Buscar

A defesa contra o ophidismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 152 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 152 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 152 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

II \peLODr. VITAL�RAZlL
I NTRODUCÇÃO
Iàstítuto de ButantaA occupando-se de longa � eom D estudo dp ophidismo.
chegou a �sulta,d6s prfticos capazes �e garantir em todo Q Bràzíl, �enlb
em toda a Ameríca �() Sul, I\. defesa efficaz .contra os iceI s ophídi­
cOS. Esses resu1tad�, porém, sõ no Estado de s.. Pau� têm stdo applfca­
dos u(JlíLve,*nte�etrte, em cElnSequencia de maior facilidade de tornal-os
co�idQl d�lUel:eS'ia40Ii.
No r�o do 6raiU nenhum passo tem sislD 4.ado no sentido � difftií:}dl o�
ceahecímentos uteís com relação a es� impprtante asstUllpto. entretanto. o IlQ�O
Rai'1& "é. essefICialmente agricpla". na phrase celebre ae um .nottvel .estaÇlista, e a attrt­
çul#l;.ra paga o mals p�adô trU>uto ao (lphidism.o. Os �ffeltos xna�etleos desse tribti�o
siP pouço �otth�cldos, � não írnpresslonam a .oplnl�o pP.l?liça p,orque (te um �o nJ9
posstym.os estatistU:�; de outr,Q, se exercem quasí que exclusivamente sobre os .()bSr
CW:O trablilltadores �ricolas. §I a!tendermos, porém, aos Micos dados estatísticos que
l)Qssu,;mos, que s�O os cU> .BS'tf,do d(i S. Paulo, e fizetmds d'eíles uma base para ava-.
ltatnms aproximadamente Q que 'Se RllS$1l, � todo 'O Br�i� �r� .ao segtUnfe
l!êsuliifJo .
:Numero proVilvw de p:Jortes (800 lilor almO
Numero pronvel pc aa:�es J9..200" "
Considerando que: ti. mõr parte das iclltmall cOJ1Sijtu�a �r ind\vfdo,Qa. vigoros.s
em :Rlena actMdade PfodUedvft e d�do o valer medro de 'tInc5eontos peJa. Vida de •
eada indiv-ld Iill\f' poclél'emo$ aváfutt es �iUZos materite �ad$ � ophldlsmo
�en9s de 24 mil contos. átmuaes, em todo o pai� Istd para fale.rmos nas ..,das
lnlái,allQ, sem cOJ1.tamt� s pre}uitos t'ausados pelo' cCitlent no anfmae8,oos flU_
devêm ser eollossaes,
00 exposto �heruJer-se-â facfJtnente a nece$S�à4e de inJ'Cllu:-se: desde j'
- uma pFollaganda methodl'c2l na sentld de d.ifflmdir-se nh rt)axtl:no os meios ide dOm­
ba"r-,e e eJ .accideD�$� jmpo;rt�dp t$l prop anda �l:!ra emínen] errte- �trlOtica
e 1fumanUada.
Bem sa,J>,�os que A tálefa será extremamlmte diffieU. W'rqlle os matares
rê4sados, aquêJlês qt1� etrf maíor numeso: caem victi'mas do óphldlsm9 s6 pddet1io ser
abQrdádos de modO indi��c f pois além de ignQ1'atttes e analpba�). � n:
�4-
�OtP� de ..,erstiçDes e ideias falsas, que os impecle de acceltàr tacilmen �
'fel'dade. esta "Consideração não nos deve deter os pwosõ deve antes nos faze
prehende" a netessfdade de empregar maiores esforços para consecução do; nosso
objectlvo. Agindo sobre as classes mais ínstruídas, por meio de confel"4(n , de-
mOrlstracçDes experímentaes e pubIica�es iremos conseguindo indireçtamen aqufllo
-que seria tlua i que imwssivel l'eaiisar de um modo directo. O exemplo do do de
S. Paulo é a esse respeito extremamente animador. Em cerca de ove annos de pro­
pagan4, tem conseguido uma dilninuição notável na mortalidade por ophidJs . Rara
é a fazend"a .que não possua serum e seringa para accudir promptamente ao
accidente. raro é o faz�de)ro que nio tenha élWido fallar do tratamento espe
ll10rdelfUras de éobras. Pàrà istd multo tem contribuido além <las eoníerencía
blicações, o serviço que organísarnos no Instituto para permuta de serum e
por cobras que nos são enviadas do Interíor,
p'l>r exemplar de cobra remettida recebe o agricultor um tui'o de serum, po efs
exctR'lP'l4res, a mais - uma, seringa, proprla para applicação do serum,
O Instituto enviá a todos os fazendeiros, que. manifestam degejos de entrar
em relaÇõ�s para permuta de cobras por serum e seringa, laços para captura
sel'J*ltes, catXas para o transporte das mesmas, rotules, que collados as caixas c -
tettdo ophidios, dio direito ao despacho livre nas estradas de ferro.
Temos obtido despacho livre das cobras destinadas ao Instituto nas S'egui
comp.nhias: 510 Paulo Railway, Sorocabana, Paulista, Mogyana, S10 Paulo
Crande, Ferro oCartll de J\J:araquara, Bfagantina, Noroeste tio :erazll, Funílense, Çen
�o Brazl� Mitlas e RiJ. MU%ambinHo é Sapucahy.
Por occasíãe dos ttabalhos agricOlas, principalmente por occasíãc das rOlflld e
capinas é bastante frequente encontrarem-se opItidios e á ezes em 1'Ito pequen nu..
mero. PoiS bem, aos fazendeiros que esttverem em relaçio com o InstautO, l'lIu será
diffietl mandar captu.rar os ophidlos encontrados e depois de os acondicfonar nas ttu
apropriadas remetterem-n'os para este estábelecimento, bastl\lldO para ístó apr.ese
as reíerídas caixas a estaç!o mais proxima da estrada de 1elTO, tendo collado
um dos segtdntEs rotulos q� Ihe"Slo envia40s em numero sufflciente:
s. P.
A' Dnectôrta do Se'rYiçd Sanitatio
Rua !florencio de Abreu, 21 - A S. PAUL'O
o r'emettente Dlo deV'erá deixàr 4e escrever o seu nome no 1$J' tildicado
tQtulo, 'Por. 9ue se possa creditai-o pelo �idio recebl4o.
.
Quanto ao meio de cap.turar uma cabra é facill.n1o. l3asta apanha1-o por e
fi rQJCU com U'h1a haste de ferro ou madeira tendo um, das pontas curva�
ulo redo e lévantal-a do solo. A cobra "não tende ponto' de apoio rtlo.· dárá botes e
p á ser conduzida para o interid'i' �e uma caixa,
Um outro modo de proceder é com o laço que o lilstltuto dIstribue, (J� � ex­trerrlí&nent'é pratico estando geralmente adoptádo em quasl todas as fa'.zendas. J! eire
constlfuido por uma alça de couro montada em um pedaço de madeira, a ({Uar pode
er apertada graçaS*\ um cordel atado a uma du extremidades, sendo a outra fixa �a
madeira. Este instrumento é adaptavel por meio d'um anel metatUco co.llotado eta
uma di suas extremidades, a uma vara qualquer que pode ser prócurada no mo­
mento e ser utllisada. Para capturar uma coêra, passa-se o laço pela cabeça da mesma,
C0{t10 dica a figUra numéro :a e puxa-se o cordel de modo a llicar a alça de coue.
immiQhatamente atraz da cabeça, como Indica a 'figura n.o 3. A cobra bate-se Uia
pouçõ. mas levantando-se o laço.. ella deixa pender o. corpo que sê fritródtJz na caixa
de ansporte como está indicado na figura D.O 4.
Esta operação pode ser executada sem o menor perigo, porquUnto a cobra ve­
Ae sa não persegue, não salta, nem vôa, como gendmente acredita a gente do poYd.
P a atacar ou defen�-se ella tem ne,.cessidade de enro4i1haNI� .e fazer ponto 4e
'0 com a metade posterior ou cav.dat do 'Corpo, para atlrar a metade anterior.
e. Asstm endo, a cobra sÓ' attlnglrã 110. maxímo a uma distllXlj:;!t igual á metade
seu comprimento totat
A troca de serum e seringa por cobras que do h'lterior ellvfàm pata o Instítüto
agrícuttores augmenta progressivamente e tem garantido o fómécíment« contínuo
material i\ldiSPensavel ao preparo do serum (a peçonha), coricorrendo, á1ém _0,
pa� tornar mais facH a obtenção d'esse heroico recurso therapeuttco, por parte dos que
J'etle mais necessitam - os trabalhadores ruraes, os quaes por mülto pobres e em
via de regra muito i�orantes e superticiosos ficariam entregues ao empirismo ímpro
fleUo, si nlo tôra ter quem lhes offer.ecesse gtatuitamente o trafarnenf6 efH&z. Os
Srs. fazendeiros, convencidos da efficacia do tràtamento especifico,. por sentimento
ltUmanitarlo e pelo rlatntal Interesse em protéger a Vida dos seus õperáríos, tendo 50.
ás mãos o serum que o lnstítute lhes envia, em permuta 'de ophidios, não deixarlo
� soccorrer as pobres victimas do ophidtSlnd, depois ode ven�et-Ihes a opposiç!M
oriunda dos preconceitos e 'CIa ignOl'lltn:ia.
Os resultados pratlcos que, n'esté sentido, temos colhido no Estado de S. Pinto,
sãe muito animadores e nos iJidtelP1l o canrlnho a selllit. O numere de airlcultores
<1lJe se acham em retaçlo com " tnsüfpto, e que no principio trio ptssava de mela
duzia, attinge aetaalmente a qUinhentoS e sessenta. O numero de cobras reee»idas por
es� estaeelecímeato ;que fôrit outt'o� eXtr.emamente reduzido, tem-se ete1rado, n)estes
ultlmos �et'l1.pos, a duas mH e tatitas annualmente, o que representa abuiídância de ma­
teriAl pata "o trabalho e a collóclaçã'o pelo menos de duas mil ampbulas de sertlJ1 'edI
mIos de pessoasque -tetão mui ,prov..velmente occasria de uttlisarem..se d'el1as.
Muito deSejanamos ver e$tendUJos a todos dS estados � Uii1Io, os grandes- &e­
airiicios resultantes d'essa permuta. Ha, porém, wpa. grlU'lde d1fficuldàde orltlt.)da i4a
fita Ou �ffi�renC!a de Mmmunic8ÇÕes. Sem a estrada de ferro nada Jlóâetet'tl.o fIz�r.
Com e� ainda assim precísames de uma medidá por �i'te das a� sl.fPe­rf()res que facilitem ao lnstlfuto rrIo só Q eeebímento aos :Ophíéllos � lhe 'forem:
en lados de: qua1quer estaç.o perteneenfe a qualquer estrada em comrnuDicaÇk �
� � que .servem a Ci�WI p
r a, como o exp�th�to ,de 'caixas vastas P
qu.{qber pomo EI& estrad de ferro. - �çtualmentc> ain4fi somos rnuitq eJ1'lbara s
� faita de um trafego utuo q le �o� facilite esse serviço. E' esse. o motivo d iií1da
))lo terlnos .tmcikto entrar ern rellçfo dm rnuítos fazendeiros .da zona SU,I �ira
-e 40 ��4q do Paraná, desejQsos 4e envíar cobras para obte� o Berupt.
p�� os estados Idn�nqtu:Js e Que não estiverem ligados a S. Paulo r via
(errea .um alvive � pos apresenta come uma solução pratica de prímé ra dem e
qp; dará certamente- os � m<1:l Tesuftaqas obtidos em S. �ulo. �erimo­
çio, na capi�1 de cada �tadp, de um posto.de soccorro e 4e defesa contr
dis�. Cllda pos� ia{á para a seu respectivo estado o. mesmo qij.e o lnst
�utan�n fiHtl íeíto para o estado de S. Paulo, rrrenos o preparo dos seruns:
Jlel'tQ� � sermn pnr 9Pb.id!OS que lhe enviarem os agrícultores dQ interior.
extracçao de veneno, que depois dé �c"o será el1v�o ao Instituto de Butanta
PQt s� vez tmüe� o eQUivltt�p.Wt em serum, e� dupla ttoca �rá extr nte
Wlwlosa �o do pontp .de vista humanitario, corpo do ponto de 'Wsta seiem >J:o.
� ponio de vísta hwnanltapo ser4 o pJeio _ efflGllZ de v.u1,pri9tlr lo uníco t
mento Clllj>az d� salvar as pobres victi�as do �b.idlsmo; do ponto' de "Vista selentl
fomecer� a" Instituto nDo só 9 ml\ter.ial ipcijspenSavel para o prefllro dos seruns, co
darMlhe-A elementos de trovas pesqulzas, pois muitas especies de ophldíos $.0 pecu -
res .a eJ� OQ aq�", zoQa podendo-se �(l eIlCQt),trar éspêcles novas.
