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Curso de Direito Administrativo - Material de Estudo Completo

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
LICITAÇÕES PÚBLICAS (Lei 8.666/93) 
Art. 37, XXI, CF 
 
- Conceito: é o processo administrativo por meio do qual a Administração 
busca, com observância dos ditames de igualdade, selecionar a proposta que 
for mais vantajosa ao interesse público e promover o desenvolvimento 
nacional sustentável. 
Licitação é a busca da proposta mais vantajosa, isto é, com o melhor custo-
benefício. Isso não significa que seja a busca pelo menor preço. Ao contrário 
dos consumidores em geral, a fim de garantir a isonomia, a administração 
publica o objeto da compra e recebe propostas dos fornecedores. 
A licitação é um processo estritamente formal, devendo obedecer a certa 
ordem de atos. 
 
- Competência para legislar sobre licitações: 
a) Art. 22, XXVII, CF: estabelece a competência privativa da União para 
legislar sobre licitações e contratos administrativos. Sobre licitações, a 
lei geral (aplicável a todos os entes da federação) editada pela União é a 
Lei nº 8.666/1993; 
b) Art. 173, §1º, III, CF: estabelece que empresas públicas e sociedades 
de economia mista que exploram atividade econômica não devem, em 
tese, obediência à Lei nº 8.666/93, devendo obedecer a um estatuto 
com normas específicas a ela aplicáveis. Todavia, por não ter sido ainda 
criado tal estatuto, todas as empresas estatais obedecem à Lei nº 
8.666/93; 
As pessoas jurídicas de direito público devem licitar de acordo com o art. 37, 
XXI, isto é, lei de licitações. Já as pessoas jurídicas de direito privado (SEM e 
EP) vão obedecer a um estatuto próprio, que trará regras mais brandas de 
licitação. Contudo, mesmo havendo previsão constitucional, o estatuto ainda 
não foi elaborando, aplicando-se até então, a lei 8666/93 a tais pessoas 
jurídicas. 
 
- Fundamentos da Licitação: a existência de um processo de licitação possui 
os seguintes fundamentos: 
a) Ser um fator de eficiência e moralidade dos negócios administrativos; 
b) Ser meio de propiciar igualdade de oportunidades a todos aqueles que 
desejam contratar com a Administração Pública; 
 
- Finalidade da licitação: 
a) Obter a proposta mais vantajosa; 
b) Garantir a isonomia; 
c) Promover o desenvolvimento nacional sustentável; 
 
 
PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS 
 
Princípio da Igualdade 
 
- Conceito (Art. 37, XXI, CF e Art. 3º da Lei nº 8.666/1993): assegura que 
toda e qualquer pessoa ou empresa que tenha preenchido os requisitos e 
condições do edital pode participar da licitação. Ademais, a Administração 
Pública deve permitir que todos que preencherem os requisitos legais 
participem, de forma igualitária, do procedimento licitatório. Qualquer tipo de 
favorecimento a este ou àquele licitante levará à anulação do ato. 
 
- Possibilidade de empate (Art. 3º, §2º da Lei nº 8.666/1993): no caso de 
empate entre produtos, para que não haja afronta ao Princípio da Igualdade, 
a lei estabelece os seguintes critérios de desempate, dando-se preferência aos 
bens ou serviços: 
a) Produzidos no País; 
b) Produzidos ou prestados por empresas brasileiras; 
c) Produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no 
desenvolvimento de tecnologia no país (inserido pela Lei 11.196/2005); 
Por fim, se nenhum destes critérios resolver o empate, deve este ser 
solucionado por meio de sorteio (mencionado no art. 45) 
 
- Preferência aos produtos nacionais (Art. 3º, §§5º a 13 da Lei nº 
8.666/1993): a Lei nº 12.349/2010 fez algumas alterações na Lei nº 
8.666/1993. Dentre tais modificações, instituiu a chamada Margem de 
Preferência para produtos nacionais, que tornou possível a inclusão no edital 
de determinadas licitações a preferência por produtos nacionais. A margem de 
preferência pode ser “normal” ou “adicional”: 
a) Margem de Preferência Normal (Art. 3º, §5º da Lei nº 8.666/1993): é 
definida pelo Decreto nº 7.546/2011 como “o diferencial de preços entre 
os produtos manufaturados nacionais e serviços nacionais e os 
produtos manufaturados estrangeiros e serviços estrangeiros, que 
permite assegurar preferência à contratação de produtos 
manufaturados nacionais e serviços nacionais”. A margem normal pode 
ser estendida aos bens e serviços originários dos Estados-Partes do 
Mercosul (Art. 3º, §10, Lei nº 8.666/1993); 
b) Margem de Preferência Adicional (Art. 3º, §7º da Lei nº 
8.666/1993): pode ser estipulada para beneficiar produtos 
manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e 
inovação tecnológica realizados no país. A margem de preferência 
adicional aplica-se cumulativamente (ou seja, de forma adicional) com a 
margem de preferência normal; 
De qualquer forma, a margem de preferência, cujo limite máximo da 
diferença do custo entre produto nacional e estrangeiro é de 25% 
(somando-se a margem normal e a margem adicional – nos termos do Art. 
3º, §8º da Lei nº 8.666/1993) – será estabelecida por meio de Decreto 
Regulamentar da Presidência da República com base em estudos revistos 
periodicamente, em prazo não superior a 05 anos, que levem em 
consideração (Art. 3º, §6º da Lei nº 8.666/1993): (i) geração de emprego e 
renda; (ii) efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; 
(iii) desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país; (iv) custo 
adicional dos produtos e serviços; e (v) análise retrospectiva de resultados. 
A existência da margem de preferência depende de dois fatores: 
a) Estabelecimento das margens de preferência pelo Poder Executivo 
Federal, com base nos estudos acima mencionados; 
b) Previsão dos índices de preferência no edital; 
 
- Micro e Pequenas Empresas (Lei Complementar nº 123/2006 – Estatuto 
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte): dentre as 
normas estabelecidas no Estatuto, há uma série de normas que regram 
licitações. Tais regras trazem disposições diferenciadas aplicáveis às 
Microempresas Empresas de Pequeno Porte. Dentre as vantagens trazidas, 
temos as seguintes: 
a) Comprovação de Regularidade Fiscal (Arts. 42 e 43 da LC nº 
123/2006): as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte possuem 
tratamento diferenciado quanto à comprovação da regularidade fiscal; 
b) Critério de preferência em caso de empate (Arts. 44 e 45 da LC nº 
123/2006): havendo empate entre uma grande empresa e uma 
Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte em uma licitação pública, 
dá-se preferência à Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, que 
terá a oportunidade de apresentar proposta com valor menor que a 
proposta apresentada pela empresa vencedora. Nesse caso, a ME ou 
EPP será a vencedora da referida licitação, em detrimento da grande 
empresa; 
- Empate Ficto ou Equiparado (ou Equiparação a Empate): nos 
termos do Estatuto, equipara-se fictamente a um empate a situação em 
que a Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte em posição mais 
vantajosa na licitação tiver oferta não superior a 10% do valor 
apresentado pela empresa vencedora, caso em que será concedida à ME 
ou EPP a oportunidade de apresentar proposta com valor inferior ao 
apresentado pela empresa originalmente vencedora da licitação. Assim, 
consideram-se empatadas a grande empresa originalmente vencedora 
da licitação e a Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte melhor 
classificada na licitação e que apresentar proposta com valor superior, 
em menos de 10%, ao valor apresentado pela grande empresa 
vencedora do certame, caso em que a ME ou EPP poderá apresentar 
proposta de preço inferior ao apresentado pela empresa originalmente 
vencedora, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto 
licitado. 
- Empate ficto ou equiparado: 
a) a ME ou PP melhor classificada poderá apresentar propostade preço 
inferior àquela considerada a vencedora do certame, situação em que 
será adjudicado em seu favor o objeto licitado;1ª situação: Se houver 
empate entre microempresa e macroempresa, é justo que a micro ganhe 
– tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente. Não se 
aplicam os critérios de desempate do art. 3º.2º situação: empate ficto - 
se valor apresentado pela microempresa for até 10% maior que o da 
proposta vencedora, abre-se a possibilidade da ME “cobrir” a proposta 
vencedora, ganhando a licitação. 
b) se a ME ou EPP melhor classificada não apresentar proposta de 
preço inferior àquela considerada a vencedora do certame, serão 
convocadas as remanescentes, na ordem classificatória, para o exercício 
d mesmo direito (desde que as remanescentes se enquadrem nos 
critérios e equiparação a empate); 
c) no caso de duas EPP ou ME terem apresentado valores idênticos, 
será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que 
primeiro poderá apresentar melhor oferta. 
- Não apresentação de proposta melhor: se a Microempresa ou 
Empresa de Pequeno Porte melhor classificada não apresentar proposta 
de preço inferior àquela considerada a vencedora do certame, serão 
convocadas as MEs e EPPs remanescentes (desde que respeitados os 
critérios de empate ficto), na ordem classificatória, para o exercício do 
mesmo direito. 
- Empate entre Micro e Pequenas Empresas: no caso de duas EPPs 
ou MEs terem apresentado valores idênticos, será realizado sorteio 
entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá 
apresentar melhor oferta. 
OBS. 01: não há a aplicação dessa regra se a empresa originalmente 
vencedora já for uma Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte. 
OBS. 02: no caso de licitação no modelo “Pregão”, a margem limite da 
equiparação é de até 5% (e não de até 10%, como a regra geral) e a ME 
ou EPP melhor classificada será convocada para apresentar nova 
proposta no prazo máximo de 05 minutos após o encerramento dos 
lances, sob pena de preclusão; 
 
Tratamento diferenciado quanto à comprovação da regularidade fiscal. 
 
