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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FISICA

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
Profª Rafaella Zulianello dos Santos. 
 
“Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro.” 
Heródoto 2600 aC. 
 
Conhecer a história de nossa profissão é crucial, e nos remete a 
importância do saber, nos faz apoiar na postura do grande historiador, filósofo 
e sociólogo, Sócrates (469 a 399 a.c), que pregava a ética do conhecimento. 
 
1. DEFINIÇÕES 
 
• HISTÓRIA: relatos de acontecimentos, podendo ser imaginário e/ou real. 
• EDUCAÇÃO: ato de aprendizagem de algo por meio de... Educar por meio 
de... 
• FÍSICA: em relação ao físico. Estudo do corpo em toda a sua dimensão. 
 
Mas, o que é ATIVIDADE FÍSICA? 
É todo o movimento corporal voluntário humano, que resulte, num gasto 
energético acima dos níveis de repouso. No âmbito da Intervenção do 
Profissional de Educação Física, compreende a totalidade de movimentos 
corporais, executados através de Exercícios Físicos no contexto de diversas 
práticas, como: Ginástica, Lutas, Capoeira, Artes Marciais, Ioga e etc. 
 
E o que é EXERCÍCIO FÍSICO? 
Sequência sistematizada de movimentos de diferentes segmentos 
corporais, executados de forma planejada, segundo um determinado objetivo a 
atingir inclusive para o Esporte. Uma das formas de atividade física planejada, 
estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, do 
condicionamento físico, de habilidades motoras ou reabilitação orgânico-
funcional, definida de acordo com diagnóstico de necessidades ou carências 
específicas de seus praticantes, em contextos sociais diferenciados. 
 
Então, o que é ESPORTE ou DESPORTO? 
Atividade competitiva, institucionalizada, realizada conforme técnicas, 
habilidades e objetivos definidos pelas modalidades desportivas, determinada 
por regras pré-estabelecidas que lhe dá forma, significado e identidade, 
podendo também, ser praticado com liberdade e finalidade lúdica estabelecida 
por seus praticantes, realizado em ambiente diferenciado, inclusive na natureza 
(jogos: da natureza, radicais, de orientação, de aventuras e outros). A Atividade 
Esportiva aplica-se ainda, na promoção da saúde e em âmbito Educacional de 
acordo com diagnóstico e/ou conhecimento especializado, em 
complementação a interesses voluntários e/ou organização comunitária de 
indivíduos e grupos não especializados. 
 
Portanto, o que é EDUCAÇÃO FÍSICA? 
 
• O conjunto das atividades físicas e desportivas; 
• A profissão constituída pelo conjunto dos graduados e demais habilitados no 
Sistema CONFEF/CREF, que ministram atividades físicas e/ou desportivas; 
• O comportamento curricular obrigatório em todos os níveis e modalidades do 
ensino básico; 
• Área de estudo e/ou disciplina no ensino superior; 
• O corpo de conhecimento, entendido como o conjunto de conceitos, teorias e 
procedimentos empregados para elucidar problemas teóricos e práticos, 
relacionados à esfera profissional e ao empreendimento científico, na área 
específica das atividades físicas, desportivas e similares. 
2 . Origens da Educação Física 
 
A cultura física é parte integrante da cultura geral. É componente 
essencial de uma civilização, de um povo, e sempre tem mantido uma função 
determinante na evolução humana. Logo é necessário basear nosso 
questionamento sobre a análise específica da educação física nos períodos 
históricos básicos: primitivo, oriental, grego, romano, medieval, renascimento e 
século XIX e atualidade. 
 
Período primitivo/ pré-histórico: 
 
Todas as atividades humanas no período que se convencionou como 
pré-histórico dependiam de movimento, ato físico. Ao analisar a cultura 
primitiva em qualquer uma de suas dimensões (social, cultural, econômica, 
religiosa), vemos logo a importância das atividades físicas. A origem da prática 
esportiva mediante a qual se procura acrescentar a força e agilidade do corpo, 
confunde-se com as mesmas origens da história da humanidade. 
Condenado a uma situação de nomadismo e seminomadismo na maior 
parte de sua existência, o homem primitivo dependia de suas valências físicas 
para sobreviver. Suas constantes migrações em busca de moradia, alimento e 
segurança faziam com que realizassem longas caminhadas, sentiam 
necessidade de: 
 
• LUTAR; 
• CONQUISTAR; 
• FUGIR; 
• CAÇAR PARA SOBREVIVÊNCIA. 
 