Qwtnto " ae�eza para o esta,b.electme,n1;Q de taes postos seria tnsl�c:ante a
"\lista � gn�ens que tr� aos respect\yos esta�o$. Bastaria nomear-se um Jto -
sional que' � dedicllSM a organisação �o posto au«j.liado por um servente. Nas capit!�s�
onde JA houvesse alJum estabeleCImento scientifico, poderia ain� ser menor a des�
a �-� com Il c.reaçlo 'd'e�se impo�nte serviço, poís eom um pequeno aUgQ1eoto
� �ciente pjU'A ampltar no seatído da dupla troca 'de Que nos dCqlpamos; os �r­
vlços }lrq$tados ),'lei", esta])eI�ento_
A dete!a contra o op.w.dismo d$vc> .comprehendet d�is grl\IWS d.istinctps d.e me..
lidas. COnsistem as do pdtne1ro gQl{1o no �mprego 40s meios tetl4e� � diminuti' o
QUZIluo dos �4Mtes ou a evitai-os o,.,i. ;9Ue em Ii�agém teclmlca se cUz fazer a
propey1axiIL As do segundo grupo dizem resp�tQ ao tratamento do açpqente. TMto
�i COQUl Q� ij.everlo se, Wt.lJnlna�� gul� pel,Q e�Í1J,dQ das cobras, do u
� physicO$, aa S1,f4 biqlpiia e 4e seus venenos,
ppi o e$Wdo apro�o $ )iI�nha, � !\brio. n9v� hcrtsontes a �r.pja do
tCmV� ophlaieo, ,ll$s,entango em. bases $dentificas o ,tn&tam�tq que es
Hdava a merce di!. cl\arla.tani!=e e da crendioe popular. E f) estQdo criterioso d� o-
� d� erpenies!WF .nQ� de.y� ensina. os m�ho.res meiO$. ele :e'ita( QS perl��
��� �mlo-n� çonhecirnentQ$ �o.bre a distincçio entre � ve��s t
nio ve� 8$, m�re tls.peeJ� �o.clvA$, indlff�r.ente$ � uteis, �re o � *5 411"
i4=feWie.li f.$pecJes scq �rl) cie alI.tn�çio. SU�S victimas prpdllectas �� iniml,�
t\1raes ,:tc;. N'es$e �ml4.� rnui� c.ousa aiI1.da rest. a fazer. estamos certos de �
MRd'p � 1'I,ossos ��t08 S4l?,re a biol� das �entes ,estiver.lU mais �
� , � �erá • nQ� vict'ptta qUllJllro a �eu. p,roRhylatial.
O �clm.e.n10 das cobri$, Q sab� a�tJup1r as espe.cies v.enenpsas, •
ve * .() *' .e � �çonlieQta.s ent. � fl* � r�tli' qtIl f)llra fazer-se ç�
-7-
venlentementt o tratamento especifico. Sabe-se, por exemplo, que é comp"tamenie
tM eIl'J'Pfegar"l$e qualquer tratamento em uma picada áetemunada por uma colJra
venenosa. Mas, para .tranqullísar ° oifendtç;to e assumir a 1'elWonsabUldade da
ténçio de tAltam.ento é indispensavé� c�mbecer-� bem as cobras.
.. .� Por outro lado conhece...se que h!\ um unlto tratamento e.specllico .que indk:a
serufls especiaes quartd,t:l a picada. é determinada por esta ou aqu�lla especle �­
"'flo.sa. D'ahi Igualmente a necessidade � conhecer-se as dlfferentes cobras peçonhentas
pelo menos da regilQ em que se habita.
Não é pois s6 ° medico, o homem dê ciellCia, que deve conhecer as cobras,
todas as pessoas, que possam, �rn um momento dado, estar na t!mergenc!a de
r ou indi,car o trat�to de um d'�tes acddéUtes.
:estas razões nos levaram a f�r preceder as duas partes que visam especial­
ente a défesa contra fi opbfdi mo, d� uma outra em que faramos um estudo geral e
r umido das cobra r SI:IR wologla e Q seu veneno, N'esse estudo trataremos especíaí­
ente das especíes veIlenosas do BrlLzlI, que mais de perto conbetertaQS e gue mais
�s ínteressen, Ainda assim não temos a pretenção de. ser comptetos. As nossas
'1)bserVa�es sobre a bjofop dis serpentes all'lda se acham no. ini� e mest:Qb- o
estudo d� peçonh!,s Dlo está eompleto, sendo comqletamente deHic� com relaÇlo
a algu1ll8$ eapecies, peQlliares ao ®rt� do palz,
Dan�ó to publiCO um resumo dos nossos conhecimentos de aMfieaçlo utilís­
sima na defesa contra os accldente peçonhentos, eumprsncs um QeVér de bumlDi...
dade e patriotismo, o qual nos é e tremamente grato; (lOl'ftO l'ipmem tde scíencía,
PRIMEIRA PARTE
III
AS C:OBRAS
EM GERAL
� 11
AS COBRAS
CA.PITULO I
BIOLOGIA DAS COBRAS
Dot:Hatil'ls. nos dispensar de dar uma definição das «obras. por çonsml:d(eJJ1 ellasr· uma Ordem bastante diSfiJicta na e cala. zoólogica nlO c()�indQo1Se, e­
não mui e cepcíonaímente com anímaes pertencentes a outros rrupos.
Diremos, entr�to, com-o �io herpetologlsta &êlileget que as condi­
ções princlpaes da sua e istencia consistem em ter um corpo multo alon­
gado, _prDVido de cauda e de tegumentos revestidos de escamas duras,
E> Qual se moVe, supportado pelas costellas, por meio de ondulações láteraes;
.cqjo 1/OIume é reduzido ao mini,mo em relação as dimensões transversas, cul� parte
silo extr..ordlAarlarne� distensiveis, o que perrnltte as cobras alimentarem-se de aní­
}'laes relativamente volumosos. Não possuem membros e consequentemente não têm
nem os ossos correspoQdentes, nem os da escapula nem os da baSia. O esqueleto re­
sume-s nos ossos da csPeça e n'uma seríe áe ertebras mais menos uniformes, a cada
pma 4as quaes corresponde um par d.e costellas, Estas são extremamente pequenas na
regl� cervical, .slo mais longas nç meio do corpo e diminuem progresslvatnente ãtê
a cauda. As ccsteílas são livres na. parte anterior, constituindo orgãos ilJlPortantes dô
�ar.elbQ locomotOr, contribuindo, além �isso, para ampüação dà cavidade abdom\níll
e as rrtultlplas modifteações de forma ,c volume que toma a cobra quando deslisa so­
bre a solo, qu�dQ nada ou quando trepa nas arvores. Os ossos da 'CabeÇa a exce­
pção dOs que protegem o cérebro, nlo se acham articulados entre SI como acontece
� outros vertebrados, mas estio simplesmente unidos uns aos outros por ijgamen-
tos extremamente elastícos e dlsfenslveis.
.
De um modo geral, pode-se diUlr que a caracterMIca dlfferenclal do �squeleto
dos opbldios encontra sua rlUlo de ser em duas necessíeades de 'Ordem. physiolp.
Jica: na de engulit v!ctlmas Inteiras relativartfente volumosas e na de Iocomover-se
.
�eíD o � fito de membros.
 forma alongada e tina db cOJ11() das sert>�tes tem, corno ê naroral,
.,..... 12 ,_
1lueilc1a na cQ1Íformaçlo e situltçlo dos órgãos intemos. Quasi -tpdos silo extremá�n
hufls � ÇOmprI�. (J pulmio- é reduzido a um saco alonga4o 4ctutlando qnaslterço atderior da cavidade: E) coraçlo; sItuado Ordinariamente na unllo do terço
rier cem os dois terços pf)sterior�; o flgAdo multo comprido e multo estreito; a
slcuta biliar, muito afastada do fi�o, para Rio ser perturbada em suas ilUTCÇ&es
repJ�o do estomago está coUocaiià junto a cutvatura do duodenum; o baço
pancrêas slÔ mwto pequenos; os rins são bem desenvolvidos, muito longos e es,t
d� po lçlo �slmetri�a apresentando grande numero d& 1obulos, adherente uns aos
tros; o estomago é fuslforme. Os orglos reproductores são desenvolvidos, prin
mente o ovario, o que contribue em via de lIegra para dar maior volume ao cor
femea. Os orgios copuladores do macho São sub·CE)utlaes e auptos tuncíconando c
fixadores da c1Qaca do macho junto da da fer;nea e como excitadores; silo Invagin
apresentando üma superflcíe eriçacta de saliencia$ espinhosas. O canaes defere
abrem-se na çtoaca e nlo c�m1l1qnl�� OOql f�1 QS @c:nis. A forma e o
manho d'este ultImos orgios são um mnto variavels cOdforme a especíe qe que
trata, sendo em algumas extremamente IOAgos. A locallsa:çllO dos pen!s debai o a cau
faz com que está sela comprlda e mais grossa no macho do que na temeà, ti qu
constitue um caracter de valor para diagnose do se o. Em algumas especles este ca
racter é tid sattente que a gente do �o pnsa tratl\r..se de espectes ou vartid$1e
dlffe'rentes. qUándo C11n verdade é um caracter MtrertcÜlI do- se p,
fORMAS
A forma do corpo é extremamente varíavel; contorme a famitla, o genero, a
espécie e até o sexo a que pertencem. Ha formas exttemamente delgadas e elegantes
prin clpalmente nas especies pertencentes ao genero PNlodryas, Herptodtyas conae­
cldas vulgarmente por cobras éip6, Llophis éte; putras mais gros as e compridas, cora
a iiboia (Boa constríçtor) e a sucuri (Eunectes murinus); outras jfnahnenfe, como- a
cobras propriamét\te venenosa, !:\a America com a cabeça chata e triangular, a parte
Immedla tamente atraz da cab� �vamente delgada, augmentatlo progressivamente
de grossura até ao meio do corpo e d'l\hl descreeendo multo pouco até a cauda que
é curta e fina, de modo que o corpo termina de um modo brnseo. A excepção a
eoraes todas q cobras venenosas do B�I pertencem a este ultimo typo
Quanto a dlfferenças de forrhas entte os sexo temo a notar, 1l1em do que
roi mlgraalado pal'4 a cauda que nas cobras Ulachcis lo em via de regra, multo mais fi­
nas e delgadas do que as íemeas tanto no corpo como na cabeça•• algumas esfjecies
!JUe íazem excepçlo a esta regra, entre outras devemos citar .. "Cascavel (erotalus
terrifiCtls) em que o macho par� mais vljtoro o e d corpo mal volumoso que .. fe!bea
De cêres multQ varlave.ls, c.onforme a ..,ecte. apresentam-se algumas, �
)lijat�s Ellffetlntes nas diYe�a ,pa_1W c�, m em apresentarem .desenh.os�
eutras e estas lo em matar numero ostentam desenho caprichoso e qll�sl empre
·
- 13-
racterístícos da especie a que pertonpem. �s multo vivas e brilhanteJ, tomolls
raes, outras ao contrario revestem-se de � escuras ;()11 palUdas geralmente pouco
vels nos lugares em que de ordinario se � estes ani�. r: esta, sem 4fk
, uma das razôelj era �ncla. dos a� ophidh:os, pois j�ente 11,$ co­
venenosas s6 difficilmepte podem ser di5tingt.údas entre a ·folhag�m.
Os filhotes são ger�te de cêr rna,is clara e brilhante do q� os iMivj",
adultos.
As cobras de tempos a tempos, aIgtlmas vezes por anno, larg;am a casca,
stíndo esta operaçlo physJologIca em um est'oUamento cOlUpl�to da epiderme.
A casca tae lnt�ItiÇa da cabeça a extreMl4ade call4al. de�ilocIq � -.nlmal com
le nova, de côres e desenhos mais nitidos. A medida que vae se atástandO do
ento da ultíma muda as cõres e Oi desetlho vão perdeMo de nIti4ez JU q1;le �
m t9mpletameme indis:tklctos. Quando ó. animal estA preste, a fazer llluda 'fica
o inerte, procura estar sempre illll'l1O'Vel: é uma phase critica em <Pl� DlUi�
cumbem.
As cobras nI() tem dentes enraizados. Acham-te como que �QlIadQS as
epáS cavidades atVe41ares. Não do de$tinados a rnàSticav� nem li tritu�o dos
imentos, perque, como dissemos as cobras enge'em iJIlteiru � suas v.ictim,as. Servem
ra ferir, para fixar;"'mas a sua runcç18 principal se 6Xbr� por oetaIilo <!li degluti­
,10. SIé por assim '<ih,ct orglos proptlfs&res ou intr()lDJrlissotes- ao 'b6W 1l � Os
dentes do maxilar inferior, fixltm para ulo deixar rêtrol1'adar o co� 11& vlctima,. em,.
quanto que os dos maxJHares superiores por um movimentb bijateral e.ombinado e
alternativo, faz paulai11tamente prQgredir a deglutiçlo. OS maxHIJTe5 34bàndo-se à�
t ligadOS por fibras nimiamente distensiv.eis facilitam a abertura de. uma enorrh.tIela para dar passagem muitas vezes ao corpe dI!! um ,animal CQUoQaI ena -lMiq aeça da cobra • .Algumal �s custa-se a compreheitder como pod� ter-_ r�·
do '& intromisslo no estomlfQ de um corpo � v.óLUm,0� � • d�OI'Ç� �e
volume d'tste e o da serpente. �dade é que a de,gluijçlo é �e faclUtada, nio
pela amplitude e disteaslbOOlíde da prganta, eomo pelo facil e8çorr�mo. �
as a abundU'lte ensallvaçãcr produzida pela..oobra no momento, Q'aq_ 1unÇÇlo
hysiologica.
Quasi tpdas as cobras �, atem dos défttes (Ws �. o.tros palattftOs
em duo seri", paral�las aoS' maxnfart1s
Um grande numero:'Cl� cobras tem dentes .QGmplewnente liso$, r.elativ.eR\tnte
CU1"tos deaescentes na ordap a1Itero-po�erior ou. RI iJl.v� e tue nt!$um« reIfçIo
iUardam com as glandUlas $alivares; 510 aglypba,.
Como exemplo de-cobras p_ncenteJ a este grupo �QS a cobra nove.(�
bJus bifossa�1 a �\naDa (Phl']monax -su!fureut), e a Jam:aq� elo caJRPO (Uopbis
aImadensis). Slo cobras, que não podem determinar nenhunl enveD�, mesmo
CÓle mordam, porque nlo possuem dentes iIloculadores.
