae 
German rail 
Empresas públicas
Management contracts* Ferrovias Bacias Hidrogáficas
Portugal
Contrato para operação
Portugal
Leasing Rostock Ferrovias de carga
Water (Germany)
Arrendamento/Concess
ão
Concession Concessões rodoviárias
Partnerships for Schools (UK)
Concessão / PPP
Build-operate-transfer (BOT) Telecom
Thames Water (UK)
Concessão / PPP
Build-own-operate (BOO) TUPs (portos)
Skytanking (India)
Permissão / 
Autorização/ Concessão 
Administrativa
Divestiture Cia Vale do Rio Doce
Air New Zeland
Privatização 
•Lâmina elaborada por Paulo Meira Lins, para o Curso de Direito de Infra-Estrutura, FGV, Direito-Rio
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
Lei nº 9.074/95
Lei nº 11.079/04
Lei de PPPs
Aplicação integral à estrutura jurídico-econômica das 
concessões comuns,
ressalvados dispositivos sobre
contraprestações públicas
Lei nº 9.491/97
Marco Regulatório Geral
Regras de outorga e prorrogações das 
concessões e permissões
Dispositivos específicos sobre serviços 
de energia elétrica
Lei nº 8.666/93
Aplicação supletiva da Lei de Licitações
Lei nº 8.987/95
Lei das Concessões
Lei nº 9.491/97
Regras e procedimentos relativos à 
desestatização (PND), que inclui delegação 
de serviços públicos 
Marco Regulatório Setorial
Petróleo
9478/97
Água e 
Saneamento
11445/07
Transporte
Aquaviário
10233/01
Telecom
9472/97
Transporte
Teerrestre
10233/01
Energia
10848/04
O gráfico sobre o marco regulatório geral foi elaborado por Paulo Meira Lins, para o Curso de Direito de Infraestrutura, FGV, Direito-Rio
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
� Agências Reguladoras
� Entidade integrante da Administração Pública (geralmente autarquia), mas 
supostamente dotada de autonomia e independência
� Administrativa – dirigentes têm mandato
� Estrutura técnica separada da da Administração Direta
� Independência financeira: deveria ter fontes de receita supostamente independentes 
do orçamento geraldo orçamento geral
� Incidência dos Princípios Gerais do Direito Administrativo na sua atividade
� Princípio da Legalidade 
� Princípio da Impessoalidade 
� Princípio da Eficiência 
� Princípio da Proporcionalidade
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
• Princípios Incidentes
sobre a Prestação de 
Serviços Públicos:
• Adequação
• Continuidade
• Regularidade
• Missões substanciais dos
Reguladores
• Buscar a universalização do acesso ao
serviço
• Estipular nivel de qualidade e segurança
a serem seguidos
• Estimular a competição, quando
• Missão procedimental
dos reguladores: 
• criar um processo e 
procedimento regulatório que
assegure
• Independência
• Transparência
• Generalidade
• Modicidade Tarifária
Serviço Adequado
Política Tarifária
Licitação
Contrato de Concessão
Extinção
• Estimular a competição, quando
possível
• Quando não for possível competição, 
regulação que produza efeitos de 
competição (incentivo para geração de 
ganhos de eficiência e transferência de 
parte desse ganho para os
consumidores)
• Reduzir custos de informação (para
minorar as assimetrias de informação)
• Criar incentivos para melhoria do 
desempenho dos agentes
• Criar estruturas de preço que
contribuam para a realização da
eficiência econômica
Proteção ao
Interesse Público
• Previsibilidade
• Ampla participação
• Credibilidade
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
• Continuidade: 
– A prestação do serviço público 
deve ser feita sem interrupções
– Exceções devem estar previstas em 
lei. 
– Art. 6º, §3º: I – motivos de ordem
técnica ou segurança das 
instalações; II – inadimplemento
do usuário, considerado interesse
da coletividade.
• Segurança:
– Adoção de técnicas conhecidas para 
redução do risco de danos causados 
pela prestação do serviço
• Generalidade: 
– Universalização da oferta do serviço 
aos potenciais usuários
– Não impede limitação quantitativa na 
operação do serviço
• Atualidade:
da coletividade.
