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Educação para a Democracia no Brasil

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Estrutura e Organização da 
Educação Brasileira
Autor: Lindolfo Anderson Martelli
Tema 03
Educação para a Democracia
seç
ões
Tema 03
Educação para a Democracia
Como citar este material:
MARTELLI, Lindolfo Anderson. Estrutura e 
Organização da Educação Brasileira: Educação para 
a Democracia. Caderno de Atividades. Valinhos: 
Anhanguera Educacional, 2014.
SeçõesSeções
Tema 03
Educação para a Democracia
5
Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
•	 As origens históricas da escola pública.
•	 A importância das políticas educacionais voltadas para a democracia.
•	 As responsabilidades da escola diante da missão de formar para o mercado e para a 
cidadania.
•	 As tensões entre os grupos defensores da escola pública e aqueles defensores da 
escola privada. 
•	 As principais políticas educacionais da história recente do Brasil. 
•	 As legislações educacionais contemporâneas.
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Educação Escolar: Políticas, 
Estrutura e Organização, dos autores José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e 
Mirza Seabra Toschi, editora Cortez, 2012, PLT 748.
Roteiro de Estudo:
Lindolfo Anderson MartelliEstrutura e Organização da Educação Brasileira 
6
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
•	 Como é organizado e estruturado o sistema de ensino brasileiro?
•	 Quais os princípios da educação brasileira?
•	 Qual a importância da educação voltada para a formação cidadã? 
•	 Qual o reflexo da política na educação?
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Educação para a Democracia
O último século foi extremamente importante no que diz respeito a expansão, 
aprimoramento, reconhecimento e aplicação das ideias pedagógicas. Esse período 
é marcado pela quebra de paradigmas, pela evolução tecnológica, pela emergência do 
pluralismo e da diversidade e pela construção de uma sociedade voltada para a equidade 
e garantia de direitos. O grande marco de todo este processo foi a Revolução Francesa 
em 1789, resultado da derrubada do Ancien Régime, de iniciativa popular e com interesses 
voltados para conquistas de cidadania. 
As lutas por uma sociedade mais justa, que rompesse com a visão da aristocracia, na 
qual somente as classes mais altas e prestigiadas tinham acesso aos bens culturais e 
consequentemente à educação formal, iniciaram muito tempo antes, ainda com os ideais 
iluministas, defendidos por muitos filósofos. À medida que o tempo passou, a educação foi 
deixando de ser um privilégio de poucos, um direito das elites, e passou a introduzir a base 
da pirâmide social nas práticas educativas, formais ou não. 
As reivindicações de uma escola leiga, gratuita e universal, que nasceram com as revoluções 
que transpassaram os séculos XVIII e XIX, foram sentidas com maior efeito no século XX e XXI. 
A ambição iluminista da emancipação humana, da construção de uma sociedade sustentada 
LEITURAOBRIGATÓRIA
7
LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA
em direitos e equidade, que valoriza a autonomia dos sujeitos no pensar e no agir, tem sido 
a base para a construção da sociedade mais justa e democrática que se tem construído 
no último século. Como resultado de todos os ideais surgidos nos séculos anteriores, a 
sociedade viu a ampliação do direito das mulheres, das minorias étnicas, a diminuição do 
analfabetismo, o sufrágio universal, a defesa dos direitos do cidadão, do trabalhador, das 
crianças e até mesmo dos animais e da natureza. Muitos conflitos ocorreram para que 
direitos e mudança de concepções ocorressem na sociedade ocidental, sejam eles político-
econômicos, ideológicos, como os conflitos entre socialismo e comunismo, sejam culturais, 
científicos e tecnológicos, como os promovidos pelas ciências, por movimentos sociais de 
contestação, de feministas, de direitos humanos, os anticoloniais, os contraculturais, entre 
outros. 
Segundo Aranha (2006, p. 240), o século XX foi marcado pelo avanço das ciências e 
das tecnologias, em que o progresso e o conforto se expressaram pelo refinamento 
da racionalidade técnica. A autora lamenta o fato de que é inerente deste tempo uma 
racionalidade que despreza os valores vitais, quando deixa prevalecer o interesse econômico 
e a visão estritamente utilitarista e consumista, embora sejam excepcionais as conquistas 
desta época. 
A sociedade pós-moderna viu o neoliberalismo se expandir por meio de uma economia 
globalizada, em que acordos comerciais e políticos são realizados entre as nações sem que 
se levem em consideração questões importantes como a distribuição da riqueza mundial, 
a luta por direitos humanos e serviços básicos como saúde, segurança e educação. Tais 
acordos geralmente privilegiam interesses de países hegemônicos, daí as críticas dos 
países periféricos e grupos da sociedade civil que defendem uma política globalizada mais 
democrática e pluralista. A partir da década de 1980 surgiram muitas instituições que buscam 
uma solução para os problemas que afetam determinados segmentos da sociedade e que 
não representam nem o Estado nem a iniciativa privada: são as chamadas Organizações 
Não Governamentais (ONGs). 
Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), quando a educação deixa de ser centralizada nas 
mãos do Estado e passa a ser assumida pela iniciativa privada ou pela comunidade civil, 
revela-se um discurso de que a qualidade da educação deve prevalecer em detrimento da 
obtenção da cidadania. 
A ênfase sobre as questões da qualidade do ensino revela, contraditoriamente, 
certo desprezo pelas questões políticas e sociais que condicionam o sucesso 
do aluno e a obtenção da cidadania [...] A argumentação de que a esfera 
8
privada é detentora de maior eficiência enfraqueceu os serviços públicos e 
levou à privatização desenfreada de serviços educacionais, principalmente na 
educação superior. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 148).