 
Princípio da Publicidade 
 
- Conceito (Art. 3º, §3º da Lei nº 8.666/1993): os atos das licitações são 
públicos, a fim de que estejam sujeitos a fiscalização pelos administrados. 
Apenas não são públicos os conteúdos das propostas enquanto essas não 
forem abertas (Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas), posto que a 
publicidade do conteúdo das propostas poderia resultar em fraude à 
competitividade da licitação (aliás, a violação do sigilo na apresentação das 
propostas constitui crime – Art. 94 da Lei nº 8.666/1993). 
A publicidade da licitação será maior ou menor de acordo com a modalidade 
da licitação. Como exemplos, temos que a modalidade “concorrência” possui 
maior publicidade, pelo fato de ter divulgação por tempo maior (edital com 
duração mínima de 30 dias), ao passo que a modalidade “convite” possui 
menor publicidade, posto que sequer há publicação de edital (o edital é 
substituído por uma carta-convite enviada a algumas empresas). 
“A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos 
de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a 
respectiva abertura”. 
 
 
Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório 
 
- Conceito (Art. 41, Lei nº 8.666/1993): o instrumento convocatório 
(“edital”, para as licitações em geral; ou convite, para as licitações da 
modalidade “carta-convite”), elaborado pela Administração Pública é, segundo 
Hely Lopes Meirelles a “lei interna da licitação”. 
A licitação far-se-á nos termos de seu instrumento convocatório. Assim, deve 
a licitação ser vinculada aos termos do edital publicado (ou do convite, nos 
casos da modalidade “carta-convite”), não podendo o licitante ou a 
Administração Pública desrespeitar o disposto no edital (por exemplo, não 
pode a Administração Pública modificar o disposto no edital após sua 
publicação). 
A vinculação se dá tanto em relação aos ofertantes quanto à administração 
pública; 
 
 
Princípio do Julgamento Objetivo 
 
- Conceito (Art. 44 da Lei nº 8.666/1993): é decorrência lógica do Princípio 
da Vinculação ao Instrumento Convocatório. O julgamento das propostas 
apresentadas na licitação deve ocorrer de acordo com os critérios objetivos 
previstos no edital/carta-convite e na lei (lembrando-se que o edital/carta-
convite deve respeitar a lei), e não com base em critérios meramente 
subjetivos. 
É possível o julgamento com base em critérios de: 
a) Menor Preço; 
b) Melhor Técnica; 
c) Técnica e Preço; 
d) Maior Lance ou Oferta: em licitações em que a Administração Pública 
atua na alienação de algum bem; 
O critério de julgamento deve ser o previsto no edital. 
 
 
Princípio da Adjudicação Compulsória 
 
- Conceito (Art. 50 da Lei nº 8.666/1993): segundo tal princípio, o vencedor 
da licitação tem o direito de não ser preterido na atribuição do objeto do 
certame, ou seja, concluída a licitação com um vencedor, caso a 
Administração Pública queira contratar, apenas o poderá fazer com o 
vencedor da licitação. 
 
- Expectativa de Direito ou Direito Subjetivo? duas correntes sobre o 
assunto: 
a) 1ª Corrente (Majoritária): defende que a celebração de contrato com o 
licitante vencedor é mera expectativa de direito deste. Assim entende, 
posto que a Administração Pública tem liberdade para contratar, 
podendo fazê-lo ou não (todavia, se for contratar, deve contratar com o 
licitante vencedor). Ademais, a Administração Pública tem a faculdade 
de não convocar o licitante vencedor para a contratação, caso em que, 
transcorrido o prazo de 60 dias da apresentação das propostas sem tal 
convocação, o licitante vencedor fica liberado da obrigação assumida; 
b) 2ª Corrente: defende que, concluída a licitação, o licitante vencedor 
tem o direito subjetivo de efetivamente contratar com a Administração 
Pública, ou seja, uma vez terminada a licitação com um vencedor, a 
Administração Pública é obrigada a contratar com o licitante vencedor. 
Tal posicionamento surgiu após a decisão do STF em que este entendeu 
ser a posse em concurso público um direito subjetivo dos candidatos 
efetivamente aprovados no concurso dentro das vagas disponibilizadas 
no edital; 
O vencedor da licitação tem a expectativa do direito de ser contratado; Se a 
administração for celebrar o contrato, tem que contratar com quem ganhou a 
licitação. Há expectativa do direito de ser contratado, e não direito subjetivo 
da proposta vencedora. 
Sempre predominou na doutrina e jurisprudência o entendimento de 
expectativa de direito. Contudo, recentemente, há uma minoria que defende o 
reconhecimento do direito, assim como se fez no caso das vagas em concursos 
públicos. 
 
 
Princípio da Moralidade e da Probidade 
 
- Conceito (Art. 37, caput, CF): segundo tal princípio (que permeia não só as 
licitações, mas toda a atuação da Administração Pública), as licitações devem 
ser pautadas pela ética e pela moral. Deve haver atuação ética tanto por parte 
do licitante como por parte da Administração Pública. A fraude em licitações, 
aliás, constitui improbidade administrativa e é crime. 
A Administração e o Licitante devem atuar dentro do certame público com 
boa-fé. 
 
 
Princípio da Competitividade 
 
- Conceito (Art. 3º, §1º, I da Lei nº 8.666/1993): as licitações devem 
possuir o máximo de competitividade possível. Assim, a Administração 
Pública não pode inserir ou prever no edital qualquer disposição que restrinja, 
comprometa ou frustre o caráter competitivo e a participação de licitantes, ou 
que estabeleçapreferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede 
ou do domicílio dos licitantes, salvo quando a natureza do objeto assim exigir. 
Vedação de cláusulas que restrinjam o caráter competitivo da licitação. Lógica 
da concorrência. 
Contudo, tal regra tem exceções. Há certas situações em que a delimitação é 
necessária, devida a natureza do objeto. (ex.: abastecimento de gasolina: deve 
ser feito em certo limite territorial). 
 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS LICITAÇÕES 
 
- Obrigação de Licitar: por determinação dos Arts. 37, XXI, e 175 da 
Constituição Federal, a licitação será exigida para o contrato de obras, 
serviços, compras e alienações, concessão e permissão de serviços públicos. 
A licitação é obrigatória para contratos de obras, serviços, compras e 
alienação, concessão e permissão de serviços públicos para toda 
administração direta e indireta, exceto se a lei dispuser de forma contrária. 
 