• Regularidade: 
– Prestação do serviço público de 
acordo com normas, regras e 
condições preestabelecidas 
aplicáveis
• Eficiência / Cortesia:
– Satisfação da necessidade dos 
usuários com a menor onerosidade 
possível
• Cortesia na prestação do serviço: 
– Respeito à dignidade do usuário
• Atualidade:
– A manutenção de técnicas 
ultrapassadas de prestação do serviço 
pode gera ineficiência
– Melhora no serviço deve compensar 
possíveis reflexos na política tarifária
• Modicidade Tarifária:
– Relação entre vantagens auferidas 
pelos usuários e tarifas deve ser 
satisfatória
– Tarifa deve ser reduzida o suficiente 
para permitir aos usuários potenciais 
a efetiva fruição do serviço
Lâmina utilizou como base lâmina semelhante elaborada por Paulo Meira Lins, para o Curso da Direito de Infraestrutura, FGV, Direito-Rio
Fórmulas para
desenvolvimento
Desestatização: 
garantias para
investimento de longo
prazo
Marco Regulatório Agências Reguladoras
Limites Jurídicos da
Regulação
•Regulação da tarifa
– Regime de custo e regime de preço de 
serviço
– Cobrança diferenciada em função de 
características técnicas e custos para 
prestação a segmentos de usuários
– Como alocar os custos fixos da 
prestação? Como distribuir os ganhos 
de escala?
• Regime da não-exclusividade
– Competição como instrumento para 
transferência de ganhos para o usuário e para o 
Poder Público
– A regra é a ausência de exclusividade (art. 16)
– A exclusividade como exceção ocorre por 
motivos técnicos ou econômicos: 
impossibilidade de prestação em regime de 
competição
– Exigência de regulação que produza o efeito da 
concorrência (yardstick regulation)
de escala?
– Subsídios cruzados
– Deflator tarifário para transferência de 
ganhos de eficiência setoriais (fator X 
da fórmula de reajuste)
– Reajustes para manutenção do valor 
real da tarifa 
– Revisões para manutenção da 
atualidade do serviço e recomposição 
do equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato
– Receitas alternativas
– Serviço gratuito alternativo como 
condição para cobrança tarifária?
• Nível de detalhamento dos estudos
– Lei 8.987/95, art. 18, inc. XV, exige “elementos 
do projeto básico que permitam sua plena 
caracterização”
• Interpretação no sentido de indicadores
de resultado do serviço e estimativas
paramétricas
– NBR 13.531:1995, e Manual ASBEA de 
Concepção de Produtos
• Estudo Preliminar (NBR) ou Concepção 
do Produto (ASBEA)
• Anteprojeto (NBR), ou Definição do 
Produto (ASBEA)
• Projeto Básico ou Projeto Pré-Executivo 
(NBR) ou Identificação e Solução de 
Interfaces (ASBEA)
• Projeto Executivo (NBR), ou Projeto de 
Detalhamento de Especialidades 
(ASBEA)
Lâmina utilizou como base lâmina semelhante elaborada por Paulo Meira Lins, para o Curso de Direito da Infraestrutura, FGV, Direito-Rio
Sumário
2. Melhores Práticas para Estruturação de Licitações e Contratos
de Concessões e PPPs
– Uma palavra sobre conluio, barreiras de entrada, captura e competição
– Foco no investidor adequado
– Eficiência em licitações de concessão e PPP
– Pré-qualificação?
– Qualificação técnica em setores maduros e imaturos
– Qualificação financeira em setores maduros, imaturos ou com novos entrantes
– Cumulação de exigências de garantia de proposta, patrimônio líquido e capital social
– Nível de detalhamento dos estudos
– Obrigações de publicidade e transparência
– O que significa melhores práticas para efeito de modelagem do contrato?