As mudanças ocorridas na pós-modernidade, na política, na economia e na cultura 
provocaram alterações no mundo do trabalho, na família, nas relações entre as pessoas, 
nos comportamentos individuais e coletivos, no consumo e também na forma como o 
conhecimento é transmitido, seja na educação formal, seja na informal. Na emergência 
de uma sociedade plural, em que o conceito de verdade é fluido, manifesta-se cada vez 
mais a necessidade de que a educação assuma um caráter político, como instrumento de 
transmissão da cultura e formação da cidadania. Em outras palavras, os projetos educacionais 
devem favorecer a formação do cidadão crítico, que conhece seus direitos e deveres, que 
compreende quais são os mecanismos adotados pelas elites para a reprodução de valores 
e representações que excluem a maioria. 
A educação hoje precisa conciliar duas orientações, a formação para o mundo do trabalho e 
a formação humanista. Para Aranha, um dos principais desafios da escola é equilibrar estas 
responsabilidades: 
Ainda hoje a escola procura o prumo entre as duas orientações da educação 
para o trabalho e a educação humanista, que têm configurado o dualismo 
escolar, responsável pela perpetuação da desigual repartição dos saberes. Ou, 
ao contrário, diante de uma sociedade tecnocrática, a escola é mantida como 
prisioneira do objetivo de preparação para o mercado de trabalho, descuidando-
se da formação integral e da consciência crítica. (ARANHA, 2006, p. 245). 
Seguindo a mesma linha de raciocínio, Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) questionam sobre 
o papel do Estado na sociedade contemporânea em relação a sua responsabilidade diante 
da educação. Os autores entendem que desde a década de 1980 existe uma tendência em 
minimizar o papel do Estado diante das suas responsabilidades básicas como provedor de 
saúde, segurança e educação. Não se podediscutir educação sem se remeter a questões 
econômicas, políticas e sociais, daí os questionamentos: ausentando-se o Estado de suas 
responsabilidades com educação pública, como e onde formar, então, o trabalhador? É 
função da escola formar especificamente para o trabalho ou ela constitui espaço de formação 
do cidadão partícipe da vida social? 
Essas questões norteiam as discussões promovidas por Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) 
em torno da educação. Para os autores, é importante retroceder no tempo e buscar 
explicações para esses questionamentos na história da estrutura e da organização da 
LEITURAOBRIGATÓRIA
9
LEITURAOBRIGATÓRIA
educação brasileira. Como ponto de partida para a discussão sobre o papel do Estado na 
educação, os autores se remetem ao início do processo de industrialização do Brasil na 
década de 1930. 
De maneira geral, os ideais iluministas e as propostas educacionais do século refletiram na 
Constituição Republicana de 1891. Em seu texto eram endossados a educação escolarizada 
e o ensino para todos. Embora à elite estivesse reservada a continuidade dos estudos, 
sobretudo científicos, para o povo ficava restrito o ensino elementar e profissional. A 
União responsabilizava-se pela educação superior e secundária, e os estados pelo ensino 
fundamental e profissionalizante. 
A industrialização acelerada em países ricos ainda no século XIX e em alguns países 
periféricos como o Brasil no início do século XX promoveram muitas mudanças estruturais 
na sociedade principalmente no mundo do trabalho: expansão industrial, ampliação do 
comércio, diversificação das profissões técnicas e dos quadros burocráticos, a organização 
dos negócios, acelerada urbanização e explosão demográfica. Os Estados precisaram 
enfrentar esse cenário com uma estrutura burocrática organizada e centralizadora. 
Na década de 1930 ocorreu o processo de consolidação do capitalismo industrial no Brasil, 
que exigiu do Estado uma nova postura em relação à educação para atender ao novo 
cenário que se apresentava. O modelo oligárquico agroexportador é suplantado pelo 
modelo nacional-desenvolvimentista. Com a crise do café provocada pelo crash de 1929, 
o Brasil investiu no crescimento do mercado interno resultando em uma maior oportunidade 
para o setor industrial. Esse foi um período em que o ensino foi grandemente incentivado 
pelo Estado com intuito de atender à burguesia urbana que exigia acesso à educação. O 
Ministério da Educação e da Saúde Pública fora criado em 1930, e o ministro Francisco 
Campos buscou oferecer uma estrutura de ensino mais orgânica aos ensinos secundário, 
comercial e superior. 
A chamada Reforma Francisco Campos, iniciada em 1931 demonstrou certo desapreço 
pela educação elementar, ao centralizar as iniciativas políticas educacionais nos níveis 
secundário, universitário e comercial. Adepto da Escola Nova, Campos imprimiu uma 
orientação renovadora nos diversos decretos de 1931 e 1932. Segundo Aranha, a postura 
conciliadora de Campos atendeu também a interesses que não correspondiam aos anseios 
escolanovistas, e sobre os decretos comenta: 
Pode-se dizer que, pela primeira vez, uma ação planejada visava à organização 
nacional, já que as reformas anteriores tinham sido estaduais. Os decretos 
10
que efetivaram a reforma Francisco Campos, além dos que dispunham sobre 
o regime universitário, trataram da organização da Universidade do Rio de 
Janeiro, da criação do Conselho Nacional de Educação, do ensino secundário 
e comercial. (ARANHA, 2006, p. 305).
Desde a chegada dos jesuítas no Brasil, a Igreja Católica sempre esteve interessada em 
promover sozinha o projeto educacional no país. Os ideais republicanos e as políticas 
educacionais emergentes não agradavam os pensadores católicos, que criticavam a 
tendência laica instalada pela República. 