Um outro Il'Upo de cobras possuem de cada .fado da � supflfat. na
parte pOlf'erior, \Im dente um pouco m.. longo 40 que 08'a � JIIbl1JIr'
 
-�-
no ntammíteros; QuatitQ..a estrudüta sã'ó p�rfeltan'l.et1te semelhantes a quátC{u�r glan­
dulr�al!var. toftstílll1 de drtfe�t1I:es íõbules, cobêrtos por uma capsuta fitlro é'Jli.ffea
basfiUrte ttltlttente, onde vem ínsértr-se um dos feflCes do músculo masslttef. t) Uqufdo
s�etado, o ven no, vem accumuíar-se nos espáços fntra:lobulate$ e no canal excrec(or,
cana que se prolônga a custa de cápsula libro etastíca prra osCü(ar-se na crntrdra­
dura base dos dentes de veneno das solenoglyphas, ou na mucosa buceil nü
proxi tdad"es os d��s Inoculadores, nas proteroglyph'lls e oplstogfyphas ou alllc1a
ponto qualquer nas aglyphas,
A �rma e tamanho é um pouCQ �àti*WJI conforme a especle de que se trate.
Nas ras venenosas as glandu!as s«Ó mais desenvolvidas e tem a forma de uma
ameJ] a:
A funcção secrectoría � glàndúlas de' veneno se exerce eoJn, mui� 18Jtt"
«dão, 'llle alwa nlio constítue uma excepção, antes se harm� com a bio�
d'�s� ordem de anímaes em que tQd.as as tuncções se fazom letItarneme.
f' um or:gIe injustamonte qlialifioa.cW pela "Me ciO pb.vo qae;"fllncf!a pen
�r funcclenar como &.geme V\tlnerante ê ÍTlO'cutadcn � peçonha. Nada � meftt)j
U1tho; a Rngua da cobra desempentut. tio somente as ttmcç�es 4e orgh �ttl. 'f!! �
F.erfrthuer o terreno por on4t desltsa SUAllVemente oa. para tÔlmàr cor:theclll\en� 116'
�quer perigo que a ameaça, ou da presa que espreita que a eobra dat4eja O'$l"Ist�
m.t, a lingua blfida. Acha-se collocaciG em orna baintl1l qll� abr.e-se �ante d8lglottê
muito yrpxlmo do rebordo dQ labio infePIOT. f' extr'_ordinariamente flexiVel e cfiI�
".el dt! .Jm)ào que pode ser proíectada em todas as dfrecçlJes a:. � �ia da
cabeça.
OLFACTO
S observacões propôu sobre este sentlde, O Prof�or Schl.epJ
dIt que as .nte� tiló tem olfacto fino, mesmo. porqpe a extensão a.a rnembra}1�
cosa das narinas é pouco constderavel,
A narinas, coníorme o genero, variam dé forma, posição e tamanho. As espedêS
aquatlcas tem narinas pequenas, voltadas para cima e valvuladas de modo a podté_
se fechar.
As espécies terrestres tem narinas amplas lateralmentecollocad
Oú'VIDO
Dizem os viajantes naturalistas que tIS cpbras sio mtilto sensíveís aos so�
que podem provocar n'ellas movimentos de colera, de �rrltaçllo, de apazi�amento
ou IfocUldade. De facto vemos em todas as descripções dos celebres encantadores de
serpentes da India, f'iypto etc. e dos espectaculos que etles dãO' habltualmenj.e � bor­
do dOi navtos extrlJ\li;etros, Rue os instrumentos dê muslca desempenham p tí 1m;.
pórtatlte.
NãO. pretendemos fazer ma d;s�jJpção aptomic dós órgãos -visuaes
bra, descrtpçlo que sería fá�tidiO'tlil e se- �lrrl.a "o tlleno tratado para est t
ctlamaremos simplesmente a attençlo para certos c:aracterU: �lguÇls dos q
tmtes para 11 41stlncçlo da, especíeé, outros I'Ilfll comprehendõ.de certos
blologia .dos ophidiós.
Os -olhos variam muito em tamanho, lótma e $ltuaçla Ha cobras que pos
olhos exüemarnente peQ1léno9, car.cter esse as vezes multo importante para separ
ele goneros �enteméntt .mu �i1Hmtes. Às elap , por exemp,fo �o1fbecidas
garmente por coraes e que do :ipdas Jte11enosu, podem ser confundidas com se
tes pertencqntes- a 'Outros gen�Q$ e t)ue tambem 510 conheciclàs I*a designaçlo de
�ta� PDis bem, um � cara<*res exterícres pelos qà'àes t>ode-se distinguir às: eis�raes v.enenos.".� ºlitr� �� é j.L{stamente 'O �Q dos olbQ$.:' .. e Ste91 � olhos extremamente pequenos, emquanto que as 'Outras coraes têm DI s
.ran�s.
�antD a situaç.lo e forma ,ío tambem caracteres imporUntes que
rlar de um iefl.;ro a outro.
lia cobras que têm a pupnla. çjr.clÚar. ColllPrehendeln com P9� excepçà a
malor!« d'ftS cOb�s nlo venenosas Sio aninlaes. multo ageJI e que uercem _!'."idade durante 'O d� Ol1tr�s têm .a pupilla .em fenda vertical, d� a®'hãeS noctu $'.COmpreheitdep1, CQr6"1'atu excepções, a tdtalíctade i!ls êSpecies p�nhenta
cbbras ebxergarit »'OUcO" durallte o dia e por essa razla são eocon\['adas 9'\1.asl �em
O;v:Q Jhadas e sort1l1olentas, raramerite procl1t81ldo fUil}' quando- 4f!spe $.
 
N.O '"- StDdo introdUZida na caixa
 
 
- 18-
ao a. � Os � deftereates eliUrIo �tlo em açtiviciade. 4err�o abundante
liquido- � qu� "I' doaça d9 maçbo pepetr" lItI da femea ,e labi ao ovldud.O
CJPde ... I�çlo. O eolUa4to sexual , muito proloapdo. durandQ �Iolm.u
�., r: 1'Ilro obqnral'T'Q ..QtA.��� ,phy.loleileo, eJ\1f� os :«nlmau em eapt;,
verro, po s Mvendo Dlo pequeno numero (Je annos que temos cobras presas, � duas
VIINf � foi da40 .obserNar t;ij _on:ae�.
O OJnl'àQ da.. femea �. dar fecun� de�olve-se extraordbaadamente.
prl(I,cipalmente nas vlp,eddusj tQ�_AntIo edr�arnente gro,Ssas, oecupG40 OI
ovos a 1lle1aQe � eav.ldade ab4o�l.
As -cobl'4S EnoVOrn,,, a. ct.lSt. 4..s C6)II�s ciPs musculQ inte�eostaes. Estes
�4"1�.",,, AP.tt�.* coltelta$ qtte d7J 'QIbew '$c este:llde l �
Ci4a par <te �steJ� pISe em �ovun.ento uma escama auJ),ventraJ, que t'epre�� P'"
� 4izer o pé � �ta, porgue é Q seu p�to de apolo e o ·!Seu orilO de dc:slo­
� �0J;l® tanto. �re. eostaeJ, qUI\pws", as j:lScamu ub-veptraes, eom,p�
hqde-se que o mQvlml'nto ,sl�tçeo das co�s transmittido as escamas $1Jb..vea­
traes determine 11m movimento eonttnu� .unlfo�e e cafacterlsttco dos ophidJos, qu� not
charnam� desllsar ou 1!!1tP,eal'. O deslls... das eobras é suave e mUito �te,_ pe..
Gten4à ser �afl ou menos rapldo CQufonne o g"nero e a ..na a «pc Ptrtençe'QI..
M �bras. propmme� rv�� mOv....se muito tentam. Quando surprelte...
� em movimento e ,nne��8$ .de algurIJ. perigo, ao em vez de ãccelerarem a mar_
in�rompem..\1.'a ao CQntralio, ...o�lIh,ndo�se em attitucle. �efeza.
A� cobras 1110 Y-mJenosM, pljncipalmente as �rtencentes a famUla das colubri
�.. movearsc; com llJqJta. �e. sendo dift1cll apanllaJ�as,
Quando 4l11.� ou perseglJid�. procuram fugir e e�nder-se o mais rapl-.
•
damente posslvel entre a f()!hag"m (lu �roc;uram mçrder para defender-se. Qu�si toias
8$ çobras � bqaa uada,;iora� Por um mo�nto ondulatQno do corpo, dealQ�m-se
sww�mente IJO. me1p ttllui40 eonserv.,ndo sempre 11 cabeçll fOra d'apa e o çOl'J»
immerso - em senUdo �ta1. AliUJD.IS especj só ac;\��lmeJl'te banharp-se.
� vlvemaq1���e I�,os e .10freq�IÜeme �ntFadü 4entro d'aiQ.l:
al&P� P,el'tencentes a este. i1VPO< aJo boas PlergulhadorQ, podendo o'Qt�� pem'lt­
neçer por � tempo 4ebalxo d'... AJ �obras 40 mBJ; tem � corpo fateral·
�� eo�dmldo Q "� I�e, �o,nlI1lun� uma (orma que, ta�llta a nata�.
J./I � trep.ras en.tottlJlla�-se no tron� das arvores nos ,alhos e P!I!
um. IJlPVbnento ,;te d.esl�rnento aQ� llQ que de$c:rev�os. podem subir aos �
�8 can.� p�.. esc.onderem-se e\l�r� Il folhagem. Além @s movlmentos propdos áe
loço�. � �In� f �derar QS aiireSI5{VQs u �fenslvos. Neqt todas a$
cob� PfO�� do me o tqo4� ,As vlperldea� enr04l1hanw� � fa�eJ;tdo ponte
de app\9 11L metade caudal do COrPo atlrw a an��dor em bote, Jv0l.do sobre
.........1"'''''' de determinar a pleada. O movimento do bote é extremam��te ,",pldo, JIf
� .,JQ _ t;de �ql apr,� �.� <,UfferqrJte� tempos qJ,te o eomp�e. tePfi()itt
a I� �e � mola em e'?kaf fortemente eOIl1P�da. f16 dt�p'rertdenae
·u�� das extremIdades projetasse a ��tade anterior, ficanclo a otitra rí'l.ê1itde pr�, VÕI� .
- 19-
tando sobre si .rnesma com a Ul�mª vlol�nci(l �O de$Pl'eadimel1fQ, Som fazer o-pon\o>
de aP9i9 na parte caudal. as \li��rJdMS n"o podem desferir o bow. }!I. por. essa ....
� açonselhamos conto meio Iflajs tad.I pafa captura uma cobra i8ntmOH levanta""
do solQ com um bastão QU upl' baste qualquer.
, .entre as. cotmnr'nlO ve��8 �lg\1l1'Jas hlil q�� fIlbl'dem absolutamente, melld
quando slo maltratadas. Q� qJP. pegad3& a mio, corno unica maMbrá de defell.
PJocuram escon1er a �ça, t�sc! numero está Il MlI8$"rqn(l (.Rhachidelus Ittadl),
uma das coraes não veneno� mmw fr,�ente no estado da 510 Paulo (�.
tri,emlnus) e aJgunias R1)adllJe� qQ#. � pevo cham, cobras d·�a.
Outras quando Irntadll,$ qu p�r�id,� I'hatlJlll"se 'COntra o solo e �antarido
o terço antet;jO,r do corpo, esc��ram de$me,untdfl.mqnte .. bocca. promptas a morder.
fazem assim as �ol?ras conhecídas Vl4liarment� pOr bDlplVos (X-enedon, Cy�).
Outm �mente, muito age� e muito �e$I�. quat140 persegliklu, � o corpo
�,�dQ � .em mg"'If\l� I6\'4R_ -e\ 'te':e::-rter, ::CU1',.molft'o·�mepte e distereni o bote. !iftte 'ifUj)O' stllcham U e 1110 Veftetlósa! maís a�
alvas, entre as quaes cltareID9$ ÇQffiO exemplo • �ecle muita frequente que tt povO'
cham\l çobra nova (Dr.lmo�ius bljQs�t.\ls) e a éapnina.na {P11rynonax sulfureus).
Tedas as cobras s.o carp.ivoras. Alimentam�se � tempos a tempos, e só tortWII
ou acceitam por allme � os aP.lm� que- eijas cI�v� S#'�fjrar rm �stIo.l!m c:ip-
tiveiro estreito, prin i�te 'u'\. $e lhes �xt(ah. p. hc;no; l't!cusatrt atillle1'ltiJ
9Ue se lhes offe eee dJ: m9do Il4tural. podem ar um aIIM e mais sem
to.mar. alimento algum. Este facto � �t.C'A pheqJdC) \1$, naturalistas Patà �rIft(-
'
�-Q, podemos informar que � cobras ve eno IJ.S que hablt�ert\e< posse 8Jnstttuto em nlo pequeno numero, duram em captlveiro de 6 a 8 metes smn tornar
alimento algu:n, soHrendo p�rlodicamente a extracção do �neno.:tA tivemos ún'la'
càscave( da qual raramente ,�ahJamC$ vttfitnO' e Cl� r�a mais de utn anno er1iI
captlvelro no mais compl�to jejum.
As eobflls �rdad.,...em iv�lrOf Ull'll)ados , Qtnhadas de vez em qQllndo
� se lhes extrahir o V,",M, flealij multi> irritadas e prevenidas céntra o bOnlein.:
de sorte que, lançandQtoJ +1Q viYe1ro lHO lato vwo que " o seu aHmeidb 'PredllMt),
matam-n'o para verel'l1-M hvrH d.Q hospede imPQl't1mo, ma 'rfo "encoJem. Taf"s
por ser multo morosa e _I a degfutl�i1'o, temam .mpl'�. Ó Iftstlilcto 114-
tural da def.ella, �o-,� • �da mQ� ameaçI4iL pela proxitnldadtl do 1tótnem.