– Distribuição de riscos e equilíbrio econômico-financeiro
– Seguros e garantia de cumprimento de contrato
– A proteção dos financiadores
– Situações de inadimplemento ou conflito: step in rights, intervenção, mediação e 
arbitragem
– A extinção do contrato de concessão e PPP
Análise do mercado e foco na obtenção do 
investidor adequado
� Verificação do perfil do investidor e operador que melhor 
atenderia aos interesses públicos implicados no projeto
� Mapeamento do mercado e levantamento de informações 
sobre tais investidores e operadoressobre tais investidores e operadores
� Definição dos requisitos de qualificação econômico-
financeira e jurídica
Ciclo vicioso e como evitá-lo
Barreiras à 
competição
Captura/
Conluio
23
Captura/
Corrupção
� Temas clássicos na literatura da teoria da regulação econômica, teoria dos 
leilões, teoria da organização industrial
� Conluio e captura/corrupção: prova é difícil
� Barreiras à competição/entrada
� São objetivas, podem ser objeto de análise
� Há interesse dos potenciais atingidos em “denunciar”
� Uma vez resolvidas, diminuem ou eliminam a possibilidade de conluio e captura 
Eficiência na licitação de 
desestatização
• Garantir contratação de operador capaz de prestar o serviço 
adequadamente, por preço adequado
• Garantir igualdade na competição entre os capazes para 
prestar o serviço
24
prestar o serviço
– Evitar barreiras de mercado, e por conseqüência conluio, corrupção e 
captura
• Garantir transparência e publicidade
• Garantir segurança jurídica na estruturação do processo
Pré-qualificação?
� Art. 114, da Lei 8.666/93, permite pré-qualificação
� Pré-qualificação geralmente se define pela divisão do procedimento de habilitação 
em duas fases:
� A primeira com entrega ao Poder Público apenas dos documentos de pré-qualificação
� A segunda após entrega ao Poder Público dos documentos de proposta, conjuntamente 
com os documentos da habilitação
� Muito raramente é justificável separar a entrega dos documentos de habilitação dos 
documentos da proposta
� Somente em casos excepcionais em que a inexistência de pré-qualificação, desestimula os 
agentes sérios de entrar na licitação
� Problema da separação: permite a delimitação do universo de participantes antes 
da entrega das propostas, facilitando eventuais conluios
Premissa para setores tecnicamente
maduros
� Definição clara dos indicadores de resultado e sistema de 
pagamentos e multas adequado 
� Contrato de longo prazo onde o ente privado tende a arcar 
com as conseqüências da sua imperícia técnicacom as conseqüências da sua imperícia técnica
� Suposição de que o ente privado contratará expertise técnica 
disponível no mercado após licitação
� Desloca foco da licitação para a capacidade financeira do 
licitante
Problemas com as licitações de técnica em
setores com alguma maturidade técnica
� Lei 8.666 e cultura em torno dela exige que
– Qualificação técnica
• Seja objetiva, e se reporte ao que o licitante fez no passado
– Atestado técnico operacional
– Atestado técnico profissional
• Problemas: 
– Nada diz sobre a qualidade do trabalho feito no passado– Nada diz sobre a qualidade do trabalho feito no passado
• Tendência:
– atestados técnicos profissionais
– Proposta técnica
• Seja objetiva, se traduza em indicadores objetivos
– Não é admissível entrevistas ou informações que a comissão venha a ter for a dos 
estritos limites do procedimento formal sobre a qualidade técnica do proponente
• Problema: 
– nem sempre a boa proposta espelha a qualidade do seu futuro executor
• Tendência: 
– Incluir instrumentos de certificação de qualidade exterior
– Exigência de qualificação formal das pessoas que trabalharão no negócio
Licitações de técnica em setores não
maduros
� Expertise técnica rara mas já certificada, com atores limitados
– Exigir que pelo menos um membro do consórcio tenha a expertise que é 
central para cumprimento do contrato
– Criar limiar técnico mínimo, e a partir disso, competição por preço
� Expertise técnica ainda inexistente ou de difícil certificação local� Expertise técnica ainda inexistente ou de difícil certificação local
– Focar a qualificação técnica nos parâmetros internacionais de certificação; 