- Dispensa e Inexigibilidade: apesar da regra de obrigatoriedade de licitação, 
há situações em que a Administração Pública não necessita proceder à 
licitação. Tal se pode depreender da parte inicial do Art. 37, XXI da CF 
(“ressalvados os casos especificados na legislação”). São os seguintes casos: 
a) Dispensa de Licitação (Art. 24 da Lei nº 8.666/1993): consiste na 
situação em que a competição é viável, mas a lei autoriza a 
Administração a não realizar a licitação, com base em sua competência 
discricionária, ou seja, de acordo com critérios de oportunidade e 
conveniência do administrador. Convém anotar que, mesmo nos casos 
de dispensa, nada impede que a Administração Pública realize a 
licitação, caso entenda adequado. 
Quando pensa em dispensa de licitação é uma hipótese em que a lei 
autoriza o administrador público de realizar ou não a licitação, ou seja, 
escolha de fazer e não fazer. Sendo assim, o rol do art. 24 é taxativo, ou 
seja, só acontece essa discricionariedade de fazer ou não fazer nas 
hipóteses taxada no art. 24. 
Se o administrador quiser fazer licitação, ele pode. Rol taxativo, assim, 
só terá liberdade de fazer ou não licitação nas hipóteses do art. 24. 
- Casos em que há dispensa de licitação (rol htaxativo): 
a.1) Em razão do pequeno valor do contrato (Art. 24, I e II, da Lei nº 
8.666/1993): quando o valor do contrato a ser celebrado é baixo, de 
modo que o custo da licitação seja maior que o custo do contrato, não 
se justificando a exigibilidade de licitação; 
a.2) Em razão de situações excepcionais (exemplos: Art. 24, III, IV, 
V, VI, VII, IX, XI,XIV, XVIII e XXVII, da Lei nº 8.666/1993): nos 
casos em que há uma situação extraordinária, que excede o contexto 
normal, como, por exemplo, em caso de guerra; Inciso IV – dispensa de 
licitação baseada em emergência. Assim, não tem opção de escolher de 
realizar ou não. É muito comum quando ocorrem desastres naturais. 
Não pode ser utilizado para justificar emergência fabricada. 
a.3) Em razão do objeto (Art. 24, X, XII, XV, XVII, XIX e XXI da Lei 
nº 8.666/1993): por exemplo, para compra ou locação de imóvel 
destinado ao atendimento de finalidades da Administração Pública, em 
que as necessidades de instalação e/ou localização condicionem a 
escolha; precisa de um imóvel para instalar um determinado órgão 
público, é o tipo de situação que deve-se olhar no mercado e verificar 
qual se enquadra. Em função do próprio objeto é muito difícil descrever 
no edital para satisfazer a escolha. 
a.4) Em razão da pessoa (Art. 24, VIII, XIII, XVI, XX, XXII, XXIV e 
XXVI da Lei nº 8.666/1993): por exemplo, para contratação de uma 
Organização Social; 
b) Licitação Dispensada (Art. 17, I e II da Lei nº 8.666/93): trata-se de 
exceção à obrigação de licitação em que a lei afirma não haver licitação, 
em determinados casos, quando da alienação de bens pela 
Administração Pública. 
A lei já diz que não ocorrerá a licitação, ou seja, é dispensada pela 
própria lei. 
OBS.: não se deve confundir “licitação dispensada” com “dispensa de 
licitação”: na licitação dispensada, o legislador prevê casos em que não 
ocorrerá a licitação, aplicáveis às alienações feitas pela Administração 
Pública; ao passo em que, na dispensa de licitação, o legislador prevê 
casos em que a Administração Pública tem liberdade para realizar ou 
não a licitação, aplicáveis à aquisição de bens e contratação de serviços 
pela Administração Pública; 
c) Inexigibilidade (Art. 25 da Lei nº 8.666/1993): surge quando não há 
possibilidade de competição, vez que só existe um objeto ou pessoa 
capaz de atender o interesse da Administração. O rol do Art. 25 é 
exemplificativo, de modo que é possível não se realizar licitação em 
casos não previstos em tal dispositivo, desde que demonstrada 
impossibilidade de realização de licitação. 
Será inexigível quando não tem competidores. E por não ter competição 
não tem como realizar licitação. Os incisos do art. 25 constituem um rol 
exemplificativo, porque o legislador não tem como prever todas as 
hipóteses de não houver competição. 
Aqui difere do dispensa de licitação porque lá é rol taxativo e o 
administrador pode ou não fazer a licitação. 
Segundo o Art. 25 da Lei nº 8.666/1993, os casos de inexigibilidade são 
os seguintes: 
c.1) Exclusividade comercial ou industrial: é a situação em que há 
apenas um fornecedor do bem ou produto, de modo que seria inócua 
qualquer licitação; 
c.2) Contratação de serviços técnicos enumerados no Art. 13, de 
natureza singular, com profissionais e empresas de notória 
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de 
publicidade e divulgação: serviços técnicos são todos aqueles previstos 
no Art. 13 da Lei nº 8.666/1993. Serviço técnico de “natureza singular” 
é todo aquele que exige um componente criativo ou uma habilidade 
maior que a usual. “Profissionais ou empresas de notória 
especialização” são aqueles renomados e reconhecidos no meio por seu 
trabalho e habilidade acima da média. 
Só se aplica para serviços técnicos de natureza singular (depende de um 
componente criativo muito grande – ex: patrocínio de causa judicial) 
que leva a um profissional de notória especialização. 
OBS. Vedação: tal hipótese de inexigibilidade é vedada expressamente 
pela lei para a contratação de particulares ou empresas do ramo da 
publicidade e divulgação, posto que tal atividade é, por excelência, um 
serviço de natureza singular, tendo em vista haver obrigatoriamente um 
componente criativo; 
c.3) Contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou 
por meio de empresário, desde que consagrado pela crítica 
especializada ou pela opinião pública; 
Ex: show da virada. Os artistas não vão se submeter a uma licitação, 
assim não tem viabilidade de competição. Os artistas aclamados pela 
critica especializada pode ser contratados por licitação (ex: Meninos de 
Petropolis). 
- OBS. – Responsabilidade por Superfaturamento (Art. 25, §2º da Lei 
nº 8.666/1993): em qualquer das situações de dispensa e 
inexigibilidade, se comprovado o superfaturamento, a responsabilidade 
pelo dano causado é solidária: são responsáveis solidariamente o 
fornecedor/prestador do serviço e o agente público responsável. 
Os artistas devem ser contratados pelo valor do mercado. 
 
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
- Informações Gerais (Art. 22, §8º da Lei 8.666/1993): segundo a Lei de 
Licitações, são 05 as modalidades de licitação: (i) Concorrência; (ii) Tomada 
de preços; (iii) Concurso; (iv) Convite; e (v) Leilão. 
Segundo o Art. 22, §8º da Lei nº 8.666/1993, é vedada a criação de outras 
modalidades de licitação. Todavia, no início dos anos 2000, o Presidente da 
República criou, por meio de Medida Provisória,nova modalidade de licitação: 
o “Pregão”. 
Apesar de inicialmente criticada a criação do pregão, posteriormente se 
tornou a principal modalidade de licitação, tendo em vista suas altas 
vantagens práticas. Em virtude de sua aceitação no meio jurídico, foi editada 
a Lei nº 10.520/2002, que regulamenta o Pregão. 
 
 
MODALIDADE CONCORRÊNCIA 
 
- Conceito (Art. 22, §1º da Lei nº 8.666/1993): é a modalidade de licitação 
que possibilita a maior publicidade, assegurando a participação de qualquer 
interessado, desde que preenchidos os requisitos previstos no edital. 
 
- Características: são aspectos da Licitação modalidade Concorrência: 
a) Publicidade: é modalidade de licitação que possui ampla publicidade. 
Exemplo disso é o fato de que o prazo mínimo do edital é de 30 dias; a 
ideia é que quanto mais tempo fica aberto o edital, mas concorrência eu 
tenho. Como regra, a divulgação do edital é de 30 dias, mas se o critério 
de concorrência for melhor técnica ou técnica e preço o prazo passa a 
ser mínimo de 40 dias. 
b) Universalidade: qualquer empresa pode participar da licitação 
modalidade Concorrência, desde que preenchidos os requisitos exigidos 
no edital; 
 
- Obrigatoriedade: a Concorrência é obrigatória nos seguintes casos: 
a) Obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00 
(Art. 23, I, c da Lei nº 8.666/1993): é valor previsto na lei desde sua 
edição. Tal valor, que à época era altíssimo, atualmente está defasado; 
não pode ser enquadrado no conceito de bem ou serviço comum, pois 
usará o pregão. 
b) Compras e serviços de valor superior a R$ 650.000,00 (Art. 23, II, c 
da Lei nº 8.666/1993); não pode ser enquadrado no conceito de bem 
ou serviço comum, pois usará o pregão. 
c) Compra e alienação de imóveis, ressalvado o disposto no Art. 19 
(Art. 23, §3º da Lei nº 8.666/1993); 
d) Concessões de direito real de uso (Art. 23, §3º da Lei nº 
8.666/1993); 
e) Licitações internacionais (Art. 23, §3º da Lei nº 8.666/1993): salvo 
quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de 
fornecedores (caso em que se poderá adotar a modalidade Tomada de 
Preços) ou quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil 
(caso em que se poderá adotar a modalidade Convite); 
 
- Comissão de Licitação (Art. 51 da Lei nº 8.666/1993): é composta de pelo 
menos 03 membros (todos agentes públicos), sendo dois deles servidores dos 
quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela 
licitação. A lei não exige qualquer outro requisito, nem mesmo conhecimento 
jurídico ou formação técnica específica. 
A comissão é responsável para dar andamento ao procedimento licitatório. 
Formada por 3 membros (2 servidores do órgão). 
 
- Fases: são fases do procedimento licitatório Concorrência: 
a) Edital; 
b) Habilitação; 
c) Classificação; 
d) Homologação; 
e) Adjudicação; 
Procedimento extremamente formal. No estado de SP tem lei que permite a 
alteração das fases da licitação. 
 
 
Edital 
 
- Conceito: o edital é a “lei interna da licitação”, possuindo todas as regras 
que regerão a licitação, ou seja, a licitação se dá nos termos do edital. Assim, 
deve a licitação ser vinculada aos termos do edital publicado, não podendo o 
licitante ou a Administração Pública desrespeitar o disposto no edital. 
Uma vez divulgada o edital, vincula-se as duas partes (licitante e 
administração pública). Pois o que está no edital é o que tem que ser 
cumprido. 
 
- Prazo para apresentação das propostas: no caso da modalidade 
Concorrência, o edital tem um prazo mínimo de 30 dias para a apresentação 
das propostas. 
 
- Modificação do Edital: segundo a Lei de Licitações, é possível a modificação 
do disposto no edital, desde que o prazo seja devolvido na íntegra a partir da 
republicação do edital. 
É possível a alteração do edital, desde que devolve-se o prazo na integra, pois 
é necessário ter tempo hábil para as pessoas terem conhecimento da 
modificação. 
 
- Impugnação do Edital (Art. 41 da Lei nº 8.666/1993): o licitante pode 
impugnar administrativamente o edital até o segundo dia útil que anteceder à 
abertura dos envelopes de habilitação. Admite-se, também, que qualquer 
pessoa impugne o edital, caso em que o prazo é de 5 dias úteis antes da 
abertura dos envelopes de habilitação. Passado este prazo, somente será 
admissível a impugnação judicial. 
Qualquer pessoa do povo pode impugnar o edital e deve ser feita no prazo de 
até 5 dias úteis da entrega da documentação. Já se for um licitante o prazo é 
entrega d 2 dias úteis antes da data marcada da entrega da documentação. 
 