A qlWl�a� ., -'imentl> 01,1 o peso das vi.a! pocfetrt va.tiár emen{(J•
.qomprebe!f4e"" dt�� facilmente ser esta uma aaa GaUSllS r�ras dD �*
ou fntervaUo qU�)l1� e�trfl ps r�p'.stos este I&tervaHOI�ser; cemc temOS1verfIJ.
CIClo, de 5 dias ãalguns meses;
O�P'Mca�a& pqfJelll influi" :e o ;fPpetttcr � c:ob1la8 ou (Sb� .. ,UI c.paa-
cblde em toidA� atJ.:mem,s. � ootrV __ l110ia dtl pem! o pe;1oUu de- �ra. f)u
rante estes �taqos. r�� ClIla�� j
.,
As cobras venenosas foram doptadas pela
-20-
dor da lethal peçonha, não !lara faze, mal ao homem, nem aos grandes animaes, mas
Jm'1 nrattr OI peqn'.e� mammlferos de que se alimentam. Corno sio Imirnaes ex-­
tterlUmente. lentos e tàrdbs, slI rtlo fôra o appareíha mortlfero que possuem, riDo po­
dt1'ilm,.-over 11 pmprilr sub �teJaCla. A' noite, ql1ando> sentem tiêcessfd'áde de alímen­
to, 4ei am sutil e cautelosamente o seu e5ettndet1!o e vão a procura dos lugal'e onde
dnem encoTliPlr;as uas �etima que � fr6(fttêtitellftettte ratos 0'11 prt'ás. DepÔls de
o !ti pt�e, oolfocam.se- em posição êÓl'liVel'ltente, erttodilbanfio-se a margtmt
ao lQmItho 100 pusagem, por onife deve trmsltar a presa. Em arria das púsàgelis,
certeiro bote tere b pequlIÍlo roedor, inottda'tldo-Ure uma dose de veeeno qUilsf �ení­
pre wlminante p&Ta mn animal (ftl 111(Y pequeno talhb. A cobfa, mumentos depolsJ Se­
gllla da efJIcll'till de SUIS al'lmVJ, a. tafean4O: cqm � IIngUi bHlda li! 'Procura da víçtí­
m� .qUe em:onjNo 1lJ0JIta ou flll'$ ultimas vascaS' da ágonfà, coméçarrde então a d�grn­
ti9ie, de tOjo rmeohaJil1 mo J� tIVemos occast�a de faiar.
As toNbrtdeis, que com rehendern 11 mór parte das nossas -especles I'llo '(rene­
ncsss, sã!) mUito aiefsl ca sues viattl1'las graças a sua agiHdll4le e ao di$.faree
q� lhe -OÜllrecem as suas. c4res, que !t et>n1undem farnlmênte com as elo 'melo ()n�
vem; tiAi lIspecle5 que se attmel1tlm � bactraceos, ou� ctljo árrmento prédile�o
constittUao por '})a aros � outras, ftl1almente, ql!ie se aUmen1a'll\ e cfúSivame1l'(e. de
cobras.
Entre -. boldeas temos as f�pecies de �or f rça muscular�\ qtre matam por
·�ngl,lla$llttt(). como a gíbola-> Boa constríctor - SUcuri ou S,uGuri11, cujo nome sei­
eI1tífil!o e Eunete$ urinus. Estas especies alírnentam-se habitualmente de marnrní­
f� A uQt1rl�c!e a1tingir a gtatldes dimertsões, cheg'ándo OS mafores exemplares a
lQrmetról ije c�t)tjmento. O§ exemPlares de 6 met� nlQ • raros. Comprehende­
se � .ta gigantesca s�e possa matar e engulir ao! tt1 �rande -talhe. De
f!l� .eUa. ttlilbe� habí�te <1e capivatlas, paccas, veados, etc., émfli'b de todos
Q maromkoll de certo tálttâIho, qtfi lmm de'Sa.lterar.o.se a eottente, a tttja imr,.
. g'1Pl llaitW o v)trnrótO ophtdilJ.
Pesde a mais remoia Ilni\IUidade exerQMl a serpente hlfluencla prets0rlderante
na �aÇao PQPUIa� No pat:ÇsliI '\I8mol-a como Q prínctpío do mal, a ómtetn d'a prt­
mM � ón' h_em, do mesmo: modo qn Mlm.. tomando il f&hn� de uma
slOWe p� em vitt;vaJllltor. seu �0J3'" Orosmede; que representa o b'ôirí
priJllliplp do du�d� Persas.
JOltJeçt> de temor S1li'etstlciol9i aras attarneare }llstificuve pel'ó mal qlJe �
C�Rt. • selMje fo1 oh}ectQ de culto, entre OI povtJs da antlluJ4ade, que ptocura­
'fi I",� .dVaQiG ()ll veaeraçlô, apllcu o 'SeU fUlI4>tl usaítlJo do mesmo methodo
q enlplJOVm)1P.ta agiadlJr ilOl '01IÚOIt deuaei iQ1pedeJtos e IracUnd()s que h.aviam
ima�ldlt.
A J1Ien. foi consid2tada �lot al'lCigos tttro� como um dOI attrlbutos de
41" sacerdottsll' e ilIelp_;." attfU1a( C'OAltllnte de EscUlitpio, o pài Ou
411Q8 4a medttina e da magia; o embte .ta PhtdeDcla dá cll'Cwns�cçlô.
- 21
� lig.ypto 'figurou amplamente n seu
ig�almente como syJ11.bolo da iertUidade,
Na lndia -e na lndo..Ç-hin!l encontsam-se nstigiQS �e oult a ;set:Pel'lt� de sete
�ab,!l� ou deus se��Rte. - Segundo Fer�n o :.Cqlto da arvere e da se'rptttte: dQ­
minava completamente ahi, ant-es das prégaçõeso de OuataJ11a BQuddah, ,(lU€t mOiWeu
no ann.o de 543. antes da nossa éra. esse reiormáliac tf>lefQU o culto da .Il!Wk)fe, c*
demrrando o da serpente, que foi então abolido, par. ser restabelecido maís ta
Na proprita Europa mll1ta crendice popular oã.o eneentra explicaçãl) !lá
influenpia tradlcclçnal do antigo culto á serpente. "Na Sia:l'denba, diz Cetü, OO$m-*
"coisas maravilhosas sobre as serpentes, .que pa�v"m out(OfIl J)(iI{ eM lnas e pO,r
"p.red�rem o future, Oaero bem crê que es pessêas in:itrweas, si�SJMt1te por
""gracejo referem taes fábulas' mas muitos campcnese vêm. na 'iMPante um �
"de ve�raçiIo e de respeito. Quando efltra uma erfleJtte. na. l;\a.baRa de um: pa J,
"este facto é geralmente considerado como um presagío de felicidade sendo. .o Jeptil
"em taes clrcumsíancías respeitado, N!e.sto 'Pal,l!:, todas � rnulhere que �rem o
"retiro de uma eobra vão levar-lhe alimento, "C€mhe90 uma rtl'tlll1er, a}W1nt Getti, qy:e
"por dois anno teve e te1:r�baJho,"
Em m1lito outro paiAs do !Velho Mundo os J1II.Stic.os têm ctellças semelhao:
Em no 50 paill .j'nill:1en�illdCl,em mll'ÜO menor e_la _pela trit!üGÇio !'lio
oCOl.tra \lcstrgio de culto, respeito ou V'm;lttação pelas q:leRtes. O cplo aQui pr�
ná- é um mêdo e ageradfll superstiGiosO e msensa.tw originando, DiS' l� d6aJ CQflll­
pletamente falsas e absurda • Ou e-se frequententente que. cQbrat �� .-s
salto o homem, o que é completamente falso, COmo �rnos anteliormente, q�.
1ra�mos dos mdvttn�to& das ..co�r�
f' muito co contrer-se pes éts do povo qlie temem- proxw.nciar a p
lavra cobra, principal quando vêm procurar remecU.Q para U9'1a tl:-tiPW.do _-
dísrnp, Ao eavea de dizenem, "Por e emplo, F., foi mddlQ p r u� ClQbr.a. di;em r. kf
offendido por 'Um bicho, Vemos n'ísso um té11lõr &upeMl.ciOsp. � P....e-: a .si#"
mtDte da crença em qua1idad� sobr.enatul!laes nas cobras,
Muitas lenda e crenças erronéas se encomram no Braz!f, pr.i1!ldpalmente .nà
gente da roça, se.ilda muitas 'Cl'ellá's repd,itlu 'Por pessêas tle terta: � :r
crenças origlnam-se de um. la60 nas SUPArs�B.dO africamls � àos: !Kl �
e ele omro el1l .obgervaC:C�es inwRtlJleta ou w.sat'Aente inteüpretadas.
f' interessante e amínar-se multll� ti'estas hjstorias, poJ:'liUe: -«ilas e J'slatciG11fl.lb
cem a biol�la das :Slij)ente podendo qua i �mpre tes uTtl4J ex.pUcaçlo u;c�
perle.i amen� con entanea com factos sciantlficamem-e ÍQbele�.
Uma lenda mutto vulgari!Sada é a ;das oobras de�r� d;�g.�, em f.lma
iolha a; margem, I respact1va peçonha oquamlo 14m de M* na 'lI.�a,; es. iet1dla
tem provavelmente � soa o�m no facto d� nl& tep sido t,b8e1!VaQo acgi4leil� alJ:i,ml
<te mOFdeàur� de Cobra no melo liquido, Q que <,te r� Ri �ompr� Jlé.rieka;
1JJent�,,ptlp conhecimento que temos de st{&ft1 rarsmallte encon«aQlls 4� â�a
espécies venenosas 'e ele Mo poderem f.erir stlit} 'ter um pat1Ito de: apQio .que lbU ..
na agua. Demais a nf0 er a� eS:pect�s proptiameJlte aquut� q� � do vel1$­
nosas, as cobrAs �da� eom �ç 14\a d'agua e slo �t� v1sl'Veis, ctl'WilJ'll$�
�ue concorrem podero amente com as anteriOlles para.;que o aocidente não � verifiqUe.
-22-
Outra tersib popular muito cUliosâ e ré a qual. t�os si&> arl{Uldos Innumeras
lVe2es � sobre o: facto <tas cobras mamrna tanto em animaes como ertt senhOllS.
Referem que as cQbras I).Onetram no domicilio e àproveitando- se do somno dà viétll'nà,
sugam-lhe Q leIte dos seios, procurando contentar o flIho lactartte, h'ltroduzindo-Ihe a
ea\}da na bocca, t>izem outros ue as vacas leiteiras a:mmamentam multas vezes as
�tllS no pasto, accostumand -se per tal forma a esta funcçio, Ciue.t hora éerta
app.ro�l1)Qm-se do esconderijp da çabra e pacíenternente eSlleram que esta
� qcie.
J!sta blstoria foi inventada prova eimente por algum feiticeiro atrlcaílo, escravo
• • 'QUe se lembrou d'essa astucía para eltPHC4r o desapaTeclmento do leitt empregaçlo
certamente na alimeniaçia de um verdadilro IJUJmm'Jfer(J.
cobtas não manunam, não podem �r, simplesmente porque n� são
marumlíeros. Só estes anlmaes possuem uma b'O� anatomicamente constitulda para
�Ia h,mcçi<'. As cobra nlo mammarn peta mestM razlo que os pl\Ssaros e os
petxes niq mammam
tia 'Ctltretanto, um façjó que ma observado e fal$amente Il'lt.erpretado poderá
Vir reforçar esta absUrda ver,to:,Retiro-me ao desenvolviB),ento do vo dae cobras
M\1paras depeís da fecundação, No estado bUclal dO' olvímento, os ove oceu..
pam quasi dois terços da cavlciade abdominal t! 510 en idos apeaas por umà péllt-
.. que rompe "Com facillQ8de. O contelldo dos ovos :é constltuido por um liq,uldQ
�. de • breca, aro.eltada, o .qual poda ser tomado por leite coalhado. Dadas",
-draunstancias st alguem mata uma eosra n'este estado e �. fi ven1re;., ... �
JItlcat..Jhe 0 �teúdo. a"ca tenderá os ovos qu .:iel�rlo escápar o � q�
será tOIJ\� por leite. Í1Jgeri60.
Já ouvimos de um lavrador multe criterios.o, a narOOiu. de 4atd caso anaiogo a
�po_tQese figtiraila, a ,qual era apr�sentada como prova ínc ..� funççiO
MtrlJ;)\llda AS serpentes.
$obre. o mo@ pelo qUal as serpeq.tes ap_m as suas victimas, um.. que é
'efectqQ �o ilOVO e por - do pe'lu �ro de observadOr. e qpe 1'110 está de
aecordo som os factos por nós obset'Vfldos durante UJR podado de mais de 4ez. annos.