e,
– Se fizer sentido estimular o mercado local, estabelecer obrigação de 
formação de consórcio com empresas locais, por meio da exigência de que
já operam na região
Qualificação econômico-financeira
� Tradicionalmente
– Além das certidões padrão, exigência de balanços auditados e de índices
econômico-financeiros
• Liquidez geral ou corrente
• Endividamento geral
• Solvencia Geral
– Montante de capital social ou patrimônio líquido
� Problemas em setores novos
– Balanços não são auditados
• Dados não são confiáveis e não produzem uma base comum que assegure a equidade do 
da análise, portanto, índices não são confiáveis
– Montante de capital social e patrimônio líquido por si só não significam rigidez
financeira
� Sinais de capacidade financeira
– Aporte relevante de capital na SPE, como condição de assinatura do contrato
– Apresentação de seguros de performance relevantes, como condição de 
assinatura do contrato
– Exigência de apresentação de carta de bancos dizendo da disposição definanciar o concessionário
Qualificação econômico-financeira – outras
discussões
� Possibilidade de culminar exigência na habilitação de garantia de 
proposta, patrimônio líquido, ou capital social
� Importância da qualificação financeira nas desestatizações e 
“aplicabilidade no que couber” da lei de licitações
� Jurisprudência do TCU
� Pacificada no sentido de impossibilidade de exigir para Lei 8.666/93
� Em concessões e PPP não tem impedido a cominação de exigências
� Exemplo: 7 lotes de concessões rodoviárias e BR 116/324
� Exceção: subconcessão da Ferrovia Norte-Sul
� Decisões do STJ e TJSP
� Nosso conselho: culminar as exigências quando achar cabível
Garantia de proposta: forma, momento de 
abertura e impacto na competitividade da
licitação
� O problema do momento de abertura
� Incluída entre documentos de habilitação no procedimento tradicional
� Inversão de fases, levaria a abertura de proposta para o final
� Lógica da abertura da garantia de proposta
� Interpretação tradicional de que é direito de escolha do participante da 
licitação a forma de garantia
Contudo exercício desse direito requer regulamentação no edital � Contudo exercício desse direito requer regulamentação no edital 
� Entendimento de que o princípio da eficiência e razoabilidade torna 
possível à Administração limitar a escolha dos participantes
� A questão do preço e da suposta possibilidade de limitação do mercado
� para seguros garantia de proposta, para coberturas por 180 dias, no valor R$20 
milhões, no setor de concessão rodoviária, o preço para nomes investment
grade em escala local estava em torno de 10bps, ou seja 0,1%, em março de 
2010 
Garantia de proposta: títulos públicos
� Títulos públicos e a exigência do art. 56, § 1°, inc. I
� Emissão escritural, mediante registro em sistema centralizado de 
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil
� Avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo 
Ministério da Fazenda
� Interpretação como valor de mercado� Interpretação como valor de mercado
� Necessidade de criar estrutura para avaliação
� Risco de tratamento desigual
� Sugestão: edital só pedir títulos líquidos: Letras do Tesouro Nacional – LTN, 
Letras Financeiras do Tesouro - LFT, Notas do Tesouro Nacional – série C – NTN-
C, Notas do Tesouro Nacional – série B principal – NTN-B Principal, ou Notas do 
Tesouro Nacional – série F – NTN-F
� O problema da checagem e atualização dos valores, e 
complementação/redução da garantia
Garantia de proposta: seguro garantia, 
fiança bancária e caução em dinheiro
� Seguro garantia e fiança bancária
� Uniformização das condições, por meio de cláusulas, que sigam as 
normas da SUSEP e Banco Central
� Circular SUSEP n° 232, de 3 de junho de 2003, que regulamenta as condições dos 
contratos de seguro-garantia
� O problema da inexeqüibilidade e do rating de crédito
� Sugestão: requerer� Sugestão: requerer
� no caso de seguradora e resseguradora – que seja uma instituição com classificação 
de força financeira de longo prazo, em escala nacional, superior ou igual a “Aa2.br”, 
“brAA” ou A(bra), conforme divulgado pelas agências de risco Moody’s, Standard & 
Poors ou Fitch, respectivamente. 
