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Aula 4 - esbelecimento empresarial

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3. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
3.1. conceito;
 			3.2. natureza;
 			3.3. elementos;
 			3.4. a proteção ao ponto: locação empresarial
 				3.4.1. requisitos;
 				3.4.2. exceção de retomada;
 				3.4.3. ação renovatória;
 				3.4.4. indenização do ponto;
 			3.5. alienação do estabelecimento empresarial
 				3.5.1. a questão da sucessão;
 				3.5.2. trespasse e locação empresarial;
 				3.5.3. cláusula do não restabelecimento;
 			3.6. resumo: empresa, empresário. Sócio. Estabelecimento empresarial. Fundo de comércio. Ponto. Trespasse.
Conceito: estabelecimento empresarial é o conjunto de bens que o empresário reúne para a exploração de sua atividade econômica.
REPETITIVO. PENHORA. IMÓVEL. SEDE. EMPRESA. 
A Corte Especial, ao julgar o REsp submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Res. n. 8/2008-STJ, reafirmou que a penhora de imóvel no qual se localiza o estabelecimento da empresa é, excepcionalmente, permitida, quando inexistem outros bens passíveis de penhora e desde que não seja servil à residência da família. O art. 649, V, do CPC, com a redação dada pela Lei n. 11.382/2006, dispõe que são absolutamente impenhoráveis os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão. A interpretação teleológica do mencionado artigo, em observância aos princípios fundamentais constitucionais da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, III e IV, da CF/1988) e do direito fundamental de propriedade limitado a sua função social (art. 5º, XXII e XXIII, da CF/1988), legitima a inferência de que o imóvel profissional constitui instrumento necessário ou útil ao desenvolvimento da atividade objeto do contrato social, máxime quando se tratar de pequenas empresas, empresas de pequeno porte ou firma individual. O estabelecimento preceituado no art. 1.142 do CC/2002 compreende o conjunto de bens materiais e imateriais necessários ao atendimento do objetivo econômico pretendido, entre os quais se insere o imóvel onde se realiza a atividade empresarial. A Lei n. 6.830/1980, em seu art. 11, § 1º, determina que, excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre o estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, regra especial aplicável à execução fiscal, cuja presunção de constitucionalidade, até o momento, não restou ilidida. Destarte, revela-se admissível a penhora de imóvel que constitui parcela do estabelecimento industrial, desde que inexistentes outros bens passíveis de serem penhorados. Consequentemente, revela-se legítima a penhora, em execução fiscal, do bem de propriedade do executado onde funciona a sede da empresa individual, o qual não se encontra albergado pela regra de impenhorabilidade absoluta, ante o princípio da especialidade ( lex specialis derrogat lex generalis). Precedentes citados: AgRg nos EDcl no Ag 746.461-RS, DJe 4/6/2009; REsp 857.327-PR, DJe 5/9/2008; REsp 994.218-PR, DJe 5/3/2008; AgRg no Ag 723.984-PR, DJ 29/5/2006, e REsp 354.622-SP, DJ 18/3/2002. REsp 1.114.767-RS , Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2/12/2009.
• Estão abrangidos no conceito bens corpóreos móveis e imóveis e também bens incorpóreos.
BENS – Corpóreos: A sede da empresa, terrenos, depósitos, maquinários para a produção de seus produtos, matéria-prima, mercadorias, estoques;
Incorpóreos: A marca, o nome empresarial, a patente, o ponto comercial, etc.
Em caso de desapropriação, o poder público deve indenizar o proprietário do imóvel e o locatário titular do estabelecimento.
A proteção jurídica do estabelecimento visa á preservação do investimento realizado na organização da empresa (atividade econômica).
O estabelecimento empresarial adquire um valor agregado, que no meio empresarial é chamada de “goodwill”, em virtude da técnica e organização;
O valor agregado no meio jurídico chama-se fundo de comércio, ou fundo de empresa, que é o sobrevalor nascido da atividade organizacional da sociedade empresária.
	Estabelecimento Empresarial
Conjunto de bens para explorar a atividade econômica
	 ≠
	Fundo de Empresa/Fundo de Comércios
O valor que se agregou ao conjunto > atinge um sobrevalor
Ex: Aquisição de uma farmácia pronta, bem sucedida, ou de todos os bens individualmente: 
Paga-se mais pela organização, o conjunto com o emprego da organização e da técnica do que os seus bens individuais valorizados pelo mercado.