- Requisitos do Edital (Art. 40 da Lei nº 8.666/1993): 
 
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em 
série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a 
modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a 
menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para 
recebimento da documentação e proposta, bem como para início 
da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o 
seguinte: 
I– objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; 
II– prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada 
dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para 
execução do contrato e para entrega do objeto da licitação; 
III– sanções para o caso de inadimplemento; 
IV– local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto 
básico; 
V– se há projeto executivo disponível na data da publicação do 
edital de licitação e o local onde possa ser examinado e 
adquirido; 
VI– condições para participação na licitação, em conformidade 
com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das 
propostas; 
VII– critério para julgamento, com disposições claras e 
parâmetros objetivos; 
VIII– locais, horários e códigos de acesso dos meios de 
comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, 
informações e esclarecimentos relativos à licitação e às 
condições para atendimento das obrigações necessárias ao 
cumprimento de seu objeto; 
IX– condições equivalentes de pagamento entre empresas 
brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais; 
X– o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, 
conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e 
vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou 
faixas de variação em relação a preços de 
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do 
Art. 48; 
XI– critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do 
custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou 
setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, 
ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do 
adimplemento de cada parcela; 
XII– VETADO; 
XIII– limites para pagamento de instalação e mobilização para 
execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente 
previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; 
XIV– condições de pagamento, prevendo: 
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a 
partir da data final do período de adimplemento de cada 
parcela; 
b) cronograma de desembolso máximo por período, em 
conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; 
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, 
desde a data final do período de adimplemento de cada parcela 
até a data do efetivo pagamento; 
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais 
atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de 
pagamentos; 
e) exigência de seguros, quando for o caso; 
XV– instruções e normas para os recursos previstos nestaLei; 
XVI– condições de recebimento do objeto da licitação; 
XVII– outras indicações específicas ou peculiares da licitação. 
§1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas 
as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, 
permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se 
cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e 
fornecimento aos interessados. 
§2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: 
I– o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, 
desenhos, especificações e outros complementos; 
II– orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços 
unitários; 
III– a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e 
o licitante vencedor; 
IV– as especificações complementares e as normas de execução 
pertinentes à licitação. 
§3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como 
adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a 
realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem 
como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja 
vinculada a emissão de documento de cobrança. 
§4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas 
aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista 
para apresentação da proposta, poderão ser dispensados: 
I– o disposto no inciso XI deste artigo; 
II– a atualização financeira a que se refere a alínea c do inciso 
XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre 
as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde 
que não superior a quinze dias. 
 
Uma parte desses requisitos diz respeito sobre licitação e outra parte diz 
sobre o contrato (assinado depois de acabado a licitação). 
 
Habilitação ou Qualificação 
 
- Conceito: é o momento em que ocorre a análise das condições pessoais do 
licitante. Nesse momento exige-se a comprovação de: 
a) Habilitação jurídica (Arts. 27, I e 28 da Lei nº 8.666/1993): deve-se 
verificar a existência jurídica e real da pessoa ou empresa, para que não 
se contrate uma empresa que não existe ou uma pessoa incapaz ou que 
não existe; exigir que a empresa comprove que ela existe. 
b) Qualificação técnica (Arts. 27, II e 30 da Lei nº 8.666/1993): deve-
se comprovar que a empresa tenha meios técnicos idôneos a efetuar a 
obra; empresa comprove que tem conhecimentos técnicos 
especializados. Tal qualificação técnica irá variar de contratação em 
contratação. 
c) Qualificação econômico-financeira (Arts. 27, III e 31 da Lei nº 
8.666/1993): deve-se comprovar a saúde financeira da empresa, para 
que não se contrate uma empresa falida; nesse momento é exigida a 
certidão negativa. 
d) Regularidade fiscal e trabalhista (Arts. 27, IV e 29 da Lei nº 
8.666/1993): deve-se comprovar que a empresa está em situação 
regular com o Fisco, o que não significa comprovar que a empresa não 
deve para o Fisco (certidão negativa), bastando que a empresa comprove 
que está adimplindo os débitos que possuir (certidão negativa com 
efeitos positivos). Deve-se comprovar também a regularidade 
previdenciária (regularidade em relação ao INSS). Por fim, deve-se 
provar a regularidade trabalhista, ou seja, que a empresa está em 
situação regular com seus empregados e ex-empregados; 
e) Cumprimento do disposto no Art. 7º, XXXIII, CF: deve-se comprovar 
que não há contratação ilegal de menores; 
 
- Habilitação e Inabilitação (Desqualificação): a habilitação ocorre quando a 
empresa preenche todos os requisitos exigidos no edital e na Lei de Licitações. 
Caso haja a falta de qualquer requisito, ocorre a inabilitação (ou 
desqualificação), sendo a proposta devolvida à empresa sem sua abertura. 
- OBS. Desqualificação x Desclassificação: desqualificação é sinônimo de 
inabilitação, quando não se aceita a habilitação; desclassificação, por outro 
lado, diz respeito à não aceitação da proposta. 
- Preclusão (Art. 43, §6º da Lei nº 8.666/1993): o momento adequado à 
análise das condições pessoais dos licitantes é a habilitação, de modo que, 
passada tal fase, não cabe desclassificar o concorrente por motivo relacionado 
à habilitação. A única exceção é o caso em que tal desclassificação decorre de 
fato superveniente, ou só conhecido após o julgamento das propostas. 
- Recurso (Art. 109, I, “a” e §2º da Lei nº 8.666/1993): é possível a 
interposição de recurso administrativo no caso de inabilitação. Este terá efeito 
suspensivo. 
- Habilitação de apenas um licitante: é possível a habilitação de apenas um 
licitante. Todavia, isto não significa que este será automaticamente o 
vencedor. Pois poderá ter problemas nas fases seguintes. 
- Licitação Fracassada (Art. 48, Parágrafo Único da Lei nº 8.666/1993): 
caso todos os licitantes tenham sido inabilitados, a Administração, caso 
entenda oportuno e conveniente, pode conceder prazo de oito dias para que 
apresentem nova documentação. 
Se a administração entender que for útil, em 8 dias as empresas podem 
apresentar uma nova documentação. 
- Licitação Deserta (Art. 24, V da Lei nº 8.666/1993): se na data marcada 
para a apresentação das propostas não aparecer nenhum licitante, pode a 
Administração Pública efetuar a contratação direta, sem licitação (é caso de 
Dispensa de Licitação em virtude de situação excepcional). 
Há a publicação do edital e na data não aparece ninguém para apresentar 
proposta. 
 
 
 
 
 
Classificação 
 
- Conceito: é a fase do procedimento licitatório em que as propostas, até 
então fechadas, são abertas. Em tal momento, então, ocorre a análise das 
propostas. 
Irá analisar as propostas. As propostas presentes nessa fase são apenas das 
empresas que foram habilitadas. O edital trás as normas de como as 
propostas devem ser apresentadas. 
 
- Exigências do Edital (Art. 48 da Lei nº 8.666/1993): deverão ser 
desclassificadas as propostas que não atendam as exigências do ato 
convocatório, assim como aquelas com preços manifestamente inexeqüíveis 
(preços realmente baixos, com valores insuficientes à consecução dos fins 
almejados). 
Não são aceitas porque podem ter problemas em relação a elas. 
 
- Art. 44, §2º da Lei nº 8.666/1993: não poderá ser considerada qualquer 
espécie de vantagem não prevista no edital (por exemplo, uma empresa que 
formula a seguinte proposta: “a nossa proposta é no valor de R$100,00, e 
mais o apoio na próxima campanha para presidência”), nem preço ou 
vantagem baseada em proposta dos demais licitantes (por exemplo, uma 
empresa que formula a seguinte proposta: “o valor de nosso serviço será 10% 
menor que a melhor proposta”). 
Não se admite proposta formulada em cima de outro licitante. Não pode 
também fazer proposta que não está prevista no edital. 
 
- Roteiro para Classificação: é possível estabelecer um roteiro para 
classificação, desclassificando os licitantes cuja proposta: 
a) Não preencha as exigências do instrumento convocatório (edital); 
b) Veicule preços manifestamente inexeqüíveis; 
c) Ofereça vantagem não prevista no instrumento convocatório (edital); 
d) Veicule preço ou ofereça vantagem baseada em proposta dos demais 
licitantes; 
 
- Julgamento: o julgamento das propostas liga-se à modalidade de licitação, 
podendo ser utilizados os seguintes critérios: 
a) Menor preço; 
b) Melhor técnica; Letra b: duas listas – uma lista classifica a empresa 
melhor capacitada para menos (obras feitas, entre outras) e outra lista 
coloca ordem de preço do menor para o maior. 
c) Técnica e preço; 
d) Maior lance ou oferta; 
Dependendo do critério de julgamento, a análise será feita de um modo. 
Licitação do tipo é o julgamento. 
 
- Desclassificação (Art. 109, I, “b” e§2º da Lei nº 8.666/1993): sendo 
todas as propostas desclassificadas, a Administração pode fixar prazo de 08 
dias úteis para a apresentação de outras propostas, afastando as causas que 
levaram à desclassificação. Do julgamento das propostas cabe recurso com 
efeito suspensivo. 
 
 
Homologação 
 
- Conceito: é a aprovação do procedimento. Através deste ato a autoridade 
competente irá verificar se existe algum tipo de vício de ilegalidade no 
procedimento. É decorrência exercício da Autotutela Administrativa. 
Sendo encontrado qualquer vício, a autoridade competente anulará a licitação 
ou sanará o vício, se possível. 
Por outro lado, estando em ordem o procedimento, ele será homologado. 
Momento que faz o controle de legalidade da licitação. Já se verificar alguma 
ilegalidade no procedimento, anula o procedimento. Se for vicio sanável, 
corrige o vicio. 
 