Assim executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais 
desde que se colocou de pé: 
 
CORRER – SALTAR – ARREMESSAR – TREPAR – EMPURRAR – PUXAR – 
NADAR 
 
Sua supremacia no reino animal se deveu ao domínio de um gesto que 
lhe era próprio: foi capaz de atirar objetos. Provavelmente por ser o único que 
possuía polegar desenvolveu a preensão por oposição daquele dedo aos 
demais. 
O aspecto econômico na se fez exceção na prática dos exercícios físicos 
visto que a caça e a pesca eram a base dessa economia. Posteriormente 
iniciaram um processo de sedentarização quando desenvolveram técnicas 
rudimentares de agricultura e domesticação de animais. Em qualquer destes 
momentos foi necessário o aprimoramento das habilidades físicas para 
otimização dos gestos e construção de ferramentas que possibilitassem maior 
sucesso nas práticas de sobrevivência. 
A partir do instante que o homem se sedentarizou, podemos registrar a 
luta pela posse de terras. Como a fixação do homem ao solo não se deu ao 
mesmo tempo em todos os lugares, os primeiros combates marcaram a vitória 
dos grupos nômades que possuíam maior vigor física devido a sua atividade 
física intensa. 
Porém é necessário distinguir o treinamento empírico e instigado pelo 
instinto de sobrevivência dos homens primitivos daquele sistemático praticado 
pelos povos mais evoluídos. A Educação Física é fruto de autoconsciência, 
logo, o período primitivo poderia ser descrito como um antecessor da Educação 
física. Ou seja, inicialmente a Educação Física era entendida como um 
conceito primitivo de jogo com muitas de suas bases na religiosidade. 
O jogo revela uma estrutura racional ainda que indiretamente na 
predisposição do corpo de assumir particulares posições a fim de atingir 
determinados objetivos. Nas suas diversas formas o jogo é um primeiro passo 
em direção a harmonia dos movimentos, encontrando sua origem na 
religiosidade. (brilhantismo coreográfico dos ritos). Outra atividade de grande 
difusão era a caça: expressa através de pinturas rupestres. 
TAUROCATHAPSIA: jogo muito em voga junto aos cretenses que 
exaltavam um antigo rito de caça a um touro, animal sagrado para diversos 
povos do mediterrâneo. 
As danças do sol dos Astecas tinham um conhecidíssimo simbolismo 
sagrado e religioso, onde as danças terminavam com o sacrifício de uma vítima 
em honra ao deus sol, o qual para renascer todos os dias necessitava de 
sangue, da mesma cor de seus últimos raios do dia. 
América do norte: Suas atividades motoras eram destinadas a motivos 
essencialmente práticos, de sobrevivência, bélicos, sem relevância ao lúdico. 
Astecas, Maias e Incas: as primeiras instalações humanas nas Américas 
verificaram-se nas regiões centrais, onde o ambiente e as condições de vida 
determinavam atividades motoras ligadas à defesa e ao ataque, como a caça e 
a pesca. Em seguida a utilização do cavalo como animal doméstico favoreceu 
a equitação. 
As características destas civilizações permanecem ligadas a fins 
religiosos de extrema crueldade. Usava-se após cada manifestação gímnica ou 
lúdica, sacrifícios humanos aos deuses. Essas “guerras” não tinham como 
finalidade a defesa das cidades, mas eram verdadeiras caças ao homem, na 
procura de prisioneiros para serem sacrificados aos deuses. Estes ritos eram 
acompanhadosde instrumentos musicais (como a percussão) e danças 
propiciatórias ou de agradecimento. A atividade motora, mesmo que de forma 
obsessiva e cruel teve grande desenvolvimento. 
O jogo de bola que se praticava no Tlachtli, um campo murado (mais ou 
menos 50 pés) em voga por volta de 500 – 600 a.C, que utilizava bola de 
borracha maciça com mais ou menos 3, 5 Kg. Esporte chamado Ollama, com 
regras semelhantes ao atual futebol, tinha uma linha central de onde se iniciava 
o jogo e em cada extremidade do campo um buraco por onde era possível 
passar a bola. Os melhores jogadores jogavam junto ao soberano e contra uma 
equipe composta por ilustres personagens. Ganhavam ouro, campos de trigo, 
casas, etc. A bola simbolizava o sol durante a corrida através do céu e o jogo 
tinha como objetivo influenciar o sol sobre sua necessidade da luz do dia. 
Eram comuns também competições de tiro com arco, competições de 
canoas, e outros jogos com bola semelhantes ao rugby e hochey (1000 a. C) 
de onde vem a origem da palavra pelota. 
À medida que o homem entra num espaço definitivo de sedentarização, 
seu tempo ocioso aumenta, levando ao surgimento de uma concepção 
“esportiva”, para atividades que até então eram praticadas por razões apenas 
utilitárias guerreiras ou ritualísticas. Cada vez mais os jogos implicavam em 
criar uma ordem social e moral: a sociabilidade inerente às atividades lúdicas 
levava ao aparecimento de uma hierarquia de valores onde tanto os 
vencedores quanto os perdedores deveriam aceitar os resultados com 
“esportividade”. 
 