Os liberais democráticos eram simpatizantes da Escola Nova, nascida na Europa e nos 
Estados Unidos, e estavam determinados a transformar a sociedade por meio da educação. 
Para os escolanovistas, a ênfase da educação não deveria recair sobre a acumulação do 
conhecimento, mas na capacidade de aplica-los às situações vividas. Dai a importância da 
pedagogia de Dewey para a divulgação destes ideais. 
Como resultado dos ideais liberais na educação, em 1932, um grupo formado por 26 
educadores lançou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando 
de Azevedo, destacando-se os nomes de Anísio Teixeira e Lourenço Filho, entre outros 
conceituados educadores da época. Esse Manifesto é muito importante na história da 
educação brasileira porque representa a tomada de consciência da defasagem existente 
na educação. A proposta trazida no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova era de uma 
escola pública única, laica, obrigatória e gratuita. Para esse grupo de educadores, o Brasil 
não tinha uma “cultura própria” ou até mesmo uma “cultura geral” (FAUSTO, 2006, p339). 
Os “pioneiros” defendiam uma ampla autonomia técnica, administrativa e 
econômica do sistema escolar para livrá-lo das pressões e interesses transitórios. 
Sustentando o princípio da unidade do ensino, distinguiam entre a unidade 
o centrismo “estéril e odioso”, gerador da uniformidade. Lembravam que as 
condições geográficas do país e a necessidade de adaptação das escolas às 
características regionais impunham a realização de um plano educativo que 
não fosse uniforme em todo o país, embora a partir de um currículo mínimo 
comum. (FAUSTO, 2006, p. 340). 
No que se refere à educação, o governo de Getúlio Vargas foi centralizador. As reformas 
educacionais levadas a cabo pelos ministros Francisco Campos e Gustavo Capanema 
buscavam promover valores tradicionais relacionados à família, à religião, ao trabalho e 
sobretudo à pátria. A nação moderna, defendida por Vargas, deveria centralizar no Estado 
todas as decisões que envolvessem as “massas”. Daí o controle tecnoburocrático de 
toda a gestão, com forte ênfase nacionalista na busca de implantar uma cultura oficial do 
LEITURAOBRIGATÓRIA
11
regime. O historiador Bóris Fausto (2006, p. 337) reitera que os ministros do governo Vargas 
buscaram organizar a educação de cima para baixo, sem envolver uma grande mobilização 
da sociedade, impregnando valores hierárquicos, conservadores, nascidos da influência 
católica, mas com o cuidado de evitar o formato de doutrinação fascista
O autoritarismo do Estado Novo está explicito na proposta curricular dos cursos elementares 
e secundários ao reafirmar a importância da educação física, do ensino da moral católica e 
da educação cívica pelo estudo da História e da Geografia do Brasil. No ensino primário, o 
objetivo da educação era formar o “sentimento patriótico” e, no secundário, a “consciência 
patriótica” (HILSDORF, 2003, p. 100). 
Em 1934 assume o Ministério da Educação e Saúde o ministro Gustavo Capanema, um dos 
principais articulares políticos e ideológicos das políticas implementadas por Getúlio Vargas. 
Incumbido de propor um projeto cívico-pedagógico que estivesse alinhado aos interesses 
do Estado nacional segundo os quais saúde, educação e cultura deveriam caminhar juntas 
para a execução do ideário nacionalista. A partir da breve Constituição Federal de 1934, 
a educação foi concebida como um direito de todos, devendo ser ministrada pela família 
e pelos poderes públicos. Partes dos interesses presentes no Manifesto dos Pioneiros da 
Educação foram absorvidas pela constituição; além disso, o Governo Federal passou a 
assumir novas atribuições educacionais, como: traçar diretrizes da educação nacional, 
controlar, supervisionar e fiscalizar o cumprimento das normas federais. 
Na gestão do ministro Gustavo Capanema ganharam destaques as chamadas “Leis Orgânicas” 
editadas entre 1942 e 1946. A chamada de Reforma Capanema reforçava o caráter 
descentralizador da educação, desobrigando o Estado a manter e expandiro ensino público, 
ao mesmo tempo em que decretava reformas de ensino industrial, comercial e secundário. 
Entre as leis aprovadas destacam-se: Lei Orgânica do Ensino Industrial (1942), Lei Orgânica 
do Ensino Secundário (1942), Lei Orgânica do Ensino Comercial (1943), Lei Orgânica do 
Ensino Primário (1946), além da criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
(SENAI). Romanelli analisa as legislações da gestão do ministro Capanema e conclui: 
A legislação acabou criando condições para que a demanda social da educação 
se diversificasse apenas em dois tipos de componentes: os componentes dos 
estrados médios e altos, que continuaram a fazer opção pelas escolas que 
“classificam” socialmente, e os componentes dos estratos populares, que 
passaram a fazer opção pelas escolas que preparavam mais rapidamente 
para o trabalho. Isso evidentemente, transformava o sistema educacional, de 
um modo geral, em um sistema de discriminação social. (ROMANELLI apud 
ARANHA, 2006, p. 309). 
LEITURAOBRIGATÓRIA
12
Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), teve início a chamada República 
Populista, que se estendeu desde a deposição de Getúlio em 1945 até o golpe militar em 
1964. O país retornou ao estado de direito, com governos eleitos democraticamente. A 
Constituição de 1946 é resultado do processo de redemocratização do país, após a ditadura 
de Vargas. Esse foi um período extremamente importante no campo da educação, pois 
marcou novamente a luta por uma educação laica. Em 1948 o ministro Clemente Mariani 
apresentou o anteprojeto da Lei de Diretrizes e Bases, baseado em um trabalho realizado 
por educadores escolanovistas orientados por Lourenço Filho. De um lado estava o discurso 
católico, que defendia a “liberdade” das famílias em escolher a melhor educação para seus 
filhos, de outro, estavam os chamados “pioneiros da educação nova” que defendiam a 
escola pública. 