Reftro.mc A fasclDaçIo que dizeJln _cer as _'rllS 8()hfe :as � victimas Pôr mais
�..proctndo obsel'Wb' o pbe.n� coHéc4ndo na gaiola 4u::cobras mtos•
..._ jJUIW'OIs, ris,,etc, fdmals c� obiervar quaJqu4tr laetG que pU{1esse
*' interpretad,o POf faaJtinaçio. LQD$e .to, os animaes C(JWl1lD coJloQados, _ frente
.. "óbras tn06tf,am-seJllconsdomes 40pc. 9ue os espera. Os taios;pHSelUtpêlá gaiOla,
tar.e}am pA)r veu.s a cobr.a. que timidamen e encolhe a um cante, ev�Qdo o con­
.,to do pequeno locaor. - Qu«n4o se provoca a. f$ e citando.. e a etlbra e o ratElí ou
�-se um sebr.e outro, é muitas �US este que � com.eqo-ao cQmbate,atiran·
..se v..lente�.ao feroz inlm�, mQrdendo..o repoijdlls vezes. Ataca@ _
� Si esta; não ilispOe de vóneno para prostal-o immed1aw.ente. O" rato defe�
herotcamente 'até Que succu�" � � influencia do lelha} venenOi QuanQO 'IHJla cobra,
� llléo eUa40 pb.ysioiOiico QAo tem eI\l àOlll _'iiOllAlllento o seu a.."..lbo �
�j � ao de,vorada pelo rato qUe se 4crnt W companheiro de. .SoIIi :no in­
... _Qffereser-lbo �to e p. que •_ �w:I<lo allUmas .U Q1Ielien®
� -lote modo es.peeiil a tXOl1\plal'es raro , cu)t COl'l� mult(). Interes-
- 23 .._
_va. Vê-se, gpis, pelo que diz respe1 cobras venenosas que a sua unica arma
estA no apparelht> ínoeulader de veneno,
Com relllçlo a obsefVaçlo das especíes 1110 venel1elaS nIb fomos ..-is tdizes,
em�"t'ldo como vIdiIn'àS tanfo 'Os bactraceos como-e pauams;.
TivemOS" opportqdtâde de pre$�l1'clat um facto que poderia ,er �dQ por wrso
de fascinação por am observador pouco attento. fiei no Jardim do lnstitutt>. brt uma
tClSelra, um CUl.I de tíco-eee (Zonotr.ocbla pll!ata) çhamou a D,s", attettçld p.eto piar OOJJ­
tlnuo e affHtltl\tQ. Procurando. cauta da lUlomudtdade, dI,ttngutmos entre a folhagem dt)
arbúsÜl nas proxilDtdades do ninhoQC) angustiado"CaSal, uma cobra dpó (f,(� _t·
-cartnatus) que de cAbeça alçada, immovel parede. estir em attltWk fasdàlifo'ra.
De um e outro lado cQntlnua'\'am a mar os passaritibós salttlút'do de � etn galo
_. proximidades do; �I. De quando em 'Vez, um d'elles armanoo.se de malor cora­
rem esvo�a de bico aberto procurando ietir lit cobra" Es� énU&, abria _lJMSUl'ITO
4amente a bo�a para d�f�der-se e o eggreS$O! arrêieda o entbusiasmo ��P •
ppusar 4e »óvo. sobre um pS1o. Dét1� dê QbMrVal'fl1os por algum temM esta .mociOnan�
defesa C(,u,e os c ralosos passarinhos faziam- da prOle, restabelecemos a tranQ1lWdac1e ao
"r, retirando � os�a a Jntrusa inimjg..
As ob�rvações supe íaes de factos anaJogos podem expn�r talvez a origem
� fascinaçlo.
'e' SU'.wso áinda considerar que a natur!!,za doptou as cobras peçonhentas � \\ll1
aRparelho ino.cullldoor de letltal veneno, com o uníco fim de dar..Ihes um melo seguro de c.çar
as suas víctímss: não havia necessidade de outro meio o da 1asch:�.çio. Q11aríto as
çobEaS nlo venenosas sio \lastante agels e não precisam empr�r a fa'scinaçio pà�a
a eaptura dos anlmaes de que se IiJlrneritam.
Alem �as observ�ões apresentadas que tallam � a fasclna�lO� pJ uma
çonsideraçio de biol-.la que nos parece de valor, f' a seguinte: ilIo -é logleo, nem
natural que anil1laes collocados em degr,Ao inferior da �ala zoologiea PQJ&am exercer
qualquer acçlo a dfs�ancia sobre outros qüe lhes são superJores n'aquella escala.
fm harmonia êom os factos constatàdos e as considerações expen6idlis di�s
naturaIlsiU 'têm impuanac:to â fuclMçlô nas serpentes.
SctUe�él 'assim se exprime' no Seu excelfente livro sobre a phys1Onomia das
serpentes: "Nlo Ila quem nto fenba ouvtdO falllk dó pr�tertdi4b poder mâtiêb que
exercem as sérpentes sobre os pequenos antmaes quando Ifetles se qu�rel'n IlpOd:erar,
po�1S obtas ha de hlstotfa natural que se Mó 'ten"al'n ocdipádo deite plienomeno,
nerado por uns, aHli1'i'lido por 'Outros, !iem :qUt! *! tênha pOdIdo 'CItéIfàr-- a '111m l'eIIOl­
ta40 _ütlqtodo. NIo repetirei .qui' os ib81!1'dOIs que os vi�_ eseriptG sobre
o "SlUltlptG; os $llM Ih aJgomas qz� Utremataentt nr:IOIOI5� baSta 'dtrI0I! __
.estes eonto.S, de 'tUé se: �am traços em \1'Ilfk)s autrprà _al_ ��r·
JMDte em tOp na A'11ItIt1$ i40 Nonlt-, e�o .que .., �actes. nas � �rien�
_. '8 na IltropJ. -r� � em le� lIit: toda ttespe."�
ClUI1osa, pat'1Il blO metecer aJgutna tttençlo, visto co. etl,l 4� tfUitJ
....dadetro ou.:nio, pode 1lUlrarfaar·sl lIl) yx:mto d,e t� \)o•• ��,.o
.4em ter dado �r a rerlgem cr�te pretend1ctd po4er ., _1IIpvIo da _,.,.,
I!' "er(Iade \1ft 8 mór parte dos enin1f1U'lpanecem �� .(t R,Oriro ..,
81 amiaça, .qaancto ,. _battit!'em sodedlule� il'i1.lrJitOlSdl0.cruels omó __;
 
As cobras só tem .o veneno na glcbiula especial e só podem !no�1,1lal-.Q por
DleNl � dentes apropriados para tal fim. N�o retem com a )inilla. llef!l �itt
cauda, .çpmo err.Qneament� se ouve algtl1;llalr vezes da gente do e9VO.
O costacto das escamas das cobras, quer das e1T$Osas, 4uw çtas .ililiPHensl 1\5.,
com qualquer parte do corpo do homem 1'l10 prodUzem mal algum, nem mesmo o co­
õretro, nome pelo qual são designados certos erythemas que o pOvo attríbue erronea-,
mente a passagem, ou ao contacto directo ou indirecto do corpo.de uma cobra.
Na India e em outros paizes Asiat,ioos ha uma casta 4e indi-xidl,tos que preten­
dem exercer uma e pel)je de faseina�ao sobre àS serpentes. bão espectaculos, cau­
sando admiração na assistencia, a habilidade com que Ilqam com as especies mais pe­
rigosas. TaeS individuos conhecem muito bem os habitas d'estes anímaes e é graças
ao estudo acwado d'esses habltos e a l r!!atica do mister de eneantatiores de e1"­
pentes que elles conseguem muitas vezes C.zer crer no seu poder sobrenatural.
Alguns arrancam, os dentes ino.culado �bras; aptes de se exporem 1&0 periJ_o;
outros mais atolt deixam de tomar essa precaução, e acabam quas! sempre por serem
mortalmente picados elV uma d'essas exibições.
Entre nós apparecem, de z em quando, d'esses magícos, quer nadonaes, qtler
éxtrangeb'os. Uns fazem e ibtções publicas, outros são ma! modestos, pteferem a
tamã de Iettícelros, graças à uma ou outra exibição particular. Quasi sempre estes
individuos acabam victlmas da sua imprudencia e da sua,.f4g:torancla. em Batataes o
Dr. João Paulino Pinto, teve ól:casilo de soccorrer um d'estes encantadores em 29 de
fevereiro de 1908 o qual fOra mordido por uma �cavel, quando e ibia varias cobras
em um circo de cavallinhos.
O Dr. Carlíndo Valerlanl, ex-ajudante d'este In tltuto, teve occasiio de prestar
soccorros, em Piwsu,Q\tnga,. aQ famoso encantador <te .,pentes, conheCido no; �or
do Estado de S. Paulo pela alcusha de "Cabg Cobra" 'f.te bríncava com as S6ij)emU e.
considerava-se Um previlegiado no sentido. de não poder ser picado por cobr!; mesmo
q�& tQt§e, d1� não correria; perj.go algum pois era curado ou tiflha. o corpo fe­
chado. Ji co1ll)eci4mos a faqla de tal per��em, por ter sido muita vezes al'iUido
por visitantes do Instituto, .que referindo-nos as suas façanhas, pediam-nos uma eXpli­
cação para eíías, quando .recebemos a ;pmllUJ;Dicaçlodo silr. Valerlftli QUe dOS r!eferio
o lIeiutnte: Que estando em casa fOra procurado -por :varillíS pessoa que lhe, &l1rereo-
•
senÍ'3(� o • Cabo-Cobra", dizend()flbe que este ÀQvia apostaq,o: ser tlapae de P8l!w
e �� com uma cobra venenQU :.QLUI sabiam �tàr presa em .cala dO Dr. Va)ertani
e "�nada a ser enviada ao Instituto de Butantan,
era utQlt !araraea (ti. la1lteo� 'de .manho media "'11. óé UlM Jils fllZ't'ftM
do munlcipio havia sido remettida ao Dr. Valerhmi. estê coHfgt depois de mostrai
Q operJgo que corria o pseudoencantador em brincar com uma cobra venenosa. ce®u
�s jnstaMlas- dos. soliçltantes. "eonsentindo que o Cabo cobra mOlilrasse as 'Suas habi­
lid�es. �etlrada a cobra da caixa e deitada sobre o. tOlo. Q Cobra dirigio-Ihe a pa..
lavra em termos carinhosos, chamando-a su,a bella Helena e outras colses-semeíhantes,
Quando julgou ópportuno, f'l'1>r haver conquistado as boas gra�s da sua amiga, pegou-a
pelo meio do corpo, s�n4iQ entlo piCldo no braço junto a dobra do cotovetlo. Largou
immediatamente o ophidio no chão, qUe'rel'}'Clo retirar-se e procurando negar que bau.-
9e11e Sido ofiendIdo pela cobrá. o que fO à resenslado por todOi. A sua resis.c�
� durou pou�o tempo. AlguIl'lts li: de slUlgue dehunel,doras do ter.lineJúo,
�r.ez do rosto, 1l dOr e o estado de dufaledmento que 'Mr� se apossando d"eIJe.
�lram-n'o a mudar de resoluçfQ, aece!tando prudentéh1ertte a Injecçio <te sentm
lUe lhe era olferectda pelo 'Dr. Vaterianl.
CWSlftCXÇÃQ DAS COBRAS
De laCCQrdo .•. com a: sy�temati� moderna em nove �Hrados ophldios. 810 e1Jas:
1. Typhlopid_
� 2. OlaUconidle
� D. �oid'e
• 4. UysUdt&
5. Uropê!;1icUe
ó. XeJiOpd"tide
7 AmblYcePhJtlide
8. Cfilubrkúe
9. Vipetlda
-A exctppo das famUiás Uropeltidle e Xettopeltide, todas as outr�s tem tepreHlt­
tantes na A\l1êti,ca do Sul e no &.azil. Na fámilia Boídée (lncontramtse especiet_­
Plltes�s cOmQ a SutuJ'y, 5uourljuba 0l' Silcurit1 (E!unectes muri'lius) fi a _Ola (.Boa
eo�). A.lem d'essat especles o ln�tuto tem recebido uma oWifa de menotell
dlmens�, que o povo denomlna de sucury pequeno, cujo no scientlfico é
eptcrates cend'tis.
Por toda� as razões as-duas ultimas farnilias mencionadas - a.co(ubridte e a. VtperlM
devem occupar a nos,. est*:1al .tençl�. em primeiro lugar porque eGrIlprehendem
aa especies mals frequentes.em nbssó ll'iz: .m segundo ppI'qlle ,Q'eUas se. en<:eDt(am
todaS as es�_ peçonhentas, :tmto as do arttlgo contínente como as 48 AmerlQ!. e­
as 4& AusttalfaJ
A fJmlltá Col8tmdle tOU dál COlubrlcIFas como diriamos eQ1 �. é a maior
de todas. Dhd,e-se em.'1tes grup.os de accorão com. a con!J\ftUiçJ9 do �enro
_tatlo.:
A - ÂIlJJIP!la. -:- TodOt- os dentes IiSQs, sem cana) op fe�.
S - (!)pistllOglYplJa. - Déntes ,ostetiores f_dos !OOgitudlinaJmente.
(: _. Pratt!YogJyph•. - Dentes inoculadores ltJ.tel'loret\ fendidos Iootitti4i­
nalmenJe.
As co�ras do grupo A e ã não devem ser consideradas venenosas, porque não
podem deterrnínar accidehte� graves no honrem. As do grupo C são todas venenosas,
entre as Q}.laes 4S' espesles mais perigOSAs da ASia. Na: Arrterica as unícas cobrás
d'este il'llpo são as cortes, qJ;te pertencem ao genero Elaps e sub-familia flapirue.
O seguinte quad(o nos mostra o numero e nome das coraes venenosas do
Brazíl e dos outros palzes da AmetiCa e a etaÇit> 'Que as especles do genero flaps
guardam 'Com as do mesmo grupo.
1;. - P,�9T�QP �A
'I
Cobras venenosas do ISub-famllia'S.: mar. Com dez generos
a) HIDRO�ftINCE e grande numoro de es- I Oceano Indico, Pacificopecies,
l Qgmooon
11 Glyphodon
DI Pseudehtps
IV Diemenia
V: Pseudechís
VI -Denisonla
!!VIl MicrOQechis .� BVIII Hoplocephalus u'S
IX Trapideo)1is O I!li
X Notechís -3 -<
XI RhInho!)loce- Q �
W1alus ! i13ranchya.s�fs �.$Âcanthophis ij�ólllen�érrna � �flapechis lr' c.