 
Adjudicação 
 
- Conceito: é o ato pelo qual a Administração atribui ao licitante vencedor o 
objeto da licitação. É o ato que põe fim ao procedimento licitatório. 
Não se confunde com o contrato administrativo. A Administração deve 
convocar para assinatura do contrato no prazo de 60 dias da data de entrega 
das propostas. Passado este período os licitantes ficam liberados dos 
compromissos assumidos. (Art. 64, §3º da Lei nº 8.666/1993). 
Caso o vencedor não compareça para assinar o contrato, perderá o direito à 
contratação, ficando sujeito às penas do Art. 87 da Lei nº 8.666/1993. A 
Administração pode convocar os remanescentes pela ordem de classificação, 
para realizar o contrato nas mesmas condições do primeiro classificado; ou 
pode revogar a licitação. 
Adjudicação significa dizer para o vencedor: você venceu a licitação. O art. 64 
quer dizer que do dia que o sujeito entregou o envelope da proposta, a 
administração terá 60 dias para convocar o vencedor a assinar o contrato. 
 
 
MODALIDADE TOMADA DE PREÇOS 
 
- Conceito (Art. 22, §2º da Lei nº 8.666/1993): é a modalidade de licitação 
realizada apenas entre interessados previamente cadastrados ou que 
preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior à data 
do recebimento das propostas. Destina-se a contratações de médio porte. 
 
- Publicidade: o grau de publicidade da Tomada de Preços é menor que o da 
Concorrência. Exemplo disso é que nem todos podem participar da licitação 
Tomada de Preços, senão apenas os interessados previamente cadastrados ou 
que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior à 
data do recebimento das propostas. 
Publicidade ampla (menor que na concorrência). Edital divulgado, no mínimo, 
15 dias. Se for melhor técnica ou técnica e preço 30 dias. 
 
- Prazo do Edital: o prazo do edital é, em regra, de 15 dias. Porém, será de 30 
dias, no caso de licitação com critérios de “melhor técnica” ou de “técnica e 
preço”. 
 
- Registro Cadastral: o cadastramento é uma espécie de habilitação prévia à 
licitação. A aprovação no cadastramento resulta na emissão de um Certificado 
de Registro Cadastral (com prazo de validade de, no máximo, 01 ano), que 
garante que a empresa já apresentou a documentação necessária e foi 
aprovada. Assim, a empresa não precisa apresentar novamente todos os 
documentos na habilitação de cada licitação, bastando que apresente o 
Certificado de Registro Cadastral. 
Órgãos que fazem licitações com muita freqüência, assim, eles criam esse 
registro para “ganhar tempo”. 
Não existe para o procedimento de concorrência, pois aqui qualquer empresa 
pode participar, independente de registro cadastral (apenas apresentar a 
documentação). Na tomada de preço, só pode participar quem tem esse 
registro cadastral (pode providencia 3 dias antes da licitação). Ou seja, tem 
que ter esse registro na administração pública. Assim, a tomada de preço não 
é tão universal quanto a concorrência. 
 
- Habilitação: a principal diferença entre a tomada de preços e a 
concorrência, além do prazo do edital, está na fase de habilitação. Esta é feita 
antes da licitação, para aqueles que estão regularmente inscritos no registro 
cadastral, e durante o procedimento para aqueles que apresentam a 
documentação para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do 
recebimento das propostas. No mais, o procedimento é o mesmo da 
concorrência. 
 
 
MODALIDADE CONVITE 
 
- Conceito (Art. 22, §3º da Lei nº 8.666/1993): é a modalidade de licitação 
entre, no mínimo, três interessados do ramo pertinente ao seu objeto, 
cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, e 
da qual podem participar também aqueles que, não sendo convidados 
estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu 
interesse com antecedência mínima de 24 horas da apresentação das 
propostas. É modalidade de licitação utilizada para pequenas contratações. 
 
- Não confundir: Registro cadastral (tomada de preço) X Sistema de registro de 
preços (sistema em que a administração invés de soltar um edital que irá 
comprar X cadeiras, solta dizendo o preço. É uma licitação para o preço ficar 
registrado, assim, quando for comprar compra de quem deu o menor preço). 
 
Modalidade mais frágil. Não existe edital, é substituído pela carta-convite. A 
administração escolhe as empresas que ela quer que faça parte da licitação e 
manda a carta-convite. Fere o principio da isonomia e da publicidade. Essa 
modalidade de licitação tem a modalidade mais restrita, modalidade mínima. 
Facilitando assim as fraudes. 
Não há edital, mas sim carta-convite. Carta-convite é o meio pelo qual a 
administração “escolhe” algumas empresas e envia cartas com as condições 
daquele procedimento licitatório. Esse tipo de licitação fere, ao menos, dois 
princípios da administração: o da isonomia e publicidade. O da isonomia, pois 
o administrador convida quem ele quer, sendo cadastrado ou não, mas se 
alguém quiser participar tem que se manifestar e esta previamente 
cadastrado no prazo de 24 horas. O da publicidade porque ele se dá por meio 
de fixação do convite em painéis de aviso da repartição pública. 
 
 
- Carta-Convite: não há edital na licitação modalidade Convite, sendo a 
Carta-Convite seu instrumento convocatório. A Carta-Convite é enviada às 
empresas que a Administração Pública deseja convidar. Pode a Administração 
Pública convidar quaisquer interessados, tenham estes registro cadastral ou 
não. Após o envio da Carta-Convite, deve cópia desta ser fixada em local 
apropriado, de modo que quaisquer empresas interessadas possam participar 
da licitação, desde que tais empresas não convidadas estejam cadastradas. 
OBS.: segundo entendimento atual do TCU, não basta o envio de Carta-
Convite a três interessados, sendo necessário à validade da licitação que haja 
efetivo recebimento de três propostas dos interessados, a fim de que haja real 
competitividade. 
 
- Inclusão nos Convites (Art. 22, §6º da Lei nº 8.666/1993): a fim de evitar 
que a Administração convide sempre os mesmos, a lei determina que 
existindo mais de três interessados na praça, a cada novo convite com mesmo 
objeto ou assemelhado, seja a carta dirigida a pelo menos mais um 
interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas 
licitações. 
Pode ser chamada as mesmas empresas nas licitações, desde que inclua uma 
nova empresa da que não foi chamada. 
 
- Possibilidade de Convite a apenas duas empresas (Art. 22, §7º da Lei nº 
8.666/1993): em não havendo três interessados, ou havendo limitação do 
mercado ou desinteresse dos convidados, podem ser convidados apenas dois 
interessados. Porém, essas circunstâncias devem ser justificadas,sob pena de 
repetição do convite. 
 
- Substituição de Modalidade (Art. 23, §4º da Lei nº 8.666/1993): não há 
qualquer irregularidade no fato da Administração utilizar Concorrência ou 
Tomada de Preços para situação que seria de Convite. 
Sabe-se o tipo da modalidade da licitação pelo valor da contratação. Grande 
contratação: concorrência; Média contratação: tomada de preço; pequena 
contratação: convite. Sendo assim, pode haver a substituição, não podendo 
uma situação se encontrar num procedimento amplo e substituir por um 
menor (tomada de preço por convite). 
 
- Substituição da Comissão de Licitação (Art. 51, §1º da Lei nº 
8.666/1993): em se tratando de Convite, a comissão de licitação pode ser 
substituída por servidor designado pela autoridade, desde que se trate de 
pequena unidade administrativa em que a exigüidade de pessoal justifique a 
medida. 
 
 
MODALIDADE CONCURSO 
 
- Conceito (Art.22, §4º da Lei nº 8.666/1993): é a modalidade de licitação 
entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou 
artístico, mediante instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores. No 
caso, a vantagem para o interessado é o recebimento do prêmio oferecido; ao 
passo que para a Administração Pública a vantagem é a economia: ao invés 
de contratar profissional de renome do ramo técnico, científico ou artístico 
(que cobraria altos valores), recebe vários trabalhos do ramo desejado, 
trabalhos estes de grande qualidade, mas feitos por um interessado ainda 
sem renome (que não cobrará altos valores, apenas recebendo o prêmio fixo 
estabelecido pela Administração Pública). 
Não se pauta pelo valor da contratação e sim em situações especificas. É 
realizada para conceder um prêmio. Não têm muitas regras igual as outras 
modalidades, suas regras se pautam no edital. O pouco que a lei regulamenta 
vai dizer sobre comissão (comissão técnica, ou seja, será formada por técnicos 
da área que julgará o concurso). Ex: vale do Anhangabaú – é um resultado de 
um concurso. 
É muito disputado pelo cinema. 
 
- Prazo do Edital: o edital deve ser publicado com antecedência mínima de 45 
dias. 
 
- Comissão de Licitação com Corpo Técnico Especializado: no caso da 
modalidade Concurso, a comissão de licitação (que, em regra, composta por 
agentes públicos) é substituída por indivíduos que possuam conhecimento 
técnico específico na área dos trabalhos buscados. 
 