� no caso de instituição financeira – que seja uma instituição financeira com 
classificação de rating nacional de longo prazo (no caso de fiança bancária) ou força 
financeira em escala nacional (no caso de seguro-garantia) superior ou igual a 
“Aa2.br”, “brAA” ou A(bra), conforme divulgado pelas agências de risco Moody’s, 
Standard & Poors ou Fitch, respectivamente.
� Caução em dinheiro
� Requer acordo com banco para receber depósito em conta vinculada
� Comprovante do depósito é incluído no envelope da garantia de 
proposta
Obrigações de publicidade e 
transparência
� Disponibilização dos estudos
� Estudos técnicos
� Estudos jurídicos e financeiros
� Audiência
� Consulta� Consulta
� “Road show”
� Informal (consultores)
� Formal (consultores e Governo)
� Após disponibilização dos estudos e minutas de documentos
� Garantir possibilidade a todos os potenciais participantes de participar do road show
� Discussão sobre a participação do Governo
Plano de negócios: faz sentido exigir
� Várias formas: metodologia de execução, anexo da proposta
econômica, parte da proposta técnica
� Dois ângulos de análise
� Coerência interna
� Aderência a realidade
� Dificuldades de análise� Dificuldades de análise
� Problema clássico da assimetria de informações
� Problema do “proposteiro”
� Recomendação:
� Contrato que estabelece indicadores de serviço claros
� Não requerer o plano de negócios na licitação, ou
� Requerer apenas a título de informação, como documento necessário
para assinatura
Nível de detalhamento dos estudos: o 
caso das edificações
� Lei 8.987/95, art. 18, inc. XV, exige “elementos do projeto 
básico que permitam sua plena caracterização”
� Interpretação no sentido de indicadores de resultado do serviço e 
estimativas paramétricas
� NBR 13.531:1995, e Manual ASBEA de Concepção de 
Produtos
� NBR 13.531:1995, e Manual ASBEA de Concepção de 
Produtos
� Estudo Preliminar (NBR) ou Concepção do Produto (ASBEA)
� Anteprojeto (NBR), ou Definição do Produto (ASBEA)
� Projeto Básico ou Projeto Pré-Executivo (NBR) ou Identificação e 
Solução de Interfaces (ASBEA)
� Projeto Executivo (NBR), ou Projeto de Detalhamento de 
Especialidades (ASBEA)
Nível de detalhamento dos estudos: 
estudo preliminar
1) Estudo Preliminar (NBR) ou Concepção do Produto (ASBEA)
� Levantar um conjunto de informações jurídicas, legais, programáticas e técnicas; 
dados analíticos e gráficos objetivando determinar as restrições e possibilidades que 
regem e limitam o produto imobiliário pretendido. 
� Estas informações permitem caracterizar o partido arquitetônico e urbanístico, e as 
possíveis soluções das edificações e de implantação dentro das condicionantes 
levantadas.levantadas.
� Esta fase está subdividida nas seguintes etapas:
a) Levantamento de Dados
b) Programa de Necessidades
c) Estudo de Viabilidade
� Nestas fases podem ser produtos: 
(i) Planilhas quantitativas e qualitativas com os dados e as necessidades do projeto;
(ii) Análises gráficas do imóvel (potenciais e restrições);
(iii) Estudo de massas e croquis esquemáticos de implantação do projeto arquitetônico;
(iv) Análise das restrições e possibilidades legais, técnicas e físicas;
(v) Análise preliminar macro e paramétrica da viabilidade técnico-financeira.
Nível de detalhamento dos estudos: 
anteprojeto
2) Anteprojeto (NBR), ou Definição do Produto (ASBEA) 
� Desenvolver o partido arquitetônico e demais elementos do empreendimento, 
definindo e consolidando todas as informações necessárias a fim de verificar sua 
viabilidade física, legal e econômica bem como possibilitar a elaboração dos 
Projetos Legais.