Em 1959, sob a liderança de Fernando de Azevedo e outros 189 intelectuais e educadores, 
fora assinado o “Manifesto dos Educadores Mais uma Vez Convocados”. Diferente 
do “Manifesto” de 1932, embora com as mesmas diretrizes pedagógicas, admitiam 
a permanência de duas redes de ensino, a particular e a pública, sendo que as verbas 
públicas deveriam ser destinadas exclusivamente para a educação popular. Entretanto as 
discussões se estenderam até a promulgação da Lei n. 4.024 (LDB) publicada em 1961 que 
definiu que os recursos públicos deveriam atender tanto à rede pública quando às escolas 
privadas. Fora determinado ainda que cada estado organizasse seu próprio sistema de 
ensino. 
A União dispensará a sua cooperação financeira ao ensino sob a forma de: 
[...] c) financiamento a estabelecimentos mantidos pelos estados, municípios 
e particulares para compra, construção ou reforma de prédios escolares e 
respectivas instalações e equipamentos de acordo com as leis especiais em 
vigor. (BRASIL, 1961, art. 95). 
Durante os anos de 1964 a 1985 os brasileiros viveram o medo gerado pela supressão do 
estado de direito promovido pelo golpe de Estado liderado pelos militares. Esse período 
foi marcado pela nova centralização das decisões no âmbito das políticas educacionais. 
Uma das primeiras iniciativas autoritárias promovidas pelo regime foi a repressão a todo e 
qualquer movimento estudantil. Entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) 
foram colocadas na ilegalidade, proibindo-se qualquer manifestação política por parte 
dos estudantes. Aranha (2006, p. 314) menciona que naquele período as escolas de grau 
médio foram obrigadas a transformar os grêmios estudantis, sob orientação do professor 
de Educação Moral e Cívica. Já no ensino secundário fora introduzida a disciplina de 
Organização Social e Política Brasileira, e nos cursos superiores, a de Estudos de Problemas 
LEITURAOBRIGATÓRIA
13
Brasileiros. O período de 1964 a 1974 não se caracteriza somente pelo autoritarismo, mas 
também pela realização de reformas institucionais na educação sob a Lei n. 5.540/1968, 
que se refere à Reforma do Ensino Superior, e sob a Lei n. 5.692/1971, que diz respeito à 
Reforma do Ensino de 1o e 2o graus. 
Com a Lei n. 5.692, de 1971, os anos de escolarização obrigatória passaram para 8 
(oito), abrangendo a faixa etária de 7 a 14 anos. Passou a existir a obrigatoriedade de 
uma habilitação profissional para todos que cursassem o chamado 2o grau. O objetivo do 
ensino de 1º e 2º graus voltou-se para a qualificação profissional e o preparo para exercer 
a cidadania. Para Jesus (2009), essa lei foi fundamentada em uma concepção tecnicista de 
educação, em que se enfatizava a quantidade, e não a qualidade, na formação profissional 
em detrimento da cultura geral.
Aranha (2006, p. 316) lembra que durante esse período diversos acordos entre o Ministério 
da Educação e Cultura foram realizados com a United States Agency for Internacional 
Development, pelos quais o Brasil receberia assistência técnica e cooperação financeira 
para a implantação de reformas educacionais. Esse acordo político mostra uma clara 
preocupação em atrelar o sistema educacional brasileiro ao modelo econômico dependente. 
De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), no início dos anos 1980 a ditadura militar 
mostrava sinais de esgotamento, iniciando-se o processo de retomada da democracia. 
A reorganização e o fortalecimento da sociedade civil, aliados à proposta 
dos partidos políticos progressistas de pedagogias e políticas educacionais 
cada vez mais sistematizadas e claras, fizeram com que o Estado 
Brasileiro reconhecesse a falência da política educacional, especialmente 
profissionalizante, como evidência à promulgação da lei n. 7.044/1982, que 
acabou com a profissionalização compulsória em nível de 2º grau. (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA, TOSCHI, 2012, p. 157). 
A partir de 1982 muitas ações concretas passaram a ocorrer após as eleições daquele ano, 
em que políticos de esquerda começaram a dar o tom do discurso educacional primando por 
uma gestão mais democrática na escola, com a participação docente, dos colaboradores, 
alunos e da comunidade como um todo. Como grandes conquistas decorrentes das propostas 
políticas na área da educação, destacam-se o fim das taxas escolares, a criação de escolas 
de tempo integral e a organização sindical de professores (LIBÂNEO; OLIVEIRA, TOSCHI, 
2012, p. 159).
LEITURAOBRIGATÓRIA
14
Em 1985, terminou o governo militar e começou a Nova República. Com a morte trágica 
do presidente eleito, Tancredo Neves, assumiu o seu vice José Sarney. Nesse momento, 
o país completou seu processo de redemocratização, o que significou a reorganização 
e o fortalecimento da sociedade civil. Fruto da retomada democrática, foi promulgada a 
Constituição de 1988, conhecida também como Constituição Cidadã, pois estabelece a 
educação como um direito social. Em linhas gerais, ela forneceu o arcabouço institucional 
necessário às mudanças na educação brasileira. 