 
MODALIDADE LEILÃO 
 
- Conceito (Art. 22, §5º da Lei nº 8.666/1993): é a modalidade de licitação 
entre quaisquer interessados para: 
a) Venda de bens móveis inservíveis para a Administração; 
b) Venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados: há 
críticas quanto à presença do termo “bens penhorados”, tendo em vista 
que a penhora é feita pelo Poder Judiciário, em Execução Civil ou 
Trabalhista, como medida voltada a garantir satisfação de um débito de 
um particular para com outro, de modo que a Administração Pública 
nada teria a ver com a penhora judicial. A interpretação que é dada é a 
de que o legislador quis dizer “bens empenhados”, frutos de penhor (e 
não “penhorados”, que são frutos de penhora); 
c) Alienação de bens imóveis, prevista no Art. 19 da Lei nº 
8.666/1993; 
Utilizada pela administração pública quando vai vender algo. Irá vender bens 
que não serão úteis para ela. Ex: carteiras de escolas públicas. 
Julgamento: maior lance ou oferta. 
Quando o bem vai para o leilão tem que ter uma avaliação previa para saber o 
valor do bem pra não vender menos do que vale. Não tem uma comissão de 
licitação, pois é o leiloeiro oficial que o fará. 
 
- Avaliação Prévia: o bem a ser alienado deve ser previamente avaliado, 
estipulando-se seu real valor, a fim de que não seja o bem alienado por valor 
inferior ao seu valor justo. Assim, a venda é feita a quem possa oferecer maior 
lance, igual ou superior ao da avaliação. 
O bem a ser leiloado deve ser avaliado anteriormente, a fim de garantir que 
ele não seja vendido em valor inferior ao real. 
 
- Leiloeiro oficial: é o indivíduo encarregado de proceder ao leilão, com base 
no critério de maior lance ou oferta. 
Já está na estrutura da administração e se não tiver é nomeado. No leilão não 
há comissão de licitação, mas sim leiloeiro oficial. 
 
OBS: Não se pode vincular marca para qualquer tipo de licitação. Os 
tribunais de contas são quem fiscalizam as licitações. São muito rigorosos, 
tanto que não deixam exigir na licitação nem o Iso de qualidade. 
 
 
MODALIDADE PREGÃO 
 
- Conceito: é a modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços 
comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa 
pelo fornecimento é feita por meio de propostas em sessão pública. Foi 
introduzido em nosso ordenamento pela MP nº 2.026/2000, posteriormente 
convertida na Lei 10.520/2002. 
Não está previsto na lei de licitações e sim na lei 10.520/02, foi introduzido 
por meio de medida provisória. É diferencial porque para essa modalidade 
pouco importa o valor da contratação. É utilizado quando quiser adquirir 
bens ou serviços comuns. Não há limite de valor. 
 
- Bens e Serviços Comuns: por bens e serviços comuns consideram-se 
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. 
Antigamente, havia um decreto que tinha um rol que citava todos os bens e 
serviço comuns. Hoje bem e serviços comuns é aquilo que consegue definir 
sem margem de duvida no edital é bem e serviço comum, ou seja, consegue 
definir com facilidade o que irá comprar. Ex: ar condicionado, uniforme 
escolar, material de limpeza, material escolar. Se precisar desenvolver um 
programa especifico para a secretaria do meio ambiente, não sendo bem e 
serviço comum porque é de difícil definição. 
 
- Não é admitido: em razão da natureza do objeto, o pregão não será 
admitido: 
a) Contratações de obras e serviços de engenharia; 
a.1) o pregão só é admissível para bens e serviços comuns. Obras não 
se insere nesse conceito. Sumula 257/2010 TCU: o uso do pregão nas 
contratações de serviços comuns de engenharia encontra ampara na lei 
10520/02. 
Caso o serviço de engenharia for de uso comum, não há problema de 
usar o pregão. 
b) Locações imobiliárias; há uma complexidade de licitação que não é 
compatível com o pregão. 
c) Alienações em geral; 
 
- Bens e serviços de informática: puderem ser considerados comuns: 
admite-se o pregão (inicialmente, esse posicionamento não era aceito, pois a 
lei 8666/93 exige o julgamento por técnica e preço nesses casos, e o 
julgamento do pregão é por menor preço). 
Não puderem ser considerados comuns: lei 8.666/93 com adoção do critério 
de técnica e preço. 
Antigamente, tudo que evolvia informática não poderia fazer o uso do pregão 
porque não seriam enquadrados no conceito de bens e serviço comum. Hoje 
em dia, tudo que se encaixar no conceito de informática pode ser feito por 
pregão, exceto os programas que precisam ser desenvolvidos. 
Se utilizar a lei do pregão para bens e serviços de informática usa-se o a 
critério de menor preço. Já se for para bens e serviços de informática que não 
de uso comum utiliza-se o critério de técnica e preço. 
 
- Pregoeiro (Art. 3º, IV da Lei nº 10.520/2002): no pregão não há Comissão 
de Licitação. No Pregão, a licitação será realizada por um pregoeiro, servidor 
treinado do órgão que promove o procedimento, escolhido e designado pela 
autoridade competente. 
- Etapa de credenciamento: é o momento em que o interessado, ou seu 
representante, se identifica e comprova ter poderes paraa formulação de 
propostas e prática dos demais atos inerentes à disputa. Aquele que não 
estiver presente ou não contar com um representante credenciado poderá 
participar da disputa, mas sem direito a fazer lances. 
Só poderá apresentar nova proposta se estiver credencia. Esse 
credenciamento tem a finalidade de comprovar que tem poderes para fazer 
nova proposta. 
 
- Procedimento: à modalidade Pregão são previstas as mesmas fases da 
Concorrência. 
- Prazo de Edital: o prazo mínimo do Edital é de 08 dias, ou seja, o intervalo 
mínimo de divulgação do Pregão é de 08 dias, o que se justifica pelo motivo de 
que se buscou procedimento mais célere. 
- Inversão de Fases: o procedimento da modalidade Pregão possui 
característica peculiar: são invertidas as fases de classificação e habilitação. 
Isto se justifica pelo fato de tornar mais célere a licitação, tendo em vista que 
haverá a economia do tempo que seria utilizado para análise da habilitação de 
todos os concorrentes, de modo que a fase de habilitação apenas se dará após 
a escolha do vencedor da fase de classificação. 
Assim, antes mesmo de abertos os envelopes de habilitação, são abertos os 
envelopes de proposta. Se os requisitos da proposta não forem atendidos, a 
proposta será desclassificada. 
- Possibilidade de Inovação da Proposta: entre as propostas classificadas, 
permite-se que o autor da oferta de menor preço e os que fizeram ofertas até 
10% superior a esta possam fazer lances sucessivos até que seja proclamado 
o vencedor. Ademais, se não houver ao menos três ofertas nestas condições, 
os autores das três melhores propostas poderão oferecer lances verbais e 
sucessivos, independentemente do preço oferecido. 
- Habilitação: escolhido o vencedor, passa-se à fase de habilitação, com a 
abertura do envelope documentação. Sendo inabilitado, o pregoeiro passará à 
análise da documentação do segundo colocado e assim por diante até que se 
encontre um licitante que tenha atendido às condições do edital. 
 
Prevê as mesmas fases da concorrência com a característica peculiar de 
inverter as fases de classificação e habilitação, bem como a adjudicação e a 
homologação. 
Se os requisitos da proposta não forem atendidos, a proposta será 
desclassificada. Entre as propostas classificadas, permite-se que o autor da 
oferta de menor preço e os que fizeram ofertar até 10% superior a esta 
possam fazer lances sucessivos ate que seja proclamado o vencedor. Note-se 
que se não houver ao menos 3 ofertas nestas condições, os autores das 3 
melhores propostas poderão oferecer lances verbais e sucessivos. 
Independentemente do preço oferecido. 
Pega-se o menor da proposta e junta a ele todos aqueles que fizeram a 
proposta 10% superior, e irá sugerir que os outros licitantes façam novos 
lances. Essa chance de novos lances derruba o preço do pregão, o que é muito 
atrativo para a administração pública. 
- Fases: 
1. Edital; 8 dias úteis; Estabelece um intervalo mínimo para os lances. E 
normalmente não se admite lances iguais. 
2. Credenciamento; 
3. Classificação (proposta); 
4. Habilitação; 
No pregão primeiro verifica a proposta da empresa e depois a habilitação dela. 
Essa inversão serve para ganhar tempo. 
 
- Pregão Eletrônico: admite-se o Pregão por meio eletrônico. Tal modalidade, 
aliás, é preferência da Administração Pública, tendo em vista haver mais 
dificuldade em sua fraude (posto não existir contato físico entre pregoeiro e 
licitante). 
Tem que ter um cadastramento para entrar na via eletrônica. Considera-se tal 
modalidade como a mais difícil de haver fraude. 
http://www.bec.sp.gov.br/Publico/Aspx/Home/Home.html 
 
- Recursos em matéria de licitação: no Pregão há uma fase única de 
recursos, que se dá ao final do procedimento (não há vários momentos para 
recorrer, como ocorre nas demais modalidades de licitação). Na fase de 
recursos, pode-se impugnar tanto a desclassificação como a desqualificação. 
Todos os recursos são unificados, no final do procedimento. 
 
- Anulação e revogação de licitação; 
Revogação quando a administração pública acredita não ser mais 
oportuno/conveniente realizar aquelea licitação. A revogação precisa de um 
fato novo que torna inoportuno e inconveniente tal licitação. 
 