Quanto ao fundo de empresa, anote-se os dizeres do Prof. Fran Martins, verbis:
 		"O comerciante, pessoa física ou jurídica, realizando a função econômica de fazer com que circulem os bens, se utiliza de vários elementos para o exercício de sua atividade. Tais elementos, sejam corpóreos, sejam incorpóreos, têm por finalidade facilitar o exercício da profissão comercial atraindo fregueses para quem a exerce. Sendo inúmeras as espécies de atividades comerciais, naturalmente variam os meios empregados pelos comerciantes nas mesmas. Em todas elas, entretanto, há uma finalidade comum: os elementos empregados pelos comerciantes para exercerem com sucesso as suas atividades sempre visam a atrair a freguesia. A tais elementos dá-se o nome de fundo de comércio. E porque, sejam corpóreos, sejam incorpóreos, todos eles são empregados pelos comerciantes com aquela finalidade, um tratadista já definiu o fundo de comércio como sendo 'o direito a uma clientela'. Na realidade, se o comerciante vive da especulação, como intermediário entre o produtor e o consumidor, suas atenções principais se voltam para esse último, que lhe vai proporcionar lucros nas operações realizadas. Para isso se utiliza o comerciante de vários meios, dando ao seu negócio uma organização que possibilita a realização de operações vantajosas. É ao conjunto dos meios empregados para esse fim aos elementos de que dispõe para exercer as suas atividades, que se chama de fundo de
comércio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A noção de fundo de comércio como uma propriedade incorpórea do comerciante, capaz de ser objeto de alienação, foi destacada, pela primeira vez, na França, na lei fiscal de 28 de fevereiro de 1872. Na Itália, a expressão usada é azienda ; na Espanha, hacienda ; e na Inglaterra, goodwil . Na Alemanha, as expressões equivalentes são Geschaft ou Handelsgeschaft .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 Integram o fundo de comércio elementos incorpóreos e corpóreos, utilizados pelos comerciantes nas suas atividades. Cada um desses elementos possui valor próprio, que se reflete no patrimônio do comerciante. Servem eles à exploração comercial e podem alguns deixar de existir em determinados ramos de negócio. Contudo, cada
comerciante possui um fundo de comércio, ou seja, o meio utilizado para exercer as suas atividades, adquirindo esse meio um valor patrimonial.
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Forma-se o fundo de comércio de elementos incorpóreos e corpóreos, todos eles servindo ao exercício do comércio pelo comerciante. Como elementos incorpóreos destacam-se: a) a propriedade comercial, ou seja, o direito ao local em que está sediado o estabelecimento; b) o nome comercial, composto de firma ou denominação; c) os acessórios do nome comercial, ou seja, o título do estabelecimento e as expressões ou sinais de propaganda; d) a propriedade industrial, isto é, os privilégios de invenção, bem como os privilégios dos modelos de utilidade e dos desenhos e modelos industriais, os direitos de uso de marcas de indústria de comércio ou de serviços e das indicações de proveniência; e) a propriedade imaterial, ou seja, o aviamento, que pode consistir na reputação e crédito do comerciante ou na boa qualidade e variedade de seus produtos etc. Como elementos corpóreos temos os bens móveis,sejam os utilizados pelo comerciante para aparelhar o seu estabelecimento, tais como as vitrinas, armações,
prateleiras, mobiliário, balcões etc., sejam as mercadorias e produtos que servem ao seu negócio. Integram, também, o fundo de comércio, como elementos corpóreos, os bens imóveis pertencentes à empresa comercial. Segundo se depreende do exposto, compõe o fundo de comércio um conjunto de coisas perfeitamente individualizadas e autônomas, que se congregam, pela vontade do comerciante, a fim de possibilitá-lo a exercer o seu comércio, servindo de instrumentos de suas atividades. Dessas coisas, algumas naturalmente se destacam, servindo a cada comerciante em particular de elemento preponderante do seu negócio. Como um bem incorpóreo, uma universalidade de fato, esse fundo de comércio pode ser alienado pelo comerciante, no todo ou em parte."
 			Portanto, o que se tem, na realidade, é que o denominado "good will", usualmente uma propriedade imaterial, é, na conceituação acima, do próprio titular da empresa, traduzida no seu talento, capacidade e reputação.
 			- Natureza do Estabelecimento Empresarial
O Estabelecimento Empresarial é uma coisa. Não é sujeito de direito. Integra o patrimônio da sociedade.
Estabelecimento Empresarial (coisa) ≠ sociedade empresária (sujeito de direito) ≠ empresa (atividade econômica)
Na hipótese de existir mais de um estabelecimento, cada um deles é o domicílio para os atos nele praticados ≠ efeito falimentar > principal estabelecimento.
O ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL PODE SER OBJETO DE VENDA UNITÁRIO (art. 1143 C.C.), conhecida como sendo trespasse, que é a compra e venda de todo o conjunto ou complexo de bens.
CONDIÇÕES DO TRESPASSE: arts. 1144, 1145 e 1146 C.C.
3.4 – Cláusula do não restabelecimento – art.1147, CC.

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