Em 1990 foi eleito para presidente Fernando Collor de Mello. Em 1992, ele foi obrigado a 
renunciar ao cargo por protagonizar escândalos de corrupção e promover mudanças sem 
precedentes na vida econômica dos cidadãos brasileiros (VIEIRA; FARIAS, 2007). Entre 
os programas desenvolvidos ainda em seu governo, destaca-se o Programa Nacional de 
Alfabetização e Cidadania, divulgado em 1990.
De acordo com Covac (2010, p. 117), a política educacional adotada com a eleição de 
Fernando Henrique Cardoso para Presidente da República, concebida em princípios 
neoliberais, consolidou uma nova fase na prestação dos serviços públicos. O Estado 
deixou de ser um Estado executor, intervencionista e monopolista, e passou a ser um 
Estado regulador, que fixa a regras disciplinadoras da ordem econômica para ajustá-la 
aos ditames da justiça social. O Estado brasileiro passou a atender a quatro finalidades: 
redução do tamanho do Estado; redefinição do seupapel regulador; recuperação da 
capacidade financeira e administrativa de implementar; aumento da governabilidade 
ou da capacidade política do governo de intermediar interesses, garantir legitimidade 
e governar. Nesse contexto, em termos de estruturação e reorganização da educação 
brasileira, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Lei n. 
9.394, de 20 de dezembro de 1996.). Essa lei apresenta os princípios, fins, direitos e 
deveres para com a educação, a organização e as incumbências das diferentes esferas 
do poder público; os níveis e as modalidades de ensino – educação básica (educação 
infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação superior, educação especial, 
educação de jovens e adultos e educação profissional.
Como toda lei, a LDB está longe de ser tudo de que se precisa para dar andamento a uma 
reforma educacional, o que significa que nem tudo o que ela traz foi implantado. Apesar 
das inovações propostas pela LDB, o Brasil não conseguiu proporcionar o acesso a uma 
educação de qualidade. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
15
Vieira e Farias (2007) destacam que a legislação de 1996 tem ampla repercussão sobre o 
sistema escolar. O governo assumiu a definição da política educacional como tarefa de sua 
competência, descentralizando sua execução para os estados e municípios. Porém, ainda 
ficam centralizadas no âmbito federal as decisões sobre currículo e avaliação.
No que se refere ao Plano Nacional de Educação, o primeiro foi implantado em 1962, cujas 
coordenadas foram estabelecidas pela LDB de 1961. Esse plano apresentava metas a 
serem alcançadas em oito anos, porém não se constituiu em lei. De acordo com Libâneo, 
Oliveira e Toschi (2012), somente em 2001 foi aprovado pelo Congresso Nacional, por 
meio da Lei n. 10.172, o Plano Nacional de Educação, que se refere a todos os níveis e 
modalidades de ensino. Foi o primeiro a ser submetido à aprovação do Congresso.
Ao resgatar o processo histórico de formulação políticas educacionais, remete-se às 
discussões no campo político, econômico, social e cultural e às tensões entre propostas 
liberais e conservadoras. Percebe-se que ideais como a educação para a cidadania e a 
construção de uma sociedade democrática estão em jogo durante toda a história da república 
brasileira. Em todos os tempos existem conflitos de interesses envolvendo a qualidade do 
ensino, o seu financiamento e a sua abrangência. Nesse jogo de poder estão interesses 
de professores, grupos políticos, setores organizados da sociedade civil, grupos religiosos, 
entidades de classe e capitalistas. Em certa medida alguns se aproximam ou se distanciam 
da educação voltada para a cidadania e a construção de uma sociedade democrática, daí 
a importância de se entender, avaliar e questionar as atuais políticas. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
16
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Leia o artigo “As Políticas Educacionais no Brasil nos anos de 1990”, de Adriana Inácio 
Yanaguita.
Disponível em: <http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/
trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0004.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Esse artigo analisa as políticas educacionais dos anos 1990 e apresenta o cenário político-
econômico internacional da América Latina.
Leia o artigo “O Estado Brasileiro e a Política Educacional dos anos 90” de Vera Maria 
Vidal Peroni.
Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/23/textos/0508t.pdf>. Acesso em: 02 
jan. 2014.
Esse artigo enfatiza como estão se materializando, na política educacional, as redefinições 
do papel do Estado.
Leia na íntegra o Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores 
(1959).
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4707.pdf>. Acesso 
em: 02 jan. 2014.
Esses documentos apresentam as propostas com aspirações democráticas de intelectuais 
liberais para a educação brasileira.
Leia a reportagem “John Dewey, o pensador que pôs a prática em foco”, escrita por Márcio 
Fáveri para a revista Nova Escola.
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/john-
dewey-428136.shtml>. Acesso em: 02 jan. 2014.
LINKSIMPORTANTES
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A reportagem fala sobre a vida e a obra do filósofo norte-americano John Dewey, que 
defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação 
emocional e intelectual das crianças.
Vídeos Importantes 
Assista ao vídeo “Escola Nova”.
Disponível em: <http://youtu.be/Lr5xe2LXoqs>. Acesso em: 02 jan. 2014.
O vídeo trata da Escola Nova, denominação dada à tendência do aprendizado pela 
experiência, surgida a partir das ideias de John Dewey. Na década de 1930, no Brasil, 
essas ideias serviram de base ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
Assista ao vídeo “Os Pioneiros, Entusiastas da Educação Nova”.
Disponível em: <http://youtu.be/CZenetG8tOs>. Acesso em: 02 jan. 2014.
O vídeo analisa a importância do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” de 1932. 