- Estatuto da micro e pequena empresa; 
 
 
Regime diferenciado de contratação – RDC 
 
Introduzido pela lei 12.462/11, restringe-se aos seguintes casos: 
a) Licitações e contratos necessário aos jogos olímpicos e paraolímpicos de 
2016; 
b) Copa da confederações e copa do mundo; 
c) Obras de infraestrutura e serviços para aeroportos das capitais 
distantes até 350km das cidades sedes dos referidos eventos mundiais; 
d) Obras do PAC; 
e) Obras e serviços de engenharia no âmbito do sistema público de ensino; 
f) Obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS; 
g) Obras e serviços de engenharia no programa de dragagem portuária e 
hidroviária; 
A opção pelo RDC deve constar de forma expressa do instrumento 
convocatório. 
 
Modelo diferenciado de contratação só poderia ser aplicado para os casos a,b 
e c. porém em 2012, ampliou-se ao d, e, f e g. desse modo, não será qualquer 
obra e serviço de engenharia do SUS que será feito pelo RDC. 
 
- Diferenciais do RDC: 
a) Contratação integrada: permite-se que todas as etapas da obra sejam 
contratadas com uma única empresa; 
b) Inversão de fases: como já ocorre no pregão; é para obra e, em regra, 
deveria usar concorrência, mas há a inversão de fases; 
c) Fase única de recursos; 
d) Caráter sigiloso do orçamento; a reserva orçamentária não é sigilosa, o 
que é sigiloso é o orçamento. Facilita que a administração pública 
acaba favorecendo uma única empresa. 
e) Pré-qualificação: na fase de julgamento ou de lances com a 
apresentação de amostras; exigir amostra do produto. 
 
OBS: a nova lei de licitação que está sendo gestado extingue o RDC, convite e 
tomada de preço. A extinção do RDC é bem vinda porque foi criado para as 
obras de copa do mundo e olimpíadas e, houve a entrada de novas obras. 
Alem do que há um novo modelo de licitação, porque há uma mistura do RDC 
com a licitação atual. 
 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
- Contratos da Administração X Contratos Administrativos: os Contratos 
da Administração são aqueles celebrados por integrantes da Administração 
Pública, mas regidos pela legislação privada. Por outro lado, os Contratos 
Administrativos são aqueles celebrados por integrantes da Administração 
Pública e regidos pelo Direito Público, em que a Administração Pública atua 
com uso de prerrogativas (a fim de garantir o respeito a Interesse Público). A 
principal característica dos Contratos Administrativos é a existência de 
cláusulas exorbitantes (aquelas que são consideradas ilícitas ou incomuns em 
relações de direito privado). 
Contrato da administração (amplo) envolve os contratos que a administração 
celebra, incluindo aqueles que são regidos pelo direito privado (não são 
considerados contratos administrativos). Já os contratos administrativos são 
aqueles celebrados pela administração e regidos pelo direito público (atuando 
com muitas prerrogativas). Exemplo de clausulo exorbitante 
 
 
 
Cláusulas Exorbitantes 
 
Tem fundamento que no conflito do direito publico e particular, prevalece o 
publico (principio da supremacia do interesse público). 
 
- Exigência de Garantia (Art. 56, §1º da Lei nº 9.666/1993): para os 
Contratos Administrativos, pode a Administração Pública exigir do contratado 
a prestação de uma garantia de que este cumpra o contrato. São modalidades 
de garantia a serem dadas, à escolha do contratante:a) Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública; deposita o dinheiro em 
uma conta e tal dinheiro fica como garantia do contrato. Se executar o 
contrato de forma adequada, devolve-se o dinheiro; caso contrario, o 
dinheiro vai ser usado para “cobrir” o prejuízo que teve. 
b) Seguro-garantia; é mais comum nas grandes obras. Se der algum 
problema quem arca com o prejuízo é a seguradora contratada. 
c) Fiança bancária; nesse caso, é necessário que o banco seja o fiador 
(mais difícil). 
Só pode exigir garantia do contrato se estava previsto no edital da licitação. O 
edital só pode exigir a garantia e quem escolhe o tipo é o contratado. Assim, 
exigida a garantia no contrato, o contratado pode escolher uma das 3 
modalidades. 
 
A lei permite que a garantia é exigida em dois momentos: 
a) Durante a licitação: a garantia pode ser exigida dos licitantes, na fase 
de habilitação (qualificação econômico-financeira). Nesse caso o valor é 
limitado a 1% do valor estimado do contrato. 
b) Assinatura do contrato: a garantia exigida do contrato não excederá 
5% do valor do contrato, exceto obras e serviços de grande vulto, 
quando pode chegar a 10%. Aqui só exige a garantia do ganhador 
porque é no momento da assinatura do contrato. 
 
- Alteração Unilateral (Arts. 58, I e 65, I da Lei nº 8666/93): é permitido à 
Administração Pública alterar o disposto no Contrato Administrativo sem o 
consentimento do contratado. Todavia, tal alteração é possível apenas em 
duas situações: 
a) Alteração qualitativa: quando houver modificação do projeto ou das 
especificações, para melhor adequação técnica a seus objetivos; quando 
é necessário mudar o projeto ou especificação do projeto para atender 
alguma adequação técnica. É uma alteração porque houve uma 
inovação que não tinha antes. 
- A lei não traz um limite especifico para as alterações qualitativas, 
surgindo duas correntes: 
1. 1ª corrente: não há limites; pois a lei não fala, então pode tudo. 
2. 2ª corrente: os limites previstos no art. 65, §1º e 2º da lei 
8.666/93 se aplicam as alterações qualitativas. 
b) Alteração quantitativa: quando necessária a modificação do valor do 
contrato em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de 
seu objeto, nos limites permitidos em lei (25%); ou aumenta ou diminui 
a quantidade do objeto. Pode aumentar 50% para acréscimo e reforma 
em edifício ou equipamento. 
É possibilidade que uma das partes tem de alterar o contrato, sem a anuência 
da parte contraria/contratado (unilateralmente). A administração tem essa 
prerrogativa, mas não é ilimitada, tem duas hipóteses. 
- O problema da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato: a margem de lucro a ser obtida pelo contratado (o custo-benefício) 
deve manter-se constante durante a execução contratual. Assim, ao alterar 
unilateralmente o contrato, a Administração Pública deve também aditar o 
contrato para incluir uma cláusula de recomposição de preços, cujo objetivo é 
propiciar a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 
Os contratos administrativos devem manter um equilíbrio econômico 
financeiro. Quando assina um contrato vai existir uma relação entre o custo e 
lucro. E assim, deve ter um equilíbrio, ou seja, a relação entre o custo e lucro 
tem que ser a mesma do começo até o final do contrato. 
- Reajuste x Recomposição de Preços: reajuste não se confunde com 
recomposição de preços. A cláusula de reajuste tem por objetivo evitar a perda 
de poder aquisitivo da moeda (em virtude da inflação), sendo cláusula que já 
está prevista em todos os contratos administrativos, geralmente estipulando 
um reajuste anual. 
O reajuste é uma clausula que vai está prevista em todo o contrato 
administrativo, a fim de evitar perda inflacionária. A inflação causa um 
desequilíbrio no contrato, é previsível e por isso os contratos já têm uma 
clausula que permitem o reajuste. 
A cláusula de recomposição de preços (ou revisão) é algo que não está previsto 
e afeta o equilíbrio econômico financeiro (ex: alteração unilateral). Nesse caso, 
deve-se aditar o contrato para rever os valores que serão pagos para devolver 
a margem de lucro que foi prevista inicialmente. 
- Diferenças entre reajuste e recomposição: reajuste está sempre presente e a 
recomposição por aditamento. Reajuste deriva de inflação (algo previsto) e 
recomposição deriva de algo inesperado. 
 
- Rescisão Unilateral (Art. 58, II c.c. Arts. 79, I e 78, I a XII e XVII da Lei 
nº 9.666/1993): permite que a Administração Pública coloque fim ao 
contrato administrativo a qualquer tempo, independentemente do 
consentimento do contratado. A lei prevê algumas situações em que a 
Administração Pública pode proceder à rescisão unilateral do contrato 
administrativo: 
a) Inadimplemento pelo contratado (Art. 78, I a VIII, da Lei nº 
9.666/1993): é caso em que o contratado perde a garantia prestada. Se 
tal garantia for insuficiente à reparação dos danos causados, este 
poderá ser sujeito ao pagamento de indenização por perdas e danos. 
Ademais, podem lhe ser impostas sanções administrativas; 
b) Desaparecimento do sujeito, insolvência deste ou 
comprometimento da execução do contrato (Art. 78, IX a XI, da Lei 
nº 9.666/1993): equipara-se à rescisão contratual por inadimplemento 
do contratado, resultando nas mesmas conseqüências; 
c) Razões de interesse público (Art. 78, XII, da Lei nº 9.666/1993): o 
contrato é rescindido pelo fato de a Administração Pública entender que 
a execução de tal contrato não é mais oportuno ou conveniente (mérito). 
No caso, por não haver culpa do contratado, é devolvida a garantia dada 
por este, bem como lhe será pago o valor referente a tudo o que já foi 
executado. Não há também imposição de qualquer penalidade ao 
contratado; o contratado não fez nada, mas a administração pública 
entendeu que não é mais oportuno e conveniente manter o contrato e o 
reside. Como o contratado não teve culpa, devolve-se a garantia e se 
tiver algum prejuízo da rescisão a administração pública deve indenizar. 
d) Razões de caso fortuito ou força maior (Art. 78, XVII, da Lei nº 
9.666/1993): quanto às conseqüências, a doutrina se divide: 
 1ª Corrente: defende que são cabíveis as mesmas conseqüências da 
rescisão unilateral por razões de interesse público, impondo-se os 
prejuízos à Administração Pública; devolve a garantia. 
 2ª Corrente: defende que, tendo em vista não serem responsáveis nem 
a Administração Pública e nem o contratado, os prejuízos devem ser 
repartidos; 
A rescisão contratual é clausula que permite a administração pública residir o 
contrato sem a anuência da parte contraria. Pode fazer isso em casos 
específicos. 
 