3.História da educação física no mundo 
 
3.1 Antiguidade Oriental 
 
Mesmo que ainda com características de povos primitivos, algumas 
civilizações surgidas há mais de 6 000 anos, obtiveram uma evolução cultural 
suficiente para que se considerasse iniciado um novo período da história. 
Nesse contexto os exercícios e atividades físicas continuam merecendo o 
mesmo destaque alcançado na pré-história. 
Não é dessa época a origem de uma Educação Física científica, mas já 
é possível uma análise mais apurada das atividades físicas desse novo mundo, 
agora civilizado, com seus feitos agora registrados através da escrita. 
 
CHINA: Tiveram uma evolução política, cultural e social notável, 
conhecendo os exercícios físicos desde os tempos mais remotos. Certo 
imperador guerreiro, HOANG TI, pensando no progresso do seu povo pregava 
os exercícios físicos com finalidades higiênicas e terapêuticas, além do caráter 
guerreiro. Os chineses foram os primeiros a racionalizar o exercício físico, 
dando a ele um forte caráter médico. 
Há registros que a cultura antiga da China era monopólio das classes 
sociais superiores, e a cultura física merecia destaque desde a infância. De fato 
as crianças eram criadas junto às famílias até os seis anos e da condição 
social destas dependia sua educação. Dos seis aos 14 anos as crianças 
freqüentavam as escolas onde eram passados os conhecimentos que deviam 
lhe servir para a vida, entre elas a educação física sob a forma de exercícios 
preventivo-terapeuticos, aliados a inconscientes tabus de purificação. 
A partir dos 15 anos os jovens rapazes praticavam exercícios em uma 
espécie de ginásio rudimentar nos quais eram adestrados em vários exercícios 
como salto e corrida, com fins prioritariamente militares. Estes exercícios eram 
complementados por equitação (de onde surgiram os carros de guerra que 
durante anos deram aos chineses superioridade em relação aos outros povos), 
danças militares e evoluções de ordem unida. Quanto às mulheres a dança e a 
equitação eram os exercícios mais comuns. Tais aspectos acabaram dando 
aos chineses certo exibicionismo pessoal que tendia a valorização do corpo 
físico. 
Criaram provavelmente o mais antigo sistema de ginástica terapêutica 
de que se tem notícia: o Kong- Fou (a arte do homem), surgido por volta de 
2700 a.C, e praticado pela seita Tao-Tsé, onde a pessoa realizava exercícios 
nas mais diversas posições obedecendo a certos critérios sobre a respiração, 
tudo de acordo com a doença a ser tratada. Há de se ressaltar ainda o aspecto 
religioso desta prática que, além de curar enfermidades do corpo, servia para 
torná-lo um “leal servidor da alma”. 
A busca pela imortalidade da alma através do Taoísmo sugeria que as 
doenças eram originárias do enfraquecimento do corpo e esses 
esmorecimentos deveriam ser eliminados mediante decididos e regulares 
exercícios destinados ao fortalecimento das vias respiratórias, claro quando 
esta doença ainda não estivesse avançada. 
Na China também foi praticado alguns jogos como o Go (semelhante ao 
xadrez), jogado sobre um tabuleiro com 319 peças. Outro grande divertimento 
da China feudal foi a caça principalmente de aves como falcões. 
 
