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DIREITO PENAL I CONCEITO: Bitencourt: “conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes”. André Estefam: “ramo do direito público que estuda os valores fundamentais para a convivência e a paz social, os fatos que os violam e o conjunto de normas jurídicas destinadas a proteger tais valores, mediante a imposição de penas e medidas de segurança”. Zaffaroni: ciência da lei penal 1- conjunto de leis penais 2- interpretação das leis penais CARACTERES: caráter subsidiário/ fragmentário: ultima ratio Finalidade preventiva ou motivadora: tipos penais e sanções. Prevenção genérica: abstratividade. Prevenção especial: concretude, sanção efetiva. Função criadora: causa, gênese do crime. Valorativo: escala de valor de acordo com o fato; hierarquia das suas normas. Predominantemente sancionador: não cria bens jurídicos, apenas tutela os já regulado por outras áreas do direito. Excepcionalmente constitutiva: dá sua tutela a bens não protegidos (omissão de socorro, tentativas brancas, etc) SELEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS FUNDAMENTAIS: CF é fonte primária, orienta o legislador e impede a violação dos bens por parte do Estado (garantismo). DIREITO PENAL OBJETIVO: ordenamento positivo- coercitivo DIREITO PENAL SUBJETIVO: é o ius puniendi do qual o Estado é titular. Legislador exerce esse ius puniendi quando legisla, o judiciário quando julga. O ius puniendi é positivo quando o Estado cria e executa a norma; negativo é a faculdade de derrogar preceitos ou restringir seu alcance (STF). DIREITO PENAL SUBSTANTIVO/ MATERIAL: direito em si, a norma, o código DIREITO PENAL ADJETIVO/FORMAL: forma de aplicar o primeiro, é o instrumento, o direito processual. DIREITO PENAL COMUM: destina-se a toda coletividade (CP). DIREITO PENAL ESPECIAL: direcionada a uma categoria especial de pessoas (DPM, Justiça Eleitoral) DIREITO PENAL DO AUTOR: funda a punição no agente. DIREITO PENAL DO FATO: funda a punição na conduta do agente. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA VINGANÇA PENAL VINGANÇA DIVINA VINGANÇA PRIVADA VINGANÇA PÚBLICA • As catástrofes naturais eram punições dos deuses pela desobediência ao tabu (proibições). • O infrator era punido com a morte. •Desproporcional idade, irracionalidade e injustiça. • Clãs organizados por vínculos de sangue. A infração do membro do grupo era punida com o banimento ou perda da paz, de outro grupo com a vingança de sangue, com batalhas (dizimação). -vingança limitada: lei de talião foi a primeira tentativa de proporcionalidade. E composição pecuniária, que era a compra da liberdade; evitar mutilações do talionato. • Estado avoca o poder-dever de punir. • Manteve identidade com o poder divino e político, era o soberano. LINHAS TEÓRICAS DO DIREITO PENAL ABOLICIONISMO: extinção do Direito Penal por ser ineficaz e depender do poder estatal. retributividade abolir a do Estado e disseminar o conhecimento, se preocupando com o tecido social, resgatando o indivíduo e o restaurando socialmente. descriminalização e implantação de sanções alternativas. modelos conciliatórios, terapêuticos, indenizatórios e pedagógicos. - justiça restaurativa: Estado não é mais a vítima do crime, ele se afasta e dá ao indivíduo prejudicado a possibilidade de se reparar, ele apenas regula a negociação entre as partes. Estado dá um leque de opções de restauração, da um limite. (lei. 9.099/95 e 10.259/01) GARANTISMO PENAL: Luigi Ferrajoli direito penal mínimo, o estado limitado pela CF. A racionalidade e civilidade da intervenção penal. Compilou 10 princípios ou axiomas que deu origem aos princípios atuais: 1. Nulla poena sine crimine. (retributividade). 2. Nullum crimen sine lege. (legalidade e anterioridade) 3. Nulla Lex (poenalis) sine necessitate. (intervenção mínima) 4. Nulla necessitas sine injuria. (inconstitucionalidade do crime perigo abstrato) 5. Nulla injuria sine actione. (exteriorização da conduta) 6. Nulla actio sine culpa. (culpabilidade) 7. Nulla culpa sine judicio. (presunção da inocência e devido processo legal) 8. Nullum judicio sine accusatione. (sistema penal acusatório) 9. Nullun accutatio sine probatione. (prova/indício mínimo) 10. Nullum probatio sine defensione. (ampla defesa e contraditório) FUNCIONALISMO: busca aproximar o direito da realidade, do fato social. promover o diálogo das fontes, direito e as demais ciências. contribui analisando se há ou não necessidade de punir. Moderado (Claus Roxin): proteção social é função do DP. Radical (Gunther Jakobs): executar a norma para reafirmar a lei. exercício penalístico hegemônico para determinadas classes. princípios garantidores não existem. OBS: Finalismo de Hans Welzel: crime = fato típico + ilícito + culpabilidade (não se atém à realidade do fato) O funcionalismo não abandona o finalismo, mas dá contribuições, atendo-se à realidade do fato social. Vendo se mesmo havendo culpabilidade, há necessidade de penalidade, substituindo a responsabilidade. Ainda fica na mão do juiz dizer se vai ou não aplicar a pena. OBS: retribuição: estado garantindo o bem público, não pode deixar de punir (mal necessário). Mas com finalidade social (intimidar os demais a não cometer mais crimes). Prevenção especial negativa – na medica que o infrator é punido, ele está neutralizado pelo Estado e não tem como voltar a punir. Prevenção especial positiva – pena é remédio (natureza terapêutica), prisão leva à ressocialização do infrator.
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