� Esta fase está subdividida nas seguintes etapas:� Esta fase está subdividida nas seguintes etapas:
a) Estudo Preliminar
b) Anteprojeto
c) Projeto Legal (opcional)
� Nesta fase podem ser produtos: 
(i) Conceituação e plantas baixas esquemáticas de todos os níveis;
(ii) Corte transversal e longitudinal;
(iii) Elevações das fachadas principais;
(iv) Perspectivas externas e internas;
(v) Simulações e estudos básicos do layout interno;
(vi) Considerações e conceituação quanto às premissas e necessidades para instalações prediais;
(vii) Estimativa macro de custos.
Outras características da licitação
� Inversão de fases da licitação
� Realização de licitação internacional e leilão em Bolsa
– Transparência, segurança e atração de empresas de todo o mundo
com o objetivo de aumentar a competição
� No caso de PPP
– correção de erros formais
– possibilidade de leilão em viva-voz entrelicitantes cujos preços são 
até 20% maiores que a melhor proposta escrita
Medida Provisória n. 495/10 e seus
impactos na licitação
� Criação de critérios de desempate e preferências em
licitações para “serviços nacionais” e “bens manufaturados
nacionais” fundado na “promoção do desenvolvimento
nacional”
� Critérios de desempate: o fato dos bens ou serviços serem� Critérios de desempate: o fato dos bens ou serviços serem
� produzidos no Brasil
� produzidos ou prestados por empresas brasileiras
� produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e 
no desenvolvimento de tecnologia no País
� Preferência
� Serviços nacionais
� Bens manufaturados nacionais
Medida Provisória n. 495/10 e seus
impactos na licitação
� Compreensão e aplicação da preferência: depende de 
regulamentação, mas os seguintes limites decorrem da sua 
configuração legal
� a preferência é para serviços e bens objeto do contrato em licitação 
que serão produzidos no Brasil, e não para empresas brasileirasque serão produzidos no Brasil, e não para empresas brasileiras
� a preferência, portanto, só aplica a casos em que o serviço ou bem 
pode ser produzido ou prestado de fora do Brasil ou do Brasil 
(portanto, em regra não se aplicará aos serviços públicos)
� A preferência não pode levar em conta a nacionalidade das 
empresas: ela se aplica a empresas nacionais ou estrangeiras que 
vão prestar os serviços ou produzir os bens a partir do Brasil
� A preferência não pode ser aplicada na qualificação ou na proposta 
técnica. Só se aplica à proposta de preço.
3. A estruturação de contratos
de concessões e PPPs
Características do Contrato
� Contrato baseado em indicadores qualitativos e quantitativos
– Fiscalização sobre os resultados e não sobre os insumos
– Maior espaço para produção de ganhos de eficiência
� Sistemas de remuneração claros e eficientes� Sistemas de remuneração claros e eficientes
– Vinculação do sistema de remuneração aos indicadores de resultado
• Utilização da lógica da “exceção de descumprimento do contrato ao invés das 
multas
– Ex. desconto do reequilíbrio
– Desenvolvimento de sistemas tarifários mais eficientes
• Sistema desenvolvido para o projeto da BR 116/324, baseado nos estudos da
AASHTO
O que é eficiência na estrutura do 
contrato?
� Desestatização é feita para gerar e repartir ganhos de eficiência trazidos
pela operação privada
� Muito dos contratos não geram os incentivos para isso, e se perdem ao
longo do contrato oportunidades de geração de ganhos de eficiência
� Para os nossos fins, o objetivo é gerar um contrato que produza os
incentivos para geração dos ganhos de eficiência
� Isso vai abrir espaço para uma outra discussão e outra pergunta que não
responderemos completamente aqui: como repartir esses ganhos?