JAPÃO: A Educação física no Japão baseou-se quase que exclusivamente em 
rituais mágico-sacrais, fundando suas raízes em conceitos tribais de 
contaminação e purificação. Os japoneses não tratavam dos doentes como os 
chineses e ainda, quando seus entes enfermos faleciam, eram abandonados 
em suas cabanas e quem ali habitava mudava-se para outro lugar. 
Do ponto de vista militar a Educação Física no Japão era cultivada 
sobretudo pelos Samurais (homens das armas) que no período feudal não 
constituíam milícias, eram vassalos dos senhores pelos quais dariam até a 
própria vida. 
Os Samurais constituíam uma casta privilegiada que estabeleceu uma 
série de ideais, normas e princípios morais que com o nome de Bushido, 
constituiu a vida e modo de ser de cada um deles. 
Com a chegada de uma nova religião, o budismo (século VI a.C), os 
rituais mágicos e sacros foram transformados. A nova religião influenciou 
também a língua, as artes, a cultura física, a arte das flores e dos jardins, as 
técnicas respiratórias e a casta militar muito bem organizada social e 
politicamente. 
As principais artes marciais eram o Karatê, Judô e Sumô. Tanto o Karatê 
quanto o Judô miravam o desenvolvimento corporal e espiritual, a 
autodisciplina e a autodefesa. O Sumô é a forma de luta japonesa mais antiga, 
ainda hoje muito popular. Dava-se grande importância ao peso dos lutadores 
os quais, embora submetidos a um regime de super-alimentação, conseguiam 
manter uma notável agilidade de movimentos. Os dois atletas enfrentavam-se 
sobre um estrado circular onde eram jogados água e sal, com caráter espiritual. 
 
ÍNDIA: Eram práticas comuns a luta, o pugilato, a equitação, a esgrima, 
a caça e a natação. Eram voltados a contemplação e tinham como metas se 
não a dominação do universo, a obtenção da perfeição. Para tanto era 
necessária grande concentração mental (ensinada pelos professores 
particulares chamados “gurus”) 
A Índia é reconhecida como a nação que atingiu o maior grau de 
elevação espiritual de toda humanidade No século VI a. C surgiram duas 
grandes escolas filosófico-religiosas: a Sankya e a Yoga. Entre as práticas 
hindus temos que destacar a yoga como sua manifestação suprema. A parte 
desse sistema que trata do corpo físico chama-se hatha-yoga e é 
fundamentalmente uma ginástica de posições corporais com a utilização de 
respiração adequada. A yoga é uma doutrina que busca além da purificação do 
corpo facilitar a identificação do homem com sua essência divina através da 
meditação. Tratava da submissão total do corpo ao espírito. 
Na Índia era muito popular também o jogo em geral como, por exemplo, 
o jogo de dados praticado em todas as classes sociais. 
No setor militar a ginástica consistia basicamente no tiro ao arco e em 
guiar carros de guerra já muito aperfeiçoados. 
A beleza física era considerada de grande importância, onde podemos 
recordar a representaçãoatlética e a beleza do deus Indra. 
A Educação Física atinge o máximo de seu valor com o Advento do 
Budismo, que considera a vida que se desenrola no movimento e no tempo 
sem circundar-se pela indiferença. Desta maneira o corpo não deveria ser 
mortificado, mas sim ser satisfeito harmoniosamente. No começo do primeiro 
milênio, os exercícios físicos eram tidos como uma doutrina por causa das 
“LEIS DE MANU” uma espécie de código civil, político, social e religioso. Eram 
indispensáveis às necessidades militares além do caráter fisiológico. Buda 
atribuía aos exercícios o caminho da energia física, pureza dos sentimentos, 
bondade e conhecimento das ciências para a suprema felicidade do Nirvana 
(no budismo, estado de ausência total de sofrimento). 
 
