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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
Conceito
Subjetivista: o enfoque, neste conceito são os sujeitos da relação que, na hipótese, referem-se às entidades sindicais e empresas.
“Direito Coletivo do Trabalho é um conjunto de regras, princípios e institutos que consideram empregadores e empregados reunidos coletivamente, na forma de entidades sindicais”.
 
 DCT
 
Sind. de operários Sind. Patronal 
 	 Ou
Sind. operário Empresa (s) 
Sobre o Direito Coletivo não recaem os princípios de proteção ao empregado, pois as categorias são equivalentes.
Objetivista: o enfoque é o conteúdo da relação jurídica.
“Direito Coletivo do Trabalho é o ramo do Direito do Trabalho que tem por objeto o estudo das normas e das relações jurídicas que dão forma ao modelo sindical”.
Misto: reúne os dois elementos (sujeito e conteúdos)
“Direito Coletivo de Trabalho é o complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que regulam as relações laborais entre empregados e empregadores, considerando as respectivas relações sindicais”.
	
FONTES
Constituição Federal:
- Art 7º (incisos: necessidade de negociação coletiva de trabalho)
- Art 8º (garantia da liberdade sindical; 9º (direito à greve); 10º; 11º
- Art 114 (competência da Justiça do Trabalho), II e III, § 2º.
Estatais
- CLT: arts 511 a 610
- Leis: 5584/70 (assistência jurídica gratuita dos sindicatos); 7783/89 (direito de greve)
- Decretos
- TEM (Ministério do Trabalho e Emprego)
Internacionais
Referem-se às recomendações e convenções internacionais da OIT, que tratam de Direito Sindical. Ex: convenções – 98, 154, 135.
Jurisprudencial
São fontes que tem origem em súmulas e orientações jurisprudenciais (OJ’s) do TST, bem como precedentes normativos em dissídios coletivos do TST. Além disso, as súmulas do STF sobre Direito Coletivo do Trabalho.
PRINCÍPIOS DO DIREITO COLETIVO DE TRABALHO
Princípio da Liberdade Associativa e Sindical (CF art. 5, XVI, XVII, XX e CF art. 8º).
Assegura ampla prerrogativa de associação, inclusive a garantia de associação sindical. Este princípio se desdobra em: “Princípio da liberdade de associação” e “Princípio da liberdade sindical”.
 O Princípio da liberdade de associação assegura a reunião permanente para qualquer segmento da sociedade, salvo para fins ilícitos e para militares.
Princípio da liberdade sindical refere-se à agregação restrita ais aspectos econômicos e profissionais de determinadas categorias. As garantias à atuação sindical vão desde a criação, organização e desenvolvimento das entidades sindicais.
Princípio da Autonomia Sindical (Art. 8º I, II, III e VI, CF).
Garante a autogestão às organizações associativas e sindicais, sem interferências empresariais ou estatais. A autonomia sindical vai desde a estruturação interna, criação, atuação e sustentação econômico-financeira. 
Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva (Art. 8º, III e VI, CF).
A validade do processo da negociação coletiva depende da intervenção indispensável do sindicato obreiro, visando garantir a equivalência entre os sujeitos.
Princípio da equivalência dos contratantes coletivos.
Visa o reconhecimento de uma igualdade entre os contratantes coletivos, obreiro e empresarial, seja por sua natureza, seja por suas características. O direito coletivo de trabalho confere tratamento jurídico equilibrado às partes da relação coletiva, por isso que a CF só permite determinadas flexibilizações dos direitos trabalhistas se for por meio de negociação coletiva, ou seja, através do sindicato da categoria profissional, como por exemplo a redução salarial, que só é permitida por meio de acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho (art. 7º, VI, CF).