- Aplicação de penalidades (Arts. 58, IV e 87, da Lei nº 8.666/93): a 
inexecução total ou parcial do contrato possibilita à Administração a 
aplicação de sanções de natureza administrativa. 
a) Advertência: é a penalidade mais leve; ex: contratante não está 
cumprindo direito o contrato. 
b) Multa: para que seja possível a imposição de multa, deve esta ter sido 
prevista no edital da licitação e no contrato. Assim, apenas poderá esta 
ser fixada na forma prevista no edital e no contrato; pode ser cumulada 
com as outras sanções. O valor tem que estar definido no edital, ou 
seja, só pode ser aplicada se estiver prevista no contrato. 
c) Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento 
de contratar com a Administração por 2 anos; para inadimplementos 
mais graves pode aplicar a suspensão que o contratado não cumprindo 
não poderá participar de licitação e também não pode assinar contrato. 
d) Declaração de inidoneidade para licitar: aempresa fica proibida de 
participar de licitações e de firmar contratos com a Administração 
Pública. Tal proibição vigora até que a empresa contratada indenize os 
danos sofridos pela Administração Pública decorrentes do 
inadimplemento contratual. Todavia, há o prazo mínimo de 02 anos 
para a vedação, tendo em vista o objetivo de ser penalidade mais grave 
que a suspensão temporária; empresa não pode fazer licitações e nem 
assinar contratos por, no mínimo, 2 anos e, no Maximo, até o dia em 
que ressarcir o prejuízo. 
 
OBS: Art. 6º da lei 8.666/93: para fins dessa lei: 
- Administração publica: administração direta e indireta da União, Estado, DF 
e Municipio; 
- Administração: órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a 
adminsitração pública opera e atua concretamente; 
Quando trata da suspensão, o art. 87 fala em administração. Já quando trata 
da inidoneidade, fala em administração pública, o que gera discussões. 
 
- Fiscalização (Arts. 58, III e 67 da Lei nº 8.666/1993): a Administração 
Pública tem a prerrogativa de fiscalizar a execução do contrato. A fiscalização, 
aliás, é fundamental a uma melhor execução do contrato. O fiscal tem um 
poder, dentro de alguns limites, de fazer imposições ao contratado. Se 
extrapolados os limites, pode o fiscal levar a questão ao conhecimento de seu 
superior hierárquico. 
É extremamente importante porque vai ter um integrante da administração 
pública que vai fiscalizar a execução do contrato. É fundamental a presença 
de um fiscal na obra porque se encontrar algo irregular, ele pode avisar o 
superior hierárquico que pode dar advertência. 
 
 
- Restrições ao uso da exceptio non adimpleti contractus: restringe-se aos 
contratos administrativos a aplicação da exceção do contrato não cumprido, 
que é cláusula amplamente utilizada nos contratos particulares. Aliás, no 
âmbito dos contratos administrativos, a regra é a não admissão da exceptio 
non adimpleti contractus. Há, porém, duas exceções a tal regra, ou seja, dois 
casos em que o contratado pode deixar de cumprir o contrato administrativo 
em virtude do não cumprimento pela Administração Pública: 
a) Atraso superior a 90 dias no pagamento por parte da Administração 
Pública (Art. 78, XV, da Lei nº 8.666/1993); 
b) Não liberação, por parte da Administração Pública, de área ou local 
para execução do contrato, no prazo contratual, bem como das 
fontes de materiais naturais especificadas no projeto (Art. 78, XVI, 
da Lei nº 8.666/1993); 
No direito civil, tal clausula é a ideia de que enquanto uma das partes não 
cumpre com a sua obrigação, a outra parte não precisa cumprir com sua 
obrigação. Já no direito administrativo, mesmo que a administração não 
cumprir com sua parte da obrigação (pagamento), o contratante tem que 
continuar cumprindo com a sua obrigação, em razão dos serviços públicos. 
Sendo assim, não é utilizado a ideia dos contratos civis. É admitida a 
paralisação do contratante quando a administração atrasar o pagamento em 
90 dias. 
 
- Anulação: como decorrência da autotutela administrativa, pode a 
Administração Pública, a qualquer tempo, anular o contrato administrativo, 
quando houver ilegalidade. Tal ilegalidade pode ter ocorrido na licitação ou 
estar contida no próprio contrato administrativo. 
Quando presente alguma legalidade, pode haver a anulação do contrato 
administrativo. 
 
- Retomada do Objeto (Art. 80 da Lei nº 8.666/1993): em casos de rescisão 
unilateral do contrato administrativo, a Administração Pública procederá à 
retomada do objeto. Assim, a Administração Pública retomará para si a 
execução do objeto do contrato, até que seja feita nova licitação e seja 
celebrado novo contrato administrativo. 
Se necessário, pode a Administração Pública ocupar e utilizar as instalações, 
equipamentos e pessoal empregado na execução do contrato, na forma do Art. 
58, V da Lei nº 8.666/1993. 
Há também, nos casos de rescisão por culpa do contratado, a execução da 
garantia contratual para ressarcimento da Administração, bem como a 
retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos 
causados à Administração. 
Quando a administração rescinde o contrato unilateralmente, ela pode 
retomar o contrato. Ex: empresa contratada para a coleta de lixo, o contrato 
foi rescindido. Não pode ficar sem a prestação da coleta de lixo, assim, é 
admitida a retomada do objeto porque não dá tempo de fazer uma nova 
licitação, pois não pode ficar sem a coleta do lixo. Pode a administração até 
utilizar o caminhão e os empregados da empresa, pois ela não possui tais 
equipamentos. 
Aquele serviço que estava sendo prestado pelo contratado foi rescindo, assim, 
a administração tem que prestar o serviço em razão do serviço público. Ou 
seja, é a assunção do contrato. Admite 
 
 
DEMAIS CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS: 
 
- Mutabilidade contratual: a Administração Pública deve, em alguns casos, 
promover modificações no contrato administrativo, com vistas a manter o 
equilíbrio econômico-financeiro do contrato. A mutabilidade contratual pode 
se dar em virtude de: 
a) Caso Fortuito ou Força Maior: é evento decorrente da natureza ou da 
vontade humana, alheio às partes, imprevisível e inevitável, que torna 
impossível o cumprimento do contato nos moldes combinados; é um 
evento imprevisível e inesperado, alheio a vontade das partes, 
decorrente das forças naturais ou da ação do homem que torna 
impossível o cumprimento do contrato nos moldes combinados. Se for 
uma situação muito grave pode levar a rescisão do contrato; já se for 
algo que dá para manter o contrato, apenas faz algumas modificações 
para poder manter o contrato. Em outras palavras, o caso fortuito e a 
força maior pode levar a alteração contratual para o cumprimento do 
contrato (ex: alterar a data de entrega em razão de inundação). Ex: 
realização de quadra poliesportiva no morro e, por conta, da chuva 
acabou com a obra. Aqui dá para realizar algumas modificações no 
contrato. 
b) Teoria da Imprevisão (rebus sic stantibus): são fatos alheios à 
vontade das partes, imprevisíveis e inesperados, que surgem 
repentinamente, dificultado o cumprimento do contrato; 
c) Interferências imprevistas: trata-se de situação que antecede a 
formalização do contrato, mas era desconhecida das partes. Assim, é 
situação que surge repentinamente, de modo imprevisto, onerando o 
contrato e levando à necessidade de recomposição do equilíbrio 
econômico-financeiro; circunstancia que já existia antes do 
cumprimento do contrato, mas não era de conhecimento das partes. Ex: 
construção do prédio do museu – no edital existia os parâmetros no 
terreno, porem quando começa a realizar a fundação não é possível em 
razão da irregularidade (rochas) do terreno. Sendo assim, esse custo da 
retirada da rocha do terreno não estava previsto. Logo, é necessário 
aditar o contrato para não ter um desequilíbrio econômico financeiro. 
d) Fato da Administração (Art. 78, XV e XVI da Lei nº 8.666/1993): é 
ato praticado pela Administração Pública que incide direta e 
especificamente sobre o contrato, gerando a necessidade de revisão de 
suas cláusulas. As situações previstas em lei que refletem fatos da 
administração são os mesmos em que a lei permite ao contratado a 
utilização da exceptio non adimpleti contractus; é um ato praticado pela 
administração pública que dificulta ou onera cumprimento do contrato 
nos moldes combinados. Em outras palavras, incide especificamente no 
contrato administrativo. Ex: art. 78, XV – é o não pagamento por mais 
de 90 dias. Ex 2: a administração não libera a área para a realização 
da obra – presença de pessoas

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