3.2 ORIENTE MÉDIO 
 
EGITO: É o mais progredido e bem documentado povo do oriente médio. Os 
seus maciços monumentos e abundância de material arqueológico 
colaboraram para a conservação de sua personalidade histórica. 
Desde as origens no Egito a cultura física teve grande importância, em 
particular o esporte em geral foi parte primordial da educação. Quanto aos 
motivos religiosos dava-se extraordinária importância ao físico mesmo após a 
morte, tencionava-se assegurar ao corpo uma longa duração, donde daí o 
embalsamento do cadáver. Daqui também a concepção de tumbas não como 
custódia do morto, mas como lugar no qual perdurava uma forma de vida, onde 
deveriam ser mantidos os mesmos hábitos. 
Em ocasião das mais importantes manifestações religiosas eram 
realizadas inúmeras exercitações físicas, dentre as quais a antiqüíssima luta 
com bastões. Ainda entre os exercícios físicos há de se levar em consideração 
a dança, expressa de diferentes maneiras: dança lenta, ritimada, vivaz, 
acrobática e erótica. 
Os egípcios tiveram uma Educação Física eminentemente esportiva, 
sendo a caça um dos mais apreciados esportes. Aqui a caça constitui-se de em 
agredir uma fera (em geral leões) antes que ela te agredisse matá-la antes que 
ela te mate. Chegou a ser praticada por alguns faraós e era considerado um 
esporte heróico. Ainda a luta com o arco e a flecha e com o boomerang eram 
muito conhecidas. 
Ainda a corrida, desde a veloz até a de fundo, era muito apreciada. 
A luta como expressão puramente esportiva, também era muito 
difundida Na tumba de um importante faraó de cerca de 2500 a.C foram 
encontrados dezenas de desenhos de lutadores, nas mais variadas posições 
de luta, também numa expressão puramente esportiva. 
No país do grande rio (Nilo), a pesca e o remo eram muito comuns 
também entre as mulheres. Ainda quanto às garotas, na primeira juventude 
lhes era reservada a recreação e as exercitações gímnicas-rítmicas. Aquelas 
que apresentavam qualidades físicas e se mostravam dinâmicas eram 
educadas e preparadas para serem dançarinas de exaustivas e longas 
apresentações particulares em números de agilidade e acrobacia (o que 
corresponde à atual ginástica de solo). 
Outro esporte característico era o levantamento de peso. Cada 
egipsiano, em seus momentos de folga livremente aderia em ritual ao 
levantamento de peso, como as pirâmides. 
Apaixonados por velocidade o povo do Egito conheceu por volta de 1500 
a. C a equitação e o hipismo. A ginástica egípcia já valorizava o que se 
conhece hoje como qualidades físicas tais como: equilíbrio, força, flexibilidade 
e resistência. Já usavam rudimentos de materiais de apoio tais como tronco de 
árvores, pesos e lanças. 
 
Palestina e o mundo Hebraico: A educação corporal se manteve sempre 
conexa às concepções religiosas. Sempre estiveram ligados a profilaxia, 
prevenção de doenças. Em ocasião de festas, especialmente as agrícolas, 
realizavam jogos, lutas, o manuseio de armas e danças rituais. 
 
Persas e Mundo Hebreu: Tiveram uma atenção especial à Educação Física e 
miravam o desenvolvimento harmonioso do corpo,mesmo independente dos 
objetivos da guerra. Muito dessa educação se deve aos mestres que davam às 
crianças uma educação por vezes espartana. 
 As crianças até os cinco anos eram criadas pela mãe, dos cinco aos 
sete anos eram confiados ao pai, depois iam para a escola onde aprendiam 
noções de religião, legislação e medicina. Em seguida os jovens das classes 
aristocráticas continuavam aprofundando-se culturalmente dos 20 aos 24 anos, 
quando se destinavam a classe dirigente. Aos outros de castas mais modestas 
era ensinado, sobretudo a cavalgar e o uso do arco. 
 Entretanto todos, indistintamente, recebiam uma escrupulosa 
preparação de cultura física destinada a fins militares. A preparação consistia 
de corridas de longas distâncias, exercícios de equitação, longas marchas em 
qualquer tipo de clima, transposição de rios, etc. 
 Muito praticada era a caça em geral e, em particular a caça ao leão da 
qual participava também o rei. Muito em auge também estavam os jogos como 
de dados. Era importante também a dança acompanhada por harpa, flauta e 
tambor. É curioso também lembrar que a pérsia teve os primeiros espertos da 
arte cosmética, os assim chamados Kosmetái. 
 