Características do Contrato
� Seguros e garantia de cumprimento do contrato
– Protege o patrimônio público e a continuidade dos serviços contra 
ocorrências imprevistas
– Facilita a execução de multas
– Valores vinculados aos valores dos bens e/ou aos valores dos 
investimentosinvestimentos
• Segue curva ascendente no final do contrato para incentivar a reversão dos 
bens de acordo com as condições previstas no contrato
– Seguradora e resseguradora, com força financeira de longo prazo, 
em escala nacional, superior ou igual a “Aa2.br”, “brAA” ou A(bra), 
conforme Moody’s, Standard & Poors ou Fitch, respectivamente
Características do Contrato
� Gerenciamento de inadimplementos e conflitos
– Intervenção
• o uso atual
• um único caso: CEMAR
• necessidade de regulamentação da função de interventor para além do previsto
na Leina Lei
• previsão da assunção dos poderes societários da concessionária
– Step in rights
• alinhamento do interesse dos financiadores com o do Poder Público
• descumprimento dos contratos de financiamento
• descumprimento do contrato de concessão
– Arbitragem
Características do Contrato
� Financiamento e garantias aos financiadores
– Cessão dos créditos futuros
– Proteção da dívida no caso de encampação e caducidade
� Desapropriações e realocações involuntárias
– Possibilidade de seguir os Princípios do Equador para as desapropriações e 
realocações involuntáriasrealocações involuntárias
� Acompanhamento das informações financeiras e contábeis da concessionária
pelo poder público
– Contabilidade da SPE de acordo com as regras da CVM
– Provimento de informações contábeis e financeiras trimestrais
– Provimento para o poder público de informações e análises financeiras dos 
financiadores sobre a concessionária
Características do Contrato
� Matriz de riscos clara e seguindo as melhores práticas
internacionais
– Diretriz: repartição objetiva de riscos entre as partes
– Não há critério legal
� Critérios para distribuição dos riscos
– Critério 1– Critério 1
• Quem pode, a um custo mais baixo, reduzir as chances de que o prejuízo venha a se 
materializar ou, não sendo isso possível, mitigar os prejuízos resultantes?
• Normalmente, essa parte é aquela que tem maior controle sobre os riscos em 
questão ou sobre suas conseqüências
– Critério 2
• Não se deve atribuir riscos para agentes econômicos que podem externalizar suas 
perdas
– O Estado pode transferir todos os seus custos para os contribuintes
– Perdas sofridas pelo Erário não induzem a uma administração mais eficiente de custos
– Critério 3
• é mais eficiente que o Estado assuma o risco quando
– os riscos não encontrarem cobertura no mercado
– os prêmios forem proibitivos
Um exemplo de Matriz de Riscos
SPE Governo
Atraso na Construção / Tecnologia 
de Construção 
x
Atraso no Pagamento de Tarifas x
Criação ou mudança de impostos e 
exigências legais, exceto imposto de 
renda
x
Custo de Construção x
Custos e despesas relacionadas ao 
reassentamento
x
SPE Governo
Inflação, taxa de câmbio, custo de 
dívida e taxa de juros 
x
Manifestações sociais até 15 dias 
em 12 meses ou até 90 dias desde a 
assinatura do contrato (cumulativo)
x
Manifestações sociais superiores a 
15 dias em 12 meses ou superiores 
a 90 dias desde a assinatura do 
contrato (cumulativo)
x
Matriz de riscos simplificado do Projeto do Pontal, Petrolina, Pernambuco, de acordo com modelagem
desenvolvida pelo IFC – International Finance Corporation
reassentamento
Decisão (legal, administrativa ou 
arbitral) que impeça SPE de receber 
ou reajustar tarifas de acordo com o 
contrato
x
Descumprimento, pelo poder 
concedente, de obrigações 
contratuais ou regulamentares que 
causem prejuízo à SPE
x
Força Maior caso haja cobertura de 
seguros no Brasil
x
Força Maior caso não haja 
cobertura de seguros no Brasil
x
contrato (cumulativo)
Mudança no escopo dos serviços, 
diretrizes técnicas mínimas ou no 
plano de ocupação solicitadas pelo 
Governo 
x
Ocupação das terras x
Passivos Ambientais x
Perda/furto x
Perdas geradas por defeito oculto x
Permissões e autorizações X
Recusa no pagamento de tarifas x
Características do Contrato
� Equilíbrio econômico-financeiro
– Reinterpretação da visão tradicional para beneficiar o setor público
– Estabelecimento de mecanismos para
• Compensar os poderes extraordinários do poder público
• Os eventos de compensação (“compensation events”)
• A readequação a condições e preços de mercado (“benchmarking”)
� Dimensão procedimental
– Processos anuais de reajuste de preços 
– Revisões ordinárias (periódicas, por ex. a cada 2, 5 anos etc.)