Características: mesmos instrumentos de atuação e pressão.
Princípio da lealdade e transparência.
Visa assegurar condições efetivas de concretização da equivalência entre os sujeitos da relação coletiva de trabalho que na elaboração de normas jurídicas presume-se que estão negociando com lealdade e transparência.
Princípio da Criatividade Jurídica da Negociação Coletiva.
A negociação coletiva de trabalho tem o poder de criar normas jurídicas através de acordo coletivo de trabalho (pacto firmado entre sindicato obreiro e empresas) e convenção coletiva de trabalho entre sindicato de empregados e sindicato de empresas.
OBS: O sindicato tem o dever de lutar pelos interesses de todos os seus representados independentemente de filiação. Ainda que o trabalhador ou a empresa não seja filiado ao sindicato que representa sua categoria, será alcançado por todas as conquistas e direitos adquiridos pelo sindicato.
Principio da adequação setorial negociada. 
Informa os critérios que equilibram as normas jurídicas provenientes da negociação coletiva em face da legislação estatal.
Os dois critérios são:
1º) Padrão superior – o princípio informa a implementação de padrão setorial de direitos melhores que o padrão geral da norma estatal.
2º) Indisponibilidade relativa – não se pode renunciar ou transigir sobre direitos com indisponibilidade absoluta, permite-se apenas a transação sobre direitos com indisponibilidade relativa, ou seja, quando a lei permite a negociação entre as partes.
Ex: assinatura de carteira de trabalho (norma de ordem pública – norma impositiva – não permite negociação); intervalo intrajornada (norma dispositiva – permite negociação).
RELAÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
Conceito
É a relação jurídica entre os seres coletivos de trabalho, orientada pelos interesses das categorias envolvidas e com o fim de pacificação e solução de conflitos entre as classes.
Fundamentos
Direito a associação (liberdade de associação
Liberdade Sindical (art. 8º CF). Vai desde a criação, administração, filiação e atuação.
Autonomia coletiva privada: Independência de entes coletivos na solução dos seus conflitos. Os sindicatos têm natureza jurídica privada.
Pluralismo jurídico: Entes particulares são autorizados (por lei) a estabelecerem normas.
Na relação coletiva de trabalho o pluralismo jurídico se expressa na criação das normas coletivas (acordo coletivo de trabalho e convenção coletiva de trabalho).
Finalidade
Pacificação – É o instrumento de paz para a divergência de interesses entre os entes (sujeitos) coletivos.
Normatização – Visa estabelecer direitos e obrigações trabalhistas, bem como cláusulas obrigacionais, que regulam as relações individuais de trabalho, bem como as relações entre os sujeitos coletivos e estes com os seus representados.
OBS: Não se pode declarar greve sem antes ter uma negociação coletiva.
Sociopolítica – Instrumento com a finalidade social e que permite a participação dos sujeitos coletivos da política e na sociedade.
Econômica – Adequar os interesses das categorias a um dado momento histórico e econômico do país.
ORGANIZAÇÃO SINDICAL NO BRASIL
Sistema confederativo
No Brasil a organização sindical está dividida em graus. Na base encontram-se os sindicatos, em grau intermediário superior está a federação e em grau superior as confederações.
 Confederação
 Federação
 