Rhync1fe)ilps o �
flapPinathus ! iBúrl�lírus I o�ala = �
Sepedort �
Aspldelaps
Walterlnnesill
ftemlbungàros
Cal(ophls
Dollophis
t:utfna­
Homorellps
D�pIs
.elap$ ...
Habitat:
surfuamensis
hetérêhllus
gratenhorstU
fansaorfil
i>uIrole)':
coJállinus
spí U
tron't'alis
m",'Wav,U
lem�çatl,lS
lillformes
decoratus
mipartinw
fraseri
tJ;1Ientalit.
�Ql'alj:&
nar,dKGCU
aliam••
heterosonas
ann_us>
dUlfirWi
henapricbi
ts�49M
disso�ACUS
fulvfus
.psYch�s
.
elegans
eWY anthu
Brazí]
-29-
No est�d.o de' S. Paulo s6 temas encontrado até o ptes,ente dullS especíes de
Elaps: - & :BIaPs. oora!lÜlus e a ela})s frontaHs. De Minas recebemos um exemplar •
de fbl� rnaregra'ff. SAe �specles rarkJhente encontradas, As outras especíes de
Elaps, lo �n�ot1ttadál �Os 'Estados do NOrte.
Muito frtqd_lf! !lo aS' contes nl<1 venenosa , que são opisthoglyphas perten­
centes' a familía Dtpsadomorphínce, ÉStás cobras sito éonstántemente confundidas com
as cw;� v.erwnQ� (;e�Pi ®s ql.*S se diStinguem pelos �illltes CàtaCteres dlffe­
r��es:
a)
b)'
c)
1 - DRIMOijlUS B�OSSATUS, COItbeàllla VIllprmerrte 'POr coMá nova, jar...
racu�ti do br�o, é uma, �pecip ��ito aJJ\l:n4AAt� e Il}Uljq �ha.da. pelo
interior. Embora nló possa iD.QCufar veneno. é nnmo ai�essjva e de mo­
vímentós muito rapiçtljllf. pelo que causa freA.u�te� sustes és pessoas
�uco famtnarisa4as com os 0WtidiPs. Vive n�s..IUIJ!re� h!ppldos, ai mar­
�eQl dos Ç,1,Irs9s d'�a e nos bréjos. .AliJllen.ta.-§� exc�wamente de
bQt�QetQS.. Q"aIlPQ ll1Qr4e por cima das vestes os d,el1t.es (\lo alcànçam,
os tecidOs, por serem muito curtos; quando, ROrém, t;Dprde11l direR"men
1e sObre a .,..,. d�m duas series de ferirpél'J'tô!; parâflelos e �uito
sllperficiaes e quasi sempre sangrandO regutdl'mente> '{idr serem' cortantes
Q;l �n� � t: tps. � poI st 4em�fo aliUm.
2 - �N0�X. numIDS, - cóhhecida vulgartnen� eor canninana:.
.IV iJJ*i. muDo �Um e rnútto conhedift do povo. Muito ligeira e
apt_....,aa.-.as '11i0i'4edUtU nIO'·p-auam de arrânh�s sem consequen­
da: aIguril.; pois, tOrno ficou dUo, todas as eSQeci�� "eS��t9.1 o in - ,i:ulam veneno, por Dlo! possairem o respectivo apparelfio. 'SlO trep
.doras, �Undo-se p,.ovavel�nte de .P�
-30-
- 31 ....J
ptetamenie inofiensJva; nem tel1t1l morder. Tem. o CQrpo de � vermelbo­
roseo, com as escamas salpicadas de p�.apresentando a � regulares
4es annels pretos ou pl� !l�dos �P't\i si po� iidi fita .circular de
.
�cantas de uM branco amarellado. E.' fina de COI'PQ e pode attlngJr um
metro e mais de �omprimento. Vl,ve por cima das arvpres, se allnlett­
tan40 'provaveJ,m�te de passarps. O Instituto recebe frequentem�te exem­
pljres d'esta �pecle, que lhe ,$lo en�os do interior �() estldo
Z - TtlAMNOOYNASTBS �A:1'1eReRI - Multo fr�e nos alltedores de $.
Pa\lI NIo. Rie ddnhecemos item osdtabitol, nem o nome vulgar.
3 - PH'tLODRYAS SCHO'M1, col)ra verde oU;a salpicirc1. de preto.
.. -. pfflz.oCRYAS )fSTIVUS. CQbra vef4e: cla.ro •
.5 .....P.HlLODRtA,S �S1r.colJú. :v.etde-<:oAl4� su,eFie,. Gil �;:..etr
� bronze e os lados da fàée amarellos-.
45 -- �QtyAS seRRA, ""r de chocolate, $pl'esentando faixas' amarelladas
sobre o dorso,
7 - f!RYTHROLAMPRl:JS ..eSCULAPn, outra cor.al nl'O vemmosa. conbetlda
como as 'Outras s'-Plesm�por cobra corar. . Dtif1cllmente, morde quando
se procura pega"" com.: a 1II:do. AprClfenta 'O' corpo de um NIlo v-$'l'ltélbe
çotn atlnef's pretos. O tamanbo e a di8l>osiçio dos anneis vartam muito
nos individuos.: 41' esta especte.· AUmenta-se .exclusivamente de CQbras; �to
menos é o que 'temos tcmstatàdo em utn grande nllmer� de autop.
Nunca conseguimos fazel.... tomar aUmento em c;al)tlvelro.
8 - �ACHlDeLUS BRAirLt, mussuratll, é a especle exttemamente CUrio.. e
importante que �q'I,bem alimeqta-se exclusivamente de outl'lS" �bras.
D'ella faremos des'cÍ'ipÇlo minuciosa nà segunda pat:te d'este trabalho.
quando faUatmos dos inimigos naturaes das setpentés.
Q- Proterf)glyphll - S$ib- amUIa! - f!laplrue
1 - f!LAPS CORALLINUS. Coral venenosa. - Boicoral. - Tentós recebido potl'!OSeXElmplares d'esta especle no iliJtftUto. Mutto eteont�. Cebeçà e oU105
rra1t'1o pequenbs, cIu� eurtá e -ll'ossa. O eorpc d'i':utrl �tlssimo ver­
melho, .-ntando de e'tpIçô l -esp. um amei preto Iletido nos bo..
dos de .anas brtnca1t; NlO c;resce lWUiito. ()e Blâiores nem es nio .
excedem a ro eentlmettro.. G venont? � adi
2 - fLAPS f�NTALIS. - Coral venenosa..... Bolcorat
O peYG �nde tacllrneute .. �m li' anterior. E' � nWs v�osa
elo que a f!. coi'allkU1SJ podendo atttnllir atE .... 50 de comprimento. qthos
ueJ\Os, cabtÇJ �r cio qó.e a da �rtcedente. Çlu<la, Ql� �. •
Ulto
, Õbtusa. COrpo vermelho apresentandO <\e espa,ço a �pae UI1taIs
triplices p(�los, com finos lntervall6s 'lVanCOs. t(Q �iíO de s. PIUkt
encotltt�-se com máis fre4I!Jencia est,a .'le do que a CoralOnus. Veneno
 
J ....
, ;.
N.o 9 - Ctaneo. de uma protewglypna - N,o 10-- Craneo de uma solenoglypha -
Uma coral venenosa a Elaps frontalis �araraca - Lachesis lanceolatus
N,p 12 - Corte transverso. de um aente ino­
culador de urutu-Lachesís alter­
natus. A. Canal de veneM\. - B.
Cal:;lal dentario. - C. PolPa den..
taria. - D. Dentina•
•
" �"
, •
I, .' �•. _,; �""", -:-,1;
••
'"
".
"." "" ..• 0,•••••••••.............. .
.
'
,�...� .."\ � .
.* \�
.
. .......
.... ,' .. .�
.�. .,. ...•
oi .�'
. 1 ••••••
• •.•• i,l"a.
I' .' ......
• 11 111
I IV
I. Mo�dedura de uma solenogíypha
11. Mordedura de uma proteroglypha
IH, Mordedura d'e uma oplstholllypha
IV. Mordedura de uma aglypha
 
 
D. -- SOl�NOOlYlJfA
GENJil'llII.OS.:
Caurus
Aterniops
Viperlt
Bitis.
PSeudoeerastês
Cerastes
Echis
A:therls
Atr.aetaspis
GB'_ :
Crotàlus .
V"tJilÇ)&. pe� COOlltt.o a� � '5 cr.Qial1p.eas �1,1e1 iU���O geoer9S': ()talu�
�s, A.Qclstrodon e J,:,acheils. es� �trp ��Q.S poqern �r OQlIocados em
�m �PQ�:
I Cobras que' têm guizo ou cho�hp na �re.m�e �I, - Crotalus o
Sjs�s.
II �ras �u.�· WIlI �o 0<'Ll clIo,CaI.h,o DI\ e;.;tre.D\id� ç\lU�1. - 4çhesis
e Ancístrodon,
Distinguem-se no primeiro grupo, til Crotalu.s do Sistrurus por ter o prímeíro
escamas pequenas sobre a �"al � ..p ', �,�q �Íls lar�
Da mesma forma. nó turitfe gMifjo-, � L'at'l\esis dls�m-se dos Ancístrodóns
pelo facto de possulrem aquellas escamas .pequenas sobre a cabeça e .stes esca­
mas largas.
Representantes dos q�atro generos ��o epco."tra�s !li � tio Norte, em..
quanto que I1i Amérk:a do Sul s6 dois 4'e��s gen�ro têm represen tes: o Cro­
Wus com uma só especie o Lacbesís com ,lII,tUi� e"ecles. O gen ro Lachesls é
o mais aI)�te na Ameri a do Sul, onde clt,ta Qezelsets especles s quaes dez
-tem sido CO,D!jtatadas �ó BrulJ.. Algt,JlUII� La�si$ slO! pOlfliarti lo orte da Ame-
. rica ao sui, outra� $� pe1uares ao SqJ outrl1 fin.lm nte são encon adas tanto aoNorte como ao Sul.
Começaremos a anallse detalJ1ada lks e peq� enenosas maJ,$ portantes do
nosso palz, pel1ls do generO) Lachesís,
. No� vuJgW�' ,Spti�ucl1, Surueutinga (E do �io, Minas e pirlto Santo).
Suru�ucd pico de Jaca (B�a e outros �tados do No�).$ynoif1áita s�erttifica:
'fCrotliÍiis mutns" - tlnneo S. 1'If. p. 373; Schlegel - Physionomie des serpents U.
·�a n«ttUs" · ..·./l.aceJ:IMe, capo n.
�Ulllbír crotati_' Omel S. N.
" � J4nlmodytls"; Latreille.
"Lachesis � 9audln; Dumeril et
..,..�� oi .sm�8; 1lI, pag. $34.
"CoplUas c�otali�.". Merr.ém.
"Trlgonoce_Mak1s amthodytes", Oppel.
"89throps !,urucuçli - Jean Splx - '$etpentum brfsUiensium (1824) pago 59.
"�c'besis rnomb.ta'\ Neuwied.
''!pgo",ócephalus a l<fnsanges" - Cuvle�.
dCrupedo�epl1ahts crbtalinus" - OrftY.
e" esta uma das p_ mais imtwrtantes das ue se el1c.ontràm no Brazll,
pelo d,eseqvolviment-o a que pôde Jitlnglr e pela gravidade dos aceídentes que pôde
Q.Ç,CllsÂQijar. 1;:' a cobra ven�nosa americana de maiore dímen õeS. E>� Splx ter visto
exen;1plares até de tO pés dê cOl1lPrlmento e de um � de Clrcurnfenmcia, nl parte
� grossa do corpo. No mun40 só existe uma espe�e venenosa qu4 pôde levar..lhe
vantagem no çowl>l'únento, 'é a hamadryâs (Naja 'bun,iaÂlsh que póde ai nçar a� 4 me..
 
-36-
e sulJ.;Càudat 'Ve:.;s� 11m cléHt\tto de :Hgbras �}K;mboedrJcâ" lIfe cOr ,.. cfltõr,a
tUadas no dorso da cobra, estendendo-se da regito. cervical á I"elfilo caudaL
DGrante a \'ida do nos� etemJ1)ar, conJeiUimO'f' eKtrMfto por dau 'VfteS a pe­
çóttha, undO' que entre uma e óütra extracçlo medióu o durto.- espaço de 48 �
Na prttnelfa emaCÇlo de veneM, eôlhetrróS UflI eentilftetro at_. _,que produatu .,
� de veneno seeco� . .'
Dmmos, entretanto, constatar que « metJ\'.ta cobra ataVa gravemente 1eridi;
se' �esse: em melhOr� cónd��s, com odl l probablH4ade fometerla muNo maior
� de peçonha.
Os aeefdimfes ãetéttnlnados pór esta espeêle deveIlJ ser travlssttm,s, llaG.16 em
� da PQtencIa itô4PPU.eIiOAâótUIilldGt, ....·quitntlltlde :ao "V,o.fi, cÓlnO da �
dIwíte deste. Óepois d� veneno de cucavel é um .., ma4 adivos, por lnle� intra­
muscUlar, para OS anlmae8 de laboratarIo.
Os phe'nolfféi1os locaes 510 pmleóS Irtten�g; dll.fdo.o.se .. pen$açlo dO veneno
tom e1fliema rapidez.
NIo tW'elrtos oeca tio <1e ob etvar aêé14�te ll'IIUm em bOi;ReUS 0U anl111aes.
encollifrantOS, porém, no excette'àte liVro de Brehm, um.. tiarruiva ;de um pIIt1iIdof
boU.ndH, da qwd sé deprehende que OI accldentes no homem 4bnftmram eabtlmute
o 'flUe con�tartJos por experlenciu em 'ànlJ1Ules, em reblçlb I aetl'9l4acte e>o_pldtl de
aççlo da peÇonha dêsta especle. eIs- o fiêto� "Um plantad$', de JftQIM Motl, .....
tlt'á um lodtd Arrowackert eemo caçadtW. A-dl(atdo-lé na lIoreIta eem o _
ela, óIlvlu o éa�dbr 'l'adrar iurla$ll'Den� stpa' cem da p"'fl4& de·;m..�.:
pente; O' metio correu tom a es*'tda na miO' em defest do SetII OII)�
antes- que eU. tivesse _dO atirar, () SurutucA; era esta • eebta, S$ t\Dtía ....