Educação Física no Mediterrâneo 
 
 Os Cretenses: Creta foi uma antiqüíssima, protegida e brilhante 
civilização que antecipa o mundo grego clássico. Inicia-se o conceito de Herói e 
a conseqüente criação do mito: relação entre o herói e a cultura física. Ou seja, 
quem sobrepujava-se nos jogos e nas competições atléticas tornava-se herói, 
como por exemplo os atletas que praticavam a taurocathapsia ( ao mesmo 
tempo um jogo e uma cerimônia religiosa), perigosos e espetaculares 
exercícios gímnicos sobre o dorso e a cabeça dos touros. Algumas pinturas 
confirmam a coragem e a preparação física dos toureiros. O touro, animal 
sagrado por excelência, merece destaque na cultura cretense desde 3000 a. C. 
 Havia também uma espécie de combate praticado por jovens acrobatas 
e touros nas cerimônias mortuárias, religiosas e festivas. A influência de Creta 
sobre a civilização grega deve-se ao fato de que desde os tempos mais 
remotos era praticado na ilha as lutas, o pugilato ( já talvez dividido em pesos 
pesados, médios e leves). E atividades gímnico-culturais das quais os gregos 
aprecem ter herdado não somente a paixão, mas também alguns jogos que 
eram ali desenvolvidos. 
 O culto físico era muito apreciado, não somente as corridas de fundo 
como também as de velocidade. Existia há muito tempo a função do 
PEDOTRIBA, uma espécie de treinador, muito solicitado nas ocasiões festivas 
e cerimônias fúnebres. 
 Os cretenses faziam grande reverência às danças culturais, que tinham 
sempre um caráter mágico-sacro. Enfim há de se considerar que a cultura 
física praticada pelos cretenses foi também conseqüência ao valor que davam 
a higiene pública (cisternas para expiação de culpas ou purificação), privadas 
(instalações sanitárias em casas particulares) e o tratamento estético do físico, 
os homens usavam barbeadores e as mulheres cosméticos 
Etruscos: Foram grandes apaixonados pelas atividades atléticas, em geral os 
jogos gímnicos espetaculares e a dança. Influenciaram profundamente os 
costumes romanos, favorecendo o surgimento do culto do “circo” e dos jogos 
romanos. A hípica e suas variáveis (do trote ao galope), o pugilato junto aos 
duelos de gladiadores, constituem a realçante característica dos “ludos” ou 
jogos etruscos. A “Truria’ consistia em uma corrida de cavalo onde ao longo de 
uma pista em forma de labirinto haviam obstáculos 
 As representações das tumbas que foram salvas de conquistadores nos 
mostram o alto grau de desenvolvimento técnico na área gímnico-esportiva. 
Além do espetáculo e do fato militar, os exercícios físicos eram utilizadoscomo 
remédio profilático-preventivo a serviço da medicina. Importantes competições 
esportivas e hípicas eram realizadas sempre na ocasião de uma cerimônia 
fúnebre para honrar o defunto no momento de sua sepultura. É importante 
observar que esses espetáculos podiam ser assistidos também por mulheres 
ao contrário da Grécia onde isso era expressamente proibido. 
 Os estrucos eram ainda admiradores da caça, pesca, natação e 
mergulho. 
 