– Revisões extraordinárias 
Características do Contrato
� Metodologia desenvolvida recentemente para reequilíbrio no 
setor rodoviário
– Metodologia do fluxo de caixa marginal
– O concessionário só podepedir reequilíbrio nos casos em que o risco do 
evento causador do desequilíbrio estiver expressamente alocado ao
poder público
– Utiliza custos e receitas incrementais produzidos pelo evento que– Utiliza custos e receitas incrementais produzidos pelo evento que
desequilibrou o contrato
– Utiliza custos de mercado
– Utiliza taxa de desconto que é um “proxy” atualizado da taxa de retorno
do projeto
Extinção do Contrato
� Indenização em caso de extinção antecipada do contrato
� Entendimento da indenização por bens reversíveis utilizados na prestação do serviço 
não amortizados 
� Cobertura da dívida em qualquer caso, mesmo no caso de caducidade
� Cobertura do retorno privado em caso de término antecipado sem culpa do 
concessionário (encampação e rescisão)
� O contrato deve estabelecer indenização prévia a assunção dos serviços pelo Poder 
Público em todo caso, exceto nos casos de caducidadePúblico em todo caso, exceto nos casos de caducidade
� Permissão que indenizações sejam pagas diretamente a financiadores
� Definição dos bens reversíveis
� Ideal seria fazer enumeração taxativa, mas isso é geralmente inviável
� Bens indispensáveis para a prestação do serviço, mais enumeração não taxativa
� Exigência que conste dos contratos que garantem ao concessionário o uso dos bens a 
previsão de transferência para o Poder Público, em caso de término do contrato, com 
transferência dos direitos e obrigações do concessionário para o Poder Público
Biografia resumida do 
professor
Mauricio Portugal Ribeiro – Sócio do Prado, Dias, Portugal Ribeiro, escritorio especializado
em projetos de infraestrutura, mestre em direito (LL.M.) pela Harvard Law School, e professor da
Graduação da Direito-Rio, Faculdade de Direito da FGV – Fundação Getúlio Vargas, Professor de
Cursos de Pós Gradução do GV Law, na Faculdade de Direito da FGV-São Paulo, Professor da SBDP
– Sociedade Brasileira de Direito Público.
Foi Head of Infrastructure Advisory for Brazil at IFC – International Finance Corporation
(2008-2011), Chefe (“Director”) para os Setores de Infra-Estrutura e Setor Público, no Citibank
Brasil (2007-2008), Conselheiro de Administração da CHESF (2005-2007), da CEG (2005-2007), e da
ACESITA (2006-2007), Chefe da Unidade de PPP do Governo Federal (2005-2007), e Consultor do
Banco Interamericano de Desenvolvimento/Ministério do Planejamento para elaboração da minutaBanco Interamericano de Desenvolvimento/Ministério do Planejamento para elaboração da minuta
de Lei de PPP, que se tornou a Lei 11.079/04 (2004). Foi um dos redatores da parte da Lei
11.096/06, que reformou a Lei n. 8.987/95 (a Lei Geral de Concessões).
As suas principais publicações são o livro “Concessões e PPPs: melhores práticas em editais e
contratos”, Editora Atlas, São Paulo, 2011, 197 pp. e o livro “Comentários à Lei de PPP –
fundamentos econômico-jurídicos”, Malheiros Editores, São Paulo, 2007, 477pp, esse último em
co-autoria com Lucas Navarro Prado. Participou como palestrante de diversas conferências,
seminários, cursos sobre participação privada em infra-estrutura, e como consultor no
desenvolvimento de diversos projetos, vários deles inovadores, para participação privada em
setores de infra-estrutura
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