Escrito durante o governo de Getúlio Vargas, o Manifesto consolidava a visão de um 
segmento da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava 
a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da 
educação. Redigido por Fernando de Azevedo, dentre 26 intelectuais, entre os quais Anísio 
Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Roquette Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes 
Lima e Cecília Meireles. Ao ser lançado, em meio ao processo de reordenação política 
resultante da Revolução de 1930, o documento se tornou o marco inaugural do projeto de 
renovação educacional do país.
LINKSIMPORTANTES
18
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
Questão 1:
O último século foi extremamente importan-
te no que diz respeito a expansão, aprimo-
ramento, reconhecimento e aplicação das 
ideias pedagógicas. Explique quais são as 
contribuições dos ideais democráticos para 
a educação em todos os níveis.
Questão 2:
No fim da Primeira República, o país conti-
nuava sem um sistema nacional de educa-
ção. Assinale a primeira iniciativa governa-
mental em relação ao campo da educação 
na década de 1930:
a) Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova.
b) As reformas do ensino industrial, 
comercial e secundário.
c) A criação da Lei de Diretrizes e Bases 
n. 4.024/1961.
d) A Reforma Francisco Campos.
Questão 3:
Em 1932, um grupo de 26 educadores lan-
çou o Manifesto dos Pioneiros da Educa-
ção Nova, redigido por Fernando de Aze-
vedo e assinado por outros conceituados 
educadores da época. Nesse documento, 
foram propostas e defendidas muitas solu-
AGORAÉASUAVEZ
19
ções que, a partir de então, foram sendo 
aplicadas à educação brasileira. O Mani-
festo dos Pioneiros da Educação Nova de-
fendia uma escola:
a) Pública obrigatória, laica e privada.
b) Pública obrigatória, laica e gratuita.
c) Particular obrigatória, pública e 
profissionalizante.
d) Obrigatória, pública e flexível.
Questão 4:
A democracia brasileira ganhava grandes 
avanços em termos políticos, pois a Cons-
tituição se tornou a primeira a ser realizada 
por representantes da sociedade, diferen-
temente das anteriores, em que o governo 
impunha as Emendas Constitucionais que 
lhe convinham. O trecho faz referência à:
a) Constituição de 1934.
b) Constituição de 1937.
c) Constituição de 1946.
d) Constituição Federal de 1988.
Questão 5:
Muitos educadores foram não só persegui-
dos em funçãode posicionamentos ideo-
lógicos, mas calados para sempre; alguns 
outros se exilaram, outros se recolheram 
à vida privada e outros foram demitidos. 
Esse trecho se refere a que período?
a) República Velha.
b) Nova República.
c) Estado Novo.
d) Regime Militar.
Questão 6:
Reforma Capanema foi o nome dado às 
transformações projetadas no sistema 
educacional brasileiro em 1942, durante a 
Era Vargas, liderada pelo então Ministro da 
Educação e Saúde, Gustavo Capanema. 
Relacione o contexto político e econômico 
desse período com os objetivos da Refor-
ma de Capanema, decretada entre 1942 e 
1946. Registre suas considerações.
Questão 7:
Durante o Regime Militar, o Ministério da 
Educação e Cultura realizou acordos com 
a United States Agency for Internacional 
Development, conhecido como acordo 
MEC/Usaid. Quais eram os objetivos des-
ses acordos?
Questão 8:
O debate qualidade/quantidade na educa-
ção brasileira começou muito cedo. Des-
creva o que preconizou esses dois termos 
no século XIX e XX.
AGORAÉASUAVEZ
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Questão 9:
Em 1985, terminou o governo militar e co-
meçou a Nova República, ainda que por 
eleição indireta. Em 1988, foi promulgada 
a nova Constituição, que defende a educa-
ção como direito de todos e dever do Esta-
do e da família. Caracterize a participação 
e a organização da sociedade civil neste 
período.
Questão 10:
Logo após o golpe militar de 1964 hou-
ve um recrudescimento das ações em 
relação à educação, as quais buscaram 
centralizar-se todas no chefe de governo. 
Uma das primeiras iniciativas autoritárias 
promovidas pelo regime foi a repressão 
a todo e qualquer movimento estudantil. 
Que outras ações foram tomadas pelos 
militares no campo da educação?
AGORAÉASUAVEZ
Neste tema, você teve acesso à política educacional no período de 1930 – 1990. Foram 
destacadas as principais leis, reformas e os planos criados, relacionados com seu contexto 
histórico e social. O resgate da construção e a organização da política educacional brasileira 
é premissa para que se possa entender como essas políticas foram se desenvolvendo e se 
alterando até formarem o atual sistema educacional brasileiro.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
FINALIZANDO
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ARANHA, Maria Lúcia. História da Educação e da Pedagogia: geral e do Brasil. 3. ed. rev. 
ampl. São Paulo: Moderna, 2006. 
BRASIL. Lei n. 4.024. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Casa Civil, 20 de 
dezembro de 1961. (Revogada pela Lei nº 9.394, de 1996, exceto os artigos 6º a 9º). Dispo-
nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.
COVAC, José Roberto. As políticas educacionais e o seu impacto na gestão das institui-
ções de ensino superior. In: COLOMBO, Sonia Simões; CARDIM, Paulo A. Gomes (Org.). 
Nos bastidores da educação brasileira: a gestão vista por dentro. Porto Alegre: Artmed, 
2010. 
FAUSTO, Bóris. História do Brasil. 12. ed.: São Paulo: EdUSP, 2006. 
GUTIERREZ, Gustavo Luis. Tecnoburocracia e Classe Social: Algumas Questões Concei-
tuais e Mobilidade Interna. Revista de Administração de Empresas, São Paulo. jan./mar. 
1992. 