 Sindicato
Sindicato: é a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos interesses econômicos ou profissionais que exerçam mesmas atividades ou profissões similares ou conexas. O Sindicato terá representatividade administrativa e judicial da categoria profissional ou econômica, numa base territorial que não pode ser inferior a um município. Só pode existir um Sindicato por base territorial.
Categorias:
Econômica – refere-se à solidariedade de interesses econômicos de empreendimentoscom atividades idênticas, similares ou conexas. O vínculo social constrói o que se chama de categoria econômica.
Profissional – refere-se a similitude de condições de vida profissional ou trabalho em comum a partir de profissões idênticas, similares ou conexas.
Diferenciada – é a que se forma a partir de profissões diferenciadas, pela força do estatuto profissional especial.
OBS: O enquadramento sindical de uma classe econômica se dá pela atividade econômica da empresa (exceto categoria diferenciada).
Federação: entidade sindical formada pela união de no mínimo 5 sindicatos com atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas. Tem como fim coordenar os interesses, agrupar os sindicatos a ela filiados, mas não poderá representar atividades ou profissões já representadas por sindicato em uma base territorial. EX: Fiub (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), Fenaban, etc.
Confederação: é a organização de no mínimo 3 federações com sede em Brasília. Ex: Confederação Nacional da Indústria. Visa à coordenação e fortalecimento dos interesses das federações a elas filiadas.
CENTRAIS SINDICAIS (LEI 11.648/2008)
Definição
Central Sindical, para os efeitos da lei, é uma entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais de trabalhadores constituídos em âmbito nacional.
Atribuições
Coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas.
Participar de fóruns, debates, movimentos sociais, negociações com órgãos públicos e outras instituições em que a discussão seja de interesse geral dos trabalhadores.
OBS: as centrais sindicais não postulam em nome da categoria, elas fortalecem a luta dos sindicatos.
Requisitos
Para o exercício das suas atribuições e prerrogativas, as centrais sindicais devem ter filiação mínima conforme art. 2º da Lei.
SINTICATO
Natureza Jurídica
Pessoa jurídica de direito privado. Associação civil de natureza privada.
Unicidade Sindical
É a proibição da existência de mais de um sindicato representante de uma mesma categoria, numa mesma base territorial. Esse sistema, também chamado de monismo, é adotado no Brasil, atualmente, diferente da pluralidade ou pluralismo sindical.
Constituição dos Órgãos
Assembléia Geral – Responsável pelas deliberações, eleições e diversas outras discussões que dependem de assembléia, inclusive de “quórum” mínimo, conforme o estatuto do sindicato.
Órgão fixo do sindicato.
Diretoria Executiva – Responsável pelo cumprimento dos seus próprios fins, conforme estatuto, bem como das deliberações da assembléia. Diretores de sindicatos têm estabilidade (não podem ser demitidos). Limite: 7 diretores (CLT – não foi revogado (STF)). O limite pode ser alterado por meio de norma coletiva (ex: bancários – todos os diretores possuem estabilidade).
Conselho Fiscal – Exerce o controle interno de gestão financeira do sindicato
Outros Órgãos – Os sindicatos são livres para constituírem outros órgãos que entendam necessários. Ex: Departamento de esporte, de saúde, de lazer. 
Registro Sindical (art. 8º, CF e Súmula 677 do STF).
Órgão competente (segundo a súmula) – MTE – zelar pela unicidade sindical.
Receitas
Contribuição sindical obrigatória (arts. 578 a 610 CLT, art. 8º da CF): Refere-se à contribuição de um dia de trabalho, dos empregados, no mês de março de cada ano. As empresas contribuem numa importância proporcional ao seu capital social, conforme tabela progressiva prevista no art. 580 da CLT.
OBS: Todos os trabalhadores (e empresas) devem contribuir, filiados ou não.
Mensalidade sindical: Pagamento feito pelos que desejam ser filiados ao sindicato. Os sindicatos podem dar assistência distintas aos filiados (ex: plano de saúde), mas as lutas da categoria são validas a todos.
Contribuição confederativa (art. 8º, IV, CF. Súmula 666, STF): Tem como finalidade o custeio da confederação, e segundo o STF só pode ser exigido dos filiados aos sindicatos respectivos. O precedente normativo 119 do TST estabelece que são nulas as previsões em normas coletivas que obriguem a toda classe contribuir com o sistema confederativo. O filiado tem que expressamente anuir com a contribuição.
Contribuição Assistencial: Visa custear as atividades sindicais, tem como objetivo o fortalecimento sindical para determinadas atuações, também conhecida como taxas de reforço. Da mesma forma que a contribuição confederativa, o TST já estabeleceu que não é obrigatória.
Outras receitas: Honorários advocatícios (divididos entre advogado e sindicato), atividades econômicas (ex: aluguel de espaços).
OBS: No direito do trabalho não existem honorários sucumbenciais, a não ser que o advogado do vencedor seja de sindicato.

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