3.3 OPERÍODO CLÁSSICO: A GRÉCIA 
 
 Esse povo decididamente desenvolvido no campo econômico, 
sociológico e político encontrou no esporte uma necessidade que não podia ser 
desligada das demais manifestações. A religião politeísta tinha em Zeus o deus 
supremo, seguido por uma série de intermináveis deuses como Apolo, Vênus 
etc. Adoravam também os semideuses, isto é, heróis divinizados por suas 
gloriosas ações como Teseo, e Perseo. Foi na atmosfera de admiração aos 
deuses que surgiram os jogos. A educação grega unia a ginástica à música e 
era concebida como cultura espiritual. 
 A civilização grega marca o início de um novo ciclo na História com o 
nascimento de um novo mundo civilizado, agora ocidental. É o descobrimento 
do valos humano, da sua individualidade e o início autêntico da história da 
Educação Física. A filosofia pedagógica que determinou os caminhos a serem 
percorridos pela educação grega tem o grande mérito de não divorciar a 
Educação Física da intelectual e da espiritual. 
 Postulava, dessa forma, o mais significativo de todos os princípios 
humanistas, considerando que o homem é somente humano enquanto 
completo. Apesar de não ter o mesmo peso ao longo da história a educação 
física sempre pode ser considerada como elemento característico da escalada 
cultural do povo helênico, em qualquer de seus momentos. 
 O primeiro desses momentos foi consignado pelos poemas de Homero 
(Ilíada e Odisséia). A educação dessa época (1200/800 a.C) embora não 
possuísse uma organização institucionalizada, presumia o ideal de sabedoria 
(representada por Ulisses) e ação (representada por Aquiles). 
 A origem dos jogos gregos, entre eles os Olímpicos está situada neste 
período e materializada nos jogos fúnebres. Entre eles destacam-se os que 
foram mandados realizar por Aquiles em homenagem ao amigo Patroclo morto 
por Heitor. Estes jogos constaram de oito provas: corrida de carros, pugilato, 
luta, corrida a pé, combate armado, arremesso de bola de ferro, arco e flecha e 
arremesso de lança, mostrando o ecletismo a que estavam submetidos os 
atletas-heróis nesse período. 
 A par dos exercícios que levassem a um bom desempenho atlético da 
aristocracia guerreira, grande privilegiada desta época, aprendiam também as 
artes musicais e a retórica. Em se tratando dos tempos heróicos, a educação 
era marcadamente guerreira. Tinha como traço essencial o mais alto grau 
cavalheiresco (aretê) e o desejo de ser sempre melhor (agonística) que vieram 
a caracterizar o povo grego. 
 O momento que se segue ao homérico é o chamado histórico (800/500 
a.C) com a formação das cidades estados. Dentre estas Esparta e Atenas 
representando o jogo de antagonismos ideológicos fadado a definir a evolução 
político-histórica da Grécia antiga. 
 Esparta, a acidade mais desenvolvida, neste período, representa uma 
espécie de anti-humanismo grego. Os seus ideais totalitários levavam os seus 
cidadãos a um devotamento ao estado e a uma subordinação absoluta à 
vontade dos superiores. A educação espartana pode ser considerada uma 
extensão daquela existente no período homérico. Perpetuava a formação 
cavalheiresca, militar e aristocrática, com um sensível desprezo pelo aspecto 
cultural, este tomado no sentido mais amplo. 
O estado era essencialmente guerreiro, todos deviam ser soldados, 
alimentava uma política de eugenismo que outorgava a uma comissão de 
anciãos o direito de condenar os nascidos raquíticos e disformes. Suas 
mulheres eram formadas robustas enrijecidas e moral e emocionalmente, 
prontas para cumprir seu papel de reproduzir espécimes perfeitos em nome do 
melhoramento da raça. 
Nessa época surgem os grandes jogos gregos, dos quais participava 
toda comunidade helênica, principalmente os Olímpicos criados em 776 a.C. 
em homenagem a Zeus. Estes jogos eram festas populares e religiosas que 
envolviam além de competições atléticas, provas literárias e artísticas. 
Os gregos possuíam cidades que eram estados independentes. 
Somente três situações marcavam um espírito verdadeiramente nacional: a 
iminência de um perigo extremo, a religião e estas festas esportivas. Por 
ocasião da época da realização destas festas esportivas, tudo parava, inclusive 
os conflitos internos em nome da honra maior da participação esportiva. O 
estilo de educação adotado em Esparta levava seus atletas e vencer a maior 
parte das provas que participavam, pelo menos nos primeiros séculos de sua 
história. Assim, de 720 a 576 a.C, dos 81 vencedores olímpicos de que se tem 
notícia, 46 são espartanos. Na prova de corrida e velocidade dos 36 
vencedores conhecidos, 21 tem a mesma origem. 
A história da Educação em Atenas nesse período é bastante 
significativa. Podemos constatar o lugar peculiar que a ginástica e o atletismo 
ocupavam, tal qual em Esparta. A educação ateniense não tinha porém, o 
caráter eminentemente militar que caracterizou a vida espartana. Os 
atenienses eram amantes da cultura, não tinham espírito guerreiro, por isso a 
prática esportiva em Atenas subsistirá como meio de formação do homem total, 
não se prestando apenas para a guerra. Sólon, legislador ateniense, no século 
VI a.C deu o seguinte conselho: “as crianças antes de tudo devem aprender a 
nadar e a ler”. 
O modelo ateniense vem servir como modelo para todo o mundo grego 
com exceção de Esparta. Seus locais para a prática esportiva,semelhantes aos 
de hoje serviam não apenas para a prática da educação física mas também 
para a formação intelectual do povo, salvo os escravos. 
 
Roma 
 
Herdeira direta dos gregos, porém a prática esportiva era 
prioritariamente utilitarista e o estimulo as realizações pessoais nãos e faz 
presente, dando lugar ao ideal de coletivo. Os jovens romanos tinham um ideal 
cívico e expansionista. “Doce e belo é morrer pela pátria”, cantou Horácio. 
Praticavam a equitação, corridas de velocidade e resistência, natação, pugilato, 
luta, arco e flecha e esgrima. Os atletas eram profissionais e a ginástica perdeu 
o sentido do belo prestando-se apenas a formar um protótipo de virilidade.

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