HILSDORF, Maria Lúcia Spedo. História da Educação Brasileira: Leituras. São Paulo: 
Cengage Learning, 2003.
JESUS, Adriana Regina. Processo educativo no contexto histórico. São Paulo: Pearson 
Education Brasil, 2009.
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação 
Escolar: políticas, estrutura e organização. 10. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 2012.
SANTOS, Clóvis Roberto. Educação Escolar Brasileira. São Paulo: Pioneira, 1999.
SHIROMA, Eneida Oto; MORAES, Maria Célia Marcondes; EVANGELISTA, Olinda. Políti-
ca Educacional. 4. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
VIEIRA, Sofia Lerche; FARIAS, Isabel Maria Sabina de. Política educacional no Brasil. 
Brasília: Liber Livro, 2007.
REFERÊNCIAS
22
YANAGUITA, Adriana Inácio. As Políticas Educacionais no Brasil nos anos de 1990. Dis-
ponível em: <http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosComple-
tos/comunicacoesRelatos/0004.pdf>. Acesso em 02 jan. 2014. 
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
Crash de 1929: o crash de 1929, também conhecido como a Quebra do Mercado de Ações 
de 1929, Quebra da Bolsa de Valores de Nova York ou simplesmente Crise de 1929, foi o 
crash (a quebra) do mercado de ações mais devastador na história dos Estados Unidos. 
O crash dá início à chamada Grande Depressão, que afetou todos os países ocidentais 
industrializados. Considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do 
século XX, causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto 
de diversos países, bem como na produção industrial, preços de ações. Nesse período 
milhares de acionistas faliram, inúmeras empresas comerciais e industriais foram fechadas. 
O Brasil sentiu fortemente o efeito da crise na exportação do café, que perdeu mercado 
consumidor. 
Crise do Café: o Brasil na década de 1920 tinha capacidade de produzir mais café do que 
o mercado podia absorver. Com a crise da Bolsa de Valores de Nova York, o preço do grão 
de café caiu, o consumo diminuiu e o governo brasileiro assumiu a responsabilidade de 
compra da produção cafeeira. Um decreto de fevereiro de 1931 estabeleceu que o governo 
federal compraria todos os estoques existentes no país em 30 de junho de 1931, ao preço 
mínimo de 60 mil réis. O café era comprado e destruído. Estima-se que durante os 13 anos 
foram eliminados 78,2 milhões de sacas, o equivalente ao consumo mundial de três anos. 
(Cf. FAUSTO, 2006, p. 334). 
Dewey: John Dewey (1959-1952), filósofo e pedagogo norte-americano, escreveu 
Democracia e Educação. Para Dewey, o conhecimento é uma atividade dirigida que não 
tem um fim em si mesmo, mas está voltado para a experiência. Para ele a vida-experiência-
aprendizagem não se separa, e a função da escola é possibilitar a reconstrução continuada 
que a criança faz da experiência, daí o nome da sua pedagogia “progressista”. 
23
GLOSSÁRIO
Equidade: consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observando-se 
os critérios de justiça e igualdade. Pode-se dizer, então, que a equidade adapta a regra a 
um caso específico, a fim de deixá-la mais justa. Ela é uma forma de se aplicar o Direito, 
chegando o mais próximo possível do justo para as duas partes.
Escola Nova: a Escola Nova, ou escolanovismo, resultou da tentativa de superar a 
escola tradicional excessivamente rígida, magistrocêntrica e voltada para a memorização 
de conteúdos. Desde a Revolução Industrial a burguesia precisava de uma escola mais 
realista, que se adequasse ao mundo em constante transformação. Os pedagogos Feltre, 
Basedow e Pestalozzi foram de certo modo precursores da Escola Nova, por preconizarem 
métodos ativos de educação. A partir do final do século XIX e início do século XX é que 
se configurou definitivamente o movimento escolanovista. As principais características da 
Escola Nova são educação integral (intelectual, moral e física); educação ativa; educação 
prática, com obrigatoriedade de trabalhos manuais; exercício de autonomia; vida no campo; 
internato; coeducação; ensino individualizado (ARANHA, 2006, passim).
Estado Novo: Estado Novo é o nome do regime político brasileiro fundado por Getúlio 
Vargas em 10 de novembro de 1937, que durou até 29 de outubro de 1945, caracterizado 
por centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e autoritarismo.
Hegemônico: conceito formulado por Antonio Gramsci para descrever o tipo de dominação 
ideológica de uma classe social sobre outra, particularmente da burguesia sobre o 
proletariado e outras classes de trabalhadores. Pode ser sinônimo de supremacia, que em 
termos de Estadosignifica influência econômicas, políticas e culturais, e de poder militar, 
como armas, aviões, munição etc. Em Gramsci quase nunca é possível o domínio bruto de 
uma classe sobre as demais, a não ser nas ditaduras abertas e terroristas. Para Gramsci, 
correlacionar poder e classes sociais é um imperativo metodológico, mas o fato é que uma 
classe dominante, para ser também dirigente, deve articular em torno de si um bloco de 
alianças e obter pelo menos o consenso passivo das classes e camadas dirigidas. Para 
tanto, aquela classe não hesita em sacrificar uma parte dos seus interesses materiais 
imediatos, superando o horizonte corporativo e propiciando, exatamente, a construção de 
uma hegemonia ético-política.
Laica: ensino laico é um tipo de educação elementar que se caracteriza por ser um ensino 
desvinculado da educação religiosa. 
24
Oligárquico: na ciência política, oligarquia é a forma de governo em que o poder político 
está concentrado num pequeno número de pessoas. Essas pessoas podem distinguir-se 
pela nobreza, a riqueza, os laços familiares, empresas ou poder militar. 