çado SOBre eDe e o 1Iriha mbrdido profUndamente. no braço, �1WIà do �eIfo.l
O tndio ,*,*lu a 'Jel'pettte que () 'tinha mordIdO, tn� abrl� velIÚ'4i
e �C1onou em seguida a �r1d.a tom .. blle, � pana por una ......"enelm
efftcât. Feito Isto, o Indlo, tendo na -mio o seu troph6u. dirigkt-se para a mo­
rada 40 patrio, ainda multo afastada do lugar em �ue s.1t�
A mékt eaminbO ft)f tcmiádd 1'ápklameftte tIe :datkneat6, frio. 1*'...u a
•
tremer da cabeçt aos pés e 'C8hfu inaidmado !101M o solo.
O cio, vendp o senbor lte.te estado, corteu á. catt e f« .. barulho
que se coRtprehendeu factlmenie ttUe bavia luccedld� algUma delrraça 80 ta-,
�éfor. MoU tornou um do seu. homeml e s8pIU o- do /'Que ... õ*
d�ie. De'pôls de lima meti 110ra de marolla en.eonti1àrart'l o � OOIJIO pua...
lyudo, mas �ndo-se aft1da cOlll'clente. Tt'ansp6rtaram t) �l'a9*do para li
-easa; todos es remedlb emp�s TIto tiveram effelte � e: o indto alo'
tardou a succumbir".
� útucucfl habita, segundo o testejm1U'Üio dos VIafà11te" tIONStas vlrge.
ntlttas densas e sombrias, de plleferenc1a '5 situadas á mar. 'êfe gral'lde. .'!os. tr
áttrablda pelo foro e por esta razlo os- viajantes qu,e t1ercorl'lnl reglfell <mdt eSta •
6héotttráda, se abstêm de fáZer �G é' )'lolfe. B' esta tolo "tintbem dt .. él,al1iMllt1-
em cettltS r.� "suracUéI1 de fogd'.
esta ••pecle, cotn\) todas as cro� ajmenta-� de pequenos tllwmlferos:
fttos. preás, leb\ ,etc. Neóhum dos I�n. an�hent� que aev:lIJIQletl_ pre-
-37-
)Wa este lntitttrto é �t� �Iv()' �á .Q �.eMD.O da �curtI. Q q� matQr "tio­
v:IcIatle: t:çvel4Ml, foi o � an�Çfo�t que ��a ..�.min.irnM I1lRrta,es pCilr ,*"..
t1l1Mltro cullIieo. l!�;QIo. J,:ec;e]).orq1os VMllm0 de. esptcle ou f��Jlip
retrUl6r de oxempJarel .vwoa. para aUimentafmQS a acttv.idacle do..senun pqlyvalente. em
refaça!) a esta p�ÇQntl� n� tlOdenWs �nlo aCQ�1ba.r o emPl'flo.lo dp �ti.cro.­
'talko. no trat�tWo dos �cc.lde�t,e$ determinados pela, �urucuc6,. �veru1o« eJn ca-
soe tae , a1l&1'Jl$ltru: a dóse do serum,
.
Nomes VWPl:-es' jar�aca,., tarara�
SYt10nymia .edentifica:
"Colj.$etl Ilnceolatus"- L� *tt>- 11 17a9);
"Vtpera lancellJata1' - W(. Repi m (1802) Daud)n. Rept VI (1803);
"Coluber m�ra" - Sl\iw - Z-oql m (180,3);
"TdgonocePi'llllull lanceolatus" .. pppelr Sftllleg�l, R.iúz, MarÜI1, DunÇ&l}'
''CophllUl Ja'Ilaeolatlijl" - .Melllem i
.
"BothroP. mria"- ��c .....Sp,ll·
"Cophias jararaca" - Wleô;
"Craspe40e4pbal4ls Ianç�.tus:'..".,. f.'itzi.l:w;;
"TrlaQDOcephalut. tarara",-" 'I:- �.el;
"Bothrops' mepa'l - Uray - C_talago;
�cepb�lus atroK" - Qray 1, Co
"Bothr. JatlÇeoll\�'- �umeril et f;Jjbrdn.·
"BothrQps }narata" - Lacerda Leç, Ven. Serp. Brês.:
"(;ra�edoeephalus brasili�.ls"- w.llt.herer�
"�(ep.. "trox" ...., J"",
.
fi a UP,ecle. mais alwndap.!e e mala i_lmente 4is.s�m� 1io no� ao "Sul �(1
Brazíl, 't6t1C!P s1$J, ;on.tada em QIWli t0408' � (J trQS �s 'da AtQ�r1q!. do Sul, �
como DO Mexico, Amedca GentvaL e M�ca. E' inCiubitav�te a ���J
pelO m..mr Qumer.o .de accid.entee no BrazU.
e Il)ui� abun4anto �e Estado de S. 'Paulo. podeJl(1p ser, a� em trande
numero. per oc;çasilo- 4a& [� do" ��r� mo:ndas e Qptros trab�Q� .it)c�l$.
P64& att. � I, '111. 50 eu �m6Q d.e cGmprlmento. Os �mpl",,� des� tam....
·
• do tatos em via � r�illIt apreJent� o. 1J!. 90 a 1, 'In 10.
Q � 4isttngue�� d. fema, P9� ser menor. dê cerpc ntaJs �. c:ab.eça
malsatUadW4 a tCa\l.damal$.ÇPmprl.d.aeil'\1ai� itli9Ua. A femea � � Il��� tem aàbeça
maior e. m�1J trianpr c a ca\14a Q.U1a e ilQ$,. E' ovovhll�a e muito prQllfer..a" llIo
sendo rar� 'Pll'ir .att v1nte cobrinha pe c!\da vez.
AOI$ exemp\a(es de aran41�s 4l�slSe$ CMPlma ° pCl'yp' denomina,t -h wara�
o QUe( OOl'lIltiW!e um l'OOi1v,Q Qe- CQRtus� porqu�o � npJrnl é ��te dado a
uma rOutra es�e �ta. c� a41.imte ,,�O�
Cabeça cl\ata 4D1 féllIijl de � cobiJ.li de. pCQ� �8,Iji �_das e
imlJrieq & �w em sete Q olto .s.ér.les en�re as. !Pfl .oc� qu� s� grap.:
•
-38--
à ptac'é: m$t'ral, ltto raRA � �rltl, lóú' um �M hlll1il _IUI Ib' .. la\1iII.
'h\ttf 'e!1t f!IIId\t 00 que tHr -p'lttê "!uperlor, um '!fu1!tt1) �u. 'IJII'" Jm;.
• térl(W; düí ott tfeS oatltr p��res: oito sU'pra'-I'ibft'é8, _ uaft' ti 'te". e
• �tnlflf* 'ê8ltto sê�!J tt8 któJjtj oéufár plW j?eqUetlas éseà'rt'las; ... lIafat di,.,...;
'àtn par de !ittema!J�es: J)'étlenss est!ârlfàs erttl!e a primelnt 5Q�tlabt«1 e;as 1Il*r..
�aE! , �� dtcIrsà� 1Ot'temetite 'Carerttt� em vmte e �ut1'ro sbrteSl; sUf).,ventIJ*
em numero de 195 a 200; sub-cauaaes em num�b �e 99 é' 5S em àl8 .unes, 'tllld.
-terminada por uma pequena escafrla em fôrma de 'Unha.
A coloraçlló da IIfIlM é �1lj1Q v",ia.ve SQiR, Ulll fUfldo verde bem escuro,
cínzento e algUmas ve� atua éUaIi4; düfllW t � �à' tado da cobra um desenho
escnro, q_uasi preto, em fórma angular ou. de dentes ele serra, cujos verttces se lcham
voltados para a Iilt,ba mediana dorsal, etJCo�JSe ou tttemalll4o-sé cem desenhOs
identico do lacJo opp.osto. Sobre li cabeça, vê-se um deséttifti tn41&ct.W e po co cltra­
ctertstíco, Dd angulo posteríor de cada urt1. d� �, V!-S'e Ptrttr, M �f<} da com
mlSsura fabial de cada ladG', uma racha de cOr esliUl'a, maIS esh'eita \MIIi tima-d() que .e
baixo. Cauda completamente escura a face ifu�af. NA parte �I apt&Senta um.
,cfr verde �eunr, slflPhiada de m�s amiIlêltis.
Os Individuos novos têm á ponta da caudlt &ranea, o qse I*,du� 11 _eJrt eon i­
:del'1ldoS' em alguns lugares como uma especle�, a que denOfllh!lam l'ja:nMràca dO
rabo branco."
e' geralntenr� encontrada: dorrnií:Jlif&..u IlIte f) di. e ,oi' moiivo ê deSigfta4a .
por jararaca preguiçosa. Quando é ill'ltalla: �sftte botfl 11 t(J� 'e �o, etl'«tt®
muíta5 Vezes o alyo.
.
o eu veneno é bastante letivo, pedeMo deter'ntlnal' a 1tt�tte a� rapl�mente.
Quando morde, póde Inocular a qttá!ll tbtll(idadt; tia: lleÇOJlNt que tem &trl. t1lspont­
bJftdade.
A
.
acçlo do veneno começa a fU!1t-s� sentir Ibgo afl'�s o ICOCkfente: IIrO fupr
da mordedura, dõr, ensação de calor e. dormencía irradia.se 'tft) ponto dê innocu­
r.çfO � gatnribd'O' "lIe -o tne;Rbft): 'aüfW*ttu protrelstvo de vOOume do' membro mor­
•• ó- ctu� ê6ft.é por i!õ#rt lo cMerlta SlIroso 01l cto 1téMatlM • il)rriíl <ÍIO
teetcfO ft8U11ir stsfi.:. tfêé, �otítriló êStetl�se -tw tffMUo,.o de. h'lWér m
todó o membro offODdfdo; abaixamento de temperl1tur«/ 'é Vô!tllf()s 11l111� e e­
mi\>rtfagftO , 1rl, muitO fi'�.uén'tê e �,1!a � n1UtctlNf, sollblolén­
da, �a de toft�t(), bMlOn<Haiflf ,. b'ocGt, .;ek1 otMao 'ti 'IIgwttnai !Vaw,.
peite; mo te em � ite aIg�hz, por plfftdá dO eoriç(o., I! $Iy�as se
apresentam e se uccedert4 eom i*fo mlafót' t� qU'lmtb b!latoJ! fM 11 qUII1t1daN '*
peçQriha: f\'roctftalfti!)elti IÂ'Jijt'feda\4a dlll cobl'a e �té mfnJr llfr I !Jén8.IibllWade da
vfétfl1\i. �� I clOfe de y tltO é in trb�tttl ""ra ékt.ftlifl&t a mVlAre do lft.I
dttidUo, pbdtm er. obse� os Me �_ tebníl ��JonldOli cte DtletI-
sl'dide e duraçlo proporcionada á qtlnt_e der p�. 1oJlIGIcuta'da, I'mJn1tI1tO' o
câo pela eul'à, �ue �st.s .fttífh�.$8 d' ê�ét'ftl A �e �r­
ra'ttft' cIG ,,�Iãta �� � �AÜ • ffO$ *1ltD qUadMt � ..-...."
�nclas em que se dlo taee at� b � dotí �omas: 1111 um 0180
.:dê rrfó� �� de �_...... _o:
� 'i!t 11 � wt�Hó fi Ml&Mt JtUtrc::tuMfe'.... � �
•
-g!l-
e'ste �aVêS dé umâ sfiiv�a cúl'tilde' pt'Ir tím 1il+eif16 de ttes -met'rdlS de largo,
que nos barrllva o anj-mho. No meto do I�d -tib "rihirl& titVfa um bi6co de
�s, qüe nos auxfltOd a 1I� l cOl'rettte dá agu� �U' er<r e sedo a passar,
Immedíatamente irtraZ de mim vlnha a jO'Vett India Kate, que dbtiVert petmtsslo
de aécmpanher seu rmtrido 1'0!' causa de seu genlo afeg� e gracejador; eUa
constitula, pór seu caracter }tNlal, e melhor elemento de '8hltn� e alegria .
da eorrlftiW. o momento de passar o curso de al!ttla, afgamas pequenas
flores atrahtram lQinha attenção, e não' me lembrando se já as posSú1a em
meu herbariQ, �ve-rtie tfgum télt'tpO pW'8 as exatrí.inar; I(i'te çonvldou-me
:entãQ a saltar sobre a 'pedra; tomei um ponto de apoio e o fti rindo-me.
Nc te momento preelsó ttm gl'i:to 4e- hor'r�r �oltado por K'Ilte rfIe terriflcqu e
os !ndios q� 'Ilos elttlirttm -'Sbftaram o grito d� terrot "Akn:r r A�t (Uma
serpente veneno a.) Voltei-rne, pallido como a morte, 'Ptll Kate que se
adtava ao meu lâdo sobre o mesmo blocÓ' de pedra: e perguntei-"* se etIa
havia sido motdtda.
