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TED: O perigo da história única - Chimamanda Adichie Resenha – Marcelo Souza O primeiro ponto trazido pela autora é a influência de outras culturas sobre a nossa própria. No caso dela que era de classe média da Nigéria, o que ela lia era trazido por influências de países de língua inglesa, como a Inglaterra ou os Estados Unidos. As histórias traziam realidades muito diferentes da que ela vivia, como o clima, alimentação, roupas...no Brasil por exemplo, a cultura americana se apresenta inclusive na adoção de palavras estrangeiras no nosso vocabulário. Da mesma forma, mitos são criados sobre culturas sobre as quais não possuímos informações suficientes sobre hábitos e costumes. Ficamos tão bloqueados em nossos preconceitos que é difícil ver alguma coisa além disso, tudo se resume aquela informação disponível. No exemplo trazido pela autora a sua família ajudava uma família pobre. Então, tudo se resumia a “eles são pobres”. Isso foi quebrado quando ela visitou a família e viu que eles tinham vários atributos interessantes. Minha história única sobre eles é que eles eram pobres, afirmou Adichie. Ela estudou em uma universidade americana e sua colega de quarto estava tão arraigada em seus preconceitos que não sabia que na Nigéria se fala inglês e que eles ouvem todo tipo de música, como a americana. Somos capazes de agir de forma arrogante, com um sentimento de pena, raiva, ojeriza e outros, sem ao menos possuir maiores informações antes de julgar. Eu passei por uma situação curiosa quando viajei a trabalho para Manaus. Fui orientado a comprar um repelente tão forte que o vidro era preto, o que me causou um baita susto. Acabei criando uma história única de que os insetos de lá eram devoradores de gente...chegando lá percebi o tanto de exagero que foi feito. A mídia, nesse sentido, pode amenizar ou, o que acontece na maioria dos casos, potencializar os preconceitos que temos e nossa capacidade de termos uma história única. Por fim, a história que é contada depende do poder de quem a conta, do poder econômico e político. Algumas histórias poderiam ser bem diferentes se contadas na versão de quem não tem o poder. Por exemplo, no caso do Brasil, a história da invasão portuguesa na versão dos índios brasileiros ou dos maltratos dos brancos na versão dos escravos e você terá uma história totalmente diferente.
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