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Mecânica dos Solos – Aulas 12 e 13 – Cisalhamento. O que é a ruptura do solo? Como o solo resiste as tensões cisalhantes? Como obtemos os parâmetros de resistência? Resistência ao cisalhamento Define-se como resistência ao cisalhamento do solo como a máxima pressão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura, ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que a ruptura ocorre no momento da ruptura. Em Mecânica dos Solos, a resistência ao cisalhamento envolve duas componentes: atrito e coesão. Atrito O atrito é função da interação entre duas superfícies na região de contato. A parcela da resistência devido ao atrito pode ser simplificadamente demonstrada pela analogia com o problema de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal Atrito 4 A resistência ao deslizamento (τ) é proporcional à força normal aplicada (N), segundo a relação: T = N . f onde “f” é o coeficiente de atrito entre os dois materiais. Para solos, esta relação é escrita na forma: τ = σ . tg φ onde “φ” é o ângulo de atrito interno do solo, “σ” é a tensão normal e “τ” a tensão de cisalhamento. Nos materiais granulares – deslizamento e rolamento 5 Coesão A resistência ao cisalhamento do solos é essencialmente devido ao atrito. Entretanto, a atração química entre partículas (potencial atrativo de natureza molecular e coloidal), principalmente, no caso de estruturas floculadas, e a cimentação de partículas (cimento natural, óxidos, hidróxidos e argilas) podem provocar a existência de uma coesão real. Segundo Vargas (1977), de uma forma intuitiva, a coesão é aquela resistência que a fração argilosa empresta ao solo, pelo qual ele se torna capaz de se manter coeso em forma de torrões ou blocos, ou pode ser cortado em formas diversas e manter esta forma. Os solos que têm essa propriedade chamam-se coesivos. Os solos não-coesivos, que são areias puras e pedregulhos, esborroam-se facilmente ao serem cortados ou escavados. Coesão – típicos de solos finos 6 Nos solos estão presentes os fenômenos de atrito e coesão, portanto, determina-se a resistência ao cisalhamento dos solos (τ), segundo a expressso: τ = c + σ . tg φ ou S = c + σ . tg φ onde “τ” é a resistência ao cisalhamento do solo, "c" a coesão ou intercepto de coesão, "σ" a tensão normal vertical e "φ" o ângulo de atrito interno do solo. Resistência de Solos 7 Ensaios para obtenção de parâmetros. Ensaios de laboratório. Ensaio de Cisalhamento direto Ensaio Triaxial Ensaios de Campo. Palheta. CPTU. SPT. Veremos em Fundações 23 Ensaio de cisalhamento direto 9 10 11 Vantagens do Ensaio de Cisalhamento Direto Simplicidade Facilidade de moldagem das amostras - Custo - Facilidade para realização de ensaios em areias 12 Resistência ao Cisalhamento Residual Ring Shear 13 Exemplo de ensaio de cisalhamento direto: Determinar o ângulo de atrito e a coesão para o solo cujos resultados do ensaio de cisalhamento direto é mostrado abaixo: Tensão confinante (kPa) Tensão cisalhante (kPa) 100 100 200 200 300 300 Exemplo de ensaio de cisalhamento direto: Etapa 1. Lançar os pontos no plano tensão cisalhante x tensão confinante. Exemplo de ensaio de cisalhamento direto: Etapa 2. Obter a coesão trançando a linha do comportamento. c´=0 Exemplo de ensaio de cisalhamento direto: Etapa 3. Obter o ângulo de atrito. ϕ´=45° Ensaio Triaxial Ensaio Triaxial Ensaio Triaxial – Corpo de prova. Amostra Deformada Compactar e adicionar água para O Y desejado Amostra indeformada Tipos de ensaio triaxial para solos CU CD UU Solos argilosos saturados ’, c’ Solos arenosos saturados ’, c’ Solos argilosos saturados Su Cu - Consolidado não drenado Cd – Consolidado drenado UU – Não consolidado não drenado Ensaio Triaxial - ETAPAS Etapas: Percolação de água (Cu, CD, UU) Saturação (Cu, CD, UU) Consolidação ou adensamento (Cu, Cd) Cisalhamento No Cd é permitida a drenagem, no Cu e UU não. Exemplo CD Determinar o ângulo de atrito interno e a coesão a partir do resultado do ensaio triaxial consolidado drenado abaixo. Exemplo CD Etapa 1. Calcular σ’1, σ’3 e o centro do círculo. Exemplo CD Etapa 2. Lançar os pontos no plano tensão cisalhante x tensão confinante. Exemplo CD Etapa 3. Traçar os círculos de Mohr e a Envoltória de ruptura. Exemplo CD Etapa 4. Obter a coesão. c´=30kPa Exemplo CD Etapa 4. Obter o ângulo de atrito. A B ϕ´=25,70° Exemplo CU Determinar o ângulo de atrito interno e a coesão a partir do resultado do ensaio triaxial consolidado NÃO drenado abaixo. Exemplo CU Etapa 1. Calcular σ’1, σ’3 e o centro do círculo. Exemplo CU Etapa 2. Lançar os pontos no plano tensão cisalhante x tensão confinante. Seguir mesmos passos do CD. Exemplo UU Determinar o ângulo de atrito interno e a coesão a partir do resultado do ensaio triaxial NÃO consolidado NÃO drenado abaixo. Exemplo UU Etapa 1. Calcular σ’1, σ’3 e o centro do círculo. Exemplo UU Etapa 2. Lançar os pontos no plano tensão cisalhante x tensão confinante. Exemplo UU Etapa 3. Traçar os círculos de Mohr e a Envoltória de ruptura. c´=86kPa ϕ´=0° Comportamento das areias. Comportamento das areias. Coesão = 0 Valores típicos do ângulo de atrito interno. Comportamento das argilas. Resistência Drenada. Resistência Não drenada. Comportamento das argilas – Resistência Drenada. Comportamento das argilas – Resistência Drenada. Valores típicos do ângulo de atrito interno. Local f' (°) Referência Ceasa, POA, RS 18,3 a 27,9 Soares (1997) Rio Grande, RS 23 a 29 Dias & Bastos (1994) Vale do Rio Quilombo, SP 19,5 a 31,6 Árabe (1995) Vale do Rio Moji, SP 18 a 28 Árabe (1995) Sarapuí, RJ 23 a 26 Costa F° e outros (1977) Recife, PE 23 a 26 Coutinho e outros (1993) Comportamento das argilas – Resistência NÃO Drenada.
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