A desgraçada pôz-se a chorar e u pude observár varias gotti\fb1l6 de
sangue na perna direfta, na regitla to joelho. Só unta set1'ente .-enenosa po­
derta ter feito semetharrte ferida, � às cuIdados -Os mais pro� e en�
teríam prObab1fi<1sde dré salvar esta amimada criança. POr infeflctélrit ti
Pryer e meu irmão estavam no e tremo da taravana, erttqnatrto <tl:1e o it'ldtê
que condutia a phanttacia e a ea'rteira contcmd'o as làncetas, IA baV!.a Mraves­
sadô o ribeirão e achl'fVa·s� bem «diante. em falta de oli'fta c6i� des1l'tarrehêJ,
sem 'Perdà de tempo meus suspe'nSorios e tom eHes tf�i 'tio forternéittij
qúmto me foi possívet o ttiem"bto otfendido, fazendQ àd me mo tempO �
as fendas pelos indios da qomítíva, Creio que a l'o'tn'e mlIlhétnio perc� ltiré
que tinha sido mordida, apesar de o haver sido em dois pontos diversos: abaixo.
iC acima da pernelra de pérolas que fite cin�a o membro. Nessas das e vin­
das attrahíu-se a atteRQlo da! gefKie dat C9ttriii'la; e . marido de Kate, ché(OU.
Ao saber da terrivel nova, não deixou transsarecér emoção" alguma, se ])em
que no fundo e tivesse Ilbatido.
PilHdo como um morto, precipitou-se ao lacto d"t at lluerida
e poz-se a sugar ainda a fertqas. Durante e9te tnnpo, Fryet.1ll8U lima0 e o
indio chegaram com oa phármacla. f'ryer, irtci 01i {ar� "U Qdn .que, to­
ram \lgMas pelos indlos, O circulo de bOmeM de olha , ..e labios
tintos de sangue, tinha alguma eeisa � horrMi."·
"Se bem éJUe GS �M t1vessent"$Wu � por a Im:dtafi. imme­
dlâta.mente, apesar das applicaç�e& 4e arwlWQI1taco no inteJ.lla .e no�, todos
es e�ds m&rO ttlldad08 "r.tiet." mi.Rtm df/pUls da fMn;IfMi � OS signaes dó
-enwwel'N '1á e\'�; a 4orraÇldll',. a ir tr com. ilGdas
me. , � '() cINto; se tcJmaft ., rttà t _S ;PRltidO e tê.....,.
IMR 'lílilpe01o óIdt'ltr-looj o co� eObL'iuiote de ..um 6Ubf! fpt91 __uatlto � a
� nW.aatett qa.txa\l8.. lIIi*n_ ctOre .. l* mert1'tita< oHIn_, AI .
feg:ilO <in c� .. n� <dorsoi..o:""'roiferido ....W.<COM !U paalat�,
bN"1.enmt y, I "lUe<fOt!a1'll �05 de kel1llêllM8e;� pete�ie
OI- .,.vt4U.; (:) >put.o '-bICia _-o :MJ por m�. OIto uibs __
-40-
se pojla mais. recOJ1l're�r a pobr� Xate, de tak sPrte "lia estava n:J1.IdId.a.: -e1la
�v# 4e aer4� os sentidos.
OI A �esrte, tClllC1 ha.via ��iCJJ'ltda estA 4�, tinha si� enc.Qntrada.
ri a1guos �ntlmetroa do camlabo e os. indIos a haviam matado.
"MUlto J>roYaveJm�e eu a �vlà to�4o no lDOJ.).1ento do' pulo e elia
voltar;J;dq..,e para, Katte que m� se�a.. � .havia mordido. Qqan40 os indios
�cob1irà1'n o �pjU, lá eIle tinha levantad{) a caqeça. prompto para morder;de
novo."
"Quinze pessôa,ll haviam paswJe) jUllto della-: e a pobse Kate tqJ � uníca
vlctiplL
":A p,*,e ,mulher, sem s�tWos. foi �qcada em uma padíoíà, para- _
r�omluzIda á aldêa \!b:in�� donde s�� al� e r,!sonha. pela manhan,
"Acompanh� por Pryer ti o marido <la de,graçada, p�emo·nos a ea-
miD,lao. I!stavamos d�sespetados porClUe estava,mos cerres de que rodá espe­
rança era perdida é que o olhar que naqu�lIe lns.nte nGlS dtdgjira IKate, seria
iatai�t� o ulti!.lU?"
esta. espe.cie a1iqlen.UJ-se qUI1$� que �Iusiyam�nte de ratos e outtos l>eqtWDos
r�ore$. Algun. naturaUstas e viaj&X\t�s affir,maw. que se allm�tj ta�m de pe..
quenos ��os. Devemos• .entretanto, deixar aqui fiOnsilJl'Ul(iQ que �o grande numero
� .lndivldl.l08 que: temps autopsiado,. jámals temos �ncontrado pe� j no estomagô.
N\)s accideP,tes ,.d.c;termígados por esta �� J>Óde-se �reg�r o serutA aJttto;
bothr�o ou f) antl.-:Qphldico. O p.d.rneiro � \D�to mais actlvo do que o �..
podo, ,e�n40 por -oon�nté muito menor dó,e. O serum anti"ophldico é, entr.ê-
.
taJ;rio, sufficl�ntem�te aetivo, devendp mesmo ser p",f�j4\o.se �olW.er a._ duvida
� a élasalficaÇ1P � �obra mor�ra.
Nomes vulpru: Jararua, jarAracuÇ(l.
Syacmy.mia. �fjca;
�r atrOK -Lil1QeQ (fi(I6)'
V1......ox � l.Aur (l�
CQpbiQ. mox. - � (1820);,
Bothrop. mcepra - Waa� e SrtiX (l8aO);
Crupedo� tIl1r�-fitzinl (1826), Wqdruer .(1&5$).;
T��Wl ..ttox ,..,.. Sd11�f!l 08S7).
� espeae � :,muito :vizinha da preced� c� a qo.al t�da 'Pelo povo,
ICiIb a denmntDaçlo de. iam... e jarar� M.\dtO.. D,aWraUstAs 11\0 illo tem en.­
<C)Ofttradó caractéf4s. ..tomkos. bem �to. para. o C5�.l'It() � UPJ" espette
tpalie. � CI,ract6f� difWoedie.e :til;adoe, do lN,ij'Jero e dispottçlo d4$ � dei
.4t\'fJtJM.1lift!l do � pJlndpaLmtttto. M da .c� '* r�nte �cll1ltes.
,.. ...,tnaic;açJp � t\() eetitltlo � w�..-ta especJe. O _ qpec10
_aA.t Q s� de çoIor84lO. e .. W�� ua peçonha, para os quaes
dtamaretpDs em _po � atteDqJo, cOD,ll.tUUtm os ll1olhare} eleJnenWt para ditgnb5e,
- 41 -
TenaG-� exammado alJtttbs extmplares patá Rpptehetider-sfiI um cetro Ill.uoero de cara­
cUres que difffelltnente �cterri 'Ser d�sçrlPi� Rio ha mais �rJgo de CQIlfumilr <e$l..
• t$pecie com- a L. fât1eeOtat\ts. Parece nrulto men09- abundante 1:10 q'lle e ta, prltlcr­
paJmente nos estados do $tll. No Institum temos recebido exemplares das seguintes
loeall�des: Santa Rita. 13atlttáes, Artr'aquata, Cravlrfhos. 'Rlnc(o, LelIÇ6e$ Patto­
-efutO' do Sapucaby, Rlbetrlo Preto, I'batê, Boa esperan�, IndayÁ, C.sa Branta, Campo
Alegre, Santa tuclâ, Baurd, Btm;lftm, Alfredo ems, Visconde Rio Claro, Porto Per­
rWra, Coronet C� Ventania e Trabijll.
'P4de att� a l,ln40 de comptimento não sendó, entretanto, muito cotnmuna
os exemplares dessa dlmenslo. *- dUfe(ença entre Q macho e f� nt(j é tio sa ..
lIente corno na L. r.nceolatuS. Na pane superior da -cabeçà nlo se observa desenho
algum, A colotaÇlo do fundo; sobrê a qual -se desenbam ftl'ltras semeiha'mes áS
coftstatadâs na esplície precedente, ê de um.pardo ayerrttetha4o, tomando por vezes'
um tom ctnzento.
•
.esta combinaçllf de cOres d. um aspecto alVeUud'adO' áo ammllF, �o �ual se re­
c ecea primeira vista. O vel'ltra, o mento e a parte ventral da càUdB alo de um
bel slmo 8ltUlreUo..claro marchetadâ rias lJordas por minebd pretas 0& élnzentls e­
c:ura$. Placa rostrif um pouco l1Iais alta "o que larga, nlo cbmfrada; supra Jabiaes
grandes, em numero de 7, ele cõr parda; a segun4. formando- ã parede anterior do
buraco iaetlmalõ esc�,as dotsaes', fortemente carenadQs em 25 séries; 302 sub-ven­
iFfes; 55 pares súb-OIUdéeS<. A 'fjiolo� desta espeeíe é períeítamente ltien/ica li da
précedt!'tlte. O seu vetttno suboreftt'lá"Se tierrt'io typo bothroplco, tendO a1knmas pro­
ptiedades que o distinguem de qualquer outro, as Q1l1leS teremos occasilo de estudar
em outro capitulo. Limftat-nos-emos a indicar aqui ser este o Yetleno de ac(;lo local
mais intensa, mais proteolyt1eo sobre os tec:tdos.
O sernm attti.bothroplco é muIto aetivo contra o envenenamento determinado
por �� espede.
Pódt-$e tambem empregar com multo bom resultado o sefum àl'l'tt..opbldfco.
4. LACHESlS JARARi\CtJÇÚ
Nomes '\I\1Jgares: Jarat1tcuçd, surucuçé tap8te (t. do RIO); 'lltutll dourado, etc,
Synonyrnia identifica:
Bothl'ops tar� - "Vemt1s de! Sé�S dU Brêsll- f.acerda (884)".
MLaehesls ,aI'fít.'Cuçtl" - V. Brazll- "Revfsta Medica de S. Paulo" (1901).
Poi o dr. kattrtta o primeiro a reconhecer tratar-se de uma especíe €J:Ue n�
deveria confundir-se com I' jararaca (L. lanceoJatlls), atredttaDdo, entretanto, pCilder
lãebtiflcal.a. com Bo1hrops atrox de Wàgler. Apesar deste modo de -Vel\ propl)e
conservar o nome vulgar dt jaNllléuÇó pata designar esta espeete, eis a descripç.lO
que se encontra nas suas lI�es -sobre bs 'Venenos das setpentes (lo grailJ: "A l',De\l
ver, o fararacuça � o ''Bothrops atrot' de Wagler copstituem uma espede
dlHerente d� jararaca/'
"Toda'Via; éOmo a eSpédt i:lescYipta por é.te llerpetoIo!tl$ta é otig_inar;a de
. Cayemta e do SJ.vinamr psreeé-me bom conservar o nome '\1Ulg8r para a espe-:cle pertencedte ao Brazil."
- 4'2 -
(*) l,acorda - LeOous UI' le veníu d
-�
l1ml4 de �M � i;} �st� ç�lltjvp d.a ��nllll, d$s �f.t��qut� �'peç�s. !W
m1PU;\t�. IPd� *ia tirar pa.rtil,ip 4q� capl,çt�r�fi 4lf�t'�I1PI',�S que apr�e_ os dJv�r­
$.)S �� � r pac� .o- <istab.elçcl.l;ileI;ÚO 4e certas. �iagJIOSe,s düfi��js•.ç� Iilo�nt�c� �Qr;n
a :es�ecj,es Per�ncCln�es a; este �qP.O. O 'Y�o 4� Jw-araçuçq dJ.�I1i.Pe-se facUm�Qr
'te, por �I� q.e .su rs prqprle9a. dP V��)l,o <$a +" l�nola�, � �o dll h a(rox.
ÇlIer isto diz!t( que pelo ��udo qQ veneno se p(lde cl;t�g�r .. �sp,�cie Q,\Ie I> PW!ltn\q,
Ten� de tr.� em outra parte dellte tr;a.bA!ho do ��Wdo çom'par�tivp dM peço­
nhas das prkltipaes ���es l>�asj�ir4S límltar-nos-emos �qUi , lllllla" a trarq:> g�.(a�
5.l!mp�m� mai,s WJPQrtan�s 40 envenenarnento �eterf\1iUa.do wr .esta esp�Qe. Para
.c9���çio 41' W de'�deratUm nl,o encotW:amos melhor observaçJP <1,0 que Il cqlltf�,
rwste mesmo h!stitqtp. � pl#1dpio d.e 1908 do acç,idente ç1e que f� Ylcti��QroCÇ4sliO da extra� de veneno, 'tl $r. Bruno Rang� Pestana, alUdlmte 4e�:te esl e­ll}.clm_ntQ. Poi, um caso de ex-tr�ma gravidade em que os pqc;n9tllenos tlj.n� 9.ble vos
corno subjecttvos foram �iQa�met1t.e regístrados, '
leIs o Cf!so:
'
O sr, arono occup; va.-$e, na manban de 20 de janeiro, 4a exttacçlQ 4� 'V�
� c.oQras.
Já hll'<:la e traldo de tOdas, cerca de 140 ex,e.J;Qp]ares, ttmd9 d�do parf, o 1lüt
� enorme jararat:uç4.
era auxiliado por um emprei�o 4P )4borI#Q'rio, � d�oli �� ççJurar:tl :cobllo
lixando li cabeça entre o p�Ar e l> inlficaélor da mio dir�ita e o resto �� cowo c09.1
a mio. e�!luer.da, a�eset1�va O OpfllcUO ao oPelador q\le tOJ)laya, por melG �e 1$a
pinça mantida com a direH", o mú.l.lIa,r superíor e introdw:��e, com • e8querc;l, no
in�rlor da boc�, sob .os ctentes de venéqo. uma placa de- vidr.o. o®e deverla �ar·se
.a peçonha. No lflorru;nto e� q�e o s�.

Outros materiais