Primeira República: a Primeira República Brasileira, normalmente chamada de República, 
foi o período da história do Brasil que se estendeu da proclamação da República, em 15 de 
novembro de 1889, até a Revolução de 1930.
Reforma Capanema: foi o nome dado às transformações projetadas no sistema educacional 
brasileiro em 1942, durante a Era Vargas, liderada pelo então Ministro da Educação e 
Saúde, Gustavo Capanema, que ficou conhecido pelas grandes reformas que promoveu, 
entre elas, a do ensino secundário e o grande projeto da reforma universitária.
Segunda República: depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), teve início a Segunda 
República, também chamada de República Populista, que se estende da deposição de 
Getúlio, em 1945, até o golpe militar de 1964.
Tecnoburocrático: o sistema tecnoburocrático está relacionado com a concentração em 
um grupo sócio-econômico – o grupo dos tecnoburocratas – o poder político e econômico. 
São sinônimos a tecnocracia, ou tecnocratismo, embora pareçam ter conotação diversa. 
Diz-se que a tecnocracia é a etapa posterior ao capitalismo. Em termos muito diversos 
propostos por Karl Marx, relacionam-se à tomada do poder não pelos operários, mas por 
técnicos, burocratas e militares (PEREIRA, apud GUTIERREZ, 1992, p. 63) 
GLOSSÁRIO
25
GABARITO
Questão 1
Resposta: Deve-se considerar que um dos principais atributos da escola democrática é a 
formação para a cidadania. Os ideais democráticos prezam pela liberdade individual, pela 
igualdade perante a lei, sem distinção de sexo, raça e credo, e estão relacionados aos 
direitos individuais e coletivos, que devem ser respeitados. É prerrogativa da democracia o 
direito ao voto, à livre opinião e ao exercício de qualquer trabalho ou profissão.
Questão 2
Resposta: Alternativa D.
Esse foi um período em que o ensino foi grandemente incentivado pelo Estado com intuito 
de atender à burguesia urbana que exigia acesso à educação. O Ministério da Educação e 
da Saúde Pública fora criado em 1930, e o ministro Francisco Campos buscou oferecer uma 
estrutura de ensino mais orgânica aos ensinos secundário, comercial e superior. A política 
educacional implantada nesse período ficou conhecida como a Reforma Francisco Campos.
Questão 3
Resposta: Alternativa B.
A proposta trazida no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova era de uma escola pública 
única, laica, obrigatória e gratuita. Para esse grupo de educadores, o Brasil não tinha uma 
“cultura própria” ou até mesmo uma “cultura geral” (FAUSTO, 2006, p. 339).
Questão 4
Resposta: Alternativa D.
Constituição de 1988, conhecida também como Constituição Cidadã, foi elaborada por 
legisladores eleitos democraticamente e estabeleceu a educação como um direito social. 
26
Em linhas gerais, ela forneceu o arcabouço institucional necessário às mudanças na 
educação brasileira.
Questão 5
Resposta: Alternativa D.
Durante o Regime Militar, os chamados Atos Institucionais, editados pelos Comandantes-
Chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou pelo Presidente da República, com 
o respaldo do Conselho de Segurança Nacional, tinham o poder de autorizar ações de 
repressão a todo e qualquer cidadão ou grupo civil organizado. Os atos institucionais 
serviram como mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas dos militares, 
estabelecendo para eles próprios diversos poderes extraconstitucionais. Com medo da 
repressão militar, muitos intelectuais procuraram exilar-se em outros países para fugir das 
ações repressoras do Regime.
Questão 6
Resposta: O objetivo nesse contexto era preparar a mão de obra em uma fase de expansão 
da indústria. O Senai foi organizado pelos industriais e o Senac, pelos comerciantes.
Questão 7
Resposta: Os acordos previam que o Brasil receberia assistência técnica e cooperação 
financeira para a implantação de reformas educacionais. Esses acordos políticos 
mostram uma clara preocupação em atrelar o sistema educacional brasileiro ao modelo 
econômico dependente.
Questão 8
Resposta: No século XIX, na transição do Império para a República, a preocupação era 
com a expansão da quantidade de redes escolares e a alfabetização da população. No 
século XX, surgiu a preocupação com os aspectos qualitativos da educação, tais como com 
as questões didáticas e pedagógicas da escola.
Questão 9
Resposta: A década de 1980 corresponde a um dos mais ricos períodos da história no que 
diz respeito a lutas, movimentos e, sobretudo, projetos para o País.
GABARITO
27
GABARITO
Questão 10
Resposta: Foram muitas as ações promovidas pelos militares no campo da Educação. 
Dentre elas destacam-se a tentativa de cercear a atuação de grupos estudantis como a 
União Nacional dos Estudantes (UNE), que foram colocados na ilegalidade, proibindo-se 
qualquer manifestação política por parte dos estudantes. Os militares obrigaram as escolas 
de grau médio a transformar os grêmios estudantis, sob orientação do professor de Educação 
Moral e Cívica. Já no ensino secundário fora introduzida a disciplina de Organização Social 
e Política Brasileira e, nos cursos superiores, a de Estudos de Problemas Brasileiros. O 
período de 1964 a 1974 não se caracteriza somente pelo autoritarismo, mas também pela 
realização de reformas institucionais na educação com a Lei n. 5.540/1968, que se refere 
à Reforma do Ensino Superior, e com a Lei n. 5.692/1971, que diz respeito à Reforma do 
Ensino de 1o e 2o graus.

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